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Vedas

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Textos hindus

Denominam-se Vedas os quatro textos em sânscrito que formam a base do extenso sistema de escrituras
sagradas do hinduísmo, que representam a mais antiga literatura de qualquer língua indo-europeia. A
palavra Veda, em sânscrito, da raiz िवद् vid- (reconstruída como sendo derivada do Proto-Indo-Europeu
weid-) que significa conhecer, escreve-se वेद veda no alfabeto Devanagari e significa conhecimento. É a
forma guna da raiz vid- acrescida do sufixo nominal -a.
São estes os quadro Vedas:
• ऋगवेदः ṛgveda Rigveda: (Sânscrito: composto tatpurusha de ṛc- (hino) e veda-) significa "veda dos
hinos". É o primeiro, na ordem comum de enumeração dos quatro Vedas;
• सामवेदः sāmaveda Samaveda: (Sânscrito: composto de sāman- (canto ritual) e veda-) significa
"veda dos cantos rituais". É o terceiro, na ordem comum de enumeração dos quatro Vedas;
• यजुवेदः yajurveda Yajurveda: (Sânscrito: composto de yajus- (sacrifício) e veda-) significa "veda do
sacrifício". Contém textos religiosos com foco na liturgia, nos rituais e no sacrifício, e como
executá-los.
• अथवरवेदः atharvaveda Atharvaveda: (Sânscrito: composto de atharvān (um tipo de padre) e veda-).
É o quarto veda.

Muitos historiadores consideram os Vedas os textos sobreviventes mais antigos. Estima-se que as partes
mais novas dos vedas datam a aproximadamente 500 AC; o texto mais antigo (RigVeda) encontrado é,
atualmente, datado a aproximadamente 1500 AC, mas a maioria dos Indologistas concordam com a
possibilidade de que uma longa tradição oral existiu antes que os Vedas fossem escritos. Representam o
mais antigo estrato de literatura indiana e, de acordo com estudantes modernos, são escritos em uma
forma de linguagem que evoluiu no Sânscrito. Eles consideram o uso do Sânscrito Védico como a
linguagem dos textos um anacronismo, embora seja geralmente aceitado.
Índice
esconder
• 1 Conteúdo
• 2 Organização
• 3 Posição e compilação
• 4 Estudo
Conteúdo
Os vedas consistem de vários tipos de textos, todos datando aos tempos antigos. O núcleo é formado
pelos Mantras que representam hinos, orações, encantações, mágicas e fórmulas rituais, encantos etc. Os
hinos e orações são endereçados a uma grande quantidade de deuses (e algumas deusas), dos quais
importantes membros são Rudra, Varuna, Indra, Agni etc. Os mantras são suplementados por textos
relativos aos rituais sacrificiais nos quais esses mantras são utilizados e também textos explorando os
aspectos filosóficos da tradição ritual, narrativas etc.
Organização
Os mantras são colecionados em antologias chamadas de Samhitas. Existem quatro Samhitas: Rk
(poesia), Sāman (música), Yajus (oração), e Atharvan (um tipo de padre). Refere-se normalmente a eles
como Rigveda, Samaveda, Yajurveda, e Atharvaveda respectivamente. Cada Samhita é preservado em
um número de versões (shakhas), sendo que as diferenças entre elas são mínimas, exceto no caso do
Yajur Veda, onde as duas versões "Brancas" (shukla) contém somente os Mantras, enquanto as quatro
versões "Pretas" (krishna) entremearam as partes Brahmana junto dos Mantras.
O Rigveda contém a mais antiga parte dos textos, e consiste de 1028 hinos. O Samaveda é mais um
arranjo do Rigveda para música. O Yajurveda dá orações sacrificiais e o Atharvaveda dá encantos,
encantamentos, fórmulas mágicas etc. Separadamente destes, há alguns materiais seculares perdidos,
lendas etc.
A próxima categoria de textos são os Brahmanas. Estes são textos rituais que descrevem em detalhes os
sacrifícios nos quais os Mantras eram usados, como também comentam o significado do ritual sacrificial.
Os Brahmanas são associados com um dos Samhitas. Os Brahmanas podem formar ou textos separados,
ou, no caso do Yajurveda "Preto", podem ser parcialmente integrados no texto do Samhita. O mais
importante dos Brahmanas é o Shatapatha Brahmana do Yajurveda "Branco".
Os Aranyakas e os Upanishads são trabalhos teológicos e filosóficos. Geralmente formam parte dos
Brahmanas (como o Brhadaranyaka Upanishad). São a base da escola de Vedanta de Darsana.
Posição e compilação
A tradição hindu considera os vedas incriados, eternos e que são revelados a sábios (Rishis). Orishi
Krishna Dwaipayana, melhor conhecido como Veda Vyasa – "Vyasa" significando "editor" ou "compilador"
– supostamente distribuiu esta massa de hinos nos quatro livros dos Vedas, sendo cada livro
supervisionado por um de seus discípulos. Paila organizou os hinos do Rig Veda. Aqueles que eram
cantados durante cerimônias religiosas e sociais foram compilados por Vaishampayana com o título de
Yajus mantra Samhita (ver Yajur-Veda). Jaimini é dito de ter coletado hinos que eram fixados a música e
melodia — "Saman" (ver Sama-Veda). A quarta coleção de hinos e cantos conhecida como Atharva
Samhita foi colecionada por Sumanta.
Filosofias e seitas que desenvolveram-se no subcontinente indiano tiveram diferentes posições nos Vedas.
No Budismo e no Jainismo, a autoridade do Veda é repudiada, e ambos desenvolveram-se em religiões
separadas. As seitas que não rejeitaram explicitamente os Vedas continuaram seguidores do Sanatana
Dharma, que é conhecido, nos tempos modernos, como Hinduismo.
Posteriormente, no Hinduísmo, os Vedas ocuparam uma posição exaltada. São considerados shruti, ou
seja, revelação, e a casta Brahmanica baseada nos Vedas forma uma importante parte da vida religiosa
hindu nos dias de hoje. Vedanta, Yoga, Tantra, e até mesmo Bhakti consideram os Vedas como uma
revelação.
Estudo
Nos dharmashastras, o estudo dos Vedas foi considerado um dever religioso dos três altos varnas
(Brâmanes, Xatrias e Vaixás). Mulheres e Sudias não precisavam nem podiam estudar o Veda (isso
começou a acontecer só na idade Védica ou Sutra posterior, porque numerosas evidências sugerem que
todos os humanos eram igualmente permitidos a estudar os Vedas, e muitos "autores" védicos eram
mulheres). Elaborar métodos para preservar o texto (aprendendo de cor e não escrevendo), disciplinas
subsidiárias (Vedanga) etc., foram desenvolvidos nas escolas védicas. No décimo quarto século, Sayana
escreveu célebres comentários sobre os textos védicos.
Nos tempos modernos, estudos védicos são cruciais para a compreensão da linguística Indo-Européia,
como também na história indiana antiga.
Muitas formas de hinduísmo encorajam os mantras védicos a serem interpretados das formas mais
liberais e filosóficas possíveis, diferentemente de variedades notáveis das religiões Abraâmicas (relativo
ao Tanakh, à Bíblia e ao Corão). De fato, uma interpretação não-literal dos mantras é desencorajada, e
até mesmo as três camadas de comentários (Brahmanas, Aranyakas, e Upanishads), que formam uma
parte integral da literatura shruti, na verdade interpretam os aparentemente politeístas, ritualísticos e
altamente complexos Samhitas em uma forma filosófica e metafórica para explicar os conceitos "ocultos"
de Deus (Ishwara), o Ser Supremo (Brahman) e a alma ou o ego (Atman). Também, muitos hindus
acreditam que o próprio som dos mantras védicos é purificador ao ambiente e à mente humana.

Rig Veda
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Rig Veda
Textos hindus

Rig Veda, Livro dos Hinos, é o Primeiro Veda e é, com certeza, o mais importante veda, pois todos os
outros derivaram dele. Rig Veda é o Veda mais antigo e, ao mesmo tempo, o documento mais antigo da
literatura hindu, composto de hinos, rituais e oferendas às divindades. Possui 1.028 hinos, sendo que a
maioria se refere a oferendas de sacrifícios, algumas sem relação com o culto. Independentemente do
valor interno, o Primeiro Veda é valiosíssimo pela sua antiguidade.
Passagens geográficas e etnológicas no Rigveda provêem evidência de que o Rigveda foi escrito por volta
de 1700–1100 a. C. durante o período védico em Punjabe (Sapta Sindhu), fazendo dele um dos mais
antigos textos de qualquer linguagem Indo-Européia e um dos textos religiosos mais antigos do mundo.
Foi preservado por séculos somente por tradição oral e provavelmente não foi escrito até a baixa Idade
Média.1
Texto
O Rigveda consiste 2 em 1.028 hinos (ou 1,017, sem contar os hinos apócrifos valakhīlya 8.49–8.59)
compostos em sânscrito védico, muitos dos quais são planejados para vários rituais de sacrifício. Esta
longa coleção de hinos curtos é dedicado principalmente a louvar os deuses. É organizado em 10 livros,
conhecidos como Mandalas. Cada mandala é composto de hinos, chamados de sūkta, que são compostos
por versos individuais chamados ṛc, plural ṛcas. Os Mandalas não têm tamanho e idade iguais: Os "livros
familiares", mandalas 2-7, são considerados a parte mais antiga e são os livros mais curtos, arrumados
por tamanho, contando 38% do texto. RV 8 e RV 9, igualmente formados de hinos de idades misturadas,
contam 15% e 9%, respectivamente. RV 1 e RV 10, finalmente, são ambos os mais jovens e longos livros,
contando 37% do texto.
As mais antigas passagens do Rigveda referem-se aos três deuses védicos (Indra, Mitra e Varuna) e
recordam a luta épica dos arianos védicos com os habitantes originais, chamados de "Dasyas" e "Simyus".
Hinos védicos impõem tabus nas tribos védicas de venturar para o sul à terra dos dasyas e tem diferenças
contraditórias aos "Krishna-yoni-dasyas". Literatura gangética tardia que consiste nos Puranas também
descreve uma guerra entre o deus védico Indra e o deus local Krishna.
Preservação
O Rigveda é preservado por dois principais shakhas ("troncos", escolas), Śākala e Bāṣkala. Considerando
sua longa idade, o texto está espetacularmente bem preservado e não-corrompido, com as duas
recensões praticamente idênticas, então edições escolares podem ser feitas sem aparato crítico.
Associado ao Śākala está o Aitareya-Brahmana. O Bāṣkala inclui o Khilani e tem o Kausitaki-Brahmana
associado a ele.
Esta compilação incluía a arrumação em livros e também mudanças ortoépicas, como a regularização do
sandhi (chamado por Oldenberg de orthoepische Diaskeunase). Teve lugar séculos após a composição dos
hinos mais antigos, quase co-eval à redação dos outros Vedas.
Do tempo de sua redação, o texto tem sido dividido em duas versões: O Samhitapatha tem todas as
regras sânscritas de sandhi aplicadas e é o texto usado para recitação. O Padapatha tem cada palavra
isolada na sua forma sozinha e é usado para memorização. O Padapatha é, como sempre foi, um
comentário ao Samhitapatha, mais os dois parecem ser quase co-evais. O texto original reconstruído para
a métrica ("original" no sentido de que procura recuperar os hinos como foram compostos pelos Rishis)
fica em algum lugar entre os dois, mas mais próximo ao Samhitapatha.
Organização
O esquema de numeração mais comum é por livro, hino e verso (e pada (pé) a, b, c ..., se requerido). Ex.
O primeiro pada é *1.1.1a agním īḷe puróhitaṃ "A Agni eu louvo, o alto padre" e o pada final é
• 10.191.4d yáthāḥ vaḥ súsahā́sati "for your being in good company"
Hermann Grassmann numerou os hinos de 1 até 1028, colocando o valakhilya no final. Os 1028 hinos
inteiros do Rigveda, na edição de 1877 do Aufrecht, contêm um total de 10.552 verses, ou 39.831 padas.
O Shatapatha Brahmana dá o número de sílabas como 432.0003, enquanto o texto métrico de van Nooten
e Holland (1994) tem um total de 395,563 sílabas (ou uma média de 9,93 sílabas por pada); contar o
número de sílabas não é tão fácil, por causa do sandhi. A maioria dos versos são jagati (padas de 12
sílabas), trishtubh (padas de 11 sílabas), viraj (padas de 10 sílabas) ou gayatri ou anushtubh (padas de 8
sílabas).
Conteúdo
Veja também: Deidades rigvédicas
Os deuses chefes do Rigveda são Agni, o fogo sacrificial, Indra, um deus heróico que é louvado por ter
matado seu inimigo Vrtra, e Soma, a poção sagrada, ou a planta da qual é feita. Outros deuses
prominentes são Mitra (amigo ou aliado), Varuna (vento) e Ushas (o amanhecer) e os Ashvins. Também
invocados são Savitar, Vishnu, Rudra, Pushan, Brihaspati, Brahmanaspati, Dyaus Pita (o céu), Prithivi (a
terra), Surya (o sol), Vayu (o vento), Apas (as águas), Parjanya (a chuva), Vac (o mundo), os Maruts, os
Adityas, os Rbhus, os Vishvadevas (os todos-deuses), muitos rios (notavelmente Sapta Sindhu, e o Rio
Sarasvati), como também vários outros deuses menores, pessoas, conceitos, fenômenos e ítens. Também
contém referências fragmentárias a possíveis eventos históricos, notavelmente a luta entre o antigo povo
védico (conhecido como arianos védicos, um subgrupo dos Indo-Arianos) e seus inimigos, os Dasa.
anuscrito do Rigveda em Devanagari, século 19
• Mandala 1 engloba 191 hinos. O hino 1.1 é dirigido ao Agni, e seu nome é a primeira palavra do
Rigveda. Os hinos restantes dirigem-se principalmente ao Agni e ao Indra. Os hinos 1.154 a 1.156
se dirigem ao Vishnu.
• Mandala 2 engloba 43 hinos, principalmente ao Agni e ao Indra. É principalmente atribuído ao Rishi
gṛtsamda śaunohotra.
• Mandala 3 engloba 62 hinos, principalmente ao Agni e ao Indra. o verso 3.62.10 tem grande
importância no Hinduísmo como o Gayatri Mantra. A maioria dos hinos neste livro é atribuída ao
viśvāmitra gāthinaḥ.
• Mandala 4 consiste em 58 hinos, principalmente para o Agni e o Indra. A maioria dos hinos deste
livro é atribuída a vāmadeva gautama.
• Mandala 5 engloba 87 hinos, principalmente ao Agni e ao Indra, os Visvadevas (deuses do
mundo), os Maruts, a deidade-gêmea Mitra-Varuna e os Asvins. Dois hinos cada são dedicados aos
Ushas (o amanhecer) e ao Savitar. A maioria dos hinos neste livro é atribuída à família atri.
• Mandala 6 engloba 75 hinos, principalmente ao Agni e ao Indra. A maioria dos hinos neste livro é
atribuída à família bārhaspatya de Angirasas.
• Mandala 7 engloba 104 hinos, ao Agni, Indra, os Visvadevas, os Maruts, Mitra-Varuna, os Asvins,
Ushas, Indra-Varuna, Varuna, Vayu (o vento), dois cada a Sarasvati (antigo rio/deusa do
aprender) e Vishnu, e a outros. A maioria dos hinos neste livro é atribuída a vasiṣṭha maitravaurṇi.
• Mandala 8 engloba 103 hinos a deuses diferentes. Os hinos 8.49 a 8.59 são os valakhīlya
apócrifos. A maioria dos hinos neste livro é atribuída à família kāṇva.
• Mandala 9 engloba 114 hinos, inteiramente dedicados ao Soma Pavamana, a planta da poção
sagrada da religião védica.
• Mandala 10 engloba 191 hinos, ao Agni e outros deuses. Contém o Nadistuti sukta que louva rios e
é importante para a reconstrução da geografia da civilização védica e o Purusha sukta que tem
significado na tradição hindu. Também contém o Nasadiya sukta (10.129), provavelmente os mais
celebrados hinos no oeste, que lidam com a criação.
Rishis
Cada hino do Rigveda é tradicionalmente atribuído a um rishi específico, e os "livros familiares" (2-7) são
ditos de terem sido escritos por uma família de rishis cada. As famílias principais, listadas por número de
versos atribuídos a eles são:
• Angirasas: 3619 (especialmente Mandala 6)
• Kanvas: 1315 (especialmente Mandala 8)
• Vasishthas: 1267 (Mandala 7)
• Vaishvamitras: 983 (Mandala 3)
• Atris: 885 (Mandala 5)
• Bhrgus: 473
• Kashyapas: 415 (parte do Mandala 9)
• Grtsamadas: 401 (Mandala 2)
• Agastyas: 316
• Bharatas: 170
Traduções
O Rigveda foi traduzido ao inglês por Ralph T.H. Griffith em 1896. Traduções parciais ao inglês por
Maurice Bloomfield e William Dwight Whitney existem. A tradução de Griffith é boa, considerando a sua
idade, mas não substitui a traduçã de Geldner de 1951 (em alemão), a única tradução escolar
independente até agora. As traduções posteriores por Elizarenkova dependem muito de Geldner, mas a
tradução de Elizarenkova (em russo) tem valor levando em conta literatura escolar até 1990.
Tradição hindu
De acordo com a tradução indiana, os hinos rigvédicos foram colecionados por Paila na orientação de
Vyāsa, que formou o Rigveda Samhita como conhecemos. De acordo com o Śatapatha Brāhmana, o
número de sílabas do Rigveda é 432.000, que é igual ao número de muhurtas (1 dia = 30 muhurtas) em
quarenta anos. Essa afirmação acentua a filosofia subjacente dos livros védicos de que existe uma ligação
(bandhu) entre o astronômico, o fisiológico, e o espiritual.
Os autores da literatura Brāhmana descreveram e interpretaram o ritual rigvédico. Yaska foi um
comentarista do Rigveda. No século 14, Sāyana escreveu um comentário exaustivo sobre isso. Outros
Bhāṣyas (comentários) que têm sido preservados até os tempos presentes são aqueles por Mādhava,
Skaṃdasvāmin e Veṃkatamādhava.
Datação e reconstrução histórica

Geografia do Rigveda, com nomes de rios; a extensão das culturas Swat e Cemetery H também é
indicada.
O Rigveda é de longe mais arcaico que qualquer outro texto indo-ariano. Por essa razão, foi o centro de
atenção da sabedoria ocidental dos tempos de Max Müller. O Rigveda registra um estágio prematuro da
religião védica, ainda bem ligado à religião pre-zoroastriana persa. Acha-se que o Zoroastrianismo e o
Hinduísmo védico evoluíram de uma cultura religiosa comum indo-iraniana mais antiga.
Aceita-se que o núcleo do Rigveda date da Idade do Bronze, fazendo dele o único exemplo de literatura
da Idade do Bronze com uma tradição irrompida. Sua composição é geralmente datada entre 1700–1100
a. C. 4. O texto nos séculos seguintes teve revisões de pronúncia e padronização (samhitapatha,
padapatha). Essa redação pode ter sido completada por volta do sétimo século AC5. A escrita aparece na
Índia no quinto século a. C. na forma da escrita Brahmi, mas textos do tamanho do Rigveda não foram
escritos até a Baixa Idade Média, nas escritas Gupta ou Siddham, e, enquanto manuscritos eram usados
para ensinar nos tempos medievais, tiveram um papel mínimo na preservação do conhecimento, por
causa de sua natureza efêmera (manuscritos indianos eram escritos em cascas ou folhas e decompunham
rapidamente no clima tropical) até o advento da imprensa na Índia britânica. Os hinos foram então
preservados pela tradição oral por até um milênio desde o tempo da sua composição até a redação do
Rigveda, e o Rigveda inteiro foi preservado em shakhas por mais 2,500 anos, do tempo de sua redação
até o editio princeps por Müller, um feito coletivo de memorização inigualado em qualquer outra
sociedade conhecida.
A literatura purânica nomeia Vidagdha como o autor do texto Pada.6 Outros estudantes argumentam que
o Sthavira Sak do Aitareya Aranyaka é o padakara do RV.7 Após sua composição, os textos foram
preservados e codificados por um vasto corpo de sacerdócio védico como a filosofia central da civilização
védica da Idade do Ferro.
O Rigveda descreve uma cultura móvel, nomádica, com carroças movidas a cavalo e armas de metal
(bronze). De acordo com alguns estudantes, a geografia descrita é consistente com aquela de Punjabe
(Gandhara): Rios fluem de norte a sul, as montanhas são relativamente remotas mas ainda alcançáveis
(Soma é uma planta encontrada nas montanhas, e tem de ser comprada, importada por mercantes).
Contudo, os hinos foram certamente compostos em um longo período, com os mais antigos elementos
possivelmente alcançando os tempos indo-iranianos, ou o segundo milênio a. C. Existe algum debate
sobre se ostentações da destruição de fortes de pedra por arianos védicos e particularmente por Indra
referem-se a cidades da civilização do Vale do Indo ou se eles se reportam a embates entre os primitivos
Indo-Arianos e a cultura BMAC ("Bactria-Margiana Archaeological Complex" - Complexo Arqueológico
Bactria-Margiana) ocorrida séculos mais tarde, no que é agora o norte do Afeganistão e o sul do
Turcmenistão (separado do alto Indo pela cadeia montanhosa Hindu Kush, e uns 400 km de distância). De
qualquer jeito, enquanto é muito provável que o corpo do Rigveda tenha sido composto em Punjabe,
mesmo se baseado em tradições poéticas, não existe menção de tigres ou de arroz8 no Rigveda (em
oposição aos Vedas posteriores), sugerindo que a cultura védica somente penetrou nos planos da Índia
após ser completado. Similarmente, assume-se que não existe menção de ferro. 9 A Idade do Ferro no
norte da Índia começa no décimo segundo século a. C. com a cultura Black and Red Ware (BRW). Este é
um prazo amplamente aceito para a codificação inicial do Rigveda (a arrumação dos hinos individuais em
livros, e a correção do samhitapatha (aplicando Sandhi) e o padapatha (dissolvendo o Sandhi) em textos
métricos mais antigos), e a composição dos Vedas mais recentes. Esse tempo provavelmente coincide
com o reino Kuru, mudando o centro da cultura védica de Punjabe para o que é agora Uttar Pradesh.
Alguns dos nomes de deuses e deusas encontrados no Rigveda também se acham em outros sistemas de
crença baseados na Religião Proto-Indo-Européia como: Dyaus-Pita é aparentado com o Zeus grego, o
Júpiter latino (de deus-pai), e o germano Tyr; Mitra é aparentado com o Mitra persa; Ushas com a Eos
grega e a Aurora latina; e, com menos certeza, Varuna com o Urano grego. Finalmente, Agni é associado
com o ignis latino e com o ogon russo, ambos significando "fogo".
Alguns escritores encontraram referências astronômicas2 no Rigveda datando até a 4000 AC10, uma data
bem no meio do Neolítico indiano. As reinvidicações de tal evidência permanecem controversas. 11
Kazanas (2000) numa polêmica contra a "Teoria da Invasão Ariana" suggere uma data tão cedo como
3100 a.C., baseado numa identificação do Rio Sarasvati dos primtivos Rigvedas como sendo o Ghaggar-
Hakra e em argumentos glotocronológicos. Sendo uma polêmica contra a corrente estudiosa
predominante, ela está diametricamente em oposição aos pontos de vista da linguística histórica
predominante, e dá suporte à controversa Teoria Para Fora da Índia, que assume uma data tão antiga
quanto 3000 a.C. a para era do próprio Proto-Indo-Europeu tardio.
Flora e Fauna no Rigveda
O cavalo (Asva) e o gado desempenham um importante papel no Rigveda. Há também referências ao
elefante (Hastin, Varana), ao camelo (Ustra, especialmente em Mandala 8), ao búfalo (Mahisa), ao leão
(Simha) e ao Gaur (tipo de bisão indiano) no Rigveda.12 O pavão (Mayura) e o Chakravaka (Anas casarca)
são aves mencionadas no Rigveda.
Pontos de Vista Indianos Mais Recentes
A percepção hindu do Rigveda transferiu-se do conteúdo ritualístico original para uma interpretação mais
simbólica ou mística. Instâncias de sacrifício de animais, por exemplo, não são vistas literalmente como
matanças, mas como processos transcendentes. O ponto de vista rigvédico é visto como considerando o
universo sendo infinito em tamanho, dividindo o conheciemento em duas categorias: inferior (relacionado
aos objetos, envolvidos por paradoxos) e superior (relacionado ao sujeito que percebe, livre de
paradoxos). Swami Dayananda, que criou a Arya Samaj e Sri Aurobindo enfatizaram uma interpretação
espiritual (adhyatímica) do livro.
O rio Sarasvati, louvado no RV 7.95 como o maior rio fluindo da montanha ao mar é às vezes identificado
como o rio Ghaggar-Hakra, que se tornou seco talvez antes de 2600 a.C. ou certamente antes de 1900
a.C.. Outros argumentam que o Sarasvati foi originalmente o rio Helmand no Afeganistão. Essas questões
relacionam-se ao debate entre a Migração Indo-Ariana (denominado "Teoria da Invasão Ariana") e a
reinvindicação de que a cultura védica junto ao Sânscrito védico se originaram na Civilização do Vale do
Indo, um tópico de grande significado no Nacionalismo Hindu, sendo conduzido, por exemplo, por Amal
Kiran e Shrikant G. Talageri. Subhash Kak afirmou que há um código astronômico na organização dos
hinos. Bal Gangadhar Tilak, também baseado em alinhamentos astronômicos, reinvindicou em seu "The
Orion" - O Órion - (1893) a presença da cultura rigvédica na Índia no quarto milênio a.C. e, em seu
"Arctic Home in the Vedas" -Lar Ártico nos Vedas - (1903), chegou a argumentar que os arianos teriam se
originado perto do polo norte e descido em direção ao sul durante a Idade do Gelo.
Referências
1. ↑ Os mais antigos manuscritos ao século 11.
2. ↑ Existe uma confusão com o termo "Veda", que é tradicionalmente aplicado aos textos associados
com o samhita, como Brahmanas ou Upanishads. No inglês, o termo Rigveda é geralmente usado
para referir-se só ao Rigveda samhita, e textos como o Aitareya-Brahmana não são considerados
"parte do Rigveda" mas "associados com o Rigveda" na tradição de um certo shakha.
3. ↑ igual a 40 vezes 10,800, o número de tijolos usado para o uttaravedi: o número é motivado
numerologicamente e não baseado na verdadeira contagem de sílabas.
4. ↑ Oberlies (1998:155) dá uma estimativa de 1100 a. C para os hinos mais jovens no livro 10.
Estimativas para um terminus post quem dos hinos mais antigos são muito mais incertas. Oberlies
(p. 158), baseado em 'evidência cumulativa', definiu um período de 1700–1100. O EIEC (s.v.
Línguas Indo-Arianas, p. 306) dá 1500–1000. É certo que os hinos pós-datam a separação Indo-
Iraniana de ca. 2000 a. C. Não pode ser dito que os elementos arcaicos do Rigveda voltam a até
somente algumas gerações após aquele período, mas estimativas filológicas tendem a datar o
tamanho do texto à segunda metade do segundo milênio.
5. ↑ Oldenberg (p. 379) o coloca próximo ao fim do período Brahmana, vendo que Brahmanas mais
velhos ainda continham citações rigvédicas pré-normalizadas. O período Brahmana é mais antigo
que a composição dos samhitas dos outros Vedas, alongando para aproximadamente o novo ao
sétimo séculos. Isso significaria que a redação dos textos como preservados foi completada
aproximadamente no sétimo século a. C. O EIEC (p. 306) igualmente dá a data de sétimo século.
6. ↑ O Satapatha Brahmana refere-se ao Vidagdha Sakalya sem discutir nada relacionado ao
Padapatha, e nenhum trabalho gramatical refere-se ao Vidagdha como um padakara. Mas o
Brahmanda Purana e o Vayu Purana dizem que ele foi o Padakara do RV. O Satapatha Brahmana é
mais antigo que o Aitareya Aranyaka. O Aitareya Aranyaka é geralmente datado ao sétimo século
a. C. Jha, Vashishtha Narayan. 1992. A Linguistic Analysis of the Rgveda-Padapatha. Sri Satguru
Publications. Delhi
7. ↑ O Rkpratisakhya do Saunaka também refere-se ao Sthavira Sakalya. Jha, Vashishtha Narayan.
1992. A Linguistic Analysis of the Rgveda-Padapatha. Sri Satguru Publications. Delhi
8. ↑ Existe, contudo, menção de ApUpa, Puro-das e Odana (arroz-sopa de aveia) no Rig Veda, termos
que, ao menos em textos posteriores, referem-se a pratos de arroz, veja Talageri (2000)
9. ↑ O termo "ayas" (=metal) ocorre no Rigveda, mas não existe evidência positiva de que se refere a
ferro. "Deveria estar claro que qualquer controvérsia sobre o significado de ayas no Rgveda ou o
problema da familiaridade ou não-familiaridade Rigvédica com ferro é insensato. De qualquer jeito,
não existe evidência positiva. Pode significar tanto cobre quanto bronze e, estritamente na base
dos contextos, não existe motivo para escolher entre os dois." Chakrabarti, D.K. "The Early Use of
Iron in India" - O Uso Primitivo do Ferro na Índia (1992) Oxford University Press
10. ↑ sumarizadas por Klaus Klostermaier em umapalestra feita em 1998
11. ↑ ex. Michael Witzel, The Pleiades and the Bears viewed from inside the Vedic texts (As Plêiades e
as Ursas vistas de dentro dos textos védicos), EVJS Vol. 5 (1999), 2a. edição (Dezembro) 1; Elst,
Koenraad (1999). Update on the Aryan Invasion Debate. Aditya Prakashan. ISBN 81-86471-77-4.;
Bryant, Edwin and Laurie L. Patton (2005) The Indo-Aryan Controversy, Routledge/Curzon.
12. ↑ Talageri 2000, Lal 2005

Sama Veda
O Samaveda (Sânscrito: सामवेद, sāmaveda, um composto tatpurusha de sāman "canto ritual" + veda
"sabedoria" ), é o terceiro, na ordem normal de enumeração dos quatro Vedas, as antigas escrituras
hindus.
O Samaveda fica em segundo lugar na santidade e importância litúrgica depois do Rigveda ou Veda da
Louvação Recitada. O seu Sanhita (samhita), ou porção métrica, consiste principalmente de hinos a serem
cantados pelos sacerdotes Udgatar na execução destes importantes sacrifícios nos quais o suco da planta
Soma, clarificado e misturado com leite e outros ingredientes, era oferecido em libação a várias deidades.
A Coleção é feita de hinos, porções de hinos e versos destacados, tirados principalmente do Rigveda,
transpostos e re-organizados, sem referência à sua ordem original, para adaptarem-se às ceremônias
religiosas às quais eles eram empregados. Não pretendia-se que os versos fossem cantados, mas sim
cantados em específicas melodias usando os sete svaras ou notas. Tais músicas são chamadas Samagana
e, nesse sentido, o Samaveda é realmente um livro de hinos.
Nestes hinos compilados, há variações freqüentes, de maior ou menor importância, do texto do Rigveda
como possuímos agora, em que as variações, embora, em alguns casos, sejam aparentemente
explanatórias, parecem, em outros, ser mais antigas e originais que as leituras do Rigveda. No canto, os
versos ainda são alterados por prolongação, repetição e inserção de sílabas, e várias modulações,
descansos e outras modificações perscritas, para a orientação dos sacerdores excercentes, nos Ganas ou
Livros de Canções. Dois destes manuais, o Gramageyagana, ou Congregacional, e o Aranyagana ou Livro
de Canções da Floresta, seguem a ordem dos versos da Parte I, do Sanhita, e os outros dois, o Uhagana,
o Uhyagana, da Parte II. Esta parte é menos deslocada que a Parte I, e é geralmente organizada em trios
dos quais o primeiro verso é geralmente a repetição de um verso que ocorreu em uma Parte I.
O Samaveda sobrevive em uma única shakha ou versão, o Kauthuma shakha, com um segundo shakha,
Jaiminiya (ou Talavakara), sobrevivendo fragmentariamente, o Jaiminiya Samhita. Do Jaiminiya shakha,
também temos o Jaiminiya Brahmana, o Jaiminiya Upanishad Brahmana e o Kena Upanishad.

Yajur Veda
O Yajurveda (Sânscrito यजुवेदः yajurveda, um composto tatpurusha de yajus "sacrifício" + veda
"sabedoria") é um dos quatro Vedas hindus. Contém textos religiosos com foco na liturgia, rituais e
sacrifícios, e como executar os mesmos. O Yajurveda foi escrito durante o período Védico entre 1500 BC e
500 BC, junto dos outros Vedas. (ver Vedas)
Coleções
Existem duas coleções primárias ou samhitas do Yajurveda: Shukla (branco) e Krishna (preto). Ambos
contêm os versos necessários para rituais, mas o Krishna Yajurveda tem comentários de prosa adicionais
e instruções detalhadas sobre o próprio trabalho.
Krishna Yajurveda
Existem quatro versões do Yajurveda Preto:
• taittirīya saṃhita (TS)
• maitrayani saṃhita (MS)
• caraka-katha saṃhita (KS)
• kapiṣṭhala-katha saṃhita (KapS)
O melhor conhecido destes é o TS, nomeado após Tittiri, um aluno de Yaska. Consiste de 8 livros ou
kandas, subdivididos em capítulos ou prapathakas, mais adiante subdivididos em hinos individuais.
Alguns hinos individuais ganharam importância no Hinduísmo, ou seja, TS 4.5 e 4.7, correspondem ao
Shri Rudram Chamakam, e 1.8.6.i ao mantra Shaivaite Tryambakam. A fórmula bhūr bhuvaḥ suvaḥ
prefixada ao (rigvédico) Gayatri mantra também é do Yajurveda, aparecendo quatro vezes.
Cada uma das versões tem um Brahmana associado, e alguns deles também tem Shrautasutras,
Grhyasutras, Aranyakas, Upanishads e Pratishakhyas associados.
Shukla Yajurveda
O Shukla Yajurveda tem duas versões:
• Vajasaneyi Madhyandiniya
• Vajasaneyi Kanva
O primeiro é popular no Norte da Índia e Orissa e é, de longe, a maior tradição védica seguida entre os
hindus no país, em termos de população.
O Kanva Shakha é restrito a Kerala e Tamila Nadu. Jagadguru Adi Shankara é dito de ter seguido esta
versão. Os rituais védicos do famoso templo de Ranganathaswamy, o maior templo da Índia, são
executados de acordo com esse Shakha.
Tradições védicas dizem que Yajnavalkya tinha sérias diferenças com o seu professor Vaishampayana, de
quem ele tem estudado as coleções do Yajurveda. Em uma ocasião, Vaishampayana estava tão enfurecido
com Yajnavalkya que pediu que ele devolva todo o conhecimento adquirido. Yajnavalkya vomitou tudo o
que aprendeu, na forma de carne. Os outros discípulos de Vaishampayana assumiram a forma de
pássaros tittiriya e comeram a carne, ansiosos para receber o conhecimento. Assim, o trabalho veio a ser
chamado de Taittiriya Samhita (comido por pássaros taittiriya).
- Depois de ter vomitado o conhecimento adquirido de seu professor, Yajnavalkya adorou o Deus do Sol
Surya (também conhecido como Aditya) com grande penitência. Agradado, Surya ensinou a Yajnavalkya
novas porções do Yajurveda. Estas porções foram colecionadas pelo nome de Shukla Yajurveda.
O Shukla Yajur Veda também é prominente pelos seus dois grandes Upanishads: o Isa Vasya e o
Brihadaranyaka. O último é o maior de todos os Upanishads e também é considerado como sendo o
Upanishad Shreshtha, ou o mais refinado de todos os Upanishads.
Números longos
O Yajurveda documenta o uso mais antigo conhecido de números que vão até um trilhão (parardha). Até
discute o conceito de infinito (purna "abundância", "plenitude"), afirmando que, subtraindo purna de
purna, o que resta continua sendo purna. 1
Veja também: História dos números longos.
Atharva Veda
O Atharvaveda (Sânscrito: अथवरवेद, atharvavéda, um composto tatpurusha de atharvān, um tipo de padre,
e veda que significa "conhecimento") é um texto sagrado do Hinduismo, parte dos quatro livros dos
Vedas: o quarto Veda . De acordo com a tradição, o Atharvaveda foi principalmente composto por dois
grupos de rishis conhecidos como os Bhrigus e os Angirasas. Adicionalmente, tradições atribuem partes a
outros rishis, tais como Kauśīka, Vaśīṣṭha e Kaṣyapa. Existem duas versões sobreviventes (śākhās),
conhecidos como Śaunakiya (AVS) e Paippalāda (AVP).
Posição
O Atharvaveda, enquanto indubitavelmente pertencente ao corpo védico principal, de algumas maneiras
representa uma tradição paralela independente àquela do Rigveda e o Yajurveda.
Os textos jainistas e budistas são consideravelmente mais hostis ao AV (eles o chamam Aggvāna ou
Ahavāna Veda) do que eles são a outros textos hindus. Eles até o chamam de Veda não-Ariano preparado
por paippalāda para sacrifícios humanos. Os textos hindus também têm tido uma visão menos que
caridosa e têm, em ocasiões, omitido a referência ao texto "Atharvān" no contexto de literatura védica,
embora alguns atribuam isso ao fato de que o Atharvaveda foi uma adição posterior cronologicamente. Os
próprios Pariśiśhthas Atharvanos (apêndices) afirmam que sacerdotes específicos de escolas Mauda e
Jalada deveriam ter evitado. É até afirmado que mulheres associadas ao Atharvān poderiam sofrer
abortos.
Versões
O Caraṇavyuha (atribuído a Shaunaka) lista nove shakhas ou Escolas do Atharvaveda:
1. paippalāda
2. stauda
3. mauda
4. śaunakiya
5. jājala
6. jalada
7. brahmavada
8. devadarśa
9. chāraṇavidyā
Destes, só as versões Śaunakiya (AVS) e Paippalāda (AVP) sobreviveram. O texto principal Paippalāda é
considerado mais antigo que o Śaunakiya, mas ambos também contêm adições posteriores e corrupções.
Em locais onde o Śaunakiya e o Paippalāda concordam um com o outro, é provavelmente a versão
original. Geralmente, as duas versões em hinos correspondentes têm ordens de verso diferentes, ou têm
versos adicionais que faltam no outro.
Adicionalmente, do Viṣṇu e o Vāyu Puranas (textos hindus mais antigos sobre deuses, deusas e as suas
histórias) pode ser possível respigar mais algumas escolas antigas que não foram listadas no
Caraṇavyuha.
Estas são:
• sumantu
• kabandha
• kumuda
• śaulkāyana
• babhravya
• munjakeśa
• saindhavāyana
• nakśatrakalpa
• śāntikalpa
• saṃhitāvidhi
Pelo menos algumas destas podem ter evoluído nas outras escolas mencionadas na lista Caraṇavyuha.
Saṃhitāvidhi, Śāntikalpa e Nakśatrakalpa são os cinco textos kalpa aduzidos à tradição Śaunakiya e não
escolas separadas deles mesmos.
Do texto Purânico onde podemos propôr a seguinte história revolucionária das versões do AV:
vyāsa parāśarya *
|
sumantu
|
kabandha ātharvan-añgirasa
|
+---- pathya
| |
| +---- kumuda
| | | (?)
| | +---- jalada
| +---- jājala
| +---- śaunakiya
| |
| +---- babhravya
| |
| +---- saindhavāyana
| | (?)
| +---- munjakeśa
+---- devadarśa
|
+---- mauda
+---- paippalāda
| | (?)
| +---- stauda
+---- śaulkāyana
+---- brahmavada
| (?)
+---- chāraṇavidyā

• Vyasas: Mais Altos Gurus da Índia.


• Parasara: Rishi védico, narrador do Vishnu Purana.

Existem dois principais textos circunvédicos associados com o AV, o vaitāna sūtra e o kauśika sūtra. Estes
têm o mesmo propósito do vidhāna do Rigveda e são de maior valor no estudo da ligação Purânico-Védica
que os próprios textos AV. Existem vários Upanishads que são associados com o AV, mas parecem ser
adições relativamente posteriores à tradição. O mais importante entre estes são o munḍaka e o praṣna
Upanishads . O primeiro contém uma importante referência ao Śaunaka, o fundador do Shaunakiya
shakha, o último é associado com o Paippalāda shakha.
Assuntos de nota
• O AV é o primeiro texto índico que lida com medicina. Identifica as causas das doenças como
agentes causativos viventes como o yatudhānya, o kimīdi, o kṛimi e o durṇama. Os atharvāns
procuram matá-los com uma variedade de drogas para se opor à doença (ver XIX.34.9). Esta
aproximação à doença é surpreendentemente avançada comparada à teoria trihumoral
desenvolvida na era purâṇica. Sobras do pensamento atharvānico original persistiram na era
purâṇica, como pode ser visto no tratado médico de suṣruta (garuḍa purāṇa, karma kāṃḍa -
capítulo: 164). Aqui, seguindo a teoria atharvān, o texto purâṇico sugere germes como causa para
a lepra. No mesmo capítulo, suṣruta também expande o papel de outros agentes na doença. Esses
dois podem ser diretamente traçados de volta ao AV saṃhita. o hino AV I.23-24 descreve a doença
da lepra e recomenda o rajanī auṣadhi para o seu tratamento. Da descrição do auṣadhi como
entidade preta ramificante com remendos fuscos, é muito provável que seja um líquen com
propriedades antibióticas. Assim, O AV é um dos mais antigos textos registrando o uso de agentes
antibióticos.
• O AV também nos informa sobre guerra. Uma variedade de dispositivos como a flecha com um
tubo de veneno (apāskambha), rede com veneno e armadilhas de gancho, uso de insetos
espalhadores de doenças e telas de fumaça têm lugar no AV saṃhita (por exemplo, nos hinos IX .
9, IX.10, os hinos triśaṃdi e nyārbudi). Estas referências a práticas militares e ritos associados a
kśatriya foram o que deu ao AV a sua formidável reputação. Na era do Mahabharata que seguiu
pouco tempo depois do fim do período atharvān, existe uma comparação freqüente entre armas e
os mantras dos heróis. Provavelmente, essa comparação foi inicialmente suposta para significar a
aplicação de armas mortais como mencionado na tradição atharvān.
• Vários rituais regulares e especiais dos arianos são um grande interesse do AV, como nos outros
três vedas. Os principais rituais cobertos pelo AV são casamento em kāṃḍa - XIV e o funeral no
kāṃḍa - XVIII. Também existem hinos que são específicos a rituais dos bhṛigu-agnirasas, vṛātyas
e kśatriyas. Um dos mais importantes desses ritos é o Viśhāsahi Vrata, executado para invocar o
īṃdra e o Viṣṇu com os mantras do décimo sétimo kāṃḍa. Os rituais Vṛātya foram executados por
indivíduos que adaptaram-se a um modo de vida nomádico ascético e eram geralmente enviados
em estados vizinhos pelo governante de um estado particular. Eles parecem ter servido um papel
no reconhecimento e negociações com estados vizinhos (compare com jornada do tipo Vṛātya de
Arjuna no principado de Yadu para galantear Subhadra). Finalmente, existem alguns rituais com
alvo na destruição dos inimigos (hinos e ritosAbhichārika) particularmente usando os mantras de
encerramento do sexto kāṃḍa. Enquanto estes favorecem visões tradicionais negativas no AV, em
conteúdo, eles são refletidos por vários outros hinos do Rig como também o Yajuṣes. Além disso,
ritos Abhichārika foram uma parte integral do védico como amplamente atestado na literatura
brāhmaṇa (ver o conto de Yavakrdḍa no Jaiminiya brāhmaṇa). O desenvolvimento dos ritos
Abhichārika à sua forma mais 'moderna' foi vista só na literatura vidhāna e, de fato, começou na
tradição Rigvédica na forma do ṛigvidhāna. O autor do ṛigvidhāna provê uma referência ao
desenvolvimento de ritos similares na tradição AV (as referências ao Agnirasa Krityās). Estes ritos
alcançaram sua culminação no Kauśika e Vaitana Sūtra e em alguns dos Pariśiśhthas (apêndices)
da literatura atharvān. Contudo, estes são removidos dos próprios hinos sugerindo que
representam mais uma incrustação nas práticas atharvânicas que na sua forma original. While in
its most extreme form Atharvanic Predefinição:IAST faded away, it did seed the mainstream Hindu
culture resulting in the origin of the Puranic form of the fire ritual (yaga-s). It also provided the
launching pad for the worship of late evolving popular deities like Kumara and Ganapati to capture
the mainstream Hindu ritual.
• Excursões filosóficas: O AV fez as mais importantes contribuições ao pensamento filosófico
ariano de todo o Saṃhitās. Uma das mais espetaculares expressões disso é vista no hino XII.I, o
hino à deusa Terra ou o Pṛithvī Sūktam usado no rito Aghrāyana. As fundações do Vaiṣeśīkā, o
mais alto dos Darśanas hindus, é expressado no mantra XII.1.26 em que os átomos (Pāmsu) são
descritos formando a pedra, as pedras aglutinando para formar as rochas e as rochas juntas para
formar a Terra. Um pensamento panteístico antigo (meio convergente ao Viṣiśthadvaitins do último
dia) é visto no hino X.7 que descreve a linha comum indo por toda a existência de manifesto e un-
manifesto como o skaṃbha. esse skaṃbha é descrito como derramado do Hiranya Garbha, que foi
o precursor do mundo complexo em uma forma muito simples (X.7.28). (Hiranya Garba = " O
radiante ou dourado ovo ou útero. Esotericamente, a 'névoa de fogo' luminosa ou coisas etéreas
das quais o Universo foi formado.")
Esse Skambha é Indra e Indra é o Skambha que descreve toda a existência. O hino também descreve
uma naturesa panteística dos deuses védicos (X.7.38): skaṃbha é o calor (tāpaḥ) que se espalha pelo
Universo Bhūvana) como ondas de água; as unidades dessa entidade que espalha-se são os deuses até
mesmo como galhos de uma árvore. Este tema que apresenta-se repetidamente em várias interpretações
que abundou em posteriores filosofias hindus e pode ser considerado uma das mais fundamentais
expressões do pensamento védico.
Datação
De alegadas referências astronômicas internas (AVS XI.7), imaginou-se que o período Atharvânico incluiu
a época em que o Pleiades ocupou o equinócio primaveral (aproximadamente 2200 AC). Mais adiante, a
tradição sugere que paippalāda, um dos colecionadores antigos, e Vaidharbhī, um dos recentes
contribuintes associados com os textos Atharvânicos, viveram durante o reino do príncipe Hiranyanabha
da dinastia Ikshvāku, interpretado com o significado de que a principal composição do AV já estava
completa em pelo menos 1500 AC.
Enquanto estas aproximações não são aceitadas amplamente como válidas, está claro que o texto
principal do AV não é particularmente recente na tradição védica Saṃhitā, e cai no clássico período dos
Mantras do Sânscrito védico no 2o milênio AC - aproximadamente contemporâneo com os mantras
Yajurveda, o Khilani Rigvédico, e a redação do Sāmaveda.
O Atharvaveda é também o primeiro texto índico a mencionar ferro (como śyāma ayas, literalmente
"metal preto"), de forma que consenso escolar data os hinos do Atharvaveda à Idade do Ferro Indiana,
correspondente ao período de tempo dos séculos 12 AC ao 10 AC ou o antigo reino Kuru.
Durante sua tradição oral, contudo, o texto foi corrompido por adições posteriores, consideravelmente
mais que os outros Vedas, e é somente com filologia comparativa das duas versões sobreviventes que
pode-se esperar uma aproximação da leitura original.
Edições
O texto Shaunakiya foi editado em 1960–62 por Vishva Bandhu, Hoshiarpur.
A pilha de conteúdo do texto paippalāda foi editada por Leray Carr Barret de 1905 a 1940 (livro 6 por
Edgerton, 1915) de um único manuscrito śāradā da Caxemira (agora em Tubinga). Esta edição está fora
de época, desde que vários outros manuscritos foram descobertos em Bihar, Bengala e Orissa desde
então. Alguns manuscritos estão no Museu do Estado de Orissa, mas muitos manuscritos estão em
possessão privada, e são mantidos escondidos por seus donos. Muitos manuscritos foram coletados pelo
Prof. Durgamohan Bhattacharya de Bengala enganando seus donos, como contado pelo seu filho Dipak
Bhattacharya em 1968 (abaixo), que descreve o roubo como valorosa valentia:
"... A sabedoria dos aldeões, nas possessões dos quais muitos importantes manuscritos continuam, é
geralmente pouco clara acerca de suas possessões ...Prof. Bhattacharya assegurou um manuscrito de um
Brahmin analfabeto com a promessa de retorno ..." (ver: Zehnder (1999), p.19)
Os livros 1–15 foram editados por Durgamohan Bhattacharya (1997). Existe uma edição provisória do
livro 20 por Dipak Bhattacharya.
Os livros 2 e 5 foram editados e traduzidos por Thomas Zehnder (1999) e Alexander Lubotsky (2002),
respectivamente.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Vedas
15-12-2006 16:28:52

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