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RESUMO EM TÓPICOS – PROVA 1 – ECONOMIA SOLIDÁRIA

PAUL SINGER – INTRODUÇÃO A ECONOMIA SOLIDÁRIA – CAP 2


- A economia solidária nasce depois do capitalismo industrial
- Industriais mais esclarecidos propunham leis de proteção aos trabalhadores
- Robert Owen propõe auxiliar vítimas da pobreza e do desemprego (após o período de
guerra)
- 1817 – Owen propõe compra de terras para criação de aldeias
- Owen vai para os EUA implementar um tipo de aldeia cooperativa (aquilo que ele desejava
ser a sociedade do futuro)
- O Owenismo foi assumido pelo crescente movimento sindical e cooperativo da classe
trabalhadora
- As greves promoviam a autogestão
- O cooperativismo, em seu berço ainda, já se arvorava como um modo de produção
alternativo ao capitalismo (no texto de Glaus Germer, há uma crítica sobre isso)
- Origem histórica da economia solidária  Cooperativismo revolucionário (Robert Owen)
- Charles Fourier  Sua ideia central era que a sociedade se organizasse de uma forma que
todas as paixões humanas pudessem ter livre curso para produzir harmonia universal
- Propriedade acionária – propriedade privada e a liberdade industrial para mudar de trabalho
 Falanstério, ou seja, uma variedade de socialismo de mercado
- Ninguém dependeria do trabalho pra viver  Renda cidadã
Owen, Fourier e Saint-Simon  Clássicos do socialism utópico

A ECONOMIA SOLIDÁRIA: UMA CRÍTICA MARXISTA – GLAUS GERMER


- Ele critica as tentativas de teorizar a economia solidária ignorando a crítica marxista
- Faz críticas as concepções de Singer
- Germer fazer críticas à concepção das lutas dos trabalhadores pelo socialismo como um
desenvolvimento da economia solidária e a concepção da cooperativa de produção como
forma típica do modo de produção capitalista
- Para ele, não é verdade que a formação das cooperativas tenha sido a forma de luta única e
predominante
- Germer afirma que propostas utópicas baseadas no cooperativismo ao eixo-central
converteram-se, a partir de então, objetivamente, em obstáculos ao avanço da luta pelo
socialismo pois desviavam-se os esforços dos trabalhadores da esfera significativa da luta
pelo poder do estado.
- Glaus Germer afirma que o cooperativismo em nenhum momento foi capaz de catalisar um
processo significativo de mudança social dirigido pela classe trabalhadora
- As crises prolongadas do capitalismo geram a difusão de “soluções milagrosas e
oportunistas”
- A difusão da economia solidária pode ser interpretada como um sintoma do recesso
momentâneo da consciência de classe do proletariado
- Adotar a economia solidária como estratégia de transição prejudica as condições de luta dos
trabalhadores
- A economia solidária não é uma “criação em processo contínuo de trabalhadores em luta
contra o capitalismo
- A cooperativa de produção é incapaz de construir uma via de superação do capitalismo

COOPERATIVAS E SOCIALISMO – JOÃO MACHADO


- Avalições de algumas ideias centrais que tem sido defendidas pelo professor Paul Singer,
em sua elaboração de uma tática de luta pelo socialismo, relativas, sobretudo, ao papel das
cooperativas
- Sobre os implantes socialistas: Ao mesmo tempo que começaram a desenvolver essas
instituições que contradizem a lógica do capitalismo tomando por base a luta dos
trabalhadores, começou também o esforço por parte dos burgueses, ou dos setores sociais
identificados com o capitalismo, de esvaziar essas instituições de seu conteúdo
anticapitalista, e inclusive integrá-las à lógica capitalista. Para isso, contribui a própria
dominância das instituições capitalistas
- O caráter anticapitalista de instituições que funcionam sob a hegemonia capitalismo, não se
mantêm sem luta.
- João Machado mostra que Singer critica o planejamento central e defende o mercado em
uma economia socialista: “Temos de repensar a forma dialética de combinar concorrência,
sim, com solidariedade”.
- João Machado afirma que a introdução de mecanismos mercantis não ajudaria a resolver os
problemas da ultracentralização, como provavelmente poderia aumenta-los
- João Machado critica a visão de Singer de que: “o mercado como um elemento permanente
do socialismo, considerado necessário para garantir liberdade”
- Para João Machado, um planejamento centralizado democrático certamente teria que
conseguir manter um grau de decentralização muito alto.
- Construir este tipo de planejamento não será muito fácil, mas parece mais promissor do que
confiar no mercado
- João Machado questiona a ideia da competição das cooperativas no próprio mercado
capitalista como elemento da luta pelo socialismo
- João Machado afirma que todos os implantes socialistas são frágeis e estão sujeitos a
descaracterização
- Critica a ideia de que o objetivo do socialismo seja o de criar cooperativas capazes de
competir em igualdade de condições com empresas capitalistas no mercado capitalista
- João Machado propõe mudança ideológicas e culturais que tornem viáveis a manutenção
dos implantes socialistas
- Propõe limitar o direito que as empresas hoje têm de forma irrestrita de demitirem
trabalhadores
- João Machado também propõe submeter o sistema bancário e financeiro ao controle público
– crédito é essencial

OS MEIOS QUE SE PERDERAM DOS FINS – MARIA CRISTINA SOARES


PANIAGO
- Analisa a possibilidade de se alcançar a emancipação dos trabalhadores através da criação
de mecanismos de participação democrática nos marcos do capitalismo
- Autogestão  coincidem com os desdobramentos da crise estrutural do capital
- Autogestão  mecanismo remediador no combate ao desemprego
- Experiências de autogestão desviam o foco da luta de classes do confronto com a lógica do
capital
- Inovações democráticas  Pretensão de ampliar o controle da sociedade civil sobre o
Estado e o mercado
- Autogestão  Os trabalhadores passam a se envolver com essa modalidade de propriedade
priva dos meios de produção por falta de opção diante do desmprego
- Autogestão tem se apresentado como medida remediadora diante dos efeitos da crise do
capital
- Se trata de uma socialização do ônus da crise do capital
- Imposta pelas circunstâncias e não uma opção estratégica emancipatória
- As cooperativas permanecem subordinadas à concorrência capitalista
- Paniago dá exemplo de cooperativas e mostra que existem busca diária e contínua de se ter
resultados para sobreviver enquanto empresa e enquanto cidadão
- Trabalhador contra trabalhador: autoexploração do trabalho
- Autogestão  Trabalhadores mantêm a “necessidade contraditória de governar-se a si
mesmos. Alteração da estrutura hierárquica dentro da empresa
- Mesmo sendo autogestão pelos trabalhadores, o capital orienta todos os processos
- A democratização do poder almejada vê-se, portanto, comprometida pela ilusória
autonomia do trabalho diante do capital
- Experiências de autogestão pode gerar um maior aprofundamento da submissão ao capital
e uma exploração mais perversa sobre o trabalho
- Os novos controladores do capital passam a ser controlados por ele, sem que tenham
consciência.
- Isso desvia as energias da luta de classes

A ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO POLÍTICA PÚBLICA – ROSANGELA NAIR


DE CARVALHO BARBOSA
- A economia solidária pode até apresentar um modo de produzir, mas não um modo de
produção diferente, e só pode ser compreendia como totalidade
- A interação entre economia solidária e produção capitalista tende a se realizar em dois
sentidos: “Por meio de relações de subcontratação e para redução de custos de reprodução
do trabalhador”.
- Cooperativização: Vertente pouco crítica e esclarecedora
- Estratégia pouco clara de enfrentamento
- Oligopolização das empresas de ponta: acolhe regressividades sociais como trabalho social,
temporário e subcontratado
- Ao desemprego associa-se a precarização baseada na degradação das condições e relações
de trabalho, que reestrutura o mercado e aumenta a heterogeneidade social com trabalhos
parciais, terceirizados, temporários, com sérias consequências para os processos de
solidariedade e de formação de identidade coletivas entre os trabalhadores
- Crise de acumulação (nas 3 últimas décadas) contornada com o aumento dos rendimentos
do capital às expensas do desemprego e da precarização do emprego
- A informalidade articula-se geneticamente ao processo de dominação social e passa até ser
necessária ao capital
- Cada vez mais o capital e sua lei do valor necessitam do trabalhador, mais recorrem cada
vez mais ao trabalho parcial ou precarizado
Ativaidades de sobrevivência  vinculam-se à produção capitalista pela via da troca para
para sobrevivência no mercado e, dada sua baixa incorporação tecnológica, tem de produzir
mais que outros agentes presentes na troca
- As cooperativas de trabalho em domicílio dependem das relações de subcontratação com
grandes empresas, podendo integrar o próprio processo de trabalho da contratante
- Pequenas empresas, cooperativas e associações permanecem na informalidade  Interesse
para a economia tradicional
- O Estado viabiliza a extração do sobretrabalho
- Os anos 1990 firmam o processo de aprofundamento do desemprego prolongado e da
inserção do país no campo das estratégias de liberalização política e econômica que já
marcavam os países centrais
- Desregulamentação social para transferência de renda ao capital
- Empreendedorismo  É um desdobramento da ideologia e institucionalidade neoliberal
voltada para a liberalização da economia e a quebra das regulamentações sociais
- A partir dos anos 80, houve uma ampla divulgação do empreendedorismo
- Empreendedorismo  Constitui de fato uma alternativa de ocupação imposta pela agenda
burguesa

OS FIOS INVISÍVEIS DA PRODUÇÃO CAPITALISTA: MARIA AUGUSTA


SOARES – CAPS 1 e 2
- Informalidade é uma produção do capital
- Para Marx, produtivo é o trabalho que se troca por capital e cujo resultado de sua atividade
pertence a quem contrata o trabalho
a) Trabalho Produtivo  Utilizado no processo imediato de produção de mercadorias;
mercadorias que se destinam às necessidade do estômago ou da fantasia
b) Trabalho Improdutivo  Todos aqueles trabalhadores ligados às esferas de circulação do
capital, isto é, às formas capital-dinheiro e capital-mercadoria. Ligados à realização da
produção ou das atividades suportes.
- Nesta era de acumulação flexível, o trabalho informal, longe de ser suplementar ou
intersticial, tende a ser cada vez mais incorporado pelo núcleo capitalista
- Com grande volume de desempregados, prolifera-se cooperativas, empresas familiares,
trabalho domiciliar, micro e pequenas empresas
- A flexibilização invade a organização da produção, fragmentando e desqualificando o
trabalho, promovendo o desemprego e a reemergência de velhas formas de trabalho
precarizado
- O Estado cria mecanismos legais que permitem à produção capitalista a utilização de
trabalho informal
- As práticas capitalistas precisam de legitimidade social, intelectual e moral para utilizar
essas práticas de trabalho
- O setor informal se restringe às práticas de sobrevivência. Tende a se generalizar pela sua
funcionalidade ao capital
- Setor informal  Conjunto de indivíduos ou pequenas empresas que se dedicam a
atividades não regulamentadas, de fácil acesso e baixo nível de capitalização, tecnologia e
produtividade, que oferece precárias condições de estabilidade, ocupação e renda aos seus
trabalhadores
- No interior da produção capitalista “a formalidade e a informalidade coexistem, subsidiam-
se, interpretam-se e não indissociáveis
- Terceirização  Informalidade se torna uma forma adequada ao capital. Em vez da compra
direta da força de trabalho, compra-se trabalho.
- O setor informal é reivindicado como uma ação complementar à proteção social
- Setor informal  uma forma inerente ao capital
- Trabalho informal  De caráter flexível e poderá vir a ser algo moderno
- Graças a flexibilização e à desregulamentação, o capital tem transformado relações formais
em informais
- Formas cooperativas e trabalho domiciliar nem de longe indicam superação do capital
- O capitalismo desemprega no regime de mais-valia relativa, ao passo que expande
atividades informais no regime de mais-valia absoluta
- O capital movimenta por fios invisíveis outro exército de trabalhadores domiciliares
espalhados pelas grandes cidades e pela zona rural
- A flexibilização muniu o capital de mecanismos que permitem maximizar a exploração e
também mais-valia, mediante relações informais que se verificam na pequena empresa, no
trabalho autônomo, no trabalho domiciliar, nas cooperativas etc., como que se amplia o
domínio do trabalho abstrato
- Formas retrógradas articuladas à grande indústria pelo capitalismo contemporâneo,
mediante estratégias atuais de exploração
- Há uma coexistência necessária entre trabalho produtivo e improdutivo
- O trabalho que é comprado pelo capital, que gera valor de troca e que vai ser incorporado
ao processo capitalista de produção, é trabalho produtivo
- É importante ressaltar que o trabalho produtivo não é apenas aquele que produz o conteúdo
material da riqueza
- O fato de não produzir mais-valia não faz com que os trabalhadores improdutivos escapem
à exploração
- Produtivo Esfera da produção
- Improdutivo  Esfera da circulação
- Forma mais adequada de exploração capitalista no atual momento  Transformar
trabalhadores em pequenos empresários
- A disseminação da pequena empresa, da cooperativa, do trabalho domiciliar e de outras
práticas utilizadas pela terceirização, além de objetivamente, maximizar a exploração, ainda
cumprem a função ideológica de alterar a realidade em prol das políticas que respondem aos
interesses dominantes
- Lei geral de valorização  Capital dinheiro, capital produtivo e capital mercadoria
- Só é possível pensar o trabalho informal como uma forma inerente à totalidade da produção
capitalista
- Os artifícios à disposição da acumulação flexível possibilitam um exército de trabalhadores
sem nomes, sem rostos, sem registros e, consequentemente, sem necessidade de proteção
social

TRABALHO INFORMAL: MARCOS ANTÔNIO TAVARES SOARES – CAP 2


- Sobre o trabalho informal, desemprego: É importante observar que boa parte do discurso
atual trata esses mesmos homens e mulheres como responsáveis pelo estado em que se
encontram, esquecendo-se do processo histórico que influiu neste resultado, e das leis de
funcionamento do capitalismo que produzem o “ Exército Industrial de Reserva”.
- O autor mostra que Marx já relatava práticas de trabalho informal e fala que formas de
trabalho que fogem de regulamentações oficiais se faziam presentes em séculos anteriores
- O Processo continuado da acumulação levou, e continua a fazê-lo, à produção de uma
“população excedente”, superpopulação relativa e/ou exército de reserva
- Criação de uma superpopulação como resultado dinâmico capitalista ser intensiva em
capital
- É certo que resta o trabalhador buscar alternativas de ocupação que vão constituir o que se
conhece por subemprego, trabalho informal, economia subterrânea
- Só há o exército de reserva porque a acumulação e reprodução do capital não têm como
empregar a todos, mesmo porque foge da sua lógica ter toda a classe trabalhadora ocupada

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