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Apresentação
E conclui: "a realidade social é mais rica, mais variada, complexa do que a
imagem simplificada que propõem todos os sistemas de explicação."
Outros livros de René Rémond vieram enriquecer a historiografia francesa mais
recentemente: em 1982, volta a um dos seus temas prediletos, As direitas na França
(Les droites en Franoe); em 1988, Pour une histoire politique, obra coletiva que
representou uma tomada de posição em defesa da história política, erroneamente
confundida com a histoire événementielle ou histoire bataille, combate esse oportuno e
necessário; em 1991 (A. Fayard), um ensaio bastante abrangente intitulado Notre siècle
(1918-1991) e, finalmente, em 1993 (Calmar-Lévy) La politique n'est plus ce qu'elle
était, que reflete a França convulsionada dos últimos vinte anos. Crise ou mudança
profunda do curso da história? História, como a francesa, marcada pelo conflito, pelo
embate, pelas oposições acirradas. Afinal de contas, indaga e argumenta: o que
aconteceu com a esquerda e com a direita? E conclui, com mais uma pergunta: a França
será ainda a França? (La Franoe est-elle toujours la France?)
Mas é a René Rémond que cabe a palavra e a nós o privilégio de ouvi-Ia. O
nosso historiador, cientista político e cidadão, é um analista consumado dos
acontecimentos, isto é, da conjuntura, dos fatos quentes saídos do forno, dos dados
eleitorais como eles se expressam nas urnas, participante assíduo dos programas
políticos na televisão, sobretudo France 2, aquele que há vários anos, uma vintena ou
mais, ausculta a opinião pública, tece comentários, tira conclusões e, também, faz
opinião pública. A René Rémond, nossa modesta saudação e a homenagem de nossa
admiração.