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Didática Geral
Abordagem Comportamentalista
1. Características gerais
O conhecimento é uma “descoberta” e é nova para o individuo que a faz. O que foi
descoberto, porém, já se encontrava presente na realidade exterior. Considera-se o organismo
sujeito às contingências do meio, sendo o conhecimento uma cópia de algo que simplesmente é
dado do mundo externo. Os comportamentalistas consideram a experiência planejada como a
base do conhecimento, o conhecimento é resultado direto da experiência.
2. Homem
O ideal é transferir-se o controle da situação ambiental para o próprio sujeito de forma que a
pessoa se torne auto-controlável, auto-suficiente, a não aceitação dessa responsabilidade deixa
que o controle seja exercido por outras pessoas. O homem é considerado como o produto de um
processo evolutivo.
3. Mundo
A realidade, para Skinner, é um fenômeno objetivo; o mundo já é construído, e o homem é
produto do meio. O meio pode ser manipulado. O comportamento, por sua vez, pode ser mudado
modificando-se as condições das quais ele é uma função, ou seja, alterando-se os elementos
ambientais.
4. Sociedade-cultura
Para Skinner, o ambiente social é o que chamamos de cultura. A cultura é entendida como
espaço utilizado no estudo do comportamento. É um conjunto de contingências de reforço. A
sociedade ideal para Skinner, é aquela que implicaria um planejamento social e cultural.
Qualquer ambiente, físico ou social, deve ser avaliado de acordo com seus efeitos sobre a
natureza humana. A cultura, em tal abordagem, passa a ser representada pelos usos e costumes
dominantes, pelos comportamentos que se mantém através dos tempos porque são reforçados na
medida em que servem ao poder.
O individuo tem seu papel nesse planejamento sócio-cultural, que é ser passivo e respondente
ao que dele é esperado. É ele uma peça numa máquina planejada e controlada, realizando a
função que se espera que seja realizada de maneira eficiente.
5. Conhecimento
Para Skinner, o comportamento é um desses objetos de estudo que não pede método
hipotético-dedutivo. O conhecimento, portanto, é estruturado indutivamente, via experiência.
6. Educação
O sistema educacional tem como finalidade básica promover mudanças nos indivíduos,
mudanças essas desejáveis e relativamente permanentes, as quais implicam tanto a aquisição de
novos comportamentos quanto a modificação dos já existentes. O objetivo último da educação é
que os indivíduos sejam os próprios dispensadores dos reforços que elicitam seus
comportamentos.
7. Escola
A escola é considerada e aceita como uma agência educacional que deverá adotar forma
peculiar de controle, de acordo com os comportamentos que pretende instalar e manter. Cabe a
ela, portanto, manter, conservar e em parte modificar os padrões de comportamentos aceitos
como úteis e desejáveis para a sociedade.
A escola está ligada a outras agências controladoras da sociedade, do sistema social e depende
igualmente delas para sobreviver. Essas agências, por sua vez, necessitam da escola, porque é a
instituição onde as novas gerações são formadas. Não é necessário a ela oferecer condições ao
sujeito para que ele explore o conhecimento, explore o ambiente, invente e descubra.
8. Ensino Aprendizagem
A aprendizagem pode ser definida como uma mudança relativamente permanente em uma
tendência comportamental e/ou na vida mental do individuo, resultantes de uma prática
reforçada. Ensinar consiste, assim, num arranjo e planejamento de contingência de reforço sob as
quais os estudantes aprendem e é de responsabilidade do professor assegurar a aquisição do
comportamento.
9. Professor-aluno
10. Metodologia
Como princípio tem-se que a matéria a ser aprendida seja dividida em pequenos passos a fim
de ser possível reforçar todas as respostas e todos os comportamentos operantes emitidos pelo
aprendiz.
11. Avaliação
A avaliação surge como parte integrante das próprias condições para a ocorrência da
aprendizagem, pois os comportamentos dos alunos são modelados à medida em que estes têm
conhecimento dos resultados de seu comportamento.
O meio pode ser controlado e manipulado e, consequentemente, também o homem pode ser
controlado e manipulado. Educação, ensino-aprendizagem, instrução, passam, portanto, a
significar arranjo de contingências para que transmissão cultural seja possível, assim como as
modificações que forem julgadas necessárias pela cúpula decisória.
Como conseqüência dessa abordagem, fica claro que o que não é programado não é desejável.
Encontra-se aqui ênfase no produto obtido, na transmissão cultural, na influência do meio, sobre
o que será aprendido o que deverá ser transmitido às novas gerações.
Abordagem Cognitivista
1. Características gerais
O termo “cognitivista” se refere a psicólogos que investigam os denominados “processos
centrais” do individuo, dificilmente observáveis, tais como: organização do conhecimento,
processamento de informações, estilos de pensamento etc. Uma abordagem cognitivista implica,
dentre outros aspectos, se estudar cientificamente a aprendizagem como sendo mais que um
produto do ambiente, das pessoas ou de fatores que são externos ao aluno.
Como seus principais representantes têm-se o suíço Jean Piaget e o norte americano Jerome
Bruner. Grande parte das conquistas teórico-experimentais dessa abordagem foi obtida no
CIEEG, Centro Internacional de Estudos de Epistemologia Genética, com sede em Genebra e em
funcionamento desde 1955.
2. Homem e mundo
3. Sociedade-cultura
Da mesma forma que a evolução ontogenética ocorre no sentido de uma maior mobilidade
intelectual e afetiva, de um adualismo inicial até a formação do pensamento hipotético-dedutivo,
a abertura a todos os possíveis, o desenvolvimento social deve caminhar no sentido da
democracia, que implica deliberação comum e responsabilidade pelas regras que os indivíduos
seguirão.
Os fatos sociológicos, pois, tais como regras, valores, normas, símbolos etc. De acordo com
este posicionamento, variam de grupo para grupo, de acordo como o nível mental médio das
pessoas que constituem o grupo. Da mesma forma que se podem encontrar maneiras diferentes
dos seres humanos viverem juntos, que vão desde a anarquia, passando pela tirania até a
democracia, verifica-se igualmente, no desenvolvimento ontogênico, fases caracterizadas por
anomia, passando pela heteronomia até atingir, a autonomia.
4. Conhecimento
5. Educação
Uma educação assim concebida é a que procurará provocar nos alunos, constantemente, busca
de novas soluções, criar situações que exijam o máximo de exploração por parte deles e
estimular as novas estratégias da compreensão da realidade.
6. Escola
Segundo Piaget, a escola deveria começar ensinando a criança a observar. A escola deveria
dar a qualquer aluno a possibilidade de aprender por si próprio, oportunidades de investigação
individual, possibilitando-lhe todas as tentativas, todos os tateios, ensaios, que uma atividade real
pressupõe. Isso implica diretamente que a motivação não venha de fora, mas lhe seja intrínseca,
ou seja, da própria capacidade de aprender.
As diretrizes que norteariam uma escola piagetiana seriam, trabalho em grupo, diretividade
seqüencial e consecução de alto nível de interesse pela tarefa.
7. Ensino-aprendizagem
8. Professor-aluno
Cabe ao aluno um papel essencialmente ativo e suas atividades básicas, entre outras, deverão
consistir em: observar, experimentar, comparar, relacionar, analisar, justapor, compor, encaixar,
levantar hipóteses, argumentar etc.
9. Metodologia
O desenvolvimento humano que traz implicações para o ensino. Uma das implicações
fundamentais é a de que a inteligência se constrói a partir da troca do organismo como o meio,
por meio das ações do indivíduo. A ação do indivíduo é o centro do processo e o fator social ou
educativo constitui uma condição de desenvolvimento.
10. Avaliação
A avaliação terá de ser realizada a partir de parâmetros extraídos da própria teoria e implicará
verificar se o aluno já adquiriu noções, conservações, realizou operações, relações etc. O
rendimento poderá ser avaliado de acordo como a sua aproximação a uma norma qualitativa
pretendida.