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Apontamentos de Diplomática, matéria inteira.

Teste 6 Novembro

Suportes de escrita:

- Tabuinhas enceradas: As tabuinhas enceradas foram o primeiro grande meio de


apontamento escrito e tinham como função a anotação de coisas temporárias, ou seja, nada
que fosse duradouro era inscrito nas mesmas pois degradar-se-iam muito facilmente.

Era colocado sobre as tabuinhas cera de abelha, pigmentada depois com uma cor escura para
que se pudesse ler o que estava nelas inscrito. Faziam-se inscrições na tabuinhas com um
estilete não molhado, pois o suporte era cera. Para apagar o que estava escrito para poder
escrever de novo, era usado o estilete para alisar a cera. Estas tabuas podiam vir em conjuntos
de 2, 3 ou mais tabuas ( dípticos, trípticos e polípticos). Um “códex” era um conjunto
interligado de tabuas.

Papiro: O papiro é um suporte escrito vegetal feito a partir de uma planta com um cal grosso e
sumarento por dentro. O papiro tinha uma textura fibrosa e para a sua produção cortava-se o
cal tenro da planta.

O processo era cortar este cal em tirinhas, prensando-as de seguida de modo a que formassem
uma folha una, este processo tinha de ser feito de forma relativamente rápida por causa do
processo de oxidação.

O começo da utilização do papiro deriva do 3º milénio a.C e vai até ao século XI.

A forma de escrever sobre o papiro era com pincel, ou então com cal, forma que era mais
rápida que o pincel. Os rolos de papiro, eram guardados em “capsas” o que vai mais tarde dar
origem à palavra “caixa”

Os rolos (Volumen, é a sua designação) podiam ser desenrolados manualmente ou com a


ajuda de varetas que estavam presas à parte de cima e à parte de baixo do papel ( varetas
designava-se de ubilicum). A formação destes rolos consistia na colagem das folhas umas às
outras, sendo estas escritas na parte interna.

Pergaminho- Era feito com pele de animais, especialmente de ruminantes pois estes não
tinham muita gordura junto à pele, o que era fundamental para o fabrico do pergaminho. Apos
ser retirada a pele ao animal, a pele levava um banho de calpara retirar os pelos da epiderme.
O pergaminho veio substituir o papiro.

Papel-

Aquando o surgimento do papel, este era fabricado em condições rudimentares, em moendas.


Mós. Era obtido a partir de bocados de tecido que eram triturados e juntos com água
posteriormente. Neste período o papel não era homogéneo.

A partir do seculo XV o papel começa a ganhar qualidade e só aqui ficou a ser maleável, e
assim os documentos passaram a ter alguma qualidade e a ser mais duradouros.

No século XVII o papel ja era muito superior, mesmo em arquivos. Aqui verifica-se o começo
do fim do pergaminho, abandonado pelos tabeliães.

A partir do seculo XVIII apuram se as técnicas de branqueamento e neste seculo o papel era ja
mais branco que no seculo XIX.

A desvantagem do papel em relação ao pergaminho é a sua resistência.


O uso do papel também se torna mais usual por causa da imprensa. E no papel escreve-se com
quase tudo o que também facilita os meios de escrita. O que difere do primeiro papel para
este é a resistência e a homogeneidade.

Documentos jurídicos:

Os documentos jurídicos são o acto jurídico per si e a prova do acontecimento do mesmo. São
o negócio documentado e a documentação do negócio.

A formulação de um documento jurídico tem duas fases:

- O requerimento

- Componente de documentação

Actor= actor jurídico – Entra na Actio

Auctor= Poe a escrito a decisão do actor jurídico.

Actio= acção

Conscrpitio= Documentação

Actio:

1- Petitio- Requerimento
2- Intercessio- Intervenção de terceiros em favor da petição.
3- Interventio- Intervenção de terceiros por obrigação legal, no caso de a decisão tomada
interferir com parâmetros que envolvam mais pessoas. É um parecer vinculativo antes
da decisao final, e se não houver este passo, a decisão pode ser anulada. Depois deste
passo, o autor jurídico pode tomar a decisão.
4- Iussio- Ordenar, mandar a redacção do documento jurídico.

Concriptio:

1- Grossa – Minuta- Primeira redacção não definitiva do texto, é uma espécie de


rascunho. Isto inclui os nomes das partes e o objecto de redacção. O autor diplomático
redige por ordem do rei. Esta grossa é feita pelo grossator ou dictator. Nesta fase
aparecem apenas os dados, o formulário vem depois
2- Mundum. Esta fase é feita pelo Scriptor, que revê a minuta feita pelo grosssator e
acrescenta todos os formulários necessários, de seguida, o documento sobe na hierarquia
para ser revisto e aprovado
3- Recognitio- Assinaturas dos autores diplomáticos e a partir de certa altura do próprio
autor jurídico.
4- Validatio. Colocação do selo autèntico que validava o documento. Quem tinha os cunhos
era o chanceler.
5- Expeditio- Saída do documento para as mãos do requerente perante o pagamento.

Discurso Diplomático:

O autor diplomático pensa que estrutura ha-de dar ao documento. Neste discurso
diplomático há três grandes partes:
I- Protocolo- Não diz respeito ao conteúdo jurídico.
II- Texto
III- Escotocolo
Aqui entram as fórmulas finais

Protocolo: i

A) Invocar o nome de Deus, de onde o seu poder deriva, esta fase é a Invocatio.
B) Nome do autor jurídico e dos seus títulos- é a fase Subscritio ou Intitulatio.
C) Vem o destinatário. Inscriptio
D) Fórmula de saudação- Apenas: Saúde. Salutatio

II- Texto
a) Aqui são incluídas as justificações do acto jurídico Ex: Tendo em conta
que... (não e obrigatória esta fase)
b) Promulgatio, notificação- “sabede que” . Isto aparece em todos os
documentos.
c) Narratio/expositio- Fundamento legal.
d) Dispositio- Componente decisória: “ Eu mando que” “ Eu ordeno que “
e) Sanctio- É a sanção determinada a quem assim não cumprisse.
Iii Escotocolo:
a) Datação- Datatio
b) Validação- Validatio
A indicação do ano é a ultima coisa a aparecer no documento, depois so as
assinaturas dos escritores, isto ate ao tempo do rei assinar as cartas.

Traditio- É a análise do autor jurídico da fase evolutiva do documento.

Pré- originais- Todos os pré originais são falsos pois não têm o símbolo de
autenticação. As minutas são pré originais, ou seja não têm valor de prova.

Originais: São documentos estruturados de forma perfeita, ou seja, não lhes


falta nada e têm as fases todas, incluído a validação por selo. Podem existir
múltiplos originais.
Todos os documentos originais são validados mas nem todos os documentos
validados são originais.

Documentos interpolados: Foram outrora originais, porem, foram falsificados,


o que os torna documentos interpolados.
Copias: São copias dos originais mas não apresentam qualquer sinal de
validação, portanto são considerados documentos falsos.

Copias figuradas:

As cópias figuradas são copias não validas, pelo que serviam simplesmente
para possuir uma estética igual ao do original.
Cópias autênticas: São cópias feitas e validadas, de modo que são
consideradas originais. Isto acontecia quando o documento original estava em
elevado estado de degradação. Estas cópias por norma eram feitas por uma
pessoa diferente da que fez o original, normalmente por notários, de modo a
que passavam a ser documentos notariais.

Falsos- É considerado falso um documento que não apresente as


características de um documento verdadeiro, entre estas o selo

Falsificados:

Entre estes estão alguns documentos verdadeiros que foram falsificados.

Antigamente as pessoas controlavam o tempo através do sol e do sino das


igrejas. Quem tinha este poder era o pároco e o clero em geral. Em meados do
seculo XV apareceram os primeiros relógios públicos mas continuavam a ser
controlados e possuídos pelo pároco, pelo que era este que continuava com a
função de dar as horas à população.
Porem era necessário haver uma data nos documentos jurídicos pois estes
tinham um tempo de prescrição, e no caso de não ter, eram chamadas as
testemunhas.

Existem dois tipos de eras: As regulares e as irregulares


Regulares: Eram bem definidas, os anos eram contados em ciclos, e dentro de
cada ciclo há anos, exemplo disto são os jogos olímpicos. Havia jogos olímpicos
e dai ate aos próximos contava se o primeiro ano desde os jogos de ... o
segundo... o terceiro...
Irregulares: não se consegue contar com precisão, exemplo disto eram os
reinados.

Aqui apareceram as eras lineares ainda usadas hoje em dia. Marca.se um


ponto de referência sem tempo limite.

Calendário solar: inventado por Sosígenes no tempo dos romanos.


Calendário muçulmano: em cada 30 anos, 11 têm 355 dias e os outros 354.
A invenção do calendário solar foi uma necessidade politica.

Kalendas/dia Nonas Idus


1 5/7 13/15

Nos meses de março, maio, julho e outubro era o segundo dia, nos restantes
meses era de outra forma. O primeiro dia das kalendas era o primeiro dia de
cada mês, por exemplo. Kalendas de março eram no dia 1 de março, mas no
dia 27 de fevereiro era o 2 dia das kalendas, no dia 28, o terceiro dia das
kalendas. Assim para os outros dias tambem. Por exemplo , dia 2 se março ja
era o 4 dia das nonas de março. Com a reforma de Júlio Cesar, de 4 em 4 anos
acrescenta-se entre a sexta e a quinta kalenda de março uma nova kalenda,
dai a expressão bissexto. Segunda kalenda de março. Foi também aqui que o
ano passou a começar dia 1 de Janeiro

Historia do alfabeto latino:

O alfabeto latino nasce na cidade de roma como um meio de anotar


transacçoes comerciais, ou seja, por necessidade. Começou com 21 caracteres
e depois com a abertura à grecia, ganhou mais 3.
- Roma torna-se rica em fontes no seculo IV/V
- Inicialmente era feita em estilo “cobra”
- É o primeiro alfabeto indentificavel a escala mundial.

Nesta época romana, os graffitis são fontes fundamentais para podermos


estudar o alfabeto, assim como as provas gráficas nas paredes, bocados de
papiro e tudo passava pela escrita.
Período Romano antigo: Havia duas variantes do alfabeto latino: A escrita
rustica- era solene, utilizada para inscrições de grande importância. E é grande
Capital quadrada. É a nossa matriz do alfabeto actual. É maiúsculo. ( ate
aparecer o minúsculo são mais 1500 anos)

Alfabeto antigo romano cursivo- há pouca informação sobre isto mas era
bastante difícil de ler e baseado em letras maiúsculas. É a escrita sem parar, à
pressa.

Período romano recente: Escrita rustica desaparece, a quadrada mantem-se.


Aparecimento de novos alfabetos: Alfabeto Uncial. É semelhante ao alfabeto
grego

A escrita do dia a dia passa a ser inclinada para a direita em vez de ser para a
esquerda e aparecem caracteres mistos, minúsculos e maiúsculos, ainda que
não haja expressão deles, apenas se sabe da sua existência ( minúsculos)

Testemunhos gráficos guardados nos arquivos dos conventos. Maior parte dos
textos eram bíblicos.

O alfabeto maiúsculo predominante era o Uncial.

Há exemplos de tentativas de criação de alfabetos minúsculos falhadas. A


escrita carolian existiu dos seculos 9 a 11.
É uma escrita minúscula e os grafemas são bastante claros
É uma escrita de comunicação e envio de cartas.

Historia do alfabeto latino II

O alfabeto minúsculo tem origem na chancelaria carolíngia.


Escrita gótica: não e uma variante do latino em termos estruturais, as letras ja
estão estabelecidas. E só esteticamente diferente. Fazem ângulos em todos os
traços. E muito desenhada. E difícil de ler por causa da aparência cerrada.~

Escreveu-se muito sobre a escrita gótica, foi quando se começou a registar


mais número de documentos para analisar. Há mais fontes por causa disso.
Gótico é caligráfico. Maiúsculo: uncial. Maiúsculo: há a solene e a comum.
Intermédias do minúsculo na gótica: semi solenes.
Cursiva: letra rápida. Era cursiva mas não era.

O gótico começa a ser rejeitado no seculo XV com o aparecimento das


humanísticas.

Humanísticas: São importantes porque nasceram quando a imprensa


apareceu. Humanística redonda, é a escrita carolina.
Humanística cursiva só de nome chamavam lhe assim porque era inclinada,
daqui nasceu o itálico.

As letras que transitaram para a imprensa foram: A capital quadrada romana-


Maiúsculas.
Humanística redonda.
Escrita gótica- minúscula caligráfica,
Itálico, para referir citações. Uso de hoje em dia.

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