Você está na página 1de 14

Aula 20/09/2022

Sumário: Introdução à disciplina.


Testes: 3/11, 13/12

Aula 22/09/2022
6 livros acerca dos assuntos diplomática Dom Jean Mabillon
A diplomática é usada para verificar a veracidade dos documentos
especialmente a documentos anteriores ao século 13 esta inspeção usa o
método comparativo. O diplomata também localiza a origem documento
e a sua instituição inerente, com o intuito de verificar a sua veracidade no
caso de não ser uma instituição legalmente habilitada a emitir
documentos irrecusáveis como prova em juízo.

Método:
Características: materiais (selo, tinta, suportes de escrita, linhas e pó de
gesso) e imateriais (escritura discursiva, teor diplomático, caligrafia,
idioma, datas, formulários,
Características internas e externas
Características tangíveis e não tangíveis

Aula 27/09/2022
Tipos de material de escrita: papiro – pergaminho – papel

Tabuinhas: (moldura de madeira com cera negra inserida), de uso


jurídico e temporário. Estas eram usadas até à idade moderna devido à
sua facilidade de uso (escrituras por exemplo). As tabuinhas enceradas,
devido à sua exaustiva utilização, não sobreviveram até hoje, só mesmo as
tabuinhas pintadas devido ao seu conteúdo que outrora fora considerado
definitivo e ao seu armazenamento.

Papiro: frágil e feito de papiro verdadeiro e do caule que era rapado em


diversas tiras e colocadas de forma reticular que depois eram prensadas e
secadas O Papiro foi usado na antiguidade pré-clássica e clássica após os
romanos foi entrando em desuso na idade média apenas de forma
residual tanto após o século não há indícios do uso do papiro. Este foi
substituído na idade media pelo pergaminho.

Pergaminho: Forte, muito resistente, altamente preservante, de


qualidade irregular e com o seu auge na idade média. Feito com o couro
do animal, sendo os animais preferidos os pequenos ruminantes como a
ovelha e a cabra. O processo consistia em eliminar a gordura do couro
com cal e raspado dos dois lados (pelo e carnal). A melhor parte do
pergaminho (lombo e feto) era usado para livros enquanto a parte pior
(axilas e cachaço) era usado para documentos jurídicos.
Predominantemente produzido na Flandres contudo devido ao seu alto
custo devido a este ser elaborado com couro de animais entrou em
desuso face ao papel, no antigo regime e na idade moderna tinha um uso
apenas residual.

Papel: Feito inicialmente com resíduos sólidos urbanos (trapos,


roupas) estes eram levados para um moinho que juntamente
com a água se transformava numa pasta em que depois era feito
o papel. Inventado pelos chineses com casca de arroz que era
trazido através da rota da seda para a europa, os primeiros
vestígios de papel na península ibérica foi encontrada no al-
andaluz. Nos séculos XIII e XIV o papel é maioritariamente de má
qualidade. Nos séculos XIV XV deu-se a democratização das
fábricas de papel e no século XV nota-se um ponto de viragem
do pergaminho para o papel verificamos isso através de uma
melhor qualidade no papel e no seu uso em documentos
definitivos o que implica uma maior procura. Dado que o
pergaminho não conseguia acompanhar esta procura, devido à
sua dificuldade de produção, o papel se tornou mais
predominante como suporte de escrita
Fábricas de papel se localizavam perto de rios, o auge da
qualidade do papel fins seculo XVII inícios século XIX. O papel
perde qualidade no século XIX devido à alta procura que acaba
por prejudicar a qualidade do papel

Génese do Acto Jurídico(Fases textuais)


Chancelaria (aparelho burocrático onde estava o chanceler), por
exemplo, após a morte do rei cabia ao chanceler quebrar todos o
selos reais.
Actio = ação jurídica [Autor Jurídico]
1. Petitio: Qualquer interpelação ao poder soberano tem de
ser através da escrita, ou seja, através de um requerimento
(petitio=petição)
2. Intercessio: Através de intervenções de terceiros na corte
o requerente podia ser favorecido, estes terceiros que o
requerente usufrui para agilizar o processo estavam
discriminados no documento (exemplo: vassalo de Infante
que através do mesmo podia facilitar o despacho)
3. Interventio: caso rei tenha de ouvir outras identidades
estas precisam de dar o seu parecer( exemplo caso uma vila
seja de uma ordem ou de senhor este teria de dar o seu
parecer para o processo ir em frente), ou seja, ao contrario
da intercessio que era uma intervenção de terceiros
optativa a interventio era uma intervenção de terceiros
obrigatória caso o requerente pretender um cargo no
terreno que não pertença ao Rei.
4. Iussio: ordem para conclusão do processo(actio) através
do redator e do escrivão
Conscriptio = documentação [Autor Diplomático]
1. Minuta / Grosso: é usado como rascunho, ou seja, na
minuta descarta o formulário e a data, o redator escreve a
decisão régia com as sanções etc…
2. Mundum: A versão limpa, ou seja, sem remessos passado
a limpo com o formulário e a data incluídos.
3. Recognitio: quem assina por baixo, ou seja, o autor
diplomático, o autor jurídico o redator ou o superior
hierárquico chanceler, contudo, este “reconhecimento não
é obrigatório.
4. Validatio: Quando o documento é selado pelo chanceler
(selo de chancelaria)
5. Expeditio: A entrega em mão do documento ao
requerente

Discurso/ Teor Diplomático


Conjunto de um discurso diplomática: Crísmon:
I – Protocolo(inicio):
1. Invocatio(invocação): Formalidades como: Em nome de
deus, eu nome da santissima trindade do pai filho espirito
santo.
2. Subscriptio + Intitulatio: Titulos da identidade que atribui a
mercê, ou seja, o autor jurídico
3. Endereço (Inscriptio): Destinatário
4. Salutatio (saudação)
II – Texto
1. Arenga/Preâmbulo: considerações de forma ética e moral
(citações), obrigatório em bulas mas raro em outro tipo de
documentos
2. Notificação
3. Narratio/Expositio: Expoem-se os antecedentes da decisão
regia, ou seja, a fundamentação/justificação jurídica.
4. Dispositio(Dispositivo): Expressasse a decisão do autor
jurídico
5. Sanctio(sanção): Consequências por não obedecer e seguir
a decisão estas consequências podem ser materiais e
espirituais
III – Escatocolo
1. Datatio: local: dada em coimbra seguido da data
2. Autoria Diplomatica: referencia ao rei e o individuo
encarregado de recitar o documento (el rey mandou pelo
chanceler/corte/corregedores) e Iide seguida o escrivão
(João domingos a fez)
3. Validatio: Selagem

Aula 6/10
Traditio = Transmissão Diplomática
1º estado do documento
 Minuta: Documento que não é considerado autentico e
perfeito
 Minuta referendada: foi a referendo e foi aprovada, pode
ser considerado um documento autentico, contudo, não é
um documento perfeito e completo, ou seja, é falso

 Nota: Documento notarial tinha de ser elaborado num livro de
forma abreviada e tinha de ser assinada pelo comprador, vendedor,
testemunhas(opcionais) e o notário. Após este processo era
elaborado o documento definitivo, contudo, era necessário a
subscrição notarial para ser considerado um documento autentico.

Original:
É o documento perfeito mas para atingir a perfeição é preciso ser validado
pelas instituições competentes e ser entregue em mão. Um documento
original não precisa de ser único pode ser múltiplo.

Interpolado:
Documento falsificado ou alterado sem justificação pois se for justificado/
ressalvado pelo próprio autor do documento e pelo tabulião.

Cópia Simples:
Transcrição integral do texto sem os meios de validação(sinal do tabulião)

Inserção:
Inserção num texto dum excerto de um texto que não está na
integra( citações copiadas doutros textos por exemplo em testamentos),
contudo, só por se copiar um excerto doutro texto, o documento não é
falso é verdadeiro

Cópia figurada:
Copia tudo do original, usado para decoração

Cópia autêntica:
Uma transcrição integral do original validada por uma identidade
terceira(tabuliães), ou seja, por um tabulião através de um mandato
judicial, era usado para caso o original tivesse danificado ou para a
preservação do original

Coletâneas de Cópias:
O mando do registo através da identidade emissora dos originais,
usado para livros de registo

Cartulário:
Cópias feitas pela identidade recetora
Cartulario Simples: uma copia simples
Cartulario autentico: copia validada por terceiros

Aula 11/10/2022
Cronologia Diplomática
Até ao seculo XIII as datas dos documentos não eram perfeitos pois para
fazerem perfeitos tem de ter ano, mês, dia, dia da semana e hora.
Os dois sistemas da cronologia Diplomática:
Sistema contagem dos anos: Eras
I milénio antes de cristo:
Eras cíclicas regulares(anos são contados por ciclos de anos ex: de quatro
em quatro anos; indictio sistema romano que de 15 em 15 anos para o
fisco) e irregulares (anos são contados sem regularidade ex: apos serem
contados 4 anos são contados em 10 anos; quantos anos está vigente o
papa ano do pontificado)
Eras Lineares: Ponto de referencia inicial em que os anos são contados a
partir desses pontos de referêcia ate se extinguir, o sistema atual do
nascimento de cristo foi criado no seculo VI e só começou a ser usado a
partir do seculo IX.
Eras romana: Sistema desde a fundação da cidade [A.V.C(B. RBE. ONDITA:
Desde a fundação da cidade) que se crê que foi entre 754-753] este
sistema foi usado durante toda a republica, ou seja, ate ao século I a.C. no
século III d.C. quando roma se divide no imperio do ocidente e oriente
surge o sistema deuclesiano (imperador) que será usado até bizancio.
Sistema da era hispânico ou de césar, ou seja, 38 anos antes da era de
cristo, cujo o 1 ano foi quando a penisula ibérica se integrou no imperio
romano. A era hispânica foi usada partir do seculo IX nos documentos
jurídicos até 1422 apenas na península ibérica.

Era Muculmana:
Hégira: o ano I nesta era é em 622 d.C., usada na peninsula a partir de 711
até ao século XII
Era de Cristo: Sistema atual de contagem dos anos só nos finais do seculo
XVI é que o papa abola todos os outros sistemas e estabelece este sistema
como universal. Criado no século XVI d.C. por Monge exíguo um
computista especialista em contagem, insatisfeito com o sistema
diocleciano decidiu descobrir o ano de nascimento de cristo
Estilo da encarnação: onde o ano começa a 25 de março e acaba a 31 de
dezembro estilo pisano(tem-se de subtrair um ano) e florentino 1 se o
documento estiver entre janeiro até 24 de março (tem se de adicionar um
ano)
Estilo da Anetevidade: em que o ano começava a 25 de dezembro a
consequência é que entre 25 a 31 de dezembro temos de adiantar um
ano. Este estilo estabelecido em Portugal por D. João I perdurou entre
1422-1582
Estilo Bizantino: Ano começava em Setembro
Estilo Veneziano: não interessa
Estilo da pascoa da ressurreição: O ano começava no domingo de pascoa,
mais usado no reino de França
Estilo Moderno, estilo da circuncisão(atual): A partir deste estilo(1582)
estabelece-se o calendário juliano e extingue-se todos os outros estilos
começa a 1 de janeiro devido à circuncisão de Cristo

Aula 13/10/2022
Sistema de contagem dos dias, meses: calendários
Calenda = dia 1 de cada mês
Calendário Lunar: Ciclos de 28 dias, total 364 dias, adotado em roma até
35 a.C.
O calendário foi alterado devido ao cônsul estar dependente do pontífice
o que gerava instabilidade politica daí a vontade de Júlio Cesar de o
alterar. Este trabalho de conceber um calendário solar coube a Sosígenes

Calendário gregoriano é o calendário juliano reformado.


A reforma juliana consistiu e colocar um calendário solar que de 6 em 6
anos colocava um dia suplementar.
No concilio de Trento é aberta uma comissão para o calendário em 1582
em que se tirou 11 dias ao calendário com o intuito de ajustar às estações
e restabelecer o inicio do ano no dia 1 de janeiro, estes ajustes só foram
aceitadas pelos países católicos, pois os protestantes e ortodoxos não
aceitaram só no futuro estes países aceitaram.
Nos meses do ano foram acrescentados dias aos 28 do calendário lunar
exceto em fevereiro em que de quatro em quatro anos acrescenta-se 1 dia
aos 28 que se mantiveram.
Designação dos meses vem da calendarização romana em que
predominam deuses exceto nos meses de julho e agosto (Júlio César e
Augusto). Foi com Júlio césar que o ano começava em 1 de janeiro.

Acerca dos dias da semana Portugal sempre seguiu o direito canónico que
consistia em eliminar as referencias aos deuses pagãos. Sábado judaico,
domingo do senhor e feria segunda etc..

Sistema de contagem dos dias do mês:


1 – Kalendas
5/7 – nonas
13/15 – Idus
Março, maio, julho e outubro as nonas são a dia 7 e os
idus a 15

7/5: nonas de maio
3/5: quinto dia das nonas de maio
1/5: de maio kalendas de maio
20/4: 12º das kalendas de maio
13/4: idus de abril
10/4: 4º dos idus de abril
5/4: nonas de abril
3/4: 3º dia das nonas de abril
1/4 de abril kalendas de abril
31/3 2º das kalendas de abril
30/3 3º das kalendas de abril

Aula 18/10/2022
Ate ao aparecimento da imprensa as variantes surgem ao favor das
instituições culturais mas é a partir da imprensa que são determinadas as
letras do alfabeto.
Originalmente o alfabeto latino só se escrevia com maiúsculas a escrita
com minúsculas no alfabeto latino apareceu mais tarde.
Caligrafas: letra bela
Letras caligrafas: letras feitas separadamente com atenção ao
desenho(letra separada)
Caligráfica Solene: com atenção ao desenho com a altura maior que a
largura, comum na escritas góticas.
Letra cursiva comum: Escrita rápida, ou seja, mais inclinada para a
direita(letra pegada)
 Ligaduras: Traços suplementares utilizados na escrita cursiva

Letra cursiva veloz/degradada: A letra não conserva a sua matriz devido à


velocidade com foi escrito

Letra caligrafa Letra cursiva veloz

3 a.C. quando o alfabeto latino se começa a manifestar na península Itálica


esta escrita é uma variação da escrita grega ocidental. Inicialmente tinha
21 caracteres. A expansão geográfica deste alfabeto está coadjuvado da
expansão romana, ou seja, onde há Roma há alfabeto latino.

Período particularismo gráfico: (6 – 8 d.C.) todos os testemunhos estão em


conventos e mosteiros.
Período da escrita carolina: (9-11 d.C.) Carlos Magno
Escritas góticas: (12-15 d.C.)
Escritas humanísticas: (2/2, séc XV d.C.).

Variantes
Romana Antiga:
Rustica(… - 2d.C.)

Capital
Quadrada

Cursiva Romana Antiga


Não há variantes com minúsculas
Apenas duas variantes uma com maiúsculas cursiva e outra com
maiúsculas caligrafas.

Romana Recente(2-5 d.C.):


 Mantem se a capital quadrada
 Maiúscula uncial:
 Desaparecimento da capital rustica
 Aparecimento da cursiva romana recente(aparecimento de uns
caracteres minúsculas
Escritas Conventuais(5-
Dominado pela influencia cultural dos monges irlandeses que iram
evangelizar boa parte da cristandade latina do ocidente, com o
aparecimento do pergaminho.
 Variantes maiúsculas (uncial e quadrada) mantêm-se
 Enorme diversidade de minúsculas caligráficas com invenção de
nexos entre as letras

 Invenção de caracteres em diversas regiões, por exemplo, o W na


grã bretanha
 Na península ibérica, surge a escrita visigótica minúscula caligráfica
e cursiva

Aula 20/10/2022

Escrita Carolina (séc IX d.C.- ½ séc XI)


Área de influencia: antiga região romana, norte a sul da cristandade, norte
de italia, catalunha, povos eslavos e Grã Bretanha.

Minuscula Carolina: alfabeto minúsculo que esta na raiz de todas as


escritas atuais.
A escrita carolina era uma escrita acessível devido à necessidade de
comunicar com povos no império que não eram tão eruditos. A escrita
carolina facilitava a sua leitura cria caracteres dispares um dos outros com
intuito de facilitar a sua legibilidade. Ou seja, a escrita carolina a seguir à
capital quadrada, é a segunda grande marca da escrita latina

Escrita Gótica: (XII-XV)


Originario do império germânico
A escrita fraturada e tende a ser bastante serrada(letras próximas) com
traços grossos e finos, altura maior que a largura, surge em livros e em
códices. Nos manuais universitários era escrito com minúscula caligráfica.
Devido à fraturação a altura ser maior que a largura não existe cursiva
gótica mas sim cursiva de época gótica por consequência dos seus
elementos estilísticos

Escrita gótica italiana: (XIII – XV d.C.)


Escrita gótica com pouca fracturação, altura e largura quase igual(muito
redondas)

Escrita Bastarda: (XV d.C.)


Caligráfica Solene, de luxo e inclinada para a direita apesar de não ser
cursiva o que a destaca das escritas caligráficas.

Escritas humanísticas: (XV-


Nasce no contexto cultural humanístico no séc. XV na Itália apesar do uso
dos clássicos nos códices já se usar minotariamento no sec XIII.
Rejeita estética gotica, através de POGGIO BRACCIOLINI e de NNICCOLO
NICCOLI que rejeitam escrita gótica e adota uma escrita muito semelhante
à Carolina o que hoje se chama também humanística redonda. NNICCOLO
NICCOLI vai também inventar a escrita Itálica uma escrita considerada
cursiva e vai ser usado para legibilidade e destacamento de palavras

Aula 25/10/2022
Aula prática Paleografia

Aula 27/10/2022
Esclarecimento de dúvidas

Nonas de Idus de
Abril 8º 5º 2º Abril
_______ Idus Idus Idus _____
5 de 6 7 8 9 10 11 12 13 de
Abril Abril

Aula 8/11/2022
Aula Prática Escrita gótica cursiva documento 12 e 18

Aula 22/11/2022
Aula pratica paleografia

Você também pode gostar