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DIREITO NOTARIAL E

REGISTRAL
Prof: Ana Carolina
AULA 01
1/2024
Parte I: Introdução
INTRODUÇÃO
APRESENTAÇÃO DA
DISCIPLINA
Objeto de estudo:
1. Qual sua função?
2. É uma disciplina autonôma?
3. Qual sua relação com Direito
Civil?
4. Qual seu objeto?
5. Sua origem histórica.
1. O que é Direito Notarial e Registral?
• A eficiência na administração judiciária é o resultado da junção de
muitas peças, todas elas importantes.
• Como vemos a atividade dos cartórios?
• Os notários e registradores fazem parte desta engrenagem na
condição de profissionais do direito dotados de fé pública.
• São titulares de serviço público delegado, administram os cartórios,
palavra historicamente incorporada nos usos e costumes brasileiros,
originária do latim chartularium, e que, na Idade Média designava a
reunião, em importantes coleções, de documentos.
1. O que é Direito Notarial e Registral?
• Qual relação com Direito Civil?
• Código Civil é a “bíblia” do tabelião,
juntamente com as outras leis
registrais.
• E com Direito Constitucional?
• E com Direito Penal? Art. 241, CP;
Art. 299, CP
• E com a economia?
• o registro público nasceu para servir
à pessoa, espelhando os fatos
jurídicos rela]vos à vida em sua
dinâmica.
1. O que é Direito Notarial e Registral?
• O cartório: palco por excelência para o
grande teatro da vida civil.
• Em sentido técnico, registro público é o
repositório de certos atos ou fatos, lavrado
por oficial público em assentos especiais,
seja à vista dos ^tulos comuns que lhe são
apresentados, seja em razão de
declarações escritas ou verbais das partes
interessada.
• Serve como meio de prova especial, como
instrumento de conservação de documento
e, principalmente, como meio de
publicidade. Pode ser tanto um meio de
defesa, como elemento de garantia e
instrumento de publicidade para que não
se alegue desconhecimento ou ignorância
de sua existência.
1. O que é Direito Notarial e Registral?
• O registro público não é mero repositório de fatos engessados
nas linhas de leis escritas; ao contrário, sempre será o retrato fiel
da vida, notável laboratório humano de mudanças sucessivas e
infinitas, a serviço do qual o direito justifica a sua existência,
como insubs]tuível elemento edificante e pacificador.
• Viabiliza o exercício dos direitos fundamentais.
1. O que é Direito Notarial e Registral?
• Cartório judicial X extrajudicial:
• Os cartórios judiciais, também chamados de ofícios judicias ou
varas, são as unidades responsáveis por praticar os atos
necessários ao andamento de uma ação judicial, auxiliando as
atividades dos juízes.
• Já os cartórios extrajudiciais, que a Lei chama de serviço notarial
e de registro, têm a função de garantir a publicidade,
autenticidade e segurança de atos que resultem em criação,
modificação ou extinção de direitos. Trata-se de atividade
delegada pelo Poder Judiciário, a quem compete fiscalizar a fiel
execução dos serviços prestados.
2. Direito público X privado: é ramo autônomo?
• o ponto nevrálgico da discussão reside na existência, ou não, de
princípios exclusivos norteados a orientar a missão institucional;
• da autonomia notarial/registral reside, dentre outros aspectos,
precisamente:
• 1) no seu objeto/finalidade, qual seja, alcançar a Justiça, como todos
os ramos e o Direito em si pretendem;
• 2) na sua posição no ordenamento jurídico, vale dizer, alocada a
matéria nada menos que no vértice da hierarquia piramidal, na
Constituição da República Federativa
3. Qual função?
• Cartório: palavra originária do latim chartularium, e que, na Idade
Média designava a reunião, em importantes coleções, de
documentos, denominados cartulários;
• Garante a publicidade, eficácia, autenticidade e segurança dos
negócios jurídicos;
• A atividade notarial e registral destina-se a constituir, comprovar e dar
publicidade a fatos e atos jurídicos, bem como servir como meio de
provas, dando segurança às situações jurídicas, prevenindo direitos
de terceiros.
3. Qual função?
• Os atos praticados pelos notários e registradores, são dotados de fé
pública, sendo que gozam de presunção relativa de veracidade,
enquanto não contestados ou até que se prove ao contrário.
• Mesmo sendo um tema pouco explorado, conhecer a função notarial
e registral bem como sua natureza jurídica, se torna essencial, uma
vez que essa função garante a segurança e perfeição dos atos e
negócios jurídicos.
4. Principais normas aplicáveis
• Lei 8.935, de 1994 – Estatuto Profissional dos Notários e Registradores –
Regulamenta o § 1º do art. 236 da Cf/88
• Lei 10.169, de 2000 – Define as normas gerais para fixação dos
emolumentos – Regulamenta o § 2º do art. 236 da CF/88
• Lei 6.015, de 1973 – Lei dos Registros Públicos.
• Lei 9.492, de 1997 – Lei dos protestos de títulos e outros documentos de
dívida.
• Lei 10.406, de 2002 - Código Civil: art. 108 – estabelece a obrigatoriedade
da pública forma nos negócios jurídicos que impliquem instituição,
alteração ou cancelamento de direitos reais sobre imóveis com valor acima
de 30 SM; art. 215 e seus parágrafos – impõem a fé pública, o efeito de
prova plena e estabelece os requisitos mínimos de validade da escritura
pública.
Parte II: Origem
histórica
5. A Origem da Atividade Notarial e Registral
- Os serviços notariais e registrais,
descendem do princípio da civilização
humana que tem por vocação a mediação
dos direitos das pessoas pelo caminho da
paz social;
- Desde a fase dos documentos não-
escritos ou Pré-História, arqueólogos e
cientistas descobriram registros de
representação da vida real nas cavernas,
por meio de pinturas rupestres nas
paredes. Por meio dessas pinturas os
homens expressavam sua vontade, sua
arte, sua religiosidade, bem como os atos
do dia-a-dia, nas atividades realizadas
como caça, pesca e defesa.
5. A Origem da Atividade Notarial e Registral
• Para Lins (2009, p. 15), “a atividade notarial e de registro sempre esteve
associada à própria organização das sociedades, existindo relatos históricos
sobre a função desde as primeiras civilizações”.
• Com o surgimento da escrita, se inicia a fase dos documentos
denominados escritos, embora os não-escritos permaneçam.
• A Convenção nasceu com a humanidade e o tabelião nasceu com a escrita,
pois a sociedade impõe a necessidade da permuta de serviços recíprocos,
atos, deveres e direitos em suas múltiplas manifestações.
• Brandelli (2011, p. 26) relata que “o embrião da atividade notarial, ou seja,
o embrião do tabelião, nasceu do clamor social, para que, num mundo
massivamente iletrado, houvesse um agente confiável que pudesse
instrumentalizar, redigir o que fosse manifestado pelas partes contratantes,
a fim de perpetuar o negócio jurídico, tornando menos penosa a sua prova,
uma vez que as palavras voam ao vento”.
5. A Origem da Atividade Notarial e Registral

• Com o passar dos tempos esse


modelo se tornou insuficiente. A
memória fugaz dos homens, a má-fé,
bem como guerras contínuas, tiraram
dos contratos a estabilidade que era
até então seu mais caro requisito.
• Dessa forma o espírito humano
precisou de outro modo para
perpetuar seus atos. No início como já
falado, a pintura rupestre, depois as
imagens e os hieróglifos. Por fim
aparece o alfabeto com letras ainda
grosseiras, porém poucos o
conheciam e o praticavam.
5. A Origem da Atividade Notarial e Registral
• sabiam registrar em marcas visíveis e duradouras,
a sua vontade, suas estipulações, pois tais linhas
traçadas eram ainda misteriosas para quase todos
• Eram profissionais encarregados de registrar os
fatos, registrar leis, contar façanhas e eternizar a
história; Podia ser em formato de livros em pedra
ou outro, tudo dependia do conhecimento
daquela civilização.
• Na Antiguidade, os escribas eram os profissionais
que tinham a função de escrever textos, registrar
dados numéricos, redigir leis, registros e
contadoria, copiar e arquivar informações. Como
poucas pessoas dominavam a arte da escrita,
possuíam grande destaque social.
5. A Origem da Atividade Notarial e Registral
• Os registros eram feitos em tábuas cobertas de cera, que se
chamavam tabula, tabulários, daí a origem de tabelião, como o
escrivão vem do escrever e o escriturário vem de escriturar.
• Com o crescimento das transações, devido ao aumento da população,
os raros decifradores da escrita se tornaram insuficientes para
receber e retratar todos os contratos. Surge então os auxiliares, para
tomarem notas, ou apontamentos abreviados, surgindo daí o nome
notário.
5. A Origem da Atividade Notarial e Registral
• A princípio a nobreza utilizava seus tabeliães para o registro do boletim de negócios públicos,
sentenças de tribunais, nascimentos ilustres, casamentos, divórcios e afins. Esse boletim era
reproduzido por cópias e se tornaram verdadeiras gazetas diárias espalhadas pelo público.
• De acordo com Machado (1904, p. 16), “Arcadio e Honorio, imperadores romanos, foram os
primeiros a converter o officio de tabellião em cargo público.”
• Justiniano com a compilação das leis vigentes no Corpus Iuris Civilis, torna a atividade uma
profissão regulamentada e sistematizada, atribuindo deveres e a previsão de substitutos, além da
previsão dos primeiros protocolos e do depósito dos documentos em ata pública. (Kümpel et al,
2017, p. 73-76).
• Na França, Carlos Magno e São Luiz em suas épocas correspondentes, reestruturaram o
notariado, definindo as regras para sua atuação. Portugal recebeu a influência do notariado
romano, disciplinando os casos de faltas ou erros cometidos pelos tabeliães. (Machado, 1904, p.
15).
• No Brasil, com a edição da Lei de 11 de outubro de 1827, houve a regulamentação do provimento
dos ofícios de Justiça e da Fazenda, onde os mesmos deixam de ser conferidos como títulos de
propriedade, exigindo que aquele a ser nomeado tenha idoneidade para tal.
Parte III: Teoria Geral
Conceitos e fundamentos

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