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Universidade de São Paulo

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Eunice Liu

São Paulo, 2013


DESIGN GRÁFICO
Eunice Liu

DESIGN GRÁFICO

Dissertação apresentada à
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade de São Paulo
para obtenção do título de Mestre
em Arquitetura e Urbanismo.
Design e Arquitetura

Orientador Vicente Gil Filho

São Paulo, 2013


Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial
deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico,
para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

oi@euniceliu.com.br

Liu, Eunice
L783d Design gráfico : processo como forma / Eunice Liu.
– São Paulo, 2013.
192 p. : il.

Dissertação (Mestrado - Área de Concentração:


Design e Arquitetura) – FAUUSP.

Orientador: Vicente Gil Filho

1. Design gráfico 2. Criatividade 3. Artes Gráficas


4. Projeto gráfico 5. Projeto editorial 6. Impressão
7. Reprografia 8. Acabamento (Editoração)
9. Indústria gráfica e editorial I.Título CDU 76
LIU, Eunice
DESIGN GRÁFICO
PROCESSO COMO FORMA

Aprovada em

Banca Examinadora

Professor(a) Doutor (a):

Instituição:

Julgamento:

Assinatura:

Professor(a) Doutor (a):

Instituição:

Julgamento:

Assinatura:

Professor(a) Doutor (a):

Instituição:

Julgamento:

Assinatura:
A Deus.
A você.
Gratidão

A Deus, a Jesus Cristo.

Aos meus avós.


Aos meus pais.
Ao meu irmão Esdras.

À família em Cristo Jesus.


Aos familiares.
Aos amigos.

À USP e à FAU.
Ao professor e orientador Vicente Gil Filho.
Ao professor Francisco Homem de Melo.
“Ó profundidade da riqueza,

tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus!

Quão insondáveis são os seus juízos,

e quão inescrutáveis, os seus caminhos!

Quem, pois, conheceu a mente do Senhor?

Ou quem foi o seu conselheiro?

Ou quem primeiro deu a Ele

para que lhe venha a ser restituído?

Porque dEle, e por meio dEle, e para Ele

são todas as coisas.

A Ele, pois, a glória eternamente.

Amém!”

Bíblia Sagrada, Romanos 11:33 a 36


16
RESUMO

Criatividade no uso de recursos de impressão, reprodu-


ção, gravação, acabamento gráficos, editorial, encader-
nação e materiais, em design gráfico, denominados pro-
cessos, é o tema desta pesquisa. A investigação procede
de projetos resultantes da prática disciplinar e é docu-
mentada por imagem, fotografias, para ciência visual.
Estudos técnico, formal (relativo à forma) e projetual
investigam relações entre processo e forma, resultan-
do em um repertório de parâmetros e possibilidades.
Forma pura é gráfica e a construída, matéria confor-
mada por processos, meios de produção pelos quais se
trabalha forma. Conhecimentos de processos são recur-
sos de projeto, e apropriações criativas destes, qualifi-
cam um bom design.

Palavras-chave: acabamento gráfico, ciência visual, corte,


design, design gráfico, dobra, encadernação, forma, gra-
vação, impressão, materiais, processo, produção gráfica,
projeto gráfico, projeto editorial, reprodução, vinco.

LIU, EUNICE. Design Gráfico: Processo como Forma. 2013.


192 f. Dissertação (Mestrado em Design e Arquitetura) -
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de
São Paulo, São Paulo, 2013. 17
18
ABSTRACT

Creativity in the use of printing, reproduction, engraving,


graphic finishings, editorial, binding and material resour-
ces in graphic design, denominated processes, is the
theme of this research. The investigation is originated
by projects, product of disciplinary practice, and is docu-
mented by image, for visual science. Technical, formal
(related to form), and project studies explore relation-
ships between process and form, resulting in a repertoire
of parameters and possibilities. Pure form is graphic and
constructed form, material shaped by processes, means
of production by which form is tooled. The knowledge of
processes is project resources, and creative appropria-
tions of them, qualify a good design.

Key-words: binding, cut, design, editorial project, engra-


ving, fold, form, graphic design, graphic finishing, graphic
production, materials, printing, process, reproducion,
vi-sual science.

LIU, EUNICE. Design Gráfico: Processo como Forma. 2013.


192 f. Dissertação (Mestrado em Design e Arquitetura) -
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de
São Paulo, São Paulo, 2013. 19
20
SUMÁRIO

RESUMO 17
ABSTRACT 19

1 INTRODUÇÃO 23

2 DESENVOLVIMENTO 33

A IMPRESSÃO 35
B FOTO-GRAFIA 47
C GRAVAÇÃO 53
D ACABAMENTO 59
DOBRAGEM 73
CORTE 83
E EFEITOS 93
F EDITORIAL 97
G ENCADERNAÇÃO 117
H MATERIAL 129
PAPEL 133
DIVERSOS 151

3 REFLEXÃO 177

4 BIBLIOGRAFIA 183
22
INTRODUÇÃO 1

23
24
1

Ciência, conforme definição de dicionário, é “1. um


ramo do conhecimento ou estudo que trata com um cor-
po e fatos ou verdades sistematicamente organizados e
mostra a operação de leis gerais. 2. conhecimento siste-
mático do mundo físico ou material obtido por observação
ou experimentação. […] 4. conhecimento sistematizado
em geral 5. conhecimento de fator ou princípios; conheci-
mento obtido por estudo sistemático” (tradução livre de
www.dictionary.com). Consoante definição arcaica do di-
cionário Oxford, ciência significa “conhecimento de qual-
quer tipo”.
Ciência do design é o conhecimento do design
como disciplina. O dicionário relacional Visual thesaurus
(www.thesaurus.com) relaciona a ciência duas expressões:
skill (habilidade, prática) e scientific discipline (disciplina
científica). Esta informação associa, interessantemente,
de forma não hierárquica, a prática ao conhecimento.
O design, como processo intuitivo projetual, tem, na sua
prática, o objeto de seu conhecimento.
Nesta dissertação, a pesquisa foi realizada a par-
tir do projeto resultante da prática da disciplina, exem-
plos de projetos que empregam e exploram o uso de ma-
teriais, processos de impressão e acabamentos em design
gráfico. Projetos diversos são os dados para a pesquisa,
e foram obtidos em fonte digital, bibliográfica e qualquer
outra, material. O recorte da disciplina de design gráfico
se presta apenas à delimitação de um universo de análise,
não regendo o objeto da pesquisa. Por design gráfico, con-
siderou-se qualquer solução projetada e produzida em di-
mensão plana, ainda que seu formato final não o seja.
Os dados da pesquisa são imagens de fotografia,
documento para conhecimento de design gráfico. A foto-
grafia é, segundo o fotógrafo Walker Evans, um “entendi- 25
mento lírico do objeto, observação experimentada, senti-
mento especial da aura, um olhar que revela o detalhe e
compreensão do conteúdo poético” (RAND, 1996, p. 26). A
fotografia contém o objeto fotografado e, ao mesmo tem-
po, o olhar sobre o objeto. A autora entende que a lingua-
gem visual é a melhor forma de documentação de um pro-
jeto de design e é, em si, informação e ciência da disciplina.
As imagens expõem materiais, processos de im-
pressão, acabamentos, e o olhar da fotografia, suas par-
ticularidades. Exemplificando alguns aspectos de análise:
Como é possível imprimir em serigrafia? Sobre quais tipos
de substrato? Associada a quais recursos? Qual o resulta-
do formal de sua aplicação? Como funciona determinado
mate-rial? A visualidade é entendida como formadora de
conhecimento de design, especialmente por sua prática
realizar-se pela materialização da forma.
Em 1610-1612, Galileo desenhou manchas solares,
a partir de imagens visualizadas por telescópio, e supor-
tou conclusões teóricas, por dados obtidos por observação
empírica. Tufte discorre a respeito dele: “seu argumento
desdobra o dado bruto, o que o olho da fronte registra, em
uma explicação luminosa do mecanismo, o que o olho da
mente visiona, uma profunda lógica visual que produziu
percepções precisas” (TUFTE, 1990, p. 18). A especialidade
médica “Diagnóstico por imagem” realiza diagnósticos a
partir de imagens geradas por instrumentos de captação.
O olhar que vê elucida a ciência daquilo que é visto, que a
imagem representa. E a imagem é informação e evidência
para a ciência.
Diversas disciplinas da ciência são também visu-
ais, ou fazem uso de sua linguagem, seja ela literal ou re-
presentativa. A Astronomia estuda os corpos celestes a
partir da observação de imagens, a Botânica se presta da
observação e representação visual para a ciência das plan-
tas, a Arquitetura tem na representação visual a espaci-
alidade dimensionada, a Música tem no signo visual uma
associação entre imagem e som.
Design é projeto, processo criativo intuitivo. Ain-
da que possa se utilizar de métodos em sua prática, suas
decisões não são únicas, são intuitivas e variáveis. Pode-
se dizer que não há dois resultados iguais. Design não é
ciência dura, mas há ciência objetiva em design. Ciência
de design não é design científico. O bom design não exige
necessariamente algum conhecimento prévio, e este não
26 resulta em soluções padrão. “O design não pode ser redu-
zido nem à arte nem à ciência.” (BIERUT, 2010, pág. 173). 1
Distingue-se da arte, por responder a um problema real
em um contexto específico. Ainda que a arte também pos-
sa fazê-lo, e o design responder com arte, o design tem,
necessariamente, em sua função, seu objetivo, a origem
de sua resolução.
Reunidas, as documentações fotográficas de pro-
jetos de design, realizados preferencialmente em dimen-
são plana, compuseram inicialmente um grande conjunto
de grande diversidade (Fig. 1).

Fig. 1 Colheita: Coleta

O processo mental descrito por Tufte pode descre-


ver o percurso da organização do material coletado: “Nós
prosperamos em um numeroso universo de informações
por causa da nossa maravilhosa e cotidiana capacidade de
selecionar, editar, destacar, estruturar, ressaltar, agrupar,
casar, misturar, harmonizar, sintetizar, focar, organizar,
concentrar, simplificar, reduzir, escolher, categorizar, cata-
logar, classificar, listar, resumir, examinar, investigar, idea-
lizar, isolar, distinguir, separar, resguardar, ordenar, esco-
lher, selecionar, integrar, combinar, verificar, filtrar, aglo-
merar, saltar, refinar, enumerar, catar, sintetizar, compen-
diar, joeirar o trigo do joio, e separar as ovelhas dos bodes.
[…] Exposições visuais ricas em dados são não somente
complementos apropriados e adequados às capacidades 27
humanas, mas também tais designs são frequentemente
ótimos.” (TUFTE, 1990, p. 50). As fotos foram reunidas, ora
agrupadas por relações de associação, semelhança, apro-
ximações, ora separadas por distinções, estabelecendo,
por vezes, relações múltiplas, em um processo não linear
de organização, quando se estabeleceram grupos (Fig. 2).

Fig. 2 Organização: Separação

Para evidenciar o objeto estudado, todas as ima-


gens foram recortadas e, visando o entendimento conjun-
to e comparativo, padronizadas em formato único (Fig. 3).
Conjuntamente, identificou-se material e técni-
ca, definiram-se grupos e estabeleceram-se parâmetros
comuns aos grupos para pesquisa e análise aprofundada,
privilegiando sempre informações projetuais de design.
Os materiais, por exemplo, foram estudados por suas ca-
28 racterísticas formais (visuais, táteis, olfativas), formatos
Fig. 3 Recorte: Foco

de fornecimento do material próprios para uso gráfico (bo-


bina, rolo, chapa, lâmina, resma, folha), particularidades
(fios, espécie, deformidade, permeabilidade). Os proces-
sos de impressão, por princípio de impressão (rele-vográ-
fico, encavográfico, planográfico, permeográfico), caracte-
rísticas da matriz, tinta, tiragem. Os acabamentos, pelas
particularidades (cor, brilho, luminosidade, luminescência),
limitações (cobertura, material) e possibilidades projetu-
ais. Projetos editoriais, também, pelas soluções criativas
de projeto. A sintetização e definição dos parâmetros de-
correu de pesquisa técnica, observação, manipulação dos
materiais e uso das técnicas, para conhecimento de suas
propriedades, particularidades e potencialidades, servindo
simplesmente para pautar a pesquisa (Fig. 4).
Apesar da separação em grupos, a pesquisa pro-
curou ser relacional, vinculando material, processo e pro-
jeto, descrevendo, nos textos de síntese que acompa-
nham toda a documentação visual, informações associa-
tivas, como os tipos de impressão e gravação que um de-
terminado tipo de material suporta, por exemplo. A seção
Efeitos procura estreitar ainda mais o vínculo, mostran-
do a unicidade que destes resulta. 29
Fig. 4 Diagramação: Linguagem visual

Ao longo da pesquisa, nasceu juntamente o pro-


jeto gráfico de representação das informações pesquisa-
das, visando um olhar conjunto, comparativo e sintético
das matérias-primas para projetos de design estudadas.
A forma de exposição editorial define o tipo de olhar so-
bre o conteúdo exposto, uma imagem sobre uma página
proporciona um olhar contemplativo mais pausado, mui-
tas imagens por página, um olhar panorâmico. Algumas
imagens foram usadas em preto e branco, enfatizando
puramente a forma (Fig. 5).
O resultado da pesquisa é a exposição de um rep-
ertório de possibilidades no uso de materiais e processos
em design, que não se resume a esta pesquisa, mas obje-
tiva o conhecimento do emprego criativo destes, apropri-
ando-se de suas propriedades, particularidades e poten-
cialidades, por soluções de projeto.
A pesquisa se iniciou com a intenção de estudar
recursos de acabamento gráfico, como corte, vinco, tipo-
grafia, e ampliou-se para processos de impressão e ma-
teriais, ao se perceber a indissociabilidade de matéria-pri-
ma, técnica e projeto. O projeto é criativo, artístico, pode
se inspirar em qualquer coisa. Material e técnica são mate-
riais, padrões, formatam, respondendo em série e escala.
Associados, projeto criativo, material e processos confor-
30 mam, materializam o design.
1

Fig. 5 Projeto editorial 31


32
DESENVOLVIMENTO 2

33
34
A

35
36
IMPRESSÃO A

“impressão 1 Ato ou efeito de imprimir. 2 Art. gráf. Qualquer


processo destinado a reproduzir, com ou sem tinta, so-
bre um suporte (papel, tecido, plástico, folha de flandres,
madeira, etc.), textos e imagens gravados ou moldados em
matrizes adaptadas a prensas dos mais diversos sistemas
de pressão. As reproduções gráficas podem ser obtidas nas
máquinas impressoras pelo contato direto da matriz com
o suporte (impressão direta) ou por meio de um elemento
intermediário, que entra em contato com a matriz e trans-
fere a impressão ao suporte (impressão indireta).”
(ABC DA ADG, 1998)

Os processos de impressão e reprodução são di-


versos e podem ser classificados de várias formas. Nesta
pesquisa, foram reunidos desde processos de reprodução
industriais, de alta tiragem, até processos de impressão
artísticos artesanais, visando obter um panorama conjun-
to. A ordenação dos processos segue uma lógica de tira-
gem, como acréscimo de informação projetual, e, a partir
desse critério, a organização cronológica.
Para se obter a visão conjunta, os processos fo-
ram descritos concisamente, delineando características,
particularidades (princípio, matriz, alimentação, tinta, to-
nalidade, secagem, substratos etc.), e documentados vi-
sualmente, por fotografias que mostram os próprios pro-
cessos (maquinário, matriz, ferramenta etc.) e resultados
de impressão, como borda borrada, impressão de cor clara
sobre fundo escuro, dados variáveis, efeitos materiais so-
bre alguns substratos, por exemplo.
Foram estabelecidos parâmetros comuns aos pro-
cessos de impressão (Tabela 1), simplesmente para pau-
tar a análise, sem formatá-la, descrevendo no texto as in-
formações relativas a cada processo. 37
IMPRESSÃO A004 A008 A012 A016

ROTOGRAVURA 1784 OFFSET 1798 FLEXOGRAFIA 1860 SERIGRAFIA


ROTATIVA 1960
Originária da calcografia Originária da litografia, a Princípio de impressão Sistema de reprodução
(água-forte), a rotogravura é impressão offset é planográ- semelhante ao da tipogra- industrial permeográfico,
um sistema encavográfico de fica e indireta, separa tinta fia, em que uma matriz em em que a tela de níquel é
impressão direta. A matriz oleosa e água. Rotativa ou alto relevo é entintada e cilíndrica (eletroformada)
metálica cilíndrica é espelha- plana, tem, como matriz, imprime diretamente sobre o e imprime em alta tiragem.
da (gravação eletromecânica, chapa de zinco ou alumínio, substrato. Como um carimbo, Aceita vários tipos de tinta
laser, química), e os pontos onde a arte é gravada por a flexografia (ou impressão (opacas, brilhantes, metáli-
são ovais. Aceita substratos fotolito ou digitalmente. anilina) possui matriz em cas, magnéticas, raspadinha,
flexíveis, macios, lisos (papel, Impressão em quatro cores borracha ou fotopolímero tintas de segurança, vernizes,
celofane, PE, PP, alumínio, (CMYK: ciano, magenta, ama- flexíveis (durezas variadas), espuma acrílica para braille)
náilon, PVC, metalizados), relo, preto), ou em Pantone® fixada sobre cilindro que e substrato (papel, cartão,
é alimentada por bobina ou (cores especiais, metálicas e imprime em alta tiragem, PE, PET, PP, PVC, transpa-
folha. Impressão em até fluorescentes). Impressão em em muitas cores (única pas- rências, metal, tecido etc.).
oito cores (única passagem), retículas com alta resolução, sagem) e sobre uma grande É possível obter efeitos de
frente e verso. Qualidade é possível controlar ganho de variedade de substratos, relevo e textura, e controlar
uniforme em toda a tiragem ponto. Outros tipos: offset uv lisos ou ásperos, rígidos ou o nível de deposição de tinta.
e riqueza de tons. Ex.: e offset sem água (driogra- flexíveis. Borda de impressão Suporta linhas finas.
editorial (jornais e revistas), fia). É possível imprimir sobre borrada e menor definição Ex.: rótulos, embalagens,
embalagens, selos etc. papel, PVC, vinil adesivo etc. de imagem. Ex.: embalagens. adesivos, tecidos.
A001 A005 A009 A013 A017

A002 A006 A010 A014 A018

A003 A007 A011 A015 A019

38
A020 A024 A028 A032 A036
A

LASER 1969 TAMPOGRAFIA 1950 ESTAMPAGEM METALGRAFIA


Impressão planográfica direta Impressão encavográfica Estampagem ou estamparia A metalgrafia é impressão
e de princípio eletrográfico, em que, como na xilogravura, têxtil é um processo de im- offset sobre suporte me-
isto é, com diferença de carga a tinta preenche o espaço pressão em tecido, podendo tálico, comumente folha
entre o papel e o cilindro em baixo relevo de um molde ser por quadros (serigrafia), de flandres (folha metálica
fotossensível, que recebe chamado tampão, de silicone cilindros, digital, entre outros de ferro e aço com reves-
carga na área da arte, passa ou fotopolímero flexível (transfer, manual). O proces- timento de estanho, que
pelo laser que aquece o toner, (dureza variada). Imprime so convencional imprime em protege contra corrosão e
fixando a imagem no papel. O em quase qualquer superfície seis a 20 cores, em máquina ferrugem), em alta tiragem.
substrato pode se movimen- e substratos planos, curvos, rotativa. A estampagem Ex.: embalagens da indústria
tar, pelo aquecimento. Geral- irregulares, rígidos, flexíveis digital aceita diversos tipos alimentícia, produtos de hi-
mente alimentada por papel, (papel, polímeros, metal, de tecidos (fibras naturais e giene, tintas etc. Embalagens
imprime em preto ou quatro tecido, cerâmica, vidro, pedra sintéticas), inclusive translú- de metal possuem atributos
cores (CMYK), usando toner etc.), geralmente em áreas cidos, não tem limitação de de resistência, proteção, con-
em pó, em baixa e média pequenas. É possível im- cores e permite impressão servação e durabilidade. Após
tiragem. Algumas máquinas primir linhas finas e detalhes. em menor quantidade. receber a impressão, o metal
aceitam outros substratos A aparência da impressão A estampagem em módulos pode ser moldado e receber
e imprimem frente e verso. é como a da serigrafia, em é chamada rapport. Ex.: outros tipos de acabamento.
Há diversos modelos, e é dis- que há deposição da tinta. uniformes, mapas, bandeiras,
ponível em formato pequeno. Ex.: brinquedos, brindes. sinalização, tapeçaria etc.
A021 A025 A029 A033 A037

A022 A026 A030 A034 A038

A23 A027 A031 A035 A039

39
A040 A044 A048 A052 A056

XILOGRAVURA 600 LINOGRAVURA 905 SERIGRAFIA 960 THERMOFAX® 1950 GRAVURA METAL 1500
Xilogravura é um dos proces- A linogravura é um processo Processo de impressão Thermofax® é uma copiadora Processo encavográfico em
sos de impressão mais anti- semelhante à xilogravura, permeográfico, em que a térmica que produz matrizes que uma chapa de metal
gos. Consiste em entalhar a de impressão encavográfica, arte é gravada em uma tela permeográficas, a partir de é gravada, podendo ser
arte em madeira, entintá-la que usa como matriz uma de seda, náilon ou metálica, qualquer desenho, sobre um manualmente (talho-doce,
e imprimir, pressionando o base de linóleo, material por exposição de transpa- filme especial, que é vazado maneira-negra), com uso de
substrato sobre a matriz. composto de serragem, rência ou papel vegetal com pelo calor, gerando a tela para ferramental (buril, ponta-
É um processo encavográfico, cortiça, óleo de linhaça e arte a raios UV, sobre tela serigrafia. É possível imprimir seca, brunidor, raspador
e a relação entre o entalhe resina natural (originalmente com emulsão fotossensível. desenhos com detalhes e etc.), quimicamente, em que
(tipo do instrumento) e a para forrar pisos), cuja super- A tinta é espalhada com linhas finas. O maquinário a chapa recebe um banho
madeira (espécie e sentido fície é mais uniforme e macia um rodo e atravessa áreas produz matriz para impres- ácido, e é possível obter efei-
de corte da placa) caracteriza para entalhar. A impressão permeáveis de chapado. são com características tos de linhas e tonalidades de
a aparência final da arte. é espelhada. O resultado Há diversos tipos de tintas semelhantes às da serigrafia, chapados (água-forte, água-
A textura do próprio subs- se distingue da xilogravura (coloridas, fluorescentes, me- requerendo, porém, filme tinta), ou por outras técnicas,
trato pode aparecer na pela ausência de caracterís- tálicas, puff), e pode-se obter especial e em formato menor. como verniz mole, para se
impressão. Geralmente se ticas próprias da madeira efeitos de relevo e brilho Imprime em diversos subs- obter texturas. A matriz
usa tinta à base de óleo. na impressão, e chapados sobre inúmeros substratos. tratos, inclusive irregulares. entintada transfere a arte
A imagem final é espelhada. uniformes e densos. A deposição de tinta é visível para o substrato por prensa.
a olho nu. Imprime em cores As técnicas associadas po-
claras sobre fundos escuros. dem gerar vários resultados.
A041 A045 A049 A053 A057

A042 A046 A050 A054 A058

A043 A047 A051 A055 A059

40
A060 A064
Processo A
Data ano de invenção
Máquina rotativa, plana, ausente
Princípio relevografia, encavografia,
planografia, permeografia, digital,
eletrográfico, híbrido.
Impressão direta (contato), indireta
LITOGRAFIA 1805 CROMOLITOGRAFIA (transferência), digital
Alimentação bobina, plana, híbrida (mista)
Litografia, do grego lithos, A cromolitografia é o
significa pedra, e grapho, processo planográfico de im-
Matriz cilindro, chapa, bloco, tela /
escrita. Trata-se de um pressão litográfica em cores, fotolito, borracha, fotopolímero,
processo de impressão e baseia-se no princípio de Arte tela, filme, pedra, metal, ausente
planográfica, em que a arte é repulsão entre óleo e água.
desenhada sobre uma matriz Cada cor é impressa sepa- Tinta espelhada, similar, digital
de pedra calcária (mais radamente, e pode haver opaca, transparente, metálica,
comum, devido aos finos diversas pedras, para impri-
grãos). O desenho é feito com mir um único original de arte. fluorescente, invisível/ à base
lápis ou materiais engordura- Pode ser necessária atenção d’água ou solvente, UV curável /
dos (pasta, pincel, bastão ao registro, para um encontro
etc.) e fixado à pedra com adequado de cores. Com
gordurosa, líquida, pastosa
produtos químicos, entintado o uso de pedras diferentes, Secagem UV, natural
e prensado ao substrato para pode-se obter qualidades Tonalidade plana, meio-tom, bitonal
impressão. A pedra pode ser variadas de chapados.
usada diversas vezes. Textura liso, alto-relevo
Tiragem original, baixa, alta, qualquer
Substrato liso, flexível, rígido, diversos
A061 A065 Características ex.: impressão com relevo, borda
borrada, original único, tiragem
variável ou idêntica, código de
barras, dados variáveis, tons

Tab. 1 Parâmetros de processos de impressão

Os processos ordenados no início são de alta ti-


A062 A066 ragem, sendo alguns destes, como serigrafia, laser, tam-
pografia e estampagem, também próprios para tiragens
menores. Estes precedem os primeiros processos de im-
pressão inventados e outros atuais, de pequena tiragem.
Alguns primordiais, como xilogravura, litografia, serigra-
fia e tipografia, por exemplo, se fundam nos princípios
de impressão encavográfico, relevográfico, planográfico e
A063 A067
permeográfico, que derivaram outros processos industri-
ais. Os posteriores baseiam-se também em outros princí-
pios, como mecânicos, térmicos, químicos e digitais.
Processos de impressão são materiais, há maté-
ria envolvida. Em processos entintados, a tinta é trans-
ferida para um substrato, imprimindo desenho (imagem
ou texto) sobre matéria. Em processos sem tinta, há in-
tervenção direta sobre o próprio substrato. 41
A068 A072 A076 A080 A084

TIPOGRAFIA 1440 MIMEOGRAFIA 1890 TERMOGRAFIA MATRICIAL 1953 BRAILLE 1991


Do grego typos, que significa Processo de reprodução A termografia é um processo Impressora de impacto, em Existem diversos modelos de
forma, e graphein, escrita, a rotativo, geralmente manual, empregado como impressão que pinos pressionam sobre impressora braille, industriais
tipografia é o processo mais sem uso de energia, cuja ou acabamento, em que o papel uma fita com tinta. e portáteis, de impressão
antigo de impressão de texto. cópia é produzida com papel uma resina em pó é aque- Os pontos marcados sobre mecânica, por impacto,
Processo relevográfico em estêncil (entintado em diver- cida por raios UV e adere o papel desenham as letras, marcando os pontos em alto
que as letras são gravadas, sas cores) ou papel carbono ao substrato, resultando o texto, o desenho. Os refis relevo por deformação do
era feito originalmente por e álcool. A arte original é em uma arte em relevo. de fita são comumente em papel ou substrato plástico.
entalhe sobre madeira ou desenhada sobre o papel car- A resina é disponível em preto, mas também é pos- Algumas imprimem em
pedra, e passou, posterior- bonado - que fica com o verso diversas cores e granulações sível encontrar nas cores ver- ambos os lados do papel,
mente, a moldes em metal marcado com o pigmento - com vários níveis de brilho. melha, azul, verde e amarela. outras em tinta e braille ao
e silicone. O texto, ou arte, e presa ao cilindro, que com- Quanto menor o grão, maior A impressão é relativamente mesmo tempo. É possível
é montado pela ordenação prime o papel a ser impresso a definição de linhas finas. lenta e produz ruído. reproduzir textos e desenhos
dos blocos, que são entin- entre o verso entintado A arte pode conter múltiplas Caracteriza-se pela pouca com pontos. A gramatura e
tados e pressionados sobre e uma esponja embebida cores, e é possível misturar as resolução, cor sem opacidade espessura do papel influem
substrato. Também é com álcool, reproduzindo a cores de resina. O substrato e pontos de impacto visíveis na legibilidade tátil. Também
chamado de letterpress. imagem. Geralmente em cor deve suportar aquecimento na impressão. é possível obter efeito tátil
roxa, a quantidade de álcool a altas temperaturas. Pode para o braille com costura,
influi na tonalidade do traço, ser usado para impressão em serigrafia, tinta puff, termo-
que costuma ser granulado. braille, pela qualidade tátil. grafia, termoformagem etc.
A069 A073 A077 A081 A085

A070 A074 A078 A082 A086

A071 A075 A079 A083 A087

42
A088 A092 A096 A100 A104
A

FAX 1950 TÉRMICA 1965 JATO DE TINTA 1976 RISOGRAPH 1965 DATILOGRAFIA 1714
Copiadora térmica que Impressão sobre papel tér- A impressora em jato de Impressora digital perme- Máquina de escrever mecâni-
imprime sobre papel químico mico, químico, como no fax. tinta contém cabeças de im- ográfica de alta velocidade, ca de princípio tipográfico,
sensível ao calor. A arte origi- Geralmente alimentadas por pressão com micro orifícios, que produz internamente em que uma família de ca-
nal passa por um feixe de luz, bobinas pequenas, algumas que ejetam gotículas de tinta uma matriz de papel, que racteres em matriz metálica
que atravessa as áreas sem possuem fita de impressão, líquida sobre o substrato. é enrolada em tambor com de alto-relevo pressiona uma
arte do papel, gerando dados porém a maioria não usa Em papéis mais porosos, é tinta líquida. Imprime em dez fita entintada sobre o papel,
digitais de áreas com ou sem tinta. Impressão comumente possível enxergar os pontos. cores, algumas fluorescentes, imprimindo a letra. Geral-
imagem (sistema binário), em preto (escurecimento Papéis absorventes podem além das combinações, em mente não contém caracteres
produzindo a cópia. O resulta- do papel) ou bicolor (preto diminuir a resolução da uma variedade maior de pa- especiais, como os símbolos.
do é em alto contraste, preto e vermelho). Usada em au- imagem. Costuma-se usar péis que a laser. A arte-final A fita costuma ser preta,
e branco, como na xerografia, tomação comercial, cada cartuchos em ciano, magenta deve ser separada por cor, e o azul ou vermelha. Depen-
sem meio-tom. impressão é única, rápida e amarelo, sendo a cor preta meio-tom é reticulado. dendo da pressão aplicada
e econômica. Os papéis obtida da mistura das três. O registro impreciso é carac- sobre a tecla, a impressão
térmicos coloridos têm tons terístico da impressora. As pode texturizar o papel
pastéis. Ex.: notas fiscais, impressoras Risograph usam (especialmente se for macio),
etiquetas, extratos, crachás tinta à base de soja. Suas marcando-o mesmo sem
etc. A resolução é baixa, cores, peculiares e exclusivas, tinta, como em relevo-seco.
e a imagem desaparece com podem ser combinadas, ge- A tipografia é caracterizada
o tempo, exposta à luz. rando riqueza de tonalidades. por ser monoespaçada.
A089 A093 A097 A101 A105

A090 A094 A098 A102 A106

A091 A095 A099 A103 A107

43
A108 A112 A116 A120 A124

MONOTIPIA HECTOGRAFIA CARIMBO LETRASET TRANSFER


Processo artístico artesa- A hectografia é um processo Para produzir carimbos, uma Originalmente desenvolvido Como descreve o nome,
nal que produz uma arte, de impressão manual e ar- arte é esculpida com laser para produção de originais transfer é um processo de
geralmente em placa de tesanal, em que uma arte, sobre borracha ou polímeros, de arte, tornou-se um transferência de arte im-
impressão rígida não absor- copiada por papel carbono produzindo pequenas processo manual artístico de pressa para outro substrato.
vente (vidro, cobre, acrílico, ou desenhada com canetinha matrizes, para entintamento transferência seca de arte Existem diversas técnicas,
fórmica etc.), e a transfere sobre uma superfície lisa e impressão manual. Os (letras e desenhos). A arte, algumas usam filmes e pa-
para o papel por pressão de como um acetato, por carimbos podem também impressa espelhada sobre péis especiais para impressão
prensa ou manual, resultan- exemplo, é colocada sobre ser feitos artesanalmente, filme plástico, é removível, do original, outras empregam
do em um único original uma placa de gelatina com esculpindo borracha, espuma, friccionando-a para adesão produtos, emulsões, para
impresso. A preparação da glicerina, transferindo a massa plástica, cera, rolha, ao substrato. A impressão transferência da imagem por
matriz é artística, pode con- imagem a ela. A placa com tecido, papel, legumes, com pode ser preta ou colorida, reação química. As técnicas
ter desenhos, tintas variadas, a imagem, em contato com instrumentos de corte, e inclusive em branco. Pode permitem transferir imagens
cores, texturas, materiais. o substrato, reproduz a arte entintando-os de diversas aderir a superfícies curvas para diferentes materiais,
O resultado formal se carac- sobre outros papéis. Pode-se formas. Apesar de simples e e outros materiais, como como tecido, madeira, vidro,
teriza pela imprevisibilidade imprimir algumas cópias e artesanal, o processo possui papel, vidro, plástico, metal, papel etc.
dos efeitos ocasionados pela em várias cores. O tempo de autenticidade de impressão tecido etc.
pressão da matriz entintada contato na transferência para e correspondência à matriz,
sobre o papel ou substrato. a placa influi na nitidez de características ausentes em
reprodução da arte. outros processos industriais.
A109 A113 A117 A121 A125

A110 A114 A118 A122 A126

A111 A115 A119 A123 A127

44
A128 A132 Alguns processos de impressão primordiais, como A
a xilogravura, são particularmente marcantes, por carre-
garem traços do processo na arte impressa. A ferramenta
que trabalha a matriz de impressão e a própria madeira,
com textura e veios, cunham seus traços na deposição de
tinta de impressão, perceptíveis a olho nu. A serigrafia,
por sua vez, como também o thermofax, são processos
permeográficos e imprimem em cores opacas (claras ou
ESTÊNCIL MARMORIZAÇÃO
escuras) sobre substratos escuros, além da possibilidade
A impressão usando estêncil Marmorização é um processo de reproduzir efeito de relevo, transparência e brilho. Já
consiste em fazer uma más- artístico de desenho sobre
cara com a arte recortada, uma bandeja com água,
a tipografia imprime, com ou sem tinta, sobre substrato,
vazada, para impressão com pigmentos e surfactantes. por processo mecânico, gerando simultaneamente efeito
tinta (rolo, spray, pincel etc.) O papel é encostado à super- visual e tátil.
sobre diversos substratos. fície desenhada, para absor-
Máscaras impermeáveis ver a arte. As tintas podem Outros processos possuem particularidades, co-
suportam mais passagens de ser movimentadas usando mo o efeito tátil da termografia, por exemplo, que pode
tinta. A densidade e forma de instrumentos quaisquer
aplicação da tinta influi no re- (fio, vareta, canudo, cabelo, ser empregado tanto como impressão ou acabamento,
sultado formal da impressão. pipeta), e os surfactantes es- tendo efeito semelhante ao verniz, e inspirando livre racio-
Usando spray, a linha pode palham a tinta ou desenham
ter aspecto enevoado; anéis, por exemplo. Algumas
cínio no uso intercambiável ou mesclado de impressão e
usando esponja, é possível técnicas: sizing, suminagashi, acabamento.
produzir uma textura, por ex- ebru, kâghaz-e abrî, katheera, A impressora Risograph é também um exemplo
emplo. Com várias máscaras shambalîleh, sahlab, neftli
em registro, é possível pintar etc. Com tipos específicos de interessante de processo determinante de forma. Neste
compondo cores. pigmentos, pode-se marmo- caso, uma paleta singular e própria de cores de tintas,
rizar diferentes superfícies.
permite o desenvolvimento da arte a partir dessa infor-
A129 A133
mação. Se um processo usa quatro ou dez cores, como a
Risograph, o raciocínio de projeto muda. “Guias de viagem
das décadas de 1950 e 60, por exemplo, eram geralmente
impressos em duas cores, e não nas quatro disponíveis
para nós hoje. Isto significa que um cartógrafo encarou
uma série de desafios, que frequentemente eram resolvi-
dos graficamente. A paleta simplificada de cores signifi-
A130 A134 cava que estes guias tinha uma identidade gráfica forte.”
(GROOTENS, 2010, p. 17). É desafio do designer trabalhar
correspondência entre solução gráfica e processo.
Processos artesanais fazem uso de maquinário
simples, ou mesmo dispensam ferramental próprio, e têm
em comum produzir impressão unitária ou cópias indivi-
dualmente únicas, o que pode agregar valor artístico ou
de segurança. Cada processo possui suas particularidades
A131 A135
e possibilidades de uso. Alguns, menos industriais, per-
mitindo maior interferência manual, podem produzir im-
pressões de arte, e originais únicos; outros, industrialmen-
te mecanizados, garantem tiragem praticamente idêntica
e recursos especiais. Podem ser usados conjuntamente
ou por máquinas híbridas, ampliando possibilidades de re-
sultado formal de impressão. De uma ou outra forma, to- 45
dos possuem impressão cunhada pelo processo.
46
B

47
48
FOTO-GRAFIA B

“fotografia fo.to.gra.fi.a sf 1 Arte ou processo de produzir,


pela ação da luz, ou qualquer espécie de energia radiante,
sobre uma superfície sensibilizada, imagens obtidas medi-
ante uma câmara escura.” (MICHAELIS, 2012)

Do grego, foto significa luz, e grafia, escrita. O


conjunto denominado “foto-grafia” reúne processos que
fazem uso da luz para captação de imagens, impressão,
reprodução ou composição. Os processos “foto-gráficos”
exemplificados estão associados a outros princípios - quí-
mico, físico, elétrico, térmico - e são exemplo de relação e
unidade entre ciências. Possuem, além da semelhança de
escrever com luz, particularidades formais.
A heliografia é precursora da fotografia. A técnica,
experimentada por Joseph Nicéphore Niépce, em 1826, al-
cançou a fixação de uma imagem permanentemente. Ou-
tros processos são resultantes de investigação de ação da
luz sobre matéria, como a cianotipia, que sensibiliza sais
de ferro pela exposição aos raios ultravioletas (UV), pro-
duzindo imagens em tonalidades azuis, com formas a-
centuadas e captação de densidade por transparência, dis-
tinguindo-se da fixação fotográfica e assemelhando-se
ao raio X, que gera imagens por ondas eletromagnéticas.
Alguns recursos de “foto-grafia”, como a compo-
sição de fotogramas e o xerox, permitem intromissões no
processo, atribuindo originalidade à arte produzida. Os fo-
togramas são resultantes de interferências na exposição
e revelação de papel fotográfico, desenhando com a luz
artes individualmente únicas.
“Foto-grafias” possuem singularidades sem se-
melhantes, sendo registro, dado, prova, desenho, expres-
são e também processo, captando e fixando realidade
sobre uma superfície. 49
FOTO-GRAFIA B04 B08 B12 B16

HELIOGRAFIA 1826 FOTOGRAMA 1949 COLOTIPIA 1856


Heliografia, do grego, sig- Experimentada por Geraldo A colotipia é um processo
nifica escrever com a luz. de Barros, que o chamou de de impressão fotomecânico,
O processo gerou a primeira fotoformas, este processo cuja matriz é produzida com
fotografia da história, fixada consiste em exposição de exposição de luz sobre um
permanentemente sobre luz diretamente sobre papel negativo em contato com
uma superfície. Desenvolvido fotográfico, desenhando vidro, celofane, alumínio
por Joseph Nicéphore Niépce, interferências, com o uso ou outro material, que
consiste em expor ao sol uma de objetos e formas, em recebe emulsão fotossen-
placa de estanho com um múltiplas exposições, rotação sível (gelatina bicromatada),
tipo de betume, e revelá-lo de negativo etc., formando endurece e tem a exposição
com óleo de lavanda. composições abstratas. interrompida por lavagem a
O tempo de exposição é O processo é experimental, água. A matriz gelatinosa,
longo, e o processo não e o resultado final só é des- após secagem, gera uma
reproduz meio-tom. vendado após a revelação retícula característica e
do papel fotográfico. retém desigualmente tinta
gordurosa para impressão.
Reproduz bem meio-tom e
gradações de cor.

B01 B05 B09 B13 B17

B02 B06 B10 B14 B18

B03 B07 B11 B15 B19

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B20 B24 B28 B32 B36
B

FOTOGRAFIA FILTROS CIANOTIPIA 1842 XEROGRAFIA 1959


A fotografia - do grego Filtros de fotografia geram A cianotipia, também A xerografia, originalmente
photos, luz, e graphé, escrita efeitos diversos sobre ima- conhecida como cianótipo chamada de eletrofotografia,
- é um processo de fixação gens, alguns melhorando a ou blueprint, é um processo é um processo de reprodução
de imagens sobre superfície qualidade técnica da imagem, de impressão fotográfico de imagens. Áreas com e sem
fotossensível, que é exposta outros combinando efeitos em que o negativo é colo- imagem são transferidas
à luz e revelada quimicamen- criativos. Alguns filtros digi- cado sobre o papel (contato para um cilindro como cargas
te ou impressa digitalmente. tais simulam os efeitos usa- transparente em escalas de de eletricidade, passando
As imagens já foram grava- dos nas câmeras analógicas, cinza em tamanho real), que pelo toner, que, ao receber
das em negativos de vidro outras sugerem inúmeras recebe uma emulsão com calor, fixa a imagem sobre
e são, atualmente gravadas possibilidades de efeito sais de ferro fotossensíveis o papel. Originalmente em
em película fotográfica ou que o meio digital permite. (ferricianeto de potássio e preto e branco, a reprodução
arquivos digitais. Podem ser citrato de ferro amoniacal) possui baixa qualidade e
em preto e branco ou colori- e, após lavagem para inter- manchas características.
das. As máquinas Polaroid® romper a exposição, faz surgir É possível ajustar dimen-
fixam a imagem instanta- o desenho, em tonalidades sionamento e contraste,
neamente. de coloração azul. O papel e a impressão costuma
para se aplicar a emulsão trincar ao vincar, expondo
não pode ser ácido. É possível o papel.
imprimir em tecidos.
B21 B25 B29 B33 B37

B22 B26 B30 B34 B38

B23 B27 B31 B35 B39

51
52
C

53
54
GRAVAÇÃO C

Impressões são superficiais, enquanto gravações


são incisões em profundidade, marcando o substrato com
pressão ou subtração de matéria, sem tinta. Gravações cu-
neiformes e hieróglifos sobre ossos e pedra estão entre os
mais antigos registros arqueológicos encontrados.
Várias são as formas de se gravar uma superfície
sem uso de tinta. O laser esculpe o substrato com radia-
ção eletromagnética, a pantografia faz gravação mecâni-
ca por usinagem, a pirografia, usada para madeira, queima
o material, alterando sua cor, a fotogravação corrói metais
com reação química, a eletroerosão erode a matéria com
descargas elétricas, a tipografia comprime a matéria por
pressão, marcando-a, a impressora de impacto conforma
materiais plásticos, modificando sua estrutura. Outras
gravações podem anteceder o material acabado, como,
por exemplo, uma cerâmica gravada antes de ir ao forno,
alimentos como queijos, antes de solidificar e massas
de pâtisserie, antes de secagem ou fornada, geralmente
usando clichês mais rígidos que a matéria gravada, e que
suportem os processos de acabamento.
A impressora 3D é um processo de fabricação dig-
ital, e foi incluída neste grupo por não fazer uso de tinta e
possuir semelhança de resultado formal com técnicas de
gravação, funcionando, no entanto, por adição de matéria.
Fabrica projetos simples e de alta complexidade, em inú-
meros materiais (plásticos, metais, gesso, cerâmica etc.)
e formatos, e é usado em prototipagem e fabricação.
Há vários processos para gravação nos mais di-
versos substratos, podendo funcionar como ferramentas
de desenho, gravação, escultura, fabricação etc. Suas
marcas são geralmente duradouras ou permanentes, e os
processos literalmente imprimem sua marca na matéria e
forma gerada por solução de projeto. 55
GRAVAÇÃO C04 C08 C12 C16

LASER PANTOGRAFIA FOTOGRAVAÇÃO


O laser pode ser usado como Gravação mecânica em baixo Gravação fotoquímica em
ferramenta de corte ou relevo, realizando incisões baixo relevo em metais (fer-
gravação de forma, texto e sobre o substrato, geral- rosos e não ferrosos). A arte
desenho, em praticamente mente sobre metais. Usada é sensibilizada quimicamente
qualquer superfície. O raio em sinalização sobre chapas para corrosão, por banho
marca ou vaza o substrato, de metal, por exemplo, a ácido. Geralmente usada para
podendo desenhar linhas gravação pode também ser gravação superficial e artes
finíssimas. O aspecto final é tridimensional, produzindo detalhadas, pode também
resultante da interação entre moldes e peças. A área gra- vazar a chapa, sendo usada
processo e material, variando vada pode ser esmaltada com como instrumento de corte.
de acordo com substrato. cor. Os cantos da gravação É possível reproduzir uma
Se a face ou revestimento do são irregulares, e as áreas, fotografia em alto contraste.
material tiver cor diferente texturizadas, resultantes da Pode gravar em metais como
que o miolo, este pode vir à movimentação do cabeçote alumínio, latão, aço inox etc.
tona. A queima do material de gravação. Pode gravar Os cantos da gravação são
pelo laser pode alterar a cor em bronze, alumínio, cobre, arredondados, e possui qua-
da área gravada. Substratos: prata, aço, madeira, vidro, lidade de linhas e detalhes.
madeira, metal, papelão, PVC, acrílico, vidro, plexiglass,
acrílico, vidro, tecido etc. dentre outros materiais.
C01 C05 C09 C13 C17

C02 C06 C10 C14 C18

C03 C07 C11 C15 C19

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C20 C24 C28 C32 C36
C

ELETROEROSÃO PIROGRAFIA TIPOGRAFIA CLICHÊ IMPRESSÃO 3D


Gravação por eletroerosão Gravação manual por queima O sistema tipográfico de le- O clichê é usado em proces- A impressão 3D é um sistema
sobre metais, consiste na do material com caneta, que tras fundidas em metal pode sos de gravação como eletro- de fabricação ou impressão
erosão do metal por descar- possui ponta de metal aque- ser usado para impressão erosão, flexografia, tipografia aditiva (acrescentando maté-
gas elétricas, com ou sem cida (de fio ou maciça). Usado ou gravação sem tinta sobre etc. Os moldes podem ser de ria) e produz protótipos
uso de matriz. É possível principalmente em madeira diversas superfícies. O efeito metal, borracha ou fotopolí- ou objetos em polímeros
desenhar em cavidades onde e compostos de madeira e de relevo é mais evidente, mero. Podem ser usados para e outros materiais, como
seria difícil realizar outros couro, escurece o material na quando o tipo é prensado gravação, prensando a matriz resina, PLA (ácido polilá-
tipos de gravações. Pode área pirografada. Também é contra superfícies macias. contra o substrato, ou com tico), náilon, gesso etc.
produzir volumetrias e gravar possível realizar gravação por Pode ser aquecido, para clichês macho e fêmea, com o A impressão é realizada
em profundidade. O processo queima usando moldes ou gravar em substratos plásti- substrato entre eles, marcan- a partir de modelo digital.
é atóxico. carimbos de metal. cos. É possível personalizar do a superfície de folhas de Cabeças de impressão se
clichês em metal (fundido) papel e metal, por exemplo. movem em três eixos, depo-
ou polímeros (alta densidade) A matriz pode ser aquecida, sitando matéria em camadas,
com arte em tamanho maior. para gravação sobre alguns para impressão. Existem
substratos. O relevo gerado modelos com nanoprecisão,
proporciona efeito tátil. e é possível imprimir em
grandes formatos.

C21 C25 C29 C33 C37

C22 C26 C30 C34 C38

C23 C27 C31 C35 C39

57
58
D

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60
ACABAMENTOS D

“acabamento [...] Em artes gráficas, processo de finaliza-


ção de um produto gráfico (corte linear ou trilateral, plasti-
ficação, verniz, encadernação, embalagem, etc.)”
(ABC DA ADG, 1998)

Convencionou-se chamar a etapa pós-impressão


de acabamento. O termo técnico se refere a etapa na linha
de produção, no entanto, projetualmente, não tem o mes-
mo significado. Nesta etapa de projeto, há maior varieda-
dade de recursos disponíveis, do que na etapa de impres-
são, uma infinidade de recursos de acabamentos gráficos,
que são rica matéria-prima de projeto.
Acabamentos não são confete, mas recursos de
produção gráfica e projeto, como a impressão. Qualquer
recurso adicional não convencional foi classificado na se-
ção acabamento desta pesquisa. No resultado final de um
projeto, não há necessariamente distinção entre a impres-
são e o acabamento, formal e esteticamente.
Os acabamentos podem ser processados em vá-
rios tipos de papéis (revestidos e não revestidos) e, even-
tualmente, em outros materiais fornecidos em folha.
Podem constituir a solução de um projeto. É possível de-
senhar, escrever, compor com verniz, costura, flocagem,
tinta raspadinha, tipografia, hot-stamping etc. Recursos
de acabamento podem também enriquecer a percepção
sensorial da matéria, pela relação e interação entre subs-
trato, impressão e acabamento, conferindo cor, opacida-
de, brilho, luminescência, rigidez, efeitos táteis (lisura,
textura aveludada, emborrachada, gofrada), odor, aroma,
entre outras possibilidades. A relação pode modificar to-
nalidades, resistência do material à dobragem, corte e co-
lagem, por exemplo. O processo se torna parte da lingua-
gem e mensagem. 61
VERNIZ D004 D008 D012 D016

VERNIZ HIGH-GLOSS TEXTURIZADO PEROLIZADO


Os vernizes podem ser à base O verniz high-gloss e high- Verniz com efeito tátil, Verniz transparente com
de água, UV, de cobertura print é caracterizado pelo disponível em diferentes efeito de brilho perolizado, de
parcial ou total, de fosco a efeito tátil de alto relevo. padrões de textura, como aparência leitosa. Disponível
brilhante, texturizado, pero- Pode ser transparente ou couro, pele, areia, dentre em algumas cores (ouro,
lizado, glitter, micromotion colorido, de fosco a brilhante, outros, e tato rugoso, plas- prata, incolor), ocasiona
(simula relevo e movimento), transparente ou sólido. tificado, aveludado etc. interferência de cor e visibili-
colorido (opaco, fluores- Usado geralmente para Geralmente incolor, com dade na área impressa, geral-
cente ou metálico). Secam cobertura parcial, o verniz ou sem brilho, de cobertura mente escurecendo-a. Usado,
por óxido-polimerização ou transparente escurece e parcial ou total, escurece quase sempre, com cobertura
luz UV. Podem ser usados satura a impressão, a textura um pouco a impressão. parcial, possui baixo a médio
para proteger a impressão, lisa, assemelha-se à termo- Pode quebrar com o vinco brilho, dependendo do ângulo
impermeabilizar a superfície, grafia e serigrafia. Possui e é rasgável. Também é de visão, com efeito mais
aumentar a resistência à baixa aderência de cola. possível produzir microtex- intenso sob a luz.
abrasão, desenhar, escrever. turas personalizadas, com o
Podem ser aplicados sobre verniz micromotion, além do
laminação e outros vernizes. movimento que este verniz
confere, de acordo com a va-
riação do ângulo de incidência
de luz e visualização.
D001 D005 D009 D013 D017

D002 D006 D010 D014 D018

D003 D007 D011 D015 D019

62
D020 D024
LAMINAÇÃO
D031 D035
D

GLITTER AROMÁTICO PET BOPP LAMINAÇÃO 3D


Verniz UV incolor ou colorido Verniz aromatizado para A laminação PET (polite- A laminação usando filme Laminação que confere efeito
que possui glitter cintilante. raspar e cheirar, abrir e reftalato de etileno) é de BOPP (polipropileno biorien- tridimensional ao impresso,
A cor do verniz pode ser cheirar, ou ser aplicado cobertura total, aumenta a tado) é de cobertura total, aumentando o brilho da
diferente da cor do glitter, sobre determinada área resistência do impresso à aumenta a resistência à arte e variando a reflexão
e costuma ser brilhante, do impressão. Os aromas abrasão, exposição térmica, abrasão, a exposição térmica, de acordo com o ângulo de
de acabamento liso ou são personalizáveis e podem UV, química, e protege de a raios UV, química, a rasgos visualização. A lente fresnel
áspero e cobertura parcial. ser aplicados sobre papel umidade. É disponível e protege de umidade. produz efeito lenticular de
O verniz microglitter e nano- ou adesivo. Geralmente de fosca, brilhante, metalizada Disponível fosco, brilhante, dimensionamento, conferin-
holográfico possui partículas cobertura parcial, o verniz e holográfica. A laminação gofrado (padrões visuais), do profundidade. Substratos
brilhantes menores que tem efeito transparente em poliéster é semelhante e holográfico, anti-risco, com metalizados se tornam ainda
o verniz glitter. Secagem fosco sobre a impressão. possui vários níveis de brilho. efeito tátil aveludado etc. mais reflexivos.
por luz UV. A durabilidade varia de A tinta de impressão sobre A laminação com filme de
acordo com o tipo de fra- a laminação deve ser própria náilon possui efeito seme-
grância e área de cobertura. para superfícies não porosas. lhante ao BOPP.
Pode laminar vários papéis e
aceita verniz, serigrafia, tipo-
grafia e outros acabamentos
e impressões, sobre ela.

D021 D025 D028 D032 D036

D022 D026 D029 D033 D037

D023 D027 D030 D034 D038

63
TIPOGRAFIA D042 D046 D050 D054

ALTO-RELEVO BAIXO-RELEVO RELEVO IMPRESSÃO


A impressão em relevo é Gravações em baixo-relevo Gravações de relevo podem A gravação pode ser as-
feita a partir de matriz em são impressas como as em ser altas, baixas ou em múl- sociada à impressão ou
que a arte é gravada, chama- alto-relevo, porém a arte tiplos níveis, formando tex- hot-stamping. A impressão
da clichê, o qual é pressiona- está na área em depressão. turas ou desenhos. Matrizes antecede à gravação. Clichês
do contra o papel, produzindo Podem ser feitas industri- em polímero possuem níveis de hot-stamping em metal
relevo. Os clichês podem ser almente, usando máquina de dureza para diferentes dilatam com o aquecimento,
de metal, borracha, polímero tipográfica, ou chancelas substratos. A relação da para fixação do filme, e o
ou silicone. Papéis mais ma- manuais menores, para matriz com o substrato registro deve ser cuidadoso.
cios têm efeito mais evidente formatos reduzidos de arte. influi no efeito de relevo
de gravação. Clichês em par resultante. Matrizes rígidas
macho e fêmea marcam pressionadas contra substra-
ainda mais o substrato. tos macios tendem a gerar
Impressoras 3D podem ser marcações mais evidentes.
usadas para fabricar matrizes
em polímero. A impressora
de braille é um exemplo de
efeito tátil em alto-relevo.

D039 D043 D047 D051 D055

D040 D044 D048 D052 D056

D041 D045 D049 D053 D057

64
HOT-STAMPING D061 D065 D069 D073
D

HOT-STAMPING COLORIDA HOLOGRÁFICA SEGURANÇA


Impressão a seco a partir de Existem fitas metálicas de Fitas holográficas são Fitas holográficas de segu-
matriz metálica (clichê em hot-stamping de várias cores, disponíveis em várias cores rança são personalizáveis
alto-relevo), que é aquecida transparentes, estampa- e padrões de holografia, e aumentam a autenticidade
e pressionada sobre fita me- das, com variação de brilho, podendo ser transparentes e segurança do impresso.
tálica pigmentada, fixando-a holográficas etc. e personalizáveis. Os holo- Tecnologias de Dispositivos
ao substrato. É possível im- gramas possuem efeitos de Óticos Variáveis (DOVs)
primir sobre papel, madeira, cor, brilho, profundidade e podem ser usadas para acres-
plástico, couro, tecido, vidro, movimento. centar dados legíveis apenas
metais etc., existindo tipos por leitores ópticos específi-
específicos de fitas para os cos. A tentativa de remoção
substratos. Pode ser aplicada de fitas de segurança destrói
sobre outros acabamentos, a arte.
ou receber outros acabamen-
tos. A impressão pode ser
usada para escrever, pintar,
desenhar, como cor, com
textura e associada a outros
recursos.

D058 D062 D066 D070 D074

D059 D063 D067 D071 D075

D060 D064 D068 D072 D076

65
TINTA D080 D084 D088 D092

METÁLICA FLUORESCENTE LUMINESCENTE LUZ NEGRA


Tintas e Pantone® metálicos Tintas e Pantone® fluo- Tintas e vernizes fluores- Tinta ou verniz, invisível
imprimem em cores como rescentes são disponíveis centes ou fosforescentes a olho nu, visível somente
ouro, prata, bronze, grafite em algumas cores, como tornam-se ativos com sob incidência de luz negra.
e muitas outras, com efeito amarelo, verde, laranja, rosa exposição à luz e brilham Transparente, pode ser
mais reflexivo em papéis e azul. São translúcidas, não no escuro. O acabamento em considerada uma tinta de
brilhantes. O sistema encobrindo a impressão, e verniz pode ser aplicado com segurança, além das possi-
MetalFX® permite a metali- têm melhor fluorescência cobertura parcial, ou usado bilidades artísticas que
zação de quaisquer combi- sobre fundos brancos. Podem como tinta. É geralmente oferece. A tinta pode ser
nações de quadricromia, im- empalidecer, quando expos- disponível na cor amarela. usada em offset, serigrafia
primindo uma base metálica tas a muita luz. Algumas Sob luz, a aparência do verniz ou flexografia.
transparente, que se soma à laminações possuem menor na impressão é fosca
impressão sobre ela. aderência. e transparente, não enco-
brindo a arte impressa.
A tinta pode também ser
usada em serigrafia, flexo-
grafia, rotogravura etc.

D077 D081 D085 D089 D093

D078 D082 D086 D090 D094

D079 D083 D087 D091 D095

66
D096 D100 D104 D108 D112
D

RASPADINHA TERMOCRÔMICA HIDROCRÔMICO ABRASÍVEL SEGURANÇA


Conhecido como raspadi- Tintas termocrômicas são Tinta que muda de cor Tinta funcional, usada para Tintas especiais, usadas
nha, este acabamento é uma tintas que mudam de cor quando em contato com acender fósforos, é opaca como recursos de segu-
tinta removível com facili- de acordo com variações água. Existem tipos rever- e possui textura áspera. rança, que podem ser visíveis
dade ao raspar. Comumente de temperatura. Existem síveis, que, ao secar, voltam Disponível em algumas cores, somente em determinado
na cor prata, é disponível tintas ativadas por calor ou à cor original, ou irreversíveis, como marrom e preto. Não espectro de ondas, quimica-
também em outras cores. frio, reversíveis ou irrever- que mudam de cor definiti- permite linhas muito finas. mente reagentes a determi-
É possível imprimir sobre síveis. As tintas ativadas por vamente. A impressão pode riscar nadas substâncias, magnéti-
a tinta raspa-dinha. Pode ser calor podem revelar uma arte páginas sobre ela. cas etc. Geralmente, podem
usada em offset, serigrafia simplesmente friccionando ser usadas em impressoras
e flexografia. a superfície. Disponíveis em offset. Usadas em papéis de
algumas cores. Existem tam- banco, bilhetes, ingressos,
bém tintas fotocrômicas de cédulas monetárias etc.
rápida transição, que mudam
de cor com exposição a raios
UV, e tinta líquida cristal,
muito sensível ao calor e que
revela um espectro de cores
de acordo com temperatura.

D097 D101 D105 D109 D113

D098 D102 D106 D110 D114

D099 D103 D107 D111 D115

67
D119 D123 D127 D131
DIVERSOS

FLOCAGEM MICROGRAVAÇÃO LASER COSTURA


Acabamento de textura Gravação em laser, usando O laser pode ser usado Costuras e bordados, com
aveludada com colagem de raios finíssimos, sobre filme para escrever, desenhar, tipos de pontos e trançados
flocos mais ou menos finos, metálico de hot-stamping. gravar arte. É possível gravar industriais (computadoriza-
de efeito opaco e tato macio. A corrosão atua somente diferentes profundidades dos) ou artesanais, podem
Disponíveis em inúmeras sobre o filme metálico, em substratos de gramatura ser usados como instrumen-
cores, é possível misturar produzindo efeito de refração mais alta, produzindo relevo tos de escrita ou desenho,
ou flocar em gradiente de cor. que revela a arte gravada, tátil. A queima modifica a normalmente sobre tecidos.
De cobertura parcial, confor- de acordo com o ângulo de cor do material, geralmente Existe uma diversidade de
me desenho de arte. É pos- incidência de luz. Suporta escurecendo fundos escuros linhas coloridas (cor única
sível flocar papel, madeira, linhas finas e desenhos e clareando fundos claros. ou gradação) ou metálicas e
tecido, isopor etc. Requer detalhados. A arte para Para não vazar o substrato, em diversos níveis de brilho,
maquinário especial. Super- gravação deve ser vetorial a profundidade do raio deve numerações (espessura do
fícies muito lisas possuem fechada e em uma cor. ser menor que a espessura fio), de matéria-prima natural
menor aderência de flocos. do substrato. É possível ou sintética. Alguns fios su-
desenhar com laser sobre portam altas temperaturas,
materiais como papel, outros encolhem em contato
madeira, couro, acrílico etc. com água (origem natural).

D116 D120 D124 D128 D132

D117 D121 D125 D129 D133

D118 D122 D126 D130 D134

68
D135 D139
MANUAL D146 D150
D

DIVERSOS BORDEAMENTO EMPASTAMENTO


Acabamentos especiais Impressão de borda ou Podendo ser realizado por
podem ser desenvolvidos bordeamento pode ser feita maquinário ou artesanal-
usando processos e materiais com fitas de hot-stamping, mente, o empastamento
diversos. Alguns exemplos spray ou pintura, com uso de consiste na colagem facial
são o galo português, com máquina ou manualmente. de substratos, geralmente
flocagem termocrômica As fitas de hot-stamping papéis, podendo ter grama-
(muda de cor em função de aderem por pressão e aque- turas e colorações diferentes.
variação de temperatura), cimento sobre superfícies Deve-se usar colas flexíveis
os adesivos de resina, tintas uniformes. Costuma-se para empastamento de
com dilatação, como a pufe, pintar com tintas UV, de materiais diferentes, e tipos
escrita ou desenho com rápida secagem. Papéis específicos de cola para cada
lâminas de ouro, uso do sem revestimentos e mais substrato. É possível produzir
magnetismo de ímãs, dentre porosos podem absorver efeitos de borda, empastan-
muitos outros efeitos que se a tinta para as faces. do camadas.
pode especificar em projeto.

D136 D140 D143 D147 D151

D137 D141 D144 D148 D152

D138 D142 D145 D149 D153

69
D154 D158 D162 D166

COLA CERA MANUSEIO


Existem inúmeros tipos de As ceras para selar se Todo processo de produção
cola, com níveis de colagem, liquefazem facilmente por não industrial, manual, pode
secagem e permanência aquecimento de chama, ser classificado como manu-
(dureza) variados. Alguns e solidificam rapidamente. seio. Alguns exemplos: ajun-
tipos: cola seca, ativada ao São disponíveis em barras, tamento de peças, amarração
umidificar, comum em selos de diversas cores sólidas e de cordas, colocação de elás-
e abas de envelope, fabricada metálicas. São carimbadas tico, inserção em envelope
de goma arábica, dextrina, enquanto líquidas, infundin- etc. Os manuseios podem ser
gelatina ou compostos com do marcas, geralmente por irregulares e, portanto, variar
outros sintéticos; cola flexível selo de metal. Historica- intencionalmente, fazendo
de bloco de notas; cola de co- mente, o lacre de selar (anel uma colagem em posições
lar e descolar, como de Post- de sinete do rei) era um sinal diferentes de um mesmo
it®; à prova d’água; resistente de autenticidade e segu- impresso por exemplo.
à temperatura; verde (solven- rança, e, uma vez rompido,
te biodegradável) etc. Cor, se desfaz.
viscosidade, textura e resíduo
podem ser considerados
parâmetros formais (relativos
à aparência) de cola.
D155 D159 D163 D167

D156 D160 D164 D168

D157 D161 D165 D169

70
D

71
72
D

73
74
DOBRAGEM D

“Todo designer dobra” (JACKSON, 2011, pág. 9)

“Conceitos básicos são básicos. O que foi básico


ontem será básico amanhã. Conceitos básicos são cons-
tantes, bases imutáveis sobre as quais o trabalho criati-
vo é arquitetado. [...] Conceitos básicos não somente são
úteis como também muito versáteis. Isto porque eles são
necessariamente genéricos e portanto podem ser modifi-
cados de modos infinitos.” (JACKSON, 2011, p. 15)
Segundo o matemático Eric Demaine (2010), “as
restrições básicas em dobrar uma folha de papel são que
o papel é dobrado de forma contínua (sem rasgo), pre-
servando distâncias ao longo de sua superfície (sem alon-
gamento), não causando intersecção do papel (sem cru-
zamento)”. Esta é uma boa definição de dobragem, ainda
que um designer possa desenvolver uma solução associ-
ada a rasgo, alongamento e cruzamento, explorando tipos
de materiais.
A dobragem pode ser explorada em papel, um
ótimo material para experimentação, e seus princípios
podem ser aplicados em outros materiais e derivar inu-
meráveis possibilidades. A experimentação manual pro-
porciona um conhecimento da plasticidade do material,
tensão, rigidez, dureza, estrutura e funcionamento.
Joseph Albers, designer alemão, lecionou um mó-
dulo no curso preliminar da Bauhaus, de estudo de vários
tipos de materiais por meio de sua manipulação experi-
mental. Um dos materiais explorados era o papel, e uma
série de exercícios consistia em vincar o papel para o de-
senvolvimento de uma estrutura, associada ou não ao
corte. Hannes Beckmann escreve, em seu artigo de 1970,
“Anos de Formação” na Bauhaus e pessoas da Bauhaus,
editado por Eckhard Neumann: 75
DOBRAGEM D173 D177 D181 D185

PARALELA SIMÉTRICA ASSIMÉTRICA ENVELOPE


Vincos marcam por pressão Dobragem paralela é a reali- Múltiplas dobragens parale- Dobragem paralela com Dobragem em que uma face
sobre material, para facilitar zada em paralelo ao limite las e equidistantes, também espaçamentos diversos, envolve outras, mudando
sua dobragem, geralmente do papel, que, como outros nomeada acordeão simétrico. também nomeada acordeão o lado do vinco, o sentido
sobre o topo da montanha substratos, geralmente é O princípio em tecido é de- assimétrico. Amplia pos- da dobra. Uma ou mais do-
da dobra. O vinco é feito disponibilizado em formatos nominado plissado, e um sibilidades de composição bras recolhem as outras
sobre materiais que pos- ortogonais de folhas, ainda exemplo de que o mesmo de faces e arte. O mesmo dentro de si. Possui manu-
suem memória para reter a que possa ser refilado de for- tipo de dobra, em materiais princípio pode ser empre- seio e folheamento com
dobragem, manter a dobra. ma irregular posteriormente. diferentes, possui resultado gado em projetos editoriais ritmo distinto, tendo neces-
Investigaram-se dobragens, Realizada por dobradeiras. formal particular. e integrado a outros tipos de sariamente um primeiro
buscando encontrar princí- dobragem. movimento de abertura.
pios, tipos fundamentais A dobragem envelope pode
de dobra, com resultados ser simétrica, assimétrica
formais diversos, dos quais ou cortada, e compor com
deriva qualquer tipo de outras dobragens.
dobragem. O papel foi o ma-
terial estudado para estudar
os princípios.

D170 D174 D178 D182 D186

D171 D175 D179 D183 D187

D172 D176 D180 D184 D188

76
D189 D193
Eu me lembro vividamente do primeiro dia [do Cur- D
so Preliminar]. Josef Albers entrou na sala, levan-
do com ele um monte de jornais. [...] em seguida,
se dirigiu a nós [...] “Senhoras e senhores, nós so-
mos pobres, não ricos. Não podemos dar ao luxo
de desperdiçar materiais ou de tempo. [...] Toda
a arte começa com um material, e, portanto, te-
CORTADA CRUZ mos primeiro de investigar o que o nosso mate-
rial pode fazer. Assim, inicialmente vamos experi-
Dobragem com intersecção Dobragem em duas direções,
da lâmina, encaixando-a por cruzando-se ortogonalmente,
mentar sem visar a fabricação de um produto. No
corte, geralmente paralelo podendo não ser ortogonal ao momento, vamos preferir a inteligência à beleza.
à dobra. O encaixe mantém substrato. Permite inúmeras [...] Nossos estudos devem levar a um pensamen-
a possibilidade de abrir e combinações de dobragens
fechar, com menor ou maior equidistantes ou variadas, to construtivo. [...] Eu quero que você agora tome
volume final. Dependendo do para lados distintos, e múl- os jornais [...] e tente fazer algo fora delas que é
substrato, o encaixe aumenta tiplos cruzamentos. Amplia
a resistência ortogonal à possibilidades de arte e
mais do que o que você tem agora. Quero que você
carga. Origina campos inter- desenho de faces, simples respeite o material e use-o de uma maneira que
nos de leitura de arte. ou combinada, compondo faz sentido - preserve suas características ineren-
frente e verso.
tes. Se você puder fazê-lo sem ferramentas como
facas e tesouras, e sem cola, melhor.”
(DEMAINE, 2013, p. 196).

D190 D194

D191 D195

Fig. 6 Exercícios em Papel, Joseph Albers, Bauhaus

Os trabalhos mostram a diversidade de soluções


em que um recurso simples como o vinco pode resultar. As
notações básicas de dobragem mostram a simplicidade do
recurso, que pode produzir estruturas complexas (Fig. 6).
D192 D196
Cinco notações de linhas podem representar o
que é possível fazer em dobragem, a primeira linha é o
limite do papel, a segunda, vinco realizado, a terceira, vin-
co escondido, a quarta, vinco vale, e a quinta, vinco mon-
tanha. Notações de dobragem e instrucionais foram con-
vencionadas por Akira Yoshizawa, em 1954, nomeado de
diagramas Yoshizawa-Randlett. Documentações de 1764
registram marcações de vinco em papel (Fig. 7). 77
D197 D201 D205 D209 D213

ANGULAR CENTRO PARCIAL IRREGULAR


Dobragem não ortogonal Dobragens com centro ou Dobragem em que um ou Dobragem irregular sem,
à aresta do papel. Pode eixo central. Podem ser ambos os pontos da extremi- necessariamente, marca
preceder ou suceder o corte modulares, rotacionadas, dade da linha de vinco não de vinco ou posicionamento
ou refile. Pode ser marcada planas ou tridimensionais. encontram a extremidade do preciso. Geralmente realizada
com faca especial de vinco. Geralmente simétricas, são substrato. Recurso poten- manualmente, pode ter um
Dobragens angulares podem compostas por outros tipos cialmente conjugável com a resultado formal plano, tor-
caracterizar a identidade básicos de dobra. curvagem. Possui efeito for- cido, amassado, franzido
de um projeto. Também mal particularmente distinto. etc. Pode ocasionar efeito
ampliam possibilidades Adequada a substratos com tátil, textura de toque.
de múltiplas composições boa memória de dobra. A movimentação do material,
de arte, páginas, frente e como na abertura de uma
verso, cores etc. embalagem, por exemplo,
pode gerar sonoridade, dese-
jável ou inadequada, sendo
possível adotar materiais
silenciosos.

D198 D202 D206 D210 D214

D199 D203 D207 D211 D215

D200 D204 D208 D212 D216

78
D217 D221
D

ENRUGADA FRANZIDA
Dobragem enrugada é Dobragem franzida, realizável Fig. 7 Notações e documentação de vinco em papel, 1764
realizada manualmente e não em substratos macios, pas-
necessita, necessariamente, síveis de serem amassados,
de linhas de vinco. A mão enrugados, enrolados etc., Dobragens foram estudadas, resultando em teo-
trabalha diretamente a ma- retendo marcas. Temperatura remas como o de Toshikazu Kawasaki, que determina se
téria, produzindo resultados ou umidade podem auxiliar
formais que mesclam do- na fixação do franzido. uma dobragem é planificável, e o de Jun Maekawa, que
bragem, curvagem, franzidos Distingue-se da dobragem afirma que o número de dobras montanha em uma do-
etc. Uma mesma dobradura, enrugada, por produzir textu-
realizada por dobra comum ra de dobra concentrada. Este bragem planificável difere do número de dobras vale por
ou enrugada, tem resultado tipo de dobragem aumenta a exatamente duas dobras.
formal distinto. superfície, em relação a uma
área quadrada equivalente
Alguns nomes foram cunhados, para se referir a
do material liso, característica tipos específicos de dobragem, como, por exemplo: zhezhi
que pode ser funcionalmente (do chinês, zhe significa dobrar, e zhi, papel), equivalente
desejável, para isolamento
ou absorção, por exemplo. ao origami (do japonês, ori é dobrar, e kami, papel); jianzhi
(do chinês, jian é cortar, e zhi, papel), equivalente ao kiri-
gami (do japonês, kiru é cortar, e kami, papel), e que pode
D218 D222
ser associado ao corte, como no caso dos pop-ups (do in-
glês, pop-up é emergir), ou a outros recursos de acaba-
mento, como colagem, por exemplo, não possuindo deno-
minações específicas.
Olhando para formas resultantes de soluções de
design que fazem uso, preferencialmente exclusivo, de
dobragem, procurou-se reconhecer alguns tipos básicos,
D219 D223 fundamentais, de dobragem, que são também princípios
gerais, dos quais todas as soluções com dobra se originam.
Foram assim nomeados: paralela (simétrica, assimétrica,
envelope, cortada, cruz), angular, com centro (pontual ou
axial), parcial e combinada. Curva e curvagem podem não
culminar em dobras. Algumas classes se caracterizam pe-
lo resultado formal resultante, como a irregular, enrugada
e franzida, e outras, por serem soluções projetuais, como
D220 D224
vincagem, origami, padrão e colapsível. Esta última, de-
signada por conter o princípio e embrião de dobragem,
abrir e fechar, podendo constituir soluções funcionais.
Dobragens podem ser desenhadas ou criativa-
mente originadas, manipulando o material. Interessante-
mente, a experimentação criativa da Bauhaus contém to-
das as possibilidades categorizadas como fundamentais 79
D225 D229 D233 D237 D241

CURVA CURVAGEM VINCAGEM COLAPSÍVEL ORIGAMI


Dobragem curva são dobras Curvagem do material, sem Marcas de vinco podem Soluções de dobragem Dobraduras origami simples
realizadas em linhas curvas. necessariamente vincá-lo ser realizadas para facilitar colapsíveis podem ser aber- podem ser adotadas em
A relação entre desenho ou dobrá-lo. Quando rota- dobragem, ou para desenhar, tas ou fechadas, reduzidas soluções de design. Geral-
e cada tipo de material é cionada, pode também ser como efetuando um traçado ou expandidas. Podem mente são tipos adaptáveis
importante, para a realização chamada de torção. sem tinta. O material pode reduzir um grande volume à produção industrial ou de
de uma boa dobragem. Curvagem associada à ser simplesmente vincado, a quase plano, ou a volume fácil manuseio de partes e
Materiais com boa memória dobragem pode conformar ou dobrado e desdobrado. significativamente menor. fechamento. Exercícios de
aceitam mais facilmente infinitas possibilidades de Em alguns materiais, o vinco A dobra pode ser reta ou dobradura enriquecem o
a dobra, outros substratos soluções tridimensionais, pode alterar a coloração da curva. Os vincos definem conhecimento do material,
requerem tensionamento simples e complexas. área tensionada (o PVC o movimento, a coreografia por manipulação.
adequado para retenção. se torna branco, por exem- de expansão e redução e,
plo). Materiais com boa conforme o material, a sono-
memória de dobra geram ridade da movimentação.
traços mais marcados.

D226 D230 D234 D238 D242

D227 D231 D235 D239 D243

D228 D232 D236 D240 D244

80
D245 D249 nesta pesquisa. O dobrador é quem dobra o papel com D
arte, fazendo uso da técnica, e não o contrário. Nos exer-
cícios propostos por Joseph Albers, nenhuma explicação
técnica era dada. Akira Yoshizawa diz que, na prática do
origami, “há sempre uma estética nas mãos, no desenho,
no pensamento” (Polish, 1995, p. 13). Uma solução de projeto
pode ser, sem recurso adicional, resolvida simplesmente
com mão e papel, pela dobragem.
PADRÃO COMBINADA
Quase toda matéria-prima é disponibilizada em
Solução de vinco, even- Tipos básicos de dobra, folha, para uso, e a dobragem é uma das técnicas mais co-
tualmente associado à como os classificados, podem
dobragem, para desenhar ser combinados de infinitas
muns de se trabalhar os materiais pelo design. “A maio-
padrões planos ou tridimen- formas, e ainda mais, quando ria dos problemas de dobramento e desdobramento são
sionais. Pode ser colapsível, combinados ao corte. atraentes do ponto de vista puramente matemático, da
expandindo e diminuindo. O resultado pode ser: simples
Pode ser um aumentador de ou complexo; fechado, beleza dos próprios problemas. No entanto, a maioria dos
área de superfície, ou confor- aberto ou colapsível; simé- problemas tem ligações próximas a importantes aplica-
mador de textura superfi- trico, parcialmente simétrico
cial. Os padrões ocasionam ou assimétrico; rigorosa- ções industriais. Dobragem tem aplicações em robótica,
efeitos de luz e sombra. mente geométrico ou dobra de tubo hidráulico, e tem conexões com o dobra-
livremente irregular; plano
ou tridimensional. Os tipos
mento de proteínas. Dobradura em papel tem aplicações
de dobragem podem ser em chapa metálica, embalagens, dobragem de air-bag.”
desenhados ou manipulados (DEMAINE, 2010).
livremente, previamente
empregados ou criativa- A dobra é um recurso aplicável em muitas áreas:
mente originados, manipu- design, moda, arquitetura, engenharia, computação, me-
lando o material.
cânica, robótica etc. E pode ser estudada pela geometria,
D246 D250
matemática (algoritmos de dobragem), programação, de-
sign etc. É possível enxergar princípios de dobragem em
muitas ciências. “Problemas práticos de fabricação de pro-
dutos com folhas requerem operações simples e limita-
das operações de dobragem.” (ARKIN, 2004).
O resultado de dobragem pode ser simples,
complexo, fechado, aberto, colapsível, simétrico, parcial-
D247 D251 mente simétrico, assimétrico, rigorosamente geométrico,
livremente irregular, plano, tridimensional.
Em design gráfico, a dobra (usando dobradeira ou
faca especial) e o corte (refile ou faca especial) são, asso-
ciados à impressão, os recursos mais comuns.
“A folha avulsa, impressa apenas de um lado, pode
ser um pôster ou uma carta. Quando é dobrada
uma vez, torna-se um folheto; dobrada de novo e
D248 D252
presa, é uma brochura; múltiplas folhas dobradas
e aparadas formam uma revista ou livro”
(HOLLIS, 2001, p. 3).
A dobragem, em papel ou outros materiais, com-
binada ou associada a recursos de impressão e acaba-
mentos, amplia ainda mais as possibilidades criativas de
projeto e os resultados formais. A arte precede a técnica. 81
82
D

83
84
CORTE D

“refile Art. gráf. Ato ou efeito de refilar, o mesmo que


corte.” (ABC DA ADG, 1998)
“faca Art. gráf. 1 Chapa de corte, instrumento de metal
montado em madeira, que serve para recortar impressos
em formatos especiais.“ (ABC DA ADG, 1998)

O corte, assim como o vinco, é um recurso básico


de projeto. O corte desenha limites, define relação entre
cheio e vazio, positivo e negativo, gera formas. Se o limite
do vinco está na impossibilidade de cruzar superfícies, o
do corte está na impossibilidade de realizar um corte con-
tínuo, em que as extremidades da linha de corte em uma
superfície plana se toquem, sem vazar seu miolo.
Documentos antigos, como o livro japonês Wako-
ku Chiyekurabe (Concursos de Matemática), de Kan Chu
Sen, publicado em 1721, contêm notações de corte asso-
ciado a vinco (Fig. 8 e 9).

Fig. 8 Documentação de corte em papel, 1721 85


REFILE D256 D260
CORTE D267

DIAGONAL CLASSIFICAR DESENHAR


O corte diagonal é qualquer Com um corte ortogonal à O corte com faca especial
corte angular, não ortogonal aresta do papel, como o pode servir como ferramen-
à aresta do papel. Cortes refile, é possível desenvolver ta de desenho. Desenhar
diagonais podem dar identi- projetos simplesmente com recortando o papel ou
dade a um projeto, expressar variação de formatos e com- substrato requer um projeto
conceitos, ser uma solução posição entre eles. O exemplo preciso, com uma relação es-
funcional etc. ilustra solução de abas para truturada entre áreas cheias
classificar, separar, com e vazias. O substrato influi
diferença de altura no papel na sustentação de cortes
cartão. Associado à arte, mais finos ou sinuosos.
o recurso pode resultar em
variadas soluções de projeto.

D253 D257 D261 D264 D268

D254 D258 D262 D265 D269

D255 D259 D263 D266 D270

86
D271 D275
D

ASSEMELHAR ESCREVER
O corte usando faca especial O corte usando faca especial
pode ser empregado para pode ser empregado para
imitar coisas, de forma mais recortar formas de letras,
ou menos literal. A relação escrever com vazados. A tipo-
de semelhança pode ou não grafia estêncil é um exemplo,
estar associada a outros os olhos das letras são esco-
recursos de impressão ou rados por hastes ou vazados.
acabamento. O relógio, por É possível recortar desenhos
exemplo, se assemelha
Fig. 9 Documentação de corte e vinco em papel, 1721
de blocos de textos, em que
pela escala real e desenho áreas vazias se sustentam
de silhueta. O carretel, pela em áreas cheias. Tipos de cortes podem ser analisados. Alinhando-
planificação abstrata do
objeto e função atribuída. se todas as arestas e vértices por dobragem, por exemplo,
pode-se chegar a uma forma geométrica com um único
corte. É possível fazer em formas geométricas mais com-
plexas, vincando a mediana, quando esta cruza com a bis-
setriz, e mantendo o alinhamento das arestas dobradas,
D272 D276
teorema estudado pelo matemático Erik Demaine. Cortes
associados a dobragens permitem multiplicar, rebater, es-
pelhar formas (Fig. 10).

D273 D277

Fig. 10 Cortes em papel

D274 D278
Com o recurso de corte, é possível desenhar, es-
crever, vazar, compor etc., conforme retratam as possibili-
dades de projeto com uso de refile, faca especial, faca de
meio-corte e serrilha, referidas e analisadas por solução
projetual. Algumas usam a faca associada a outros recur-
sos, porém, em todos os projetos, o corte participa do re-
sultado. A análise é arbitrária, uma forma ordenada de co-
nhecer objetivamente soluções e design. 87
D279 D283 D287 D291 D295

EXPOR COMPOR CONCEITUAR DEDILHAR


O corte usando faca especial O corte usando faca especial Soluções com uso de faca O recurso de faca especial
pode ser empregado para pode ser empregado para especial podem representar pode desenhar inúmeras
focar, enquadrar algo que realizar uma composição de conceitos por semelhança, soluções para manipulação
esteja detrás dele, manten- arte, com o substrato vazado analogia, referência, alusão do substrato com o dedo,
do, no entanto, uma relação e o que está atrás dele. etc. Nos projetos exemplifi- movimentando, marcando,
com a máscara que se Existe relação de igualdade cados, o recorte remete ao puxando, rodando, abrindo
sobrepõe. O objetivo do corte de importância, interação filtro de chá, ao desenho das etc. Agendas telefônicas e
é mostrar algo. entre a máscara e o que letras, à folhagem de bambu. roletas são exemplos conhe-
aparece através dela. No volume Shadow Puppet, cidos de soluções deste tipo.
A composição por detrás o corte especial faz analogia
pode ter um sentido, quando à brincadeira de projetar
composta, e outro, quando sombras com as mãos, sen-
exposta individualmente. do, ao mesmo tempo, uma
máscara para projeção de luz.
No livro A cloud, o desencon-
tro de vazados de nuvens
insinua seu movimento.

D280 D284 D288 D292 D296

D281 D285 D289 D293 D297

D282 D286 D290 D294 D298

88
D299 D303 D307 D311 D315
D

RASGAR DESTACAR FECHAR SEGURAR ALÇAR


Soluções de corte usando Os cortes usados para Cortes usando faca especial Soluções de corte podem Cortes usando faca especial
faca especial podem dese- destacar e para rasgar se podem projetar soluções ser desenhadas para fixar podem desenhar vãos, para
nhar sistemas de abertura, asseme-lham, por ambos de fechamento planas ou ou reter coisas, de diver- serem alçados pela mão ou
em que o substrato é tensionarem o substrato tridimensionais, prescin- sas formas. Usando cortes qualquer outro objeto ou
rasgado. O desenho de corte até a ruptura do material. dindo do uso de cola ou simples, faca especial, corte material. Conhecida a relação
deve ser adequado a cada Soluções para destacar recursos adicionais. Podem circular ou furação, é possível de peso e carga, os recortes
tipo de material e experi- devem ter desenhos precisos, ser destruídos, se violados, propor variadas soluções e materiais podem ser
mentado, para garantir de acordo com cada tipo ou abrir e fechar diversas funcionais e criativas. explorados. Os cortes podem
o funcionamento. de material, de modo a vezes, com menor ou maior ainda receber outros tipos de
manter a sustentação, antes desgaste de uso, dependendo acabamento, como ilhós,
da separação das partes, do material. em furações, por exemplo.
sendo adequados, ao mesmo
tempo, para que o destaque
seja realizado conservando
íntegra a parte destacada.

D300 D304 D308 D312 D316

D301 D305 D309 D313 D317

D302 D306 D310 D314 D318

89
D319 D323 D327 D331 D335

ENCAIXAR 2D ENCAIXAR 3D PLANIFICAR DIMENSIONAR


Cortes usando faca especial Cortes usando faca especial Projetos usando faca especial Soluções de corte podem
podem desenhar encaixes permitem desenvolver podem desenhar objetos desenhar projetos tridimen-
planos, que podem ser projetos em dimensão plana, tridimensionais a partir de sionais esculpindo superfícies
sequenciais, modulares, que se tornam tridimensio- soluções bidimensionais. delgadas, que, ordenadas,
internos etc. A relação de nais apenas com soluções de A faca especial é empregada conformam um desenho,
corte e substrato é impor- encaixe, sem cola. Um tipo para tornar plano um objeto uma composição volumétrica.
tante, para o encaixe, comum de encaixe efetua que, aberto, aumenta em O corte, associado a outros
desencaixe e resistência a cortes na metade da medida volume. Pode ser usado recursos de acabamento,
desgaste, havendo interesse. a ser encaixada, em ambas em projetos que requerem como a cola, por exemplo,
as peças, cruzando-as per- compactação e economia de sugere ainda mais possibili-
pendicularmente. O desenho espaço. Materiais com menor dades criativas de projeto.
do corte deve ser adequado a desgaste de movimentação
cada material, e é importante podem ser interessantes,
manter certo atrito, para en- para manuseio intenso.
caixar. Desenhos de encaixe
podem permitir expansão e
planificação de peças, mesmo
após montadas.

D320 D324 D328 D332 D336

D321 D325 D329 D333 D337

D322 D326 D330 D334 D338

90
D339 D343
MEIO-CORTE CIRCULAR SERRILHA D

PADRONIZAR
Cortes podem ser usados A faca meio-corte é pouco Facas circulares fazem cortes Cortes serrilhados são cortes
para desenhar padrões em profunda, e usada para padrões em várias medidas com pequenas interrupções,
diversos materiais. cortar papéis adesivos sem de diâmetro, inclusive usados geralmente para
Os padrões podem modi- traspassar até o papel base, furações pequenas, como picotar, rasgar ou destacar
ficar a rigidez do material, facilitando o destaque. para fichário, cinto ou sapa- um substrato, com facilidade.
tornando-o mais flexível, Pode também marcar uma tos, por exemplo. Podem também ser usados
maleável. Superfícies rígidas, superfície, para facilitar a para vincar substratos
como chapas de metal, vincagem, sem que trinque, rígidos. O desenho do picote
podem ser flexibilizadas para de algum substrato rígido pode ser circular, linear
curvagem, por exemplo, com ou espesso, como uma folha ou personalizado.
padrões de corte. de PVC, por exemplo.

D340 D344 D347 D350 D353

D341 D345 D348 D351 D354

D342 D346 D349 D352 D355

91
92
E

93
E01 E02 E03 E04 E05

AMPLIAÇÃO 3D FILTRO CURVAGEM TRANSPARÊNCIA


Livro que possui lupa inse- Arte-final para ser vista Filtros transparentes colo- A arte sugere outra compo- Efeitos de transparência
rida em aba, para visualizar com óculos 3D (filmes azul ridos podem anular parte sição, curvando o material. podem produzir composições
páginas impressas. A faca e vermelho). A arte possui de uma arte impressa na e leituras interessantes,
remete ao desenho de lentes, deslocamento das cores de mesma cor. Possibilita simular profundidade,
e o posicionamento para impressão, o que gera múltiplas leituras. produzir máscaras etc.
visualização, à observação o efeito de dimensiona-
microscópica. mento, ao ser observado
com os filtros.
E08 E09 E10 E11 E12

MOVIMENTO MOVIMENTO FOLHEAMENTO INTERAÇÃO INTERVENÇÃO


ANGULAR HORIZONTAL
Lenticulares usadas verti- Imagens secionadas e O folheamento de frames Soluções podem permitir ou Soluções podem reproduzir
calmente produzem efeito intercaladas sob máscara sequenciais e impressos em requerer complementação ou efeitos pela interação do
de dimensionamento, secionada na mesma modu- páginas consecutivas permite interação do leitor ou usuário. leitor ou usuário, como a
profundidade. Já horizontal- lação reproduzem arte em uma visualização dinâmica de fumaça do veículo gerada
mente, podem gerar efeitos movimento. páginas. pelo papel rasgado, no
de movimento, animação. exemplo ilustrado.

E15 E16 E17 E18 E19

SOM REFRAÇÃO REFLEXO 3D REFLEXO 2D MAGNETISMO


Papel movimentado por ro- Arte impressa em face Inversão da lógica de defor- O reflexo completa a leitura Jogo de desenho usando
tação manual, com furação e aderente do rótulo, apropria- mação de superfície reflexiva da arte, duplicada espelhada. magnetismo.
gravação em laser, obstruem se do efeito de refração do cilíndrica, visualizando a arte
tensionamento de dentes de líquido para produzir efeito pelo reflexo.
metal, produzindo som. de visualização.

94
E06 E07
EFEITOS E

REVELAÇÃO TEMPERATURA
A impressão em tinta Tintas termocrômicas podem
raspadinha pode ser usada modificar cores e arte, sob
sobre outras impressões, variações de temperatura.
revelando-a, ao ser raspada
permanentemente.
Efeitos são resultantes de relações. Em design
gráfico, relações podem ser estabelecidas usando mate-
rial, processos de impressão, gravação, acabamento, ma-
E13 E14
nipulação etc. Múltiplas e simultâneas relações constitu-
em o design.
Materiais possuem propriedades físicas, mecâni-
cas, químicas, dentre outras, que determinam caracterís-
ticas formais, como alvura, luminosidade, transparência,
opacidade, coloração, textura, porosidade, dureza, flexi-
bilidade, acidez, aroma, odor etc. Podem ser manipula-
NA LUZ CONTRA-LUZ
dos por processos artesanais, industriais ou associados.
Podem ser calandrados, usinados, fresados, extrudados,
Solução de arte que faz uso Imagem de texto, gera uma fundidos, forjados, sinterizados, conformados, injetados,
de faca especial, para ser terceira leitura, além da
vista sob a luz, produzindo frente e do verso, quando soldados, inflados, moldados, termoformados, torneados,
sombra que soma-se à arte. vista contra a luz. O subs- cortados, dobrados, bobinados, soprados, impressos, fil-
trato permite a passagem
de luz.
mados, pintados, estampados, gravados, carimbados, en-
caixados, prensados, impressos, costurados, laminados,
acabados, plastificados, colados etc. Há tipos de impres-
E20 E21 são próprios para os diferentes materiais, que podem ser
trabalhados antes ou depois de receber impressão. O pro-
jeto, o design articula as relações de proporção, ordem,
alinhamento, modulação, movimento, simetria, contras-
te, ritmo, cor, luz, sombra, textura, odor, aroma etc.
Nesta seção, listaram-se algumas soluções de
projeto de design gráfico, como exemplos de relações de
efeito. Todo projeto de design possui uma forma e relação
CONOTAÇÃO ESCURO
de efeito, pode ser simplesmente uma solução que res-
O material e a arte do cartão Cartaz que possui segunda ponde adequadamente a um problema, ou inédito e sur-
conotam um tambor de leitura quando visto no
bateria, com o qual possuem escuro, fazendo uso de tinta
preendente. O design é a associação entre os elementos
similaridade material. luminescente. que conformam o projeto, a matéria e os processos, rela-
cionados, vinculados por projeto. Quanto melhor esta-
belecidas as relações e unidade entre o conteúdo e a for-
ma, melhor o design. 95
96
F

97
98
EDITORIAL F

“O livro é um objeto material. Este fato deve ser enfatizado


e explorado.” (GROOTENS, 2010, p. 22)

Esta seção é um dissecamento gráfico do projeto


editorial, a anatomia do livro: capa, lombada, espinha,
goteira, cabeceado, marcador, miolo, canto de folha, mar-
ca, seixa, guarda, abertura, fechamento, sobrecapa, luva e
encarte, algumas ilustradas a seguir (Fig. 11).

lombada
espinha
cabeceado
capa
guarda
seixa
marcador
marca
miolo
aresta
canto

Fig. 11 Anatomia do livro

Para cada parte do livro, são elencadas soluções


técnicas e possibilidades de projeto, documentadas visu-
almente. Foram estudados tipos de capas (rígida, flexível
etc.), possibilidades de tratamento ou uso da goteira do
livro (coloração, índice digital etc.), variedade de fecha-
mento de um volume (zíper, ímã etc.), dentre outras so-
luções projetuais editoriais. 99
CAPA F004 F008 F012
ESTRUTURA

CAPA FLEXÍVEL CAPA DURA SEMI-RÍGIDA OCULTA


Capas flexíveis são capas de Capas rígidas são capas de Capas semi-rígidas possuem A estrutura do livro é oculta,
papéis de baixa gramatura, papéis de alta gramatura, certa rigidez, não sendo, quando furação, ranhura,
tornando-as maleáveis, grossas, geralmente acarto- porém, inflexíveis. Podem ser costura e cola do miolo são
possibilitando curvagem no nadas, revestidas com papel, de diversos materiais, prote- envolvidas pela capa, sendo
manuseio. Encadernações couro, tecido etc. A lombada gem o volume e possuem conservadas escondidas.
em brochura costumam ser é livre do miolo do livro, que maleabilidade para manuseio A capa e lombada do volume
de capa flexível, usando cola geralmente é costurado em de volumes na escala da mão. podem estar fixas ao miolo,
flexível. cadernos. O papel cartão da ou dissociadas deste.
capa é espaçado nas áreas
de dobra, permitindo sua
movimentação.

F001 F005 F009 F013 F016

F002 F006 F010 F014 F017

F003 F007 F011 F015 F018

100
F019
ABERTURA Sobre a atividade editorial, assim definiu Munari: F
Não apenas o projeto gráfico de capa de um livro ou de
uma série de livros, mas também o projeto do próprio livro
como objeto e portanto: o formato, o tipo de papel, a cor
das tintas em relação à cor do papel, a encadernação, a es-
colha dos caracteres tipográficos de acordo com o assunto
do livro, a definição da mancha do texto em relação à pági-
APARENTE na, o local da numeração das páginas, as páginas de rosto,
o caráter visual das ilustrações ou fotografias que acom-
Espinhas aparentes geral- Vincagens para facilitar a
mente mostram costuras abertura do volume deixam
panham o texto, e assim por diante (MUNARI, 2002, p. 25).
(industriais ou manuais). marcas, linhas paralelas à “Para designers, escolher o papel adequado para
A estrutura aparente tam- lombada, que flexibilizam um trabalho deve ser tão importante quanto escolher a
bém torna visível papel, cor, a capa, facilitando a leitura
impressão, vinco e compo- e manipulação do volume. tipografia adequada – ambas decisões são parte do input
sição do miolo. criativo do designer” (WILLIAMS, 1993). E Plínio Martins:
“Chamamos aqui de projeto gráfico a transformação de
idéias e conceitos em uma forma de ordem estrutural
e visual. [...] O livro deve ser projetado como uma entida-
de total dominada pela harmonia entre todos os seus
elementos internos e externos” (MARTINS, 2001, p. 92).
E William Morris: “Podemos fazer com ele [um livro] o que
quisermos, segundo aquilo que sua natureza, como livro,
exigir da arte” (BIERUT et al., 2010, p. 1).
F020 F023
Nos livros ilegíveis experimentais de Munari, ele
propõe um conjunto de experimentos visuais pautados
em livros sem texto, com o objetivo de verificar se “o livro
como objeto pode comunicar alguma coisa, em termos
visuais e táteis” (MUNARI, 1998, p. 211), explorando mate-
riais, formatos, encadernações, recortes, sequências, tex-
turas. Concluindo que a forma interfere na leitura, proje-
tos editoriais com ilustração e texto, como Na noite es-
F021 F024 cura, são publicados posteriormente.
Forma desenhada por projeto gráfico e material
deve expressar o conteúdo. A forma não é uma moldura
ou um excesso ao conteúdo, mas parte deste. Projeto grá-
fico define formato, diagramação, tipografia, tamanhos
de corpos de letras e imagens, entrelinha, manchas e que-
bras de texto, espaçamentos, margens, sangrias, propor-
F022 F025
ções, vazios etc. E o material, papel, gramaturas, cader-
nos, impressão, encadernação, capa, peso, acabamentos
etc. Ambos são informações que comunicam ao leitor de
forma não verbal. “Nas artes visuais todo conteúdo e for-
mas dependem das sensações visuais, táteis e motoras
– a primeira é dominante na pintura, a segunda, em es-
cultura, e a terceira, em arquitetura.” (RAND, 1996, p. 2).
O projeto editorial talvez envolva as três. 101
LOMBADA F029 F033 F037 F041

ARTE CANOA REDONDA QUADRADA


A lombada do livro é uma A lombada canoa consiste Encadernação em que a Encadernação em que
área projetável, tanto em na linha de vinco e dobragem lombada é redonda, pelo a lombada é quadrada, e a
um volume individual, como de caderno alceado. Quanto desalinhamento dos cader- aresta do livro é reta. Todos
em uma coleção de livros, maior a gramatura do papel nos, e a aresta é arqueada. os cadernos são alinhados
desenhando uma composição ou o volume do miolo, maior Pode ser ajustada manual ou e nivelados.
de arte, por exemplo. o desnivelamento da aresta industrialmente. É possível
É extensão da capa e não do livro. Pode ser costurada, encadernar espinhas redon-
uma seção à parte. O projeto grampeada, amarrada com das côncavas ou convexas.
de lombada pode ser realiza- corda, elástico etc. Espinhas côncavas podem
do em diversos tipos de capa, facilitar a abertura de livros
em sobrecapas, ou mesmo volumosos.
em miolos sem capa.

F026 F030 F034 F038 F042

F027 F031 F035 F039 F043

F028 F032 F036 F040 F044

102
SEIXA CABECEADO MARCA F054 F058
F

COSTURA OUTRAS RELEVO


A seixa é a margem interna Tecido ou fita para proteger a As folhas de um caderno ou Outros tipos de encader- A espinha é como se fosse
da capa entre a aresta do área de colagem e o canto da volume podem ser reunidas nação deixam marcas nas a lombada do miolo de um
livro e a medida externa aresta do livro. Pode ser de fi- por costura. É possível cos- páginas do volume, sendo volume. A capa geralmente
da capa. Esta diferença de tas coladas industrialmente, turar variando espaçamento, um elemento participante do acompanha a volumetria
medida protege a aresta do ou bordadas artesanalmente. distância entre pontos, es- desenho do livro. do miolo. O miolo pode
livro. Possui medida variada, Um livro pode possuir marcas pessura, cor e comprimento conformar características de
de acordo com o material da no volume decorrentes de da linha de costura. A marca capa, como uma lombada
capa e projeto. Livros com encadernação, vincos para de costura pode ser aparente com relevos marcando as
seixa são geralmente de facilitar abertura, furações na capa e aparecer no meio áreas de entrelaçamento
capa dura ou semi-flexíveis. etc. Essas marcas podem ser do caderno costurado. dos cadernos.
Volumes refilados com capa consideradas previamente
não possuem seixas. em projeto, seja por neces-
sitar de margens maiores,
como em uma encadernação
espiral, por exemplo, para
evitar que uma determinada
cor de linha cause interferên-
cias sobre imagens, ou para
ordenar a paginação etc.
F045 F048 F051 F055 F059

F046 F049 F052 F056 F060

F047 F050 F053 F057 F061

103
ESPINHA F065 F069
MARCADOR MIOLO

REDONDA QUADRADA
Espinhas redondas confor- Espinhas quadradas são Afixados na espinha do livro, O miolo constitui a parte
mam arestas de volume retas, paralelas à aresta do geralmente entre a cola e central do livro, formado por
arqueadas, e lombadas livro. Espinhas expostas, com a tela que a encobre, os páginas ou cadernos alceados
redondas. ou sem capa, são geralmente marcadores podem ser únicos e reunidos ordenadamente
quadradas. ou múltiplos, de diversos por projeto editorial. As pá-
tipos de fitas, coloridos etc. ginas do miolo podem variar
Geralmente são finos, não em forma, conforme alguns
alterando a volumetria, nem exemplos ilustrados.
marcando o papel do miolo.

F062 F066 F070 F073 F076

F063 F067 F071 F074 F077

F064 F068 F072 F075 F078

104
F079 F083 F087 F091 F095
F

ABERTO ENVELOPE DESDOBRÁVEL SANFONA ASSIMÉTRICO


Páginas abertas são resul- As páginas de um volume O miolo pode conter páginas O miolo de um volume pode O miolo de um volume pode
tantes de folhas de papéis podem ser duplas, refiladas desdobráveis horizontais, ser sanfonado, eventual- ser assimétrico, as folhas
dobradas e refiladas nos três e abertas somente na parte verticais ou cruzadas. mente emendando folhas, podem ter medidas dife-
lados, expondo a massa do superior e inferior do miolo. É possível realizar múltiplas alternando os lados de rentes, serem paralelas ou
papel (matéria interna) na Esta solução preserva a dobras. A tensão de manu- colagem. A solução permite angulares. A variação de
aresta do volume. integridade de uma arte seio, quando há dobras em a visualização paralela ou formato permite múltiplas
impressa, sem interferên- mais de uma direção, é maior. conjunta de múltiplas pági- composições de páginas e
cia do verso. É possível ter Linhas de vinco de páginas nas, assim como composição leituras. Uma página final
continuidade perfeita de um desdobráveis devem estar das mesmas. maior com alguma infor-
texto ou imagem, entre uma preservadas da área de refile mação visível, por exemplo,
página dobrada e outra. e encadernação. repete esta informação em
O rasgo manual das páginas todas as páginas que a pre-
pode gerar uma aresta com cedem, compondo com ela.
rebarbas.

F080 F084 F088 F092 F096

F081 F085 F089 F093 F097

F082 F086 F090 F094 F098

105
F102 F106 F110 F114
ARESTA

DOURAÇÃO COLORAÇÃO MARMORIZAÇÃO GRAVAÇÃO


A douração de arestas de A aresta de um livro pode ser Arestas podem receber arte A gravação também é um
livro é feita com filmes colorida por pintura ou spray, como pinturas e marmori- recurso para tratar arestas
de hot-stamping, e pode com tintas à base de óleo, zação artesanais, estas últi- de livros, desenhando e con-
ser manual ou industrial. evitando a absorção para mas realizadas encostando a ferindo textura. O processo
Existem filmes de colorações a face do papel. aresta do livro em líquido que é artesanal, e o resultado
variadas, metálicos, multi- contém o desenho efetuado individualmente único.
cores, holográficos etc. com tintas oleosas na super-
fície da água.

F099 F103 F107 F111 F115

F100 F104 F108 F112 F116

F101 F105 F109 F113 F117

106
F118 F122 F126 F130 F134
F

MARCAÇÃO ARTE DESENHO ÍNDICE REBARBA


A aresta do livro pode funcio- As arestas de um livro podem A aresta do livro pode ser Cortes realizados por facas Rebarbas em arestas de
nar como marcador ou índice ser uma área de projeto. desenhada usando recursos especiais ou circulares, em livros ou volumes atribuem
do volume. Pode ser marcada A arte pode ser impressa, de impressão, serigrafia ou arestas de volumes, podem aspecto artesanal ao livro.
pela intercalação de substra- serigrafada, carimbada ou artesanais. Uma arte simples funcionar como índice digital, As folhas dobradas para
tos, cores ou impressão de resultante de impressão nas pode distinguir e particu- solução comumente encon- montagem dos cadernos
arte sangrada. faces das páginas, onde o larizar um volume. trada em bíblias. são abertas manualmente,
desenho secionado é dis- ao invés de serem refiladas.
tribuído e aparece na aresta Papéis mais macios e fibro-
do volume após refile. sos originam rebarbas com
mais textura.

F119 F123 F127 F131 F135

F120 F124 F128 F132 F136

F121 F125 F129 F133 F137

107
CANTO F141 F145
GUARDA F152

ORTOGONAL REDONDO OUTROS


O canto ortogonal é o mais Cantos arredondados de Existem outras soluções A guarda tem a função de A guarda é geralmente de
comum, para proteger um capas acompanham miolos de canto, como o uso de fixar o volume do miolo à uma gramatura maior que
volume com miolo refilado com páginas de cantos cantoneira para proteção de capa do livro. Graficamente, o miolo, por necessidade fun-
nas três arestas. arredondados. São comuns capas e páginas, preservando pode ser uma pausa silen- cional. Pode variar em mate-
em bíblias e volumes com o volume de impacto. Quando ciosa, que antecede o livro ou rial, cor, possuir arte, bolsas
intenso manuseio, evitando presentes nas páginas do uma área com arte e função. etc. Capas coladas direta-
que os cantos das folhas do- miolo, modificam o ritmo mente no miolo, geralmente
brem, enrolem ou amassem. de folheamento. Os cantos as flexíveis, podem possuir
podem também ser desenha- orelhas, que também ocupam
dos com uso de faca especial. a abertura de introdução do
volume. Sobrecapas também
se ancoram nesta área que
antecede o livro.

F138 F142 F146 F149 F153

F139 F143 F147 F150 F154

F140 F144 F148 F151 F155

108
SOBRECAPA F159 F163 F167
FOLHEAMENTO F

DOBRA PARALELA DOBRA EM CRUZ ANGULAÇÃO MATERIAIS


A sobrecapa geralmente As dobras da sobrecapa po- A sobrecapa pode ser an- As sobrecapas podem Alguns livros, como os
tem a função primordial de dem ser em cruz, isto é, em gulada, para envolvimento ser de diversos materiais, flipbooks, se apropriam do
proteger o livro, também duas direções, voltadas para do volume, sem necessa- transparentes, translúcidos, folheamento do livro para
compondo com ele. Pode ser dentro ou para fora. riamente ser marcada com opacos, com textura, de reproduzir animações, pela
de múltiplas dobras parale- vinco e dobrada. Volumes toque diferente, costuradas, impressão sequencial de
las, envolvendo a capa. com lombada redonda soldadas termicamente, frames com gradativas vari-
geralmente compõem com coladas, dobradas, com ações. O folheamento pode
sobrecapa angular, melhor ou sem impressão etc. também produzir visuali-
estruturada, com abas ou zação tridimensional.
orelhas maiores.

F156 F160 F164 F168 F171

F157 F161 F165 F169 F172

F158 F162 F166 F170 F173

109
ORELHA F177 F181
CINTA F188

PARCIAL TOTAL OUTRAS


A orelha é a extensão da Orelhas totais possuem Orelhas podem também ser Cintas são faixas menores
capa, que se dobra para den- medida quase similar à da unilaterais, somente na capa, que o formato do livro, po-
tro do livro, lateral à primeira largura da capa, funcionando dobradas com múltiplas dendo ter função provisória
página do miolo. Confere como uma capa dupla, mais dobras paralelas, dobradas ou ser parte permanente de
qualidade à capa e ao livro. grossa e resistente. Possuem para fora, ou conforme um livro ou volume. Podem
Orelhas parciais são menores uma grande área para arte, projeto criativo. ser horizontais ou verticais,
que a largura do volume. na abertura e fechamento abertas ou fechadas, dese-
do do livro. nhadas com faca especial
e de vários materiais.

F174 F178 F182 F185 F189

F175 F179 F183 F186 F190

F176 F180 F184 F187 F191

110
F192
ENCARTE F199
FECHAMENTO F206
F

Encartes são partes impres- Fechamentos de volumes


sas inseridas em uma publi- podem ser destrutíveis,
cação, com formato e, pos- após abertos, como uma
sivelmente, material diferen- colagem, adesivo, costura,
tes do resto do volume. ou servir para abrir e fechar o
São um elemento anexo de volume, por diversas vezes,
destaque, que não costuma sem desgaste. Podem ser
ser paginado. Podem estar usados fecho, botão, elástico,
na capa ou miolo do livro. ímã, velcro, zíper, corda, fita,
botão chinês, com nó de
corda ou marfim, ilhós etc.

F193 F196 F200 F203 F207

F194 F197 F201 F204 F208

F195 F198 F202 F205 F209

111
LUVA F213
CAIXA F220 F224

FORMA
Luvas têm como função As luvas podem ter diversos Soluções de caixa podem re-
reunir volumes de uma formatos e facas, ser unir folhas, cartões, volumes
coleção, ou servir de proteção horizontais, verticais, ter de formatos variados, assim
ao livro ou volume. diferentes maneiras de tirar como objetos associados ao
e colocar os livros, como o projeto editorial. É uma pos-
uso de fitas para puxar, ou a sibilidade versátil, que pode
exposição de parte da área explorar o uso de faca espe-
do livro para fora, para tirá-lo, cial, materiais, soluções de
por exemplo. A lombada é a fechamento etc., e modificar
parte visível na face aberta a experiência de leitura.
da luva, e geralmente, ao
sacá-lo, visualiza-se a capa.
Podem variar em material,
transparência, textura, cor
etc., compondo com a lom-
bada e o projeto dos livros.

F210 F214 F217 F221 F225

F211 F215 F218 F222 F226

F212 F216 F219 F223 F227

112
MATERIAL F231 F235 F239 F243
F

Projetos editoriais podem


explorar o uso de materiais,
textura, transparência, cor,
tipo e temperatura de toque
de superfícies, dentre outros,
seja no miolo, guarda, capa,
sobrecapa, luva ou outras
partes do livro, conforme
projeto, em coerência com
conteúdo e propósito.
Materiais diferentes
requerem cuidado de
colagem, costura e fixação.

F228 F232 F236 F240 F244

F229 F233 F237 F241 F245

F230 F234 F238 F242 F246

113
COR F250 F254 F258
FORMATO

Cores não provenientes de Apesar de o livro ser tradi-


impressão de arte, inerentes cionalmente ortogonal,
aos próprios materiais, o projeto editorial pode,
substratos, papéis, podem eventualmente, adquirir
ser exploradas nos projetos sentido com a variação
editoriais. Massas sólidas dessa lógica, como no Livro
coloridas podem compor inclinado, de Peter Newel,
arestas coloridas. Impressões exemplificado, em que a
sobre papéis coloridos têm narrativa ilustrada retrata
resultado diferente de a trajetória de um carro de
impressões sobre fundos bebê que desce uma rua,
brancos, imagens escurecem fato reforçado pelo formato
sobre fundos coloridos, do livro. A aresta do livro
por exemplo. Cores podem pode ter bordas de páginas
particularizar um projeto. com uso de faca especial.

F247 F251 F255 F259 F262

F248 F252 F256 F260 F263

F249 F253 F257 F261 F264

114
SOLUÇÃO F268 F272 F276 F280
F

Projetos editoriais confor-


mam e expressam conteúdo.
Material, substrato, formato,
diagramação, encadernação,
impressão, recursos de
acabamento são informações
que comunicam. Soluções
diversas podem responder,
com sentidos diferentes,
ao propósito de organizar
um conteúdo qualquer,
conforme intenção.

F265 F269 F273 F277 F281

F266 F270 F274 F278 F282

F267 F271 F275 F279 F283

115
116
G

117
118
ENCADERNAÇÃO G

“encadernação Art. gráf. Ação de encadernar, de unir cad-


ernos que compõem uma publicação, colando seus dorsos
para mantê-lo unidos, formando a lombada do livro, e cos-
turá-los ou simplesmente grampeá-los, recobrindo-os com
uma capa resistente (placas de papelão rígido, em geral
cobertas de couro, percalina ou plástico). Chama-se enca-
dernação editorial a que é produzida em série durante a
produção gráfica da obra, por encomenda do editor. Cha-
ma-se meia encadernação (ou simplesmente meia) a que
tem apenas a lombada e, eventualmente, as cantoneiras
revestidas em couro ou pano, sendo as pastas de papel
ou papelão. Encadernação inteira é aquele em que todo o
volume é recoberto com o mesmo material.”
(ABC DA ADG, 1998)

Projetos editoriais organizam informação orde-


nadamente articulando relação entre forma e conteúdo.
Soluções de encadernação enunciam a lógica de leitura e
do próprio volume material. O capítulo de encadernação
é um panorama de formas de como reunir um conteúdo
em um único volume, ou outras soluções de projeto, como
pergaminho, bambu, sanfonado e flashcards, que exibem
lógicas de leitura alternativas. Cada tipo possui particula-
ridades, como, por exemplo, grau de abertura, manuseio
de sequência, praticidade, visibilidade simultânea de pá-
ginas, dentre outras.
A escala de um livro pode ser, por exemplo, para
folheamento sobre mesa, ou a do corpo, de acordo com
a intenção, mas, comumente, a maior parte dos livros é
projetada para a escala da mão e campo visual de leitura
próxima, sendo necessário considerar o peso do objeto e
podendo explorar material, textura, acabamento, ou atri-
butos táteis e visuais, na materialidade do livro. 119
SEM COSTURA G004 G008 G012 G016

PERGAMINHO BAMBU ALCEADO CRUZ


Os pergaminhos são uma Ossos, cascos de tartaruga, Folha dobradas alceadas Folhas alceadas compondo
solução editoral que permite tiras de bambu foram usados são uma solução editorial cadernos vincados em mais
continuidade ininterrupta de como um meio de registro que faz uso apenas de do- de uma direção são solução
leitura. Não há refile, corte, e perpetuação de conteúdo. bragem. Usada comumente de encadernação em cruz.
vinco; a rigor, não há o que Os exemplos ilustram pos- em jornais, a solução pode Considerada a espessura do
chamamos de página. sibilidades de organização compor volumes ou folders, caderno, pode-se realizar
editorial de informação. em formatos maiores ou múltiplos vincos, nos dois
menores. sentidos.

G001 G005 G009 G013 G017

G002 G006 G010 G014 G018

G003 G007 G011 G015 G019

120
G020 G024
GRAMPO G031 A001G035
G

SANFONADO CORTE E VINCO A CAVALO FRONTAL


Folha alternadamente san- Solução editorial em folder, O grampo pode ser usado O grampo a cavalo é gram- A encadernação frontal com
fonada, vincada e dobrada, usando unicamente dobra- para unir folhas, de forma peado na linha de vinco e grampo é facial, aparece na
às vezes com emendas, gem e corte. Permite a visu- aparente ou oculta, sem dobragem do caderno, mar- capa do volume e encobre
para aumentar o compri- alização conjunta da arte exposição, de acordo com cando a lombada do caderno parte da área da página
mento, é solução editorial aberta. Número de páginas solução de projeto. com arame metálico. Estão interna. Além de encader-
que permite a visualização limitado ao maior formato de disponíveis grampos colori- nação, os grampos podem ser
de mais de uma página ao folha do substrato disponível. dos, em diferentes medidas, usados para soluções, como
mesmo tempo. Pode ter capa É possível visualizar algumas para distintas espessuras ilustrado abaixo, em que a
envelopada, impressão dos partes da frente com o verso. de volume, e com alça, para dobra fixada por grampo
dois lados, folheamento ver- pendurar o volume em argola encaixa a aba flexível, que
tical ou horizontal. Permite de fichário. pode ser aberta e fechada.
a preservação de impressão
sem interferência do verso.

G021 G025 G028 G032 G036

G022 G026 G029 G033 G037

G023 G027 G030 G034 G038

121
ESPIRAL G042 G046
ESPINHA G053

MATERIAL WIRE-O®
Espirais são disponíveis em Espiral dupla para encader- Espinhas especiais, como
plástico, opaco ou transpa- nação, com furação quadrada ZipBind®, GBC®, ProClick®,
rente, de diversas cores, ou ou redonda. É possível dese- GBC®, CombBind®, VeloBind®,
metal, natural ou colorido, nhar inúmeras soluções de IMPACT™ etc., são outras
em alguns diâmetros, para capa com espiral: exposta, soluções possíveis de enca-
diferentes espessuras de envelope (a capa envolve a dernação. Algumas são
volume. espiral), lateral semi-exposta, flexíveis, permitindo abertura
escondida etc. e fechamento manual, outras
permanentes. Variam em
área ocupada (medida que
avança sobre a face) e aber-
tura (grau de abertura das
páginas do volume).

G039 G043 G047 G050 G054

G040 G044 G048 G051 G055

G041 G045 G049 G052 G056

122
COSTURADA G060 G064 G068
FITA G

LATERAL
SELA FRONTAL ARTESANAL
Encadernação na linha
de vinco e dobra do caderno, A encadernação em sela, ou A encadernação frontal é A encadernação costurada Alguns sistemas de enca-
exposta na lombada. costura de sela, é uma enca- feita sobre a face do volume, artesanalmente pode ser dernação usam fitas adesivas
O grampo, por exemplo, dernação lateral entrelaçando sendo a linha de costura um frontal, lateral ou ambas, e para unir folhas avulsas.
permite variação de posição, cadernos. Pode ser feita elemento de composição da desenha com linha a costura Podem requerer maquinário
quantidade e cor. Costuras artesanal e industrialmente. capa. É possível variar linha, que une as folhas e aparece para aquecimento da cola
podem variar em linha, espessura, ponto, distância, na lombada e capa do vo- flexível contida nas fitas,
ponto, espessura, cor, desenho, cor etc. lume. Costuma ocupar parte que são disponibilizadas
comprimento de rebarba da área de página, alguns em algumas cores.
das extremidades, dentre tipos requerem dobragem
outras soluções. das páginas para abertura.
A encadernação artesanal
pode constituir elemento
característico predominante
no volume, existindo em
inúmeros tipos, variações
e possibilidades criativas.

G057 G061 G065 G069 G072

G058 G062 G066 G070 G073

G059 G063 G067 G071 G074

123
COLA G078 G082
MECÂNICA G089

BROCHURA SUÍÇA
Encadernação em que se Encadernação em que o miolo Encadernação em que a capa Existem diversos sistemas
efetuam ranhuras com serra do volume, em cadernos ou é fixada à última página do mecânicos de fechamento.
na lombada do miolo, para folhas, é colado pela lombada livro, deixando a lombada Alguns permitem abertura
melhor penetração e fixação à capa flexível. Podem ser do livro livre, com a costura e fechamento, para inserção
de cola, unindo-o à capa com feitos cortes no miolo, para exposta ou envolvida por fita ou remoção de folhas ou
cola hot melt. A cola é flexível penetração da cola. Permite de papel ou tecido. As fitas plásticos. Alguns acessórios
e permite boa abertura e a junção de diferentes tipos são disponíveis em papel são próprios para encader-
manuseio do livro. de papéis, em posições ou tecido, em algumas cores nação, outros são gené-
de páginas aleatórias. e larguras. ricos e podem ser usados
para prender, fixar, reunir,
encadernar, fechar, travar
etc. Alguns sistemas podem
servir a mais de uma função,
como encadernar e pendurar,
fechar e trancar, de acordo
com o que se requer, seja
segurança, flexibilidade ou
outra função.
G075 G079 G083 G086 G090

G076 G080 G084 G087 G091

G077 G081 G085 G088 G092

124
ELÁSTICO G096
EMPASTAMENTO OUTROS G106
G

O elástico pode ser usado Encadernação em que O princípio de encadernação


como solução de encader- uma folha é empastada a é reunir folhas em um volu-
nação. Disponível em corda outra, obtendo continuidade me, geralmente em formato
ou fita, revestido ou natural, entre uma página e outra. na escala da mão. Outras
em medidas, resistências Geralmente em papel cartão, funções quaisquer, além
e cores diversas, possui a par- a capa é vincada e solta do desta, como trocar, mudar a
ticular propriedade de flexi- volume na área da lombada, ordem e inserir folhas, podem
bilidade e é razoavelmente permitindo a movimentação ser desejáveis, e, para isto,
resistente ao desgaste. da espinha, ao folhear. soluções particulares podem
propor formas variadas - in-
dustriais, artesanais ou com-
binadas - de encadernação.

G093 G097 G100 G103 G107

G094 G098 G101 G104 G108

G095 G099 G102 G105 G109

125
DETALHES G113 G119 G125 G131

G114 G120 G126 G132

Os detalhes ilustram
flexibilidade, encadernação,
vista de topo e de baixo de
livros fechados e abertos, de
diversos sistemas de enca-
dernação em preto e branco,
evidenciando a forma. São
os tipos: vinco, fichário, bro- G115 G121 G127 G133
chura, costura de cadernos,
brochura suíça, empastado,
fechamento mecânico,
grampo e sanfona.

G110 G116 G122 G128 G134

G111 G117 G123 G129 G135

G112 G118 G124 G130 G136

126
G137 G143 G149 G155 G161
G

G138 G144 G150 G156 G162

G139 G145 G151 G157 G163

G140 G146 G152 G158 G164

G141 G147 G153 G159 G165

G142 G148 G154 G160 G166

127
128
H

129
130
MATERIAL H

A forma pura é gráfica, a construída é matéria. O


design conforma conteúdo por meio da matéria.
“O conteúdo é basicamente a idéia, é isso que é o
conteúdo. Forma é como você trata a idéia, o que
você faz com ela. Este é exatamente o significa-
do do design: o conflito entre forma e conteúdo,
sendo a forma o problema. Ou seja, é como você
faz, como você mostra algo, como você pensa,
como fala, como dança; a coreografia é o conteú-
do. […] Por um lado, isso não é simples, mas, por
outro, é. O casamento da forma com o conteúdo é
a realização do design.” (RAND, 2010, p.46, 47)

O meio, a matéria, deve condizer com o conteúdo.


Nesta pesquisa, alguns materiais foram escolhidos por
serem disponibilizados em formato adequado para uso
gráfico, ou por variedade de características formais. Os
exemplos foram documentados visualmente e estuda-
dos segundo suas características técnicas fundamentais
e formais. A análise formal considerou características co-
mo cor, textura, luminosidade, transparência etc. Cada
material possui parâmetros que variam em função do
que é próprio a cada um, convém falar de alvura do papel,
dureza da madeira, pureza do metal, fibra do tecido etc.
A seção é um panorama de substratos possíveis de se
usar em design gráfico, e estas foram as classes estuda-
das: papel, polímeros, tecido, madeira, metal e outros.
Desenho, tipografia e imagens são forma pura.
Material, papel, tinta, dobra, verniz são material. O mundo
visível é material. Em bom design, forma e conteúdo são
um. Forma é desenho mais matéria. Estes materializam
o conteúdo, imaterial. Desenho é forma pura, e a forma
concreta é matéria. “A mídia se transforma em uma parte
forte de mensagem” (FISHEL, 2007, p. 11). 131
132
H

133
134
PAPEL H

“papel Art. gráf. Material constituído por elementos fibro-


sos de origem vegetal e cola que, reduzidos a uma pasta de
celulose, que se faz secar e refinar sob forma de folhas del-
gadas, utilizadas para escrita, desenho, impressão e outros
fins.” (ABC DA ADG, 1998, p.82)

Papel é o meio material em que mais se guarda


informação, e o substrato mais comum de impressão, no
vasto universo de classes de materiais. O designer apre-
ende a matéria diferentemente de um físico, por exemplo.
Para este, a gramatura de um papel significa densidade,
distribuição de partículas em uma determinada área, já
o designer interpreta a informação pela qualidade formal
resultante da distribuição de partículas, que é apreendida
pelos sentidos.
Quando o designer escolhe um papel, quais são os
parâmetros de especificação fazem sentido para ele?
Será que ao projetar o designer pensa: Vou usar um
papel com revestimento ou sem revestimento? Esta in-
formação pode ser de importância para a impressão mas
não costuma ser determinante na escolha do papel. Para
conhecer papéis, sob olhar do designer, estabeleceu-se
parâmetros relativos à forma como cor, textura, brilho,
luminosidade, acabamento, espessura, massa (sólida ou
composta), topo (papelão, espuma), e outros relativos ao
trabalho da forma como composição, rigidez, resistência à
dobra, à químicos, ao rasgo, plasticidade, à prova d’água e
etc. (Tabela 2). Elencaram-se exemplos de papéis segun-
do características e particularidades interessantes, ou por
possuir potencialidade para a manipulação da forma, ob-
tendo um panorama de diversos tipos de papéis para uso
em design gráfico.
135
PAPEL H004 H008 H012 H016

BÍBLIA PAPEL ALGODÃO JORNAL OFFSET


O papel-bíblia, desenvolvido Papel composto integral Papel composto por pasta O papel mais comum para a
para impressão de bíblias, ou parcialmente de algodão, mecânica de mistura de impressão offset, composto
é um papel não revestido, pode ter mescla de flores fibras de madeira descartada, de pasta química branquea-
composto por polpa de secas, folhas, confetes etc., possui cor acinzentada ou da, possui densidade uni-
celulose. É fino, altamente ser industrializado ou arte- pigmentada. Geralmente não forme, é revestido e anties-
opaco, leve, absorvente sanal, revestido ou sem possui revestimento e não tático. Fornecido em bobina
e antiestático. Fornecido revestimento. Alcalino, ondula. Disponível. Opaco, e folha, com gramaturas
em bobina e folha, com absorvente, isolante, de às vezes levemente brilhoso, de 50-180 g/m2. Fosco, em
gramaturas de 20-75 g/m2. aspecto natural, macio e econômico, descolore se tonalidades de branco, possui
Disponível em tonalidades suavemente texturizado. exposto à luz. Fornecido acabamento liso, menor que
quentes e frias, como creme, Fornecido em rolo, folha em bobina e folha, com gra- o papel couché, boa rigidez.
marfim, branca, gelo. e bloco, com gramaturas maturas de 45-52 g/m2. Ger- É translúcido, em gramaturas
Adequado para impressão de 185-850 g/m2. Possui almente usado em rotativas baixas. Boa qualidade de
offset. A deformidade pode bom efeito de relevo em para impressão de alta tira- impressão offset, controle
ser testada molhando o gravações com pressão, gem, como jornais e revistas. de cor e vincagem.
papel. Comumente usado como tipografia e relevo
em bíblias e dicionários, seco, e é próprio para pintu-
na gramatura de 45 g/m2. ras em aquarela e originais
de arte. Reciclável.
H001 H005 H009 H013 H017

H002 H006 H010 H014 H018

H003 H007 H011 H015 H019

136
H020 H024
Um papel pode se enquadrar em mais de um tipo, H
como o papel ondulado, por exemplo, que é também um
papel colorido. Sobreposições como esta ocorrem diver-
sas vezes, por salientar uma ou outra particularidade do
papel, neste caso, a propriedade tátil rugosa e a qualidade
visual de cor.
O conhecimento de materiais e a especificação
COUCHÉ CARTÃO de parâmetros formais próprios ao design podem ser um
dado de projeto para se trabalhar a forma, conhecendo e se
O papel couché é o tipo mais Papel revestido caracterizado apropriando de suas características. O designer pode de-
comum usado em livros com por sua rigidez, com massa
imagens, como livros de arte. do miolo composta de pasta senvolver um projeto com qualquer tipo de papel, interes-
É um papel revestido de mecânica de fibras variadas, sam suas características e relações no projeto, articuladas
ambos os lados, com alto e as faces revestidas de
nível de brancura e lisura, pasta química. Geralmente livremente. A espessura de um papel pode ser grossa para
ótimo para impressão. possui uma face mais lisa, um livro de mil páginas, mas fina para um de dez; um pa-
Disponível em níveis de de celulose branqueada,
brilho: fosco, semi-fosco, bri- e o verso de materiais
pelão pode ser grosso para uma embalagem, ou fino para
lhante, alto brilho. Fornecido reciclados, pardo, cinza um expositor.
em bobina e rolo, com grama- ou branco. Fornecido em Alguns papéis foram nomeados por função, como,
turas de 75-230 g/m2. Possui folha com gramaturas de
boa aceitação de diversas 90-400 g/m2. Comumente por exemplo, papel de embrulho, segurança, jornal, sendo
impressões e tintas, e bom usado em embalagens e comumente empregados para fins específicos, podendo,
controle de cor. capas. Alguns tipos: papel
cartão duplex, triplex, sólido
no entanto, ser explorados criativamente. O papel-cerâmi-
etc. Costuma ser reciclável. ca, por exemplo, era originalmente fabricado na China, de
corda, o que lhe conferia resistência, opacidade, leveza e
H021 H025
flexibilidade, e, pelo nome, provavelmente utilizado em
cerâmica, até ser usado pela primeira vez para impressão,
pelo editor inglês Thomas Combe, para publicar, pela edi-
tora da Universidade de Oxford, um volume fino, leve e
compacto da Bíblia. Também chamado de papel-da-índia,
ou papel-bíblia, teve sua fórmula modificada, mantendo,
todavia, as características particulares de sua origem. O
papel foi experimentado, percebido como utilizável para
H022 H026 uma finalidade que não era a sua original.
Papéis podem possuir singularidades que parti-
cularizam projetos, como, por exemplo, o papel de origem
vegetal Xuan, cujo processo artesanal de produção foi
considerado um patrimônio imaterial pela Unesco – Orga-
nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura. A tradição tem mais de 1500 anos, é transmitida
oralmente há gerações, e a fabricação do papel envolve
H023 H027
mais de cem etapas, resultando em um papel macio, liso,
resistente e durável, com ótima absorção de tinta e reten-
ção de cor, usado para caligrafia oriental e pintura, tradi-
cionalmente conhecido como um papel longevo e também
um exemplo de processo como forma. Processos são ima-
teriais, qualificados e parametrizados por conhecimento
empírico, prático, conformadores do resultado final. 137
H028 H032 H036 H040 H044

KRAFT PARANÁ COURO PAPELÃO CINZA PAPELÃO


Fabricado de mistura de Papelão produzido com pasta Fabricado de pasta mecânica Papelão fabricado de pasta Fabricado de papel kraft,
fibras de celulose de polpas mecânica de fibras virgens, de fibras recicladas, o papelão mecânica de fibras recicladas semikraft ou reciclado,
de madeira, o papel kraft em camadas da mesma couro é rígido e resistente, mistas, é liso, rígido, resis- pasta mecânica ou química, é
é caracterizado por sua massa. Poroso, absorvente, mais denso que o papelão tente, de razoável estabili- composto por uma estrutura
resistência mecânica e cor econômico, é rígido, com paraná, e de cor parda. Não dade dimensional. Pode ser de miolo ondulado, revestida
parda em tonalidades varia- certa maciez, sem resistência possui resistência mecânica compactado, empastado de capa, de um ou ambos os
das. Opaco, alguns com um mecânica, quebra ao vincar. para suportar vincagem. For- e cortado com facilidade. lados. Leve, de cor parda ou
lado mais brilhoso, resultante Fornecido em folha, em gra- necido em folha ou chapa, em É menos absorvente que capa branca, é rígido, resis-
da calandragem, tem aparên- maturas de 277-1000 g/m2 gramaturas de 3-5 kg/m2, o papelão paraná. Também tente, vinca bem no sentido
cia natural rústica. Tem linhas (classificado por numeração), com espessuras de 1-3 mm, chamado de papel roller ou ortogonal às ondas. Forne-
texturizadas, betumadas, com espessuras de 1-22 mm. é classificado por numera- horlle. Fornecido em folha cido em chapa, é classificado
parafinadas. Disponível em Alguns possuem uma face ção. Comumente usado em ou chapa, em gramaturas por ondas, que podem ser
gramaturas de 30-200 g/m2, branca empastada, outros cartonagem e calçados, para de 0,24-4 kg/m2, com es- simples (micro, baixa ou alta),
é fornecido em bobina, rolo são metálicos e laminados, estruturação. pessuras de 0,5-5 mm, é duplas, triplas. As camadas
e folha. Os finos podem ser impermeáveis, para uso em classificado por numeração podem funcionar também
translúcidos. O papel semi- embalagens. Utilizado em e disponível nas cores cinza como isolador térmico.
kraft é resultante de mistura, embalagens, cartonagens, e preta. Estruturas usando a chapa
e o kraftplex é um kraft fundos revestidos, bolacha em pé têm boa resistência
moldável. Reciclável. de copo etc. à carga. Reciclável.
H029 H033 H037 H041 H045

H030 H034 H038 H042 H046

H031 H035 H039 H043 H047

138
H048 H052
Papel H
Nome
Técnico
composição algodão, celulose, pasta mecânica,
pasta química
gramatura gramas por metros quadrados (g/m2)
formato bobina, skid, resma, rolo, folha
PAPELÃO ONDULADO POLPA MOLDADA espessura micron (µm)
acabamento revestido, sem revestimento
Costuma ser fabricado A polpa ou fibra moldável
a partir de pastas químicas é reciclada de restos de jornal
acidez pH
de papéis reciclados. Dispo- e outras pastas mecânicas Visual
nível em folhas e bobinas, e químicas. A polpa pode ter cor pardo, colorido...
comumente em gramatura composição variada, ser colo-
de 120-700 g/m2, em uma rida, possuir níveis de lisura, alvura brancura em graus
variedade de papéis ondu- rugosidade, permeabilidade opacidade transparente, semitransparente,
láveis e cores. e densidade. Possui aspecto
natural e pode ser conforma- translúcido, opaco
da por molde, havendo pouca luminosidade fosco, brilhante, reflexivo
restrição formal, produzindo,
inclusive, volumes maciços.
Tátil
Aceita gravação. Reciclável. textura liso, corrugado, rugoso...
superfície estabildade dimensional, irregular
Físico
dureza rígido, resistente
porosidade permeável, absorvente
H049 H053 higroexpansividade variação do papel com umidade
deformidade se vincado, não retorna ao original
desgastável
direção das fibras presente, ausente
Fabricação artesanal, industrial
Bio origem natural, cadeia produtiva
verde, biodegradável, reciclável
Particularidade ex.: miolo colorido, leveza, resistên-
H050 H054
cia ao rasgo, a químicos, a tempera-
turas altas, a UV, transluscência, a
prova d’água, durável, autoadesivo,
ruidoso
Impressão tipografia, offset, tampografia,
flexografia, serigrafia, rotogravura,
jato de tinta, laser, estampagem
H051 H055 Gravação tipografia, laser, pirografia
Tinta a base d’água, a base de solvente,
Cola a base d’água, solvente, borracha,
Acabamento silicone, resina, verniz, colagem,
laminação, plastificação, tipografia,
hot-stamping, flocagem, costura

Tab. 2 Parâmetros de papel 139


H056 H060 H064 H068 H072

ESPELHO METALIZADO CALANDRADO FLOCADO ESTAMPADO


Papel com particular proprie- Papel de cor metálica com A maioria dos papéis cos- Os papéis flocados são papéis Papéis estampados ou
dade reflexiva, costuma ser massa homogênea, isto é, o tuma passar pelo processo revestidos por partículas papéis de presente são
laminado ou plastificado. miolo é da mesma cor que a chamado calandragem, que têxteis, como flocos de papéis impressos industrial
De verso branco, possui face. Fornecido em folha, de confere acabamento, regula poliéster, náilon e algodão, ou artesanalmente. As artes
boa memória de vinco sem gramaturas diversas. Alguns espessura e uniformiza a por exemplo. Disponíveis em são modulares e podem ser
trincar. Fornecido em folha ou são texturizados ou possuem superfície. O grupo de papéis diversas cores, costumam ser desenhadas. Impressos com
empastado em papel cartão, glitter. Em geral, aceita calandrados inclui papéis que, impermeáveis e ter o verso tintas coloridas ou metálicas,
é disponibilizado em algumas impressão offset. no processo de calandragem, branco. Podem marcar, ao podem ter acabamento fosco
gramaturas e várias cores. são texturizados por moldes. passar o dedo. De sensação ou brilhante. Comumente
As texturas são desenhadas tátil macia, tem acabamento usado para embrulho e ati-
e conferem qualidade tátil semelhante ao da flocagem. vidades artesanais. Costuma
à superfície, como no papel Algumas linhas desse papel ser fornecido em rolo e folha,
vergé, linho e casca de ovo, possuem flocagens em de baixa gramatura.
por exemplo. padrões, assemelhando-se
à papéis de parede. Aceita
bem corte e vinco.

H057 H061 H065 H069 H073

H058 H062 H066 H070 H074

H059 H063 H067 H071 H075

140
H076 H080 H084 H088 H092
H

MARMORIZADO HOLOGRÁFICO YUPO® TYVEK® MYLAR®


Os papéis marmorizados Papel com efeito reflexivo Papel sintético leitoso, alta- Desenvolvido originalmente Filme fabricado de resina
artesanais, também usados multicolor ou arco-íris, com mente resistente. À prova para barrar infiltração de ar, de poliéster (PET), é liso,
como original para reprodu- ou sem padrão, produzido d’água, resiste à umidade, o papel Tyvek® é fabricado flexível, resistente à tensão,
ção industrial, são únicos, por filme laminado, que calor e raios UV. Espessura integralmente de microfibras metalizado, reflexivo, imper-
sem impressões idênticas, pode revestir substratos de 250 microns. Não rasgável de polietileno denso. É leve, meável e antiestático. Toque
uma vez que a água se movi- coloridos e diversos, como manualmente, macio, aceita resistente, antiestático, frio. Disponível em diversos
menta ao remover a folha um acabamento de cobertura refile, faca e vinco. Aceita à prova d’água e umidade. acabamentos, espessuras e
da superfície desenhada. total. Os padrões podem ser impressão e pintura com Possui natural aparência cores, opaco, translúcido ou
O nome é originário da personalizados. Superfície vários tipos de tinta. Papéis amassada e toque macio. transparente. Fornecido em
semelhança formal com lisa e impermeável. sintéticos similares, de ou- Há linhas com acabamento folha ou rolo. Outros tipos
os desenhos das pedras de Boa aceitação de corte tros fabricantes, possuem brilhante. Fornecido em rolo de filmes poliéster: Melinex®,
mármore. Papéis originais e vinco. Disponível em gra- outros nomes. ou folha, com gramaturas Teijin®, Tetoron®, Tedlar®.
podem ser usados para maturas de 45-450 g/m2. que variam de 55-97 g/m2.
conferir autenticidade. Aceita impressão em flexo- Aceita impressão offset,
grafia e gravação em relevo. térmica e corte. Reciclável.

H077 H081 H085 H089 H093

H078 H082 H086 H090 H094

H079 H083 H087 H091 H095

141
H096 H100 H104 H108 H112

CREPOM SEDA MANILHA MONOLÚCIDO FREEZER


Fabricado a partir de polpa Composto de pasta mecânica Papel conhecido para embru- O papel monolúcido é Papel fabricado de polpa
química de celulose, o papel ou química de celulose, o lhar, o papel manilha é homo- siliconado, o que lhe confere de celulose, é revestido com
crepom não é revestido, pos- papel seda é liso, fino, trans- gêneo, possui tonalidade brilho característico de um camada de polietileno, lado
sui aspecto rugoso e macio lúcido e não possui revesti- rosa, acinzentada ou esver- lado, sendo fosco do outro. brilhante, tendo o outro lado
característico. Antiestático, mento. Rasga e amassa deada, é fabricado de aparas É produzido de pasta química fosco. Resistente à umidade,
resistente a fogo, é fornecido com facilidade, produzindo de papel, às vezes mistura- de celulose de fibras curtas isolante, é fornecido em
em rolo, em diversas cores, ruído. Resistente à umidade, das à pasta mecânica. Fácil branqueadas, podendo ser folha e rolo, em gramaturas
com menos ou mais brilho. antiestático, fornecido em de rasgar, tem uma face encontrado em cor parda. de 10-200 g/m2. É possível
Ao ser molhado, pode ser folhas de diversos formatos e lisa e outra áspera, lado É alcalino, translúcido, absor- escrever sobre o papel. Bom
moldado ou manchado, cores, costuma ter gramatura absorvente. Utilizado para vente, fácil de rasgar, porém para fazer moldes de costura
geralmente a tinta solta de 14-23 g/m2 e pode ser embrulhos e fabricação de resistente. Fornecido em e impressão estêncil, por
com facilidade e pode reagir fornecido com impressão confetes. Aceita vários tipos bobina, resma e em forma- ser impermeável e não
com outras substâncias. (alta tiragem). de impressão, é fornecido tos padrões de embalagens, absorver a tinta.
É possível encontrar em cores em bobina ou folha, em costuma ser usado em
metálicas, com glitter, padro- gramaturas de 55-75 g/m2. gramaturas de 60-120 g/m2.
nizados. Alguns tingimentos Econômico e reciclável.
mantêm o verso branco. Papéis semelhantes: HD
(mais resistente), bucha
(mais maleável).
H097 H101 H105 H109 H113

H098 H102 H106 H110 H114

H099 H103 H107 H111 H115

142
H116 H120 H124 H128 H132
H

PAPEL PARAFINADO ALUMÍNIO COMESTÍVEL ESPUMA ADESIVO


Existem diversos tipos de Papel de alumínio fino, Fabricado de arroz ou açúcar, Placa de poliestireno reves- Os papéis adesivos são de
papéis parafinados, origi- moldável, marca o vinco, em algumas espessuras, tida de papel, geralmente vários tipos, transparentes,
nários de polpas diversas, faz ruído ao amassar e rasga pode ser rígido ou macio, em ambas as faces. Leve, opacos, coloridos, texturi-
com acabamento encerado com facilidade. É possível colorido e texturizado. Possui bem acabada, não deforma, zados. Recebem cola e um
de parafina refinada. Possui encontrar coloridos (geral- gosto suave, não acentuado, é rígida, porém fácil de ser filme sobre uma ou ambas
propriedade antiaderente mente em uma das faces), podendo ser sem glúten cortada. Disponível em placas as faces, podendo aderir
e impermeável e, em geral, com estampas e texturas. e aromatizado. Aceita de alguns tamanhos, tem as a superfícies. Próprios para
suporta até 60 oC e resiste Fornecido em rolo e diver- impressão com tinta faces revestidas de papéis impressão, alguns podem
à umidade. Costuma ser sos formatos padrões de em- comestível, e alguns podem e cores variadas, e miolo de recebê-la no lado com cola.
leitoso, branco ou pardo. balagens. Marca bem grava- ser vincados. Pode ser encon- espuma branca, preta (mais Costumam aceitar bem refile
Pode possuir outras propri- ção em relevo. Disponível em trado também com o nome comuns), ou coloridas. e faca especial. Há tipos de
edades, como anti-ferrugem espessura finíssima, até papel wafer. Linhas e bordas A gramatura varia de adesivo com funções, resis-
e ser à prova de graxa. 1 mm, é fornecido em folha de impressão podem borrar, 80-230 g/m2, e as espes- tências e níveis de colagem
A cera confere ao material e bobina. Folhas mais em decorrência da absorção suras de 2-20 mm. Outros diferentes, podendo colar
tato derrapante. Aceita espessas são mais rígidas. da tinta. Comumente usado nomes: placa de colaminado, permanentemente, colar e
impressão e dobra. no Oriente para embalar papel pluma, papel espuma. descolar, rasgar ao descolar
balas grudentas. (adesivos de segurança) etc.

H117 H121 H125 H129 H133

H118 H122 H126 H130 H134

H119 H123 H127 H131 H135

143
H136 H140 H144 H148 H152

CELOFANE VEGETAL MANTEIGA RECICLADO XUAN


O nome celofane é originário Papel de celulose, não Papel produzido de polpa Papel produzido a partir Originalmente fabricado
da união de duas palavras: revestido, fabricado de polpa mecânica de celulose, trans- de papéis usados e restos artesanalmente, de arroz,
celulose (matéria-prima) e de madeira mecânica ou lúcido, brilhante de um de papéis reprocessados. suas 100 etapas foram
diaphane (transparente). química, translúcido, com lado (siliconado) ou fosco A massa celulósica passa consideradas patrimônio
É um polímero natural da aparência fosca e leitosa. de ambos. Semi-permeável por fases como maceração, cultural intangível, ou imate-
celulose. Transparente, É impermeável e resistente ou impermeável, quando depuração, dispersão, des- rial, da Unesco. Desenvolvido
fino, muito liso, flexível, à umidade. Aceita impressão, siliconado de ambos os lados, tintagem e branqueamento. na China, para caligrafia e
resistente, porém facilmente possui boa fixação de tintas, resiste ao calor. Fácil de Os papéis podem ter aparên- pintura. É macio e suave-
rasgável, se cortado. É absor- podendo ter o nível de trans- vincar e rasgar. Fornecido em cia comum ou rústica, como mente texturizado, durável
vente, mas não vaza o líqui- parência modificado por bobina ou folha, comumente confeitada, por exemplo. (longevo). É considerado um
do, barra certos gases. Curva cola ou verniz. Pode compor em branco, em gramaturas A cor do papel pode causar papel sensível a sombras e
mas não vinca com facilida- impressões frente e verso de 30-60 g/m2. Aceita bem interferência na impressão. gradações de cor na pintura
de. Pode ser encontrado em e com outros papéis. For- impressão flexográfica. à base de água. Atualmente
algumas cores, aceita im- necido em rolo e folha, com Versões coloridas são fabri- é também fabricado industri-
pressão e costuma ser for- gramaturas de 53-285 g/m2, cadas de polpa química. almente, disponível em folha.
necido em rolos, com peque- em diversas cores. O papel
na variação de espessura. pergaminho é semelhante
Biodegradável (cinco anos). ao vegetal, resistindo a
altas temperaturas.
H137 H141 H145 H149 H153

H138 H142 H146 H150 H154

H139 H143 H147 H151 H155

144
H156 H160 H164 H168 H172
H

WASHI ARTESANAL MACHÊ COLORIDO ESTÉRIL


Wa significa japonês, e Papel de fabricação artesanal, Massa de papel picado Cor é um atributo intrínseco Papéis estéreis são desen-
shi, papel. Fabricado do geralmente de polpa reci- misturado a cola, para mol- a diversos tipos de papel. volvidos para fins que reque-
fibras vegetais longas, em clada, com adição de fibras dar. Pode-se adicionar gesso, Mesmo os brancos possuem rem higiene. O paperlite®
várias cores, translúcido ou diversas, pode ser tingido, para enrijecer a superfície. tonalidades mais quentes e o flexpeel® são exemplos
opaco, dependendo da cor e de acabamento natural, Pode ser associado a moldes ou frias, níveis de brancura de papéis estéreis, anti-
espessura do papel. De toque texturizado, prensado etc. de arame e outros materiais. e luminosidade. Alguns bactericidas, próprios para
quente e aspecto natural, É possível acrescentar-lhe A massa pode ser colorida possuem apenas as faces embalagens e uso hospitalar,
possui fibras aparentes flores ou outros elementos com tinta. O tipo de papel coloridas, outros, toda a por exemplo. Recicláveis,
características. É maleável, planos, como linhas, fios, usado caracteriza a massa sólida. Com os devidos relativamente mais leves
leve e tradicionalmente livre confete, cascas, flores, ervas. textura obtida. cuidados com interferências que embalagens de plástico,
de ácido. Há linhas revestidas de impressão, cores podem são resistentes, atóxicos e
impermeáveis e resistentes, ser combinadas criativa- podem estar em contato com
usadas em arquitetura. For- mente e exploradas por alimento. Não se empregam
necido em folha e placa, de seu potencial estético. solventes na fabricação.
0,1-2 mm. Tipos: shoji, gan- Termoformável, aceita
pishi, kozogami, mitsumat- soldadura térmica. Disponível
agami, chigirie, unryu. em filme transparente, papel
translúcido e opaco. Aceita
impressão e corte.
H157 H161 H165 H169 H173

H158 H162 H166 H170 H174

H159 H163 H167 H171 H175

145
H176 A001
H180 H184 H188 H192

CARBONO AUTOCOPIATIVO TERMOSSENSÍVEL FOTOGRÁFICO BOLHA


Papel químico fabricado de Papel químico carbonado que, Papel usado em impressoras Papel com tratamento O papel bolha é um papel
polpa misturada, é comu- sob pressão, marca o papel térmicas, sensível à tempe- químico fotossensível, com empastado a um filme de
mente usado para produzir sob ele. A tinta copiativa é ratura, razoavelmente resis- acabamento em diversos plástico-bolha. O plástico-
cópias e marcar tecido. For- comumente azul ou preta, e o tente à luz. Fornecido em níveis de brilho, de fosco bolha é produzido de filme
necido em rolo e folha, nas papel, em tonalidades pastel. bobinas pequenas e folha, a brilhante. Em ampliações de polietileno com gomos
cores azul, preto, vermelho, Fornecido em bobina e folha, disponível de 40-80 g/m2, a partir de negativo, o papel de ar prensados, transpar-
amarelo. Pode ser usado geralmente em gramaturas em branco e tons pastel, que passa por exposição, revela- ente, leve, impermeável e
diversas vezes, diminuindo de 28-80 g/m2. Marca ao contrastam com a impressão. ção, interrupção, fixação, atóxico. Fornecido em bobina
gradativamente a tonalidade vincar, aparecendo a tinta do Liso, facilmente dobrável lavagem e secagem. e rolo, pode ser especifi-
da cópia. Possui lado carbo- lado carbonado. Aspecto da e rasgável. A imagem pode É possível compor com más- cado por diâmetro de bolha,
nado encerado, que marca cópia semelhante à do papel- durar até três anos. caras de sombras e objetos quantidade de camadas e
ao riscar, prensar ou pres- carbono. É comumente usado colocados diretamente sobre espessura. O plastibolha é
sionar sobre papel. Traçado em formulários. o papel, exposto a luz disponível em algumas
granulado, cobertura irregular controlada. Costumam ser cores, sólidas ou metálicas,
e variação de tonalidade são mais espessos. transparentes ou opacas,
características de cópias pode ser empastado a vários
carbonadas. tipos de papéis e aceita
soldadura térmica.

H177 H181 H185 H189 H193

H178 H182 H186 H190 H194

H179 H183 H187 H191 H195

146
H196 H200 H204 H208 H212 G H

ÁGUA PROVA D’ÁGUA TRANSFER LAMINADO FILIGRANADO


Papel que, ao escrever com Também chamado de papel Transfers são papéis Papéis que recebem uma Papéis filigranados, são pro-
água, a área molhada se sintético, desenvolvido de polímeros sobre os quais se laminação plástica de PET, PE duzidos com marcas d’água
torna preta e, ao secar, diversos tipos de plástico, imprime arte, para transferi- ou BOPP, para impermeabi- translúcidas, formadas por
retorna à cor natural, da o papel à prova d’água é im- la à superfície a ser impressa. lizar uma das faces, podendo diferença de espessura nesta
frente do papel. Desenvolvido permeável e difícil de rasgar. Há tipos específicos de ter uma camada de alumínio. área do papel, que é mar-
para exercício de caligrafia, Disponível em várias grama- papéis para substratos como A espessura da camada cada quando este ainda se
não mancha nem solta tinta. turas e diferentes níveis de papel, tecido, porcelana, plástica é especificada em encontra úmido, no processo
Pode ser usado inúmeras brilho, possui memória de cerâmica, vidro, pedra etc. mícrons. Comumente usado de fabricação. É possível ter
vezes. Fornecido em rolo vinco menor ou maior. Aceita Alguns requerem maquinário em embalagens, pode ser a área filigranada com fibras
e folha de papel ou tecido, impressão offset e escrita profissional, outros aceitam produzido com especifi- coloridas ou luminescentes,
comumente em preto, esferográfica. Alguns tipos impressões a laser, jato de cidades como respiro de para aumentar a autentici-
ou colorido. são recicláveis. tinta, e podem transferidos aroma, como em embala- dade e segurança. O desenho
manualmente. É possível gens de café, fechamento da marca d’água ou arte pode
transferir a imagem para zip ou de arame etc. Aceita ser personalizado.
superfícies irregulares. soldadura térmica.
As transferências se dão
por aquecimento, decalques
à base de água ou fricção.

H197 H201 H205 H209 H213

H198 H202 H206 H210 H214

H199 H203 H207 H211 H215

147
H216 H220 H224 H228 H232

PAPEL-FILTRO GUARDANAPO HIGIÊNICO SEGURANÇA MAGNÉTICO


Papel fabricado a partir de Papel produzido de polpa Papel composto de polpa O papel de segurança, O papel magnético atrai
polpa de celulose, de fibras virgem de celulose, é carac- virgem de celulose, é absor- desenvolvido para prevenir materiais magnéticos, como
longas e curtas, de madeira terizado por ser absorvente, vente e geralmente possui reprodução ou fraude, é ferro, por exemplo. Flexíveis,
e algodão. Caracterizado macio e inodoro. Alguns são camadas. Costuma ser forne- utilizado para documentos empastados a uma manta
pela porosidade, permite texturizados, para aumentar cido em rolo de largura de 10 originais, oficiais, governa- magnética negra, são dis-
a passagem de líquidos. a superfície de absorção. cm, ter uma a três camadas, mentais, cédulas. De fabri- poníveis em espessuras
É fornecido em rolo, com É possível encontrar em e gramatura de 13-20 g/m2. cação especial, pode ser de 0,25-10 mm, fornecidos
gramaturas de 5-40 g/m2, diversas especificações de Aceita impressão colorida composto de fibras especí- em rolo e folha, também
geralmente nas cores branca tamanho e cores sólidas e picote. Alguns fornece- ficas, filigranado, ter holo- denominada manta ou
e natural, com especificações (massa), geralmente de dores são especializados em gramas, propriedades borracha magnética. Pode
de permeabilidade e uso. 13-25 g/m2, e pode receber imprimir novelas em papel fluorescentes sob raios ser encontrado em várias
É possível encontrar com impressão de arte, normal- higiênico. ultravioletas, propriedades cores. Aceita bem refile
padrões de rugosidade, não mente em uma das faces. magnéticas e químicas e faca especial.
deforma ao molhar, alguns reagentes. É impresso com
têm resistência elástica. tintas com pigmentos espe-
Aceitam soldadura térmica. ciais, para impressão visível e
Biodegradável. invisível. A própria fabricação
é também seu segredo.

H217 H221 H225 H229 H233

H218 H222 H226 H230 H234

H219 H223 H227 H231 H235

148
H236 H240
H

LUMINESCENTE ABRASIVO
Papel composto de PET Conhecido como lixa, o papel
com pigmento luminescente, abrasivo costuma ter base
tem efeito brilhante no em kraft ou látex, revestida
escuro, após ser exposto à de grãos de metal (óxido de
luz. Laminado com silicone, alumínio, carboneto de silício,
à prova d’água, não tóxico, zinco, entre outros). Usado
inodoro, não radioativo. comumente para polimento.
Disponível em tonalidades Disponível em folha ou rolo,
branca, azul, amarela e verde, com classificação numerada
e também em papel adesivo. por níveis de abrasão,
A luminosidade é medida o número representa a
em milicandela por metro quantidade de grãos por
quadrado (mcd/m2). Pode centímetro quadrado.
ter luminescência diminuída, O tato é áspero, e a super-
com tempo de uso. Aceita fície, rugosa. É possível
impressão e vinco. encontrar em algumas cores.

H237 H241

H238 H242

H239 H243

149
150
H

151
152
DIVERSOS H

O design conforma ideias por meio da matéria,


e há uma infinidade de materiais, naturais e artificiais,
compostos e manipulados, disponíveis para uso. Alguns
são largamente empregados em projetos de design grá-
fico, outros, menos comuns. Dentre esses últimos, mui-
tos podem ser usados em projetos desenvolvidos em di-
mensão plana, e são fornecidos em formatos adequados
para tal, requerendo menor ou maior escala de produção.
Neste capítulo, enumeraram-se alguns materiais que po-
dem ser empregados em projetos de design: tecido, ma-
deira, polímeros, metal e diversos.
As técnicas para se trabalhar um material ou ou-
tro podem ser distintas, para se obter um mesmo resul-
tado formal, e uma mesma técnica, aplicada a materiais
diferentes, pode gerar resultados formais distintos. Dos
materiais provêm as informações de como trabalhá-los,
como, por exemplo, o vidro, que permite ser moldado com
aumento de temperatura. O conhecimento dos materiais
e processos permite ao designer explorar a manipulação
de sua forma.
O repertório de possibilidades pode possuir se-
melhança formal, como, por exemplo, existe semelhança
de atributos de transparência e brilho em uma pedra ou
em um tipo de papel, sejam eles naturais ou figurativos.
Na pedra, pode-se obter o brilho realizando polimento de
superfície, no papel, aplicando-se um verniz. Propriedades
reflexivas de vidro e espelho são simuladas em plásticos e
papéis. Um molde metálico para imprimir sobre porcelana
tem o mesmo princípio do carimbo. Composição de pas-
tilha pode ter semelhança modular em tecelagem. Cada
material, entretanto, reúne propriedades combinadas
próprias e funciona de forma particular, o que pode ser ex-
plorado criativamente pelo designer. 153
TECIDO H247 H251 H255 H259

LINHO SEDA ALGODÃO BAMBU


O linho é uma fibra natural A seda se caracteriza por sua O algodão é uma fibra Tecido de viscose, originário
obtida das lináceas. Carac- fibra natural muito macia, natural, de cor cru branca, de fibra de bambu, tem boa
teriza-se por sua cor natural produzida em filamentos tendo como principal elasticidade, permeabilidade,
amarelada e resistência. com a saliva do bicho-da- componente a celulose. higroscopicidade, bom respiro
De toque macio e frio, é de seda. Possui brilho natural Há tecidos de algodão puro, e toque frio. É de fácil tingi-
aparência rústica e conserva discreto, absorve umidade, e outros que usam o algodão mento, brilho discreto, e não
calor. Tecidos de linho finos e seus fios são frágeis. para composição. Há diversas marca o vinco.
marcam o vinco e amassos É possível obter fibras gradações de fios de algodão,
com facilidade. De fácil naturalmente coloridas, menos ou mais lisos.
tingimento, tem resistência controlando a dieta do bicho. O algodão se caracteriza por
à fervura, boa absorção O tecido é bom condutor, sua maciez, toque quente,
e liberação de umidade. não vinca e possui bom maleabilidade, porosidade,
É menos maleável que caimento. Tipos de tecido absorvência e propriedade
o algodão. Orgânico. com seda: cetim, chiffon, natural hipoarlergênica.
crepe, jacquard, jersey, or- Geralmente encolhe, em
ganza, tafetá etc. Orgânico. contato com água. De fácil
tingimento. Orgânico.

H244 H248 H252 H256 H260

H245 H249 H253 H257 H261

H246 H250 H254 H258 H262

154
H263 H267
Frank Gehry desenvolveu a “Easy Edges” (1969- H
1972), uma série de móveis desenvolvidos em papelão,
explorando sua materialidade, sendo um exemplo de ex-
perimentação a partir de manipulação e de exploração de
possibilidades criativas, atribuindo usos não convencion-
ais a um material.

SISAL JUTA TECIDO

O sisal é o nome da planta de Fibra natural extraída de her-


onde se obtém a fibra natural báceas, caracteriza-se pelo
“tecido te.ci.do adj (part de tecer) 1 Que se teceu. 2 Que foi
brilhante, caracterizada por toque áspero, cor parda e feito no tear. (...) sm 1 Pano preparado no tear. 2 Trama de
sua resistência, em relação aspecto rústico. É resistente fios; urdidura. 3 Modo como os fios de um estofo estão
a outras fibras naturais. e durável. Econômica, abun-
Possui tonalidades de cru, dante, não deforma, possui reunidos.” (Michaelis, 2012)
amarelo, laranja e vermelho. baixa elasticidade. Orgânico.
Não propaga fogo. Disponível
em fio, corda e tecido. Outras
O tecido é um material versátil e usado em proje-
fibras naturais de origem tos de design. Pode ter origem natural ou sintética, sendo
vegetal: fibra de cânhamo produzido por fios, artesanal ou industrialmente, dentre
(resistente a UV), kenaf
(isolante acústico), malva, outros processos de fabricação. Alguns são particular-
abacá, caroá, rami (boa tingi- mente caracterizados pelo desenho de suas tramas.
bilidade), fórmio, coco etc.
Com ou sem impressão, os tecidos podem ser em-
pregados em projetos de design. Apesar de haver restri-
ções em alguns processos de impressão, outros são pró-
H264 H268
prios para substratos em tecido, dentre outros materiais e
superfícies. Ainda maior que tipos de papel, é a variedade
de tecidos existentes. A seleção apresentada é um pano-
rama sucinto de possibilidades e privilegiou a escolha de
tipos com particularidades formais variadas. As imagens
dos tecidos procuram evidenciar características como tex-
tura, trama, dureza, caimento, elasticidade, reflexibili-
dade etc., para ciência visual do material, e são acom-
H265 H269 panhadas pelos textos que descrevem informações como
origem, composição, formato e outras particularidades,
como comportamento estático, térmico, mecânico etc
(Tabela 3).
O grupo contém tecidos, em sua maioria, puros,
um sistema de fabricação, o jacquard, em que se desenha
com mudança de direção dos fios, um tratamento de teci-
H266 H270
do, o matelassê, que também pode ser projetado, e um
acabamento especial sobre o tecido água, para receber in-
scrição temporária com água, dentre outros.
Os tecidos são normalmente mais flexíveis que o
papel, possuem características distintas, e a resposta ao
corte e dobragem, por exemplo, é diferente. O conheci-
mento da forma do material, por manipulação e experi-
mentação, sugere formas interessantes de usá-lo. 155
H271 H275 H279 H283 H287

LÃ FELTRO CAMURÇA COURO COURO SINTÉTICO


Fibra natural de origem O tecido feltro é fabricado de De origem animal, a camurça O couro é pele curtida de Imitação do couro, o couro
animal, caracteriza-se por lã calandrada e possui toque é um tipo de couro com animais, caracterizado por sintético é um tecido artificial
ser macia, flexível, isolante quente. É disponível em textura fina, aveludada, ser resistente e ao mesmo composto por PVC, poliéster
térmico e de toque quente. novelo e bobina, em diversas de toque suave, pouco tempo macio. Possui toque e poliuretano, às vezes sobre
Absorvente, não marca o cores, espessuras permeável. Marca ao passar quente, e textura semelhante uma base de poliéster. É mais
vinco. Alguns tipos de lã: e densidades. o dedo, couros finos marcam à pele humana, respira e rígido em relação ao couro
tweed, astracã, baeta, gabar- o vinco. Leve, fino, fácil de é durável. Disponível em autêntico e possui um brilho
dine, feltro, flanela. O tweed moldar para revestir. diversas cores e tratamentos diferente. Mais leve que
se caracteriza pelo tipo de O suede é uma imitação de superfície. o couro natural, não respira.
ponto. Outros tecidos de lã da camurça natural; fabricado
com fibras de origem animal: de poliéster, distingue-se
alpaca, vicunha, angorá, por não encolher.
cashmere, camelo, lhama,
mohair (leve) etc.

H272 H276 H280 H284 H288

H273 H277 H281 H285 H289

H274 H278 H282 H286 H290

156
H291 H295
Tecido H
Nome
Técnico
composição matéria-prima
fibra natural, artificial, composta
formato comprimento, largura da bobina
fios nº de fios/cm2 ou polegada
LYCRA® POLIÉSTER espessura microns (µm)
peso gramas por metro quadrado (g/m2)
Fibra artificial sintética de O tecido poliéster, fabricado
elastano composto com de fibra artificial sintética,
Forma
nylon, caracterizada por sua é leve, elástico, isolante, memória* baixa, alta
elasticidade, capacidade impermeável, possui baixa maleabilidade
de alongamento e recobra- liberação de umidade, não
maleável, duro
mento sem deformar. Possui encolhe, não amassa e é de Físico
tato macio, escorregadio, e rápida secagem. Os fios de resistência pouco resistente, resistente
toque frio. A porcentagem poliéster são muito usados
de elastano e espessura da na composição de outros porosidade poroso, absorvente, permeável
Lycra® influem no caimento tecidos. conservação de calor inércia baixa, alta
do tecido. Disponível em
diversas cores, inclusive me-
contato com água inerte, encolhimento
tálicas. É também conhecido respiro respira, não respira
como spandex. Bio
fabricação origem natural, cadeia produtiva
verde, biodegradável, reciclável
tratamento natural, químico
H292 H296 tingimento natural, artificial
trama tecelagem, malha, crochê
Visual
cor
revestimento ausente, presente
acabamento verniz, impermebilização
verso cor, sem estampa
opacidade opaco, translúcido, transparente
H293 H297
luminosidade fosco, brilhante
Tátil
toque frio, neutro, quente
textura liso, macio, áspero, rugoso
Particularidades impermeável, memória, anties-
tático, maleável, padronizado
Outros flamabilidade, antialergênico
H294 H298 Processos
impressão tipografia, serigrafia, impressão
gravação tipografia, laser, pirografia
outros estampagem, termossoldagem
Acabamento dobragem, corte, furação
*capacidade de reter dobras

Tab. 3 Parâmetros de tecido 157


H299 H303 H307 H311 H315

PLUSH VELUDO JEANS SARJA JACQUARD


O tecido plush tem o nome O tecido veludo pode ter Originalmente desenvolvido O tecido sarja é um tecido O nome se refere ao sistema
originário na palavra pelúcia origem natural ou sintética. para vestimenta de garim- composto de algodão e ou- de fabricação do tecido,
em inglês. É fabricado a Caracteriza-se por possuir peiros, o jeans era grosso e tras fibras, característico originalmente um tear em
partir de fibras químicas ou pelos curtos, que lhe caracterizado pela resistência pelas urdiduras diagonais, que se desenha com os
sintéticas, tem aparência conferem tato aveludado a atrito. Possui discreta ner- que flexibilizam o tecido. fios, que podem mudar de
fofa, toque macio e memória e macio. Ao friccionar, vura diagonal. Disponível em É resistente, durável. Há direção. Industrialmente, é
curta, não amassando. Uma mudando a direção dos algumas espessuras e pesos, tipos tratados, que aceitam possível usar vários tipos de
das faces é felpuda, e a outra pelos, os tons escuros podem pode receber tingimentos impressão digital. Fabricado fios simultaneamente, obter
costuma ser lisa. Disponível marcar. O caimento pode e lavagens, resultando em de algodão, lã ou fibras mis- efeitos de textura e fazer
em diversas cores e tipos de proporcionar reflexos dife- tonalidades e aparência tas, pode conter elastano. desenhos complexos.
felpa. Outros tecidos seme- rentes sobre o pano. Alguns característicos. Geralmente
lhantes: flanela, chinchila. tipos de tecido veludo: cotelê requer linhas mais grossas
(canelado), molhado, alemão, para costura.
cristal, devorê.

H300 H304 H308 H312 H316

H301 H305 H309 H313 H317

H302 H306 H310 H314 H318

158
H319 H323 H327 H331 H335
H

MATELASSÊ TECIDO ÁGUA CARBONO NÁILON LONA


É uma técnica de tratamento Tecido natural com película O tecido de fibra de carbono O náilon é um tecido de fibra Refere-se aos grossos
do tecido. O termo matelassê em uma das faces, para exer- é considerado um material artificial sintética, pouco tecidos de algodão e também
tem origem francesa e signi- cício de caligrafia, escrever ou de alta rigidez, e resistência absorvente e praticamente aos fabricados de polímeros
fica almofada, pelos gomos desenhar com água. A ima- à solicitação mecânica de impermeável, resistente a como poliéster, poliamida
formados nas áreas entre gem em preto desaparece, tração e tensão (maior que desgaste, tração e rasgo. etc. Ambos são caracteriza-
as costuras, que recebem após a evaporação da água, e liga de aço), à deformação. É leve, durável, estático, dos pela resistência ao atrito,
enchimento. Alguns dese- pode ser reutilizado inúmeras É isolante térmico e acústico, e tecidos finos secam com à ruptura e rasgo, sendo, as
nhos enrugam e texturizam vezes. Não mancha e pode a coloração natural é grafite facilidade. O fio de náilon de plástico, mais leves. Dis-
o tecido. É possível desenhar ser lavado a mão. brilhante, sendo possível é usado na composição ponível em espessuras, cores
com tipos diferentes de encontrar em outras cores. de outros tecidos. e acabamentos diversos.
costuras e fios (coloridos, Usado em aviação, auto- As plásticas são também
metálicos etc.). móveis, revestimentos etc. isolantes acústicos, imper-
meáveis e não transpiram.
Tipo similar: lonita.

H320 H324 H328 H332 H336

H321 H325 H329 H333 H337

H322 H326 H330 H334 H338

159
H339 H343 H347 H351 H355

NEOPRENE VELCRO TNT TULE RENDA


Tecido fabricado de borracha Macho e fêmea de náilon O tecido-não-tecido, conhe- Tecido fino e leve, de trama Tecido bordado com desen-
expandida sob alta pressão e que aderem um ao outro por cido como TNT, é um aglome- hexagonal aberta, possui hos, a mão ou a máquina,
temperatura. É macio, resist- microganchos semelhantes à rado de fibras de polipropile- pouca memória, caimento pode ser de diversos fios,
ente, flexível, elástico, im- planta árctio, sua inspiração no prensadas, extremamente volumoso e é silencioso. como seda, algodão,
permeável, isolante térmico, original. Desenvolvido para leve. Não vinca, é pouco Disponibilizado em inúmeras poliéster, lã etc. Costuma ser
de memória curta e caimento unir e separar, o tecido tem permeável, e alguns possuem cores. Tecidos semelhantes: semitransparente e delicado.
rígido. Pode ser revestido forte adesão, faz ruído ao textura característica. Contra voile, gaze, tarlatana, crino-
de um ou ambos os lados, abrir e costuma ser durável. a luz, possui translucidez lina (de algodão ou linho).
geralmente com tecidos É disponível em vários irregular. Isolante termoacús-
de elastano. Disponível em formatos, como fitas, rolos, tico, fibroso, de toque macio,
várias durezas, espessuras pastilhas e outros, e em respira e pode ser rasgado.
e revestimentos. Pode ser diversas cores. Econômico, usado comu-
moldado termicamente. mente para descartáveis.
Disponível de 10-220 g/m2,
em diversas cores.

H340 H344 H348 H352 H356

H341 H345 H349 H353 H357

H342 H346 H350 H354 H358

160
H359
MADEIRA H366 H370 H374
H

FIBRAS NATURAL MACIÇA CORTIÇA


Tecido fabricado pela com- A madeira pode ser usada Pedaços inteiros de A cortiça é um tecido
posição de fibras, naturais e em seu estado e acabamento madeira original, corta- vegetal de baixa densi-
sintéticas. Podem ser feitas praticamente originais, dos de árvores. Podem dade, e estrutura alveolar,
industrial ou artesanalmente, como toras, ramos, gravetos, ser trabalhados e receber originário da casca de uma
em tear, resultando em galho. Madeiras naturais são acabamento, mantendo a árvore chamada sobreiro.
aparência distinguível. O uso também maciças, mas seu beleza de seus anéis, veios, Caracteriza-se por ser muito
de fios diferentes requer uso pode ser distinguido, nós e colorações. Costumam leve, impermeável, flexível,
cuidado ao molhar, quanto preservando sua forma natu- ser de toque quente e elástica, isolante térmica e
ao tipo de lavagem. ral. Geralmente é necessário, durável. Classifica-se, basi- acústica, imputrecível, resis-
antes do uso, passar por camente, em madeira dura tente à umidade, combustão
processo de secagem. Podem e macia, ou de fibra longa e ao atrito. Está disponível
receber verniz, pintura etc. e de fibra curta. Pode-se em rolos, folhas, placas,
A aparência é única, e cada também classificar em rolhas etc. Pouco reagente,
peça, original. classes de madeiras finas pode ser composto com
e resinadas. Têm aparência outros materiais. Aceita
particular autêntica. impressão. Reciclável.

H360 H363 H367 H371 H375

H361 H364 H368 H372 H376

H362 H365 H369 H373 H377

161
H378 H382 H386 H390 H394

COMPENSADO SARRAFEADO OSB MDP MDF


O compensado laminado, É um tipo de compensado OSB (Oriented Strand Board), MDP (Medium Density Parti- MDF (Medium Density Fiber-
ou contraplacado, é fabricado que tem o miolo de sarrafo do inglês, significa painel de cleboard), do inglês, significa board), do inglês, significa
de placas de madeira seca de madeira crua compac- tiras orientadas. É fabricado placa de partículas de média placa de fibra de média den-
coladas, com o sentido tada e colada, e as capas de de lascas de madeira dispos- densidade. Como o nome diz, sidade. É fabricado de fibras
das fibras ortogonalmente madeira torneada. O miolo tas em camadas, orientadas é composta de serragem de de madeira aglutinadas com
alternado. É resistente, compacto resiste melhor diferentemente, unidas com madeira, mais fina na super- resina e aditivos, sob pressão
estável e relativamente leve. ao empenamento. O tipo resinas, aditivos, e prensadas fície e mais grossa no miolo, e temperatura. Com ou sem
Possui topo com camadas multissarrafeado tem o sob alta temperatura. A dis- aglutinada sob pressão e alta revestimento, o material
aparentes. Existem diversos miolo com chapas finas posição das lascas aumenta temperatura. Caracterizada possui acabamento liso e
tipos: laminado ou virola, prensadas na vertical, sendo a resistência e estabilidade pela diferença de densidade uniforme, baixa deformidade
sarrafeado, naval (maior ainda mais resistente. Como do painel. Durável, resisten- entre o miolo e superfícies, e é fácil de ser trabalhado.
resistência mecânica e à o compensado laminado, é te, não deforma. Desenho que são mais densas e uni- A chapa crua, sem acabamen-
prova d’água), resinado (de estável, porém mais pesado. aparente das lascas de formes. Mais absorvente to, é absorvente e entumece
coloração rosa, com topos A superfície é lisa e dura. madeira niveladas, superfície que o MDF. Disponível em em contato com água, caso
selados, à prova d’água), Disponível em algumas rugosa. Movimenta pouco chapas de espessuras entre não receba tratamento de
plastificado, flexível (pode madeiras, em espessuras com umidade. Disponível 9-28 mm. selagem. Disponível em
ser encurvado) etc. Disponível de 15-45 mm. em espessuras de 6-40 mm. chapas de espessuras entre
em algumas madeiras, 3-60 mm.
e espessuras de 3-25 mm.
H379 H383 H387 H391 H395

H380 H384 H388 H392 H396

H381 H385 H389 H393 H397

162
H398 H402
MADEIRA H

“madeira ma.dei.ra sf (lat materia) 1 Substância sólida,


constituída de obras e vasos condutores da seiva bruta,
que compõe a parte principal do tronco, dos ramos e das
raízes na maioria das plantas vivazes, que por isso são
chamadas lenhosas.” (Michaelis, 2012)
HDF LAMINADO
“Único na sua capacidade de autopropagação di-
HDF (High Density Fiber- Laminado melamínico
board), do inglês, significa fabricado de resina termofixa
ante dos nossos olhos, com sempre reconfortante famili-
placa de fibra de alta densi- prensada, suporta impacto aridade, a madeira se distingue de outros materiais, que
dade. É fabricada, como diz e resiste a riscos e abrasão. muitas vezes requerem intervenção humana para torná-
o nome, de fibras de madeira É durável, impermeável e de
compactadas com resina sin- fácil limpeza. Apresenta uma los adequados para o uso” (KULA et al., 2008, p. 11). A ma-
tética, sob altíssima pressão das faces marrom escuro deira é insubstituível, por ser um material natural quente,
e temperatura. Caracteriza- e a outra em diversos
se por sua alta densidade e acabamentos, colorida ou vivo, renovável e reciclável. A madeira é um material que
resistência. Costuma ter uma estampada, lisa ou texturi- pode ser trabalhado, ao mesmo tempo, como fonte de
superfície lisa e a outra tex- zada, fosca ou brilhante,
turizada. Homogênea, possui de topo escuro (mais comum)
combustível e, em alguns casos, até mesmo de alimento.
boa estabilidade dimensional ou colorido. Geralmente com São inúmeras as espécies de madeiras disponíveis
e resistência mecânica. Acei- 1,3 mm de espessura, pode tratadas para uso, em vários formatos. Madeiras naturais,
ta pintura e verniz. Disponível ser colado com cola de
em chapas de espessuras contato. Algumas linhas seus compostos e derivados foram documentados visual-
entre 1,8-9 mm. aceitam impressão perso- mente e estudados por suas qualidades formais. A maio-
nalizada de arte.
ria é fornecida em formatos próprios para manipulação e
H399 H403
impressão em design, por exemplo. Neste grupo, os form-
atos são também os tipos. O bambu, apesar de ser uma
espécie, foi apontado, por possuir propriedade fibrosa e
odorífera. O grupo compõe um panorama dessa matéria-
prima como dado de projeto de design.
As madeiras variam em espécie, cor, textura e de-
senho, que pode se diferenciar pelo sentido de corte do
tronco. São fornecidas em formatos maciço, prancha, ta-
H400 H404 co, lâmina, folha, cavaco, lasca, grânulos, podendo ser
entalhadas, esculpidas, torneadas, cortadas, serradas,
fresadas, moldadas, furadas, chanfradas, niveladas, des-
bastadas, folheadas, prensadas, encurvadas etc. Podem
ser unidas por tipos de junção, como encaixe por cavilha,
malhete, pino, espiga, pregadas, aparafusadas, receber
tratamentos como secagem, impermeabilização, tingi-
H401 H405
mento, tratamento antitraça, e receber acabamentos
como montagem, encaixe, colagem, raspagem, lixagem,
enceragem, envernizagem, pintura (fosca, brilhante, me-
tálica), dentre outros (Tabela 4).
A madeira é insubstituível, de origem natural (de-
vendo ser preservada), bela, renovável, reciclável, é um
material quente, e se relaciona segura e beneficamente
com o ser humano. 163
H406 H410 H414 H418 H422

BAMBU PÍNUS ARBOFORM® LÂMINA FOLHA


Há diversas espécies de O pínus é uma madeira de cor Termoplástico chamado Lâminas ou folhas de madei- As folhas de madeira são
madeira, e cada uma possui clara, macia, de fibra longa, de bioplástico, contém em ra são camadas finas de similares às lâminas, porém
características próprias. leve, fácil de ser trabalhada. sua composição lignina com madeira natural e apresen- mais acabadas para uso,
O bambu, por exemplo, A árvore é de rápido cresci- fibras e partículas de madei- tam os desenhos originais. lisas, geralmente mais finas
é lenhoso, flexível e muito mento, portanto a madeira ra, resina e outros elementos. Disponíveis de diversas espé- (mais ou menos 0,6 mm).
resistente à tensão. Leve, é abundante e econômica. Desenvolvido para moldagem cies, aceitam bem corte e Pode ser empastada e encur-
de crescimento rápido, em Possui desenho de veios por injeção. Maleável e resis- colagem, algumas podem ser vada. Disponível ao natural,
diversas tonalidades, apre- variados, que podem aparecer tente, apresenta colorações curvadas. Pode ser lixada e escurecida, tingida, sobre
senta desenho com fibras mais em cortes tangenciais de madeira, mas textura receber tingimento ou verniz. papel, sobre adesivo etc.
e nós característicos. Pode da madeira. plástica. Desenvolvido É comumente usada em mar-
exalar aroma permanente- pela empresa alemã chetaria e para revestimento.
mente. Versátil, durável e Tecnaro Gmbh.
biodegradável.

H407 H411 H415 H419 H423

H408 H412 H416 H420 H424

H409 H413 H417 H421 H425

164
H426 H430
Madeira H
Nome
espécie nome científico
composição madeira bruta, reciclada, refugo
formato painel, placa, chapa, aglomerado,
folha, lamina, chip, granulado,
fibra, lasca
CAVACO LASCA dimensões
peso leve, pesado
Pedaços ou estilhas de ma- Lascas de madeira são
deira natural, usados como obtidas por cortes longitu- acabamento revestido, sem revestimento
combustível ou para fabrica- dinais finos na madeira, que Visual
ção de pasta celulósica, para naturalmente a encurvam. longitudinal, radial
produção de papel. Podem Lascas costumam ser refugo,
corte
também ser usados para descarte. Leves, volumosas, cor
outros fins, que se apropriem podem exalar aroma natural, nervura ausente, presente
desse formato disponível de sendo mais ou menos
madeira natural. São clas- resistentes, dependendo da nós ausente, presente
sificados em fino, pequeno, espécie de origem. A forma acabamento fosco, brilhante, reflexivo
médio e grande, e provenien- é resultante do processo de
tes de diversas espécies corte, associado ao material. Tátil tato quente
de árvores, podendo exalar superfície lisa, áspera, rugosa
aroma natural.
Físico
dureza densidade baixa, média, alta
porosidade absorvente, impermeável
umidade porcentagem (%)
H427 H431 deformidade pode ser encurvada
Tratamento tingimento, secagem,
impermeabização, anticupim
Particularidade retardador de fogo, odorífera,
elástica, fibrosa

Tab. 4 Parâmetros de madeira

H428 H432
POLÍMEROS

“polímero po.lí.me.ro adj (poli1+mero2) Quím Diz-se do


composto que, em relação a um outro, apresenta molécu-
las de tamanhos diferentes, mas com as mesmas proprie-
dades químicas.” (Michaelis, 2012)

H429 H433
Os polímeros plásticos foram desenvolvidos qui-
micamente em laboratório, durante as duas grandes guer-
ras. Constituem o material“que pode ser o mais simbólico
em nossa sociedade industrial, ou ao menos, na nossa so-
ciedade de consumo.” (KULA et al., 2008, p. 65). Próprios
para controle e manipulação industrial, praticamente não
requerem mestria para trabalhá-lo e não possuem limita-
ção formal (Tabela 5). 165
POLÍMEROS H437 H441 H445 H449

PVC VINIL ACRÍLICO POLICARBONATO


Policloreto de vinil (PVC) O vinil é um PVC flexível, O acrílico, polimetil-meta- O policarbonato é um termo-
é um termoplástico rígido em formato de tecido ou crilato (PMMA), é um termo- plástico resistente, rígido,
ou flexível. Pode ser trans- adesivo. Disponível plano ou plástico rígido, resistente, translúcido ou transparente,
parente, translúcido, liso, perfurado, em cores opacas, com boa estabilidade dimen- mais leve que o vidro. Pode
texturizado. Fornecido em translúcidas, metálicas ou sional, geralmente brilhante. receber proteção UV, trata-
rolo, placa, folha, adesivo em padronizadas, de menor ou Disponível em grânulo, chapa, mento antichama, anties-
cor opaca, translúcida maior vida útil. Os adesivos tarugo, tubo, podendo ser tático etc. É dobrável com
ou fluorescente, aceita podem ser usados em incolor, colorido, fluorescente, calor. Disponível transparente
impressão offset, serigra- backlights e moldados, como opaco, transparente, liso ou e colorido, liso ou texturi-
fia, digital, impressora de em adesivagem de veículos, texturizado. Possui transpar- zado, fosco ou brilhante, em
impacto, termoformagem, sendo permanentes ou ência similar à do vidro, e grânulos, folha, rolo, chapa
corte. Algumas espessuras removíveis. Fornecido em é relativamente mais leve. (maciças, onduladas, alveo-
de chapas necessitam vinco rolo, aceita impressão offset, Iluminadas, borda e gravação lares), em espessuras de até
para dobragem. Possui digital e serigrafia. têm efeito luminescente. 25 mm.
degradação lenta. Há acabamentos antirrisco,
proteção UV etc. Aceita
gravação a laser e é moldável
e dobrável com calor. Espes-
suras de 1-100 mm.
H434 H438 H442 H446 H450

H435 H439 H443 H447 H451

H436 H440 H444 H448 H452

166
H
H453 H457 H461 H465 H469

POLIONDA
POLIESTIRENO PET PP POLIETILENO LENTICULAR
Polionda é uma placa ou
chapa de polipropileno (PP), Conhecido como isopor, o O politereftalato de etileno, O plástico mais comum, Folha ou chapa lenticular,
com estrutura alveolar for- poliestireno é um polímero PET, e o polipropileno, PP, obtido por polimerização do que, combinada à impressão
mada por duas chapas unidas termoplástico expandido, são polímeros termoplás- etileno, leve, flexível, geral- de arte-final especial, em que
por nervuras ortogonais. cheio de ar, leve e flutuante. ticos semelhantes. Usados mente opaco e impermeável. as imagens são secionadas
Resistente, leve, flexível, Isolante térmico, pouco per- em fabricação de fibras de Comumente conhecido por exatamente na largura
impermeável e flutuante, meável, amortecedor, macio, tecidos, filmes e embalagens, seu uso em sacolas plásticas. da tira da lente, produz
pode receber tratamento higiênico e inócuo. Forne- podem ser moldados por Resistente à tensão, com- efeitos especiais. A lente,
anti-UV, antiestático, cido em pérolas, chapas, aquecimento. Disponíveis em pressão e tração, é isolante usada verticalmente, produz
dentre outros. Disponível pranchas, blocos, comumente grãos, folhas, filmes, ade- e possui razoável resistência efeito de dimensionamento,
em várias cores, opacas e branco, ou colorido, em sivos, chapas, a dureza final química. É fornecido em profundidade, e horizontal-
translúcidas, com espessuras densidades de 10-30 kg/m3. pode ser flexível ou rígida. formatos como grânulos, mente, simula movimento,
de 1,5-5 mm, e gramaturas É termoformável e fácil de Colorido, opaco ou transpar- resina, película, filme, folhas, animação. Existem tipos
de 270-2000 g/m2. Aceita esculpir, com corte ou calor. ente. São inflamáveis. O PP lâmina, chapa, placa etc., em de lentes para diferentes
corte e vincagem, apresen- Reciclável. é mais flexível (a folha pode várias densidades. Aceita distâncias de visualização, ou
tando marcas embranque- ser vincada), possui baixa impressão em flexografia e efeitos resultantes.
cidas. Reciclável. densidade e é pouco higro- termosselagem.
scópico. Reciclável, de lenta
degradação.
H454 H458 H462 H466 H470

H455 H459 H463 H467 H471

H456 H460 H464 H468 H472

167
H473 H477 H481 H485 H489

LUPA ACETATO DURA-LAR® PLASTIBOLHA LÁTEX


Lupas planas, com lentes O filme acetato é um plástico Filme de poliéster, como o Revestimento plástico O látex é borracha natural,
fresnel, em acrílico, para transparente, flexível, com acetato, porém disponível produzido em filme de poli- obtida principalmente das
ampliação. São lisas de um rigidez proporcionalmente em vários acabamentos, etileno de baixa densidade, seringueiras. É impermeável,
lado e com arestas anelares crescente à espessura. Possui como cristalino, fosco, nebu- com gomos de ar prensados. flexível (também a baixas
do outro. Concentram a boa estabilidade dimensional loso, opaco, metalizado, Usado como enchimento temperaturas), resistente
luminosidade e magnificam e ótica. Aceita impressão e sensível à pressão e colorido. e para proteção contra impac- à abrasão, isolante de ele-
o objeto observado. São finas corte. Disponível em algumas Possui boa estabilidade tos e umidade. O estourar tricidade, de permeabilidade
e flexíveis. espessuras, e também col- dimensional, resistência das bolhas produz estalos gasosa, apaga grafite e adere
orido. O Melinex® é um filme elétrica, química, e suporta característicos. a metais. Apesar de possuí-
semelhante, de poliéster calor até 230 oC. Aceita tinta, rem propriedades específicas
brilhante, porém antiestático, caneta, spray e impressão vantajosas, as borrachas
também disponível opaco. laser. Não rasgável, apesar sintéticas não reúnem em
de cortável com facilidade. si todas as características
do látex natural.

H474 H478 H482 H486 H490

H475 H479 H483 H487 H491

H476 H480 H484 H488 H492

168
H493 H497
A previsibilidade comportamental do material de- H
senvolvido em laboratório, facilita sua aplicação e uso. As
maiores controvérsias em relação aos polímeros plásticos
são a salubridade humana no contato com alguns tipos
do material, e também o descarte e a lenta degradação de
muitos deles.

BORRACHA EVA
Polímero
Nome
Borrachas podem ser EVA, espuma vinílica aceti- Técnico
naturais (látex) ou sintéticas, nada, é um termoplástico,
chamadas de elastômeros uma espuma sintética leve composição elementos químicos
sintéticos, derivados do e econômica. Flutua, é imper- formato chapa, placa, folha, líquido,
petróleo. São de muitos meável e tem memória curta.
tipos, e se caracterizam pela Disponível em diferentes dimensões granulado, goma, gel, pó
alta deformidade e recupe- densidades, resiste a calor e densidade
ração. Podem ter proprie- agentes químicos. Fornecida
dades físicas, mecânicas em folha e placa, em densi-
resistência a luz gramas por centímetro cúbico (g/cm3)
e químicas particulares. dades de 90-350 Kg/m3, resistência química sim, não
e espessuras variadas. Pode resistência mecânica sim, não
ser injetado. Apresenta
decomposição lenta. porosidade sim, não
deformidade poroso, absorvente, impermeável
impermeável
Forma
cor
H494 H498
opacidade transparente, translúcido, opaco
luminosidade fosco, brilhante, luminescente
textura macio, áspero, rugoso
Particularidades atóxico, flutuante, leve, resistente,
opaco, tenaz, isolador, condutor,
acústico
Impressão tipografia, tampografia, serigrafia,
H495 H499 flexografia, rotogravura, jato de
tinta, laser, estampagem,
termografia
Gravação tipografia, laser, pirografia
Outros estampagem, moldagem, injeção,
termoformagem, vácuoformagem,
soldagem, termossoldagem,
extrusão, sopro, fundição,
H496 H500
usinagem, moldagem, bobinagem,
calandragem
Acabamento corte, dobragem, pintura, colagem,
laminação, verniz
Bio biodegradável, reciclável, atóxico

Tab. 5 Parâmetros de polímeros 169


H501 H505 H509 H513 H517

NÁILON ESPUMA MASSA PLÁSTICA SILICONE AEROGEL

O náilon é uma fibra sintética Espumas são formadas por Massa plástica de polímero O silicone é um polímero O aerogel é um gel sólido,
química, resistente, leve, estruturas celulares que lhe nanocomposto, PVC e outras elástico, inodoro, antiade- poroso, translúcido que
de memória curta, usinável, conferem densidade e alon- substâncias. Possui consis- rente, resistente a tempera- contém mais de 90% de
pouco reagente a químicos. gamento. Podem ser muitos tência uniforme, não gruda turas extremas, quimica- ar, ultraleve, de densidade
Gera pouco atrito, é isolante tipos de materiais sintéticos, e solidifica por aquecimento mente inerte (não reagente) muito baixa e rígido, apesar
elétrico, pouco absorvente, como viscoelástico (lenta a forno. Pode ser esculpida e impermeável. Possui de facilmente quebrável.
de fácil lavagem e durável. resiliência), PU, EVA, PE. e moldada, com redução permeabilidade gasosa, Composto por sílica, carbono,
Disponível em grânulos, Algumas são biodegradáveis, e acréscimo de material. baixa condutividade (isolante óxido de alumínio, dentre
tecidos, cordas, fitas, redes, fabricadas à base de arroz Disponível em várias cores elétrico), resistência a raios outras substâncias, é isolante
dentre outros formatos. e milho. Podem ter caracte- opacas, metálicas e trans- UV e fogo. Fornecido líquido, térmico e elétrico, higro-
Possui lenta degradação. rísticas como resistência a lúcidas. Algumas aderem viscoso, em emulsão, gel, scópico, por possuir área de
fogo, a abrasão e térmica, a metal e vidro, podendo resina ou sólido. Pode ser superfície elevada. O SEAgel
tensão ao rasgo, ser micro- receber acabamento. Possui moldado por injeção. (Safe Emulsion Agar gel) é
celular, aceitação a extrusão características como ser um material semelhante,
e injeção. Fornecidas em fibrosa, luminescente, pero- de ágar, biodegradável e
placas, rolos, adesivos, lizada. Fornecida em bloco, comestível. É o sólido menos
sprays, líquidos etc., gel e líquido. denso já fabricado.
em algumas cores.
H502 H506 H510 H514 H518

H503 H507 H511 H515 H519

H504 H508 H512 H516 H520

170
H521 H525
OUTROS H532 H536
H

POLIBUTADIENO BAQUELITE LOUSA PEDRA VIDRO


Borracha sintética resistente O baquelite é uma resina Existem fórmicas, materiais Sólido mineral mais ou O vidro é um material à base
à abrasão e muito elástica. sintética termofixa, isto com acabamento de lousa menos denso, estudado pela de sílica, transparente e
Suporta altas temperaturas é, uma vez moldada, não e tintas próprias para se petrologia. De vários tipos, duro. É isolante elétrico, não
e possui pouca resistência permite reprocessamento. escrever com giz, aderentes cores, durezas, desenhos absorvente, higiênico e recic-
química. Usada em compos- Muito resistente a alta tem- a várias superfícies. Os gizes e texturas, pode ser usada lável. Fornecido em diversos
tos de borracha, como pneus peratura e impacto, é duro, são disponíveis em algumas em estado bruto, entalhada, formatos (lâmina, massa,
e correias. Conhecido pelas durável, isolante elétrico (não cores, e seu traço é caracteri- esculpida, com acabamento chapa, bastão, tubo), cores,
bolinhas de borracha que condutor) e térmico. Aceita zado por desuniformidade de polido, cortado, escovado, transparência e resistência,
quicam alto, pela elasticidade tingimento. Comumente cobertura, decorrente de sua amaciado, levigado, jateado, pode ser temperado, antir-
do material. usado em dominós e bola porosidade. areado etc., conferindo reflexivo, termoacústico,
de bilhar. aspectos de textura e brilho serigrafado, laminado etc.
variados. Muitas pedras Há inúmeras técnicas de se
preciosas possuem coloração trabalhar o vidro, por sopro,
transparente. estiramento, prensagem,
centrifugação, casting, float,
curvação, fusão. Pode ser
esmaltado, texturizado etc.

H522 H526 H529 H533 H537

H523 H527 H530 H534 H538

H524 H528 H531 H535 H539

171
H540 H544 H548 H552 H556

PASTILHA ESPELHO CERÂMICA PORCELANA FIBRA DE VIDRO


A pastilha é um formato Os espelhos são superfícies Cerâmicas são argilas quei- A porcelana é um tipo de Polímero reforçado com fibra
modular consagrado, em de vidro liso, com camada madas e enrijecidas sob alta cerâmica composta de de vidro, o PRFV é um mate-
que muitos materiais, como de prata, alumínio ou esta- temperatura. São isolantes quartzo, caulim, feldspato rial resistente, isolante, leve
madeira, pedra, vidro, são nho, altamente reflexiva, de alta voltagem e térmicos. e argila. Após a queima, e durável. Pode ser moldada
disponibilizados. Cada mate- que reproduzem imagens. Podem possuir propriedades torna-se impermeável, sin- e acabada. Matéria-prima de
rial possui vários formatos Podem ser cortados, aceitam filtrantes e de transpiração. terizada e resistente. Aceita piscinas, quando oca, flutua
industriais consagrados, lapidação e acabamento Tipos de argila diferem verniz e esmalte. A massa na água. É usada em caixas
a partir dos quais se pode de borda, chamados bisotê. em coloração e plasticidade. pode ser modelada manual- de instrumentos musicais,
trabalhá-los, industrial Planos ou esféricos, podem Aceitam vernizes e esmaltes mente, em torno industrial, canoas, cadeiras etc. Forne-
ou artesanalmente. possuir características pigmentados de acabamen- ou com uso de moldes. É cida em tecido, manta e fita,
como resistência à oxidação to. A argila é composta de fornecida pastosa ou líquida, para ser moldada com resina.
e umidade. O caleidoscópio materiais inorgânicos não de aspecto semitransparente
usa vários espelhos, para metálicos, que cristalizam branco muito puro. Possui
efeito de múltiplas reflexões. ao queimar. longa sonoridade.

H541 H545 H549 H553 H557

H542 H546 H550 H554 H558

H543 H547 H551 H555 H559

172
H560 H564 H568 H572 H576
H

CONCRETO CERA ARGILA NEON BACKLIGHT


Mistura de cimento, areia, De cera produzida por Barro que é plástico, quando A lâmpada neon, inventada Painel acrílico iluminado
pedra, água e outros aditivos, abelhas, resinas de plantas umedecido, e endurece após por Georges Claude, químico por trás, como descreve o
usado na construção civil, ou polímeros (fórmulas varia- cozimento em forno de alta e físico, é um tubo de vidro nome, com lâmpada ou led.
tem coloração em tonalida- das), as ceras se caracterizam temperatura. Aceita sub- selado contendo gás inerte Disponível em várias cores
des de cinza, pode ser mais por derreter por aquecimento tração e adição de matéria. que, ao receber descargas translúcidas e acabamentos,
ou menos poroso (aerado) e (não requer altas temperatu- Fornecido em pó, líquido elétricas, produz luz. As cores pode ser recortado a laser
liso. Quando usado em escala ras) e solidificar rapidamente. e massa. Tem volume dimi- são resultantes da cor do em formatos personalizado.
pequena, pode ser colorizado Usado para selar com sinete, nuído em queima. Aceita tubo e do tipo de gás. O gás A cor do acrílico, com ou sem
e misturado a fibras. pode receber impressão por esmalte que, com a queima, neon produz luz vermelha, iluminação (de noite ou dia),
molde de metal ou polímero. vitrifica e adere à cerâmica. que originou o nome. O de- costuma ser diferente.
Queimas: biscoito, vidrado, senho se caracteriza por ser
monoqueima, raku etc. contínuo, moldado com os
tubos. Existem iluminações
led que imitam o efeito neon.

H561 H565 H569 H573 H577

H562 H566 H570 H574 H578

H563 H567 H571 H575 H579

173
METAL H580 H581 H582 H583

H586 H587 H588 H589 H590

H593 H594 H595 H596 H597

H600 H601 H602 H603 H604

H607 H608 H609 H610 H611

H614 H615 H616 H617 H618

174
H584 H585
METAL H

“metal me.tal sm (lat metallu) 1 Cada uma de um grande


grupo de substâncias simples que ostentam um brilho
característico, ‘brilho metálico’, lustroso ou opaco, quando
polidas; são boas condutoras de eletricidade e de calor,
podem fundir-se e comumente são maleáveis ou dúcteis.”
H591 H592 (Michaelis, 2012)

O agrupamento, nesta seção, é um misto de ti-


pos de metal, formatos e soluções (Tabela 6). Privilegiou-
se a citação de exemplos de formatos mais adequados
para uso gráfico, como, por exemplo, a folha de alumínio,
utilizada em embalagens e lacres, chapas de metal, usa-
das em sinalização, entre outros. Os exemplos de uso
H598 H599
mostram objetos trabalhados por processos industriais,
como fundição e forjamento, possuindo semelhança for-
mal com alguns processos gráficos.

Metal
Nome
composição elemento(s) químico(s)
H605 H606
formato pó, fio, arame, vergalhão, lâmina,
laminados, folhas, chapa, placa,
bloco, tubo, perfil, tarugo, barra,
rolo
Forma
cor
luminosidade fosco, brilhante, reflexivo
superfície macio, liso, áspero, rugoso
H612 H613
Outros dureza, resiliência, condutibili-
dade, maleabilidade, elasticidade
Particularidades resistência, leveza
Impressão tampografia, flexografia, rotogra-
vura, serigrafia, laser
Gravação tipografia, laser
Outros fundição, forjamento, extrusão,
H619 H620
calandragem, dobragem, corte,
laminação, furação, pintura,
Acabamento verniz, esmalte, eletrocromagem,
jateamento, galvanoplastia,
anodização

Tab. 6 Parâmetros de polímeros


175
176
REFLEXÃO 3

177
178
REFLEXÃO 3

Design está na essência de tudo o que é material.


Seu processo projetual é criativo, não prescindindo, entre-
tanto, de um saber objetivo. O saber, no entanto, está vin-
culado à prática, e não pressupõe, necessariamente, um
prévio conhecimento teórico. Nessa dissertação, propôs-
se tornar inteligível o uso criativo de processos de produ-
ção em projetos de design gráfico, por extensiva pesquisa
visual e investigação de exemplos resultantes de prática.
Não é uma pesquisa sobre técnica, mas sobre o uso cria-
tivo dos processos na prática de design, “a técnica que se
pode ensinar, a técnica mais nova, não a arte. Arte existe
ou não existe” (MUNARI, 2011, p. 6).
A forma pura é gráfica, e a forma construída, ma-
téria conformada por processos, meios de produção pelos
quais se trabalha forma. O designer traduz conteúdo em
forma concreta. Que material vou usar? Como o papelão
funciona? Como vou imprimir? Quais são os efeitos pos-
síveis da impressão em serigrafia? Sobre quais substratos
é possível imprimir em offset? Associado a quais recur-
sos? Quais são os acabamentos existentes? Com funcio-
na o corte no papel, acetato ou tecido? Posso associar
esses materiais? Qual são os resultados formais? As res-
postas a estas perguntas são decisões criativas de projeto,
o design não parte da técnica, mas faz uso dela. A arte
precede a técnica. O bom designer faz arte com qualquer
meio disponível.
Há uma variedade de recursos de impressão, re-
produção, gravação, acabamento gráfico, editorial, en-
cadernação e materiais, nesta pesquisa denominados
processos, que dão forma a projetos. Os processos não
são apenas meios, senão definidores da forma, como um
desenho é caracterizado pela ferramenta que o traça, se
lápis, giz ou aquarela, com resultados formais diferentes. 179
Uma impressão relevográfica, planográfica, enca-
vográfica ou permeográfica produz artes distintas, porque
o processo gera a forma por princípios diferentes. Mesmo
impressões com o mesmo princípio, como o offset e a lito-
grafia, que são planográficas, ou a tipografia e o carim-
bo, que são relevográficas, são formalmente diferentes,
porque a relação do material da matriz e o contato com
o substrato alteram esse resultado. Outras impressões
possuem outros princípios, como térmico, químico ou
eletrográfico, e estabelecem outras relações. O designer
articula essas relações entre processo e forma.
Uma dobra em papel tem uma forma, no tecido,
outra, e no vidro, outra. Isto porque os materiais possuem
propriedades diferentes, que caracterizam formas dife-
rentemente. Um corte especial modular pode servir para
texturizar um papel, ou para dobrar uma chapa de metal.
Os recursos para se trabalhar os materiais podem variar,
para se obter uma mesma forma, e um mesmo processo
pode resultar em formas diferentes. Uma impressão em
serigrafia, com tinta transparente, pode ser usada co-
mo acabamento. Um acabamento com um verniz colorido
pode ser usado como impressão. Os processos e suas par-
ticularidades sugerem possibilidades formais, quaisquer
sejam suas denominações, e sejam eles industriais, com
maior rigor e controle, ou manuais, com artesania e origi-
nalidade, permitindo mais interferência, podendo ser usa-
dos de forma associada.
A seção Efeitos desta pesquisa ilustra exemplos
de relações articuladas por design, que se apropriam de
material, impressão, gravação, acabamento, efeitos óti-
cos, físicos, químicos e outros. Um filtro colorido propõe
nova leitura, dois filtros, uma outra dimensão, uma lente
sugere uma percepção diferente, um movimento exibe
uma história, outro movimento gera uma animação, uma
sombra, desenha uma arte dinâmica, um líquido causa
refração, uma raspagem traz uma surpresa, um recorte
produz uma melodia, relações estabelecidas em processo
projetual criativo.
Processos são imateriais, mesmo os processos de
produção, em si, são resultantes de invento. Os processos
industriais parametrizaram e padronizaram processos de
sucesso, para se obter controle sobre o resultado. O papel
Xuan é um exemplo interessante de processo originado
por saber empírico. Sua fabricação milenar e ainda artesa-
180 nal, cujo saber é transmitido oralmente por gerações, teve
suas mais de 100 etapas consideradas um patrimônio cul- 3
tural imaterial (intangível) da humanidade.
Processos criativos são exercício de saber empíri-
co, suas decisões não são únicas e, no exercício projetual,
o “conhecimento anteriormente possuído é a maior bar-
reira para a exploração” (MASON, 2007, p. 10). Segundo
o neurocientista Ernst Pöppel, criatividade é a habilidade
de adaptar conhecimento e experiências de várias áreas
da vida e pensamento, interpretá-las de uma nova forma
e assim romper com padrões de estrutura e pensamento
existentes (BILZ, 2007, p. 44).
A exposição ordenada de um repertório de pos-
sibilidades criativas de projeto, que não se limita aos
exemplos desta pesquisa, visa o conhecimento de design
gráfico e o fomento de recursos de projeto que podem ser
apropriados criativamente e qualificar um bom design. O
bom design tem unidade. O projeto gráfico do livro, por
exemplo, a tipografia, a diagramação, o projeto editorial
é materializado por impressão sobre um determinado pa-
pel, que possui cor, características táteis, espessura, peso.
Este é encadernado, acabado, conforme especificação do
projeto. A forma material do livro é apreendida não só
visualmente, mas também de maneira completa, por to-
dos os sentidos, e deve possuir unidade, nisto está sua
beleza. “Não é apenas uma questão de empregar os ins-
trumentos corretos. É uma questão de encontrar o equi-
líbrio certo.” (JOOST GROOTENS, 2010, p. 22). “O sucesso
do bom design sobre o mau é principalmente essa habili-
dade de criar a experiência certa e a combinação de inter-
ações certa.” (CHEUNG, 2012, p.5).
“Uma obra de arte é realizada quando forma e con-
teúdo são indistinguíveis, quando estão em síntese [...]
Todas as formas são expressivas, e o conteúdo da obra é o
sentido das formas e representações e estruturas expres-
sivas; portanto, conteúdo e forma são um.” (RAND, 1996,
p. 91). “Em 1613, quando Galileo publicou as primeiras
observações telescópicas de Saturno, palavra e desenho
eram como um. As impressionantes imagens, nunca an-
tes vistas, eram apenas mais um elemento da sentença.
Saturno, um desenho, uma palavra, um substantivo. O
maravilhoso se torna familiar, e o familiar, maravilhoso.”
(TUFTE, 1990, p. 121). Como na música, uma nota é uma
nota, outra nota é outra nota, e as duas juntas são outra
coisa. A adição ou redução de qualquer elemento é como
de uma palavra em uma frase, muda o sentido. 181
182
BIBLIOGRAFIA 4

183
184
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FONTE DE IMAGEM 4

A fonte das imagens está registrada nos arquivos,


gravados em DVD anexo.

189
Dissertação de Mestrado
Título Design Gráfico: Processo como Linguagem
Autora Eunice Liu
Revisão Marcia Choueri
Tipografia Klavika
Formato Letter 279 × 216mm
Capa Serigrafia sobre Saphir 142 g/m2
Guarda Le Rouge 250 g/m2
Papel Couché 115 g/m2
Impressão Indigo 7500
Encadernação Costura francesa
Lombada Quadrada
Páginas 192 páginas

Universidade de São Paulo


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Área de Concentração Design e Arquitetura
Linha de pesquisa Linguagem e Projeto
São Paulo, Junho, 2013

Edição /10 volumes

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