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FUNDAÇÃO EDUARDO CARLOS PEREIRA

FELIPE MUZEL GOMES

TRABALHO DE EXEGESE DO ANTIGO


TESTAMENTO
Isaías 1.18-20

São Paulo
2017
JUSTIFICATIVA

Tal texto, Isaías cap. 1, vs 18-20, é um texto muito conhecido dos cristãos, que traz por si uma
mensagem de graça e misericórdia, mas que possui significados profundos se for analisado
minuciosamente. Porém acima de tudo é um texto que demonstra a ação de Deus para restaurar
seu povo, vemos que a iniciativa provém de Deus, que nos faz lembrar que Deus a todo
momento nos atrai para si como povo eleito, que ele se preocupa em nos trazer para perto dele e
nos restaurar partindo de sua iniciativa, mensagem esta que devemos refletir todos os dias para
renovarmos nossas forças e fé no Criador, que para ele somos tão preciosos que ele pode fazer
de tudo para nos trazer para ele, e que tudo isso é pura iniciativa divina, pura graça, e que nada
depende de nós.

EXEGESE DO TEXTO

18.O Senhor Deus diz:


“Venham cá, vamos discutir este assunto.
Os seus pecados os deixaram manchados de vermelho,
manchados de vermelho escuro;
mas eu os lavarei,
e vocês ficarão brancos como a neve,
brancos como a lã.
19.Se forem humildes e me obedecerem,
vocês comerão das coisas boas que a terra produz.
20.Mas, se forem rebeldes e desobedientes,
serão mortos na guerra.
Eu, o Senhor, falei.”

Primeiramente, não podemos fazer a interpretação do texto sem analisarmos o contexto do texto
total em que ele está inserido, o qual Deus faz uma denúncia contra seu povo, alegando que o
“abandonaram e que estão cheios de pecados”, que “está cansado dos sacrifícios de seu povo,
das festas” pois fazem tudo da boca para fora, e não com o coração, suas vidas continuam cheias
de pecados, ainda mais, Deus diz que quer que seu povo pare de pecar, parem de fazer o mau,
façam o que é bom e que aprendam a fazer justiça, olhando para os órfãos e as viúvas (figuras
rejeitadas naquela época)

Nesse sentido é interessante notar que, primeiramente Deus acusa seu povo, para depois dar
uma solução para seu problema chamando-os para conversar e resolver este assunto, dizendo
que limpará seus pecados. De fato, primeiramente na vida cristão antes da conversão Deus
aponta primeiro para os nossos pecados, fazendo-nos conscientes dele, e de todo o peso que ele
nos traz, para em seguida apresentar sua graça imerecida, igualmente como Deus está fazendo
com seu povo, conforme o texto.

O verso 18 é interessantíssimo, pois nos traz alguns pontos que precisamos conhecer do
contexto da época e também atual, que muitos produtores de tecidos usavam a cor “escarlate”
para tingir tecidos, os quais provavelmente iriam para as pessoas mais importantes da época,
devido a dificuldade de se encontrar tal cor e preço caro por isso. Interessante notar que após
tingido o tecido desta cor, nada pode fazer ele voltar à cor natural , ou seja branca. O tecido
pode ser lavado tantas vezes quanto necessário que não se tornará novamente branco, indicando
que somente Deus pode nos purificar, que nada mais pode tirar a mancha de pecado da nossa a
vida e nos tornar brancos como a lã em que o tecido é tingido, a não ser o próprio Deus, o único
que pode nos perdoar e libertar do pecado.

Os versos 19 traz a promessa de que Deus abençoa aqueles que decidem segui-lo. “Comer
coisas boas que a terra produz” talvez fosse algo inimaginável, pois aparentemente quando este
texto foi escrito, os judeus já teriam ido para o exílio da babilônia, pois o profeta fala no início
do texto que apenas Jerusalém restou e que a terra foi arrasada pelos estrangeiros:

“A terra de vocês está arrasada,


as cidades foram destruídas pelo fogo.
Na presença de vocês,
os estrangeiros arrasaram a sua terra,
e ela ficou em ruínas.
Os estrangeiros acabaram com ela.
Só ficou Jerusalém,
como se fosse uma barraca de vigia numa plantação de uvas,
como uma cabana numa plantação de pepinos
ou como uma cidade cercada pelos inimigos.” Vs 7-8

Nesse sentido, dizer que comeriam do melhor da terra, é quase como um milagre acontecendo,
porém Deus seria fiel mesmo assim em sua promessa, para aqueles que a ouvissem.

O verso 20, finalmente, traz a ressalva e punição para aqueles que não quisessem ser lavados
por Deus, o que seria a morte. De fato sabemos que o salário do pecado é a morte, e nesse caso
fica muito amis fácil vermos isso. Deus chama seu povo ao arrependimento, e diz que caso não
aceitem sua proposta o resultado será a morte. Nós cristãos, não tememos mais a morte por
sermos lavados do pecado, para nós a morte definitivamente morreu com o sacrifício de Cristo
na Cruz. Porém a ressalva é válida até hoje. Se de alguma forma naquela época a ameaça era a
morte terrena, agora aqueles que não aceitam a Deus estão condenados a morte eterna.
PASSO 3

COMPARAÇÃO DAS TRADUÇÕES BÍBLICAS

TEXTO: Isaías 1, vs. 18-20

Bíblia de Jerusalém:

“Então, sim, poderemos discutir, diz Iahweh: Mesmo que os vossos


pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão alvos como a neve; ainda que
sejam vermelhos como carmesim tornar-se-ão como a lã. Se estiverdes
dispostos a ouvir, comereis o fruto precioso da terra. Mas se vos
recusardes e vos rebelardes, sereis devorados pela espada! Eis o que a
boca de Iahweh falou.”

Almeida atualizada:

“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados


sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que
sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.
Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.
Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a
boca do SENHOR o disse.”

Bíblia do peregrino:

“Então vinde e litigaremos- diz o Senhor. Ainda que os vossos pecados


sejam como púrpura, ficarão brancos como a neve; ainda que sejam
vermelhos como escarlarte, ficarão como lã. Se souberdes
obedecer,comereis o fruto saboroso da terra; se recusais e vos rebelais, a
espada vos devorará. O Senhor o disse.

Comparação das versões:

Não há tantas mudanças ou alterações, sejam nas palavras usadas ou na


métrica das frases e suas pontuações. De fato há alterações de palavras que
na língua portuguesa trazem o mesmo sentido como litigar, arrazoar ou
discutir, logo no início de cada tradução. Percebemos também que há
palavras que não há como fugir para outra tradução, que são os
substantivos como neve, lã , escarlate, palavras usadas em todos os textos.
Em alguns momentos os textos alteram a ordem onde se coloca o carmesim
ou escarlate. As pausas textuais e a pontuação do texto também não se
alteram. Por fim, o significado em todos, acaba por permanecer o mesmo.

Minha própria tradução do texto:

Venham, para que possamos conversar, diz o Senhor. Ainda que os seus
pecados sejam como o vermelho mais escuro, se tornarão brancos como a
neve; ainda que sejam da cor do vermelho mais profundo, tornar-se-ão
como lã. Se me ouvirem e me obedecerem, comereis do bendito fruto da
terra. Mas se recusarem a proposta e se rebelarem, serão destruídos pela
guerra. Assim diz o Senhor.
ANÁLISE SEMÂNTICA DO TEXTO

18.O Senhor Deus diz:


“Venham cá, vamos discutir este assunto.
Os seus pecados os deixaram manchados de vermelho,
manchados de vermelho escuro;
mas eu os lavarei,
e vocês ficarão brancos como a neve,
brancos como a lã.
19.Se forem humildes e me obedecerem,
vocês comerão das coisas boas que a terra produz.
20.Mas, se forem rebeldes e desobedientes,
serão mortos na guerra.
Eu, o Senhor, falei.”

A) O primeiro eixo semântico que podemos destacar pode ser apontado como
desobediência ou o pecado no texto, designado como a cor escarlate ou vermelha, uma
verdadeira mancha na vida do pecador que somente Deus pode tirar.
Aqui vemos Deus propondo uma forma de limpar o pecado de seu povo, de forma
generosa e graciosa.
A palavra em jogo em hebraico neste texto para pecado é Het’ , significa um crime
ou sua punição:- pecado, ofensa x gravemente, ofensores.
É um substantivo masculino que significa pecado, falta, ofensa. A palavra sugere as
faltas acumuladas que levam a punição (Gn41.9); os erros ou ofensas que provocam a
ira de um supervisor (Ec 10.4); e a acusação contra uma pessoa pelos seus atos
contrários à Lei (Lv 24.15; Nm 9.13; Dt 15.9; 23.21[22]). Isaías usa também a palavra
em Is 53.12, para reforçar a tremenda iniquidade de Judá em contraste com o sofrimento
redentor do Messias.
O que está em jogo é o objeto que causa a ira de Deus, ou seja, a desobediência
humana a sua vontade. Se fizéssemos um resumo da bíblia veríamos que a grande parte
do sofrimento do povo de Deus é causado pelo pecado, desde o pecado cometido por
Adão e Eva, passando pelos pecados que provocaram o dilúvio, até mesmo os pecados
que provocaram o exílio do povo judeu.
No texto, Deus está chamando seu povo para resolver essa questão de uma vez por
todas, de maneira graciosa para que seu povo não sofra mais em consequência de suas
faltas. O pecado é aquilo que gera a ira e a condenação da parte de Deus.

B) O segundo eixo podemos destacar como “ouvir a Deus” ou obediência, em contraste


ao primeiro eixo que é o pecado. A obediência sendo a antítese de pecado no texto, traz
a benção de Deus, que está caracterizada como “comer das coisas boas que a terra
produz”.
A palavra usada no hebraico para o termo em destaque é sama´ e significa ouvir com
inteligência (muitas vezes com implicação de atenção, obediência etc).
Verbo que significa ouvir, obedecer, escutar, ser ouvido, ser considerado, fazer ouvir,
proclamar, soar alto. O verbo basicamente significa ouvir, e em contexto expressa
várias conotações ao lado dessa acepção.
A palavra assume a conotação de obediência em certos contextos e com certas
construções no hebraico: ela pode significar atender a um pedido ou ordem, como o
pedido de Abraão, a respeito de Ismael (Gn 17.20). O Senhor ouviu a oração de Agare
lhe concedeu um filho (Gn 16.11; 30.6). A palavra significa obedecer em certos
contextos (Gn 3.17; 22.18; Ex 24.7; 2Rs 14.11).
Portanto o segundo eixo traz a idéia oposta do pecado que é a obediência a Deus,
obediência essa que traz bênçãos para quem a corresponde.
Percebemos então um dualismo no texto, desobedecer (pecado) ou obedecer (ouvir a
Deus), de forma que a escolha feita determinará o destino da pessoa que o fizer, que
será sua benção (comer das coisas boas que a terra produz) ou sua destruição (morrer na
guerra) conforme o texto analisado.
Mensagem essa que não muda para os dias atuais, visto que aqueles que obedecem a
Deus de fato são abençoados e possuem diversas promessas de bênçãos, sendo a
principal herdar a vida eterna e viver para sempre ao lado de seu Senhor. Já aqueles que
escolhem viver de acordo com o pecado, estão fadados a serem destruídos e eliminados,
terem toda sorte de maldições, conforme a própria Bíblia nos confirma em outras
passagens:

“Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: A bênção, quando
cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que hoje vos ordeno; A maldição,
se não ouvirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus, e vos desviardes do caminho
que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes". (Dt 11.26-
28).

Portanto cabe ao ser humano escolher se ouvirá a Deus e cumprirá sua ordem de
obediência a seus estatutos ou se irá se rebelar contra Deus mesmo tendo ouvido sua
voz para se arrepender de seus pecados, não havendo terceira opção para ser seguida.
Sendo o aconselhado ouvir a voz de Deus, que não somente por trazer as benção que
promete, mas porque é o certo e correto a se fazer, e que nos traz satisfação completa
por estarmos do lado de nosso Senhor.

Livros usados para realizar este trabalho: Bíblia de estudo Palavras-Chave, Hebraico-Grego
ANÁLISE CONTEXTUAL

TEXTO: ISAÍAS 1.18-20

CONTEXTO HISTÓRICO

Para podermos entender melhor o texto é necessário se fazer uma análise de seu
contexto histórico. Alguns capítulos de 2Reis, Amós, Oséias e Miquéias mostram um
pouco da situação nacional e internacional da época de Isaías, que em parte de seu
ministério foi contemporâneo desses profetas. Podemos pressupor com base em
2Crônicas 26.22 que ele estava ativo na corte pelo menos alguns anos antes da morte de
Uzias, sendo que os capítulos 1-5 podem datar dos últimos anos de Uzias. Se o registro
da morte de Senaqueribe (Is 37.38), rei da assíria, foi lavrado por Isaías, sua vida na
corte e seu ministério devem datar das últimas quatro décadas e meia do século oitavo,
sendo um período de eventos grandiosos e importantes da História de Israel.

Trata-se de um período conturbado por tentativas de invasões de outros povos como os


Assírios, que chegaram a dominar o Reino do Norte e a levar o governante Ezequias do
Sul preso (por Senaqueribe) e forçado a pagar tributo à ele. A história dessa época é de
tal maneira interligada à profecia de Isaíasque não se pode compreender esta sem um
conhecimento dos eventos. Sendo portanto um profeta pré-exílico do Reino de Judá que
preveu o exílio e declarou o juízo de Deus sobre as más ações de Israel.

CONTEXTO LITERÁRIO

Entende-se que os capítulos 1 a 5 do livro de Isaías devem ser lidos em conjunto, são
capítulos que proclamam juízos sobre Judá e Jerusalém com vislumbres de glórias e de
um futuro Messias. Isaías nestes capítulos está proclamando o que virá acontecer caso o
povo não se volte para Deus, que faz uma denúncia contra seu povo, alegando que o
“abandonaram e que estão cheios de pecados”, que “está cansado dos sacrifícios de seu
povo, das festas” pois fazem tudo da boca para fora, e não com o coração, suas vidas
continuam cheias de pecados, ainda mais, Deus diz que quer que seu povo pare de
pecar, parem de fazer o mau, façam o que é bom e que aprendam a fazer justiça,
olhando para os órfãos e as viúvas (figuras rejeitadas naquela época).

O profeta ainda traz vislumbres da desolação de Judá:

“A terra de vocês está arrasada,


as cidades foram destruídas pelo fogo.
Na presença de vocês,
os estrangeiros arrasaram a sua terra,
e ela ficou em ruínas.
Os estrangeiros acabaram com ela.
Só ficou Jerusalém,
como se fosse uma barraca de vigia numa plantação de uvas,
como uma cabana numa plantação de pepinos
ou como uma cidade cercada pelos inimigos.” Vs 7-8

Os assírios devastaram Judá, destruindo várias cidades, o reino do Norte já não existia
mais. Só restava Jerusalém, conforme interpretação destes versos.

Isaías 2-4: Nestes capítulos, o profeta antecipa um futuro tempo de paz em que
Jerusalém se tornará a cidade de Deus para pessoas de todas as nações (2.1-5; Mq 4.1-3
são extremamente parecidos). Antes disso, Deus executaria juízo severo sobre todo
pecado e maldade, reconhecendo Isaías o orgulho como a raiz de muitos males. Os
maus não teriam lugar na cidade renovada, apenas os poucos fiéis a Deus sobreviveriam
para desfrutar.

Isaías 5: a canção da vinha (1-7) que Isaías traz, é na verdade uma parábola. O povo de
Judá é a vinha de Deus. Ele fez tudo que era necessário para garantir uma boa colheita,
mas o que resultou foram uvas azedas. Uma série de “ais” é proferida contra aqueles
cujo pecado leva Deus a abandonar a vinha (mas não para sempre). Na terra de Judá, as
grandes propriedades construídas às custas dos pobres (8) se transformariam em solo
improdutivo, um alqueire de parreiras daria pouco vinho e apenas um décimo do que foi
plantado seria colhido. Mais uma vez o profeta denuncia o orgulho, o luxo, embriaguez,
injustiça. Por fim Deus daria o sinal, chamando o inimigo invasor que os esmagaria
(26-30)

CONCLUSÃO:

Podemos notar uma série de Juízos vindouros declarados por Deus sobre Judá e
Jerusalém nestes capítulos, não sendo possível desassociar a leitura destes capítulos sem
o contexto literário de todos os 5 primeiros capítulos de Isaías. É possível perceber
também o período de instabilidade e ameaças estrangeiras no período em que o profeta
vivia e do futuro. Percebe-se também a indignação de Deus com seu povo que o
abandonou e que por isso sofreria juízo divino, tudo causado pelos pecados que o
profeta denuncia. Sendo ainda porém proclamada, por misericórdia divina, uma paz no
futuro e ainda a chance de reconciliação das pessoas com Deus.
ATUALIZAÇÃO DO TEXTO

TEXTO: ISAÍAS 1.18-2

“Venham, vamos refletir juntos", diz o Senhor. "Embora os seus pecados sejam
vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros
como púrpura, como a lã se tornarão.
Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão os melhores frutos desta terra;
mas, se resistirem e se rebelarem, serão devorados pela espada". Pois o Senhor é quem
fala!

SERMÃO

Podemos ver já nas linhas do antigo testamento o caráter gracioso de Deus, em convidar
seu povo para se realinhar com seus ideais, em querer acertar a vida pregressa de seu
povo e lhe fazer promessas graciosas.

O primeiro ponto em destaque é que a iniciativa vem de Deus: “venham, vamos refletir
juntos”, diz o Senhor. Em toda história quem tomou iniciativas para se revelar, para agir
em conjunto com o ser humano foi Deus, sempre tomando a iniciativa e indo de
encontro graciosamente ao ser humano para salvar-lhe. Desde a aliança com Abraão,
passando pelo êxodo, até a salvação em Cristo. E Até hoje para nossa salvação é ele
quem toma a iniciativa de vir de encontro conosco.

O segundo ponto é a promessa da limpeza e purificação de nossos pecados se o


obedecermos e fizermos aliança com ele: "Embora os seus pecados sejam vermelhos
como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como
púrpura, como a lã se tornarão.” Vemos o caráter gracioso de Deus em ação,
prometendo-nos a purificação e limpeza de pecados, que foi definitiva através do
sacrifício de Cristo na cruz. Destaca-se que ele promete nos purificar de uma mancha
como o escarlate, que era impossível ser retirada quando o tecido era tingido por um
tecelão com esta cor, nos lembrando que somente Deus pode nos purificar de nossos
pecados e não há salvação em outro.

O terceiro ponto é a promessa de que comeremos o bendito fruto da terra, caso


venhamos obedecer a Deus e fazer aliança com ele. Deus promete abençoar
infinitamente aqueles que o desejarem seguir. Temos que lembrar que no tempo de
Isaías, um contexto político incerto, e cheio de ameaças de invasões do inimigo, dizer
que comeremos o bendito fruto da terra é uma promessa maravilhosa e que nos traz a
ideia de paz, de que apesar dos problemas ao nosso redor, se estivermos com Deus,
seremos abençoados e nada nos afetará.
O quarto e último ponto são as consequências se caso nos recusarmos a seguir a Deus.
De fato não podemos ser injustos e não mostrar que há consequências caso resolvamos
não seguir a Deus. No texto falasse em morte na guerra, mas nos dias atuais, viver sem
Deus e morrer sem Deus, nos acarretaria a morte eterna como consequência de nossa
rebelião contra ele. Não podemos deixar de lado e de apresentar essa consequência para
as pessoas que precisam ouvir a palavra, devemos expor o evangelho por completo, não
só as boas novas, mas também as consequências daqueles que não a aceitarem.

Concluindo, pudemos ver que temos um Deus amoroso que vem ao nosso encontro e
propõe uma solução para um problema que nós mesmos causamos, e ainda mais, com
promessas de bênçãos se aceitarmos a solução. Porém, caso rejeitemos essa proposta
teremos que nos responsabilizar pelas terríveis consequências que hão de vir.
BIBLIOGRAFIA

Lasor, W.S.; Hubbard, D.A; Bush, F.W; Introdução ao


Antigo testamento, editora Vida Nova São Paulo, 2ª
edição.
Manual Bíblico SBB, editora Sociedade Bíblica do
Brasil, 2ª edição revisada.
MacDonald, W.; Comentário Bíblico Popular,
editora Mundo Cristão São Paulo, 2011
Bíblia de Estudo Palavras-Chave (Hebraico-Grego),
editora CPAD, 4ª edição

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