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MEDICINA VETERINÁRIA
CURITIBA – PARANÁ - BRASIL
ISSN 1517-784X
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Comissão Organizadora do II CONGRESSO
BRASILEIRO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA/ XVI
ENCONTRO NACIONAL DE PATOLOGIA VETERINÁRIA
(ENAPAVE) realizado de 14 a 18 de Outubro de 2013.
PRESIDENTE:
COMISSÃO ORGANIZADORA:
REALIZAÇÃO
Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Associação
Brasileira de Patologia Veterinária (ABPV).
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EDITORIAL
No ano de 2013 o periódico Archives of Veterinary Science – AVS cumpriu, mais uma
vez, com o seu objetivo de divulgação da ciência, proporcionando a publicação
eletrônica dos trabalhos apresentados no XVI Encontro Nacional de Patologia
Veterinária (ENAPAVE), Curitiba-Paraná. Neste ano, o AVS atuou como um facilitador
da difusão dos conhecimentos sumarizados nos trabalhos científicos submetidos ao
XVI ENAPAVE. A comissão científica não economizou esforços para que os resumos
aqui apresentados representassem uma fração significativa dos resultados de
pesquisas em medicina veterinária. Assim, os resumos serão indexados em bases de
dados científicos e, com a certeza de contribuir positivamente para o progresso da
patologia veterinária. A todos que contribuíram para o sucesso do evento
apresentamos nossos sinceros agradecimentos. Informamos, adicionalmente, que o
AVS esta à disposição para submissão ―on line‖ de artigos inéditos. Sucesso a todos!
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMOs , 2013
ÍNDICE ARTIGOS
ANIMAIS DE GRANDE PORTE E PRODUÇÃO 023. EURITREMATOSE EM BOVINOS DE LEITE E
001. ABSCESSO CEREBRAL POR CORTE NO SUDOESTE E OESTE DO PARANÁ .. 71
CORYNEBACTERIUM PSEUDOTUBERCULOSIS 024. EXPRESSÃO DE α-SMA EM CÉLULAS
EM UM CAPRINO .................................................. 11 ESTRELADAS HEPÁTICAS NA AVALIAÇÃO DA
002. ACHADOS CLÍNICOS E PATOLÓGICOS DE SEVERIDADE DA FIBROSE EM FÍGADOS COM
ESTREPTOCOCOSE EM SUÍNOS ........................ 14 FASCIOLOSE ......................................................... 74
003. ACHADOS MACROSCÓPICOS EM ORGÃOS 025. FIBROSE PULMONAR MULTINODULAR EM
DE CABRAS ACIDENTALMETNE INTOXICADAS UM EQUINO NO SUL DO BRASIL ......................... 77
COM TRICLORFON ............................................... 16 026. FREQUÊNCIA DE DOENÇAS
004. AMORPHUS GLOBOSUS NA ESPÉCIE RESPIRATÓRIAS SUÍNAS DIAGNOSTICADAS NA
BOVINA .................................................................. 19 ROTINA DO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA
VETERINÁRIA DA ESCOLA DE VETERINÁRIA DA
005. ASPECTOS CLÍNICOS E PATOLÓGICOS DE UFMG ..................................................................... 79
UM SURTO DE SALMONELOSE EM BEZERROS 21
027. FREQUÊNCIA DE ENTEROPATÓGENOS
006. ASPECTOS PATOLÓGICOS DA DIAGNOSTICADOS EM AMOSTRAS DE SUÍNOS
VASCULATURA VESICAL NA HEMATÚRIA SUBMETIDAS AO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA
ENZOÓTICA BOVINA ............................................ 23 ANIMAL DA ESCOLA DE VETERINÁRIA DA UFMG
007. AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA E ................................................................................ 82
MACROSCÓPICA DO ESTÔMAGO DE EQUINOS 028. GLOMERULONEFRITE
DESTINADOS AO ABATE...................................... 26 MEMBRANOPROLIFERATIVA ESCLEROSANTE
008. BIOMETRIA MICROSCÓPICA DA MUCOSA EM SUÍNO .............................................................. 85
VESICAL DE ANIMAIS COM HEMATÚRIA 029. HEMATÚRIA ENZOÓTICA EM BOVINOS NA
ENZOÓTICA BOVINA ............................................ 29 REGIÃO AMAZÔNICA DE MATO GROSSO .......... 87
009.BÓCIO HIPERPLÁSICO DIFUSO EM CAPRINO 030. HIPERTROFIA MUSCULAR DE ESÔFAGO
RECÉM-NASCIDO – RELATO DE CASO .............. 32 ASSOCIADA A MEGAESÔFAGO E PNEUMONIA
010. CARCINOMA ADRENOCORTICAL EM UM GANGRENOSA EM EQUINO. RELATO DE CASO 90
CAVALO CRIOULO ................................................ 34 031. INDIGESTÃO VAGAL ASSOCIADA À
011. CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS TIMPANISMO RECIDIVANTE CRÔNICO POR
VULVAR METASTÁTICO EM UMA ÉGUA: INGESTÃO DE Trifolium repens EM UM BOVINO . 93
ASPECTOS CLÍNICOS, ANATOMOPATOLÓGICOS 032. INFESTAÇÃO POR ÁCARO DE SACO AÉREO
E IMUNO-HISTOQUÍMICOS .................................. 37 (Cytodites nudus) EM GALINHAS DE
012. CENUROSE CEREBRAL EM BOVINO .......... 40 SUBSISTÊNCIA – RELATO DE CASO .................. 96
013. COLANGIOCARCINOMA COM METÁSTASE 033. INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA POR
PULMONAR EM UMA VACA HOLANDESA .......... 42 NITRATO/NITRITO EM OVINOS ............................ 98
014. COMPROVAÇÃO DA INFECTIVIDADE DE 034. INTOXICAÇÃO POR CHUMBO EM BOVINOS
Toxoplasma gondii NO SÊMEN DE CARNEIRO EM SANTA CATARINA ......................................... 101
PELA BIOPROVA E HISTOPATOLOGIA ............... 45 035. LESÕES CAUSADAS PELA INGESTÃO DE
015. DETECÇÃO DE Mycoplasma bovis POR Brachiaria spp. EM FÍGADOS BOVINOS
IMUNO-HISTOQUÍMICA NO TECIDO PULMONAR CONDENADOS POR FASCIOLOSE: ESTUDO
DE BOVINOS CONFINADOS. PRIMEIROS CASOS RETROSPECTIVO ............................................... 104
DE PNEUMONIA MICOPLÁSMICA NA ARGENTINA 036. LESÕES HISTOPATOLÓGICAS DE
................................................................................ 48 ESTRESSE HÍDRICO 1 E ALIMENTAR EM
016. DOENÇAS NEUROLÓGICAS DE EQUINOS DO BOVINOS DESTINADOS AO ABATE DE
DISTRITO FEDERAL E GOIÁS (2003-2013) ......... 51 EMERGÊNCIA ...................................................... 107
017. EIMERIOSE EM CODORNAS (COTURNIX 037. LESÕES PLACENTÁRIAS ASSOCIADAS AO
JAPONICA): RELATO DE CASO ........................... 54 Neospora caninum EM CABRAS NATURALMENTE
INFECTADAS ....................................................... 110
018. ENCARCERAMENTO INTESTINAL NO
FORAME DE WINSLOWEM EQUINO ................... 57 038. LEUCOSE ESPORÁDICA JUVENIL BOVINA –
RELATO DE CASO ............................................... 113
019. ENDOCARDITE MURAL ESQUERDA
ASSOCIADA À RETÍCULO PERICARDITE 039. LEUCOSE ESPORÁDICA JUVENIL EM
TRAUMÁTICA EM BOVINO ................................... 59 BEZERRO – RELATO DE CASO ......................... 115
020. ENTEROPATIA PROLIFERATIVA EM EQUINO 040. MALFORMAÇÃO CONGÊNITA DO SISTEMA
................................................................................ 62 NERVOSO CENTRAL ASSOCIADA AO VÍRUS DA
DIARREIA VIRAL BOVINA ................................... 118
021. EPENDIMOMA EM MUAR ............................. 65
041. MANEJO INADEQUADO PROVOCA MIELITE
022. ESTUDO RETROSPECTIVO DAS DOENÇAS
SUPURATIVA PÓS-CAUDECTOMIA EM OVINOS
HEPÁTICAS DE BOVINOS NA68 PROVÍNCIA DE .............................................................................. 121
SANTA FE, ARGENTINA EM 2011 Y 2012 ............ 68
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMOs , 2013
054. PITIOSE EQUINA NO DISTRITO FEDERAL 153 076. AVALIAÇÃO DAS CÉLULAS BASAIS EM
LESÕES PROSTÁTICAS CANINAS: O CÃO SERIA
055. PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES HEPÁTICAS UM IMPORTANTE MODELO PARA AS AFECÇÕES
DETECTADAS EM BOVINOS ABATIDOS EM PROSTÁTICAS HUMANAS? ................................ 210
MATADOURO-FRIGORÍFICO DO MUNICÍPIO DE
PRESIDENTE PRUDENTE, ESTADO DE SÃO 077. AVALIAÇÃO HISTOPATOLÓGICA DE
PAULO.................................................................. 156 AMOSTRAS DE RATAS WISTAR ........................ 213
065. SURTO DE INTOXICAÇÃO POR SORO DE 082. EFEITO DO ÁCIDO FÍTICO EM EXPLANTES
LEITE EM BOVINOS EM SANTA CATARINA ...... 181 INTESTINAIS DE SUÍNOS EXPOSTOS AO
DESOXINIVALENOL (DON): PROLIFERAÇÃO
066. SURTOS DE COCCIDIOSE EM TERNEIROS CELULAR E APOPTOSE...................................... 226
DE CORTE POR Eimeria sp. NO ESTADO DE
SANTA CATARINA, BRASIL ................................ 183 083. EFEITOS DA EXPOSIÇÃO AO
DESOXINIVALENOL E NIVALENOL ISOLADOS OU
067. TUBERCULOSE MENINGEANA E NA FORMA EM ASSOCIAÇÃO EM EXPLANTES INTESTINAIS
DE TUBÉRCULOS ISOLADOS NO SISTEMA DE SUÍNOS .......................................................... 228
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMOs , 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 001, 2013
AGRADECIMENTOS
Ao corpo técnico do Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti – CDME, localizado na
cidade de Curitiba – PR pelo auxílio diagnóstico.
REFERENCIAS
BAIRD, G. J.; FONTAINE, M. C. Corynebacterium pseudotuberculosis and its role in ovine caseous
lymphadenitis. Journal of comparative pathology v 137 p. 179 – 210, 2007;
BATEY, R. G.; SPEED, C. M.; KOBES, C. J. Prevalence and distribution of caseous lymphadenitis in
feral goats. Australian veterinary journal v. 63, n. 2, p. 33 – 36, 1986
BURREL, D. H. Caseous Lymphadenitis in goats. Australian Veterinary Journal v. 57, p. 105 – 110,
1981;
DORELLA, F. A.; PACHECO, L. G. C.; OLIVEIRA, S. C. et al. Corynebacterium pseudotuberculosis:
microbiology, biochemical properties, pathogenesis and molecular studies of virulence. Veterinary
Research v.37 p. 201 – 218, 2006;
ROSA, J. S.; JOHNSON, E. H.; ALVES, F. S. F. et al. Ocorrência de abscesso hepático em caprinos.
Pesquisa agropecuária brasileira, v. 24, n. 1, p. 63 – 68, 1989;
VALLI, V. E. O.; GENTRY, P. A. Hematopoietic system. In: JUBB, KENNEDY, PALMER Pathology of
domestic animals. 5 ed. Philadelphia: Saunders Elsevier, 2007, Cap. II p. 292 – 294.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 002, 2013
Ana Maria de Souza Almeida¹; Rômulo Santos Adjuto Eloi²; Helvécio Leal Santos
Júnior¹
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 003, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 003, 2013
RESULTADOS
Por outro lado, cerca de 40 minutos após a administração do triclofon nas cabras, oito
das 20 apresentaram sinais clínicos sugestivos de intoxicação pelo princípio ativo
triclorfon, os quais foram caracterizados por ataxia, alguns ficaram em decúbito
externo-lateral, apresentaram sialorreia, tremores, contrição das pupilas, dispnéia com
ruídos, micção e defecação involuntária, paresia espástica, timpanismo e
lacrimejamento. Logo após a detecção de tais sinais clínicos (cerca de cinco minutos
após o início dos sinais de intoxicação), foi administrado, nos oito animais, via
endovenosa sulfato de atropina 1% na dose de 0,5mg/kg mais fluidoterapia como
tratamento suporte. Duas cabras (número 91 e 110) e outra (número 123) vieram a
obtido 48 e 72 horas após a administração do triclorfon, respectivamente. Na necropsia
notou-se mucosas cianóticas, congestão de fígado, baço e rins, vasos mesentéricos
congestos, vesícula biliar repleta, enfisema pulmonar, parênquima pulmonar
avermelhado (Tabela 1).
DISCUSSÃO
O diagnóstico de intoxicação por triclorfon foi realizado com base no histórico,
epidemiologia, resposta do animai ao tratamento com sulfato de atropina 1%, sinais
clínicos característicos e as alterações anatomo-patológicas encontradas nos animais.
De acordo com Oliveira-Filho et al. (2010) o diagnóstico de intoxicação de animais aos
organofosforados por ser confirmado com base nos critérios descritos acima, além de
exames toxicológicos, dependendo da situação ou falta de histórico do caso. De acordo
com a literatura, a porcentagem média de mortalidade de animais intoxicados por este
agente é em torno de 31% a 53,8% dos acometidos (Castro et al. 2007). Os resultados
encontrados no presente trabalho estão de acordo com os descritos na literatura, uma
vez que, 37,5% dos animais que foram intoxicados pelo triclorfon vieram a óbito em até
72 horas após a administração do princípio ativo em questão, mesmo recebendo duas
doses de sulfato de atropina 1%, mais fluidoterapia como tratamento suporte, quase
que imediatamente após a detecção dos sinais clínicos sugestivos de intoxicação. Os
achados clínicos e anatomo-patolológicos descritos por estes autores (Mendonça et al.,
2010) estão em concordância com os encontrados no presente estudo. De acordo com
Bakima et al. (1989), a congestão pulmonar acompanhada de edema é um achado
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 004, 2013
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RESULTADOS
Uma vaca receptora, 7/8 de holandês e 1/8 de Jersey, recebeu um embrião da raça
holandesa através da técnica de transferência de embriões. O parto ocorreu no tempo
certo, porém houve problemas de distocia. Nasceu primeiramente uma fêmea
freemartin e logo em seguida a anomalia fetal. A vaca teve, além do parto distócico,
retenção de placenta e hipocalcemia e acabou morrendo 2 dias após o parto.
O feto consistia em uma massa amorfa medindo 17 cm X 8 cm X 6 cm, coberta por
pele e pelos. Aderido a ele, observou-se, além de uma estrutura que se assemelhava
ao omento, a formação de alças intestinais bem diferenciadas, com criptas,
microvilosidades e células caliciformes, visualizadas na histopatologia. Em uma
extremidade havia uma formação óssea semelhante a uma cauda que foi também
visualizada no exame radiográfico. Na outra extremidade observaram-se duas
estruturas em lados opostos que eram morfologicamente semelhantes a orelhas. Ao
corte notou-se a presença de osso e um tecido brancacento e homogêneo que na
microscopia correspondia a tecido nervoso bem formado e estruturas não identificáveis
macroscopicamente que na histopatologia eram compostas por tecido muscular,
adiposo e ósseo, assim como, presença de um tecido organizado, com túbulos bem
formados, e com células na luz, semelhantes ao tecido testicular.
DISCUSSÃO
A ocorrência de Amorphus globosus é raramente descrita na literatura. Alguns
profissionais da área acreditam que a incidência desta anomalia é maior do que
geralmente é relatada (Czarnecki, 1976).
O tamanho, formato e a presença de pelos com pigmentação característica da raça
holandesa foram achados semelhantes aos descrito por Czarnecki (1976), que também
observou histologicamente a formação de tecido muscular e adiposo. Porém elementos
gastrointestinais, reprodutivos e nervosos não foram observados, o que difere do
presente estudo.
O tecido compatível com testículo possui grande chance de realmente corresponder a
gônada masculina já que sabe-se que o co-gêmeo era freemartin e isto ocorre somente
quando há uma gestação gemelar de um casal (Foster, 2009).
CONCLUSÃO
A ocorrência de Amorphus globosus é raramente observada e ainda menos comum
associada a um co-gêmeo freemartin. No presente caso, o exame histopatológico foi
essencial na identificação das estruturas e auxiliar no entendimento do animal
freemartin.
Agradecimento
Á FAPEMIG pelo auxílio financeiro.
REFERÊNCIAS
ANWAR, M. T. et al. A rare case of globosus amorphus in a goat. The Canadian Veterinary Journal, v.50,
p.854-856, 2009.
CZARNECKI, C. M. Bovine Holoacardius Amorphus Monster. The Canadian Veterinary Journal, p.109-
110, 1976.
FOSTER, R. A. Sistema Reprodutivo da fêmea. In: MCGAVIN, M.D.; ZACHARY J.F. Bases da Patologia
Veterinária. Tradução da 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 1263-1316.
PAVARINI, S. P.; SONNE, L.; ANTONIASSI, N. A. B. et al. Anomalias congênitas em fetos bovinos
abortados no sul do Brasil. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.28, n.3, 2008.
SANTOS, L. M.; ROCHA, J. R.; RODRIGUES, C. Feto acardio amorfo na raça bovina. Revista Científica
Eletrônica de Medicina Veterinária, n. 11, p.1-7, 2008.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 005, 2013
Ana Maria de Souza Almeida; Gustavo Peixoto Braga; Guilherme Freitas Montezuma;
Lúcio Zeidan de Oliveira; Helvécio Leal Santos Júnior
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo relatar um surto de salmonelose em bezerros.
Os animais apresentavam diarreia, febre, desidratação e prostração. Três bezerros
foram necropsiados. Os animais tinham entre 1 a 2 meses de idade e morreram 48
horas após o início dos sinais clínicos. À necropsia observou-se mucosa recoberta por
exsudato branco acinzentado e ulceras multifocal no cólon. Na microscopia foram
visualizado colite fibrinonecrótica e no fígado de um dos animais havia infiltrado
linfocítico associado à necrose (nódulos paratíficos).
Palavra chave: Enterocolite; necropsia; Typhimurium
ABSTRAT: This paper aims to report an outbreak of salomonelose in calves. The
animals exhibit clinical signs such as diarrhea, fever, dehydration and exhaustion. Three
animals were necropsied. The animals were between 1 to 2 months and died 48 hours
after clinical signs presented. At necropsy was observed in the colon mucosa covered
with grayish white exudate and multifocal ulcers. Microscopy were viewed
fibrinonecrotic colitis and liver of an animal lymphocytic infiltrates associated with
necrosis (paratíficos nodules).
Keyword: enterocolitis; necropsy; Typhimurium
INTRODUÇÃO
Em bovinos a salmonelose é uma importante enfermidade, pois promove elevada
morbidade e mortalidade em diversas espécies (Silva et al., 2008). É uma doença
comumente relatada em bovinos de leite jovens, sendo a Salmonella entérica
subespécie entérica, sorovares Dublin e Typhimurium frequentemente isoladas (Barros,
2007). Animais doentes ou mesmo portadores assintomáticos podem disseminar a
enfermidade pelo rebanho (Guedes et al., 2010). Sinais clínicos como diarréia,
prostração, febre e desidratação podem ser observados em bezerros (Silva et al.,
2009). As lesões incluem enterocolite e em casos septicêmicos podem ser observadas
hemorragias em serosas. Pneumonia, nódulos paratíficos no fígado, focos de necrose
no rim e esplenomegalia também são relatados (Guedes et al., 2010).
MATERIAL E MÉTODOS
Três bezerros da raça Girolando, com um, um e meio e dois meses de idade,
provenientes de uma propriedade situada no entorno de Brasília, apresentaram como
sinais clínicos diarréia, emagrecimento e desidratação. Os animais vieram a óbito e
foram necropsiados. Fragmentos de tecidos foram coletados, fixados em formol a 10%,
processados rotineiramente e corados com Hematoxilina & Eosina. Foram
encaminhados fragmentos do intestino para bacteriologia.
RESULTADOS
Na necropsia, os três animais apresentaram estado corporal ruim e o perineo sujo por
fezes. Observaram-se placas branco acinzentadas recobrindo a mucosa do cólon. A
parede cecal estava espessada e com úlceras recobertas por exsudato fibrinoso
mutifocal. Notaram-se os linfonodos mesentéricos aumentados de volume e ao corte
havia pontos esbranquiçados no córtex. O fígado apresentava-se aumentado de
volume, com os bordos arredondados e áreas esbranquiçadas multifocais
subcapsulares e no parênquima. Na avaliação microscópica dos animais havia necrose
de enterócitos, infiltrado inflamatório composto predominantemente por neutrófilos e
fibrina. Os linfonodos mesentéricos apresentavam-se com infiltrado por macrófagos nos
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 005, 2013
seios e folículos com centro germinativo evidente. No fígado de um nos animais (animal
com 2 meses de vida) notou-se infiltrado inflamatório histiocítico associado à necrose
multifocal. Os exames bacteriológicos isolaram e identificaram Salmonella entérica
subespécie entérica sorovar Typhimurium das amostras analisadas.
DISCUSSÃO
A salmonelose é classificada nas formas de enterocolite e septicêmica de acordo com
o quadro clínico patológico (Guedes et al., 2011). Esta enfermidade é uma zoonose,
acomete bovinos jovens e os sorovares Dublin e Typhimurium são frequentemente
isolados nesta espécie (Barros, 2007). De acordo com os achados clínicos e
patológicos dos animais aqui relatados, estes foram classificados com a forma de
enterocolite. O sorovar Typhimurium foi isolado dos fragmentos de órgãos de todos os
animais necropsiados. Os sinais clínicos observados nos bezerros, como a diarréia,
prostração, febre e desidratação corroboram com a literatura consultada (Silva et al.,
2009). Os achados macroscópicos e microscópicos de enterocolite fibrinonecrótica
foram observados nos três animais e correspondem aos achados descritos por Silva et
al. (2008) e Guedes et al. (2011) nos casos de salmonelose. Nódulos tifóides
correspondem a áreas necrose associado a infiltrado inflamatório no fígado, também
relatados nesta enfermidade (Guedes et al., 2011). Em um dos animais necropsiado
(animal com 2 meses de vida) na avaliação histológica visualizou-se nódulos tifóides no
fígado.
CONCLUSÃO
A salmonelose é uma enfermidade que resulta em elevada taxa de morbidade e
mortalidade. O conhecimento do quadro clínico e patológico desta doença é
fundamental para o diagnóstico precoce, promovendo controle e assim evitando
maiores perdas na produção.
REFERÊNCIAS
BARROS, C.S.L. salmonelose. In: RIET-CORREA, F.; SCHILD, A.L.; LEMOS, R.A.A; BORGES, J.R.J..
Doença de ruminantes e equídeos. 3. Ed., Santa Maria: Pallotti, 2007, v.1, p. 416-425.
GUEDES, R.M.C.; BROWN, C.C.; SEQUEIRA, J.L. Sistema digestório. In: SANTOS, R.L. e ALESSI,
A.C. patologia Veterinária. São Paulo: Roca; 1. Ed., 2011, p.89-182.
SILVA, D.G.; ÁVILA, L.G.; SILVA, PRL. et al. Estudo comparativo da infecção experimental de bezerros
com Salmonella Dublin e Salmonella Thyphimurium. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BUIATRIA, VII.,
2009, Belo Horizonte. Anais... Ciência Animal Brasileira, 2009, p.464-468.
SILVA; D.G.; SILVA; P.R.L.; FAGLIARI; J.J. et al. Avaliação clínica da infecção experimental de bezerros
com Salmonella Dublin. Arquivo Brasileiro de veterinária e Zootecnia, v.60, n. 1. p.251-255, 2008.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 006, 2013
RESUMO: A hematúria enzoótica bovina (HEB) é uma doença crônica e não infecciosa
caracterizada pelo desenvolvimento de neoplasmas na bexiga. Objetivou-se verificar os
aspectos patológicos da vasculatura vesical na HEB e correlacioná-los com as
alterações neoplásicas. Foram utilizadas 40 bexigas, coletadas em matadouro
frigorífico, fixadas em formol a 10% e processadas histologicamente. Das 40 bexigas
analisadas, 60,00% apresentaram neoplasias, sendo estas: hemangioma, mixoma,
carcinoma urotelial, adenocarcinoma, carcinoma in situ e hemangiossarcoma. A
vasculatura vesical das bexigas revelou proliferação, ectasia, dilatação e
espessamento vascular. A fibroelastose foi classificada como Grau I em 57,50% das
amostras, 10,00% Grau II e 2,50% Grau III. A densidade dos microvasos foi maior nos
hemangiossarcomas, seguidos dos hemangiomas, carcinomas uroteliais,
adenocarcinomas, mixomas e carcinomas in situ. É possível afirmar que a avaliação da
vasculatura vesical em animais com HEB pode auxiliar estudos de progressão tumoral.
Palavras-chave: bexiga; fibroelastose; microvasos; neoplasias
ABSTRACT: The bovine enzootic hematuria (BEH) is a chronic, non-infectious
characterized by the development of neoplasms in the bladder. The objective was
evaluate the pathological vasculature in bladder HEB and correlate them with neoplastic
changes. Forty bladders were used, collected in slaughterhouse, fixed in 10% formalin
and processed histologically. Bladders analyzed, 60.00% had tumors, these being:
hemangioma, myxoma, urothelial carcinoma, adenocarcinoma, carcinoma in situ and
hemangiosarcoma. The vasculature of the urinary bladders revealed proliferation,
ectasia, vascular dilatation and thickening. The fibroelastosis was classified as Grade I
in 57.50% of the samples, 10.00% in Grade II and 2.50% Grade III. The density of
microvessels was higher in haemangiosarcomas, followed by hemangiomas, urothelial
carcinomas, adenocarcinomas, myxomas and carcinomas in situ. It is possible that the
assessment of the vasculature in animals with bladder HEB can aid studies of tumor
progression.
Key-words: bladder; fibroelastosis; microvessels; neoplasms
INTRODUÇÃO
A hematúria enzoótica bovina (HEB) é uma doença crônica e não infecciosa
ocasionada pela ingestão espontânea de Pteridium aquilinium, conhecida como
samambaia. Esta doença se caracteriza pelo desenvolvimento de neoplasmas na
mucosa da bexiga (Radostitis et al., 2007).
Segundo Carvalho, Pinto e Peleteiro (2006) há coexistência de neoplasmas diversos,
epiteliais ou mesenquimais, benignos ou malignos, no entanto raramente são
encontrados metástases, dentre os mais frequentes destacam-se os papilomas,
carcinomas de células transicionais, adenocarcinoma, carcinomas de células
escamosas e hemangiomas.
Muitas vezes, estes tumores vasculares são confundidos com alterações vasculares
hiperplásicas (Peixoto et al., 2003) e há necessidade de distinção destes processos.
Em muitos casos, havia proliferação de pequenos capilares caracteristicamente
perpendiculares à orientação de grandes áreas de fibrose que se estendiam ao longo
da lâmina própria, mas em geral, as proliferações vasculares não exibiam qualquer
padrão organizacional e eram constituídas por capilares, arteríolas e vênulas.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 006, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 007, 2013
Cristiano Chaves Pessoa da Veiga¹; Lucas Santos de Melo Braga²; Livia Yumi Suzuki²;
Bruno Gonçalves de Sousa¹; Juliana da Silva Leite³; Ana Maria Reis Ferreira³
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 008, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 008, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Foram coletadas 40 bexigas, com lesões macroscópicas e hematúria, no matadouro
frigorífico de Muniz Freire, ES. As bexigas foram seccionadas pela superfície ventral no
sentido caudo-cranial. Cada bexiga foi conservada em formalina a 10% e dividida em
quatro quadrantes. Coletou-se um fragmento de cada quadrante. Quando em um
quadrante foram detectadas mais de uma massa tumoral, foi coletado um fragmento de
cada massa. As amostras foram submetidas ao processamento histológico de rotina e
coradas por Hematoxilina-Eosina (HE) para uma avaliação geral das alterações
morfológicas e classificação das lesões segundo Peixoto et al. (2003).
A análise morfométrica foi feita utilizando-se microscópio acoplado à câmera de
captura tipo Dino Lite & Dino Eye e programa de análise de imagem DinoCapture 2.0.
Foi medida a espessura do urotélio, expresso em micrômetros, desde a membrana
basal até o ápice do epitélio. Foram realizadas 10 mensurações ao longo da amostra e
a espessura final foi estabelecida pela média. Após a compilação dos dados foi
aplicada análise de variância (ANOVA) seguida do teste t a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Todas as 40 amostras apresentavam lesões macroscópicas classificadas em
petéquias, lesões papilomatosas, lesões hemangiomatosas, lesões sobrelevadas em
placa e lesões deprimidas brancacentas. Souto et al. (2006) em seu estudo
constataram que bovinos com HEB apresentam macroscopicamente formações
polipóides e lesões sobrelevadas. Espessamento de parede, lesões papilomatosas e
petéquias foram achados descritos por Falbo et al. (2005).
Das 40 bexigas avaliadas, 22 eram neoplásicas e 18 não neoplásicas.
Microscopicamente, as lesões não neoplásicas de urotélio foram metaplasia de células
claras, displasia, hiperplasia, hemorragia, cistite cística e ninhos de Brunn. Peixoto et
al. (2003) também verificaram resultados semelhantes em seu estudo. Cistite,
hiperplasia e hemorragia foram encontrados em bexigas de animais provenientes de
áreas com potencial para presença de HEB por Somvanshi et al. (2012). Os tipos
tumorais encontrados foram classificados como carcinoma de células de transição,
carcinoma in situ e adenocarcinoma (origem epitelial); hemangioma, mixoma e
hemangiossarcoma (origem mesenquimal). Estes dados corroboram o que foi descrito
por Peixoto et al. (2003).
A análise estatística revelou que em relação a espessura do urotélio em cada bexiga as
médias da espessura epitelial dos quadrantes A, B, C e D de uma mesma bexiga são
semelhantes. Isto foi observado tanto nas bexigas sem neoplasia (P>0,05) quanto nas
bexigas com neoplasia (P>0,05). Neste estudo foi obtida uma média da espessura,
portanto, este valor não expressa a medida exata da área acometida por neoplasia. Em
várias amostras foram encontradas neoplasias em mais de um quadrante e, talvez por
isto, tenha-se observado maior homogeneidade dos valores encontrados.
A comparação entre as médias de espessura epitelial por quadrante entre as bexigas
revelou que houve diferença entre a espessura do urotélio das bexigas com neoplasia
e sem neoplasia (P<0,05). Embora as bexigas sem alterações neoplásicas
apresentassem outros tipos de lesões, a proliferação celular observada nas bexigas
com neoplasia permitiu que o epitélio ficasse mais espesso nestas amostras. Isto pode
ser explicado pelo fato do crescimento celular nos processos neoplásicos ocorrer de
forma mais rápida (Meuten, 2002).
Quando avaliada a diferença entre a espessura de epitélio de uma bexiga neoplásica
com uma bexiga não neoplásica, sem levar em consideração os quadrantes, constatou-
se que existe diferença significativa (P<0,05). Assim sendo, é possível afirmar que o
crescimento celular anormal presente nas amostras neoplásicas permite que haja
diferenciação deste para um tecido não neoplásico por meio da análise morfométrica.
Embora não se possa dar um diagnóstico definitivo, a alteração na espessura urotelial
representa um indicativo do tipo de lesão observada (neoplásica ou não). Estes dados
30
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 008, 2013
permitem sugerir que com a utilização de técnicas de diagnóstico por imagem seja
possível realizar precocemente o diagnóstico da HEB por meio da identificação da
alteração da espessura do urotélio. Estes dados corroboram com Hoque et al. (2002).
CONCLUSÕES
A mensuração do urotélio revelou que a média da espessura epitelial dos quadrantes
A, B, C e D de uma mesma bexiga são semelhantes, entretanto, há diferença entre a
espessura de epitélio de uma bexiga neoplásica com o de uma bexiga não neoplásica.
Desta forma, torna-se possível a utilização de métodos auxiliares de diagnóstico menos
invasivos em casos de HEB.
Agradecimento à Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo pelo apoio
financeiro.
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31
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 009, 2013
Ana Carolina Ortegal Almeida¹; Alexandre A. Arenales Torres¹; Ismael Lira Borges²;
Fabianna de Simone Souza³; Maria Cecília Rui Luvizotto¹; Daniela Bernadete Rozza¹
animais são afetados. A prole de fêmeas alimentadas com dietas pobres em iodo tem
maior probabilidade de desenvolver uma hiperplasia severa das células foliculares da
tireóide, e apresentar sinais clínicos de hipotireoidismo (Mcgavin e Zachary, 2009).
Este trabalho tem como objetivo, relatar o caso de um caprino, recém-nascido com
bócio hiperplásico difuso.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi encaminhado ao Serviço de Patologia da FMVA – UNESP, um caprino, recém-
nascido com aumento de volume bilateral simétrico na região cervical ventral cranial.
Segundo histórico do proprietário, o animal morreu logo após o nascimento. A genitora
teve parto gemelar, e o outro filhote nasceu normal. Outra cabra da propriedade teve
prole semelhante, na qual um filhote nasceu normal e o outro nasceu com o referido
aumento de volume cervical. Ambas as genitoras eram pluríparas e nunca haviam
apresentado problemas semelhantes em proles anteriores. Os animais eram
alimentados a pasto e suplementados com sal mineral que era misturado com sal
comum, na proporção de meio a meio. O proprietário relatou que havia sido
aconselhado a eliminar as duas genitoras do rebanho a fim de evitar problemas
posteriores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na necropsia, notou-se aumento de volume bilateral simétrico na região cervical ventral
cranial, com cada antímero medindo aproximadamente 7,0 cm X 3,0 cm. À remoção da
pele, a massa era avermelhada, de superfície irregular, firme, não cística e bem
vascularizada. Não foram observadas outras alterações no cadáver.
O exame histopatológico da massa revelou tecido glandular semelhante à tireóide,
porém com alterações histológicas significativas. Os folículos apresentavam tamanho e
formato irregulares, com quantidade variável de colóide discretamente eosinofílico.
Alguns folículos encontravam-se colapsados devido à ausência de colóide no lúmen.
As células foliculares estavam arranjadas em camadas únicas ou múltiplas, por vezes
formando papilas que se projetavam para o lúmen do folículo. Estas apresentavam
citoplasma eosinofílico e núcleos hipercromáticos e excêntricos.
Os achados macroscópicos e microscópicos aliados ao histórico do animal levaram a
um diagnóstico de bócio hiperplásico difuso. O desenvolvimento desta patologia
provavelmente ocorreu devido a deficiência de iodo na dieta das genitoras. Caso
tivessem sobrevivido, os animais acometidos poderiam vir a desenvolver bócio coloide
à medida que fossem suplementados com iodo. Da mesma forma, a suplementação
das genitoras e dos demais animais da propriedade provavelmente evitaria a
ocorrência de novos casos. Portanto, o proprietário foi instruído a monitorar as
concentrações de iodo presente na dieta dos animais. Também foi informado de que
não havia necessidade de eliminar as referidas genitoras, uma vez que o bócio
hiperplásico difuso não possui caráter genético ou infeccioso.
CONCLUSÃO
Atualmente a incidência de bócio hiperplásico difuso é esporádica, porém a ocorrência
desta enfermidade deve ser considerada como diagnóstico diferencial em animais com
aumento de volume cervical. É de suma importância a inspeção das concentrações de
iodo na dieta dos animais domésticos, a fim de evitar patologias relacionadas a esse
distúrbio.
REFERÊNCIAS
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33
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 010, 2013
35
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 010, 2013
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36
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 011, 2013
Stéfano Leite Dau¹, Ezequiel Davi dos Santos², Tanise Policarpo Machado³, Leonardo
Porto Alves4, Adriana Costa da Motta4
1.Médico Veterinário Residente em Clínica Médica de Equinos, Universidade de Passo Fundo (UPF),
Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil.
2.Acadêmico de Medicina Veterinária, Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, Rio Grande
do Sul, Brasil.
3.Médica Veterinária Residente em Patologia Veterinária da Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo
Fundo, RS, Brasil
4.Professores do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo,
RS, Brasil. acmotta@upf.br
MATERIAL E MÉTODOS
O animal foi atendido no Hospital Veterinário (HV) da UPF, onde foi realizado exame
clínico, hemograma, biópsia da vulva e, posteriormente, necropsia. Foram coletadas
amostras de todos os órgãos e fixadas em formalina tamponada 10% e processadas
por métodos histoquímicos convencionais e corados com hematoxilina e eosina (HE).
Amostras do neoplasma obtidos por biópsia e, durante a necropsia (vulva, linfonodos e
costela), foram submetidas à análise imuno-histoquímica com recuperação antigênica
em calor úmido e com solução de recuperação antigênica (Dako) empregando-se a
técnica streptavidina-biotina. Foram utilizados os anticorpos anti-citoqueratina
(AE1/AE3, Dako) e PCNA (PC10-Zeta) com controles positivos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Uma égua de 17 anos de idade, sem raça definida, utilizada para tração no município
de Passo Fundo, foi encaminhada para atendimento no HV apresentando massa
anormal de tecido na região da vulva e perianal, sugestiva de neoplasma. Além da
lesão, que apresentou crescimento rápido no último mês, o animal exibia, ainda,
anorexia, depressão, desidratação, mau estado corporal, palidez das mucosas, perda
de peso progressiva, episódios de cólica e decúbito. A evolução clínica foi de 2 meses.
O exame de sangue revelou anemia. A massa era ulcerada e hemorrágica, envolvendo
todas as margens da vulva e estendia-se à região inguinal, invadindo a glândula
mamária. A biópsia revelou a presença de células escamosas malignas, redondas a
ovais, por vezes poliédricas, com núcleos grandes e hipercromáticos, apresentando
numerosas mitoses, rara queratinização central, distribuídas em padrão trabecular
intercaladas por estroma fibroso consistindo de CCE moderadamente diferenciado.
Assim, o proprietário consentiu a eutanásia e o animal foi necropsiado. Os achados de
necropsia consistiram de massas tumorais presentes na vulva, períneo e glândulas
mamárias, de cor branco-acinzentadas, de consistência firme a endurecida, por vezes
com áreas friáveis amareladas, invasivas, ulceradas e com formação de abscessos.
Havia massas sugestivas de metástases em diversos órgãos, tais como adrenais,
linfonodos mesentéricos, renais e mediastínicos, pulmão, saco pericárdico, músculos
intercostais com invasão e destruição da 15ª costela direita, bem como presença de
massa tumoral ao redor da veia ázigo. Os achados histopatológicos foram
caracterizados pela desorganização da arquitetura tecidual da vulva e dos órgãos
mencionados anteriormente e, eram similares aos da biópisa, com a adição de áreas
com arranjo sólido apresentando focos de necrose tumoral, além de pleomorfismo
nuclear e mitoses atípicas abundantes. Assim, confirmou tratar-se de CCE
moderadamente diferenciado de origem vulvar, agressivo e metastático. Para verificar
a origem do neoplasma e sua atividade proliferativa foi realizado estudo imuno-
histoquímico através da avaliação da expressão de citoqueratinas e do PCNA em
amostras da vulva, linfonodos e costela. O exame imuno-histoquímico revelou
marcação citoplasmática positiva para citoqueratinas (AE1/AE3) e expressão nuclear
do PCNA. E, portanto, foi confirmada a origem epitelial e elevada atividade proliferativa.
A égua do presente relato apresentava idade avançada e a região da vulva não era
pigmentada, caracteristicas predisponentes ao desenvolvimento de CCE (Foy et al.,
2002). O desenvolvimento das metástases ocorreu, provavelmente, devido ao longo
período entre o aparecimento do neoplasma e o diagnóstico. O CCE costuma
apresentar crescimento lento e, normalmente, apresentar um baixo potencial
metastático (Goldshmidt e Hendrick, 2002). Muitos autores descrevem a metástase do
CCE envolvendo apenas os linfonodos regionais (Monteiro et al., 2009; Perrier et al.,
2010), especialmente aqueles de origem da genitália externa. Contudo, há relatos de
CCE com metástase para outros órgãos, como pulmão, fígado e peritônio. Até o
presente, casos de CCE vulvar destrutivos, invasivos e com metástases disseminadas
não têm sido descritos. A marcação nuclear das células neoplásicas da vulva com o
PCNA demonstrou o elevado índice mitótico e a agressividade do neoplasma.
38
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 011, 2013
CONCLUSÃO
Os achados anatomopatológicos e imuno-histoquímicos permitiram o diagnóstico
definitivo de CCE vulvar de Grau II invasivo e metastático. Neoplasmas abdominais
devem ser considerados em equinos com idade avançada que apresentam tumor na
genitália externa apresentando sinais inespecíficos de desconforto abdominal.
REFERÊNCIAS
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39
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 012, 2013
Paula Roberta Giaretta, Juliana Sperotto Brum, Glauco José Nogueira de Galiza,
Guilherme Konradt, Ronaldo Michel Bianchi, Claudio Severo Lombardo de Barros
40
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 012, 2013
41
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 013, 2013
43
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 013, 2013
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44
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 014, 2013
RESUMO: Com este estudo pretendemos testar pela primeira vez a capacidade do T.
gondii em continuar infectante após o processo de congelação do sêmen
experimentalmente infectado pelo parasito, por meio da brioprova e histopatologia em
camundongos. Amostras seminais de carneiro foram infectadas experimentalmente
com taquizoítos de T. gondii e congeladas em nitrogênio líquido, após este processo,
foram descongeladas e inoculadas via intra-peritoneal em camundongos para
realização da bioprova e histopatologia. No exame histopatológico do estômago e
fígado dos camundongos, observou-se inúmeros taquizoítos e pseudocistos de T.
gondii. O tecido pulmonar apresentou congestão e infiltrado inflamatório mononuclear
focal, além de áreas de congestão e edema.
Esses achados são semelhantes às lesões descritas por outros pesquisadores. A
bioprova e a histopatologia comprovaram que o agente toxoplásmico possui
capacidade de continuar infectante no sêmen de carneiro, após a criopreservação e
descongelação do sêmen, o que pode representar um risco para a inseminação
artificial.
Palavras-chave: congelação, sêmen, toxoplasmose, bioprova, ovino
ABSTRACT: In this study, we tested for the first time the capacity of T. gondii infecting
continue after the process of freezing semen experimentally contaminated by the
parasite by bioassay and histopathology in mice. Ram semen samples were
experimentally contaminated with tachyzoites of T. gondii and frozen in liquid nitrogen,
after this process, were thawed and inoculated intraperitoneally into mice to perform the
bioassay and histopathology. Histopathology of the stomach and liver of mice, we
observed numerous tachyzoites and pseudocysts. The lung tissue showed congestion
and focal mononuclear cell infiltration, and areas of congestion and edema. These
findings are similar to the lesions described by other researchers. The bioassay and
histopathology confirmed that the T. gondii, has the capacity to continue infecting sheep
semen after cryopreservation and thawing semen, which may represent a risk for
artificial insemination.
Keywords: freezing, semen, toxoplasmosis, bioassay, ram
INTRODUÇÃO
A detecção de T. gondii no sêmen já foi comprovada em pesquisas realizadas em
espécies animais (Dubey e Sharma 1980, Lopes et al., 2009, Arantes et al., 2009).
Entretanto, todas estas espécies foram experimentalmente infectadas por via oral e/ou
subcutânea (SC) com o parasito. Apesar dos dados publicados quanto ao isolamento
de T. gondii em amostras seminais de ovinos, sugerirem a possibilidade deste coccídeo
ser transmitido sexualmente, inexiste na literatura consultada estudos que comprovem
a capacidade de infectividade do T. gondii no sêmen após o processo de congelação.
Com o presente estudo, pretendemos testar pela primeira vez a capacidade do T.
gondii em continuar infectante após o processo de congelação do sêmen
45
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 014, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 014, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 015, 2013
RESUMO: Mycoplasma bovis surgiu em vários países como uma importante causa de
pneumonia em bovinos confinados. O objetivo deste artigo é descrever os achados
clínicos e patológicos de dois casos de pneumonia em bovinos que ocorreram em
diferentes confinamentos na Argentina. Necropsias animais, histopatologia,
bacteriologia e imunohistoquímica foram realizadas nos pulmões dos dois animais que
apresentavam sintomas respiratórios. No exame patológico houve broncopneumonia
grave, com múltiplos focos de necrose caseosa, que correspondeu ao microscópio para
inflamação piogranulomatosa com centros ovais necróticos. Imuno-histoquímica
realizada nestes dois pulmões foi positiva para Mycoplasma bovis. Na Argentina,
Mycoplasma bovis foi isolado em 2001 a partir de um caso de mastite, mas não há
casos de pneumonia em bovinos. De acordo com a informação de que dispomos, este
é um dos primeiros casos deste tipo de pneumonia descrito na Argentina.
Palavras-chave: bovinos confinados-Mycoplasma bovis-relato de caso-pneumonia
ABSTRACT: Mycoplasma bovis has emerged in several countries as an important
cause of pneumonia in feedlot cattle. The aim of this paper is to describe the clinical
and pathological findings of 2 cases of pneumonia in cattle occurred at different feedlots
in Argentina. We performed necropsies, histopathology, bacteriology and
immunohistochemistry in two animals with respiratory signs. Gross examination
revealed severe bronchopneumonia with multiple foci of caseous necrosis that
corresponded microscopically to pyogranulomatous inflammation with necrotic oval
centers. Immunohistochemistry on these lung lesions tested positive for Mycoplasma
bovis. In Argentina Mycoplasma bovis was isolated in 2001 from a case of mastitis but
there are no reports of pneumonia in cattle. To our knowledge these are the first cases
of this type of pneumonia described in Argentina.
Key words: case report-feedlot cattle-Mycoplasma bovis-pneumonia
INTRODUCTION
During the last two decades Mycoplasma bovis (M. bovis) has emerged as one of the
most important bovine respiratory pathogens in North America. Although M. bovis can
be found in the nasopharynx of healthy cattle, this pathogen can also cause a variety of
diseases such as pneumonia, arthritis, synovitis, keratoconjunctivitis, mastitis, metritis,
abortion, infertility, otitis and decubital abscesses (Nicholas and Ayling 2003).
Epidemiological studies revealed that the incidence of M. bovis pneumonia has
increased notably in the US and Canada (Fulton et al. 2009, Nicholas and Ayling,
2003), and most recently it was also reported in Mexican feedlots (Ramirez el al.
2011).The aim of this paper is to describe two outbreaks of M. bovis pneumonia in
feedlot cattle in Argentina, which we think is the first report of this type of pneumonia for
this country.
48
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 015, 2013
CONCLUSION
To our knowledge these are the first confirmed and documented cases of M. bovis
pneumonia in Argentina, although M bovis was isolated and identified from a case of
mastitis in dairy cows in 2001 (Cerdá et al. 2001).
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51
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 016, 2013
recebidos entre janeiro de 2003 a junho de 2013. Os dados coletados foram referentes
ao histórico, sinais clínicos condizentes com suspeita neurológica, achados de
necropsias e alterações histológicas.
Do material revisado foram separadas as lâminas histológicas com coloração de
hematoxilina e eosina (HE) para observação e caracterização das alterações
encontradas e, quando necessário, foram confeccionadas novas lâminas a partir dos
blocos de parafina ou do material acondicionado em formol. Nos casos suspeitos de
raiva, herpesvírus equino tipo 1 (EHV-1) e encefalomielite equina do leste, exames
complementeraes (virologia, sorologia) foram realizados para confirmação dos
diagnósticos.
RESULTADOS
No período estudado foram encontrados 77 casos com histórico clínico de afecção
neurológica (73 do Distrito Federal e quatro de Goiás). As lesões traumáticas (fraturas
de vértebras, coágulos ou edemas no canal medular) foram as alterações mais
frequentes, com nove (11,69%) casos diagnosticados, seguidas de cinco (6,49%) de
raiva, cinco (6,49%) de encefalite equina do leste e cinco (6,49%) de
leucoencefalomalacia. Tétano e encefalite granulomatosa por Halicephalobus gingivalis
representaram três (3,90%) casos cada, bem como dois (2,60%) casos de
mieloencefalite equina por protozoário (EPM), outros dois (2,60%) casos sugestivos de
EPM, seguido de dois (2,60%) de meningite/meningoencefalite supurativa bacteriana,
um (1,30%) de encefalomielite por herpesvírus equino tipo 1, um (1,30%) de
hidrocefalia e outro inconclusivo (1,30%).
Foram encaminhados ao LPV-UnB 20 (25,97%) casos com histórico de alteração
nervosa, entretanto após a análise histológica não houve identificação de alteração
macroscópica ou microscópica que justificasse o quadro neurológico. Dezoito (23,38%)
casos foram caracterizados por meningoencefalite linfoplasmocítica, onde não foi
possível a identificação da etiologia precisa, embora as características histopatológicas
e epidemiológicas desses casos sejam compatíveis com etiologia viral.
DISCUSSÃO
As doenças mais frequentes observadas nesse estudo foram lesões de natureza
traumáticas (geralmente associadas à compressão medular por fragmentos de
vértebras, coágulos ou edema), raiva, encefalite equina do leste e
leucoencefalomalacia, tétano e encefalite por H. gingivalis. Raiva e tétano também são
enfermidades neurológicas comuns em equinos no Nordeste brasileiro (Pimentel et al.,
2009), enquanto que muitos casos de leucoencefalomalacia já foram diagnosticados no
Sul do Brasil (Pierezan et al. 2009).
No presente estudo, foram notados cinco casos de raiva e 18 de meningoencefalite
linfoplasmocítica. É possível que ocorram mais casos de raiva e/ou de outras viroses
que afetam o sistema nervoso central, visto que o diagnóstico não pode ser definido
nesses 18 casos. Técnicas complementares como imuno-histoquímica e/ou PCR
poderiam ser úteis para definir possíveis agentes etiológicos envolvidos. Nesses casos,
o diagnóstico diferencial foi feito especialmente com raiva, encefalomielites virais
(oeste, Venezuela), herpesvírus equino (EHV-1 ou EHV-4) e doença do oeste do Nilo
(Zachary, 2009). Meningoencefalites linfoplasmocíticas também são neuropatias
comuns de equinos do Rio Grande do Sul (Pierezan et al. 2009).
Os resultados do presente trabalho demonstram que enfermidades neurológicas são
causas importantes de mortalidade em equinos na Região Central do Brasil. Esses
dados são úteis para que medidas de cunho profilático e preventivo possam ser
adotadas pelos produtores e autoridades sanitárias e de vigilância epidemiológica
locais.
52
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 016, 2013
CONCLUSÕES
As doenças neurológicas de equinos mais frequentes do Distrito Federal e de Goiás
são traumatismo encefálico e medular, raiva, encefalite equina do leste e
leucoencefalomalacia.
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 017, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 017, 2013
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56
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 018, 2013
Silva, Estela Vieira de Souza; Moura, Léa Resende; Faleiro, Mariana Batista Rodrigues;
Santos, Adriana da Silva; Matos, Moema Pacheco Chediak; de Moura, Veridiana Maria
Brianezi Dignani
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 019, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 019, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Fora realizada a necropsia de um bovino, fêmea da raça Jersey com cinco anos, não
gestante e em boa condição corporal, cujo quadro clínico evoluía há dez dias, não
responsivo a tratamentos. O animal pertencia a uma propriedade produtora de leite
ligada à agricultura familiar no município de Salto do Lontra, Sudoeste do Paraná. O
histórico do animal foi fornecido pelo médico veterinário responsável. Realizou-se o
exame macroscópico das cavidades e órgãos in situ e isoladamente. De cada órgão
analisado, coletaram-se fragmentos que foram devidamente fixados em formalina
tamponada a 10% e processados rotineiramente e corados por HE.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com o veterinário, o animal apresentou emagrecimento, picos febris e
decúbito lateral com opistótono, movimentos de pedalagem e nistagmo. À necropsia,
encontrou-se no retículo um objeto perfuro-cortante de aproximadamente 7 cm de
comprimento, que perfurava o órgão até o saco pericárdico, resultando em pericardite
fibrinosa. As alterações clínicas e patológicas são características, conforme descritas
por Albarello et al. (2012) e Roth e King (1991) sobre a endocardite e RPT,
respectivamente.
Conforme explicado por Van Vleet et al. (2013), a endocardite necessita de uma
infecção preexistente e de lesões nas válvulas e parede cardíacas para ocorrer. No
caso descrito, observa-se que a RPT foi o foco principal de infecção, originando
bacteremia. Ao exame das câmaras cardíacas, especificamente no ventrículo
esquerdo, notaram-se massas esbranquiçadas friáveis aderidas ao endocárdio mural.
Conforme explica o mesmo autor, devido o turbilhonamento cardíaco, o endocárdio
esquerdo frequentemente encontra-se lesado, o que permitiu a adesão das bactérias,
agregação plaquetária e, em consequência ao processo inflamatório, deposição de
fibrina, formando o trombo vegetante.
Segundo Zachary (2013), quando uma bactéria penetra ao SNC e se instala,
desencadeia resposta inflamatória. Isto explica os sinais neurológicos demonstrados
pelo animal estudado, uma vez que no encéfalo deste, foram encontrados
microabscessos multifocais produzidos pela disseminação dos êmbolos sépticos
provindos, via hematógeno, da endocardite (Pacheco, 2011).
A principal consequência da endocardite é o desprendimento de êmbolos sépticos, que
ganham a corrente sanguínea e ficam retidos na microvasculatura de diversos órgãos
(Waschburger, 2012). O resultado é o desencadeamento de resposta inflamatória em
vários órgãos e formação de abscessos (Van Vleet et al., 2013). No presente relato
foram observados pequenos abscessos multifocais em diversos órgãos, tais como
tecido subcutâneo, musculatura esquelética, intestino, baço, rins, pâncreas, miocárdio
e encéfalo.
À microscopia, o coração apresentava endocardite abscedante, assim como os demais
órgãos afetados, com áreas multifocais de necrose de liquefação entremeadas de
miríades bacterianas basofílicas e acentuado infiltrado inflamatório composto de
linfócitos, macrófagos, plasmócitos e raros macrófagos epitelióides, sustentados por
uma intensa fibroplasia, assim como descrito por Van Vleet et al. (2013).
CONCLUSÕES
A RTP foi responsável pela bacteremia ocasionando a endocardite mural e posterior
disseminação dos êmbolos sépticos. As afecções citadas acima trazem inúmeros
prejuízos aos produtores familiares da região. No caso da produção leiteira na
agricultura familiar, onde os rebanhos bovinos são pequenos, a redução das perdas
com morte e reposição do rebanho é fundamental para a permanência e rentabilidade
do agricultor na atividade. Este trabalho mostra a importância da necropsia como
ferramenta de diagnóstico de enfermidades, cujo manejo é o principal fator envolvido.
60
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 019, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 020, 2013
62
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 020, 2013
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A submissão dos fragmentos de intestino foi justificada pela ocorrência de problemas
entéricos em uma propriedade na região Oeste do Brasil. Na propriedade há um
rebanho de aproximadamente 300 equinos de diferentes idades e sexos, com
desmame entre quarto a sete meses. Trinta e nove potros, com poucos dias de vida até
21 meses de idade, 9 da geração 2011 e 30 da geração 2012 apresentaram sinais
clínicos. Os sinais clínicos variavam de animal para animal e eram de diarréia pastosa
evoluindo a aquosa, temperatura entre 39,5 a 41,0°C, nas primeiras 48 horas,
inapetência, desidratação, hipoproteinemia associadas a edema submandibular. Sete
dos 39 animais que apresentaram os sinais morreram. O animal do qual foram
enviados os fragmentos de intestinos morreu cerca de 4 dias após o aparecimento
sinais clínicos. Na necropsia os achados foram de grande quantidade de líquido sero-
sanguinolento na cavidade peritoneal, parede do intestino delgado espessa com
diminuição do lúmen intestinal. Histologicamente observou lesão característica de EP
(Wuersch et al., 2006) nos fragmentos de duodeno e jejuno, com hiperplasia de
enterócitos de criptas difusa intensa associada à diminuição marcante de células
caliciformes e abcessos de criptas isolados. Na imuno-histoquimica foram observadas
marcações positivas para L. intracellularis em enterócidos de criptas. Os sinais clínicos
e achados de necropsia, condizentes com a literatura (Lavoie, 2000) com microscopia
associada à marcação positiva para L. intracellularis na imuno-histoquimica nos
permitiu chegar ao diagnóstico de EPE. Apesar da ocorrência da doença na
propriedade, estudos indicam que potros infectados não sofrem efeitos na saúde em
longo prazo, o que não afeta o desempenho atlético e consequente aporte financeiro
pelos prêmios ganhos (Loynachan, 2010).
Assim como os suínos, equinos parecem ser mais susceptíveis à infecção a L.
intracelulares logo após o desmame, sendo que a faixa etária de potros afetados pode
variar de três a nove meses (Wuersch et al., 2006). A transmissão ocorre através da
ingestão de alimento ou água contaminados com fezes de animais domésticos ou de
vida livre (Lawson e Gebhart, 2000), em nosso caso pode ter ocorrido através de fezes
de outros equinos positivos devido à utilização diária das mesmas instalações para
todas as idades ou a introdução de novos animais como éguas prenhas, vazias ou com
potros ao pé, potros recém-desmamados, em exame prévio para identificação do
agente. Porém, segundo relato nenhum dos animais introduzidos na propriedade
durante o último ano apresentou sinais clínicos de EPE, entretanto animais sem sinais
clínicos podem eliminar o agente nas fezes (Guimarães-Ladeira et al. 2009). Animais
silvestres e domésticos como cães, gatos, gambás (Didelphis sp), cachorros do mato
(Canis thous) avistados na propriedade podem ser fontes de contaminação (Pusterla et
al., 2012).
Amostras de sangue e fezes de 11 potros, da mesma propriedade, foram
recebidas anteriormente para analisa sorológica, através de imunoperoxidase em mono
camada e PCR, respectivamente, e demostrou três 3 animais positivos na sorologia e
todos negativos na PCR. O que demonstra que o agente circula nela propriedade
(Guimarães-Ladeira, 2009), colaborando com os achados patológicos. Segundo o
médico veterinário foram enviadas amostras de fezes para a realização de PCR para
Clostridium sp, C. perfringens, Salmonella sp e microscopia eletrônica de varredura
para Corona vírus, agentes que devem ser incluídos no diagnóstico diferencial para
EPE (de Macêdo, 2008), os quais foram negativos. Além de todos os
animais são vermifugados cinco a seis vezes por ano, o que exclui a possibilidade das
diarreias serem causadas por parasitas intestinais.
CONCLUSÃO
A EPE está presente em rebanhos brasileiros na região oeste do Brasil e deve ser
considerada no diagnóstico diferencial a outras doenças com sinais clínicos de diarreia
em potros.
63
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 020, 2013
Agradecimentos
A CAPES e FAPEMIG pelo auxílio financeiro para execução.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 021, 2013
Leonardo Vaz Burns¹, Fabiano Mendes de Cordova¹, Adriano Tony Ramos², Michel
José Sales Abdalla Helayel¹, Marco Augusto Giannoccaro Silva¹, Clarissa Amorim
Silva de Cordova¹
1 Universidade Federal do Tocantins (UFT) - Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Araguaína-TO
2 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Campus Curitibanos,Curitibanos – SC
65
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 021, 2013
66
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 021, 2013
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68
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 022, 2013
As doenças hepáticas foram descritos de acordo com Jubb et ai. (2007)A análise dos
dados foi realizada em planilha Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No período do estudo foram recebidos 321 fígados, dos quais 221 eram da raça
Holando-Argentina (68,8%), 14 de Bradford (4,4%), 5 de Hereford (1,6%), 24 de
mestiços (7,5%), 2 de Aberdeen Angus (0,6%), de 1 de Jersey (0,3%), de 1 de Brangus
(0,3%) e 53 amostras sem dados sobre a raça (16,5%). 125 eram de machos (38,9%),
121 de fêmeas (37,7%), 1 freemartin (0,3%) e 74 fígados sem dados sexuais (23,1%).
Foram analisados, 62 (19,3%) fígados correspondentes a fetos, 168 bovinos de 0 até 1
ano (52,3%), 31 de 1 aos 5 anos (9,7%), 24 maiores de 5 anos (7,5%) e 36 sem dados
de idade (11,2%). Dos 168 animais da faixa etária situada entre 0 e 1 ano, 84 tinham
entre 0 e 15 dias (50%), 32 entre 15 e 30 dias (19%), 40 entre 1 e 6 meses (24%) e 12
entre 6 e 12 meses (7%). Observaram-se as seguintes lesões: degeneração hidrópica
(266; 82,87%), esteatose (52; 16,20%), necrose multifocal random (23; 7,17%),
necrose centrolobular (22; 6,85%), estase biliar (16; 4,98%), atrofia (13; 4,05%),
hepatite necrótica multifocal (34; 10,59%), hepatite supurativa (20; 6,23%), hepatite
linfoplasmocitaria (103; 32,09%), hepatite granulomatosa com necrose caseosa (4;
1,25%), fibrose (49; 15,26%), hiperplasia do canal biliar (46; 14,33%), megalocitose
(11; 3,43%) hiperplasia das células de Kupffer (36; 11,21%), telangiectasia (3; 0,93%),
metaplasia mielóide (36; 11,21%) não apresentaram lesões (1; 0,31%) e autólise (24;
7,48%). Muitas das lesões observadas poderam-se relacionar com as seguintes
doenças: Salmonella (30), leptospirose (7), infecções por Fusobacterium necrophorum
(2) TB (4), outras doenças infecciosas bacterianas (77), micotoxicose (19), intoxicação
por planta (14), IBR (13), outros agentes infecciosos virais (28), cetose (5) neosporose
(2). O fígado é um órgão que intervém em grande quantidade de processos
metabólicos, e mostra uma variedade de mudanças estruturais e citológicos (noxas),
por isso é frequentamente mostrado durante as necropsia que realizam os veterinários
clínicos. Foram descritos numerosos trabalhos sobre lesão hepáticas em bovinos
detectadas em matadouros, no entanto não encontramos estudos analíticos de lesões
hepáticas encontradas durante as necropsias. Se pode evidenciar que a autólisis se
observou em 7,48%, valorizando desta maneira a rápida intervenção do profissional
para realizar a necropsia. A degeneração hidrópica foi a lesão mais frequente, e é
considerada inespescífica, a diferença da esteatosis que tem informação sobre o
estado funcional do órgão. Se observaram fígados com telangiectasia e hepatites
supurativas, as quais (hallazgos) frequentes descritos em matadouros. As lesões que
puderam sugerir doenças estão perfeitamente descritas em Jubb et al (2007). Os
diagnósticos provenientes de Salmonelosis foram geralmente em terneros, muitos dos
quais se confirmaram com estudo bacteriológico. As lesões de órgãos fetais tem
importante informação quando não apresentam autólisis avançada ; se detectaram
lesões similares às descritas por Lértora et al (2010) vinculadas à açãodeNeospora spp
CONCLUSÕES
As doenças do fígado mais comuns foram observados nos bezerros de até 1 ano,
sendo 50% deles, nos primeiros 15 dias de vida. Lesões histopatológicas sugeriu o
diagnóstico da doença em 62,62% dos casos estudados e permitiu que o profissional a
realizar tratamentos ou medidas necessárias adequadas.
69
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 022, 2013
REFERENCIAS
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70
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 023, 2013
Márcia Regina Hossa, Thiago Henrique Bellé, Carla Sordi Furlanetto, Joice Rychcik da
Silva, Fagner Luiz da Costa Freitas, Fabiana Elias
71
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 023, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi desenvolvida no período compreendido entre abril de 2012 e junho de
2013, sendo necropsiados vinte e nove bovinos com aptidão leiteira, oriundos de
propriedades vinculadas à agricultura familiar do Sudoeste do Paraná e a coleta de
sessenta e dois pâncreas de bovinos de corte procedentes de um abatedouro,
localizado no município de Capitão Leônidas Marques, situado na região Oeste
paranaense. Os pâncreas dos animais foram avaliados quanto à presença de parasitos
e alterações macroscópicas. O grau de infecção dos pâncreas foi classificado em:
ausente, leve, moderado, grave e, muito grave ou severo. Caracterização das espécies
de Eurytrema e fatores de risco associados à severidade das lesões macroscópicas
são partes de estudo complementar relacionado a esse trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos 29 bovinos de leite necropsiados, 21 pâncreas apresentaram estruturas
parasitárias na análise macroscópica (72,41%). Na análise dos 62 pâncreas coletados
no abatedouro, 34 tinham trematódeos (54,84%), 28 pâncreas não apresentaram o
parasito (45,16%) e, conforme o grau de infecção, cinco estavam com infecção leve
(8,06%), dez com moderada (16,13%), 12 grave (19,36%) e sete severamente
acometidos (11,29%), o que revela os diferentes graus de acometimento do órgão,
influenciado por diversos fatores, os quais deverão ser futuras linhas de estudo. Deste
modo, a pesquisa evidenciou 60,44% de positividade parasitária, sendo 23,08% dos
animais oriundos da região Sudoeste e 37,36% dos animais oriundos da região Oeste
do Paraná.
Embora, a ação do E. coelomaticum, resulta em lesões macroscópicas e microscópicas
no pâncreas de bovinos infectados (Torres e Pinto, 1936), e que estas lesões podem
levar a inibição da secreção de enzimas pancreáticas para o intestino, dificultando a
digestão entérica (Mattos Jr e Vianna, 1987), no presente estudo, nenhum bovino
apresentou sinais clínicos correspondentes.
Macroscopicamente, além das estruturas parasitárias, havia no pâncreas áreas firmes
multifocais, estando de acordo com Graydon et al., (1992), que relatou ainda a palidez
e a diminuição de tamanho como achados comuns. Na histologia visualizou-se a
presença do trematódeo ocasionando a obstrução de ductos pancreáticos, pelo hábito
destes parasitos de se alojarem no ducto pancreático, levando à ocorrência da
pancreatite que também estava presente. A hiperplasia do epitélio de ductos, áreas
com parênquima destruído e substituído por tecido conjuntivo fibroso, também foram
visualizadas, sendo que a substituição por tecido fibroso induz a destruição dos ácinos
glandulares, conservando as ilhotas de Langerhans (Headley, 2000).
A coprologia é indicada como uma das principais técnicas de diagnóstico desta
parasitose (Bassani et al., 2007). Contudo, bovinos com infecções severas podem não
eliminar os ovos nas fezes, devido à obstrução dos ductos pancreáticos pela
inflamação crônica e fibrose (Riet-Correa et al., 2007). Assim, pode-se considerar que a
ausência de ovos do parasito durante o exame de fezes não significa que o animal não
esteja infectado (Ilha et al., 2005).
CONCLUSÃO
Os dados apresentados revelam que a euritrematose está presente tanto na
bovinocultura de leite como na de corte, sendo estes dados importantes para a
obtenção do conhecimento da ocorrência da euritrematose nas regiões de estudo, a
qual demonstrou-se alta. É possível evidenciar, como já descrito por outros autores,
que o exame coprológico não é diagnóstico para a presença de Eurytrema spp. Desta
forma, nestes casos, a única forma de diagnóstico definitivo é a necropsia.
72
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 023, 2013
REFERÊNCIAS
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73
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 024, 2013
RESUMO: Objetivo foi correlacionar o grau de fibrosede fígados bovinos infectados por
Fasciola hepatica, com a porcentagem de células estreladas hepáticas (CEHs). Foram
coletados 74 fígados, sendo que coletou um fragmento de cada lobo, que foi fixado em
formalina 10%, submetido ao processamento histológico de rotina e colorações de
hematoxilina e eosina e tricrômico de Masson, para classificação da fibrose hepática. A
imunoistoquímica foi realizada para quantificar as CEHs. Verificou-se que 90,5% em
fígados foram classificados como grau I, 8,1% como grau II e apenas 1,4% como grau
III, no lobo hepático direito. No lobo hepático esquerdo, 55,4% dos fígados foram
classificados como grau I, 28,4% como grau II e 16,2% como grau III. As porcentagens
de CEHs imunomarcadas foram 15,0% no grau I, 15,4% no grau II e 19,20% grau III,
no lobo hepático direito e 14,0% no grau I, 17,91% no grau II e 20,9% no grau III no
lobo esquerdo, não apresentando diferença significativa (P>0,05%). Conclui-se que
houve expressão de α-SMA em CEHs, mas não houve correlação com o grau de
fibrose.
Palavras-chave: alpha actina de músculo liso;Fasciola hepatica; imunoistoquímica
ABSTRACT: Objective was correlate the degree of fibrosis, liver chronically infected by
Fasciola hepatica, with the percentage of hepatic stellate cells (HSCs). We collected 74
bovine livers, of each lobe was collected a fragment, which were fixed in 10% formalin,
subjected to routine histological processing and staining with hematoxylin and eosin and
Masson's trichrome for classification of liver fibrosis. Immunohistochemistry was
performed to quantify HSCs. It was found that 90.5% of livers in the right hepatic lobe
were classified as grade I, 8.1% grade II and only 1.4% as grade III. In the left hepatic
lobe, 55.4% of livers were classified as grade I, 28.4% as grade II and 16.2% as grade
III. The percentages were immunostained HSCs 15.0% grade I, 15.4% grade II and
grade III 19.20%, the right hepatic lobe and 14,0% grade I, 17.91% in grade II and
20.9% in grade III, no significant difference (P>0.05%). It was concluded that there was
expression of α-SMA in HSCs, but there was no correlation with the degree of liver
fibrosis.
Key words: alpha smooth muscle actin; Fasciola hepatica; immunohistochemistry
INTRODUÇÃO
A fibrose hepática é a manifestação comum de diversas doenças crônicas do fígado,
resultado do acúmulo de matriz extracelular que pode levar a cirrose (Friedman, 2000).
Estudos têm descrito que as CEHs desempenham papel central na patogênese da
fibrose (Cassiman et al., 2002).
Em infecções por F. hepatica além da hiperplasia do canal biliar, há aumento dos níveis
de colágeno tipo I e III no fígado, os quais são similares às condições observadas na
cirrose e outras condições patológicas incluindo a fibrose e a cicatrização de feridas
(Arthur, 2000).
Pelo fato da fibrose ser severa em fígados de bovinos com fasciolose (Riet-Correa et
al., 2001), buscou-se avaliar a expressão de α-SMA em células estreladas hepáticas e
correlacioná-las ao grau de fibrose em fígados bovinos com F. hepatica.
74
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 024, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Foram coletados 74 fígados bovinos condenados por fasciolose, no matadouro
frigorífico de Atílio Vivacqua – ES. De cada fígado foi coletado um fragmento por lobo
hepático, que foi fixado em formalina 10%, submetido ao processamento histológico de
rotina, coloração pelos métodos de hematoxilina e eosina (HE) e tricrômico de Masson
para avaliação histopatológica e classificação da fibrose hepática, seguindo os critérios
estabelecidos por Oliveira et al. (2004).
A imunoistoquímica utilizou o anticorpo anti α-SMA (smooth muscle actin -Dako1A4),
para avaliar a distribuição das CEHs. A quantificação das CEHs positivas foi em cinco
campos aleatórios, sob microscópio de luz no aumento de 40x, considerando apenas
as células com núcleos. A porcentagem de CEHs positivas foi então calculada para
cada grau de classificação da fibrose. Utilizou-se correlação de Spearman, no nível de
5% de significância, para verificar a associação entre as CEHs e o grau de fibrose.
RESULTADOS e DISCUSSÃO
A classificação histológica revelou que, no lobo hepático direito, 90,5% dos fígados
foram classificados como grau I, 8,1% como grau II e apenas 1,4% como grau III. No
lobo hepático esquerdo, 55,4% dos fígados foram classificados como grau I, 28,4%
como grau II e 16,2% como grau III. No presente estudo observou-se que a fibrose
classificada como grau I foi a mais prevalente, diferindo do observado por Trivilin et al.
(2010) que avaliando animais da mesma região, observou a maior frequência de
fibrose grau II. Essa diferença pode está relacionada à resposta imune de cada
hospedeiro (Meeusen e Piedrafita, 2003) ou às infecções repetidas. De acordo com
Dias-Silveira e Schofield (2002) infecções repetidas são importantes no agravamento
das doenças parasitárias, principalmente, para aumento da fibrose.
Marcos et al. (2007), utilizando a mesma classificação proposta por Oliveira et al.
(2004), observaram maior prevalência de fígados com fibrose grau III, além disso,
verificaram que quantidades de parasitos tem relação com a progressão da lesão
hepática.
Considerando a classificação do grau de fibrose, as porcentagens de CEHs α-SMA
positivas no lobo hepático direito, foram 15,0% no grau I, 15,4% no grau II e 19,20%
grau III. No lobo hepático esquerdo foram 14, 0% no grau I, 17,91% no grau II e 20,9%
no grau III. Não houve diferença na porcentagem de CEHs por lobo hepático, como
também não houve correlação com o grau de fibrose, em ambos os lobos hepáticos.
Devido à ausência de informações disponíveis sobre o papel das CEHs na fibrose
hepática induzida por F. hepatica, foi necessário extrapolar a discussão para outras
doenças hepáticas crônicas que abordam essas células. Chang et al. (2006)
compararam as populações de CEHs na fibrose periportal causada por
esquistossomose e pelo virus da hepatite C, e observaram que pacientes com
esquistossomose apresentam mais fibrose que os pacientes com fígado normal e
menos que os pacientes com hepatite C e expressão de células α-SMA em ambas as
doenças.
Carpino et al. (2005) avaliaram a porcetagem de CEHs em figados normais e em
fígados com hepatite viral B, hepatite viral C e hepatite pós transplante e observaram
que a medida que aumenta o número de CEHs aumenta-se a deposição de tecido
conjutivo fibroso, tal fato não foi observado neste estudo.
CONCLUSÃO
Conclui-se que houve expressão de α-SMA em CEHs, mas não houve correlação com
o grau de fibrose em fígados bovinos com F. hepatica.
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES) e a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - PROCAD pelo apoio financeiro.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 024, 2013
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 025, 2013
Welden Panziera, Bianca Tessele, Andréia Vielmo, Carlos Horácio Bastos Borges,
Rafael Almeida Fighera & Claudio Severo Lombardo de Barros
77
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 025, 2013
78
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 026, 2013
79
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 026, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 026, 2013
81
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 027, 2013
José Paulo Hiroji Sato, Talita Pilar Resende, Amanda Gabrielle S. Daniel, Michelle
de Paula Gabardo, Bruno Henrique A. Paiva, Roberto Maurício Carvalho Guedes
CONCLUSÃO
Da análise dos 87 casos de enterites em suínos, a maior frequência observada foi para
Brachyspira sp., em animais de recria e terminação. Os agentes em leitões lactentes e
desmamados com maior frequência foram Rotavirus, ETEC e I. suis.
Agradecimento: CAPES e FAPEMIG pelo apoio financeiro.
83
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 027, 2013
REFERÊNCIAS
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84
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 028, 2013
87
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 029, 2013
RESULTADOS
Na Propriedade A ocorre há 5 anos, haviam 58 vacas leiteiras e 2 estavam doentes e
uma morreu. A doença iniciou há 13 anos na propriedade B e deixou de ocorrer, pois o
proprietário abandonou a atividade leiteira há 5 anos devidos às perdas econômicas.
No período de 8 anos morreram 6 vacas com hematúria. Na propriedade C a doença
ocorre há 7 anos. De um total de 23 vacas leiteiras, 2 apresentavam os sinais clínicos
da doença durante a visita.
Em todas as propriedades os animais eram mantidos em piquete formado por
Brachiaria brizantha altamente invadido por Pteridium spp. Os proprietários relataram
que quando iniciaram a atividade leiteira na região havia pequena quantidade da planta
nos piquetes e após a utilização de queimada nestes piquetes a planta se alastrou e
não pode mais ser controlada. A HEB ocorre geralmente em Mato Grosso há vários
anos de forma intermitente. São queixas frequentes, sangue na urina, queda na
produção de leite entre 50 e 60%, apatia, palidez e morte. Os sinais clínicos se
agravam durante o período de produção de leite e amenizam ou até desaparecem no
período em que as vacas estão secas.
À necropsia do bovino que morreu na propriedade A observou-se palidez de mucosas e
órgãos, bexiga repleta de sangue e coágulos, a mucosa estava espessa e continha
vários nódulos multifocais de coloração vermelho escuro com tamanhos variáveis e
uma área focal de 4 cm de diâmetro com bordos elevados e área central ulcerada.
Histologicamente observou-se na bexiga 3 tipos diferentes de neoplasia: Na mucosa
haviam áreas caracterizadas por carcinoma in situ; na submucosa e formando nódulos
vermelho escuros na mucosa haviam hemangiomas e/ou hemangiossarcomas. Além
das neoplasias havia ainda displasia da mucosa e proliferação de tecido mixomatoso
na submucosa com áreas multifocais a focalmente extensas de infiltrado
linfoplasmocitário de intensidade moderada a acentuada e ainda proliferação moderada
difusa de vasos sanguíneos.
DISCUSSÃO
A utilização de queimadas mostrou-se um fator importante para a infestação da
pastagem por Pteridium spp. em Mato Grosso, fato observado também por Gava et al.
(2002) em Santa Catarina. O fogo elimina as espécies de plantas concorrentes,
enquanto Pteridium spp. possui rizomas profundos que não são atingidos pelas altas
temperaturas ou, quando superficiais, são resistentes às mesmas (Crane 1990, Roos et
al. 2010). Além disso, Pteridium spp. exerce um efeito inibidor sobre a germinação de
sementes e a morfologia de algumas plântulas (Silva Matos e Belinato 2010).
As perdas econômicas foram queixas frequentes dos proprietários principalmente
referentes à diminuição na produção leiteira, emagrecimento e morte de animais. O
produtor da propriedade B substituiu a atividade leiteira pela pecuária de corte para
diminuir as perdas, uma vez que bovinos de corte em engorda permanecem menor
tempo nas propriedades e consequentemente, não chegam a desenvolver a doença.
As perdas econômicas relacionadas à atividade leiteira foram bem retratadas também
por Galvão et al. (2012). Os sinais clínicos e lesões observadas neste estudo são
achados frequentemente descritos em casos de HEB (Peixoto et al., 2003; Tokarnia et
al. 2012).
CONCLUSÃO
A Hematúria Enzoótica Bovina ocorre no estado de Mato Grosso e a utilização
de queimadas é um fator de risco importante para infestação de pastagens pela
planta.
88
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 029, 2013
REFERENCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 030, 2013
Carlos Eduardo Real Pereira¹; Paulo César Amorim e Amorim²; João Carlos Pereira da
Silva²; Roberto Maurício Carvalho Guedes¹
1 Departamento de Clínica e Cirurgias Veterinárias da Universidade Federal de Minas Gerais
2 Departamento de Veterinária da Universidade Federal de Viçosa
RESUMO: Descreve-se um caso de espessamento da parede esofágica com estenose
e megaesôfago secundário em um equino de 30 meses. O animal apresentava
hiporexia, disfagia, descarga nasal fétida e persistente. A endoscopia revelou estenose
da porção próxima à cárdia acompanhada de ectasia do segmento esofágico
imediatamente anterior. A necropsia revelou além das citadas alterações, pronunciado
espessamento da parede na região final do esôfago. A região anterior à estenose,
correspondente a dilatação do lúmen esofágico. Foram ainda observados restos
alimentares no lúmen traqueal e bronquial, acompanhado de pneumonia gangrenosa
difusa. A histopatologia de fragmentos esofágicos, corados pela H-E e Tricrômico de
Masson, revelou marcante hipertrofia da camada muscular. Depreende-se que a
hipertrofia muscular do esôfago pode determinar o aparecimento de manifestações
clínicas súbitas e graves.
Palavras-chave: hipertrofia muscular esofágica; megaesôfago; pneumonia gangrenosa
ABSTRACT: This report describes a case of esophageal wall thickening with stenosis
and secondary megaesophagus in a 30 months old horse. The animal had appetite
loss, dysphagia, and persistent fetid nasal discharge. Endoscopic examination revealed
stenosis of the aboral portion of the esophagus, close the cardia, associated to
oesophageal segment ectasia. Necropsy revealed, in addition to the afore mentioned
alterations, pronounced wall thickening of the distal end of the esophagus. Non digested
food was also observed in the lumen of the traquea and primary bronchi associated with
gangrenous pneumonia. Microscopic examination of esophageal fragments stained by
HE and Masson trichrome revealed marked hypertrophy of the muscular layer. From the
foregoing, it appears that the muscular hypertrophy of the esophagus may determine
the onset of sudden and severe clinical manifestations.
Key words: muscular hypertrophy of the oesophagus; megaesophagus; gangrenous
pneumonia
INTRODUÇÃO
A hipertrofia muscular idiopática do esôfago (IMHO, do inglês idiopathic muscular
hypertrophy of the oesophagus) é uma patologia pouco frequente, melhor descrita em
equinos e no homem (Benders et al., 2004; Legius et al., 1990). Nos equinos a principal
região afetada é o terço final do esôfago (Gelberg, 2013). Ocasionalmente,
manifestações semelhantes envolvendo a camada muscular podem ser observadas em
outros sítios do trato gastrointestinal, principalmente o íleo (Benders et al., 2004).
Os achados histológicos se caracterizam por hipertrofia da camada circular interna sem
associação com processos degenerativos (Shimada et al., 2003). A IMHO, apesar de
sua exuberante característica macroscópica, é considerada um processo patológico de
pouco significado clinico. Benders e colaboradores (2004) fizeram um estudo
retrospectivo de 31 casos de IMHO em equinos, desses apenas dois apresentavam
sinais clínicos associados à disfunção esofagiana.
Esse trabalho tem como objetivo relatar um caso de hipertrofia muscular idiopática do
esôfago de um equino com sérias repercussões clínicas decorrentes de complicações
esofagianas e extra-esofagiana.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 030, 2013
RELATO DO CASO
Um equino da raça mangalarga marchador de pelagem pampa com 30 meses de
idade, pesando 220 kg foi recebido no hospital veterinário da UFV apresentando
hiporexia e descarga nasal mucopurulenta persistente por vinte dias. A aludida
secreção acentuava-se quando o animal se alimentava. O exame físico do animal
revelou baixo escore corporal, apatia e descarga nasal bilateral, mucopurulenta e de
odor fétido. O leucograma revelou neutropenia (1752/mm³), com desvio a esquerda
(2555/mm³), linfopenia (1825/mm³) e fibrinogênio aumentado (0,8 g/dL). A endoscopia
do esôfago demonstrou presença de grande quantidade de conteúdo alimentar em seu
interior e uma região de estenose da luz próximo ao cárdia. Não havia alterações
aparentes na região da laringe. A secreção nasal fétida, associada à presença de
refluxo esofágico e de restos alimentares na traqueia e brônquios sugeria a aspiração
desse conteúdo e o desenvolvimento de uma pneumonia gangrenosa. Devido à
gravidade do quadro e a ausência de um tratamento eficaz para a resolução do
problema, o proprietário optou pela eutanásia do animal que foi prontamente
necropsiado. À necropsia foi observado espessamento da parede esofagiana no terço
final com estenose do lúmen, em consequência da hipertrofia da camada muscular. A
porção imediatamente anterior à hipertrófica exibia dilatação luminal, com
adelgaçamento da parede caracterizando o megaesôfago. Outros segmentos do
sistema digestivo não apresentavam alterações macroscópicas. O pulmão direito exibia
acentuada exsudação fibrinosa na superfície pleural dos lobos anteriores e porção
ventral do lobo caudal, conferindo aos mesmos um mosaico de cores alternando áreas
enegrecidas, avermelhadas e amareladas. Os brônquios revelavam presença de
secreção espessa, amarelada e fétida na sua luz. O pulmão esquerdo menos
comprometido exibia nódulos amarelados salientes com um a cinco centímetros de
diâmetro, sobretudo em sua porção mais ventral.
DISCUSSÃO
Apesar da hipertrofia muscular do esôfago não possuir, na maioria dos casos,
consequências clinicas, já foram descritos disfagia, carcinoma superficial e perfuração
da parede esofágica associados a esta alteração (Benders et al., 2004; Shimada et al.,
2003). Entre as causas que leva ao megaesôfago tanto a estenose do lúmen, posterior
a área acometida, quanto a miopatia podem estar relacionadas com essa
manifestação. A regurgitação do alimento é um achado clinico comum em animais com
megaesôfago, e, em decorrência disso, os animais podem apresentar pneumonia por
aspiração (Gelberg, 2013). A pneumonia por aspiração, de uma forma geral, é
consequência de enfermidades em que há disfagia (Lopez, 2013). Em processos
necrosantes, como nas pneumonias gangrenosas, pode ser notado o odor expiratório
pútrido (Rebhun et al., 1995).
CONCLUSÕES
Portanto, a IMHO foi a causa de patologias graves no animal por suas complicações
esofagianas e extra-esofagiana.
Agradecimentos: A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG) pelo apoio financeiro.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 030, 2013
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 031, 2013
Ricardo Almeida da Costa; Tiago Schreiner; Adriano Alexandre Krabbe; Maiara Aline
Gonçalves; Bruno Leite dos Anjos
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de indigestão vagal associada
à timpanismo recidivante crônico por ingestão de Trifolium repens. Em uma
propriedade rural de Uruguaiana foi realizada necropsia de um bovino da raça
Hereford. O bovino apresentava quadro de timpanismo decorrente da alta ingestão da
leguminosa. Houve falha na eructação por compressão do nervo vago devido a
repetidas distensões ruminais, levando a lesão vagal seguida de ruminite, atonia
ruminal, e consequentemente peritonite. A morte foi decorrente de choque séptico.
Palavras-chave: lesão vagal; ruminite; trevo-branco
ABSTRACT: The aim of this study was to report a case of vagal indigestion associated
to chronic bloat relapsing by Trifolium repens intake. In a farm from Uruguaiana, a
necropsy of a bovine Hereford breed was performed. The animal showed clinical sign of
bloat due to the high intake of Trifolium repens. There was failure belching by vagus
nerve compression because of repeated distensions of the rumen, leading to vagal
injury followed by ruminite, ruminal atony, and consequently peritonitis. The death was
due to septic shock.
Key-words: vagal lesion; ruminite; white-clover
INTRODUÇÃO
A indigestão vagal é um distúrbio gástrico decorrente do dano ao nervo vago, que pode
apresentar-se em qualquer local ao longo de sua extensão e está frequentemente
associado a processos inflamatórios e compressivos (Amorim et al., 2011; Gelberg,
2009). Em razão da perda ou diminuição da função do nervo, a ingesta não é
transportada adequadamente e há acúmulo de gases que provocam distensão do
rúmen (Eddy, 2008). O timpanismo é, por definição, a distensão exacerbada do rúmen
e do retículo por gases produzidos durante a fermentação (Gelberg, 2009), e em sua
forma espumosa é uma patologia essencialmente nutricional e resultante de falha na
eructação (Guedes et al., 2011). A forma clínica caracterizada por timpanismo
recidivante crônico corresponde a um distúrbio ruminal decorrente de episódios de
distensão abdominal que se repetem de intermitente por longos períodos. O principal
fator desencadeante da alteração é o consumo de mais de 50% da composição total de
dieta composta por leguminosas (Riet-Correa, 2007). O objetivo deste trabalho é relatar
um caso de indigestão vagal associado à timpanismo recidivante crônico por ingestão
de Trifolium repens em um bovino.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada necropsia de um bovino, macho, com 2 anos de idade da raça Hereford
em uma propriedade rural no município de Uruguaiana-RS, no mês de julho de 2013.
Durante a necropsia foram coletadas amostras de diversos órgãos para avaliação
histopatológica. Os tecidos coletados foram fixados em formol 10% por um período de
48h, processados rotineiramente, corados por hematoxilina-eosina. Amostras de
abscessos foram encaminhadas para exame bacteriológico.
RESULTADOS
O bovino era pertencente a um rebanho alimentado com trevo branco irrigado por pivô
com pastejo superior a 2 horas por dia. Segundo o proprietário o bovino apresentava
emagrecimento progressivo, episódios de timpanismo, diarreia, apatia e dificuldade
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 031, 2013
respiratória com morte em 12 horas após o início dos sinais clínicos. No último ano
esse bovino foi submetido à diversas trocaterizações do rúmen. Macroscopicamente, o
bovino apresentou mucosas arroxeadas, indicando cianose. Na cavidade abdominal
havia grande quantidade de exsudato amarelado e filamentos de fibrina, com
aderências do omento ao rúmen e à parede abdominal. Foi observada hiperemia dos
vasos das alças intestinais, principalmente no duodeno e jejuno. No saco ventral do
rúmen havia áreas de necrose e hiperemia com úlceras multifocais. Uma dessas
úlceras media aproximadamente 25 cm de diâmetro com laceração da borda e
conteúdo extravasado para o interior da cavidade abdominal. A mucosa do abomaso
estava hiperêmica e edemaciada. O fígado continha múltiplos abscessos.
Ao exame histopatológico observou-se ruminite ulcerativa mista focalmente extensa
acentuada com vacuolização e necrose de ceratinócitos e no fígado e leve infiltrado
inflamatórios linfoplasmocitário subcapsulares pela peritonite, infiltrado multifocal em
espaços periportais e leucocitostase neutrofílica difusa moderada. No baço havia
congestão difusa moderada e nos rins observou-se material proteináceo no espaço
glomerular e múltiplos cilindros hialinos na luz de túbulos renais. Também foram
observados focos de infiltrado linfoistioplasmocitário com raros neutrófilos na região
cortical. A avaliação microbiológica do abscesso foi positiva para Enterobacter
aerogenes.
DISCUSSÃO
Os dados epidemiológicos e os achados clinicopatológicos observados especialmente
no rúmen permitiram estabelecer o diagnóstico de indigestão vagal por timpanismo
recidivante crônico associado a ingestão excessiva de Trifolium repens. A peritonite
grave causada pela bactéria Enterobacter aerogenes e as lesões inflamatórias
observadas nos demais sugerem que a morte do bovino foi decorrente de choque
séptico.
No caso em estudo, as evidências apontam para uma lesão vagal gerada a partir da
acentuada e repetida distensão do rúmen em decorrência da ingestão de quantidades
excessivas de proteína espumogênica e carboidratos solúveis contidos no Trifolium
repens (Dalto et al., 2009). Dessa forma ocorre atonia ruminal resultando em
timpanismo recidivante crônico (Amorim et al., 2011). O timpanismo recorrente do
bovino, ao longo do tempo, agravou a lesão no nervo vago, provocando atonia ruminal
mais severa e consequente lesão transmural com morte por peritonite e choque
séptico. A indigestão vagal, também conhecida como síndrome de Hoflund, pode ser
dividida em quatro distúrbios funcionais com obstrução da ingesta em dois diferentes
locais, (1) atonia retículo-ruminal e (2) motilidade ruminal aumentada, ambas
decorrentes de estenose funcional anterior e (3 e 4) falha do esvaziamento pilórico do
tipo contínuo ou com padrão intermitente, essas duas ultimas formas por estenose
funcional posterior. A atonia retículo-ruminal, com frequência, é observada em casos de
timpanismo recidivante crônico com diminuição da motilidade da porção anterior do
estômago (Garry, 2006). Esse achado caracteriza o quadro apresentado pelo bovino
deste estudo.
CONCLUSÃO
A ingestão acentuada e repetida de Trifolium repens pode induzir timpanismo
recidivante crônico em bovinos. Essa condição pode desencadear lesão grave no nervo
vago e consequente indigestão vagal.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 031, 2013
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 032, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Foram encaminhadas ao Laboratório de Ornitopatologia do Hospital Veterinário da
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista
(FMVZ/UNESP), Campus Botucatu-SP, duas galinhas (Gallus gallus domesticus)
provenientes de criação doméstica, com histórico de óbito após apresentar decúbito
esternal, prostração, cabeça caída com bico apoiado no chão, dificuldade respiratória,
perda de peso acentuada e diarreia de coloração amarronzada de odor fétido. As aves
foram submetidas ao exame necroscópico e foram coletados fragmentos de pulmão
para posterior realização do exame histopatológico.
RESULTADOS e DISCUSSÃO
Durante a necropsia pôde-se observar sacos aéreos opacos e repletos de pontos
branco amarelados não aderidos de aproximadamente 0,5 mm de diâmetro, pulmões
congestos e hepatomegalia. Foi coletada com o auxílio de lamínula uma porção desses
pontos, sendo possível a visualização e identificação de ácaros ovoides
morfologicamente semelhantes à descrição de Cytodites nudus encontrados na
literatura.
O exame histopatológico dos pulmões evidenciou pneumonia granulomatosa composta
por macrófagos, eosinófilos e infiltrado linfocitário, além de extensa área de congestão,
edema e interstício parabronquial expandido. Presença de grande quantidade de cortes
transversais e tangenciais de ácaros em lúmen parabronquial e parênquima pulmonar.
Algumas seções dos ácaros encontraram-se rodeadas por macrófagos, linfócitos e
heterófilos.
Os achados de necropsia e as alterações histopatológicas do pulmão foram similares
às descritas por McOrist (1986) e Ayrould e Dies (1992).
Para o tratamento da enfermidade, McOrist (1986) recomenda a utilização de Malation
aerosol. Já Ayrould e Dies (1992), recomendam a aplicação intramuscular de
ivermectina na dose de 0,16 mg/kg. No caso em questão, utilizou-se ivermectina 6 mg
via água de bebida, uma vez ao dia durante 2 dias, repetindo após 15 dias nas aves
restantes. O índice de mortalidade cessou e houve recuperação no ganho de peso das
aves.
CONCLUSÃO
Por se tratar de um ácaro pouco relatado na literatura brasileira ressaltamos que novos
estudos e casos devem ser explorados a fim de compreender melhor a existência e
modo de transmissão, assim como o ciclo de vida deste ácaro. O diagnóstico correto é
imprescindível para o sucesso no tratamento das aves restantes na criação.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 033, 2013
Camila Mariellen Evangelista¹, Fernanda Jönck², Aldo Gava³, Nathalia Biondo¹, Thalita
Cardoso¹, Elaine Melchioretto4
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram realizadas visitas as propriedades onde ocorreram os surtos, para obtenção dos
dados epidemiológicos e realização do teste da difenilamina nas pastagens utilizadas
para pastejo. Foi realizado necropsia de 9 ovinos e coletado amostras de vísceras em
formol 10% para posteriormente exame histológico.
RESULTADOS
O Surto 1 ocorreu no município de Lages, SC. Uma ovelha pariu pela manhã, ficou
fechada na baia e recebeu grande quantidade de aveia no cocho. Morreu a noite, sem
observação de sinais clínicos prévios. Na necropsia os principais achados foram o
sangue não coagulável e escuro e a carcaça levemente marrom. O surto 2, ocorreu no
município de Bom retiro, SC; um lote de 60 ovinos foi transferido de piquete com
azevém para outro piquete, também de azevém, mas que anteriormente havia sido
cultivado soja. No primeiro dia, 5 ovinos foram encontrados mortos no fim da tarde. No
dia seguinte não foram colocados na mesma área e não houve mortes. No terceiro dia,
os ovinos retornaram e mais dois morreram. Foram removidos novamente, para outra
área com azevém e aveia e não ocorreram mais mortes. O surto 3, também no
município de Lages, ovelhas próximo ao parto foram colocadas em uma área de aveia
com boa adubação química. As ovelhas ao parirem, não apresentaram sinais clínicos
evidentes. Em visita a propriedade observou-se que estas estavam um pouco apáticas,
mas não houve morte de ovelha adulta. No entanto, de 60 ovelhas que pariram 20 dos
cordeiros eram natimortos, ou, nasceram fracos, não demostrando apetite e morreram
até 3 dias após o nascimento. Destes cordeiros 8 foram necropsiados e não foi
encontrado lesões macro e microscópicas. O teste de difenilamina resultou positivo nos
piquetes onde ocorreu a enfermidade e negativo nos demais piquetes.
DISCUSSÃO
Nos surtos 1 e 2 a quantidade de nitrato foi suficientes para causar a morte dos ovinos.
No surto 3 provavelmente a quantidade de nitrato na pastagem era menor que a
observada nos demais surtos. Isto pode ser explicado pelo fato de que as ovelhas
manifestaram apenas evidências de letargia em quanto que os cordeiros eram paridos
mortos, ou morriam em um curto período. Abortos e mortalidade alta de bezerros
ocorre quando as vacas ingerem doses subletais de nitrato (Rosenberger, 1975;
Radostits et al., 2002). O sangue fetal parece ter maior afinidade nitritos, (Rosenberger,
1975). Acredita-se que no surto com mortalidade de cordeiros, a concentração de
nitrato na pastagem foi menor, que os outros dois surtos e, como descrito para bovinos,
isto também ocorra para com os ovinos.
CONCLUSÃO
A intoxicação por nitrato/nitrito em ovinos em pastagens de aveia e azevém é um
problema importante, uma vez que estes também são susceptíveis a intoxicação,
quando são alimentados com pastagens com quantidades tóxicas de nitrato, causando
a morte ou morte elevada de cordeiros.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 033, 2013
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DISCUSSÃO
O diagnóstico de intoxicação por chumbo foi realizado através da epidemiologia, sinais
clínicos, evidenciação de restos de baterias junto ao conteúdo dos pré-estômagos
associados a concentração de chumbo nos tecidos. No Brasil, surtos de intoxicação por
chumbo em bovinos foram descritos no Rio Grande do Sul, onde a fonte de
contaminação eram latas de tintas velhas presentes no potreiro (Traverso et al., 2004),
e em Santa Catariana por Gava et al.(1992) e no Mato Grosso do Sul por Lemos et al.
(2004), em vacas que pastavam em área próxima a uma fábrica de reciclagem de
baterias. No presente relato, a fonte de contaminação foi uma máquina agrícola que
continha placas de bateria aderida as suas esteiras. Os sinais clínicos predominantes
foram neurológicos conforme descritos na literatura (Gava, 2001; Radostits et al.,
2000). Neste relato não foram observadas alterações macro e microscópicas
importantes. Este fato deve-se ao curso agudo e subagudo da doença. A verificação de
restos de bateria junto ao conteúdo dos pré-estômagos contribuiu para a realização do
diagnóstico. Além das mortes nos animais, a alta concentração de chumbo nos tecidos
analisados é um indicativo do potencial de contaminação ambiental, visto que o mesmo
é bioacumulativo e possui riscos a saúde humana (MUNHOZ et al., 2009).
CONCLUSÃO
O surto de intoxicação por chumbo nos bovinos ocorreu pela contaminação da
pastagem causada por uma máquina agrícola, a qual estava com resíduos de bateria
aderida as suas esteiras. A determinação da concentração de chumbo em fígado, rim e
conteúdo ruminal são fundamentais para a confirmação do diagnóstico.
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Com base nisto, objetivou-se realizar um estudo retrospectivo de casos com avaliação
microscópica de fígados condenados por fasciolose para verificar a ocorrência
concomitante de lesões causadas por ingestão crônica de Brachiaria spp.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram recuperadas lâminas histológicas de fígados condenados por fasciolose entre os
anos de 2008 e 2012 coletados de matadouros frigoríficos da região Sul do Espírito
Santo do arquivo do Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal do
Espírito Santo. As lâminas foram avaliadas microscopicamente em aumentos de 100x
ou de 200x para identificar a presença de fibrose periductal, colangite e macrófagos
espumosos/cristais e, ainda, a associação destas lesões com o número de parasitos. A
análise estatística foi feita pelo método descritivo com valores expressos em
percentuais e pelo teste de Mann-Whitney com nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cem amostras foram recuperadas e em 73 destas havia o registro do número de
parasitos. Considerando-se que a lesão macroscópica que levou os fígados à
condenação foi a existência de fibrose e/ou a presença de F. hepatica, esperava-se
encontrar proliferação de tecido conjuntivo periportal em todas as amostras. A
microscopia foi capaz de confirmar esta suspeita. No entanto, observa-se este tipo de
alteração tanto em animais com intoxicação pelas saponinas esteróides quanto em
animais acometidos pela fasciolose (Bostelmann et al., 2002; Gomar, 2002; Mustafa,
2009). O fígado apresentou ainda lesões de colangite em todas as amostras. Estes
dados estão de acordo com os descritos por Gomar (2002). Mustafa (2009) também
verificou infiltrado inflamatório periportal associado ao consumo de Brachiaria spp.
Entretanto, esta alteração microscópica é um achado frequente em fígados parasitados
por F. hepatica (Bostelmann et al., 2000). Estes dados confirmam que embora a
colangite seja uma alteração importante em fígados com lesões de ductos biliares, não
deve ser, isoladamente, associada ao diagnóstico de nenhuma doença específica.
Outro aspecto avaliado foi a presença dos macrófagos espumosos. Dentre as lâminas
avaliadas, 17% apresentavam este tipo celular. Estas células são descritas como
achado frequente em fígados de animais intoxicados pela ingestão da Brachiaria spp.
(Gomar, 2002), não tendo relatos de associação com F. hepatica. Em alguns casos foi
possível verificar imagens de cristais no interior dos macrófagos espumosos. Alguns
autores sugerem que a aparência espumosa pode ser resultado da fagocitose dos
cristais gerados a partir da conjugação dos produtos da metabolização das saponinas
(Brum et al., 2007).
Não houve diferença significativa (P>0,05) em relação à presença dos macrófagos
espumosos, colangite e fibrose periportal. Estes dados sugerem que as alterações
hepáticas observadas em fígados com fasciolose bem como por intoxicação por
saponinas esteroidais sejam independentes.
Das 17 amostras em que foram encontrados macrófagos espumosos, 10 casos
apresentavam parasitos. Em relação ao número de parasitos Marcos et al. (2007)
citaram que infecções hepáticas com mais de 38 espécimes causam cirrose hepática
grave. Por outro lado, a presença de macrófagos espumosos também é responsável
por quadros de fibrose hepática. Neste estudo, observou-se que os macrófagos
espumosos estavam presentes nos fígados com 32 parasitos ou menos apontando
para o fato de que a fibrose periportal encontrada poderia estar associada às
saponinas esteroidais e não ao parasitismo.
Considerando estes achados, nota-se que os critérios utilizados em matadouros
frigoríficos para a condenação de órgãos são questionáveis, sabendo-se que órgãos
que não possuem lesões macroscópicas podem apresentar lesões microscópicas, bem
como órgãos condenados podem estar normais histologicamente (Mendes e Pilati,
2007). Desta forma, existe a preocupação de que esteja havendo classificação
incorreta de lesões, conduzindo ao falso diagnóstico e consequentemente à geração de
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RESUMO
Foram coletados fragmentos de tecidos para análise histopatológica de 12 vacas
encaminhadas ao abate de emergência em frigorífico de Araguaína-TO, entre janeiro e
junho de 2013 e encaminhados ao Laboratório de Patologia Veterinária da
Universidade Federal do Tocantins. As alterações mais significativas foram a
vacuolização fina dos hepatócitos por redução do glicogênio (83,3%), congestão
pulmonar (75%), edema pulmonar (16,66%), pneumonia (16,66%), congestão renal
(58,33%) e cilindros granulosos (25%). O estresse, tempo de transporte, restrição
alimentar e hídrica causam alterações fisiológicas aos animais, com recomendação
para abate de emergência e condenação ou aproveitamento condicional da carcaça. As
lesões teciduais encontradas reforçam que a diretriz do RIISPOA está correta.
Palavras-chave: frigorífico, histopatologia, estresse, transporte
ABSTRACT
Tissue fragments for histopathological analysis from 12 cows that were submitted to
emergency slaughter under federal inspection, in a slaughterhouse in the region of
Araguaína-TO, between january and june 2013, were sent to the Laboratório de
Patologia Veterinária da Universidade Federal do Tocantins. The most significant
changes were fine vacuolization of hepatocytes by reducing glycogen (83.3%),
pulmonary congestion (75%), pulmonary edema (16.66%), pneumonia (16.66%), renal
congestion (58, 33%) and granular cylinders (25%). The stress, duration of transport,
water and food restriction cause physiological changes to the animals, which result in
recommendation for emergency 1 slaughter and condemnation or conditional use of
carcass. Tissue lesions founded reinforce that the guideline based on RIISPOA is
correct.
Key words: histopathology, stress, slaughterhouse, transport.
INTRODUÇÃO
O abate de emergência é o sacrifício imediato de animais doentes, agonizantes, com
decúbito forçado, fraturas, entre outros (RIISPOA). Vecerek et al., (2003) referem que
as razões para esse tipo de abate podem estar relacionadas ao estresse e que o maior
número de abates de emergência ocorrem em vacas. Segundo Vecerek et al.(2003) e
Pisteková et al.(2004), a principal causa são danos no aparelho locomotor. O presente
trabalho teve como objetivo a avaliação histopatológica de diferentes tecidos em 12
vacas destinadas ao abate de emergência em frigorífico sob inspeção federal na região
de Araguaína-TO, entre janeiro e junho de 2013.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram coletadas de janeiro a junho de 2013 amostras de diferentes tecidos (coração,
pulmão, fígado, baço, rim, intestino delgado) de 12 animais destinadas ao abate de
emergência em um frigorífico na região de Araguaína-TO, que encontra-se sob
inspeção federal. Os animais eram oriundos de fazendas localizadas em Vila Rica-MT
e foram transportados ao frigorífico em caminhões ―truck‖ ou carreta obedecendo a
capacidade de lotação, em viagens com duração de aproximadamente 10 horas, sendo
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percorridos cerca de 652 Km. Os fragmento foram fixados por 48 horas em frascos
contendo formol a 10%, identificados e encaminhados ao Laboratório de Patologia
Veterinária da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia-EMVZ da Universidade
Federal do Tocantins-UFT, processados rotineiramente, preparados em lâminas e
corados com hematoxilina eosina para observação em microscópio óptico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As alterações histopatológicas mais significativas ocorreram no fígado, pulmões e rins.
Das 12 vacas encaminhadas ao abate de emergência, 83,3% (10 vacas) apresentaram
hepatócitos com citoplasma turvo e com vacuolização fina (aspecto rendilhado)
moderada ou acentuada, possivelmente 1 por redução do glicogênio. Myers e McGavin
(2009) informam que a quantidade de glicogênio nos hepatócitos de animais com
restrição alimentar é reduzido. No mesmo enfoque, Shaw e Tume (1992) descrevem
que o estresse do transporte eleva as concentrações de catecolaminas e
glicocorticoides estimulando a glicogenólise, aumentando a glicose plasmática. O
aumento significativo das concentrações de glicose é esperado entre 3 e 16 horas de
transporte (Tadich et al., 2005), corroborando com a duração do deslocamento e
período de jejum dos animais usados nesse estudo, podendo ter sido a causa das
alterações hepáticas. Os pulmões apresentavam congestão alveolar em 75% dos
animais (9 vacas), foco discreto de infiltrado linfocitário e neutrofílico na pleura e
exsudato neutrofílico multifocal discreto a moderado na luz de bronquíolos em 16,66%
(2 vacas) e substância eosinofílica irregular na luz de alvéolos (edema) em 16,66% dos
animais (2 vacas). Os animais não ingeriram água por cerca de 10 horas e a
desidratação causa hipovolemia, hemoconcentração com inadequada perfusão tecidual
(Gelberg, 2009). López (2009) relata que a queda na perfusão sanguínea pelos
pulmões causa congestão pulmonar com estagnação de sangue tecidual e edema. A
desidratação durante o transporte é comum e relatada por diversos autores. Tadich et
al. (2005) observaram desidratação em novilhos transportados por 16 horas, já Tarrant
et al. (1992) verificaram desidratação após 24 horas de transporte. Lima et al. (2007)
referem congestão pulmonar em 16,7% dos bovinos abatidos. As pneumonias
diagnosticadas podem se relacionar à distância e ao estresse durante o transporte.
Stanger et al. (2005) e Gupta et al. (2007) sugerem que o transporte pode causar
estresse nos animais, com alterações fisiológicas transitórias. Estas situações
favorecem a ocorrência de doença respiratória bovina (DRB) (White et al., 2009).
Vecerek et al. (2003) avaliando as causas de abate de emergência em diferentes
categorias obtiveram 1,05% de causas de origem respiratória em vacas, 16,33% em
novilhas, 16,71% em touros e 47,43% em vitelos. Os rins estavam congestos em
58,33% dos casos (7 vacas), com substância eosinofílica irregular e granular na luz de
túbulos (cilindro granuloso) e no espaço urinário glomerular em 25% (3 vacas).
Congestão renal pode ter surgido secundariamente à hipovolemia e a presença de
cilindros granulosos nos túbulos e glomérulos indicam um quadro de insuficiência renal
aguda e necrose tubular aguda (Newman et al., 2009), possivelmente pela
desidratação.
CONCLUSÃO
O estresse e a duração do transporte de bovinos, associados à restrição alimentar e
hídrica, provocam lesões teciduais importantes e, os animais que são encaminhados
ao abate de emergência possuem uma carcaça imprópria para consumo ou liberada ao
mercado após aproveitamento condicional. As lesões encontradas corroboram com as
diretrizes determinadas pelo RIISPOA.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 036, 2013
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109
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1 Departamento de Patologia, FMVZ, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo – SP.
2 Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras – MG
Agradecimentos
Os autores agradecem à FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
Minas Gerais) pelo auxílio financeiro e à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo) pela bolsa de doutorado.
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112
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 038, 2013
Claudia Martins Galindo¹, Luciane Orbem Veronezi², Beatriz Pavei Bez Batti³, Nathalia
dos Santos Wicpolt¹, Ana Paula Mori³, Camila Mariellen Evangelista1
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 038, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 039, 2013
Lucas de Freitas Pereira¹, Fernanda Gosuen Gonçalves Dias¹, Priscila Pavini Cintra²,
Amanda Chítero³, Luis Gustavo Gosuen Gonçalves Dias4, Geórgia Modé Magalhães4
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 039, 2013
CONCLUSÃO
A etiologia dessa afecção ainda não está totalmente estabelecida, sendo necessários
estudos voltados para a elucidação de seus fatores predisponentes e agravantes.
Mesmo sendo de ocorrência rara, a leucose esporádica juvenil deve ser incluída no
diagnóstico diferencial de linfadenopatias que acometem os bovinos.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 040, 2013
118
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 040, 2013
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi encaminhado ao Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal de
Mato Grosso (LPV) um bezerro macho, Brahma, com 45 dias de idade, com histórico
de sinais clínicos neurológicos desde o nascimento. Foi realizado acompanhamento
clínico deste animal por 5 dias a fim de determinar as alterações clínicas e em seguida
foi realizada a eutanásia e necropsia. Fragmentos de órgãos foram coletados, fixados
em formalina 10%, processados para exame histopatológico e corados com
hematoxilina e eosina. A técnica de imuno-histoquimica foi realizada utilizando o
anticorpo monoclonal MAb (gp55) anti- BVDV em amostras de encéfalo, Baço e
linfonodo.
RESULTADOS
Durante os cinco dias de acompanhamento não houve evolução dos sinais clínicos. No
exame clínico detalhado não foi detectado alterações nosnervos cranianos, com
exceção à capacidade de desviar de obstáculos que estava levemente alterada. No
exame de postura e marcha observou-se colisão contra obstáculos, ataxia, hipermetria
leve, perda de equilíbrio e torneio. Por vezes o animal permanecia com os membros
abertos, cambaleava e caia.
Na necropsia não se observaram alterações nos ossos e na calota craniana, à abertura
da caixa craniana os hemisférios cerebrais estavam reduzidos em relação a calota
craniana com circunvoluções pouco definidas (hipoplasia cerebral). Ao corte observou-
se no diencéfalo, subdesenvolvimento do tálamo. Também estavam evidentemente
subdesenvolvidos o hipocampo, ventrículos laterais e corpos quadrigêmeos. Apenas
um resquício do quiasma óptico era observado e o bulbo olfatório se apresentava como
uma estrutura não bulbar, em uma forma cilíndrica. Associado a estas alterações havia
também hipoplasia cerebelar.
Microscopicamente não observou-se alterações patológicas significativas, porém a
técnica de imuno-histoquímica revelou marcação positiva para BVDV no encéfalo, baço
e linfonodo.
DISCUSSÃO
Os exames clínicos revelaram se tratar de uma enfermidade que afetava o sistema
nervoso central, sendo que a deficiência visual que, associada a ausência de lesões
oculares e presença de reflexos pupilares indicam uma origem central (Schild et al
2002). As alterações de dismetria, caracterizada pela hipermetria, assim como a ataxia
e perda de equilíbrio estão frequentemente relacionadas à alterações cerebelares,
como a hipoplasia cerebelar, achado comum em fetos bovinos infectados pelo vírus da
Diarreia viral bovina (Maxie e Youssef, 2007; Schild et al., 2002).
As alterações teratogênicas associadas à infecção por BVDV incluem hipoplasia
cerebelar, desmielinização da medula espinhal, hidranecefalia, porencefalia e
hidroencefalia (Bielefeldt-Ohmann, 1995). Este caso, além da hipoplasia cerebelar,
observa-se hipoplasia cerebral.
CONCLUSÃO
As malformações do SNC deste bezerro associada à marcação positiva na IHQ sugere
que as alterações sejam causadas pela infecção pelo BVDV.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 044, 2013
1Setor de Patologia Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
2Laboratório de Patologia Veterinária, Universidade Federal do Mato Grosso
lusonne@yahoo.com.br
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 045, 2013
Renato Silva de Sousa - renatosousavet@yahoo.com.br (UFPR), Luciane Maria Laskoski (UFPR), Carlos
Augusto Araújo Valadão (UNESP), Rosangela Locatelli (UFPR)
132
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 045, 2013
cinco equinos com síndrome cólica de origem natural, de causas diversas, que vieram
à óbito; Grupo enterotomia experimental (Ge), contendo cinco cavalos submetidos a
enterotomia experimental do jejuno e sacrificados após 18 horas do procedimento2;
Grupo obstrução experimental (Go), contendo oito cavalos submetidos a obstrução
experimental do jejuno pela distensão de balão de gás por quatro horas, e sacrificados
após 18 horas do procedimento2.
A coleta das amostras de tecido laminar do casco foi realizada após a desarticulação
metacarpo-falangeana dos membros torácicos nos grupos Ge e Go e também dos
pélvicos no Gn. Após a secção sagital do casco, removeu-se o tecido na porção média
da pinça do casco (Pollitt, 1996), sendo posteriormente fixado em formaldeído a 10%
tamponado por 48 horas e emblocado em parafina, com a superfície de corte mantendo
as interdigitações das lâminas dérmicas e epidérmicas do tecido laminar. As amostras
foram cortadas a 5μm de espessura e coradas pela hematoxilina e eosina (HE), para
visualização das alterações morfológicas do tecido laminar. A técnica de coloração por
ácido periódico de Schiff (PAS) foi utilizada para verificar a integridade da membrana
basal.
A avaliação das alterações morfológicas do casco foi realizada por meio da utilização
dos escores de alterações (Tabela 1).
133
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 045, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 046, 2013
135
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 046, 2013
Regina Tose Kemper¹, Mayda Karine Mendes Cavalcante¹, Everson dos Santos
Damasceno¹, Juliana Aparecida de Souza Pachemshy²,Crhistian Pachemshy²,
Fernando Henrique Furlan Gouvêa³
138
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 048, 2013
Thays Couto Barbosa¹, Mayda Karine Mendes Cavalcante¹, Everson dos Santos
Damasceno¹, Juliana Aparecida de Souza Pachemshy¹, Crhistian Pachemshy²,
Fernando Henrique Furlan Gouvêa³
havia uma cápsula de conjuntivo fibroso que as vezes se estendiam-se para o interior
do parênquima neoplásico e nas adjacências da neoplasia a cápsula comprimia os
hepatócitos que nessas áreas eram vacuolizados e diminuídos de tamanho. Nas
neoplasias malignas havia ainda ácinos dilatados com material eosinofilico e hemácias
na luz. Os núcleos exibiam marcada anisocariose e muitas vezes apresentavam
nucléolos duplos. Áreas extensas de necrose e hemorragia às vezes eram observadas.
No caso de colangiocarcinoma observou-se no fígado uma massa neoplásica em
formações tubulares separadas por tecido conjuntivo fibroso de expessura variável. Os
túbulos possuiam entre 1 e 2 fileiras de células cúbicas com pequena quantidade de
citoplasma levemente eosinofílico e sem delimitação citoplasmática. Na luz dos túbulos
havia quantidade variada de material mucinoso. Os núcleos eram arredondados a
ovalados com a cromatina dispersa e nucléolo único e evidente.
DISCUSSÃO
Neste estudo verificou-se uma prevalência duas vezes maior de neoplasias
hepatobiliares em bovinos abatidos em frigorífico quando comparado a dados
europeus, Anderson e Sandison, (1968). Isso pode ser reflexo da diferença entre
ambientes e clima onde os animais são criados ou da susceptibilidade de cada raça.
Verificou-se ainda que a idade foi uma determinante, uma vez que todas as neoplasias
ocorreram em fêmeas de descarte com idade acima de 48 meses, e dentre 11
neoplasias diagnosticadas, 10 tinham característica maligna. Animais mais velhos
apresentam maior predisposição para neoplasias, bem como para a malignidade
destas, Ramos et al., (2008). Quanto ao sexo, acredita-se que as fêmeas foram as
mais acometidas por serem em sua maioria matrizes de descarte, que possuem idade
elevada quando comparadas aos animais destinados a atividade de corte.
A arquitetura histológica das neoplasias hepatobiliares descritas neste estudo são
semelhantes ás descritas na literatura, Anderson e Sandison (1968), Bettini e Marcato
(1992), Cullen e Popp (2002). A neoplasia mais frequentemente diagnosticada foi o
carcinoma hepatocelular. Entre as neoplasias hepáticas o carcinoma hepatocelular e o
colangiocarcinoma são as neoplasias mais observadas, Anderson e Sandison (1968),
Bettini e Marcato (1992). Os carcinomas hepatocelulares podem ser divididos em 3
tipos: Sólido, trabecular e adenoide, Cullen e Popp (2002). Neste estudo a única
variante observada nos casos de carcinoma hepatocelular foi o tipo adenóide. Num
outro estudo, com bovinos abatidos em frigorífico, Bettini e Marcato (1992) encontraram
maior frequência do tipo trabecular.
CONCLUSÃO
Neoplasias hepatobiliares são frequentes em bovinos abatidos em frigorífico e dentre
elas a mais frequente é o carcinoma hepatoceular tipo adenoide. Animais com idade
acima de 48 meses tem maiores chances de desenvolver este tipo de neoplasia.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 050, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 050, 2013
RESULTADOS
Durante os anos de 2007 a junho de 2013, foram necropsiados, junto ao departamento
de patologia da Universidade Estadual de Maringá-Campus de Umuarama, um total de
66 ovinos. Dentre estes, 12 animais (18,18%) encontravam-se infectados por larvas (L1
a L3) de O. ovis. O parasitismo médio dos animais foi de duas larvas por animal. Estas
foram localizadas ou no seio nasal ou no seio frontal dos ovinos. Em apenas um
animal, que estava parasitado por sete larvas no seio frontal, foi possível visualizar
corrimento nasal mucopurulento e epistaxe durante a necropsia. Nos demais ovinos
positivos para o referido parasita, não foram encontradas quaisquer alterações
macroscópicas dignas de nota.
DISCUSSÃO
O diagnóstico de parasitismo por Oestrus ovis no presente estudo, foi confirmado com
base na presença do parasito no seio nasal e/ou frontal dos ovinos durante a
necropsia, sendo que 18,18% dos animais encontravam-se parasitados por larvas do
parasita supracitado. No Brasil, apesar da crescente observação de animais com sinais
clínicos de oestrose, há poucos estudos epidemiológicos sobre esta enfermidade
(Ribeiro et al., 1990; Ramos et al., 2006). Em Bagé – RS, das 144 cabeças de ovinos
examinadas durante o período de um ano, 85,4% estavam parasitadas e 1639 larvas
foram recuperadas, sendo que destas 68,6% eram L1, 12,3% L2 e 18,9% L3 (Ribeiro et
al., 1990). Em Encruzilhada do Sul, a prevalência foi de 100% em animais abatidos
com sinais clínicos de oestrose, com intensidade média de infestação de 23,8
larvas/animal e a prevalência de L1, L2 e L3 foi respectivamente de 78,9%, 14,5% e
6,6% (Oliveira et al., 1999). Já em estudo realizado em Santa Catarina, quando as
temperaturas médias foram inferiores a 9,8 ºC, não foram constatadas larvas de O. ovis
nos animais (Ramos et al., 2006). Um recente trabalho realizado por Schenkel et al.
(2012), relata a presença deste parasita no estado do Mato Grosso, sendo
diagnosticado em três propriedades rurais.
Apesar da ostreose poder desencadear sinais clínicos nos animais parasitados, a
mortalidade de nenhum dos ovinos foi desencadeada pelo O. ovis. A causa mortis dos
12 animais positivos para O. ovis foram outras, como o elevado parasitismo por
helmintos gastrintestinais, ou mesmo ainda, pneumonia. De acordo com Ribeiro (2007),
apesar de um determinado rebanho poder apresentar elevada prevalência de
parasitismo por este parasita, a mortalidade é rara, sendo que esta geralmente ocorre
por fatores secundários.
As lesões causadas por O. ovis são de modo geral brandas, como diagnosticado neste
estudo (corrimento nasal mucopurulento). O epistaxe observado em um dos ovinos,
provavelmente se deve em resposta ao estímulo do movimento da larva na cavidade e
não ao fato de as larvas alimentarem-se do muco secretado e de tecido da mucosa.
Ângulo-Valadez et al. (2011) ressaltam, ainda, que as larvas, aderem-se à mucosa
utilizando ganchos orais e, principalmente ocasionam reação de hipersensibilidade
desencadeada por moléculas secretadas/excretadas por estas, das quais os antígenos
salivares são os mais importantes frente ao sistema imune do hospedeiro.
CONCLUSÕES
Apesar do parasitismo por Oestrus ovis ter sido relatada pela primeira vez na região
estudada, a prevalência (18,18%) e a intensidade média de parasitismo por animal
desta enfermidade em ovinos pode ser considerada moderada (duas larvas/ovino), em
comparação a outros estudos conduzidos em diferentes regiões do Brasil.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 050, 2013
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145
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 051, 2013
Thiago Vaz Lopez¹; Sandro de Vargas Schons²; Poliana Souza²; Gisele da Silva
Glomba²; Bruno Peduzzi Rodrigues3³ e Samir Caram4
corte longitudinal com o uso de uma serra fita para visualização dos seios paranasais e
fossas nasais. Amostra do tumor removido dos seios paranasais foi fixada em formalina
tamponada a 10% e após três dias descalcificado com o uso da solução salina de
EDTA a 5% (5 g de EDTA em 100 ml de solução salina) por 48 horas. Posteriormente
desidratado, parafinizado, microtomizado em 4 micrômetros de espessura e corados
com hematoxilina e eosina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Na necropsia foi observado uma elevação tumoral, de
consistência dura no osso nasal, do lado esquerdo da face, com secreção purulenta
pelas fossas nasais. Na abertura da cavidade nasal e das conchas nasais foi
observada uma massa tumoral, de consistência dura, esbranquiçada, de tamanho 4 por
3 cm, inserida no meato nasal médio. Ao corte a massa tumoral apresentava aspecto
crepitante e conteúdo gelatinoso de coloração amarelada, mais acentuada nos bordos
do tumor. No centro eram observados cavidades conteúdo material amorfo, não
calcificado e uma perfuração central. Uma capsula de tecido conjuntivo denso envolvia
toda a massa neoplásica com exceção da região próxima do osso nasal, em que se
encontrava aderida. Na histologia a massa tumoral era composta por osso trabecular,
delineado por osteoblastos e osteoclastos bem-diferenciados. No interior dos espaços
intratrabecular eram observados um delicado tecido conjuntivo frouxo associado a
adipócitos e tecido hematopoiético. Através dos achados macroscópicos e histológicos
foi realizado o diagnóstico de osteoma. Os osteomas são tumores benignos, não
invasivos, de crescimento lento progressivo, mas não necessariamente continuo, que
afetam particularmente os ossos da cabeça, mandíbula e seios nasais de bovinos e
equinos (Blood., et al. 1990). A etiologia do osteoma ainda é controversa e
desconhecida, sendo as mais aceitas as teorias embriológica, traumática e a infecciosa
(Louzeiro., et al. 2002). Infecções crônicas por Streptococcus equi podem estar
envolvidos na etiologia dos osteomas, por produzirem estímulos osteogênicos
secundários ao processo infeccioso (Blood., et al. 1990). Os osteomas devem ser
diferenciados dos osteomas fibrosos, displasia fibrosa, fibroma ossificante,
osteoblastomas, tumor de células gigantes, osteosarcoma, mucoceles, meningioma
intrasinusal calcificado, hematomas ou pólipos (Noyek., et al. 1989).
CONCLUSÃO Os osteomas dos seios paranasais são tumores benignos, de
crescimento lento e ocasionalmente podem ser encontrados em equinos sem alteração
clínica e observados acidentalmente em exames radiológicos por outros motivos.
Devido às possíveis complicações decorrentes do crescimento e da localização é
indicada a remoção cirúrgica.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 052, 2013
perda dos três pré-molares. Adicionalmente havia grande acúmulo de alimento aderido
ao tumor, além de marcada linfadenomegalia submandibular. Ao corte, apresentava
superfície compacta, coloração esbranquiçada, consistência óssea e área central de
necrose intratumoral. O exame radiográfico revelou em terço médio e caudal do corpo
da mandíbula, lesão óssea expansiva de característica mista, lítica e proliferativa,
porém predominantemente proliferativa, de grande dimensão e contornos irregulares,
sendo evidenciada a destruição da cortical óssea ventral da mandíbula por pelo menos
20 cm de extensão. A análise histopatológica, da biópsia e dos fragmentos colhidos
durante a necropsia, evidenciou proliferação neoplásica de células mesenquimais
atípicas, fusiformes ou arredondas, com citoplasma eosinofílico, em parte pálido,
núcleos ovóides a alongados, vesiculares, intensamente pleomórficos e
moderadamente cromáticos, com nucléolos conspícuos. Em diversas áreas havia
evidente matriz osteóide e condróide, bem como focos de mineralização. Figuras de
mitose eram muito frequentes e neoplasia apresentava carácter infiltrativo, além de
áreas de ulceração associadas a intenso infiltrado
inflamatório, predominantemente, neutrofílico.
DISCUSSÃO
O diagnóstico de osteossarcoma condroblástico foi estabelecido com base nos
achados clinicopatológicos, radiográficos e confirmado pelo exame histopatológico.
Este tumor é infrequente em bovinos, porém, quando ocorre provoca inchaços,
deformidades faciais e corrimento nasal (Prins et al., 2012), o que foi verificado no
presente caso. Os osteossarcomas tipicamente resultam em destruição e
neoformações ósseas, invadem os tecidos adjacentes e metastatizam com frequência
(Mauldin et al., 1988). Entretanto, no caso em questão, assim como em outros dois
casos relatados em bovinos (Plumlee et al., 1993; Prins et al., 2012) não foram
encontradas quaisquer evidências macro e microscópicas de metástases, embora o
tumor exibisse acentuado pleomorfismo e invasividade local. De fato, segundo
Serakides (2010), osteossarcomas originados do esqueleto axial apresentam baixo
índice metastático pulmonar, apesar de serem localmente invasivos e agressivos.
A classificação dos osteossarcomas pode ser feita pelo tipo celular predominante
(osteoblásticos, condroblásticos, fibroblásticos, pobremente diferenciado ou
telangectásico) (Daleck et al., 2008); pela aparência radiográfica (osteolíticos ou
osteoplásticos) (Serakides et al., 2006; Weisbrode, 2009); pela origem (centrais,
justacorticais ou periosteais) ou por sua composição (simples, compostos ou
pleomórficos) (Weisbrode, 2009).
O diagnóstico diferencial deve ser realizado, sobretudo, com actinomicose pois, nestes
casos, há formação de uma massa óssea dura, envolvendo raízes dentárias com dor à
mastigação e emagrecimento. Por outro lado, nesta doença geralmente a lesão é
fistulada e são observados típicos "grânulos de enxofre" e, a histopatologia revela
reação de Splendore-Hoeppli com bacilos gram-positivos, (McGavin e Zachary, 2009),
tais alterações não foram verificadas no caso aqui descrito.
CONCLUSÃO
Ao que tudo indica, este é o primeiro relato de osteossarcoma condroblástico
primário mandibular em bovino.
149
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 052, 2013
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150
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 053, 2013
Juliana Sperotto Brum¹, Paula Roberta Giaretta¹, Claudio Severo Lombardo Barros¹,
Giancarlo Santini de Souza², César Brack³
1 Laboratório de Patologia Veterinária - UFSM;
2 Prefeitura Municipal de Cerro Branco-Secretaria de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente;
3 Cooperativa Agrícola Mista Agudo Ltda. E-mail: julianasbrum@yahoo.com.br
RESUMO: Epidermite exsudativa apresenta dois padrões macroscópicos: um
generalizado e outro localizado. Desta maneira, achou-se necessário descrever as
duas formas da doença. Os aspectos morfológicos macroscópicos e microscópicos de
dois leitões com epidermite exsudativa foram avaliados. A descrição dos casos auxilia
aos clínicos e patologistas na formação de uma lista de diagnósticos diferenciais. O
correto e rápido diagnóstico é importante para que se evitem perdas significativas na
produção quando há um rebanho afetado.
Palavras-chave: dermatite seborreica; doenças de suínos; Sthaphylococcus hyicus
ABSTRACT:Exudative epidermitis occurs in one of two gross morphological patterns:
one generalized and one localized. It was deem necessary briefly describes both forms
of the disease. The macroscopic and microscopic morphological features two piglets
with exudative epidermitis were evaluated. Lesions compatible with exudative
epidermitis were observed in both piglets. The description of these cases should help
clinicians and pathologists alike in building a list of differentials diagnosis. The faqst and
accurate diagnosis is crucial to avoid significant losses in production when there is an
affected herd.
Key words: diseases of swine; seborrheic dermatitis; Sthaphylococcus hyicus
INTRODUÇÃO
Epidermite exsudativa é uma forma de dermatite seborreica infecciosa descrita em
1842 (Wegener e Skov-Jensen, 2006). O principal agente etiológico é um coco Gram-
positivo comensal da pele dos suínos, classificado como Sthaphylococcus hyicus,
subsp hyicus (Foster, 2012). O leitão se infecta logo ao nascimento e o
desenvolvimento da doença requer uma escoriação para porta de entrada do agente
(Wegener et al., 1993). Infecções secundárias, baixa imunidade ou condições
ambientais péssimas favorecem o desenvolvimento da doença (Ramos et al, 2012).
São descritos dois padrões macroscópicos: um generalizado e outro localizado, sendo
o segundo pouco observado na rotina (Wegener e Skov-Jensen, 2006; Barcellos et al.
2012). Desta maneira, achou-se necessário descrever dois casos da doença, cada um
retratando uma forma diferente de apresentação macroscópica.
MATERIAL E MÉTODOS
Dois leitões foram encaminhados para necropsia em diferentes situações. Ambos eram
provenientes de municípios da região de abrangência do laboratório e pertenciam a
pequenas criações de subsistência. Em uma ocasião (Surto 1), foi remetida uma leitoa,
SRD (sem raça definida), com nove dias de idade. Pertencia a uma leitegada de 10
suínos. Sete animais foram encontrados mortos, sem a observação de sinais clínicos
prévios, apenas havia lesões de pele generalizadas. Em outra oportunidade (Surto 2)
um leitão recentemente desmamado, com aproximadamente 40 dias de idade, SRD,
proveniente de uma leitegada de sete suínos, foi encaminhado para inspeção clínica,
eutanásia e necropsia, pois toda a leitegada apresentava lesões de pele localizadas de
intensidade variada em cada suíno. Após a realização das necropsias, fragmentos de
pele foram coletados, fixados em formalina a 10% e processados rotineiramente para
análise histológica. Ainda do surto 1, fragmentos de pele foram coletados,
acondicionados em frascos estéreis e encaminhados para estudo microbiológico.
RESULTADOS
Macroscopicamente no leitão do Surto 1, observou-se difusamente na pele grande
quantidade de crostas úmidas, marrons, aglutinadas e fissuradas. A pele estava
151
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 053, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 054, 2013
Guilherme Reis Blume¹, Meryonne Moreira², Jerusa Palauro Spasiani², Jennifer Baldez
da Costa², Letícia Batelli de Oliveira¹, Fabiano José Ferreira de Sant'Ana¹
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 054, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Uma égua Crioula, adulta, era utilizada para polo e tinha histórico de permanência
frequente em áreas alagadas. Lesões cutâneas foram observadas. Tratamentos
tópicos e vacinação com Pythium-Vac® foram realizadas, sem sucesso. Diante da
suspeita clínica de pitiose e do prognóstico reservado, foi realizada eutanásia e
necropsia. Fragmentos da lesão cutânea e de outros órgãos foram coletados e fixados
em formol a 10%, processados rotineiramente e corados por HE e GMS. Cortes
adicionais foram submetidas à imuno-histoquímica para P. insidiosum no Laboratório
de Patologia Veterinária da UFMT (Ubiali et al., 2013).
RESULTADOS
A égua foi adquirida de um haras de Uruguaiana/RS. Após a chegada à propriedade
em Brasília/DF, o proprietário percebeu uma úlcera milimétrica no membro pélvico
direito (altura do metatarso) que aumentou progressivamente em um mês. No exame
físico, notou-se claudicação, prurido e dificuldade para apoiar o membro afetado devido
à lesão cutânea exuberante, que consistia de uma massa focalmente extensa,
alopécica, firme, irregular, com úlceras múltiplas e irregulares, medindo 20 x 8 cm e
que afetava as regiões tarso-metatársica e metatarso-falangeana. Na necropsia, ao
corte da massa esbranquiçada, havia secreção viscosa, sanguinolenta e fétida e
numerosas estruturas irregulares (aspecto de coral), brancas e firmes variando de 0,3-
0,8 cm de diâmetro (kunkers).
Na microscopia visualizou-se se na derme superficial, profunda e no subcutâneo, áreas
focalmente extensas de infiltrado inflamatório moderado a acentuado composto por
eosinófilos, macrófagos (alguns epitelióides), neutrófilos e piócitos. Em meio à
inflamação, havia numerosas áreas irregulares, multifocais a coalescentes contendo
material amorfo, eosinofílico e restos celulares (necrose), fibrose irregular moderada e
seções transversais e longitudinais de hifas não coradas (imagens negativas). GMS
revelou numerosas hifas, cortadas transversalmente e longitudinalmente, que
possuíam aproximadamente 4-9 μm de espessura, paredes não paralelas, pobremente
septadas e com brotações não dicotômicas. A IHQ foi positiva para a marcação de
Pythium insidiosum.
DISCUSSÃO
O equino do presente trabalho foi adquirido no Rio Grande do Sul, que é um estado
onde a pitiose é comumente diagnosticada em equinos (Sallis et al., 2003),
provavelmente em função das características epidemiológicas favoráveis a
manutenção do P. insidiosum, como regiões alagadas e pantanosas e temperaturas
elevadas (Pedroso et al., 2009). Essas condições não são observadas frequentemente
no Distrito Federal. Esse é o provável motivo pelo qual a pitiose não é comum nessa
região do Brasil. Os sinais clínicos, bem como local e o tipo da lesão estão de acordo
com as descrições de outros autores (Leal et al., 2001; Sallis et al., 2003; Pereira e
Meireles, 2007). Eventualmente, pode haver acometimento de outros órgãos, como
intestinos, pulmão, osso e linfonodo, porém a forma cutânea é mais comumente
encontrada em equinos (Leal et al., 2001; Reis Júnior e Nogueira, 2002; Sallis, Pereira
e Raffi, 2003). No presente caso, as lesões foram restritas a pele. Os achados macro e
microscópicos observados no presente equino são muito semelhantes aos de outros
trabalhos (Sallis et al., 2003; Pereira e Meireles, 2007). Os exames histopatológicos e
complementares (PCR, cultura, sorologia e imunohistoquímica) são fundamentais para
o diagnóstico e diferenciação de outras enfermidades granulomatosas que afetam
equinos, como habronemose, infecções por Conidiobolus coronatus, Basidiobolus
haptosporus, Lagenidium spp, linfangite epizoótica, sarcóide e carcinoma de células
escamosas (Reis Júnior e Nogueira, 2002; Pereira e Meireles, 2007).
CONCLUSÃO
Com base nos achados clínicos, patológicos e imuno-histoquímicos, firmou-se o
diagnóstico de pitiose equina, que ainda não havia sido descrita no Distrito Federal.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 054, 2013
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 055, 2013
Raimundo Alberto Tostes¹; Jorge Minor Fernandes Inagaki²; Luciano dos Santos
Bersot³; Thiago Chiara Taveira4; Hemir Martins Quirilos Assis4
1 Professor Adjunto, Laboratório de Patologia Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina.
2 Médico Veterinário, Mestrando, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina.
3 Professor Adjunto, Laboratório de Inspeção e Controle Microbiológico de Água e Alimentos, UFPR.
4 Médico Veterinário Autônomo.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 055, 2013
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram inspecionados 100.723 animais abatidos em um matadouro-frigorífico na região
oeste do Estado de São Paulo no período de 1º de abril de 2010 a 31 de março de
2011. As alterações encontradas nos fígados foram avaliadas macroscopicamente pela
equipe do SIF na linha de inspeção, no Departamento de Inspeção Final e submetidas
à análise parasitológica quando necessário. As alterações encontradas foram
classificadas como: degenerativas, vasculares, inflamatórias, extra-hepáticas,
parasitárias e neoplásicas. Hemorragias, lacerações, congestões foram agrupadas
como alterações vasculares e os processos inflamatórios que contaminam o fígado
classificados como alterações extrahepáticas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Do total de animais, 5.204 (5,17%) exibiam algum tipo de alteração hepática. As lesões
de natureza inflamatória foram o grupo de maior prevalência (34,69%) seguido pelas
alterações vasculares (31,80%), extra-hepáticas (30,15%) e as demais com menor
ocorrência (3,36%). O predomínio das alterações hepáticas de natureza inflamatória é
concordante com Moreira (2001) e Mello et al. (2007).
As lesões extra-hepáticas foram responsáveis pela maior parte das condenações do
fígado principalmente por abranger maior variedade de alterações neste estudo. A
telangiectasia foi a alteração individual mais prevalente. As alterações diagnosticadas
encontram-se na tabela 1.
157
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 055, 2013
REFERÊNCIAS
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158
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 056, 2013
Lidiany Viana Pires, Ariane Farias Leal, Francisco de Assis Leite Souza, Francisco
Humberto da Silva Ribeiro, Werner Rocha Albuquerque, Silvana Maria Medeiros de
Sousa Silva
Setor de Patologia Animal, DCCV, CCA, Universidade Federal do Piauí
RESUMO: A prevalência de babesiose equina (Babesia caballi) foi estudada na
microrregião de Teresina, Piauí, Brasil, por meio da Reação em Cadeia da Polimerase
(PCR). Utilizou-se 192 animais e as amostras de sangue foram coletadas para
determinação do volume globular (VG) e extração de DNA. Para a PCR usou-se
iniciadores de Babesia caballi descritos por Ikadai et al. (1999). Considerou-se positivas
as amostras de aproximadamente 430 pb. A Babesia caballi teve seu DNA amplificado
em 15,1% (29/192) das amostras. A visualização dos merozoítos e/ou trofozoítos de B.
caballi foram observadas em 5,2% (10/192) das amostras. O teste Kappa demonstrou
fraca (k= 0,027). Não houve diferença significativa no que se refere ao sexo dos
animais positivo e o VG foi de 31,6%. O estudo demonstrou que a babesiose causada
por B. caballi ocorre na microrregião de Teresina, Piauí com baixa prevalência.
Palavras-chave: Babesia caballi; pcr, diagnóstico, protozoário, nordeste
ABSTRACT: The prevalence of equine babesiosis (Babesia caballi) was studied in the
microregion of Teresina, Piauí, Brazil, by Polymerase Chain Reaction (PCR). We used
192 animals and blood samples were collected for determination of cell volume (PCV)
and DNA extraction. For PCR primers used to Babesia caballi described by Ikadai et al.
(1999). It was considered positive samples of approximately 430 bp. The Babesia
caballi had their DNA amplified in 15.1% (29/192) of samples. The visualization of
merozoites and/or trophozoites B. caballi were observed in 5.2% (10/192) of samples.
The test showed weak kappa (k = 0.027). There was no significant difference with
regard to the sex of the animals and positive VG was 31.6%. The study showed that
babesiosis caused by B. caballi occurs in the microregion of Teresina, Piauí with low
prevalence.
Keywords: Babesia caballi; pcr; diagnostic; protozoan; northeast
INTRODUÇÃO
A babesiose equina é uma enfermidade causada pelos protozoários Theileria equi
(anteriormente denominada Babesia equi) e Babesia caballi, hemoparasitas
intraeritrocitários transmitidos por carrapatos que acometem equinos, asininos, muares
e zebras (Redd e Bayly, 2000). Ambos os hemoprotozoarios são transmitidos por
carrapatos do gênero Dermacentor, Hyalomma e Rhipicephalus (De Waal, 1992). As
manifestações clínicas da babesiose equina incluem febre, icterícia, anemia,
hemoglobinúria, bilirrubinúria e ocasionalmente, morte (Knowles, 1996). A situação
epidemiológica da babesiose equina na microrregião de Teresina é desconhecida. Vem
ocorrendo suspeita da doença, porém sem diagnóstico definitivo. Portanto, o objetivo
deste estudo foi determinar a prevalência da babesiose eqüina nesta região.
MATERIAL E MÉTODOS
Utilizou-se 192 equinos provenientes da microrregião de Teresina, Piauí, com idade
superior a nove meses, sem distinção de sexo e raça. Amostras de sangue colhidas
por punção da veia jugular em tubos com EDTA foram usadas para determinação do
volume globular (VG) por meio da técnica de microhematócrito e para a extração de
DNA. Para a Reação em Cadeia da Polimerase, o DNA foi extraído de amostras de
sangue pelo kit Illustra® Blood GenomicPrep Mini Spin Kit (GE Healthcare®). Os
primers utilizados para amplificação do DNA de Babesia caball foram descritos por
Ikadai et al. (1999), BC48-F11 e BC48-R31. Considerou-se positivos as amostras de
aproximadamente 430pb. A análise dos dados foi realizada utilizando o teste de
159
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 056, 2013
160
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 057, 2013
Paula Lima Magalhães¹, Eric Saymom Andrade Brito¹, Marília Gomes Ismar¹,Regiani
Nascimento Gagno Pôrto¹, Olízio Claudino da Silva²
161
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 057, 2013
RESULTADOS e DISCUSSÃO
Ao exame macroscópico, a massa tumoral apresentava-se localmente invasiva
associada a regiões de necrose. Consistia de um nódulo bem aderido de forma
redondo-ovalada e de aproximadamente cinco centímetros de diâmetro. A evolução
ocorreu durante um ano, quando a neoformação adquiriu 12 centímetros de diâmetro.
Foi verificado por Cooper e Valentine (2002) semelhanças na ocorrência e
comportamento com o presente caso, onde rabdomiossarcomas em pescoço, cabeça
ou membros, como é o caso desta descrição, aparecem como uma massa esférica,
densa e profunda no músculo. Essa massa cresce em tamanho, além disso,
hemorragias e necroses mudam sua coloração. Há vigorosa invasão local, e
metástases podem se tornar confluentes, mas conservam nodulação.
Observou-se no exame de histopatologia, uma massa constituída de agrupamentos
celulares multifocais, separados por tecido conectivo frouxo e edemaciado. As células
possuiam abundante citoplasma eosinofílico, núcleos arredondados e nucléolos
evidentes, semelhantes a rabdomioblastos. Por vezes, essas células possuiam
morfologia semelhante a raquetes, com borda superior ovalada e borda inferior
afunilada. Células fusiformes e arredondadas também faziam parte dos agrupamentos.
Notava-se células binucleadas e multinucleadas. Verificou-se moderada quantidade de
figuras de mitose, focos de infiltrado inflamatório neutrofílico e extensas áreas de
necrose associdas a hemorragia. Segundo Vleet e Valentine (2007) o
rabdomiosarcoma pleomórfico é caracterizado pela presença, na totalidade do tumor,
de arranjo acidental. Apresenta alto índice mitótico e clara invasão de músculo
adjacente, sendo dessa forma considerado maligno. Esses tumores são localmente
invasivos, com margens não bem definidas e células neoplásicas com infiltrações,
sendo estes achados análogos aos do presente caso.
CONCLUSÃO
Há poucas descrições de rabdmiossarcoma em bovino. Com base nos achados
macroscópicos e histopatológicos, firmou-se o diagnóstico de rabdomiossarcoma
pleomórfico sem metástases em bovino da raça Girolando.
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 058, 2013
163
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 058, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Amostras de sistema nervoso central de dois suínos, conservadas em formol a 10%,
foram recebidas no Laboratório de Patologia Animal LAPA-CAV/UDESC em fevereiro
de 2009 e janeiro de 2013. Os materiais eram oriundos dos municípios de
Veranópolis/RS (caso 1) e Vidal Ramos/SC (caso 2). As amostras foram processadas
rotineiramente e coradas com Hematoxilina e Eosina (H.E) para exame histopatológico.
O teste de imuno-histoquímica (IHQ) para raiva foi realizado conforme protocolo
descrito por Pedroso et al. (2008).
RESULTADOS
Os suínos eram criados de forma semiextensiva em áreas onde já haviam registros de
casos positivos de raiva bovina na mesma propriedade (caso1) e em propriedades
vizinhas (caso 2). Os sinais clínicos descritos foram inapetência, anorexia, paralisia nos
membros posteriores, decúbito lateral e movimentos de pedalagem. No exame
histopatológico dos dois casos foi observado infiltrado mononuclear perivascular
acentuado e gliose multifocal. No segundo caso ainda havia necrose de neurônios de
purkinge, infiltrado de eosinófilos e malácia multifocal. A técnica de imuno-histoquímica
apresentou marcação positiva para o antígeno rábico no pericário e axônios de
neurônios.
DISCUSSÃO
A infecção conjunta pelo vírus da raiva em suíno e bovino na mesma propriedade é
relata no Brasil, no estado do Mato Grosso (Notici et al., 2009). A presença de
morcegos hematófagos infectados na região, associado à ausência de vacinação pode
ser um fator importante para a ocorrência da doença em diferentes espécies. Os sinais
clínicos informados são compatíveis com os citados por Radostits et al., (2000) para
casos de raiva na forma paralítica em suínos. Os achados microscópicos, assim como
a não observação de corpúsculo de inclusão, são semelhantes aos descritos por Notici
et al. (2009) e Pessoa et al. (2011). A ausência do corpúsculo de Negri dificulta o
diagnóstico nessa espécie e ressalta a importância da utilização de métodos adicionais
de diagnóstico para diferenciar a raiva de outras encefalites em suínos. No segundo
caso, foi observado ainda infiltrado multifocal de eosinófilos. Esta lesão é comumente
observada na intoxicação por cloreto de sódio (Moreno et al. 2007). Este fato faz supor
que a dificuldade de ingestão de água que ocorre em casos de raiva, nos suínos pode
favorecer o aparecimento secundário de lesões compatíveis com a intoxicação por
cloreto de sódio. Devem ser incluídas no diagnóstico diferencial doenças que cursem
com quadro neurológio como Aujeski, doença do edema, encefalites de origem
bacteriana e intoxicação por cloreto de sódio (Roehe e Brito, 2007). O diagnóstico de
raiva em suínos foi concluído através do histórico, observação das lesões
microscópicas associada à marcação positiva na imuno-histoquímica.
CONCLUSÃO
A ausência de corpúsculo de inclusão nos casos de raiva em suínos dificulta o
diagnóstico histológico, sendo necessária a aplicação de métodos adicionais. A imuno-
histoquímica pode ser usada como ferramenta para diagnóstico definitivo.
164
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 058, 2013
REFERÊNCIAS
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165
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Regina Tose Kemper¹, Thays Couto Barbosa¹, Kassia Renostro Ducatti¹, Diego
Montagner Schenkel¹, Fabricio Leonard Urmann¹, Fernando Henrique Furlan Gouvêa²
166
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 059, 2013
DISCUSSÃO
Embora seja rara em aves de produção (Reece 2008), a ocorrência de casos
espontâneos de carcinoma hepatocelular já foi relatada em aves silvestres (Mendonça
et al. 2006, Shinhorini 2008, Freeman, 2010) e, em patos, pode ocorrer através da
alimentação contaminada por aflatoxina (Reece 2008). Experimentalmente, esta
neoplasia pode ser induzida em galos por dietilnitrosamina (Kawaguchi et al 1987).
Macroscopicamente os carcinomas hepatocelulares podem ser: massivos, uma massa
única que envolve um lóbulo ou lóbulos adjascentes; nodulares, quando formam
nódulos com distribuição multifocal pelos lóbulos hepáticos ou ainda difusos, quando
envolvem todo parênquima hepático, como observado neste caso (Cullen e Popp
2002). A forma massiva é a mais comum em cães (Cullen e Popp 2002), porém em
aves não existem dados suficientes para tal comparação.
Histologicamente, os carcinomas hepatocelulares podem ser classificados como tipo
trabecular, quando são formados por cordões celulares de espessura variada, ou tipo
adenóide quando suas células formam arranjos acinares com lumens bem delimitados
ou rudimentares (Cullen e Popp 2002, Cullen e Brown 2012). O diagnóstico diferencial
deve levar em conta principalmente os colangiocarcinomas que quando bem
diferenciados podem também apresentar arquitetura acinar, porém a presença de
mucina no lúmen dos túbulos, comumente observado nos colangiocarcinomas, e a
formação de plugs de bile, mais frequente nos carcinomas hepatocelulares, podem
auxiliar no diagnóstico. O arranjo celular observado aliado à ausência de mucina no
interior dos lúmens acinares foram os principais aspectos considerados para
caracterização da neoplasia estudada como um carcinoma hepatocelular do tipo
adenóide bem diferenciado.
CONCLUSÃO
O carcinoma hepatocelular ocorre esporadicamente em aves e seu aspecto
macroscópico e histológico assemelha-se ás descrições desta neoplasia para outras
espécies animais.
Agradecimentos
Agradecemos a todos que apoiaram este trabalho em especial à Karina Bettega que
nos cedeu às amostras deste estudo.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 061, 2013
Adriano Alexandre Krabbe; Caroline da Silva Silveira; Ricardo Almeida da Costa; Pedro
Araujo Damboriarena; Bruno Leite dos Anjos
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 061, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
No mês de maio de 2012 uma propriedade rural do município de Itaqui-RS apresentou
mortalidade de 13 bovinos da raça Hereford, adultos, de um rebanho de 159 animais
criados em sistema extensivo.
Três bovinos foram necropsiados e fragmentos de diversos órgãos foram coletados e
processados rotineiramente para avaliação histopatológica a partir de lâminas coradas
por hematoxilina e eosina (H&E). Esfregaço do córtex cerebral foi realizado e corado
pelo método panótico rápido.
RESULTADOS
O curso clínico apresentado pelos bovinos evolui entre 1-2 dias, e os animais antes da
morte, encontravam-se com sinais de depressão, ou em decúbito lateral com
movimentos de pedalagem até a morte. Alguns animais apresentam agressividade
quando estimulados a caminhar. Foram necropsiados três animais, que
macroscopicamente apresentaram mucosas ocular e oral acentuadamente pálidas,
sangue mais fluído, rins com coloração vermelho-escura, baço aumentado, bexiga
repleta por urina vermelho-escura e o encéfalo especialmente o córtex telencefálico e
cerebelo encontrava-se com coloração vermelho cereja.
Microscopicamente, o esfregaço da substância cinzenta do telencéfalo revelou
capilares distendidos e obliterados por eritrócitos contendo estruturas basofílicos e
esféricas, com aproximadamente 3μm compatíveis com B. bovis. Os rins apresentaram
grande quantidade de hemoglobina na luz de túbulos. O baço apresentou congestão
difusa acentuada.
DISCUSSÃO
O diagnóstico de babesiose cerebral foi baseado nos achados epidemiológicos e
clinicopatológicos, e, segundo Rodrigues et al., (2005) estes dados confirmam a
infecção por B. bovis.
O surto ocorreu no outono, em animais acima de um ano de idade, numa área
epidêmica para a enfermidade, semelhante ao que descreve Almeida et al. (2005)
reforçando a importância da doença na região (Antoniassi et al., 2009). A babesiose
cerebral caracteriza-se por morte aguda (Radostits, 2002), sendo o que provavelmente
ocorreu no presente surto e os sinais neurológicos observados antes da morte dos
bovinos são os mais frequentemente observados (Carlson, 2006; Rodrigues et al.,
2005; Almeida et al., 2006; Antoniassi et al., 2009).
O achado macroscópico denominado encéfalo cor-de-cereja é uma característica
marcante da infecção por B. bovis, (Rodrigues et al., 2005), possibilitando o diagnóstico
presuntivo durante a necropsia. Microscopicamente as lesões encontradas são comuns
em várias enfermidades que decorram com anemia e hemólise intravascular (Farias,
2007). Todavia, a visualização do parasita em esfregaço da substância cinzenta do
cérebro, foi um indicador preciso para obter um diagnóstico definitivo.
CONCLUSÃO
A B. bovis é uma importante causa de morte de bovinos e deve ser considerada como
uma doença de grande importância econômica na Fronteira Oeste do Rio Grande do
Sul. O rápido diagnóstico é de suma importância a fim de evitar maior mortalidade do
rebanho.
172
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 061, 2013
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173
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 062, 2013
Bianca Tessele¹, Fabio Brum Rosa¹, Welden Panziera¹, Larissa Picada Brum², Claudio
Severo Lombardo de Barros¹
pele do lombo, mas não morreram. As lesões nos cordeiros afetavam principalmente o
focinho, os lábios, a face e as orelhas, o dorso e as patas. Inicialmente um exsudato de
aspecto gorduroso acumulava-se na base da lã (ou dos pelos) levando à aglutinação
de feixes de lã por crostas duras e espessas. Os animais adultos apresentavam a lesão
no lombo com desprendimento da lã. Cordeiros apresentavam, nas partes internas e
externas das orelhas recobertas por pelos, o desenvolvimento de pápulas e pústulas
multifocais ou coalescentes que se tornavam crostas espessas (ceratinizadas) com a
base dos pelos aglutinadas que se desprendiam facilmente. As orelhas eram duras e
convexas, lembrando lesões de fotodermatite. A lã do dorso dos cordeiros era
endurecida (coriácea) devido à aglutinação de tufos de lã pelo exsudato.
Microscopicamente, observou-se hiperceratose ortoceratótica e acantose. Havia fibrose
e esclerose dérmica e infiltração da epiderme e papilas dérmicas por neutrófilos. As
crostas eram formadas por camadas de ceratina alternadas por densa população de
neutrófilos mortos e degenerados. Ocasionalmente na coloração de Gram podiam se
ver, em meio aos neutrófilos, estruturas cocoides que se alinhavam como pilhas de
moedas (micro-organismos de D. Congolensis). O cordeiro tratado teve remissão das
lesões.
DISCUSSÃO
O diagnóstico foi baseado na epidemiologia, nos sinais clínicos, na histopatologia e na
visualização do micro-organismo em seções coradas por Gram. Os dados
apresentados aqui sugerem que a dermatofilose é uma doença de importância
econômica em ovinos. O diagnóstico diferencial deve incluir ectima contagioso. Por
outro lado, as lesões das partes desprovidas de lã, principalmente orelhas, lembravam
as lesões de fotodermatite. A esse respeito um componente de fotossensibilização tem
sido sugerido nas lesões de dermatofilose (SCOTT; MILLER, 2011). A aglutinação e o
endurecimento da lã são a razão do nome ―lã de pau‖ (PEREIRA; MEIRELLES, 2007)
dado à doença. Deve ser enfatizado que a dermatofilose pode causar lesão na pele de
pessoas sendo considerada uma zoonose (ZARIA, 1993).
CONCLUSÕES
O surto ocorreu com uma morbidade de 22,5%, mortalidade de 10% e letalidade de
44,5%, indicando que a dermatofilose é uma doença de importância econômica em
ovinos.
REFERÊNCIAS
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175
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 063, 2013
Jensen et al. (1998 e 2000). Para PCR foram utilizados raspados da mucosa fresco
utilizando a técnica de amplificação dupla para B. hyodysenteriae e B. pilosicoli, de
acordo com o protocolo de La et al. (2006).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As lesões microscópicas variaram de colites catarrais moderadas multifocais a casos
graves de colite fibrino necrohemorrágica difusa grave, acompanhadas de infiltrado
neutrofílico, hiperplasia marcante de células caliciformes com dilatação de criptas e
acúmulo de muco no lúmen e estruturas espiraladas consistentes com espiroquetas.
Foram isoladas 17 amostras de espiroquetas fortemente hemolíticas em ágar sangue,
positivas para B. hyodysenteriae na PCR e com marcação fluorescente positiva para
este agente no FISH. Anterior ao surto esses registros da doença eram comunicações
de casos individuais ou descrições de técnicas de diagnóstico ou controle (Barcellos et.
al., 2010). Entretanto, de 2010 até a presente data, foram detectados vários novos
surtos de disenteria suína. As amostras isoladas no período entre 2012 e 2013 são
referentes a surtos em Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em Minas
Gerais havia histórico de transferência de animais entre granja positiva e outra que se
contaminou. Os demais surtos parecem estar relacionados à contaminação de uma
granja multiplicadora terceirizada no oeste Catarinense, que forneceu fêmeas de
reposição clinicamente sadias, mas infectadas, para várias Unidades de Produção de
Leitões (UPLs) de diferentes empresas de integração. A manifestação clínica iniciou
nas marrãs entregues e, posteriormente, na granja de origem destas fêmeas. A
apresentação clínica foi caracterizada por diarréia mucóide a muco hemorrágica. A
fonte de infecção nesta granja multiplicadora ainda é desconhecida. Apesar das
empresas contaminadas não serem muito numerosas, estas representam parte
importante da cadeia de produção com grande número de animais. O isolamento bem
sucedido de espiroquetas com PCR e FISH positivos para B. hyodysenteriae associado
às lesões características confirmam o diagnóstico Disenteria Suína.
CONCLUSÃO
A associação dos sinais clínicos com os métodos diagnósticos foi fundamental para o
diagnóstico de B. hyodysenteriae como o agente etiológico do surto no país.
Agradecimentos, ao CNPQ, CAPES e FAPEMIG pelo auxílio financeiro para
execução do trabalho.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 064, 2013
Márcia Regina Hossa, Julia Morais Paim, Artur Bruzamarello, Juliana Geraldi, Juliano
Menegoto, Fabiana Elias
178
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 064, 2013
179
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 064, 2013
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180
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 065, 2013
Thalita Carvalho Cardoso, Franciéli Adriane Molossi, Daiane Ogliari, Maria Cecília
Camargo, Sandra Davi Traverso, Aldo Gava
Departamento de Clínica e Patologia, Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de
Santa Catarina, Lages, SC, Brasil.
RESUMO: Descreve-se a ocorrência de um surto de intoxicação por soro de leite em
bovinos, com 87 mortes. 6.000 litros de soro de leite foram fornecidos para 160 bovinos
de leite incluindo vacas, novilhas e terneiras. Um dia após o fornecimento do soro, a
grande maioria dos bovinos manifestou perda de apetite, andar cambaleante,
endoftalmia, deitavam e levantavam com frequência e diarreia aquosa de coloração
cinza e fétida. Na necropsia, a principal alteração foi o rúmen com distensão moderada
e repleto de conteúdo líquido acinzentado e fétido, mucosa de coloração levemente
avermelhada com junção das papilas formando pequenas massas de consistência
firme, e abomaso com a mucosa vermelha difusa. Pela histologia observou-se no
rúmen, degeneração vacuolar com formação de vesículas, às vezes com pequenos
focos de necrose, de intensidade leve a moderada, distribuída por toda a mucosa.
Palavras-chave: bovino, intoxicação por soro de leite, acidose
ABSTRACT: An outbreak of poisinig milk whey is reported in cattle, with 87 deaths.
6000 liters of whey were provided to 160 dairy cattle including cows, heifers and calves.
One day after receiving the whey, animals started getting sick and showed loss of
appetite, staggering gait, endophthalmitis, lay and raised frequently and gray and fetid
diarrhea. Gross lesions were observed in the rumen and consisted of moderate
distension containing gray and fetid liquid, red mucosa and junction of papillae, forming
small masses of firm consistency and red diffuse abomasal mucosa. Microscopically,
vacuolar degeneration with formation of vesicles, sometimes small focus of necrosis,
mild to moderate, distributed throughout the mucosa.
Key words: bovine, milk whey poisining, acidosis
INTRODUÇÃO
O soro de leite é um dos subprodutos resultantes da fabricação de queijo, cuja
composição vem sendo amplamente estudada no Brasil, a fim de identificar alternativas
para um aproveitamento adequado do mesmo, devido à sua alta qualidade nutricional,
do seu volume e de seu poder poluente (Reis, 1999). O soro do leite pode ser utilizado
na dieta de bovinos em níveis de até 44% de matéria seca, sem causar distúrbios
digestivos (Susmel et. al., 1995). Alimentos ricos em amido, sacarose, lactose e/ou
glicose, quando ingeridos em excesso pelos ruminantes, aceleram o processo
fermentativo ruminal, produzindo ácido lático com consequente diminuição do pH para
níveis fisiologicamente impróprios, podendo causar acidose ruminal e ruminites
(Radostits et al., 2002).O presente estudo tem por objetivo relatar a ocorrência de um
surto de acidose láctica ruminal em bovinos, causado pela ingestão de soro de leite em
quantidade e condições inadequadas para o consumo dos animais.
MATERIAL E MÉTODOS
O histórico, dados epidemiológicos e avaliação clínica foram efetuados em uma
propriedade de gado de leite localizada no Meio Oeste Catarinense. Seis bovinos foram
necropsiados e fragmentos de diversos órgãos foram coletados e fixados em formol
10% e processados rotineiramente para avaliação histológica.
RESULTADOS
A propriedade possuía 160 bovinos, incluindo vacas, novilhas e terneiras. Durante o
dia, os bovinos eram mantidos em pastagem e a noite em um piquete de
aproximadamente um hectare. Devido a escassez de alimentos, os animais passaram
a permanecer fechados no piquete e alimentados somente com silagem de milho e
181
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soro de leite. Em um único dia foram oferecidos 6000 litros de soro, o qual estava
armazenado em um tanque com capacidade para 50.000 litros. No dia seguinte, a
maioria dos bovinos, manifestou perda de apetite, andar cambaleante, endoftalmia,
deitavam e levantavam com frequência, diarreia aquosa de coloração cinza e fétida,
totalizando 87 mortes, no decorrer de cinco dias após a administração do soro. Na
necropsia de seis bovinos observou-se rúmen com distensão moderada e repleto de
conteúdo liquido, acinzentado e fétido e na mucosa havia junção das papilas formando
pequenas massas de consistência firme. Ao raspar a mucosa do rúmem, essa soltava-
se facilmente deixando exposta a submucosa de coloração levemente avermelhada e
acentuado adelgaçamento da parede ruminal. No abomaso a mucosa também tinha
coloração avermelhada. O exame histopatológico revelou alterações apenas no rúmen,
que apresentava degeneração vacuolar das células epiteliais, com formação de
vesículas, às vezes, com pequenos focos de necrose, de intensidade leve a moderada,
distribuída por toda a mucosa.
DISCUSSÃO
O diagnóstico de acidose láctica ruminal foi baseado nos sinais clínicos, epidemiologia,
achados de necropsia e confirmados pela histopatologia. O impacto de teores elevados
de gordura na dieta de bovinos ainda está longe de ser elucidado. Sabe-se que os
triglicerídeos da dieta são hidrolisados por lipases ruminais, resultando em glicerol e
ácidos graxos livres (Zinn e Jorquera, 2007). O soro deve ser introduzido
gradativamente na dieta, para que ocorra o ajuste da microbiota ruminal à nova fonte
de energia, principalmente devido a seus elevados teores de lactose (David et al.,
2010). A quantidade de soro requerida para substituir parte da proteína e da energia na
ração depende da composição do soro, métodos de manufatura, condições de
armazenamento, entre outros fatores (Mizubuti, 1994). No presente surto, em média, foi
fornecido aos animais 37, 5 L de soro com gordura misturado à silagem de milho,
quantidade altamente fermentável em um curto espaço de tempo. Além da excessiva
quantidade, a qualidade do soro também era insatisfatória. Foi observado que o soro
utilizado no dia anterior era o resíduo do fundo do tanque de armazenamento, o qual
era limpo apenas uma vez ao ano, ocorrendo a formação de depósito de gordura e
impurezas. Os sinais clínicos da acidose podem variar de leves a graves, sendo
caracterizados por prostração, andar cambaleante, anorexia e diarreia (Radosotits,
2002). A degeneração vacuolar com formação de vesículas, às vezes, com pequenos
focos de necrose encontrada na mucosa do rumem também foram observadas por
Costa et. al. (2008). .
CONCLUSÃO
Soro de leite quando acidificado e administrado em quantidades elevadas, pode
produzir acidose ruminal em bovinos e causar alta mortalidade.
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 066, 2013
184
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 067, 2013
uma novilha. Este diagnóstico deve ser considerado como diferencial de outras
enfermidades que cursam com manifestações neurológicas em bovinos.
Agradecimentos:
À Universidade Federal de Lavras e ao apoio financeiro da FAPEMIG.
REFERÊNCIAS
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187
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 068, 2013
Suélen Dias Silva dos Reis¹, Ricardo Santana de Oliveira², Emmanuel Emydio Gomes
Pinheiro³, Carmo Emanuel Almeida Biscarde4, Pedro Miguel Ocampos Pedroso5,
Juliana Targino Silva Almeida e Macêdo6
1 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da UFRB.suelendsdr@gmail.com;
2 discente de Medicina Veterinária, Laboratório de Patologia Veterinária da UFRB;
3 discente de Medicina Veterinária, Laboratório de Patologia Veterinária da UFRB;
4 Médico Veterinário, Msc. Setor Zootécnico da UFRB;
5 Prof. Adjunto do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da UFRB;
6 Profa Adjunta do Núcleo de Medicina Veterinária da UFS
RESUMO: É relatado um caso de uretrolitíase obstrutiva em um equino. Clinicamente o
animal apresentou histórico de tenesmo, estrangúria e disúria. Durante a necropsia,
havia uroperitonite associada à ruptura da vesícula urinária. Na uretra peniana havia
um urólito de aproximadamente 3,5 x 3,0 cm de superfície rugosa e porosa, castanho
claro e de consistência pétrea. Microscopicamente havia nefrite intersticial, vesícula
urinária e uretra peniana com necrose difusa do epitélio e infiltrado inflamatório. A
análise química do cálculo urinário demonstrou a presença de estruvita. Uretrolitíase é
pouco descrita em equinos e pode ser causada por cálculo de estruvita
Palavras-chave: concreção; estruvita; sistema urinário
ABSTRACT: One case of obstructive urethral lithiasis in a horse is described. Clinically
the animal had a history of tenesmus, strangury and dysuria. At necropsy uroperitonite
was associated with rupture of the bladder. The penile urethra there was a urolith of
approximately 3.5 x 3.0 cm rough, porous surface, light brown and rocklike consistency.
Microscopically, there was interstitial nephritis, penile urethra and bladder with diffuse
epithelial necrosis and inflammatory infiltrate. Chemical analysis of urinary calculus
showed the presence of struvite. Urethral lithiasis is rarely reported in horses and can
be caused by struvite calculus
Key words: concretion; struvite; urinary system
INTRODUÇÃO
A presença de concreções macroscópicas no sistema urinário é denominada urolitíase.
Nos equinos a ocorrência é rara (SAAM, 2001; DUESTERDIECK-ZELLMER, 2007). Em
um estudo retrospectivo em equinos, a urolitíase compreendeu 0,11% de todos os
diagnósticos e 7,8% das alterações no sistema urinário. Dos 325 equinos com
urolitíase, 59,7% apresentaram cálculo cístico, 24% cálculo uretral, 12,6% cálculo renal
e 3,7% cálculo ureteral. Em 10% dos casos os equinos tinham cálculos em múltiplos
locais (LAVERTY et al., 1992). Os cálculos geralmente são concreções espiculadas
grandes e únicas, compostas de cristais de carbonato de cálcio. Menos comumente, as
concreções são de cristais mistos de carbonato de cálcio e de fosfato de cálcio
(DIVERS, 2001). Descreve-se um caso de uretrolitíase obstrutiva em equino.
RELATO DE CASO
Um equino de um ano e cinco meses de idade, sem raça definida, macho não castrado,
apresentou tenesmo, estrangúria e disúria, sem história prévia de doença e/ou
tratamento. O animal veio a óbito sete dias após o início dos sinais clínicos, sendo
encaminhado para realização da necropsia. Na necropsia foram observados
macroscopicamente: mucosas oral e conjuntiva pálidas, a abertura da cavidade
abdominal notou-se grande quantidade de líquido citrino de odor urêmico, com
deposição de filamentos de fibrina sobre o peritônio, diafragma e órgãos abdominais. A
serosa intestinal mostrou-se difusamente hiperêmica. Os rins apresentavam múltiplas
áreas de tonalidade brancacenta levemente protrusas com diâmetro máximo de 3,0
milímetros; ao corte, estas áreas limitavam-se a região cortical. A vesícula urinária
apresentava-se rompida, desprovida de mucosa e com evidenciação de capilares, além
da deposição de fibrina e coágulos cruóricos. Foram evidenciados na abertura da
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Notas informativas
Os procedimentos deste estudo foram aprovados pelo ―Comité Institucional para el
Cuidado y Uso de Animales de Laboratorio (CICUAL)‖, FCV-UNLP (Protocolo N° 20-1-
11).
REFERENCIAS.
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192
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 070, 2013
cão. Por esse motivo, o presente trabalho tem como objetivo validar por imuno-
histoquímica (IHC) as alterações genômicas da MMP9 e do seu inibidor TIMP1 em
lesões proliferativas a fim de compreender o papel destes no processo de
carcinogênese e validar os resultados encontrados na técnica de CGHarray.
MATERIAL E MÉTODOS
Utilizou-se a técnica de CGHarray em 21 lesões prostáticas proliferativas incluindo: 14
CaPs, 3 HPBs, 4 PIAs e 5 próstatas histologicamente normais utilizadas como
controles, de tecidos fixados em formol e incluídos em parafina. O DNA genômico foi
extraído e os dados de alterações no número de cópias de DNA foram gerados
utilizando-se a plataforma Canine Genome CGH Microarray 4x44K (G2519F, Design
ID021193, Agilent). A análise dos dados foi realizada utilizando o programa Genomic
Workbench Standard Edition 5.0.14 (Agilent) e subsequentemente foram realizadas
análises de vias e redes gênicas, doenças relacionadas e função celular ou molecular
para as alterações encontradas nos CaPs, PIAs e HPBs, com o software Ingenuity
Pathways Analysis. Assim selecionamos os genes MMP9 e TIMP1 para validação por
apresentar um papel importante no desenvolvimento, progressão e processo
metastático de carcinomas prostáticos no homem. Para validação dos resultados uma
lâmina de microarranjo de tecido (TMA) foi construída com 66 lesões prostáticas
caninas. Foram selecionadas áreas representativas de tecido normal (n = 7) e das
lesões pré-malignas (BPH, n = 18) (PIA, n = 22) e malignas (CaP, n = 19). Realizou-se
a técnica de IHC para os anticorpos MMP9 e TIMP1. A marcação foi avaliada por
escore, de acordo com a distribuição de células positivas para (pontuação 1: <25% de
células positivas, 2: 26% a 50%, 3: sendo 51% e 75%, e 4:> 75%). Os testes de Qui-
quadrado ou teste exato de Fisher foram utilizados para determinar a associação entre
as variáveis categóricas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os CaPs apresentam um acúmulo de alterações no número de cópias genômicas
(CNVs) em comparação à HPB e a PIA. O gene TIMP1 teve perda do número de
cópias nos CaPs e PIAs, enquanto MMP9 observou-se diminuição do número de
cópias gênicas em 20% dos CaP caninos. Na PIA e no CaP a perda do gene TIMP1,
poderia colaborar para o aumento de expressão das MMP9, facilitando a invasão
estromal e desarranjo arquitetural. Por IHC foi comprovado que houve maior marcação
da MMP9 nos CaPs e PIAs quando comparados a tecido normal (P=0,025) e (P=0,05)
respetivamente. Em humanos foi demostrado que o aumentoda marcação na MMP9
esta relacionado com a progressão e metástase do CaP (ZHONG, 2010). FALEIRO et
al., (2013) observaram que a menor marcação das MMP2 e MMP9 na próstata normal
e na HPB indica seu envolvimento na remodelação da ECM, enquanto o aumento da
sua marcação na PIA e CaP sugere a ação dessa enzimas no processo de invasão
tecidual. Igualmente, encontramos menor marcação do TIMP1 no CaP ao ser
comparado com HPB (P=0,041) e tecido normal (P=0,036). No câncer o balanço entre
as MMPs e seus inibidores (TIMPs) se encontram alterados, o resultado dessa
alteração é a degradação da MEC, permitindo que as células se tornem invasivas e
com potencial metastático (CORONATO et al., 2012). No cão não se conhece
completamente o papel dos TIMPs nas desordens prostáticas, enquanto nos humanos
esses inibidores estão sendo intensamente estudados para a terapia antitumoral,
comprovando sua importância no bloqueio da invasão tumoral (GIALELI et al., 2010).
CONCLUSÃO
A imuno-histoquímica confirmou os resultados da técnica CGHarray, e a importância
dos componentes da MEC no processo de invasão tecidual e progressão do CaP
canino. Portanto, o essa espécie é um potencial modelo para estudo das lesões
proliferativas prostáticas humanas.
194
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 070, 2013
Agradecimentos
À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela concessão
do auxílio à pesquisa. Processos FAPESP: 2008/57221-0 e 2012/16068-0.
REFERÊNCIAS
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195
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 071, 2013
(HPB), Atrofia Inflamatória Prostática (PIA) e CaP do cão. Nós selecionamos a via
PTEN-MDM2-TP53 por apresentarem importante papel no desenvolvimento do CaP
em humano, e não existirem estudos nas bases de dados desses genes na espécie
canina. O presente trabalho tem como objetivo validar por imuno-histoquímica (IHC) as
alterações genômicas de PTEN, MDM2 e TP53 em lesões proliferativas a fim de
compreender o papel destes no processo de carcinogênese e validar os resultados
encontrados na técnica de CGHarray.
MATERIAL E MÉTODOS
A técnica de CGHarray foi utilizada em 14 CaPs, 3 HPBs, 4 PIAs e 5 próstatas
histologicamente normais utilizadas como controles, de tecidos fixados em formol e
incluídos em parafina. O DNA genômico foi extraído e os dados de CNVs foram
gerados utilizando-se a plataforma Canine Genome CGH Microarray 4x44K (G2519F,
Design ID021193, Agilent). A análise dos dados foi realizada utilizando o programa
Genomic Workbench Standard Edition 5.0.14 (Agilent) e subsequentemente foram
realizadas análises de redes gênicas, doenças relacionadas e função celular para as
alterações encontradas nos CaPs, PIAs e HPBs, com o software Ingenuity Pathways
Analysis. Para validação dos resultados uma lâmina de microarranjo de tecido (TMA)
foi construída com 66 lesões prostáticas caninas. Foram selecionadas áreas
representativas de tecido normal (n = 7), HPB (n = 18), PIA (n = 22) e CaP (n = 19). A
marcação dos anticorpos por IHC foi avaliada por escore, de acordo com a distribuição
de células positivas para (pontuação 1: <25% de células positivas, 2: 26% a 50%, 3:
sendo 51% e 75%, e 4:> 75%). Os testes de Qui-quadrado ou teste exato de Fisher
foram utilizados para determinar a associação entre as variáveis categóricas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O PTEN manifestou perda gênica em 20% dos CaP caninos. O MDM2 apresentou
ganhos de CNVs no CaP e PIA, enquanto no gene TP53 foram observados ganhos
genômicos nas amostras de CaP. Na IHC a marcação de PTEN no CaP e PIA foi
menor quando comparada a próstata normal (P=0,021) e (P= 0,013) respetivamente.
Houve maior marcação na HPB comparada ao CaP (P=0,03) e PIA (P=0,04). Por outro
lado, a marcação de MDM2 no CaP foi maior comparando com o tecido de próstata
normal (P=0,03). Quando comparadas a PIA com a próstata normal houve maior
expressão na PIA (P=0,04). A marcação de P53 foi maior nos CaPs quando
comparado a próstata normal (P=0,041). PTEN apresenta um importante papel no
desenvolvimento prostático normal em homens. Os CaP humanos apresentam forte
relação com a perda deste gene supressor tumoral. Nossos resultados mostraram uma
menor marcação nos CaP e na PIA, sugerindo assim que na lesão pré-neoplásica há
perda desta proteína e essa perda persista após formação do CaP. Observou-se
também maior expressão de P53 nos CaP, devido a mutação no gene TP53 e a
produção anômala desta proteína, que apesar da maior marcação, não apresenta sua
função biológica. Na MDM2 houve uma maior marcação por se tratar de uma
oncoproteína. Nos CaPs humanos positivos a marcação de MDM2 e P53 observa-se
em estados avançados da doença (LEITE et al., 2001), porém, de forma isolada o
ganho do MDM2 é um fator preditivo de alto grau tumoral, agressividade e metástase
refratária à quimioterapia nesses carcinomas (KHOR et al., 2005).
CONCLUSÃO
Os resultados imuno-histoquímicos confirmaram os resultados da técnica de CGHarray,
validando essa via como importante no desenvolvimento do CaP no cão, assim como
ocorre no homem. Portanto, o cão seria um importante modelo para estudo das lesões
prostáticas humanas.
Agradecimentos
À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela concessão
do auxílio à pesquisa. Processos FAPESP: 2008/57221-0 e 2012/16068-0.
197
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 071, 2013
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199
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 072, 2013
200
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 072, 2013
CONCLUSÕES
A exposição às micotoxinas isoladamente e em associação leva a diminuição
significativa no escore tecidual intestinal. Os resultados indicam que a exposição a
fusariotoxinas induz toxicidade intestinal que pode afetar tanto a função de barreira
quanto a função de absorção de nutrientes.
Agradecimentos
CNPq Processo 474583/2010-3
Notas informativas
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética da UEL, Processo 25/11.
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201
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 073, 2013
Mayara de Cássia Luzzi¹, Andrigo Barboza de Nardi¹, Ana Paula Girol², Talita Mariana
Morata Raposo³, Renée Laufner Amorim³, Mirela Tinucci Costa¹
1 Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖ – FCAV – UNESP Campus Jaboticabal
2Faculdades Integradas Padre Albino – FIPA, Catanduva, São Paulo/SP, Brasil
3 Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖ – FMVZ – UNESP Campus Botucatu
RESUMO: Vários esforços têm sido direcionados para o melhor entendimento das
neoplasias mamárias, visando o sucesso terapêutico e aumento da sobrevida das
pacientes, o que inclui a determinação de biomarcadores. Investigações indicam que a
proteína anti-inflamatória anexina A1 (ANXA1) atua em diversas vias de sinalização no
câncer, relacionando-se com a regulação da apoptose, migração e invasão de células
neoplásicas. Assim, é importante a realização de estudos para a compreensão do
papel da ANXA1 na neoplasia mamária canina. Para tal, amostras de mama de 37
cadelas foram coletadas, classificadas histopatologicamente e submetidas à técnica de
imuno-histoquímica com o anticorpo anti-ANXA1. Os resultados mostram diminuição na
expressão da ANXA1 conforme piora o prognóstico do tumor, corroborando os dados
de literarura para neoplasia mamária humana. Este estudo sugere que a ANXA1 está
funcionalmente envolvida na progressão de tumores de mama de cadela, sendo um
possível biomarcador adicional na determinação do prognóstico destes tumores.
Palavras-chave: anexinas; cão; glândula mamária; tumor.
ABSTRACT: Several efforts have been directed towards a better understanding of
breast tumors, aiming to obtain a therapeutic success and an increased survival of
patients, which includes the determination of biomarkers. Previous studies indicate that
the anti-inflammatory protein annexin A1 (ANXA1) acts in different signaling pathways
in cancer, associated to the regulation of apoptosis, migration and invasion of cancer
cells. Thus, it is important to perform studies to understand the role of ANXA1 in canine
mammary neoplasia. For this purpose, 37 dog mammary tissue samples were collected,
histopathologically classified and submmited to immunohistochemistry with anti-ANXA1.
The results showed a decrease in the expression of ANXA1 associated to a worse
prognosis of the tumor, corroborating to previous findings in human breast cancer. This
study suggests that ANXA1 is functionally involved in the progression of canine
mammary tumors, and may play a role as an additional biomarker in determining the
prognosis of these tumors.
Keywords: annexins; dog; mammary gland; tumor
INTRODUÇÃO
A anexina A1 (ANXA1) é um membro da superfamília das anexinas, proteínas cálcio-
dependentes, e participa na regulação do trânsito na membrana plasmática das
células, sendo também relacionada com metástase e infiltração de células tumorais em
diversos tipos de neoplasias humanas (Deng et al., 2012). A ANXA1 tem se
expressado em níveis muito reduzidos em diversos tipos de tumores humanos com pior
prognóstico e metastáticos, como nas neoplasias mamária, prostática. esofagianas e
tumores de cabeça e pescoço (Lim e Pervaiz, 2007).
Além disso, o conhecido papel anti-inflamatório da ANXA1 por mediar a função de
glicocorticoides (Perretti e D‘Acquisto, 2009), promove a modulação da troca fenotípica
de células do tipo epitelial-para-mesenquimal (EMT) pela via de sinalização do fator de
transformação e crescimento celular beta (TGF-β) (Maschler et al., 2010). Ainda, uma
resposta de dano ao DNA é observada quando há depleção de ANXA1 em células
normais de mama (Swa et al., 2012). Deste modo, a não-expressão da ANXA1 em
202
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 073, 2013
204
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 074, 2013
Rosana da Cruz Lino Salvador¹, Erika Maria Terra¹, Talita Mariana Morata Raposo¹,
Carlos Eduardo Fonseca Alves², Mirela Tinucci Costa¹, Renée Laufer Amorim²
1 Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, FCAV, Unesp Jaboticabal, São Paulo, Brasil.
2 Departamento de Clínica Veterinária, FMVZ, Unesp Botucatu, São Paulo, Brasil.
correspondência: rosana_lino@yahoo.com.br
207
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 075, 2013
Franciele Basso Fernandes Silva¹; Livia Yumi Suzuki²; Juliana da Silva Leite³; Marcela
Freire Vallim de Mello3; Maria de Lourdes Gonçalves Ferreira³, Ana Maria Reis
Ferreira³
208
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 075, 2013
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A reação imuno-histoquimica com o anticorpo anti-vimentina marcou em marrom os
componente condroides e ósteóides dos CTM, assim como células mioepiteliais. Já a
reação com o anticorpo anti- pancitoqueratina evidenciou em marrom as células
epiteliais neoplásicas.
A média do percentual de células imunopositivas para vimentina nos CTM avaliados foi
de 56,74 ± 16,10 enquanto que a média para células imunopositivas para a
pancitoqueratina foi de 38,49 ± 21,12 (Gráfico 01).
209
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 076, 2013
Carlos Eduardo Fonseca Alves¹, Rosana da Cruz Lino Salvador¹, Igor Simões Tiagua
Vicente¹, Silvia Regina Rogatto², Flavia Karina Delella³, Renée Laufer Amorim¹
210
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 076, 2013
esses dados demonstramos que há uma maior proliferação das células basais nos
carcinomas quando comparado ao tecido normal.
CONCLUSÕES
Alta marcação de p63, Ki67 e 34βE12 na PIA e no CaP indicam o envolvimento das
células basais nas lesões prostáticas em cães, diferente do homem.
Agradecimentos
À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Processo
FAPESP: 2012/16068-0 e 2012/18426-1, respectivamente.
REFERÊNCIAS
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212
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 077, 2013
Daiene Isabel da Silva Lopes¹, Naysa Julyana Rodrigues Maia², Layla de Souza
Castro², Adriano Tony Ramos³, Joseilson Alves de Paiva4 , Viviane Mayumi Maruo4
213
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 077, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Cascas e polpas dos frutos coletados, foram percoladas durante 2 semanas utilizando-
se 1 litro de solução etanólica (92%) para cada 1000 g de casca e polpa.
O material foi rotaevaporado sob pressão reduzida obtendo-se o extrato bruto (EB).
Trinta fêmeas Wistar, adultas, foram divididas de forma inteiramente casualizada em
dois grupos (15 animais experimentais e 15 controle), com acesso ad libitum à água e
ração para animais de laboratório. As fêmeas foram tratadas durante 30 dias, na fase
de coabitação (máximo 2 semanas) e nos dias de gestação (GD) 0 a 20, via gavagem
com o extrato bruto de B. tomentosa ou veículo (grupo controle). A dose do extrato
bruto foi correspondente àquela consumida se o fruto fresco fosse a única fonte de
alimentação, para simular as condições naturais de intoxicação. O consumo de ração e
água e o peso corporal foram avaliados diariamente. Ao final do experimento os
animais foram eutanasiados e necropsiados para coleta dos seguintes órgãos: coração,
pulmão, baço, fígado, rins e encéfalo. O peso relativo dos órgãos foi calculado a partir
da seguinte fórmula: Peso relativo do órgão = (peso do órgão / peso corporal) x 100.
Os órgãos foram acondicionados em formol tamponado a 10%, processados
rotineiramente em parafina, cortados a 5μm de espessura e corados com hematoxilina
e eosina (HE) para exame em microscopia de luz. Para a análise estatística foi utilizado
o teste t de Student para comparação entre as médias. O nível de significância crítico
considerado foi P<0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A administração do extrato bruto de B. tomentosa para ratas Wistar durante 30 dias, na
fase de coabitação e nos 20 dias no período gestacional não promoveu alteração no
peso relativo de órgãos. À análise histopatológica não foram detectadas alterações no
sistema nervoso central (hipocampo, cerebelo e ponte), no pulmão, coração, fígado,
rins e baço.
Tais resultados corroboram estudos anteriores que empregaram quantidades de
produtos ativos inferiores, com a administração de 10% do fruto de B. tomentosa
durante o período gestacional e durante 60 dias na ração de ratas, nos quais também
não foram observadas alterações histopatológicas e no peso relativo dosórgãos
(NUNES et al., 2010; MAZZINGHY; ADAMS; MARUO, 2009).
No presente estudo a administração subcrônica do extrato bruto de B. tomentosa em
ratas Wistar não produziu alteração nos pesos relativos e na morfologia de órgãos,
indicativo de baixa toxicidade da planta.
CONCLUSÃO
A administração de extrato bruto do fruto de B. tomentosa em ratas Wistar tratadas
antes e durante o período gestacional, não produz efeitos deletérios sobre a estrutura
de órgãos de ratas Wistar.
Agradecimentos: À CAPES pela bolsa de doutorado e financiamento via
PNPD/CAPES processo 23038007219/2011-79.
Notas Informativas: A presente pesquisa foi submetida e aprovada pela Comissão de
Ética no Uso de Animais com protocolo Nº 23101.0022901-2012-45.
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214
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 078, 2013
Nahuria Rosa Karajá Javaé¹, Camila Goloni², Adriano Tony Ramos³, Domenica
Palomaris Mariano de Sousa4, Joseilson Alves de Paiva4, Viviane Mayumi Maruo4
215
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 078, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
As folhas da planta foram coletadas em Babaçulândia – TO, secas em estufa a 50ºC,
percoladas em etanol e rotaevaporadas sob pressão reduzida para se obter o extrato
bruto de S. guianensis (EBSG).
Os animais foram divididos de forma inteiramente casualizada em dois grupos:
experimental (n=15), que recebeu EBSG a 10% em solução de dimetilsulfóxido
(DMSO) a 20%, e o grupo controle (n=15), que recebeu apenas o veículo durante 60
dias. A dose administrada foi correspondente à que seria ingerida se a planta fosse o
único alimento, para simular as condições naturais de intoxicação. Ao final do
experimento os animais foram eutanasiados e necropsiados para coleta e pesagem
dos seguintes órgãos: coração, pulmão, baço, fígado, rins, adrenais, timo, encéfalo,
testículo e epidídimo. Os órgãos foram acondicionados em formol a 10% para posterior
avaliação histopatológica. O peso relativo foi calculado a partir da seguinte fórmula:
Peso relativo do órgão = (peso do órgão / peso corporal) x 100.
Para a análise estatística foi utilizado o teste t de Student para a comparação entre as
médias. O nível de significância considerado foi de P>0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O consumo subcrônico de EBSG em ratos não promoveu alteração no peso relativo de
órgãos (Tabela 1). À análise histológica não foram identificadas alterações estruturais
na arquitetura dos tecidos resultantes da ingestão do EBSG.
216
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 078, 2013
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217
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 079, 2013
RESUMO: Euphorbia tirucalli é conhecida como aveloz, tem sido utilizada na terapia
anti-câncer com pouca comprovação científica. Objetivou-se avaliar a citotoxidade in
vitro de extratos de aveloz na linhagem HCT-116 de células de carcinoma colorretal.
Foram preparados os extratos orgânicos com os solventes hexano e álcool 70ºGL nas
concentrações de 62,5 μg/mL, 125 μg/mL, 250 μg/mL, 500 μg/mL e 1000 μg/mL. Após
96h foi verificada a viabilidade celular. Observou-se que as células expostas a ambos
os extratos apresentavam discreta a acentuada redução de volume e fragmentação
celular. Em relação à viabilidade celular, observou-se que o extrato hexânico teve
maior efeito citotóxico a partir da concentração de 125 μg/mL enquanto que o
hidroalcoólico a partir de 500 μg/mL. A CL50 foi de 60,2873 μg/mL e 100,6066 μg/mL,
para o extrato hexânico e hidroalcoólico, respectivamente. Os extratos hexânico e
hidroalcoólico de E. tirucalli revelaram efeitos citotóxicos em células de carcinoma
colorretal. O extrato hexânico se mostrou mais eficaz que o hidroalcoólico.
Palavras-chave: aveloz; efeito citotóxico; HCT-116; viabilidade
ABSTRACT: Euphorbia tirucalli is known as aveloz, has been used in anti-cancer
therapy with little scientific proof. This study aimed to evaluate the in vitro cytotoxicity of
extracts aveloz in line HCT-116 colorectal carcinoma cells. The organic extracts were
prepared with the solvents hexane and ethanol 70°GL in concentrations of 62.5 μg/mL,
125 μg/mL, 250 μg/mL, 500 μg/mL and 1000 μg/mL. After 96 hours cell viability was
observed. It was observed that cells exposed to both extracts showed mild to marked
reduction in volume and cellular fragmentation. With respect to cell viability, it was
observed that the hexane extract was more cytotoxic effect at the concentration of 125
μg/mL while the hydroalcoholic from 500 μg/mL. The LC50 was 60.2873 μg/mL and
100.6066 μg/mL for hexane extract and hydroalcoholic respectively. The hydroalcoholic
and hexane extracts of E. tirucalli showed cytotoxic effects on cells of colorectal
carcinoma. The hexane extract was more effective than hydroalcoholic.
Key words: availability; aveloz; cytotoxic effect; HCT-116
INTRODUÇÃO
Euphorbia tirucalli Linneau, conhecida popularmente como avelós ou aveloz, é uma
planta da família Euphorbiaceae (Avelar, 2010). Tem sido utilizada desde o início deste
século na terapia anti-câncer pela medicina popular e a prática homeopática, e
atualmente continua sendo empregado como terapia complementar no tratamento
desta enfermidade (Oliveira e Nepomuceno, 2004).
Os terpenos presentes no látex da planta são os ésteres de phorbol, euphol e ingenóis
e flavonóides. Os diterpenos com núcleo ingenano (ingenóis) presentes na constituição
do látex possuem ação anticancerígena, mostrando significativa inibição da proliferação
da proteína quinase C (PKC), resultando em efeito antiproliferativo e apoptótico em
varias células cancerígenas humanas (Sapiência, 2010).
Betancur-Galvis et al, (2002) avaliaram 47 extratos de 10 espécies do gênero
Euphorbia utilizadas por curadores em medicina tradicional que foram testadas in vitro
quanto aos seus potenciais antitumorais (antiproliferativo e citotóxico) e atividade anti-
herpética. Cinco dos 47 extratos (11%) representando três das 10 espécies (30%)
exibiram atividade anti-herpética. A maior atividade foi encontrada no extrato aquoso
metanólico de caule e de folha de e de E. cotinifolia e estes extratos não exibiram
citotoxicidade. Seis extratos (13%) representando quatro espécies (40%)
218
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 079, 2013
219
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 079, 2013
O valor de CL50 para o extrato hexânico foi de 60,2873 μg/mL com erro padrão de
39,4935 μg/mL, pelo método de Finney. Para o extrato hidroalcoólico o valor
encontrado foi de 100,6066 μg/mL sendo o erro padrão de 0,6023 μg/mL, de acordo
com o método dos mínimos quadrados.
Betancur-Galvis et al, (2002) encontraram CC50 (concentração citotóxica 50%)
222,4 mg/mL e valores maiores que 1000 mg/mL, utilizando etanol e metanol:água,
como solventes no preparo de extratos de E. tirucalli demonstrando que a
citotoxicidade observada por estes autores foi encontrada em dosagens superiores às
obtidas no presente estudo. Notou-se que com baixas concentrações de ambos os
extratos foi possível verificar alta mortalidade celular. Estas diferenças observadas
podem estar relacionadas aos tipos distintos de solventes utilizados no preparo dos
extratos.
CONCLUSÃO
Os extratos hexânico e hidroalcoólico de E. tirucalli revelaram efeitos citotóxicos em
linhagem de células de carcinoma colorretal. O extrato hexânico se mostrou mais eficaz
que o hidroalcoólico.
Agradecimento:
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS
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necrose tumoral, interleucina 4 e interleucina 10) em leucócitos humanos tratados com extrato
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220
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 080, 2013
excreção de drogas e xenobióticos (Gao; Xie, 2012). A estimulação desse receptor por
ativadores como fenobarbital pode provocar hepatomegalia aguda como forma de
adaptação em resposta ao estresse que as células do fígado sofrem na tentativa de
metabolizar essa substância. Em adição, tratamentos com exposição prolongada
desses ativadores de CAR causam neoplasias de fígado em camundongos (Huang et
al.2005). Em trabalhos prévios, demonstramos que células de câncer de pulmão de
camundongos e humanos, os agonistas específicos do receptor CAR aumentaram a
toxicidade do Paclitaxel (em revisão). Entretanto, acredita-se que o papel do receptor
CAR na carcinogênese não se restringe apenas na função que ele exerce sobre o
controle da exposição aos carcinógenos, sendo necessária uma melhor investigação.
O objetivo do presente estudo foi caracterizar a expressão do receptor CAR e sua
possível associação com a proliferação celular em diferentes tipos histológicos de
cânceres.
MATERIAL E MÉTODO
A análise realizada foi de imunohistoquímica utilizando micro arranjos de tecidos
contendo sessenta tipos de amostras tumorais malignas diferentes, e foram utilizados
para imunomarcação para receptor CAR e marcador de proliferação celular na diluição
1:750 e 1:100 respectivamente, de acordo com recomendações do fabricante.
O método preconizado para quantificação de CAR e ki67 foi por contagem de células
positivas, considerando como positivas aquelas que continham o núcleo corado em
marrom devido à deposição de DAB. Cerca de 100 células foram contadas por amostra
de tumor, e o índice positivo de Ki67 e CAR foi obtido através da divisão do número de
células com o núcleo corado em marrom pelo total de células contadas em cada
amostra de tumor e multiplicado por 100.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisados sessenta tipos de neoplasias malignas diferentes de humanos,
sendo que 18 delas eram de origem mesenquimal, e 42 de origem epitelial. Não houve
diferença em relação ao padrão de proliferação celular quando comparado tumores
epiteliais e mesenquimais (p=0.9224). Em adição a este resultado, não foi encontrada
correlação entre os padrões de marcações de Ki67 e CAR ao analisar os tumores
epiteliais e mesenquimais juntos (p=0.5963). Entretanto, quando esses tumores foram
analisados separadamente, os tumores de origem epiteliais tiveram correlação inversa
no padrão de expressão de CAR e proliferação celular, sugerindo que a perda da
expressão do receptor CAR está associada com proliferação (p=0.0101).
CONCLUSÕES
Os dados do estudo sugerem que a menor presença do receptor CAR ocorre em
tumores com maior índice de proliferação celular, fator este conhecidamente associado
à malignidade em cânceres.
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Thaynã Chaves e Santos4, Andressa Sabine Rabbers4, Veridiana Maria Brianezi
Dignani de Moura5
223
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 081, 2013
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225
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 082, 2013
Elisângela Olegário da Silva¹ ², Karina Maria Basso¹, Juliana Rubira Gerez¹, Thalisie do
Carmo Drape¹, Fernando Gomes Cardoso¹, Ana Paula F.R.L. Bracarense¹
RESUMO: O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito do ácido fítico (IP6) na
proliferação celular e apoptose de explantes jejunais de suínos submetidos à exposição
ao DON por meio de exame imuno-histoquímico. Explantes de suínos com 24 dias de
idade foram submetidos aos seguintes tratamentos: controle, DON (10 μm), DON+IP6
(2,5 mM) e DON+IP6 (5 mM). O tratamento com IP6 5 mM diminuiu significativamente
as taxas de proliferação celular e apoptose no jejuno (P≤0,05) em relação aos
explantes submetidos apenas ao DON, tornando-os similares ao controle. A diminuição
da proliferação celular e apoptose por IP6 melhorou a viabilidade do tecido intestinal
exposto ao DON.
Palavras-chave: caspase 3, Ki-67, jejuno, suíno, técnica de explantes
ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the effect of IP6 on cell
proliferation and apoptosis in jejunal explants from pigs submitted to DON exposure.
Explants from 24 days-old pigs were submitted to the following treatements: control,
DON (10 μm), DON+IP6 (2,5 mM) e DON+IP6 (5 mM). The presence of IP6 decreased
the cell proliferation and apoptosis in the jejunum (P≤0.05) compared with the explants
treated only with DON, making its similar to the control. The decrease in cell
proliferation and apoptosis by IP6 promoted the viability of the intestinal tissue
submitted to DON exposure.
Key words: caspase 3, ki-67, jejunum, pig, explants technique
INTRODUÇÃO
Desoxinivalenol (DON) é uma micotoxinas frequentemente encontrada em cereais em
todo o mundo, sendo considerada um fator de risco à saúde humana e animal. Os
suínos são animais altamente sensíveis à intoxicação por DON e apresentam sinais
clínicos similares aos humanos. Suínos com intoxicação aguda apresentam diarreia,
vômito, leucocitose e hemorragia. A exposição crônica leva ao desenvolvimento de
anorexia, redução do ganho de peso, alterações neuroendócrinas e imunes (PESTKA e
SMOLINSKI, 2005).
O ácido fítico (IP6) é um antioxidante natural amplamente encontrado em cereais e
legumes. Diversos estudos demonstraram a ação preventiva e terapêutica sobre
diversas condições patológicas, incluindo o câncer (SHAMSUDDIN et al., 1989). No
entanto, as interações e as sinalizações moduladas por IP6 e um possível efeito
benéfico sobre o trato gastrointestinal exposto a xenobióticos permanecem
desconhecidos. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito do IP6 na
proliferação celular e apoptose em explantes jejunais de suínos submetidos à
exposição por DON.
MATERIAL E MÉTODOS
Neste estudo foram utilizados seis suínos (Landrace X Large White X Duroc), com 24
dias de idade (7.9 Kg ± 0,72). Os suínos foram eutanasiados e os explantes jejunais
colhidos com punch de 8 mm de diâmetro. De cada animal foram colhidos 42 explantes
e distribuídos em placas de cultura com seis poços nos seguintes tratamentos: controle
(A e B)- somente meio de cultura (DMEM- Dulbecco‘s modified Eagle‘s medium); meio
de cultura com IP6 2,5 mM (C); meio de cultura com IP6 com 5 mM (D). Após uma hora
226
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 082, 2013
227
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 083, 2013
Jéssica Regina Moreira¹, Juliana Rubira Gerez¹, Ana Paula Loureiro Bracarense¹, Stela
Desto¹, Martine Kolf-Clauw²
229
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 083, 2013
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230
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 084, 2013
Elisângela Olegário Silva, Karina Maria Basso, Ana Paula Loureiro Bracarense, Renata
Madureira, Thalisie do Carmo Drape, Fernando Cardoso Gomes
Laboratório de Patologia Animal; Departamento de Medicina Veterinária Preventiva;
Universidade Estadual de Londrina – UEL
RESUMO: O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos do ácido fítico (IP6) sobre
explantes intestinais expostos ao DON e à FB1 por meio de analise histológica.
Explantes de suínos com 24 dias foram submetidos aos seguintes tratamentos:
controle; DON (10μm), FB1 (70μm), IP6 (2,5 mM)+DON (10μm); IP6 (5 mM)+DON
(10 μm); IP6(2,5 mM)+FB1 (70 μm); IP6 (5 mM)+FB1 (70 μm), sendo então
processados para histologia e corados em HE para determinação de escore lesional e
morfometria de vilosidades. A avaliação histológica demonstrou alterações severas
no grupo tratado com DON e moderadas quando os explantes foram tratados com FB1.
Observou-se diminuição significativa no escore lesional nos grupos tratados com IP6
em relação aos grupos expostos as micotoxinas. Aumento significativo na altura de
vilosidades e profundidade de criptas foi constatado nos grupos expostos ao IP6 em
relação ao grupo exposto ao DON e FB1. A adição de ácido fítico aos explantes
reduziu significativamente as alterações induzidas pelas micotoxinas, contribuindo com
a manutenção da função de barreira da mucosa e absorção de nutrientes.
Palavras-chaves: antioxidante; micotoxina; jejuno; suíno; técnica de explantes
ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the effects of phytic acid on
intestinal explants exposed to DON and FB1 by histological analysis. Explants of pigs
24 days-old were submitted to the following treatments: control, DON (10μm), FB1
(70μm), IP6 (2,5 mM)+DON (10μm); IP6 (5 mM)+DON (10 μm); IP6(2,5 mM)+FB1 (70
μm); IP6 (5 mM)+FB1 (70 μm), and then processed for histology and stained with
HE for determination of lesion score and morphometry. Histologic evaluation showed
severe changes in the group treated with DON and moderate when the explants were
treated with FB1. Significant reduction in lesional score was observed on explantes
exposed to IP6 compared to mycotoxins groups. Gnificant increase in villi height and
crypt depth occurred in IP6 groups compared to mycotoxin groups. Addition of phytic
acid significantly reduced the explant changes induced by mycotoxins, contributing to
the maintenance of the mucosal barrier function and nutrient absorption.
Key-words: antioxidant; mycotoxin; jejunum; pig; explants technique
INTRODUÇÃO
As micotoxinas são metabólitos secundários produzidos por fungos, em particular os do
gênero Aspergillus, Fusarium e Penicillium. Vários componentes presentes na dieta são
capazes de interferir tanto na ecologia microbiana quanto na resposta imune do
intestino aos antígenos alimentares, como as micotoxinas. Portanto, substâncias como
os antioxidantes podem fortalecer o sistema imunológico contra as formas reativas de
oxigênio. Estudos in vitro indicam que o acido fítico atua como antioxidante, impedindo
a formação de radicais livres (Graf & Eaton, 1990).
Considerando que o IP6 e uma substancia abundante em produtos vegetais e que e
absorvido de modo eficiente e seguro no trato gastrointestinal, e interessante o
desenvolvimento de modelos experimentais que possam avaliar a ação do IP6 como
inibidor de alterações celulares induzidas por substâncias tóxicas como as micotoxinas.
O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos do acido fítico (IP6) sobre explantes
intestinais expostos ao DON e a FB1 por meio de analise histológica.
MATERIAL E MÉTODOS
231
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 084, 2013
Foram utilizados seis suínos com 24 dias de idade (7.9 Kg + 0,72). Os animais foram
eutanasiados e os explantes jejunais colhidos com punch de 8 mm de diâmetro. De
cada animal foram colhidos 42 explantes que foram expostos aos seguintes
tratamentos: controle (A, B e C) - somente meio de cultura; IP6 2,5 mM (D e E); IP6 5
mM (F e G). Após uma hora de incubação a 37 °C adicionou-se DON 10 μM aos
tratamentos B, D e F; e, FB1 70 μM aos tratamentos C,E e G, incubou-se por mais três
horas. A metodologia utilizada neste experimento foi previamente utilizada (Kolf-Clauw
et al., 2009). Após o período de incubação, os explantes foram fixados em formalina
tamponada neutra 10%, desidratados em alcoóis e embebidos em parafina. Seções de
5m foram coradas com hematoxilina-eosina (HE) para avaliação histopatológica. Um
escore histológico intestinal anteriormente descrito (Bracarense et al., 2012) foi
adaptado para comparar as alterações histológicas entre os tratamentos. Altura das
vilosidades e profundidade das criptas foram medidas aleatoriamente em 10
vilosidades utilizando o sistema de análise de imagem 2.0 R ML (MOTIC). Os dados
foram submetidos à ANOVA seguido do teste de Tuckey. Valores de p≤0,05 foram
considerados significativos.
RESULTADOS
A avaliação histológica revelou alterações discretas no grupo controle, como edema de
lâmina própria e atrofia de vilosidades. O grupo exposto ao DON apresentou
desnudamento apical e debris celulares, fusão e atrofia de vilosidades severas,
enquanto os explantes expostos a FB1 apresentaram atrofia e fusão moderadas
quando comparados ao controle (p≤0,05). Na presença do acido fítico associadas às
micotoxinas, as alterações histológicas diminuíram significativamente em relação ao
grupo exposto ao DON e FB1. Observou-se aumento significativo da altura de
vilosidades e profundidade de criptas intestinais nos grupos tratados com IP6 em
relação aos tratados com as micotoxinas (p≤0,05). Os resultados obtidos nos grupos
tratados com acido fítico mostraram-se independentes da dose utilizada.
DISCUSSÃO
Neste estudo constatamos que a adição de acido fítico diminuiu os efeitos tóxicos
induzidos pela exposição ao desoxinivalenol e fumonisina em explantes de suínos.
Esses efeitos protetores foram avaliados por meio de escore morfológico e
morfométrico. Os efeitos deletérios de fusariotoxinas sobre o intestino foi relatado em
estudos in vivo em suínos (Bracarense et al., 2012), espécie altamente sensível as
micotoxinas. O incremento no escore histológico nos explantes tratados com o ácido
fítico provavelmente esta relacionado a ação anti-oxidante deste componente
(Shamsuddin et al., 1989) que inibe o estresse ribotóxico induzido pelas micotoxinas.
CONCLUSÕES
A adição de ácido fítico aos explantes reduziu significativamente as alterações
induzidas pelas micotoxinas, contribuindo com a manutenção da função de barreira da
mucosa e absorção de nutrientes.
Agradecimentos -Processo CNPq n° 305274/2011-2.
REFERÊNCIAS
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232
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 085, 2013
RESUMO: O médico veterinário tem por obrigação agir com diligência e cuidado no
exercício de sua profissão, uma vez que a atuação de profissionais ineptos pode
culminar no erro médico. Deste modo, este trabalho tem por objetivo caracterizar os
erros médicos veterinários observados nas necropsias realizadas entre janeiro de 2008
a maio de 2013 no Serviço de Patologia Animal da FMVZ/USP, bem como as
circunstâncias de ocorrência dos mesmos. Dos 26 animais analisados, 57,7% eram
caninos domésticos, 38% vieram a óbito em decorrência de negligência e 69% dos
erros médicos estão associados ao diagnóstico de doenças. O médico veterinário tem
obrigação profissional, social e civil, de exercer com excelência a profissão, dado que
pode ser culpado tanto civil quanto criminalmente no caso de comprovação de erro
médico.
Palavras-chave: imperícia; imprudência; inépcia profissional; medicina veterinária
legal; negligência.
ABSTRACT: Veterinarians have the obligation of acting in a diligent and careful manner
throughout their professional conduct, since the work of inept professionals can
resulting in malpractice. Therefore, this paper aims to characterize veterinarian
malpractice observed in necropsies done between January 2008 and May 2013 at the
Animal Pathology Service of FMVZ/USP, as well as the circumstances in which they
took place. Of the 26 animals analyzed, 57,7% were household dogs, 38% died due to
negligence, 69% of veterinary malpractice was associated to the diagnosis of diseases.
The veterinarian has professional, social and civil obligation, to exercise the profession
with excellence, as they can be blamed both civil and criminally in case of proven
malpractice.
Key words: imprudence; incompetence; negligence; professional ineptitude; veterinary
forensics
INTRODUÇÃO
O médico veterinário tem como obrigação cumprir ao Código de Ética, devendo este
agir com diligência e cuidado no exercício de sua profissão. Em seu Art. 14, o código
de ética trata da responsabilidade profissional, podendo o médico veterinário responder
civil e penalmente ao praticar qualquer ato que evidencie inépcia profissional, levando
ao erro médico veterinário pela conduta negligente, imprudente e/ou eivada de
imperícia (Brasil, 2002). A conduta negligente é o ato omisso, falta de cuidado e
diligência; a conduta imprudente se dá por agir perigosamente, com falta de moderação
ou precaução e quando a assunção de riscos pelo médico ao paciente ocorre sem
base científica para seu procedimento; já a imperícia se dá pela incompetência,
inexperiência, desconhecimento, ignorância e falta de habilidade na profissão
(Menezes, 2010). Segundo Moares (2003), para a caracterização do erro médico é
preciso que estejam presentes: o dano ao doente, a ação do médico, o nexo causal e
uma das três condutas já citadas – imperícia, imprudência e negligência. A falta de
qualquer desses itens discriminados descaracteriza o erro médico. Com o avanço da
Medicina Veterinária Legal no Brasil, se faz necessário um estudo acerca da inépcia
profissional, uma vez que o erro médico veterinário ainda é um assunto polêmico,
controverso e pouco debatido, principalmente no cenário nacional. Frente a esse
233
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 085, 2013
quadro, este trabalho tem por objetivo caracterizar os erros médicos veterinários
observados nas necropsias realizadas entre janeiro de 2008 a maio de 2013 no Serviço
de Patologia Animal da FMVZ/USP, bem como as circunstâncias de ocorrência dos
mesmos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Dentre uma população de 1634 animais necropsiados entre janeiro de 2008 a maio de
2013 no Serviço de Patologia Animal da FMVZ/USP, 26 casos foram selecionados com
base em seus históricos e achados necroscópicos compatíveis com erro médico
veterinário. Os dados obtidos através dos históricos e exames necroscópicos foram
tabulados utilizando o software Microsoft Excel® e agrupados em espécie, raça, sexo,
idade, histórico, características e circunstâncias do erro médico e alterações
anatomopatológicas.
RESULTADOS
Dos 26 casos selecionados, 15 eram caninos domésticos (57,7%), 5 felinos domésticos
(19,2%), 3 equinos (11,5%), 1 bovino (3,8%), 1 ovino (3,8%) e 1 réptil (jabuti) (3,8%).
Animais sem raça definida somaram 14 (53,8%) e 12 com raça definida (46,2%). Em
relação ao sexo, 17 eram fêmeas (64,5%) e 9 machos (34,6%). Quanto à idade, 6
animais apresentam de 0 a 11 meses (23,1%), 6 entre 1 a 7 anos (23,1%), 11 acima de
8 anos (42,3%) e 3 animais não apresentaram registro.Desses 26 animais
necropsiados, apenas 2 foram encaminhados juntamente com o boletim de ocorrência.
gráfico 1 mostra a distribuição das modalidades dos erros médicos e sua freqüência. A
tabela 1 demonstra a ocasião em que se deu o erro médico.
DISCUSSÃO
Cerca de 2% dos 1634 animais necropsiados entre janeiro de 2008 a maio de 2013 no
Serviço de Patologia Animal da FMVZ/USP apresentaram históricos e achados
anatomopatológicos compatíveis com erro médico, corroborando com o estudo de
McEwen, 2012, no qual 1,06% das necropsias forenses pesquisadas eram compatíveis
com erro médico. Observamos também que a maior incidência de erro médico recai
sobre os cães (57,7%), fato também observado pelo mesmo estudo.Em relação às
modalidades de erro médico, a negligência é o ato ilícito com maior prática entre os
médicos veterinários, totalizando 38%. A negligência pode ser provocada por desânimo
ou desinteresse dos médicos e, por vezes, pode ser fruto do cansaço e da sobrecarga
de trabalho (Menezes, 2010). O levantamento também apontou que as ocasiões em
que mais se observou inépcia por parte dos médicos veterinários diz respeito ao
diagnóstico. Tais erros foram observados principalmente nos casos de ovário-salpingo-
histerectomia e orquiectomia, onde, muitas vezes, essas cirurgias são realizadas sem
os devidos exames pré-operatórios, podendo caracterizar a pratica de negligência e/ou
imprudência, dependendo das circunstâncias do fato. Para uma melhorar
caracterização do erro médico veterinário, é de extrema importância que uma
necropsia documentada com fins periciais seja realizada. Juntamente com a
determinação da causa de morte, o ponto principal deste tipo de necropsia é
estabelecer o tipo de morte (não acidental, acidental, natural, indeterminada) e
234
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 085, 2013
qualquer causa contributiva (Merck, 2007). Outro ponto tão importante quanto à
necropsia é a anamnese acerca dos acontecimentos prévios a morte do animal. A falta
de uma anamnese detalhada pode prejudicar a investigação e muitas vezes induzir ao
erro, podendo descaracterizar o erro médico, conforme dito anteriormente. Uma vez
caracterizado o erro médico veterinário, cabe indenização ao proprietário do animal
conforme Art. 951 do Código Civil Brasileiro.
CONCLUSÃO
Este estudo possibilita a constatação da ocorrência de inépcia profissional de médicos
veterinários no Brasil, principalmente na realização de exames préoperatórios.
A fiscalização pelos Conselhos Federal e Estadual mostra-se de extrema importância
para as boas práticas da profissão, ressaltando-se a relevância da introdução do tema
de segurança do paciente nos currículos de faculdades de Medicina Veterinária do
país, a fim de se prevenir e minimizar a ocorrência de erros médicos veterinários.
Agradecimentos
Os autores agradecem à CAPES, CNPq e FAPESP pelo auxílio financeiro em forma
de bolsas de doutorado.
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o Código de ética do Médico Veterinário. DOU de 16-12 2002, Seção 1, págs. 162 a 164. Disponível em:
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235
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 086, 2013
Talita Mariana Morata Raposo¹, Carlos Eduardo Fonseca Alves², Renata Camargo
Bueno³, Mirela Tinucci Costa¹, Silvia Regina Rogatto4, Renée Laufer Amorim²
237
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 086, 2013
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238
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 087, 2013
Cláudia Andréa de Araújo Lopes¹ ²; Livia Yumi Suzuki¹; Mariana Alves dos Reis¹;
Marcela Freire Vallim de Mello¹; Juliana da Silva Leite¹; Ana Maria Reis Ferreira¹
e 1 fêmea, com idades que variaram entre 2 a 17 anos. Foram coletados fragmentos
das diferentes regiões gástricas - cárdia, corpo, fundo, antro e piloro, para exame
histopatológico pela técnica de WS e análise por microscopia óptica.
RESULTADOS
Todos os 8 estômagos estudados foram positivos em pelo menos uma região gástrica
(Tabela 1). Foram evidenciados organismos semelhantes ao Helicobacter spp., com
forma bacilar discretamente espiralados, corados em preto na camada superficial de
muco e/ ou no interior das glândulas gástricas.
DISCUSSÃO
Os resultados deste trabalho estão de acordo com a literatura que descreve que o
macaco cynomolgus é susceptível à infecção por Helicobacter spp. (Masubuchi et al.,
1993; Takahashi et al., 1993; Reindel et al., 1999; Katsuta, 2001) e que a maior
densidade da bactéria é encontrada na região do antro (Blaser e Berg, 2001). A técnica
de WS demonstrou boa sensibilidade permitindo a identificação de bactérias delgadas
com formato discretamente espiralado. Essa técnica tem sido relatada como o método
de escolha para visualização das bactérias espirais em amostras de biópsia gástrica
(Strauss-AyalI e Simpson, 1999). No entanto, nenhum método de diagnóstico tem sido
universalmente aceito como padrão ouro na identificação de Helicobacter spp. (Al-Ali,
et al., 2010), e por isso, tem sido recomendado o uso de pelo menos dois métodos para
confirmação da presença desta bactéria (Ricci et al., 2007).
CONCLUSÃO
Esse estudo evidenciou a presença de bactérias semelhantes ao Helicobacter spp. na
mucosa gástrica dos símios de biotério e confirmou a eficiência da coloração
histológica pelo método de Warthin-Starry para a detecção de helicobactérias.
Notas informativas
O desenvolvimento do presente trabalho foi devidamente aprovado pela Comissão de
Ética no Uso de Animais (Ceua) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sob o número de
protocolo P-0453/08.
240
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 087, 2013
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241
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 088, 2013
Thiago Vaz Lopez¹; Taciane Leticia de Melo4; Sandro de Vargas Schons²; Poliana
Souza²; Gisele da Silva Glomba²; Bruno Peduzzi Rodrigues³
contornados distais. O ovino que recebeu a planta na dose de 0,4g/kg de p.c de planta
fresca (ovino 3) não apresentou sinais clínicos da intoxicação durante os exercícios e
em repouso. Os sinais clínicos e as lesões patológicas observadas nos ovinos 1 e 2
foram semelhantes aos bovinos intoxicados experimentalmente por Palicourea
marcgravii e P. grandiflora(Tokarnia et al.,1981 e Tokarnia et al.,1986), com exceção do
corrimento nasal sanguinolento, observados somente nos ovinos que receberam dose
letal. A menor dose de planta verde capaz de provocar o quadro clínico e morte foi de
0,5 g/kg, semelhante às observadas nas intoxicações experimentais por Palicourea
marcgravii em ovinos e bovinos (Tokarnia et al.,1981 e Tokarnia et al.,1986). Sinal
clínico de paralisia do trem posterior ainda não tinha sido relatado em ovinos
intoxicados por Palicourea marcgravi, embora tenha ocorrido em único anima, sendo
necessários novos experimentos para comprovar tal sinal.
CONCLUSÃO
Embora o número de animais deste experimento seja pequeno, podemos verificar que
o quadro clínico da intoxicação por dose letal, em uma única aplicação e diferente do
observado na intoxicação por Palicourea marcgravii fracionada em 20 doses/dia e a
relação do exercício, sintomatologia e lesões patológicas são semelhantes às
observadas nas intoxicações por esta planta nos bovinos.
Notas informativas
Projeto aprovado no comitê de ética em experimentação em animais do Centro
Universitário Luterano de Ji-Paraná/CEULJI/ULBRA. Protocolo 04/2012
REFERÊNCIAS
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BMC Veterinary Research, v.9, n.51, 2013.
247
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 090, 2013
lesional mais severo, o que sugere sua maior virulência em relação às demais cepas
avaliadas.
CONCLUSÃO
A utilização de hamsters sírios no estudo das lesões histopatológicas do HVE-1 em
diversos órgãos mostrou-se de grande valor, tendo em vista a alta sensibilidade destes
ao agente e o desenvolvimento de lesões características de infecção herpética frente
ao desafio viral.
Agradecimento
À FAPESP pelo financiamento – Auxílio Pesquisa n. 2012-00277-0
Notas informativas
Comissão de Ética em Experimentação Animal – protocolo CETEA 106/2010
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256
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 093, 2013
Carlos Humberto da Costa Vieira Filho¹; Alessandra Estrela da Silva Lima²; Eduardo
Luiz Trindade Moreira²; Rogéria Serakides³; Geovanni Cassali4; Enio Ferreira4
DISCUSSÃO
No presente experimento, os animais hipotireoideos independentemente do estado
funcional de suas gônadas, apresentaram índice de proliferação celular maior do que o
do grupo eutireoideo inteiro, o que esta de acordo com Silva (2003). Este mesmo autor
relata que apesar do menor crescimento neoplásico na associação hipotireoidismo-
castração, as características celulares que apontam para uma maior taxa de
proliferação celular, foram significativamente maiores naquele grupo em relação aos
demais. No presente estudo, em primeira análise, o maior índice apoptótico observado
no grupo HC, responde em parte as indagações referentes ao estudo, fortalecendo
uma das hipóteses iniciais de aumento da taxa apoptótica, resultando em redução do
tamanho tumoral. Todavia, há de se considerar que a extensão do tecido neoplásico
viável, observada neste grupo.
Estudos observaram que a p21 poderia estar envolvida na inibição do crescimento de
células tumorais inibindo a progressão da fase G1 e na fase S. Outros experimentos
mostraram que a deficiência do p21 acelera o crescimento da neoplasia (Kawada et
al,2002; Trimis et al., 2008; Verma et al., 2009; Costa, et al., 2013; Teixeira e Reed,
2013). De acordo com esses estudos, os resultados obtidos no presente trabalho
sugerem que a maior expressão da proteína p21 nos hipotireóideos, estaria retardando
o crescimento tumoral.
CONCLUSÃO
Apesar das células neoplásicas no tumor de Ehrlich na sua forma sólida em
camundongos hipotiróideos, apresentarem alto índice proliferativo e características de
malignidade, a maior expressão da proteína p21 nesses animais, provavelmente,
258
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 093, 2013
259
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 094, 2013
termociclador Chromo 4 - PTC – 200 Peltier Thermal Cycler. A reação foi constituída de
50ng de cDNA, ao qual acrescentou-se 10,0 μL da mistura KAPA SYBR® FAST qPCR
Kit Master Mix (2x) - 10 pmol de cada ―primer‖ e água tratada com dietil pirocarbonato
DEPC suficiente para um volume final de 20 μl. As reações foram realizadas em
microtubos especiais de 0,2 mL em duplicatas. A quantificação relativa da expressão
gênica de T-bet seguiu a metodologia descrita por LIVAK & SCHMITTGEN (2001),
sendo a expressão deste gene (RNAm) normalizada em relação ao gene β-actina,
utilizando-se como nível basal de expressão gênica as amostras provenientes dos cães
do grupo controle. Para a determinação das diferenças das medianas entre os grupos
foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Os valores foram considerados estatisticamente
diferentes para p <0,05.
RESULTADO E DISCUSSÃO
A expressão de T-bet foi maior nos animais sintomáticos diferindo estatisticamente dos
animais controle, corroborando com os resultados descritos por Reis et. al. (2011), em
pele de cães naturalmente infectados com Leishmania (L.) chagasi. Vários estudos tem
demonstrado que T-bet exerce um papel essencial no controle de infecções causadas
por protozoários que são Th1 dependentes (Rosas, et. al.,2006, Szabo,et. al., 2000),
dados estes que podem sugerir que T-bet também esta envolvido na modulação do
sistema imune pelo parasita.
CONCLUSÃO - Estudos da participação de T-bet e de outros fatores de transcrição
são essenciais para o entendimento da modulação do sistema imune imposta pelo
protozoário no hospedeiro, tendo em vista a importância destes fatores de transcrição
em equilibrar as respostas Th1 e Th2.
Agradecimento
Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, Processo n. 16030-8
Protocolo da CEUA 024686/10.
REFERÊNCIAS:
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presenting distinct cutaneous parasite density and clinical status. Veterinary Parasitology, v. 177, p. 39-
49, 2011.
261
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 095, 2013
Atilio Sersun Calefi, Lilian Bernadete Namazu, Bruno Takashi Bueno Honda, Carolina
Costola de Souza, Juliana Garcia da Silva Fonseca, João Palermo-Neto
262
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 095, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Para realização dos experimentos foram utilizados 30 frangos de corte, Linhagem
Cobb®, machos, adquiridos de incubatório comercial com 1 dia de vida. Os animais
foram divididos em 6 grupos experimentais: 1 – Grupo Controle; 2 – Grupo Controle
Estressado (C/HS35); 3 – Grupo Tioglicolato (T); 4 – Grupo Tioglicolato Estressado
(T/HS35); 5 – Grupo Infectado (I); 6 – Grupo Infectado Estressado (I/HS35).
A infecção experimental com Clostridium perfringens tipo A foi feita por via oral, do 15º
ao 21º dia de vida nos grupos I e I/HS35. O estresse por calor (35±1ºC) foi realizado
por aumento da temperatura ambiente do 14º ao último dia experimental (21º dia de
vida). Os animais do grupo Tioglicolato receberam o meio de cultura sem bactérias.
Cortes transversais de 5 μm dos segmentos do baço foram corados por HE. Foram
avaliadas 6 secções por órgão com intervalo de 100μm (180 secções). Cada secção foi
fotografada e medida a área empregando estereoscópio, posteriormente foi realizada
contagem manual dos centros germinais maduros por microscopia óptica no aumento
de 100x. Para quantificação dos GCs no duodeno foi empregada contagem manual de
secções coradas por HE (140 secções) e repetições submetidas a marcação
imunoistoquímica para linfócitos B (80 secções). Foram avaliados 4 secções
transversais por duodeno com intervalo de aproximadamente 500μm.
Os resultados não paramétricos foram analisados pelo teste Kruskal-Wallis, e teste
post hoc de Dunn para correção das comparações múltiplas. Foram considerados
significantes as análises com P≤ 0,05.
RESULTADOS
O estresse por calor diminuiu a formação dos GCs nos animais do grupo T/HS35 e
I/HS35 em relação aos respectivos grupos não estressados. Os resultados são
estatisticamente significantes (P<0,0001).
Da mesma forma que no baço, o estresse por calor reduziu a formação dos GC
maduros e imaturos no duodeno dos animais infectados em relação ao respectivo
grupo não estressado por calor. Os resultados são estatisticamente significantes
(imunoistoquímica e HE: P<0,001).
Quando comparados os animais do grupo que receberam meio de cultura na
alimentação sem a bactéria (T e T/HS35), o estresse por calor aumentou a formação
dos GCs no duodeno destas aves em relação as não estressadas.
DISCUSSÂO
Os resultados refletem que o estresse associado a uma enterite discreta a grave
depleta a formação dos CGs esplênicos. A consequência seria a queda na imunidade
humoral contra patógenos, o que vem a se tornar um risco ao desenvolvimento da NE
nas aves. Poderíamos considerar uma possível migração celular com a formação dos
agregados linfoides no intestino, uma vez que é o órgão do qual está sendo realizado o
desafio antigênico no presente modelo experimental. Porém, quando observamos os
animais infectados submetidos ao estresse por calor, identificamos uma menor
distribuição de centros germinais, tanto maduros, quanto imaturos na mucosa intestinal,
ou seja, o estresse por calor compromete a formação dos GCs
De forma inesperada, foi observado um aumento na formação dos GCs nos animais
estressados que receberam somente o meio de cultura sem a bactéria, em relação
àqueles dos quais não estressados. Torna-se importante salientar que o meio de
cultura (tioglicolato) possui uma atividade quimiotática proeminente para células
inflamatórias, o que explicaria a maior distribuição e formação dos centros germinais.
CONCLUSÕES
O estresse por calor diminuí a formação dos centros germinais no baço e intestino dos
animais infectados pelo C. perfringens. Desta forma o animal possui uma redução na
interface da apresentação de antígenos aos linfócitos B, o que poderia por sua vez
favorecer o desenvolvimento de doenças de base toxigênica como a enterite necrótica
aviária.
263
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 095, 2013
Agradecimentos
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Projeto Temático - nº
2009/51886-3; Bolsa - n° 2012/03103-2) e ao CNPq (Projeto Universal - nº
470776/2009-9) pelo suporte financeiro, que permitiu a execução deste estudo.
Notas informativas
Projeto aprovado pelo comitê de bioética da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade de São Paulo (# 2570/2012).
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264
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 096, 2013
Diego Carlos dos Reis¹, Cristina Maria de Souza¹, Liliane Cunha Campos¹, Ana
Cândida Araújo e Silva, Mirian Tereza Paz Lopes², Ênio Ferreira¹, Geovanni Dantas
Cassali¹
RESUMO: O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do tratamento com talidomida
no carcinoma mamário murino 4T1. Suspensão de células 4T1 foi inoculada em
camundongos Balb/c para obtenção de tumor sólido. Em seguida, os animais foram
divididos em dois grupos tratados por via oral com talidomida, na dose de 150mg/kg ou
solução salina. O tumor foi mensurado a cada 48horas e ao final do experimento.
Sangue total foi coletado para análise hematológica. Os resultados sugerem que a
terapêutica com talidomida aumenta o número de leucócitos circulantes no carcinoma
mamário murino 4T1 e essa resposta foi acompanhada de uma diminuição do
crescimento tumoral.
Palavras-chave: camundongo, neoplasia, 4T1, talidomida
ABSTRACT: The aim of the study was evaluate the therapy effect of thalidomide in the
4T1 mammary carcinoma. 4T1 cells suspension were injected in the posterior left flank
of all animals to obtain the solid tumor. After, the Balb/c mice were divided into two
groups of seven mice. After 5 days the treated group received, orally, 150mg/kg of
thalidomide for 7 days or solution saline. Tumors were measured every 48 hours until
the end of treatment. Blood was collected to hematology analyses. Our results suggest
that thalidomide therapy increase the number of circulating leukocytes and this
response is accompanied of the decrease in the tumor growth.
Keywords: mice, neoplasia, 4T1, thalidomide
INTRODUÇÃO
A talidomida é um derivado sintético do ácido glutâmico que possuí propriedades anti-
inflamatórias, imunomodulatórias e anti-angiogênicas (Eleutherakis-Papaiakovou;
Bamias; Dimopoulos, 2004). Ensaios clínicos e experimentais demonstraram que a
talidomida apresenta atividade no controle de diversas neoplasias. Apesar dos
resultados satisfatórios de sua utilização como agente antineoplásico, diversos efeitos
colaterais dosedependente contribuem em alguns casos para interrupção do
tratamento (Eleutherakis-Papaiakovou; Bamias; Dimopoulos, 2004). Modelos
experimentais in vivo podem auxiliar no esclarecimento dos efeitos dessa droga no
desenvolvimento neoplásico, sobretudo informações acerca de sua dose efetiva,
toxicidade e efeitos adversos. Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi avaliar o
efeito da talidomida no desenvolvimento do carcinoma mamário murino 4T1.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 14 camundongos Balb/c, fêmeas, com 45 dias de idade (±25g),
inoculados com 2,5x106 células do carcinoma mamário 4T1 no flanco esquerdo
(subcutâneo) (PULASKI, B. A.; OSTRAND-ROSENBERG, S., 2001). Os animais foram
divididos em dois grupos: tratados com 100μl de solução salina 0,9% e talidomida na
dose de 150 mg/Kg (3,5mg/100μL). Durante o período experimental foi avaliado o
crescimento tumoral (com uso de paquímetro) em intervalos de 48 horas. Amostras
sanguíneas foram coletadas no momento da eutanásia em tubos contendo EDTA 10%
para a realização do hemograma completo. Após coleta foram realizados esfregaços
sanguíneos corados pela técnica May-Grünwald-Giemsa para contagem diferencial de
265
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266
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 096, 2013
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267
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 097, 2013
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
Débora Ribeiro Orlando, Rafael Carneiro Costa, Bruno Antunes Soares, Lismara Castro
do Nascimento, Natália dos Santos Caetano Oliveira, Mary Suzan Varaschin
269
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 097, 2013
REFERENCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 098, 2013
271
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 098, 2013
RESULTADOS
Dos 30 fetos com lesões, oito foram compatíveis com agentes bacterianos e três virais.
Dos bacterianos, somente dois apresentaram lesões macroscópicas significativas.
Sendo que o feto1 apresentou líquido avermelhado em cavidades torácica e abdominal
além de espessa camada de fibrina recobrindo pulmão, omento e alças intestinais. O
feto 2 apresentava-se ictérico, com fígado amarelado e aumento de volume e petéquias
em pulmão e timo. Dos suspeitos de aborto viral, dois apresentaram bragnatia.
Microscopicamente os três fetos suspeitos de aborto viral apresentavam fragmentação
acentuada em células linfóides. Na IHQ em um feto ocorreu marcação para HVB e os
três foram negativos para BVD. A imunomarcação para HVB ocorreu em antígenos
virais presentes no citoplasma de células intactas no baço e linfonodos, no citoplasma
de neurônio e em células endoteliais de vasos sanguíneos do encéfalo. Já, as lesões
encontradas nos fetos suspeitos de aborto bacteriano foram pleurite e peritonite
fibrinosa acentuada e meningite mononuclear (feto 1), onde na imunomarcação para
Brucella sp evidenciou-se estruturas bacterianas no citoplasma de células inflamatórias
na pleura, peritônio e meninge. Num segundo feto positivo para Brucella sp e sem
lesões macroscópicas, lesões microscópicas de broncopneumonia necrotizante
multifocal foram observadas. Neste a imunomarcação ocorreu em meio a restos
celulares e em citoplasma de macrófagos no pulmão. Em três fetos provenientes do
estudo retrospectivo observou-se pneumonia purulenta difusa acentuada (em um feto)
e infiltrado inflamatório neutrofílico, de células mononucleares e fibrina em alvéolos e
brônquios (dois fetos). Em um feto necropsiado foi isolamento Staphylococcus sp. Este
apresentou grande quantidade de neutrófilos, macrófagos e fibrina em brônquios,
bronquíolos e alvéolos, associado a colônias bacterianas em forma de cocobacilos. Por
fim, no feto 2 observou-se nefrite intersticial mononuclear multifocal moderada,
vacuolização em epitélio tubular, dissociação de hepatócitos, infiltrado inflamatório
mononuclear periportal e acentuada biliestase. Essas lesões, juntamente com os
achados macroscópicos, permitiram o diagnóstico de leptospirose.
DISCUSSÃO
Nos abortos por HVB tipo 1 descreve-se como lesão necrose e infiltrado inflamatório
mononuclear periportal com necrose e depleção linfóide (Enright et al., 1984)
semelhante ao observado no presente estudo. Além disso, a imunomarcação para
herpesvírus ocorreu em citoplasma de células em tecido linfóide, em áreas focais do
citoplasma de neurônios e em algumas células endoteliais, semelhante aos achados de
Crook et al. (2012).
Nos fetos diagnosticados como Brucella sp, as lesões de pleurite fibrinosa ou
broncopneumonia purulenta foram semelhantes as descritas por Antoniassi et al.
(2013), assim como a meningite mononuclear e marcação IHQ em macrófagos
descritas por Hong et al., 1991. Já o diagnóstico de Leptospira sp baseou-se nos
achados macroscópicos e microscópicos relatados por Antoniassi et al. (2013). No feto
em que houve crescimento de Staphylococcus, as lesões microscópicas foram
compatíveis com as descritas por Coberllini et al. (2006).
CONCLUSÕES
Os resultados demonstram que agentes virais e bacterianos, apesar de menos
frequentes são responsáveis por abortos bovinos no sul de Minas Gerais. Além disso,
as técnicas de histologia e imuno-histoquímica são ferramentas imprescindíveis para o
diagnóstico.
Agradecimentos
Á FAPEMIG, CNPq e CAPES
272
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 098, 2013
REFERENCIAS
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273
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 099, 2013
Daniela Farias da Nóbrega¹, Alexandre Augusto Arenales Torres², Ana Carolina Ortegal
de Almeida², Maria Cecília Rui Luvizotto³
274
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 099, 2013
citologia apresenta-se como uma técnica pouco dolorosa, de fácil repetição, não
requerendo material sofisticado, tampoucoanestesia (BHALLAet al., 2011).
Acorrelação positiva entre os métodos diagnósticos citopatológico e histopatológico nos
trabalhos mais recentes realizados porCassali et al.(2007),Sá (2008), Simon et al.
(2009) eHaziroglu et al. (2010) resultaram respectivamente em 92,9%,91%, 81%
e88,5% de concordância.PorémSontas et al. (2012)e Simon et al. (2009)demonstraram
ainda a sensibilidade do exame citopatológicoem diagnosticaramalignidade das
neoplasias mamárias decadelas, sendo de96,2% e 88% respectivamente.
O presente estudo tevepor objetivoverificar a acuráciado examecitopatológicono
diagnóstico de neoplasias mamárias em cadelas, do Serviço de Patologia Veterinária
da Faculdade deMedicina Veterinária de Araçatuba (FMVA), UNESP, cujométodo
implica em procedimentoseguro, pouco invasivo e de rápido resultado.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi analisado o diagnóstico citopatológico comparativamente ao diagnóstico
histopatológico de 32 neoplasias mamárias provenientes de 31 cadelas, do Serviço de
Patologia Veterinária da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de
Araçatuba. Os exames citológicos foram realizados aplicando-se o método de punção
biópsia aspirativa (PBA) e submetidos à coloração de panótico rápido. Para a
realização dos exames histopatológicos foram utilizadas peças cirúrgicas, fixadas em
formol a 10% durante 24-48 horas, e processadas segundo a técnica de rotina para
inclusão em parafina e, corados por Hematoxilina-Eosina. Os cortes histológicos foram
submetidos à análise em microscopia óptica, e as neoplasias mamárias classificadas
de acordo com o método proposto por Misdorp et al. publicado em 1999.
A fim de analisar a acurácia do exame citopatológico, foram verificados os diagnósticos
coincidentes em ambos os exames, frente ao total de casos analisados. Também foi
determinada a sensibilidade do exame citopatológico no diagnóstico de malignidade
(Cassali et al., 2007).
RESULTADOSE DISCUSSÃO
O estudo realizado permitiu o conhecimento da eficácia diagnóstica do exame
citopatológico de neoplasiasmamárias, particularmente na espécie canina, resultando
em 79,31% de acurácia, desconsiderando os casos em que o diagnóstico da
citopatologia resultou em materialinsuficiente ou inadequado. Comparado aos estudos
mais recentes,este índice se assemelha ao de Simon et al. (2009) que obteve 81%, e
difere dosresultadosapresentados porHaziroglu et al. (2010), Sá (2008) e Cassali et al.
(2007) que obtiveram índices superiores de acurácia, respectivamente 88,5%, 91% e
92,9%. Tal diferença nos índices de concordância provavelmente se deve ao fato dos
estudos supracitados terem considerado no exame citopatológicoo caráter
maligno/benigno e a origem celular, não classificandoquanto ao tipo de
neoplasia.Quando esses critérios foram aplicados no presente estudo a acurácia
resultou em 93,1%, assemelhando-se aos estudos relacionados acima.
Foi possível realizar uma correlação dos critérios de classificação histopatológica com
os achados citopatológicos, baseados na morfologia e arranjo celular predominante,
que possibilitou identificar na citologia, em 57,4% dos exames, os tipos de neoplasias
mamárias.
A sensibilidade do exame citopatológico em diagnosticar malignidade nas neoplasias
mamárias caninas, neste estudo, resultou em 96,4%, portanto considerada alta e muito
semelhante aos valores assinalados por Sontas et al. (2012) que observou 96,5%, em
contra partida superior ao resultado de 88% obtido por Simon et al. (2009).
Houve três casos (9,68%) em que o diagnóstico citopatológico foi inconclusivo devido a
material insuficiente ou inadequado, dos quais um carcinoma tubulopapilífero
diagnosticado na histopatologia, que apresentou na morfologia macroscópica formação
cística, o que provavelmente interferiu na recuperação de células viáveis para a análise
citológica. Segundo Raskin e Meyer (2003) o diagnóstico definitivo de algumas
275
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 099, 2013
neoplasias pelo exame citopatológico nem sempre é possível, sendo que essas
dificuldades estão associadas à colheita de amostras e outras são simplesmente
inerentes à natureza das neoplasias mamárias, que devido a considerável
heterogeneidade tecidual torna importante a obtenção de amostras de múltiplas áreas
de um mesmo tumor.
A não concordância dos resultados diagnósticos em ambos os exames realizados pode
estar relacionada à qualidade da técnica utilizada para a coleta dos espécimes,
heterogeneidade do tecido, e até mesmo relacionada à análise microscópica, já que
esta foi realizada por diferentes indivíduos.
CONCLUSÃO
A citopatologia aplicada como meio diagnóstico de neoplasias mamárias em cadelas,
particularmente no que se refere à determinação de malignidade, demonstrou ser
eficaz. No entanto, o exame citopatológico ainda requer uma padronização na análise
microscópica, preferencialmente quando realizado por vários observadores, o que
poderá incrementar a acurácia do exame.
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276
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 100, 2013
Franciele Basso Fernandes Silva¹; Juliana da Silva Leite²; Marcela Freire Vallim de
Mello²; Ana Maria Reis Ferreira²
a técnica descrita por Pires et al. (2006). Foram selecionados cinco cilindros de 1mm
de cada caso e confeccionado dois blocos de TMA, um com oito amostras e outro com
nove amostras. Em seguida foram confeccionados cortes histológicos corados em HE
para avaliação de cada cilindro e comparação com o corte histológico convencional.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste estudo, a investigação comparativa revelou que não havia diferenças
significativas nos parâmetros histológicos entre os cortes de tecido convencionais e os
cilindros de tecido do TMA. Mostrando que todos os cilindros de 1mm de diâmetro
selecionados a partir da área tumoral foram representativos, demonstrando as
características necessárias para a confirmação do diagnóstico. Dados semelhantes de
representatividade tumoral nos cilindros selecionados para o TMA foram registrados
em estudos realizados com tecidos neoplásicos humanos (Cunha et al., 2009;
Monnerat et al., 2010; Gonçalves et al., 2011). Em animais, o estudo de Wohlsein et al.
(2012) em tumores primários do sistema nervoso central de cães e gato, resultou em
95% dos cilindros avaliáveis. Para obter resultados mais representativos, uma seleção
cuidadosa das regiões de interesse foi realizada, pois uma escolha aleatória da região
que constituirá o TMA, não seria representativa devido à heterogeneidade intratumoral.
No presente estudo, foram detectados alguns problemas na confecção do TMA: três
cilindros foram perdidos (tombaram) durante o preenchimento do molde metálico com a
parafina líquida (3,53%); e na utilização do TMA: quatro cilindros foram mais
rapidamente desbastados durante a microtomia e nove apresentaram problemas
durante a confecção do corte histológico (dobras no tecido) (15,85%). Wohlsein et al.
(2012) observaram perda de aproximadamente 0,9% de cilindros durante o
processamento histológico e imuno-histoquímico. Paiva-Fonseca et al. (2013) ao
analisarem tumores de glândulas salivares estimaram em 3,7% os danos e perdas. Em
outros estudos as perdas de tecido, devido à presença do tecido tumoral limitado,
cortes de tecido com dobras ou com presença de áreas necróticas foram elevadas,
resultaram entre 5% e 33%, especialmente nos estudos com cilindros de 0,6 mm de
diâmetro ou menor (Gillett et al. 2000; Eguiluz et al. 2006; Cunha et al. 2009; Eckel-
Passow et al. 2010).
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos neste estudo, demonstraram que a técnica adaptada de TMA
descrita por Pires et al. (2006) é aplicável na análise da neoplasia mamária canina,
utilizando apenas um cilindro de 1 mm de diâmetro, reduzindo acentuadamente os
custos e o tempo da análise. Porém, a utilização de no mínimo três cilindros de cada
caso é recomendada para a construção do bloco de TMA, a fim de garantir que haja ao
menos um cilindro viável para a avaliação.
Agradecimentos
À CAPES e UFF pelo apoio financeiro.
Notas informativas
Comitê de ética no uso de animais (UFF), protocolo 114/2011
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 100, 2013
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Beatriz Rodrigues Berbel; Bianca Mariani Gonçalves; Tatiany Luiza Silveira; Marcela
Cazagrande Salvador; Helio Amante Miot; Luiz Henrique Araújo Machado
CONCLUSÃO
Ambas as técnicas de coloração mostraram-se eficazes para análise qualitativa na
marcação de lipídeos na epiderme, dependo da experiência do patologista. Quando
comparadas as análises digitais das imagens, a coloração de Sudan Red apresenta
melhor correlação, utilizando a largura e a área da imagem para fazer a mensuração
lipídica da epiderme, diminuindo a subjetividade da análise.
Os parâmetros aqui apresentados podem ser aplicados em análises de rotina na
mensuração de lipídeos no estrato córneo da epiderme.
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Camila Neri Barra¹, Ricardo de Francisco Strefezzi², Arina Lázaro Rochetti², Heidge
Fukumasu²
283
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 102, 2013
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285
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Daniela Araujo de Sousa¹; Livia Yumi Suzuki²; Kássia Valéria Gomes Coelho da Silva³;
Juliana da Silva Leite4; Marcela Freire Vallim de Mello4; Ana Maria Reis Ferreira4
286
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 103, 2013
287
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 104, 2013
RESUMO: A cavidade oral é o quarto sítio mais comumente atingido por neoplasmas
em cães. Porém, são escassos estudos relativos ao método de colheita citológica mais
adequado para a representação dessas lesões. Neste estudo testou-se a eficácia de
quatro métodos de colheita: decalque, escovação, escarificação e punção aspirativa
por agulha fina. Foram avaliadas 12 formações bucais e os resultados comparados
com o diagnóstico histopatológico. Todas as técnicas apresentaram elevada
especificidade, com sensibilidade inferior em amostras colhidas por decalque. A
colheita por escovação ofereceu resultados mais favoráveis, associando celularidade,
representatividade e preservação celulares, apresentando-se como uma alternativa de
eleição para o diagnóstico preliminar de tumores bucais em oncologia veterinária.
Palavras-chave: citologia; decalque; escarificação; escovação; neoplasmas
ABSTRACT:The oral cavity is the fourth most common site of neoplasia in dogs.
However, there are few studies about the most appropriate method of cytological
sampling for these lesions. This study tested the effectiveness of four sampling
methods: imprint, brushing, scraping and fine needle aspiration. We evaluated 12
proliferative oral lesions, and the results were compared with the histopathological
diagnosis. All techniques demonstrated high specificity with lower sensitivity in samples
collected by imprint. The harvest by brush offered more favorable results, associating
cellularity, cellular preservation and representativeness, presenting itself as an
alternative choice for the preliminary diagnosis of oral tumors in veterinary oncology.
key words: cytology; brushing; imprint; neoplasms; scraping
INTRODUÇÃO
Nos cães as neoplasias orais aparecem em quarto lugar em termos de incidência
(Liptak, 2007). Segundo Felizzola, 1999, os sítios de maior acometimento por
neoplasmas orais são gengiva, palato, mucosa jugal, lábios, e assoalho bucal, com
predomínio das formações gengivais. O diagnóstico histogênico dessas lesões é
viabilizado pela análise citológica e histopatológica. Estudos indicam uma baixa
sensibilidade da citologia relacionada a características anatômicas da região que
dificultam o acesso a determinados territórios bucais, assim como a natureza da lesão,
muitas vezes pobre em células, levando a resultados inconclusivos (Bernreuter, 2009).
Neste estudo, buscando-se a otimização do diagnóstico citológico de lesões bucais,
avaliou-se o uso de quatro técnicas de amostragem citológica em formações bucais
caninas, comparando-se os resultados com o diagnóstico histopatológico das lesões.
MATERIAL E MÉTODOS
Integraram o estudo cães portadores de formações orais, submetidos a anestesia
geral. Para a eleição do sítio de coleta foram priorizadas a facilidade de acesso à
região, evitando-se áreas francamente necróticas e hemorrágicas. Foram colhidas
amostras citológicas por decalque, escovação, esfoliação e punção aspirativa por
agulha fina (PAAF), nessa ordem, seguindo-se ao final a excisão de fragmento tecidual
para avaliação histopatológica. Foram confeccionadas 3 lâminas por método citológico
por caso, e coradas pelo método panótico. Nas amostras citológicas avaliou-se
celularidade, preservação celular, representatividade e debris. Para cada um dos
parâmetros foram conferidos escores, de (-) a (+++). A comparação entre os métodos
citopatológicos e histopatológicos foi procedida empregando-se tabelas de contingência
288
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 104, 2013
289
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 105, 2013
Lidia Hildebrand Pulz¹, José Guilherme Xavier³, Silvia Regina Kleeb³, José Luiz
Catão-Dias¹, Heidge Fukumasu², Ricardo de Francisco Strefezzi²
290
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 105, 2013
291
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 105, 2013
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Mayane Faccin, Doglas Lunardi, Marina Gabriela Possa, Fabricio Bernardi, Adolfo
Firmino da Silva Neto, Fabiana Elias
293
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 106, 2013
294
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 106, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 107, 2013
Natália Coelho Couto de Azevedo Fernandes - nccafernandes@yahoo.com.br .Instituto Adolfo Lutz (IAL),
Rodrigo Albergaria Réssio (IAL), Juliana Mariotti Guerra (IAL), Danilo Gouveia Wasques, Emerson
Ramos Nogueira (IAL), Maria Lucia Zaidan Dagli (USP)
DISCUSSÃO
O preparo dos emblocados celulares revelou-se simples em ambas as técnicas,
entretanto, o gel de agarose propiciou um corte com poucas células, dispersas e de
difícil análise, por isso não mostrou-se indicado para aplicação na rotina de laboratório,
nem para estudo imuno-citoquímico. Não foi possível preparar emblocados com o
remanescente do esfregaço, sendo indicada nova coleta. A técnica com líquido de
Bouin, apesar da redução do volume celular, gerou cortes com morfologia celular
preservada, especialmente nuclear. Isso favoreceu a análise das reações de anticorpos
com marcação nuclear, no caso anti-Ki67 e anti-PAX-5.
Sabe-se que a determinação do imunofenótipo, B e T, associado ao tamanho celular e
proliferação, são indicativos de prognóstico, podendo responder diferencialmente a
tratamentos (Valli, 2013). Portanto, uma modalidade de exame que permitisse a
avaliação destes três parâmetros, por exemplo utilizando anti-CD3 para linfócitos T,
anti-PAX-5 para linfócitos B e anti-Ki67 para determinação do índice de proliferação,
permitiria a caracterização da neoplasia e uma indicação para a conduta clínica
oncológica a partir do material de PAF.
CONCLUSÃO
A técnica de emblocado celular com Líquido de Bouin pode ser aplicada para
diagnóstico e imunofenotipagem de linfomas caninos.
297
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 107, 2013
Agradecimentos
À Sandra Lorente, Daniela Etlinger e Sônia Miranda do IAL, Marguiti Soares do
Laboratório de Oncologia Experimental da FMVZ-USP, laboratórios HISTOPET e R&K
Diagnóstico.
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298
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 108, 2013
Rodríguez R¹, Sandoval D¹, Quezada M¹, Ruiz A¹, Muñoz, D², Gómez-Laguna J³
incubando com anticorpo anti IL-10 e anti TNF-α, e logo revelados utilizando anticorpos
secundários conjugados com HRP e fluoróforos. As células imunorreativa foram
cuantificadas e expressadas como número de células positivas (grupo/hora) (n = 5).
RESULTADOS
Os porcos do grupo infectado, apresentaram dano pulmonar a partir de las 6 horas
depois da inoculação (score = 1,0) e até o final da experiência (score = 4,4),
observando-se um nível máximo à 48 horas depois da inoculação (score = 11,2). No
grupo infectado, observaram-se lesões pulmonais a partir das 48 horas depois da
inoculação, tais como acumulação de PMNs y macrófagos, dilatação de vasos linfáticos
e lesões necróticas.
Imunorreatividade positiva para ambas citocinas, no grupo controle mostraram níveis
basais ao largo do estudo. No grupo dos animais infectados, observou-se um aumento
na imunorreatividade positiva dos macrófagos pulmonares para IL-10 e TNF-α, a partir
das 6 horas depois da inoculação. Respeito aos macrófagos alveolares pulmonares
(MAPs) TNF-α positivos, apresentaram um aumento progressivo desde as 6 horas
depois da inoculação com um máximo à 48h. A contagem de macrófagos pulmonares
intersticiais (MIPs), para TNF-α demonstrou-se um aumento, desde as 6 depois da
inoculação com um máximo à 48horas depois da inoculação. No caso de IL-10 foram
alcançado níveis máximos entre as 48 e as 72 horas depois da inoculação.
DISCUSSÃO
Os porcos inoculados, apresentaram lesões histopatológicas características da
pleuropneumonia contagiosa porcina e relacionadas com a secreção de citocinas
proinflamatórias como TNF-α e antiinflamatória como IL-10 (Sharma et al., 1992;
Muñoz, 2010). A contagem celular, demonstrou imunorreatividade positiva para ambas
citocinas, concordante com um modelo de doença respiratória aguda (Sharma et al.,
1992; Muñoz, 2010). Os resultados obtidos, permitirão estabelecer as bases para um
diagnóstico apropriado e oportuno da doença.
CONCLUSÕES
As lesões observadas foram características da Pleuropneumonia Contagiosa Porcina;
sem causar a norte. Porém, foram mais intensas no fim da experiencia, isso poderia ser
influenciado pelos mediadores da inflamação. A expressão de TNF-α e IL-10, mostra
um comportamento monofásico ascendente dentro das primeras 48 horas depois da
inoculação, favorecendo inicialmente a inflamación e posteriormente, regulando o
processo inflamatório.
Agradecimentos
FONDECYT N ° 1111045, Lab. de Histopatologia, Fac C. Vet. UdeC.
Notas informativas
Projeto aprovado de acordo com as resoluções CE-7-2010 e CER-16-2013 do CBE da
Fac C. Vet. UdeC. Chile.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 109, 2013
301
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 109, 2013
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos cães avaliados, cinco animais eram machos e uma fêmea. Estudos anteriores
apresentam resultados contraditórios, com relatos de prevalência maior em machos
(Fingeroth et al., 1987) e em fêmeas (Montoliu et al., 2006). A idade dos cães variou de
8 a 13 anos, com média de 10 anos, sendo semelhante à relatada na literatura. As
raças acometidas estão descritas na Tabela 1. Boxer e poodle estão entre as raças
mais acometidas por meningiomas (Patnaik et al., 1986).
Neste trabalho, a localização espinhal foi a mais frequente (5/6), divergindo da literatura
em que o acometimento cerebral é o mais comum (Summers et al., 1995). Esse maior
número de meningiomas espinhais pode ser decorrente da maior facilidade em
localizá-los com os meios diagnósticos disponíveis nesta instituição, como a radiografia
e a mielografia. Já a ressonância magnética e a tomografia são os métodos de
diagnóstico indicados para neoplasias intracranianas.
Microscopicamente, quatro tipos de meningiomas foram diagnosticados. Os
meningoteliais (2/6) caracterizaram-se por ninhos de células poligonais com núcleo
redondo a ovalado, com moderada quantidade de material eosinofílico citoplasmático.
Os nucléolos eram predominantemente únicos e o índice mitótico baixo. Os
transicionais (2/6) caracterizaram-se por células fusiformes organizadas em pacotes e
células epitelioides espiraladas. O tipo angiomatoso (1/6) caracterizou-se por pacotes
de células epitelioides densamente celulares, cercado por espaços vasculares finos e
com numerosas hemorragias. O tipo anaplásico (1/6) apresentou células epitelioides
com atipia evidente e pleomorfismo nuclear acentuado, nucléolos únicos e múltiplos,
maior índice mitótico (9 mitoses/10 campos) e padrão infiltrativo. Todos os casos
apresentaram áreas multifocais de necrose. Observaram-se, em um caso do tipo
meningotelial, áreas de metaplasia óssea e cartilgionosa que podem estar presentes
em qualquer tipo histológico (Koestner e Higgins, 2002).
Os meningiomas apresentam forte coloração para colágeno e reticulina (Koestner e
Higgins, 2002) que podem ser visualizados pela coloração TM. Em quatro casos
observou-se no TM intensa marcação entre as células neoplásicas, principalmente
próximas às células fusiformes.
A expressão das diferentes proteínas na análise IHQ está representada na Tabela 1. A
marcação de vimentina apresentou positividade celular acima de 90% (Montoliu et al.,
2006). A marcação anti-S100 foi de intensidade variável e sempre menos intensa que a
vimentina. Os tipos transicionais foram GFAP negativo e nos demais casos (4/6), houve
marcação variável, o que difere da literatura que refere positividade apenas nos
fibroblásticos (Montoliu et al., 2006). O tipo anaplásico apresentou marcação fraca anti-
PCK (menos de 30% das células marcadas).
CONCLUSÃO
Observou-se que houve maior frequência de cães machos acometidos por
meningiomas espinhais. A positividade na IHQ anti-vimentina e anti-S100 fortalecem o
diagnóstico. A positividade no TM pode ser uma maneira mais acessível e de fácil
realização quando a IHQ não estiver disponível.
302
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 109, 2013
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305
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 110, 2013
CONCLUSÕES
A imuno-histoquímica mostrou-se específica para diagnosticar a infecção pelo BoHV-5,
possibilitando seu uso em amostras embebidas em parafina, entretanto sugere-se que
seja realizada em uma amostragem maior do que a apresentada neste trabalho.
Agradecimentos
À professora Renée Laufer Amorim (UNESP – Botucatu) pela disponibilidade do
laboratório de imuno-histoquímica; ao professor Rudi Weiblen (UFSM) pela cessão dos
anticorpos; a todos que colaboraram e contribuíram para a realização deste trabalho e
ao CNPq por financiá-lo.
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calves with bovine herpesvirus types 1 and 5. Archives of Virology, Austria, v.146, p.633-652, 2001.
306
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 111, 2013
307
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 111, 2013
309
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 112, 2013
Juliana Mariotti Guerra - jumariotti.vet@gmail.com (IAL), Lidia Midori Kimura (IAL), Hélid Raquel
Lautneschlaeger Rodrigues(IAL), Helena Hilomi Taniguchi (IAL), Roberto Mitsuyoshi Hiramoto (IAL),
José Eduardo Tolezano (IAL)
linfonodo e rim foram coletados em formalina a 10% tamponada com sais de fosfato e
submetidos a processamento histológico e inclusão em parafina. Após a microtomia, as
amostras foram coradas pela técnica de hematoxilina e eosina. Os mesmos fragmentos
foram submetidos a reação de imuno-histoquímica com recuperação antigênica por
calor úmido sob pressão em tampão citrato pH 6,0 por 3 minutos. A atividade da
peroxidase endógena foi bloqueada com solução de H2O2 (20 min/temperatura
ambiente). As lâminas foram incubadas com anticorpo policlonal anti-Leishmania
produzido em hamster no laboratório de investigações médicas (LIM-50 / FMUSP)
overnight a 4°C, lavadas com PBS pH 7,6 e depois incubadas com polímero de terceira
geração marcada com anticorpos secundários e enzima peroxidase (Life Technology®)
por 30 min, a
37°C. A revelação foi realizada com cromógeno (DAB) e contra-coloração com
hematoxilina.
RESULTADOS
Os resultados expressos em porcentagem de casos são expostos na tabela 1.
Dos 25 casos, 76% (19/25) e 84% (21/25) evidenciaram a presença do parasita em
pelo menos um órgão pelo exame histopatológico e pela reação de
imunohistoquímica,respectivamente. Dos órgãos analisados, o baço revelou a maior
positividade de identificação do parasita, 52% (13/25) dos casos, através da coloração
de hematoxilina e eosina, enquanto o fígado e o linfonodo apresentam ambos 83,33%
de positividade pela reação de imuno-histoquímica. O rim foi o órgão que apresentou
menor detecção do parasita para ambas as técnicas. Já na pele, obteve-se a maior
diferença de detecção entre os dois exames.
DISCUSSÃO
Tanto o exame histopatológico convencional com coloração de hematoxilina e
eosina quanto a imuno-histoquímica revelaram a presença de estruturas compatíveis
com amastigotas do gênero Leishmania spp. nos mais diferentes tecidos fixados em
formalina e incluídos em parafina, em cães sorologicamente positivos. A identificação
de amastigotas em seções coradas com HE apresenta baixa sensibilidade,
especialmente nos rins, pulmões, sistema nervoso central e testículos (Ferrari et al.,
2010). Em nosso estudo, dos cinco órgãos analisados, o rim foi o que revelou menor
porcentagem de casos positivos.
Segundo Costardi 2009, 85% dos animais sorologicamente positivos, com esem
sintomatologia clínica, analisados pelo exame de IHQ apresentaram positividade para o
parasita. Resultados muito semelhantes aos nossos. Nesse mesmo trabalho, o
linfonodo foi escolhido como o órgão de eleição para realização do exame. O linfonodo
e o fígado exibiram a mesma positividade de casos para IHQ, enquanto o baço foi o
órgão com melhores resultados pelo HE.
CONCLUSÃO
A técnica de imuno-histoquímica é mais sensível para a detecção de amastigotas do
gênero Leishmania spp. em tecidos fixados em formalina e incluídos em parafina. Os
resultados indicaram linfonodo e o fígado como órgãos de eleição para o diagnóstico
de leishmaniose visceral canina por esse método.
311
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 112, 2013
Agradecimentos
À Profa. Vânia L. R. da Matta (Depto. Patologia – FMUSP); aos participantes da Sub
Rede Estadual de Laboratórios para Diagnóstico e Pesquisa das Leishmanioses no
Estado de São Paulo do Instituto Adolfo Lutz; equipe dos Centros de Controle de
Zoonoses de Bauru e Espírito Santo do Pinhal.
REFERÊNCIAS
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visceral americana canina. Boletim Epidemiológico Paulista 2009; 6(67).
VIEIRA J.B.F., COELHO G.E. Leishmaniose visceral ou calazar: aspectos epidemiológicos e
de controle. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 1988;31(II):85-92.
COSTARDI M.L. Imunohistoquímica para cães positivos para leishmaniose visceral.
Dissertação apresentada para obtenção do título de mestrado em Ciência Animal.
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2009.
FERRARI H.F, CARREIRA V.S., MOREIRA M.A.B., et al. Morphological,immunohistochemical and
molecular study of renal lesions in canine visceral leishmaniasis (CVL). Veterinária e Zootecnia. 2010
mar.; 17(1):123-131.
312
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 113, 2013
DISCUSSÃO
Na próstata canina a expressão da p53 foi relatada por Croce et al. (2011) tanto no
tecido prostático normal quanto no carcinoma, bem como nas lesões proliferativas e
atípicas da próstata canina. Já neste estudo a expressão da p53 foi verificada em
próstatas caninas com carcinoma, PIN e PIA, não sendo observadas naquelas normais
e com HPB. Segundo Stricker et al. (1996), e Tsujimoto et al. (2002), em humanos com
CP e PIN, quanto maior a expressão da p53 maior probabilidade de progressão da
doença devido a índices proliferativos mais elevados e a um fenótipo mais agressivo.
Da mesma forma, é possível que os casos de CP e PIN deste estudo em que houve
acentuada marcação para p53 pudessem apresentar comportamento mais agressivo
em relação àqueles em que não houve marcação, já que também apresentaram
acentuada atipia morfológica. Entretanto, a maioria dos CP não apresentou marcação
expressiva da p53, o que pode representar fator favorável no desenvolvimento do
câncer prostático em cães e explicar os poucos casos de CP que evoluem de forma
mais agressiva no cão. Ainda, de acordo com Stricker et al. (1996), nos casos de CP
humano em que a expressão da p53 foi pouco expressiva, o câncer não progredia.
Quando comparada a expressão da p53 nos casos de CP e PIN não houve diferença,
com expressão acentuada em ambas as alterações, o que estreita a relação entre as
lesões e reforça o potencial maligno da PIN e corrobora os descritos de Tsujimoto et
al., (2002). Wang et al. (2009) afirmaram que a p53 mutante é frequentemente
encontrada em tecidos com inflamação crônica, como gastrites e colites. Tsujimoto et
al. (2002) também detectaram p53 na atrofia inflamatória pós-atrófica da próstata em
humanos, semelhante ao que ocorreu com a PIA neste estudo. Destaque-se que neste
estudo os focos de PIA apresentaram maior expressão de p53 em relação aos de PIN
314
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 113, 2013
315
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 114, 2013
1. Médica Veterinária, Doutora em Ciência Animal, Escola de Veterinária e Zootecnia (UFG), Goiânia,
GO, Fiscal Estadual Agropecuário, Jataí, GO. carolrochavet@hotmail.com
2. Médica Veterinária, Doutoranda em Ciência Animal, EVZ, UFG, Goiânia, GO,
3. Acadêmicas do curso de Medicina Veterinária, UFG, Campus Jataí, Jataí, GO, Brasil,
4. Professor Adjunto III, Setor de Patologia Animal, Depto de Med Vet, EVZ, UFG,Goiânia, GO
317
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 114, 2013
REFERÊNCIAS
AMARAL, A.V.C.; OLIVEIRA, R.F.; SILVA, A.P.S.et al. Tumor Venéreo Transmissível Intra-Ocular em
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318
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 115, 2013
1. Médica Veterinária, Doutora em Ciência Animal, Escola de Veterinária e Zootecnia (UFG), Goiânia,
GO, Fiscal Estadual Agropecuário, Jataí, GO. carolrochavet@hotmail.com
2. Médica Veterinária, Doutoranda em Ciência Animal, EVZ, UFG, Goiânia, GO,
3. Acadêmicas do curso de Medicina Veterinária, UFG, Campus Jataí, Jataí, GO, Brasil,
4. Prof Adjunto II, Setor de Patologia Animal, Deto de Med Vet da Universidade Federal de Brasília,
5. Prof Adjunto III, Setor de Patologia Animal, Departamento de Medicina Veterinária, EVZ, UFG.
319
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 115, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Foram obtidos três fragmentos de TVT de 20 cães portadores da neoplasia em sua
forma genital e não submetidos a tratamento quimioterápico prévio. O primeiro
fragmento destinou-se a confirmação do diagnóstico e classificação citomorfológica do
TVT por meio de exame citopatológico, segundo critérios estabelecidos por Floréz et al.
(2012). O segundo fragmento foi utilizado para a avaliação da expressão
imunoistoquímica da proteína C-MYC, realizada em uma lâmina de microarranjo
tecidual (TMA) (Bubendorf et al., 2001). Para isso, os fragmentos foram processados,
incluídos em parafina e avaliados à coloração de HE, seguindo-se a escolha da área
tumoral a ser utilizada na confecção do bloco de TMA, bem como a realização do
estudo imunoistoquímico. As lâminas de TMA com as amostras de TVT foram
incubadas com anticorpo primário monoclonal mouse anti-human C-MYC Ab-2, clone
9E10.3, na diluição de 1:50. DAB foi utilizado como cromógeno e hematoxilina de
Mayer para a contracoloração. A expressão tecidual da proteína C3 MYC foi analisada
considerando o percentual de imunomarcação em escores: (C0) ausente, (C1) 1-25%,
(C2) 26-50%, (C3) 51-75% e (C4) 76-100%.
O terceiro fragmento serviu ao diagnóstico molecular do TVT, pela identificação do
rearranjo molecular LINE-1/C-MYC, representada pela ampliação de um fragmento de
340pb (Fonseca et al., 2012). O controle negativo dos testes moleculares consistiu de
uma amostra de mastocitoma canino e duas amostras de sangue periférico de cães
hígidos. Como controle positivo utilizou-se o gene da hemoglobina humana, que
apresenta amplificação de uma banda de 480pb. Os dados foram analisados
descritivamente.
RESULTADOS
Na classificação citomorfológica do TVT o tipo plasmocitoide predominou em 45% das
amostras, seguido dos tipos linfocitoide (30%) e misto (25%). À análise da PCR
verificou-se a presença do rearranjo molecular do elemento LINE-1 no gene CMYC,
pela amplificação de um fragmento de aproximadamente 340pb, em todas as amostras
do TVT. Nas amostras de mastocitoma canino e sangue de cão normal, utilizadas
como controle negativo, não houve ampliação do referido fragmento. O gene da
hemoglobina humana, utilizado como controle positivo, amplificou um fragmento de
aproximadamente 480pb e esteve presente tanto nas amostras de TVT quanto
naquelas do grupo controle negativo. À análise imunoistoquímica observou-se
imunomarcação da proteína C-MYC em expressão máxima (C4) em todas as amostras,
independente do padrão citomorfológico do TVT.
DISCUSSÃO
À avaliação citomorfológica o TVT tipo plasmocitoide ocorreu com maior frequência à
semelhança do descrito por Amaral et al. (2007), que observaram maior ocorrência do
tipo plasmocitoide em amostras de TVT genital e extragenital primário ou metastático.
Os resultados da PCR comprovam a sensibilidade à detecção do rearranjo LINE-1/C-
MYC no TVT canino, visto que somente as amostras da neoplasia amplificaram a
banda de 340pb, o que também está de acordo com o descrito por Murgia et al. (2006).
A superexpressão tecidual da proteína C-MYC em todos os tipos citomorfológicos do
TVT pode ser atribuída à ocorrência de mutação no gene CMYC, em princípio, pela
ocorrência do rearranjo molecular comprovado. De acordo com Faria & Rabenhorts
(2006), células diferenciadas expressam baixos níveis de C-MYC, em virtude de sua
meia vida curta. Assim, sugere-se que a alteração no gene C-MYC implique na síntese
de proteína alterada, com redução ou ausência de função da mesma e acúmulo no
tecido neoplásico. Ainda, infere-se que tal falha funcional compreenda um dos fatores
da manutenção tumoral, bem como possivelmente implique em proliferação celular
continuada e progressão tumoral (Pelengaris et al., 2002), considerando que nessa
condição a proteína C-MYC não executa suas atividades relacionadas ao controle do
ciclo celular, especialmente aquelas desencadeadoras de vias apoptóticas.
320
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 115, 2013
CONCLUSÕES
A inserção do elemento LINE-1 no gene C-MYC caracteriza alteração molecular
específica para o TVT canino, independente do padrão citomorfológico. A
superexpressão tecidual da proteína C-MYC ocorre nos diferentes padrões
citomorfológicos do TVT e indica redução e/ou perda de funcionalidade da mesma no
microambiente tumoral, o que possivelmente representa um dos fatores de
manutenção do crescimento celular e progressão da neoplasia.
REFERÊNCIAS
AMARAL, S.A.; BASSANI-SILVA, S.; FERREIRA, I.; FONSECA, S.L.; ANDRADE, E.H.F.; GASPAR,
J.F.L.; ROCHA, S.N. Caracterização citomorfológica do tumor venéreo transmissível canino. Revista
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canine transmissible venereal tumor. Veterinary Clinical Pathology, Madison, v.41, n.1, p.3-5, 2012.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 116, 2013
322
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 116, 2013
324
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 117, 2013
326
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 117, 2013
REFERENCIAS
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ORTIZ, L. C; GARZÓN, A. O; RODRIGUÉZ, B. J. [2011]. Cytodiagnosis trends at the animal pathology
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WITHROW, S.J.; VAIL, D.M.;PAGE, R.L. Small Animal Clinical Oncology. St. Louis, Missouri :
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 118, 2013
Gómez-Laguna J.¹, Islas A., 2Rodríguez R.², Ruiz A.², Carrasco L.³, Quezada M.²
329
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 119, 2013
OUTROS
330
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 119, 2013
332
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 120, 2013
pomada antibiótica na ferida experimental (G1: água mineral + pomada; G2: água
magnetizada + pomada; G3: água-de-coco + pomada; G4: água mineral;
G5: água magnetizada; G6: água-de-coco). Após o preparo cirúrgico dos animais
(tricotomia, assepsia e anestesia), com auxilio de um bisturi circular de 6 mm foram
realizados quatro pontos de feridas cirúrgicas, na região torácica dorsal, com dois
centímetros de distância entre elas. Foram realizadas biopsias nas bordas de cada
ferida distinta aos 7, 14, 21 e 30 dias após a indução das mesmas. Foi admitida como
amostra controle amostras de pele dos animais. Os tecidos foram fixados em solução
formalina (10%) e encaminhados para o processamento histológico para confecção das
secções para posterior avaliação. Para observação de fibras colágeno (tipos I e III)
utilizou-se a coloração de picrosirius (Junqueira et al., 1979) e para observação das
fibras elásticas utilizou-se a coloração de Verhoeff (Prophet et al., 1992).
Os cortes histológicos submetidos à coloração de picrosirius foram observados em
microscópio de luz polarizada e fotografados no aumento de 200x. Para o cálculo do
percentual de colágeno pelo método de planimetria por contagem de pontos, colocou-
se, sobre cada imagem, uma grade, onde os pontos de interseção coincidentes com as
fibras de colágeno (tipos I e III) foram contados e os percentuais de colágeno foram
calculados pela fórmula a seguir: Colágeno tipo I ou tipo III (%) = (nº de pontos (tipo I
ou tipo III) x 100)/ nº total de pontos contados
Os cortes histológicos submetidos à coloração de Verhoeff foram observadas em
microscópio de luz e fotografados e analisados como descrito anteriormente.
Contaram-se todas as fibras elásticas presente nos campos observados e calculouse a
área de observação, descartando-se as regiões de anexos cutâneos, superfície
epidérmica e vasos sanguíneos. Posteriormente, foi calculada a relação de fibra
elásticas por μm2, para cada grupo, de acordo com a fórmula a seguir: Relação de
fibras elásticas (FE/μm2 = (nº de fibras elásticas contadas)/ área analisada (μm2)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores percentuais das fibras de colágeno tipo I ou tipo III e os valores da relação
de fibras elásticas com a área de tecido analisado (FE/μm2), obtidos pela análise das
fotomicrografias dos cortes histológicos estão apresentados na tabela 1. A análise
estatística, que considerou como variáveis independentes os tipos de
tratamento e o momento da biopsia, revelou que houve diferença significativa
(P<0,001) entre todos os grupos e a pele normal, o que indica que a presença da ferida
interferiu na expressão das fibras de colágeno. Com relação ao momento da biopsia,
os valores de fibras de colágeno não apresentaram diferença significativa.
No caso das fibras elásticas, o Grupo 3 se diferenciou de todos os demais grupos e o
Grupo 4 apresentou os maiores valores de FE/μm2. O tempo da coleta não interferiu
na relação do percentual de fibras tipo I ou III, que não se alterou ao longo do tempo,
dentro dos grupos. O tipo de colágeno predominante, em todas as coletas, em todos os
grupos foi o colágeno tipo I, o mesmo que é citado por Montes (1996) como sendo o
tipo de colágeno padrão predominante na pele sem alteração.
334
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 120, 2013
CONCLUSÕES
O tipo de tratamento recebido interferiu na expressão das fibras elásticas porém, o
tempo da coleta não interferiu na expressão de fibras elásticas, sendo que a relação
FE/μm2 não se alterou ao longo do tempo, dentro dos grupos.
Notas informativas: Protocolo de aprovação pela Comissão de Ética no Uso de Animais
da UFV: Processo Nº 65/2010.
REFERÊNCIAS
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335
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 121, 2013
Adriano Tony Ramos¹, Rosane Maria Guimarães Silva¹, Marcello Machado¹, Marco
Augusto Giannoccaro Silva², Paulo César Maiorka³, Fabiano Mendes de Cordova²
336
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 121, 2013
Poucos dados estão disponíveis na literatura a respeito das lesões por arma de fogo
em procedimentos de eutanásia, assim como sua contribuição para o sucesso do
método. Desta forma, e com base na ampla utilização do método no país, este trabalho
teve como objetivos identificar e caracterizar as lesões por arma fogo em equídeos e a
sua relação com a eficácia do procedimento.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram considerados dados de 4 equinos e 4 muares, positivos para AIE, eutanasiados
por tiro de arma de fogo na cabeça, na cidade de Araguaína-TO. Foi utilizada
espingarda carabina calibre .22, com projéteis tipo ogiva. Os disparos foram efetuados
por policial militar designado pela Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins, a
uma distância aproximada de 1,5 m. Foram alvejados um a um em uma cova de 6x3x3
m, onde foram enterrados. O ponto para a entrada do projétil seguiu o estabelecido por
órgãos oficiais (Brasil, 2013; NFACC, 2013). A angulação da arma deve estar alinhada
com a linha do pescoço para que o projétil se aloje no pescoço (NFACC, 2013;
COONEY et al., 2012). A análise das lesões foi feita por observação macroscópica dos
danos teciduais encefálicos (2 animais) e ósseos (8 animais).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Três animais receberam um único tiro fatal. Dois animais receberam dois tiros, dois
receberam três tiros e um recebeu quatro tiros. O insucesso do primeiro tiro foi devido
especialmente a: dificuldade de contenção adequada no interior da cova, presença de
outros animais e inexperiência do executor para a tarefa. Os ferimentos de entrada
foram observados nos ossos frontal e nasal. As lesões foram caracterizadas por
pequenos orifícios de entrada na pele (0,3 a 0,6 mm) e halos de hematoma (1 a 2,5
cm) no tecido subcutâneo. No periósteo ao redor dos orifícios havia hematomas (2 a 3
cm) com sinais de tecido carbonizado. No plano ósseo os orifícios de entrada (0,5 a 1
cm) eram de contorno redondo a oval. Havia sinais de funil de Bonnet, e Sinais de
Benassi, caracterizados por coloração enegrecida por pólvora ou chumbo do projétil ao
redor dos orifícios. Os pontos de saída (3 a 6 cm) foram observados especialmente na
base do crânio por extensa fratura dos ossos basisfenoide e basoccipital, com
esquírolas e fragmentos ósseos no tecido circunjacente. Tiros abaixo do local
recomendado penetraram caudalmente nos ossos nasais ou na parte rostral dos ossos
frontais, atingindo o seio paranasal frontal rostralmente à cavidade craniana, não
ocasionando morte imediata. Tais tiros saíram rostralmente à base do crânio, na região
das coanas, atingindo os ossos etmoide, vômer, pterigoide e palatino e as conchas
nasais etmoidais; um animal apresentou dano nas conchas nasais dorsal e ventral. Em
um dos casos o projétil saiu pela parede medial da órbita direita, entre a parte orbital do
frontal e asa do esfenoide. Nos animais que receberam mais de um tiro, o tiro fatal foi o
último e o único a penetrar na cavidade craniana; os outros disparos atingiram o fundo
da cavidade nasal. Devido às dificuldades de contenção, nenhum disparo foi
exatamente no plano mediano. Em um dos casos foram atingidos os lobos frontal e
temporal, tálamo e hipotálamo. No outro caso houve lesão no sentido rostrocaudal do
lobo piriforme, tronco do encéfalo e cerebelo, o que indica correta angulação da arma
com a linha do pescoço, como preconizado no método por órgãos estrangeiros
(NFACC, 2013).
CONCLUSÕES
As lesões ósseas e encefálicas indicaram danos importantes, capazes de ocasionar a
insensibilização e o óbito imediatos. A aplicação correta do método é eficaz na
minimização de sofrimento com apenas um único disparo e a arma e a munição
utilizadas são adequadas para o procedimento.
Agradecimentos
À Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (ADAPEC-TO).
337
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 121, 2013
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338
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 122, 2013
Gisele Fabrino Machado - giselem@fmva.unesp.br (UNESP), (FMVA), Hugo Enrique Orsini (UNESP),
(FMVZ), Janete Madalena da Silva (UNESP), (FMVA)
RESUMO: Um cão, filhote da raça Bulldog foi encontrado morto após ser alimentado
com ração comercial seca. No exame necroscópico foi revelada obstrução total do
lúmen traqueal superior por grãos não digeridos de ração. A traquéia e brônquios
continham líquido espumoso e os pulmões mostraram congestão moderada e
petéquias multifocais. O estômago estava preenchido por conteúdo alimentar seco,
pouco mastigado, sugerindo ingestão rápida. Os intestinos estavam vazios, compatível
com um longo intervalo de tempo entre a ingestão de alimentos. Não há outras
doenças subjacentes significativas. Foi observada lesão relacionada com a síndrome
obstrutiva das vias aéreas braquicefálicas (BAOS). A causa da morte foi asfixia por
sufocação (devido ao bloqueio das vias aéreas). Este é um relato da clássica síndrome
―Café Coronary‖, raramente vista na literatura veterinária.
Palavras-chave: asfixia acidental; asfixia por alimento; cães braquicefálicos
ABSTRACT: A Bulldog puppy was found death by the owners some time after had
been fed with dry commercial food. Necropsy examination revealed a complete lumen
obstruction of the upper tracheal tract with a non digested piece of dog food. The
trachea and bronchi contained foamy liquid and the lungs were moderated congested
with some petechiaes on surface. The stomach was full of dry dog food poor chewed,
suggesting fast ingestion. The empty small intestines was in accordance with a long gap
on time between food ingestion. No other significant underlying diseases were present.
Any lesion related with brachycephalic airway obstructive syndrome (BAOS) was
observed. The cause of death asphyxia was related with suffocation by choking (due to
blockage of the internal airways). This is a classical description of café coronary
syndrome a situation that has not been widely reported in veterinary literature.
Key words: accidental asphyxia; brachycephalic dogs; food asphyxia
INTRODUÇÃO
"Café coronary" é um termo cunhado por Haugen (1963) para descrever a morte súbita
e inesperada que ocorre durante a alimentação devido à oclusão acidental das vias
aéreas por alimento. Em humanos adultos, a maioria das mortes ocorre em frente a
testemunhas que geralmente relatam a ocorrência de um "ataque cardíaco" durante a
ingestão de alimento, frequentemente por pessoas alcoolizadas (Kumar et al., 2008).
Apenas durante a realização da necropsia é possível verificar a obstrução da glote por
um bolo de alimento pouco mastigado (Byard et al., 2003). Esta condição é raramente
descrita em animais (Will et al., 1979; Byard et al., 2003) e, embora a obstrução da
traqueia seja reconhecida como uma condição que oferece perigo à vida, os relatos
geralmente são de obstrução parcial (Freitas et al., 2010; Mattoon et al., 1997; Mair e
Lane, 1990; Dimski, 1991) onde a identificação precoce dos sinais de obstrução e a
intervenção terapêutica são primordiais para a sobrevivência do paciente (Roach e
Krahwinkel, 2009). As causas mais comuns de obstrução traqueal reportadas na
literatura veterinária incluem corpos estranhos e tumores traqueais (Roach e
Krahwinkel, 2009). Um caso de morte resultante asfixia por sufocamento é descrito em
um cão jovem da raça Bulldog Inglês.
MATERIAL E MÉTODOS
Um cão da raça Bulldog, fêmea com 40 dias foi encaminhado ao Serviço de Patologia
da UNESP-FMV-Araçatuba para determinação da causa mortis. Segundo o proprietário
não foi observada nenhuma alteração no comportamento do cão. O animal foi
alimentado pela primeira vez no período da manhã e foi encontrado morto após duas
horas.
339
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 122, 2013
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O animal apresentava bom estado corporal e mucosas aparentes congestas. No lúmen
traqueal verificou-se presença de corpo estranho, identificado como pellet de ração que
ocluía completamente a luz da traqueia na altura da glote, além de edema intenso,
caracterizado pela presença de líquido sero-sanguinolento aerado. Os pulmões se
apresentavam moderadamente congestos com petéquias superficiais. Ao corte deixava
fluir sangue espumoso. O coração apresentava dilatação da câmera ventricular direita.
Fígado e baço estavam difusamente congestos. Os rins aparentavam congestão difusa,
mais evidente na junção cortico-medular. O estômago exibia-se repleto de alimento
(ração). Os intestinos estavam completamente vazios, apenas no reto havia presença
de material fecal. No encéfalo foi verificada congestão dos vasos superficiais. A
avaliação histopatológica evidenciou, nos pulmões, congestão vascular difusa a
moderada associada à hemorragia e edema alveolar difuso. Também havia múltiplos
focos com enfisema a atelectasia, mais evidentes em lobos apicais. Brônquios e
bronquíolos apresentavam a luz livre de material estranho. Fígado com congestão
sinusoidal e degeneração vacuolar com distribuição difusa. Demais órgãos sem
alterações significativas, exceto congestão.
Asfixia pode ser definida como uma injúria causada por deficiência de oxigênio
(hipóxia) que envolve todas as condições e sequelas causadas pela interrupção ou
impedimento do suprimento e utilização de oxigênio nos tecidos. Por outro lado, o
termo sufocamento, na medicina forense, é usado de forma restrita, por motivos
práticos, para casos onde ocorre concentração inadequada de O2 no ambiente
(sufocamento ambiental); obstrução mecânica do nariz e da boca, bloqueio das vias
respiratórias internas (choking) e compressão da cavidade torácica (asfixia mecânica).
O diagnóstico de asfixia pode ser problemático se não houver indícios de injúria interna
ou externa, ou obstrução do trato respiratório, e as condições da morte não forem
conhecidas em detalhe (Delmonte e Capelozzi, 2001).
Cães braquicefálicos apresentam frequentemente uma combinação de más formações
nas vias aéreas superiores (ex. estenose das narinas, palato mole mais longo, sacos
da laringe invertidos, colapso da laringe), o que resulta em intolerância ao exercício,
aumento do esforço inspiratório e cianose, em alguns casos resultando em perda
temporária de consciência e inabilidade para respirar adequadamente (Pichetto et al.,
2011). Alterações como estas poderiam servir como fator predisponente à aspiração do
alimento, mas não foram evidenciadas no exame macroscópico. Problemas associados
a café coronary syndrome em humanos adultos incluem desordens neurológicas,
psiquiátricas, consumo de drogas e afecções da cavidade oral (Wick et al., 2006). Em
crianças, pode estar relacionada a falta de entendimento na quantidade de comida
apropriada a ser ingerida, mastigação inadequada devido a dentição incompleta, ou o
fato de brincar e falar enquanto se alimenta (Byard, 1994). No presente caso, o
estômago dilatado com ração não mastigada e o intestino delgado sem conteúdo
sugerem que o cão ficou um longo período sem ser alimentado. Podemos inferir que
houve um entusiasmo excessivo do mesmo ao ingerir o alimento. Neste caso, o fator
predisponente foi um erro no manejo alimentar do cão. Com até 10 semanas de idade
o filhote deve ser alimentado 4-5 vezes ao dia em pequenas porções, e é recomendado
manter o horário constante (Lazzarotto, 2001), em média uma refeição a cada 5 horas.
Segundo as informações do proprietário, era um domingo e ele dormiu até mais tarde,
tendo alimentado o animal apenas às 11 horas da manhã. As lesões histopatológicas
dos pulmões estão de acordo com as descritas em humanos que sofreram asfixia
aguda por sufocamento. Delmonte e Capelozzi (2001) destacam a presença de
enfisema. Edema também pode ser observado, mas segundo os autores este último é
atribuído ao aumento da permeabilidade capilar em decorrência da hipóxia.
340
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 122, 2013
CONCLUSÕES
Casos de engasgo são relativamente comuns sem serem fatais. Casos de café
conorary syndrome raramente são descritos em animais. As alterações macroscópicas
e histopatológicas foram compatíveis com asfixia por sufocamento, e o histórico sugere
que o engasgo resultou da impulsividade do animal ao ingerir a ração. Embora
nenhuma alteração compatível com a síndrome do trato respiratório dos cães
braquicefálicos tenha sido observada, as particularidades anatômicas da região da
cabeça podem ter contribuído para a dificuldade de expulsão do bolo alimentar e a
consequente asfixia. A manutenção de manejo nutricional adequado para filhotes é
essencial, em especial para estes as raças braquicefálicas.
REFERÊNCIAS
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DELMONTE, C.; CAPELOZZI, V.L. Morphologic determinants of asphyxia in lugs – A semiquantitative
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DIMSKI, D.S. Tracheal obstruction caused by tree needles in a cat. Journal of the American Veterinary
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341
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 123, 2013
342
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 123, 2013
Desse modo, o objetivo deste trabalho foi descrever a ocorrência de cirrose hepática
em Geochelone carbonaria criado em cativeiro, como um valioso registro sobre o
segundo caso desta doença no Brasil.
CASO CLÍNICO
Uma fêmea da espécie Chelonoidis carbonaria, de aproximadamente 16 anos de idade
pesando 9kg, foi encaminhada ao Hospital Veterinário Universitário (HVU) da
Universidade Federal do Piauí (UFPI), com histórico de anorexia, apatia, micção
constante e fezes líquidas por um período de 4 dias, o animal alimentava-se de ração,
flores e frutos. À anamnese a temperatura aferida foi de 38,7ºC e a suspeita clínica foi
de corpo estranho. O animal permaneceu internado recebendo terapia de suporte vindo
a óbito no 10º dia de internação. O animal foi encaminhado ao Setor de Patologia
Animal da UFPI para exame anatomopatológico.
Fragmentos de fígado coletados durante a necropsia foram fixados em formalina
tamponada a 10%, processados, incluídos em parafina, cortados a 5μm de espessura
e corados com Hematoxilina-Eosina (HE).
RESULTADOS
À necropsia a cavidade celomática apresentava grande quantidade de líquido aquoso
de coloração levemente amarelada. O exame das vísceras revelou fígado de
consistência firme, superfície irregular com presença de nódulos de regeneração de
distribuição difusa por todos os lobos, de diâmetro de 0,5cm a 4cm, de coloração
variando do amarelo ao vermelho claro.
O exame histopatológico dos fragmentos de fígado revelou tecido hepático com
arquitetura completamente desorganizada, intensa proliferação de tecido conjuntivo
delimitando ―ilhas‖ de hepatócitos com o citoplasma vacuolizado, deslocando o núcleo
para a periferia (degeneração e necrose) e células hepáticas em necrose. Havia
infiltrado de eosinófilos no parênquima hepático, retenção de grande quantidade de
pigmento biliar nos canalículos biliares e nos hepatócitos (colestase), e proliferação de
ductos biliares.
DISCUSSÃO
Nos últimos anos, dado os recentes avanços da medicina veterinária, os animais têm
sobrevivido mais tempo e com melhor qualidade de vida do que em décadas passadas.
Com isso, as doenças crônicas têm constituído uma importante fração dos distúrbios
que acometem essas espécies. Dentre essas doenças, a cirrose é considerada uma
das mais prevalentes em animais idosos (Dimski 1999).
Em humanos a cirrose é caracterizada pela presença de três características: 1) septos
fibrosos em ponte que substituem múltiplos lóbulos adjacentes, 2) nódulos
parenquimatosos criados por regeneração de hepatócitos e 3) perda da arquitetura de
todo o fígado. A patologia está associada principalmente ao alcoolismo (60%-70% dos
casos) e à hepatite viral (10% dos casos) (Crawford, 2000).
Os achados histopatológicos estão compatíveis com outro estudo realizados sobre o
assunto que descreve na espécie Geochelone carbonaria, fígado com superfície
irregular, coloração pálida, microscopicamente foi observado presença de tecido
conjuntivo, macrófagos com pigmento marrom escuro no citoplasma, hepatócitos
dilatados com grandes vacúolos, que se assemelhavam a gotículas lipídicas e núcleos
marginais (Guedes e Lavalle, 2004).
Os sinais clínicos mais prevalentes em cães com cirrose incluem perda de peso,
apatia, inapetência ou anorexia, diarréia, icterícia, distúrbios neurológicos, ascite,
polidipsia, poliúria (Johnson, 2004), intolerância ao exercício, vômito, hemorragias
mucocutâneas e anestro (Twedt, 1985). Sinais clínicos encontrados neste caso.
Em veados a provável causa de cirrose é ingestão de plantas tóxicas ( Blankenship et.
al., 1976) em ovinos está relacionada a deficiência nutricional e assemelham-se a
cirrose de roedores induzida experimental usando uma dieta com baixos níveis de
343
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 123, 2013
344
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 124, 2013
Elaine Gonçalves de Oliveira¹, Aline Pereira Martins¹, Georgia Brenda², Hiro Goto5,
Francisco Assis Lima Costa³, Maria das Graças Prianti4
1. Alunos de Graduação em Med Vet, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Piauí,
2. Doutoranda em Ciência Animal, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Piauí,
3. Profdo Curso de MV, Centro de Ciências Agrárias/Dep de Clínica e Cirurgia Vet, Univer Fed do Piauí,
4. Pesquisadora/Bolsista DCR, Centro de Ciências Agrárias/Departamento de Clínica e Cirurgia
Veterinária, Universidade Federal do Piauí, Teresina, Piauí, Brasil. mgprianti@gmail.com
5. Profa e Pesquisadora, Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo.
RESUMO: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença crônica grave que afeta seres
humanos e animais. Alterações renais são caracterizadas por glomerulonefrite (GN) e
nefrite intersticial. Há evidências de que as citocinas inflamatórias tais como IL-1 B, IL-
4, podem estar envolvidas na patogênese da GN (MAIN et ai. 1992). Neste estudo
foram utilizados camundongos BALB / c infectados com amastigotas de L. chagasi,
para avaliar a presença de citocinas (IL-1 B e IL-4) nas lesões renais. Os resultados
sugerem que as citocinas IL-4 e IL-1 B participam na modulação da resposta imune da
glomerulonefrite experimental na LV em modelo murino.
Palavras-chave: glomerulonefrites; interleucina-1B; interleucina 4; leishmaniose
visceral
ABSTRACT
Visceral leishmaniasis (VL) is a serious chronic disease that affects humans and
animals. Kidney changes is characterized by interstitial nephritis and glomerulonephritis
(GN). There is evidence that inflammatory cytokines such as IL-1B, IL-4, may be
involved in the pathogenesis of GN (MAIN et al. 1992). This study used BALB/c mice
infected with amastigotes of L. chagasi in order to evaluate cytokines (IL-1B and IL-4) in
the renal lesions . The results suggest that the cytokines IL-4 and IL-1B participate in
the modulation of the immune response of the LV experimental glomerulonephritis in a
murine model.
Keywords: glomerulonephritis; interleukin-1B; interleukin 4; leishmaniasis visceral
INTRODUÇÃO
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença crônica causada por um parasito
intracelular obrigatório que atinge órgãos do sistema fagocítico mononuclear (SFM)
como linfonodos, baço, fígado e medula óssea (DUARTE, 2000). Nos rins, as
alterações se caracterizam por nefrite intersticial e glomerulonefrite (GN) proliferativa,
ocasionada por aumento das células intrínsecas do glomérulo, ou por infiltrado
glomerular de células inflamatórias extrínsecas (TISHER & BRENNER, 1994).
Existem evidências de que citocinas inflamatórias como IL-1B, IL-4, IL-10 etc., podem
estar envolvidas na patogenia da GN (MAIN et al., 1992). Em trabalhos anteriores do
nosso grupo foi constatada a presença de hipercelularidade e de citocinas em
glomérulos de cães com LV (COSTA et al, 2010) Neste estudo foram utilizados
camundongos da linhagem BALB/c infectados com amastigotas de L. chagasi com o
objetivo de avaliar citocinas (IL-1B e IL-4) nas lesões renais em camundongos.
MATERIAL E MÉTODOS
24 Camundongos BALB/c foram infectados com amastigotas de L.chagasi e 18 foram
inoculados com RPMI 1640 (grupo controle). Após 7, 15 e 30 dias de infecção, os
grupos de camundongos foram sacrificados, para coleta do rim que foi preservado para
realização de técnica de biologia molecular. Foi realizada a extração de RNA total e as
concentrações finais foram ajustadas para 200 ng/μL; em seguida obteve-se o cDNA. A
345
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 124, 2013
quantificação da expressão de mRNA de IL-4 em tecido renal foi realizada por PCR em
Tempo Real. β-actina foi utilizada como gene de referência das reações. A expressão
de IL1-B foi verificada por reação de imunoistoquímica utilizando-se a coloração de
imunoperoxidase. Para a analise estatística foi utilizado o programa GraphPad Prisma
V.3 statistical software (Califórnia, Estados Unidos). Foram consideradas diferenças
significantes quando p< 0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os experimentos demonstraram que a expressão de mRNA da citocina IL-4 em relação
à B-actina é maior no grupo de camundongos com 7 dias pós infecção, sendo que a
expressão de IL-4 nos animais controles e com 15 dias pós infecção, se mantiveram
iguais (Fig.1). Esses resultados demonstraram que na fase inicial da doença, há
predomínio de inibição da resposta imune, levando ao aumento do número de células
glomerulares, como observado previamente (Prianti, 2005).
A análise semi-quantitativa da expressão de IL-1B mostrou que não havia diferença
entre os animais dos grupos controle não infectados e aos 7 dias pós-infecção; porém
quando comparamos os grupos de 15 e 30 com os dois primeiros grupos (controle e 7
dias pós-infecção) observou-se uma diferença significativa ( Fig.2). Esse resultado
sugere que IL-1B, também, é importante na modulação da glomerulonefrite na
leishmaniose visceral experimental em camundongo.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos sugerem que as citocinas IL-4 e IL-1B participam da modulação
da resposta imunológica da glomérulonefrite na LV experimental em modelo murino.
Agradecimentos
CNPq, FAPEPI, etc.
REFERÊNCIAS
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and modulation of apoptosis in the pathogenesis of glomerulonephitis in visceral leishmaniasis. BMC
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TISHER, C. C.; B, BRENNER. Renal Pathology with clinical and funcional correlations. Philadelphia,
Lippincott. 1994.
346
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 125, 2013
Aline Pereira Martins (bolsista do PIBIC/UFPI), Maria das Graças Prianti (bolsista DCR), Elaine
Gonçalves de Oliveira (Graduanda Vet-UFPI), Rivelilson Mendes de Freitas (CCS/UFPI), José Arnaldo
Sá Júnior (Graduando em Biomedicina CET) Francisco Assis Lima Costa (Orientador,DCCV-UFPI)
CONCLUSÕES
Os resultados sugerem que acetato de carvacrol é nefrotóxico na concentração 0,05%,
tanto em animais não infectados como nos infectados.
Agradecimentos
CNPq, FAPEPI, etc.
REFERÊNCIAS
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348
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 126, 2013
Raimundo Alberto Tostes¹, Edilson Caron¹, Filipe Krasinski Cestari², Marília Melo
Favalesso³, Natália de Lima da Silva²
350
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 126, 2013
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352
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 127, 2013
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A relação dos casos de tumor em globo ocular está descrita na tabela a seguir.
Dum total de 3150 casos recebidos pelo serviço referentes à histopatologia de todos os
órgãos e tecidos, 168 casos, representando 5,33%, eram casos oftálmicos (olho e
anexos) e destes, sete (4,16%) eram tumores em globo ocular de cães. Os animais
acometidos eram adultos (média de 9 anos), sendo prevalentes quanto ao sexo as
fêmeas e quanto à raça os SRD. Os tumores apresentaram-se com distribuição difusa,
principalmente estendendo-se da íris e corpo ciliar até preencher todo segmento
posterior. A maioria das neoplasias caracterizou-se como melanoma primário. Todos os
achados corroboram com dados da literatura (Pereira et al., 2000; Galán et al., 2009;
Conceição et al., 2010). Houve dois casos (4 e 7) em que se fez necessária a imuno-
histoquímica para caracterizar a etiologia do processo e confirmar o diagnóstico. São
casos de neoplasias menos comuns em bulbo ocular e caracterizaram-se como
metastático, com maior probabilidade de serem secundários, visto que TVTs caninos
353
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 127, 2013
extragenitais têm sido relatados, porém a maioria dos casos extragenitais são resultado
de heteroimplantação ou auto implante. Metástase hematogênica ou por via linfática
são muito incomuns (Rodrigues et al., 2001), portanto, no caso 4, a auto implantação é
provável, pela presença neoplásica em bulbo peniano, e o caso 7, trata-se de
hemangiossarcoma multicentrico, não havendo parâmetros claros que determinem a
origem do tumor (Cullen e Popp, 2002). A imuno-histoquímica é um método sensível e
específico de estabelecer um diagnóstico em um subconjunto de tumores oculares. O
uso da técnica aumenta a utilidade do diagnóstico e pode mudar o manejo clínico do
animal.
No caso 6 de melanocitoma não houve dificuldade diagnóstica uma vez que
apresentou achando característico com boa delimitação o que corrobora com o descrito
por Labelle e Labelle (2013).
Agradecimentos
Processos nº2011/51269-4 e nº2013/01926-4, Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP).
CONCLUSÕES
As neoplasias em globo ocular são raras quando comparadas ao acometimento em
outros tecidos, porém são de suma importância uma vez que preponderam-se tumores
malignos que culminam perda da visão e até mesmo do bulbo ocular.
REFERÊNCIAS
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354
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 128, 2013
355
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 128, 2013
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os sinais clínicos relatados foram que os animais apresentavam queda no consumo de
alimento, dificuldade respiratória, buscavam locais de maior oxigenação como o local
de entrada de água do tanque, nadavam na superfíciee com comportamento anormal,
boiavam e evoluíam para a morte. À necropsia, a lesão principal em todos os peixes foi
encontrada bilateralmente nas brânquias na forma de manchas brancas multifocais
alongadas nas lamelas branquiais de aproximadamente 3mm, principalmente
localizados na base e no topo da lamela. Em alguns locais dos nódulos brancos, as
lamelas estavam fusionadas. Em alguns peixes havia grande quantidade de muco na
superfície. Alguns animais apresentavam opacidade de córnea e petéquias na no
ventre e na superfície do opérculo. Os sinais clínicos e os achados macroscópicos são
semelhantes ao relatado por Crespo et al. (1990). De acordo com estudo de Schmidt-
Posthaus et al. (2012) em peixes de vida livre, os agentes da doença epiteliocística
foram encontrados em períodos de verão, o que coincide com a época de mortalidade
do peixes do presente estudo ter ocorrido em um período quente no estado de Goiás
neste ano.
À microscopia das brânquias verificou-se hiperplasia e fusão multifocal e acentuada de
lamelas secundárias e infiltrado inflamatório linfocitário moderado. Nestas áreas, foram
encontrados vários cistos esféricos basofílicos granulares intracitoplasmáticos
circundados por uma membrana eosinofílica. Além disso, havia necrose multifocal e
discreta de extremidade de lamelas secundárias. Nenhuma lesão foi encontrada nos
demais órgãos. Os achados microscópicos são semelhantes aos relatados por Crespo
et al. (1990), Lewis et al. (1992), Crespo et al. (2001), Nowak & Lapatra (2006) e Lai et
al. (2013). Para Nowak & Lapatra (2006); Lai et al. (2013) o exame microscópico é o
meio para identificar a doença, pois de acordo com Nowak & Lapatra (2006) o agente
não pode ser cultivado por meios microbiológicos. Além disso, os autores afirmam que
os epiteliocistos podem ser vistos macroscopicamente, mas o histopatológico é o
método usado para o diagnóstico definitivo.
De acordo Nowak & Lapatra (2006), a presença dos epiteliocistos nem sempre causam
mortalidade. No entanto, neste caso a mortalidade ocorreu por lesões graves nas
branquiais e na histologia pode-se observar uma grande quantidade de epiteliocistos,
além de ausência de achados em outros sistemas.
Neste caso, a densidade populacional e as condições ambientais estavam favoráveis
aos peixes, no entanto, o início da mortalidade ocorreu após a introdução de peixes
selvagens nos tanques. Pode-se sugerir que os peixes de vida livre introduziram o
agente infeccioso, o que provocou um quadro de hiperinfecção observado na
microscopia. De acordo com Frances et al. (1997), peixes de vida livre e de criadouro
podem apresentar epiteliocistos, mas esses são mais sensíveis. De acordo com
Schmidt-Posthaus et al. (2012) a introdução de espécies de vida livre em criadouros
provoca impactos na saúde dos animais e no ambiente por poderem gerar casos novos
ou (re)emergentesde doenças, incluindo os agentes da doença epiteliocística.
CONCLUSÃO
Os achados macroscópicos e, principalmente, os microscópicos permitiram concluir o
diagnóstico de branquiite linfocitária multifocal e acentuada associada a cistos
basofílicos e granulares condizentes com doença epiteliocística em matrizes de
Matrinchã (Brycon cephalus). O possível motivo da hiperinfecção deveu-se a
introdução de peixes de livre em tanques de matrizes de criadouro. Esteé o primeiro
relato de hiperinfeccção e mortalidade de epiteliocistos em peixes no Estado de Goiás.
356
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 128, 2013
REFERÊNCIAS
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357
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 129, 2013
aspecto de noz moscada (THORBURN 1934; DÖBEREINER et al, 1969; LUGT et al,
1991, 1992). A alteração histopatológica mais característica é a necrose hepática
centro lobular.
O Objetivo deste trabalho é relatar a ocorrência de intoxicação por Cestrum axillare em
caprinos no Agreste de Pernambuco.
MATERIAL E MÉTODOS
Os dados epidemiológicos e clínicos foram obtidos junto aos proprietários e veterinários
responsáveis pelos rebanhos, durante visitas a propriedades nos Municípios de
Jurema, Agreste do Estado de Pernambuco. Dois caprinos intoxicados por C. axillare
foram necropsiados. Destes caprinos se coletaram fragmentos de tecidos das
cavidades torácica e abdominal, além do sistema nervoso central. Esses fragmentos
foram fixados em solução de formol a 10% e posteriormente enviados para o
Laboratório de Diagnóstico Animal do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal
da UFRPE (LDA/DMFA/UFRPE), onde foram processados rotineiramente, corados por
hematoxilina e eosina (HE) e analisados em microscopia de luz. Com o objetivo de
estudar a epidemiologia da doença foram visitadas outras propriedades nos dois
Municípios mencionados. Amostras de sangue foram coletadas para análise das
atividades séricas de GGT, AST e bilirrubinas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A doença ocorreu em abril de 2013, no Município de Jurema, Agreste de Pernambuco.
A propriedade onde a doença foi observada era pequena, com menos de 10 ha, onde
são criados bovinos de corte. Havia na propriedade oito caprinos que eram criados
para consumo na propriedade. Segundo o histórico obtido na fazenda, os caprinos
ingeriram as folhas de C. axillare por causa da escassez de forragens que ocorreu em
todo o semiárido de Pernambuco devido à estiagem que durou mais de 12 meses.
Dois caprinos adoeceram e morreram após apresentarem um quadro clínico
característico da intoxicação aproximadamente 14 dias após a observação dos
primeiros sinais clínicos. Os níveis séricos de AST, GGT e bilirrubinas estavam
elevados nos dois caprinos.
Os principais sinais cínicos consistiram em anorexia, apatia, sonolência, gemidos,
andar cambaleante, hipotonia ruminal, constipação, fezes ressecadas contendo muco e
sangue e decúbito esternal prolongado seguido de morte. Os achados de necropsia
consistiram em fígado com acentuada congestão, aumentado de volume e com a
superfície de corte com aumento do padrão lobular. Hemorragias focalmente difusas
também foram observadas. A vesícula biliar estava distendida pela presença de
conteúdo e com a mucosa edemaciada. No coração havia hidropericárdio e
hemorragias petequiais no epicárdio. Na cavidade abdominal havia líquido ascítico; o
conteúdo dos divertículos pré-gástricos estavam ressecados e no conteúdo do cólon e
reto havia muco e sangue. À histopatologia havia acentuada necrose de coagulação
centro lobular associada à congestão. À inspeção das áreas onde os caprinos
pastavam verificou-se grande quantidade de arbustos de C. axillare, com sinais de
herbivoria.
Em outras propriedades da região não foram identificados históricos de intoxicação por
C. axillare em caprinos. Porém em bovinos foram identificados vários históricos.
O diagnóstico da intoxicação por C. axillare foi realizado tendo como base os dados
epidemiológicos, clínicos, patológicos e principalmente devido ao histórico de
consumido da planta associada à lesão hepática sugestiva.
O quadro clínico nos caprinos foi similar aos relatados na literatura científica em
bovinos. Geralmente, os sinais da intoxicação são observadas 15-24h após a ingestão
da planta e a morte ocorre entre 6 e 48h após o aparecimento dos sinais clínicos
(Döbereiner et al. 1969). Porém, a evolução da doença nos caprinos desse estudo foi
subaguda, com a morte ocorrendo 14 dias após a observação dos primeiros sinais
clínicos.
359
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 129, 2013
360
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 130, 2013
RESUMO: O gato doméstico é alvo de maus tratos desde tempos remotos. Estudos
demonstram que eles sofrem com dois tipos principais de atos maliciosos, que são a
intoxicação exógena intencional por praguicidas e traumas, sendo que este último pode
ter natureza acidental ou não acidental. Deste modo, deve ser realizado um exame
necroscópico minucioso, para verificar a extensão do trauma e os órgãos afetados,
porque podem ocorrer lesões internas resultantes. Na casuística do Serviço de
Patologia Animal da FMVZ-USP entre 1998 e 2012, foram localizados 90 casos de
lesões traumáticas em gatos, sendo destes 41,1% fêmeas, 27,8% machos e 31,1% não
informado, com 67,8% animais com até 2 anos de idade. Em 54,4% dos casos as
lesões foram contundentes, em 36,7% dos casos, perfurocontundentes, em 3,3%,
perfurocortantes e em 5,6 % foram outros tipos. Nos últimos anos, vem aumentando a
demanda por necropsias com fins periciais, e o exame acurado dos traumas é
fundamental à elucidação de casos suspeitos de maus tratos.
Palavras-chave: medicina veterinária legal; gato doméstico; lesão não acidental.
ABSTRACT: The domestic cat is a target of cruel acts since ancient times. Studies
have shown that they suffer from two main types of malicious acts, as intentional
poisoning by pesticides and blunt force trauma, and the latter may have accidental or
non-accidental nature. Therefore, it has to be performed a thorough necroscopic
examination, to verify the length of the injuries and the affected organs, because there
may present internal resulting damages. There have been identified 90 cases regarding
blunt force trauma in cats in the casuistic of the Veterinary Pathology Service of FMVZ-
USP between 1998 and 2012. Among them, 41.1% were female, 27.8% male and for
31.1% data were not informed; 67.8% of them were up to 2 years-old. In 54.4% of
cases the injuries were blunt force trauma, in 36.7% of cases, stab wounds, at 3.3%,
incised-stab wounds and 5.6% were other types. In recent years, the demand for
necropsies with forensic purpose has been increasing, and a careful examination of the
trauma is key to the elucidation of cases concerning suspicious animal abuse.
Key words: forensic veterinary medicine; domestic cat; non-accidental injuries.
INTRODUÇÃO
Os gatos domésticos são o alvo de maus tratos, quando comparados aos cães (Marlet
e Maiorka, 2010). Ao analisar a casuística de necropsia de gatos domésticos do
Serviço de Patologia Animal da FMVZ-USP, verificou-se que em 29,66% havia lesões
altamente sugestivas de maus tratos, sendo que destas, 24,6% eram relacionadas a
traumas (de Siqueira et al, 2012). Na Medicina Veterinária, os traumas mais
observados são aqueles provenientes de energias vulnerantes de ordem mecânica,
química e física (Merck, 2007). Com relação as energia de ordem mecânica, na qual há
modificação do estado de repouso ou de movimento de um corpo, há lesões
produzidas em uma parte ou em todo o corpo, dependendo do objeto e da quantidade
de força empregados. Os meios utilizados na propagação deste tipo de energia variam
desde armas como punhais, instrumentos de socos, facas, punhais, máquinas, até
punhos, pés e dentes (França, 2012). Embora seja considerado o relato dos
proprietários, no qual eles descrevem como ocorreu aquele trauma, cabe ao médico
veterinário patologista dissecar, descrever e documentar detalhadamente todas as
361
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 130, 2013
DISCUSSÃO
Conforme estudos anteriores, os animais afetados têm até dois anos de idade, pelo
fato de os animais nesta fase apresentarem maior propensão a explorar o ambiente
(Munro e Thrusfield, 2001; Marlet e Maiorka, 2010). Os traumas encontrados neste
estudo apresentam características de lesões não-acidentais; características de animais
atropelados, tais como sujidades em pelos e garras fraturadas não foram encontradas
362
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 130, 2013
(Merck, 2007). A maioria dos traumas ocorreu em tórax, com a maioria das lesões
contundentes gerando fratura da caixa torácica e lacerações pulmonares em alguns
casos, diferentemente da literatura (Munro e Thrusfield, 2001, 2001). Entretanto,
conforme relatos anteriores, em traumas abdominais com ruptura visceral, o fígado é o
mais afetado (Munro e Thrusfield, 2001). Salienta-se a importância de o animal ser
radiografado, para verificar a localização e a extensão das lesões.
CONCLUSÕES
Os achados deste estudo sugerem que os traumas produzidos por energia de ordem
mecânica, oriundos possivelmente de golpes produzidos por instrumentos rígidos,
frequentemente causam lesões graves nos gatos, como fraturas ósseas e rupturas de
vísceras. O estudo destas lesões e de sua natureza é crucial na investigação de casos
suspeitos de maus tratos.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à CAPES e ao CNPq pelo auxílio financeiro em forma de bolsas
de doutorado.
REFERÊNCIAS
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domestic cats: a review of 191 cases. J Feline Med Surg, v.14, n.10, p.723-728, 2012.
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363
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 131, 2013
365
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 131, 2013
REFERÊNCIAS
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Tóxicas do Brasil. Editora Helianthus, Rio de Janeiro, RJ, 586p.
366
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 132, 2013
RESULTADOS
Dos 207 animais submetidos a necropsias documentadas, 90 eram caninos domésticos
(43,5%), 88 felinos domésticos (42,5%), 12 aves (incluindo 8 pombas, 2 papagaios, 2
mandarins e 1 canário) (5,8%), 8 equinos (3,9%), 4 bovinos (1,9%), 3 ovinos (1,4%), 1
suíno (0,5%) e 1 felino selvagem (leão) (0,5%). Quanto ao sexo, observaram-se 84
machos (40,6%) e 79 fêmeas (38,2%), com 44 animais sem sexo informado nos
registros (21,3%). Animais sem raça definida (n=106, 51,2%) predominaram contra
aqueles com raça definida (n=81, 39,1%) e não informada ou não aplicável (n=20,
9,7%). Referente à idade, 94 animais possuíam menos de 1 ano (45,4%), seguido por
41 animais entre 3 a 9 anos (19,8%), 28 entre 1 a 3 anos (13,5%) e 11 acima de 9 anos
(5,3%); não foram encontrados registros sobre a idade de 33 animais (15,9%). Desses
207 animais, 47 foram encaminhados por centros de controle de zoonoses (22,7%) e
43 por delegacias de polícia (20,8%) por meio de boletins de ocorrência (B.O.); os
demais (n=117, 56,5%) foram encaminhados pelo hospital veterinário da USP ou pelos
proprietários dos animais.
A tabela 1 mostra a frequencia das causas de morte nos 207 animais e, a tabela 2, a
ocorrência das diferentes moléstias principais observadas nos animais. O Gráfico 1
mostra a distribuição do número de necropsias documentadas por ano.
DISCUSSÃO
O aumento da demanda por necropsias documentadas com fins periciais é evidente
quando se compara o número total desse tipo de exame realizado no ano de 2009
(n=3, 1,4%) em relação ao primeiro semestre de 2013 (n=20, 9,7%, até o mês de
maio). Este aumento reflete a evolução da medicina veterinária legal nos últimos anos,
sendo decorrente, principalmente, da maior conscientização de proprietários e
profissionais da área em relação aos processos judiciais referentes a danos contra
animais (Cooper e Cooper, 2008). Nota-se também o grande número de necropsias
documentadas realizadas em felinos domésticos (n=88, 42,5%), refletindo a tendência
destes animais em serem vítimas de maus-tratos e abuso (de Siqueira et al., 2012).
Quanto à idade, os animais com até um ano de idade são a maioria (n=94, 45,4%), o
que pode ser explicado pela maior suscetibilidade dos animais muito jovens a doenças
infecciosas e morte por condições congênitas, além do comportamento exploratório,
que pode facilitar o contato com agentes tóxicos exógenos (Beaver, 2003). Os choques
tóxicos exógenos foram a principal causa de morte dos animais submetidos à
necropsia documentada (n=45, 21,7%), tendo como principal agente tóxico identificado
o carbamato. Dentre as moléstias principais, encontraram-se em maior número os
traumas (n=56, 27,1%) por decorrência de um caso de óbito em massa de 35 cães e
368
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 132, 2013
369
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 133, 2013
Francisco Lima Costa (UFPI); Larissa Feitosa Gonçalves (UFPI); Ângela Paulino
Campos (UFPI); Micherlene da Silva Carneiro (UFPI); Elis Freitas Silva (UFPI);
Vanessa Castro (IB)
RESULTADOS
A prova de soroaglutinação microscópica (SAM) detectou oito amostras reagentes das
139 analisadas. Foram utilizados os oito animais soropositivos na SAM e seis
soronegativos para a análise dos dados.
A técnica de imunoperoxidase demonstrou antígeno de leptospira em 60 suínos dos
139 analisados. A avaliação semi-quantitativa realizada em 23 suínos, revelou que o
antígeno estava presente em maior quantidade nas células epiteliais tubulares, seguido
pelas células glomerulares, células intersticiais, células epiteliais parietais da cápsula
de Bowman e células inflamatórias (P < 0,05; Teste de Kruscal-Wallis).
Depósitos de IgG, em um padrão granular, foi observado no endotélio de capilares
glomerulares, como marcação focal, global e segmentar, na cápsula de Bowman, no
endotélio dos capilares intertubulares, e em células epiteliais tubulares. IgM foi
observada no endotélio de capilares glomerulares, em um padrão granular,
apresentando uma marcação difusa e global, e no endotélio dos capilares
intertubulares. A imunocoloração para IgA foi observada no endotélio de capilares
glomerulares, em um padrão granular, com marcação focal, global e segmentar; na
cápsula de Bowman, e no endotélio dos capilares intertubulares. IgM e IgA em
glomérulo estavam presentes em intensidade maior nos suínos infectados em
comparação aos não infectados. A presença de IgM era significantemente maior,
também, nos capilares intertubulares. A imunomarcação para IgG no glomérulo era
maior nos suínos não infectados do que nos infectados.
DISCUSSÃO
Depósitos de imunoglobulinas em glomérulos, pode ser decorrente da formação de
complexo imune circulante (Noronha et al., 1995), ou de uma reação cruzada com
proteínas da membrana basal glomerular em casos de glomerulonefrite anti-membrana
basal glomerular, como tem sido observado no homem (Craig et al., 2009).
Neste trabalho, o primeiro caso parece improvável, pois, apesar de alguns estudos
apontarem para esse mecanismo (Noronha et al., 1995), sabe-se que a sobrevivência
de leptospiras nos rins decorre da falta de ativação do sistema complemento (Meri et
al., 2003) e essa ausência do complemento não favorece a formação de complexo
imune. No segundo caso, mais provável, ainda não
conhecemos a ação de anticorpos anti-membrana basal glomerular nos animais, à
exceção do cão em casos de nefropatia hereditária (Thorner et al., 1989), de modo que
esse aspecto não pode ser esclarecido neste trabalho. Por outro lado, depóstios de
IgM, IgA, IgG e C3 tem sido observado no alvéolo pulmonar do homem e em coabaias
infectadas experimentalmente com leptospiras, como parte da síndrome de
Goodpasture (Craig et al., 2009), sugerindo que esse mesmo processo possa ocorrer
também nos rins (Croda et al., 2010).
CONCLUSÃO
Concluímos que antígeno de leptospiras no rim de suínos está relacionado a depósitos
de IgM e IgA mas não a depósitos de IgG.
371
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 133, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 134, 2013
373
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 134, 2013
CONCLUSÃO
A baixa incidência do processo, a localização da neoplasia, assim como as
características epidemiológicas e clínicas sustentam a importância do presente relato,
que visa contribuir adicionando dados à literatura desta neoplasia.
REFERÊNCIAS
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375
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 135, 2013
1. Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, IFNMG – Campus Salinas (IFNMG), Fazenda Varginha,
gabriel.carvalho@ifnmg.edu.br
2. Departamento de Veterinária, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa-MG, Brasil.
RESUMO: Este trabalho teve por objetivo avaliar o processo de reparação cicatricial
em feridas experimentais de coelhos tratados oralmente com água magnetizada e com
água-de-coco, visando entender se esse processo terapêutico influencia a reparação
de feridas. Utilizaram-se 30 coelhos da raça Nova Zelândia Branca, divididos em seis
grupos com diferentes tratamentos por via oral (água mineral, água magnetizada e
água-de-coco). Três desses grupos receberam pomada antibiótica na ferida
experimental. Feridas cirúrgicas foram realizadas no dorso dos animais e foram
avaliadas clinicamente quanto: edema, halo eritematoso, tempo de cicatrização e
tempo de epitelização. Os animais que ingeriram água magnetizada e água-de-coco
apresentaram o menor tempo de cicatrização e de epitelização. A ingestão de água
magnetizada e de água-de-coco influenciou o processo reparação tecidual. Porém,
mais estudos são necessários para se elucidar o mecanismo de ação deste processo
terapêutico.
Palavras-chave: cicatrização; epitelização; pele
ABSTRACT: This study aimed to evaluate the repair process in experimental wounds
of rabbits treated orally with magnetic water and coconut water, in order to understand
whether this therapeutic process influences the skin wounds repairing. Were used 30
rabbits New Zealand White divided into six groups with different oral treatments (mineral
water, magnetized water and coconut water), and these, three groups received
antibiotic ointment on the experimental wound . Surgical wounds were made on the
backs of the animals and were clinically evaluated from the characteristics of the
wounds: edema, erythematous halo, healing time and time of epithelialization. The
animals that ingested magnetized water and coconut water showed the lowest time of
healing and epithelialization. The ingestion of the magnetized water and coconut water
influenced the tissue repair process, but more studies are needed to elucidate the
mechanism of action of this therapeutic process.
Key words: epithelialization; healing wound; skin
INTRODUÇÃO
A aplicação do magnetismo como ferramenta terapêutica, tanto em medicina humana
como veterinária, apresenta resultados diferentes, sendo em alguns casos positivos,
inclusive na terapêutica cirúrgica. A variedade de aplicações descritas na literatura para
água que recebe tratamento magnético é vasta, entretanto, os mecanismos de
tratamento magnético devem ser estudados mais profundamente (Duan et al., 2012).
A água-de-coco possui diversas propriedades funcionais, como solução de hidratação
oral, suplemento protéico, capacidade diurética, poder antioxidante (Campbell-Falck et
al., 2000). Há estudos que demonstram que o uso da água-decoco liofilizada no
tratamento tópico de feridas demonstrou influência positiva no processo cicatricial
(Magalhães, 2007).
No intuito de verificar a hipótese de que a ingestão de água-de-coco e de água
magnetizada pode influenciar em determinados processos biológicos no organismo
animal, este trabalho teve por objetivo avaliar a reparação de feridas em animais
tratados oralmente com esses tipos de água.
376
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 135, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 30 coelhos da raça Nova Zelândia Branca, divididos em seis grupos
com diferentes tratamentos por via oral, sendo que três desses grupos receberam
pomada antibiótica na ferida experimental (G1: água mineral + pomada; G2: água
magnetizada + pomada; G3: água-de-coco + pomada; G4: água mineral; G5: água
magnetizada; G6: água-de-coco). Após o preparo dos animais cirúrgico dos animais
(tricotomia, assepsia e
anestesia), com auxilio de um bisturi circular de 6 mm foram realizados quatro pontos
de feridas cirúrgicas, na região torácica dorsal. Foram feitas medições das feridas até o
dia que ocorresse o evento da cicatrização. Sendo assim, foram registrados os valores
das medidas para os dias 0 (0h, 6h e 12h), 1 (24h), 2 (48h), 3 (72h), 4 (96h), 5 (120h),
6 (144h) e 7 (168h) após a realização das feridas.
Para a análise de redução da ferida, utilizou-se paquímetro digital e adotou-se
metodologia adaptada de Almeida (2006) e Castro et al. (2009), usando-se duas
medidas perpendiculares (a) (b) da lesão para posterior cálculo da área, em mm2, a
qual foi calculada pela seguinte fórmula A = _ ab, onde _ = 3,1415.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em todos os grupos experimentais, as feridas não apresentaram edema, halo
eritematoso ou sinal de clínico de infecção, possuindo as condições adequadas para o
desenvolvimento do processo de cicatrização (Moura, 2004). Na tabela 1 encontram-se
os valores médios do tempo de cicatrização e epitelização das feridas. Os valores das
médias das áreas (mm2) das feridas dos animais, ao longo do período experimental,
nas horas 0, 6, 12, 24, 48, 72, 96, 120, 144, 168 após a realização das feridas foram
convertidas em um modelo de regressão e estão representados na figura 1. A
regressão das feridas nos grupos tratados com pomada diferenciou (P<0,001) dos
grupos que não receberam pomada topicamente.
377
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 135, 2013
378
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 136, 2013
Hassan Jerdy Leandro; Rachel Bittencourt Ribeiro; Raphael Mansur Medina; Maria
Aparecida da Silva; Eulógio Carlos Queiróz de Carvalho
379
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 136, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
No estudo foram usados 16 suínos mestiços com idade aproximada de 65 a 70 dias (2
meses e 1 semana) de vida, pesando em média 30 kg para aquisição dos bulbos
oculares. Após a eutanásia as cabeças foram separadas do restante do corpo para
melhor manuseio. Com um bisturi e uma lâmina tamanho 24 e uma pinça dente de rato
foi possível remover o bulbo ocular de sua órbita.
Após a enucleação os olhos foram identificados e separados individualmente direito e
esquerdo. Dos olhos esquerdos foi retirado o humor aquoso das câmaras posterior e
anterior e humor vítreo do corpo vítreo. A retirada dos humores foi realizada com
seringa de 5 ml e agulha tamanho 25 x 0,8 mm, o humor aquoso foi retirado por
punção, através da córnea e o humor vítreo através do nervo óptico. A quantidade dos
humores retirados das câmaras era mensurada na seringa. Após a retirada dos
humores a agulha foi mantida no orifício e foi realizada a injeção de formol 10% neutro
e tamponado na quantidade respectiva de humor retirado. Ao término das injeções do
fixador os olhos preenchidos foram imersos em formol 10% neutro e tamponado na
quantidade de 15x do fixador.
Os olhos direitos, depois de serem retirados de suas órbitas foram identificados,
separados e imersos individualmente em um recipiente contendo formol 10% neutro e
tamponado no volume de 15x do fixador. Os olhos foram mantidos nessas condições
por 48 horas no mínimo para se obter uma boa fixação do tecido ocular.
Na clivagem foi utilizada uma técnica que consistiu em um primeiro corte longitudinal
tangente à córnea, sem comprometer o cristalino, entretanto, expondo todo interior do
bulbo ocular permitindo a visualização de todos seus elementos. Em seguida foi feito
outro corte longitudinal a partir do nervo óptico passando desta vez por todos
constituintes do órgão visual obtendo-se uma amostra representativa de todas
estruturas oculares ao término da clivagem.
Posteriormente a clivagem, as amostras foram submetidas ao processamento
histológico de rotina para inclusão em parafina, cortados em micrótomo rotativo a 5
micrômetros e corados pela Hematoxilina-Eosina (HE) para avaliação da preservação
das estruturas histológicas do globo ocular.
RESULTADOS
Algum grau de descolamento da retina foi observado, macro e microscopicamente,
após a fixação por imersão e por injeção da solução fixadora de formalina em todos os
globos oculares.
Em sete olhos fixados através do método de imersão houve descolamento da coróide
da esclera. Apenas em um globo ocular com injeção de formol ocorreu descolamento
da coróide da esclera.
Foi possível executar a clivagem mantendo-se todas as estruturas oculares com
mínimos danos. Os 16 bulbos oculares que receberam injeção de formol tiveram o
cristalino danificado o que não ocorreu nos que foram fixados apenas com imersão no
formol. Foi possível perceber uma retração na retina após a etapa de desidratação do
processamento histológico.
DISCUSSÃO
A formalina tem a vantagem de rápida eficácia, pequeno dano durante a fixação,
adequada preservação da coloração e detalhes microscópicos para fotografar.
Entretanto a formalina penetra lentamente na esclera tendo-se assim mudanças post-
mortem, como descolamento da retina, igualmente em globos fixados imediatamente
após a morte ou cirurgia (Jubb et al., 1993).
Em oposição ao que Jubb et al. (1993) disseram mesmo nos globos oculares que
tiveram injeção de formol, ou seja, iniciaram o processo de fixação imediatamente após
a morte do organismo ocorreu descolamento da retina. Provando assim, que o
descolamento da retina não ocorre apenas por uma fixação ruim mas também na
clivagem e desidratação do processamento. Os olhos que foram apenas imersos no
380
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 136, 2013
formol podem até ter tido algum prejuízo tecidual durante a fixação, entretanto não foi
capaz de prejudicar a análise histológica nem a arquitetura ocular.
CONCLUSÃO
Conclui-se com este trabalho que o método proposto por injeção de formol seguida por
imersão no mesmo foi capaz de apresentar amostras teciduais suficientemente boas
para estudo histológico, à exceção do cristalino que apresentou danos em todas as
amostras.O método de imersão apesar da demora da penetração do formol foi capaz
de manter em bom estado o tecido do bulbo ocular, revelando imagens histológicas
preservadas. A técnica usada na clivagem feita por cortes longitudinais mostrou-se
eficaz em ambos os métodos de fixação, preservando as estruturas do bulbo ocular a
nível macroscópico e microscópico.
REFERÊNCIAS
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381
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 137, 2013
RESUMO: Objetivou-se avaliar pela microscopia e técnica do picro-sirius red sob luz
polarizada os possíveis efeitos e danos pelo fipronil na pele de frangos. Utilizou-se sete
aves fêmeas, adultas, separadas em G1 (n = 03) - sete dias após aplicação de fipronil;
G2 (n = 03) 14 dias após aplicação de fipronil e um grupo controle não exposto ao
fipronil. Fragmentos de pele medindo 1,5 cm foram coletados e submetidos à
processamento histológico de rotina e corados pela hematoxilina e eosina e picro-sirius
rede avaliados as fibras nas seguintes proporções e peso: 1 (até 70%); 2 (70-90%); 3
(> 90%). Houve redução não significativa de colágeno tipo I nos animais observados
por sete dias (p = 0,5216), e para os observados por 14 dias não foi observada
diferença significativa (p =0,7511). O colágeno tipo III não variou entre os grupos de
observação. Não houve alterações microscópicas e no colágeno tipo I e tipo III na pele
de galináceos após utilização de fipronil e observação por 14 dias.
Palavras-chave: dermotoxicidade, fenilpirazole, galinha
ABSTRACT: The objective was evaluate the possible effects and damage by fipronil in
skin of poultry by picro-sirius red under polarized light. Were used seven poultry adult
females, separated in G1 (n = 03) seven days after application of fipronil, G2 (n = 03) 14
days after application of fipronil and a control group not exposed to fipronil. Fragments
of skin measuring 5 cm were collected and submitted to histological processing and
stained with hematoxylin and eosin and picro-sirius red and evaluated fibers in the
following proportions and weight: 1 (> 70%), 2 (70-90 %) 3 (> 90%). There was no
significant reduction of type I collagen in animals observed for seven days (p = 0.5216),
and those observed for 14 days was not significantly different (p = 0.7511). Type III
collagen was not different between the groups of observation. There were no
microscopic changes and collagen type I and III in the skin of poultry after use of fipronil
and observation for 14 days.
Key words: dermal toxicity, phenylpyrazole, chicken
INTRODUÇÃO
Fipronil é um inseticida fenilpirazol de segunda geração comumente utilizado
na agricultura e na medicina veterinária (Tingle etal., 2003). As pesquisas sobre a
toxicidade do fipronil apresentam resultados contraditórios. Pesquisas realizadas por
Tillman e Mulrooney (1997) concluíram que o fipronil é pouco tóxico para organismos
não alvo. O Fipronil é classificado pela OMS como um pesticida na Classe II,
moderadamente perigoso. É menos tóxico para os mamí
feros que para algumas aves, peixes e maioria dos invertebrados. Apresentatoxicidade
aguda moderada por via oral ou por inalação, em ratos. Absorção dérmica em ratos é
inferior a 1% após 24 horas e à sua toxicidade é considerada baixa. Por outro lado tem
uma toxicidade dérmica moderada em coelhos. É altamente tóxico para certos grupos
de aves galináceos, enquanto é relativamente seguro para passeiriformes e aves de
caça (Hamom et al., 1996).
Como o fipronil mostra-se potencialmente tóxico para aves do grupo dos galináceos
(Hamom et al., 1996) é importante conhecer os possíveis efeitos tóxicos que a
molécula de fipronil e seus metabólitos poderiam exercer sobre a pele das aves. Assim,
382
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 137, 2013
383
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 137, 2013
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Tamiasso, N.V.; Zocatelli, T.F.; Martins, M.S.S.; Avelar, B.R.; Martins, I.V.F.; Nunes,
L.C.
Universidade Federal do Espírito Santo
detectada em três animais. Lesões em trato respiratório são frequentes, tendo em vista
que aspergilose é uma enfermidade comum nestes animais e gera um quadro
pulmonar marcante (Duignan, 2001; Osório et al., 2006). Sacos aéreos espessados,
edema pulmonar e pulmões congestos também são achados compatíveis com
aspergilose. Por outro lado, presença de secreção mucopurulenta e exsudato caseoso
em sacos aéreos é um indicativo de doença bacteriana (Osório et al., 2006). Verifica-se
então que a existência de alterações em órgãos do sistema respiratório é comum,
entretanto as causas podem ser variadas, exigindo assim, avaliações mais específicas
para o diagnóstico definitivo.
CONCLUSÕES
Os principais achados de necropsia em pinguins-de-magalhães foram parasitoses
intestinais, lesões gastroesofágicas por corpo estranho e pneumonia.
Agradecimento ao Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos do Espírito
Santo por ceder os animais para o estudo.
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Raphael Mansur Medina; Maria Aparecida da Silva; Rachel Bittencourt Ribeiro; Hassan
Jerdy Leandro1; Eulógio Carlos Queiróz de Carvalho
Setor de Anatomia Patológica Veterinária do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias,
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – CCTA UENF
388
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 139, 2013
particularmente quando combinada com a avaliação da saúde dos animais vivos (Flint
et al., 2009).
Objetivou-se com este trabalho descrever os achados histopatológicos em pulmões de
tartarugas marinhas vítimas de encalhe que foram encontradas mortas ou que vieram a
óbito durante o tratamento e necropsiadas nos litorais capixaba e fluminense.
MATERIAL E MÉTODOS
Para realização deste estudo foi obtido amostras de necropsias em tartarugas
marinhas encalhadas mortas ou que vieram a óbito durante tratamento, no período de
2011, nas regiões litorâneas capixaba e fluminense, totalizando 150 animais. Amostras
de pulmões colhidas nas necropsias foram fixadas em formalina neutra tamponada à
10% e encaminhadas para a histopatologia, no Setor de Anatomia Patológica do
Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
(UENF). Posteriormente processadas segundo técnicas histológicas de rotina e
coradas com hematoxilina-eosina (HE).
As lâminas foram analisadas sob microscopia óptica de luz, onde avaliou-se as
alterações pulmonares.
RESULTADOS
Dos 150 animais recolhidos, observou-se que 144 (96%) eram da espécie Chelonia
mydas, dois Caretta caretta (1,33%), dois Eretmochelys imbricata (1,33%) e dois
Lepidochelys olivacea (1,33%).
Ao avaliar os pulmões observou-se que dos 150 animais avaliados apenas 40 (20,41%)
apresentaram lesões, sendo todos os quelônios da espécie Chelonia mydas. As lesões
encontradas foram pneumonia granulomatosa devido a ovos de parasitas em 32 (80%)
animais, pneumonia granulomatosa micótica em 6 (15%) e pneumonia heterofílica em 2
(5%) dos animais.
DISCUSSÃO
O fato da maioria de exemplares examinados neste estudo serem da espécie C.
mydas, provavelmente se justifica pelo fato desta espécie existir em maior quantidade
no território brasileiro (Projeto Tamar, 2011).
No presente trabalho a maioria das lesões observadas no sistema respiratório, estavam
associadas a ovos de parasitas helmintos da Família Spirorchiidae e segundo Gordon
et al. (1998), o diagnóstico definitivo da parasitose nos tecidos se dá por meio de
análise histopatológica.
Segundo Glazebrook et al. (1989), as lesões se desenvolvem devido a presença de
ovos na circulação sanguínea de diversos órgãos gerando acentuada resposta
inflamatória, na maioria das vezes, granulomatosa com células gigantes
multinucleadas, semelhante ao observado neste trabalho.
De acordo com Pough et al. (2003), as principais doenças que acometem os pulmões
das tartarugas marinhas estão direta ou indiretamente relacionadas com a poluição,
porém neste estudo a única lesão observada foi inflamação devido a ovos de parasitas.
CONCLUSÃO
Concluiu-se com este trabalho que a principal alteração encontrada no sistema
respiratório de C. mydas foi pneumonia granulomatosa devido a ovos de parasitas
seguida de pneumonia granulomatosa micótica e de pneumonia heterofílica.
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389
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 140, 2013
Lorena Ferreira Silva¹, Anahí Souza Silva¹, Mariana Portugal Mattioli², Maria do
Livramento de Barros Oliveira², Betânia Pereira Borges³, Janildo Ludolf Reis Júnior¹
391
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 141, 2013
Natália Freitas de Souza¹; Caio César Rocha Mendes¹; Luanna Dienyfer Prata
Vasconcelos¹; Fabíola Monteiro Carvalho¹; Aline Andrade Farias¹; Adriana Maciel de
Castro Cardoso²
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de agenesia renal
unilateral, anomalia congênita onde um dos rins não se desenvolve. O caso refere-se a
um macaco de cheiro (Saimiri sciureus), adulto, procedente do Bosque Zoobotânico
Rodrigues Alves de Belém – PA encaminhado ao Setor de Patologia Animal da
Universidade Federal Rural da Amazônia. No exame anatomopatológico notou-se a
ausência do rim direito e hipertofria do rim esquerdo. O achado dessa alteração é
acidental, e apresenta poucos relatos na literatura.
Palavras – chave: patologia; primatas; rim
ABSTRACT: This study reports a case of unilateral renal agenesis, congenital
abnormality where one kidney fails to develop. The study refers to a monkey (Saimiri
sciureus), adult, from Bosque Rodrigues Alves Zoo Botanic of Belém-PA, that was
referred to the sector do Veterinary Pathology of the Federal Rural University of
Amazônia. During the anathomopathologically exam, we noted the absence of the right
kidney. The finding of this change is accidental, and presents few reports in the
literature.
Keywords: pathology; primate; kidney
INTRODUÇÃO
O Saimiri sciureus, conhecido popularmente como Macaco-de-cheiro ou Boca-Preta, é
um primata do novo mundo e pertence à família Cebidae e gênero Saimiri. Trata-se de
um animal essencialmente arborícola e de comportamentos diurnos segundo Verona e
Pissinati (2007).
O rim é um órgão parenquimatoso de coloração castanho-avermelhada, o qual se
apresenta envolto por uma cápsula. Sua anatomia varia de espécie para espécie (Dyce
et al.,2004). Este órgão pode ser acometido por diversas alterações, dentre estas
temos a agenesia renal, que é a ausência de um ou ambos os rins. Quando bilateral, é
incompatível com a vida, se unilateral o paciente pode ser assintomático. (Bernstain et
al.,2009). O rim oposto pode apresentar-se normal ou ligeiramente aumentado de
tamanho, caracterizando uma hipertrofia compensatória.
O presente trabalho tem como objetivos caracterizar agenesia renal unilateral em um
primata não humano, com finalidade de enriquecimento científico da área de pesquisa
dessa natureza e subsidiar pesquisas posteriores acerca da enfermidade em questão.
MATERIAL E MÉTODOS
O caso refere-se a um primata não humano da espécie Saimiri sciureus, popularmente
conhecido como ―macaco de cheiro‖. O espécime era adulto, macho, pertencente à
fauna de vida livre do Bosque Zoobotânico Rodrigues Alves, localizado em Belém –
PA. O animal recebeu atendimento veterinário após receber uma descarga elétrica
acidental, e veio a óbito dias depois, devido a consequências deste incidente. Foi
encaminhado ao Setor de Patologia Animal da Universidade Federal Rural da
Amazônia para fins de estudo durante uma aula prática de necropsia.
O exame necroscópico foi realizado segundo o modelo tradicional para animais de
tamanho pequeno. Realizou-se a coleta de materiais, o rim esquerdo íntegro e a
estrutura localizada no lado oposto, cujos fragmentos dos mesmos foram analisados
em exame histopatológico. Foram fixados em formol tamponado a 10%, processados
pela técnica de inclusão em parafina, e corados por Hematoxilina e Eosina (HE).
392
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 141, 2013
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Macroscopicamente, durante o exame da cavidade abdominal, notou-se ausência do
rim direito e a presença de uma estrutura ovalada, de superfície lisa, apresentando
somente uma ―cápsula‖, sem conteúdo parenquimal, localizada na posição referente ao
mesmo; o rim esquerdo apresentava-se notoriamente aumentado de tamanho, ou seja,
havia uma hipertrofia compensatória.
Na análise dos órgãos ex situ, os quais também foram fixados com formol tamponado a
10%, observou-se a hipertrofia por mecanismos compensatórios do rim esquerdo.
Histopatologicamente, a estrutura que se localizava no espaço referente ao rim direito
foi identificada como um linfonodo.
Quando feita a análise do parênquima do rim esquerdo, notou-se evidente distinção
entre regiões cortical (escura) e medular (clara). Observou-se também, a nítida redução
da área correspondente aos cálices renais e bacinete.
Agenesia renal unilateral é uma enfermidade congênita, muito rara, e os animais que
são acometidos, podem ser assintomáticos por toda a vida. Geralmente esses casos
vêm acompanhados de hiperplasia compensatória do rim remanescente (Fedalto,
2012).
No caso em questão, o espécime era um animal aparentemente saudável, sem
anomalias, sendo que a má formação só foi observada no momento da necropsia.
Em humanos essa anomalia acomete principalmente recém-nascidos, e crianças até
14 anos, alguns natimortos possuem outras anomalias associadas com a agenesia
renal bilateral, geralmente crianças com agenesia renal unilateral sobrevivem sem
nenhuma sintomatologia, e se possuem, podem ser tratados com medicamentos, ou
cirurgias (Noronha et al.,2003).
CONCLUSÃO
Conclui-se que uma consequência marcante na agenesia renal unilateral é a hipertrofia
compensatória do rim contralateral e essa alteração não apresenta nenhuma
sintomatologia clínica. Resultados semelhantes são escassos na literatura, visto que
esse é um achado de rara ocorrência nesses animais. Os exames necroscópicos e
complementares foram fundamentais para obtenção do diagnóstico de Agenesia Renal
Unilateral.
REFERÊNCIAS
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396
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 143, 2013
2001) como no presente caso, cujo diagnóstico foi post- mortem. O exame
necroscópico revelou pequenos granulomas múltiplos e disseminados de coloração
branco-amarelada em saco aéreo, parênquima pulmonar, músculo estriado
esquelético, fígado e rim. Nas secções coradas em HE, foram observados múltiplos
focos de infiltração histiocitária, associados à área central de necrose contendo
imagens negativas de hifas, circundadas por intenso infiltrado inflamatório constituído
predominantemente por macrófagos. As hifas, evidenciadas por colorações especiais
(PAS e Grocott), eram numerosas, mediam entre 6 a 10 mm de comprimento, com
paredes paralelas, septadas e regularmente ramificadas em ângulo agudo compatível
morfologicamente com hifas de Aspergillus sp. Com base nos achados histopatológicos
foi firmado o diagnóstico de aerossaculite granulomatosa micótica. Xavier et al. (2007)
e Paixão et al. (2004) relataram achados semelhantes em sacos aéreos de pingüins-
de-Magalhães e avestruz respectivamente, com aspergilose.
A partir do segundo dia de encubação, observou-se desenvolvimento inicial do cultivo
nas placas de Petri e após a observação da lâmina produzida em microcultivo
secundário confirmou-se o diagnóstico. A. fumigatus foi isolada e identificada de todas
as amostras. As colônias apresentaram textura granular e coloração verde-acinzentada
e ocupavam praticamente toda a placa de Petri. As espécies são classificadas de
acordo com a morfologia das fiálides, tais como forma, cor, parede celular de vesículas,
conidióforos e conídios. Microscopicamente, foram observadas hifas vegetativas
hialinas septadas, uniformes e com paredes paralelas. As estruturas de frutificação
caracterizavam-se por conidióforos que termina em vesícula intumescida em forma de
baqueta, cuja metade superior brota uma carreira única de fiálides, na qual são
produzidas cadeias longas de conídios esféricos e de parede lisa. No caso em questão,
as observações macro e microscópicas do isolado fúngico foram compatíveis com as
descrições de A. fumigatus relatadas por Lacaz et at. (2002) e Winn et al. (2010).
Recentemente em um estudo retrospectivo (2005-2007) da casuística de enfermidades
respiratórias em aves domésticas e silvestres, observou-se que quadros de
aspergilose, corresponderam a 26% dos casos (Marietto-Gonçalves et al. 2008). No
Brasil, os relatos da doença são escassos, principalmente em espécies nativas. A
aspergilose é causa significativa de óbitos de aves nativas mantidas em cativeiro,
portanto é importante a adoção de medidas preventivas com o intuito de reduzir a
dispersão de conídios no ambiente (Spanamberg et al., 2012), uma vez que a doença
pode interferir no processo de reabilitação e manutenção de animais em cativeiro.
CONCLUSÃO
Os achados do exame histopatológico e micológico foram compatíveis com o
diagnóstico de aspergilose sistêmica disseminada, causada por Aspergillus fumigatus.
Com base nas informações disponíveis na literatura, esse é o primeiro relato de
aspergilose nesta espécie de falconiforme documentado no Brasil.
AGRADECIMENTOS
Aos veterinários do Parque Zoobotânico Getúlio Vargas, Salvador - BA.
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398
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 144, 2013
Pich et al., 2000, referem uma relação direta entre expressão de NORs e agressividade
tumoral em diversas neoplasias, correlacionando-se com outros marcadores de
proliferação, como escores de PCNA. Destaca-se o fato das duas marcações, embora
informarem sobre a proliferação celular, terem significados distintos. Assim, o PCNA
mostra a fração de crescimento de um determinado tumor, ou seja, a proporção de
células dentro da população tumoral que se encontra no compartimento proliferativo. Já
o AgNOR relaciona-se à síntese de DNA e a atividade metabólica, funcionando como
um indicador da atividade nuclear e indiretamente da velocidade de crescimento do
tumor (Madewell, 2001). A expressão do antígeno Ki-67 também evidenciou uma
marcante diferença entre lesões benignas e malignas, com magnitude superior a
observada na avaliação histoquímica, porém inferior à obtida com o PCNA. Refere-se
maior especificidade da proteína Ki-67 para o evento proliferativo, relacionada à sua
meia-vida restrita, reforçando a tendência presente na literatura de privilegiar sua
utilização, considerando-o como o principal marcador de proliferação celular disponível
(Morimoto et al., 2008).
CONCLUSÃO
A quantificação da proliferação celular mostrou-se adequada para a avaliação do
comportamento biológico tumoral, apresentando utilidade como método complementar
no diagnóstico dessas condições. Tais achados indicam a existência de uma analogia
entre as lesões proliferativas adrenocorticais em diferentes espécies, reforçando a
utilidade dos furões como modelo biológico.
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400
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 145, 2013
Isabela G. Domiciano¹ ², Camila Domit², Liana Rosa², Rogério A. Marcasso¹, Ana Paula
F.R.L. Bracarense¹
1Laboratório de Patologia Animal. Depto de Med Vet Prevent. Universidade Estadual de Londrina -UEL.
2Laboratório de Ecologia e Conservação. Centro de Estudos do Mar - UFPR.
402
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 145, 2013
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403
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 146, 2013
1. Depto de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Farmácia, UFMG, Campus Pampulha, Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil;
2. Lab de Patologia Veterinária, UFPR, Setor Palotina, Palotina, Paraná, Brasil;
3. Lab de Pat e Anat Animal, Universidade Federal da Fronteira Sul, Setor Realeza, Realeza, PR, BR;
4. Discente UFPR, Setor Palotina, Palotina, Paraná,
5. Docente Hosp Vet Clinica e conservação de Animais Silvestres, UFPR, Setor Palotina, PR;
6. Docente Lab de Pat Vet, UFPR, Setor Palotina, Palotina, Paraná, Brasil
RESUMO: Balantidium coli é protozoário intestinal ciliado que tem no suíno seu
hospedeiro natural. Condições de invasão extraintestinal por este ciliado são
extremamente raras. Este é um relato de uma infecção disseminada por B. coli em um
ratão do banhado (Myocastor coypus) adulto, fêmea capturado na reserva ecológica
São Camilo. O animal apresentava sintomatologia neurológica antes de sua morte. Na
necropsia notou-se lesões em pulmão e cérebro. O exame histopatológico realizado
revelou trofozoítos típicos de B. coli em infiltrado inflamatório misto em cerebro,
pulmão, na câmara anterior do olho e vasos sanguíneos. Este é o primeiro caso
reportado de infecção extraintestinal por B. coli em ratão do banhado
Palavras –chave: Balantidium coli, infecção, encéfalo
ABSTRACT: Balantidium coli is a ciliated intestinal protozoan that has the swine as the
natural host. Extraintestinal invasion by the ciliate is another condition rarely reported.
We described here a disseminated infection by B. coli in an adult female nutria
(Myocastor coypus) captured in an ecological reserve. The nutria presented
neurological symptoms before dying and showed pulmonary and cerebral lesions at
autopsy. Histopathology revealed typical trophozoites of B. coli in a cerebral mixed
inflammatory cell infiltrated, in the lung, anterior chamber of the eye and blood vessels.
This is the first report of extra-intestinal infection by B. coli in a coypus in Brazil and
elsewhere.
Key words: Balantidium coli, infection, balantidiasis
INTRODUÇÃO
A balantidíase causada pelo Balantidium coli é considerada uma zoonose. reconhecida
por causar disenteria em humanos embora menos frequentemente quando comparada
com outros protozoários (Esteban et al., 1998). A transmissão para humanos é
associada a contaminação de água potável ou atividade ocupacionais que envolvem
contato com suínos (Ferry et al., 2004). Suínos domésticos e selvagens são os
hospedeiros naturais, porém não demonstram sinais clínicos, pois este microorganismo
é considerado não patogênico e não invasivo (Schuster and Ramirez-Avila, 2008). Este
ciliado também está presente em primatas não humanos, equinos, roedores e ovinos
causando infecções gastrointestinais com ou sem sintomas (Cho et al, 2006; Headley
et al., 2008). Este é o primeiro relato de caso de infecção por B. coli em ratão do
banhado (Myocastor coypus) com envolvimento extraintestinal no encéfalo, olho e
pulmão, atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Setor Palotina.
MATERIAIS E MÉTODOS
Um Ratão do Banhado (Myocastor coypus) foi encontrado nas margens de um lago da
reserva ecológica de São Camilo localizada no município de Palotina, Paraná, Brasil.
Os principais sinais clínicos observados foram a quadriplegia e a caquexia severa. O
404
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 146, 2013
animal foi levado para o Hospital Veterinário da UFPR, onde passou por exames
radiográficos os quais não acusaram qualquer alteração. Posteriormente o animal
faleceu, vindo a ser realizada então a necropsia, onde fragmentos de órgãos foram
acondicionados em formol 10% e processados rotineiramente para a coloração de
hematoxilina e eosina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na necropsia, o exame externo revelou grande quantidade de carrapatos aderidos na
face interna do ouvido e opacidade do globo ocular esquerdo. Havia um moderado
aumento do linfonodo inguinal e um aumento acentuado dos linfonodos mesentéricos.
Os pulmões demonstraram hiperemia acentuada difusa associada com áres multifocais
moderadas de hepatização. No lúmen cecal havia moderada quantidade de helmintos
compatíveis com Trichuris sp entremeados a coágulos sanguíneos. O cérebro estava
difusamente hiperêmico.
Microscopicamente, havia marcado infiltrado inflamatório em meninges e neurópilo,
composto por neutrófilos, macrófagos, linfócitos e plasmócitos. Havia uma área
multifocal de malácea em substância branca infiltrada por células Gitter e severa
hiperemia vascular. No pulmão foi observado pneumonia intersticial subaguda
multifocal e intensa congestão vascular. O coroide e a córnea demonstraram infiltrado
inflamatório composto por linfócitos, plasmócitos e raros macrófagos e neutrófilos.
Associado as lesões histológicas observaram-se estruturas ciliadas típicas com núcleo
basofílico em forma de rim compatível com B. coli. O mesmo parasita foi observado no
lúmen de grande parte de vasos sanguíneos dos tecidos afetados.
Este relato descreve um caso de infecção por B. coli em um ratão do banhado com
inicial suspeita de infecção oportunista por amebas de vida livre devido a
sintomatologia neurológica, uma vez que estes agentes são associados em infecções
encefálicas em animais (Visvesvara et al., 1990). Entretanto os achados
histopatológicos indicaram a presença de B. coli em vários órgãos e vasos sanguíneos
sugerindo uma disseminação hematógena. Infelizmente, devido aos sinais clínicos
neurológicos, não houve o exame microscópico intestinal para tentar avaliar o local
primário de disseminação. Uma infeção intestinal anterior parece ser a porta de entrada
mais provável para o protozoário, tendo em vista que grupos de ratões do banhado
habitantes da área ecológica dividem o mesmo ambiente que os javalis (Sus scrofa),
que é considerada uma espécie assintomática para infecções por B. coli (Mundin et al.,
2004). Entretanto, outras vias de infecção, como a aspiração do protozoário presente
na água ou poeira.não podem ser descartadas e é sugerida em casos extraintestinais
onde os protozoários não foram detectados no intestino (Sharma and Harding, 2004). A
infecção por B. coli em ratões do banhado foi reportada em um único caso que
descreve a presença do parasito em dois animais assintomáticos (Silva et al., 2007).
Outros roedores como Paca (Agouti paca) e Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)
também foram identificados como hospedeiros, ou como portadores assintomáticos ou
com sintomatologia associada a alterações patológicas restritas ao trato
gastrointestinal. (Corriale et al, 2011). Envolvimento gastrointestinal com desfecho fatal
foi relatado em outros grupos de mamíferos como cavalos (Headley et al., 2008) e
primatas não humanos (Lankester et al., 2008).
CONCLUSÃO
O caso relatado é uma apresentação clínica sem precedentes de balantidiase com
características que sugerem a infecção disseminada. Este é o primeiro caso
documentado de envolvimento ocular e cerebral por B. coli em hospedeiros não
humanos.
405
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 146, 2013
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406
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 147, 2013
408
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 148, 2013
Pâmela Lima¹, Karen Nakagaki², Marco Aurélio Pires³, Fabiana Boabaid4, Kiyoko
Utiumi², Djeison Raymundo5
Agradecimentos:
À Universidade Federal de Lavras e ao apoio financeiro da FAPEMIG.
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411
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 149, 2013
Eric Saymom Andrade Brito, Regiani Nascimento Gagno Pôrto, Ana Paula Iglesias
Santin, Danilo Rezende e Silva, Moema Pacheco Chediak Matos, Luiz Augusto Batista
Brito
Setor de Patologia Animal, Escola de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Goiás
412
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 149, 2013
413
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 149, 2013
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414
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 150, 2013
RESULTADOS
Macroscopicamente, foram observados múltiplos nódulos branco-amarelados, entre 0,5
e 2,0 cm de diâmetro, firmes com superfície e limites irregulares. Histologicamente,
verificou-se proliferação neoplásica de hepatócitos, não encapsulada, pobremente
delimitada, infiltrativa, com padrão sólido, sustentada por um escasso estroma
fibrovascular. As células neoplásicas apresentavam citoplasma abundante fracamente
eosinofílico com limites imprecisos, o núcleo tinha a cromatina frouxa e um ou múltiplos
nucléolos proeminentes. Havia elevado pleomorfismo celular, com alto grau de
anisocitose e anisocariose, com índice mitótico baixo e figuras de mitose atípicas.
Baseado nestas características foi firmado o diagnóstico de carcinoma hepatocelular.
No parênquima hepático também foram observadas degeneração micro e
macrovacuolar multifocal a coalescente intensa, infiltrado inflamatório linfo
histioplasmocitário multifocal aleatório moderado, fibrose portal em ponte multifocal
moderado, proliferação de ductos biliares multifocal discreta, megalocitose, colestase
multifocal moderada.
Adicionalmente, observou-se à necropsia, mucosas oculares e oral pálidas e antracose
pulmonar. Microscopicamente, foram observados nos rins cilindros hialinos
intratubulares, infiltrado inflamatório linfo-histio-plasmocitário intersticial multifocal
moderado associado a acúmulo multifocal e discreto de hemossiderina em macrófagos.
Acúmulo intracitoplasmático de hemossiderina em macrófagos também foi observado
em outros órgãos, como útero, fígado, linfonodo e baço, indicando quadro de
hemossiderose.
DISCUSSÃO
Com base na literatura disponível, este é o primeiro relato de um carcinoma
hepatocelular em um mico-leão-de-cara-dourada. Abe et al. (1993) relataram este tipo
de neoplasia em um chimpanzé, associada a infecção crônica por Schistosoma
mansoni. Borda et al. (1996) relataram esta neoplasia em um macaco-de-cheiro
(Samiris boliviensis) sem identificação de fatores predisponentes. No presente relato,
as lesões encontradas no parênquima hepático, como megalocitose, fibrose portal e
proliferação de ductos biliares, bem como o carcinoma hepatocelular, são compatíveis
com hepatopatia tóxica crônica, sugerindo aflatoxicose crônica. Ratos, trutas, ovinos,
perus, patos, suínos e primatas não humanos podem desenvolver carcinoma
hepatocelular após administração oral crônica de aflatoxina. (Adamson et al., 1973;
Bammler et al., 2001). As aflatoxinas são um grupo de compostos produzidos por
fungos do gênero Aspergillus e contaminantes de milho, arroz, amendoim ou mesmo
frutas secas, armazenadas em condições de alta umidade e temperatura (Bammler et
al., 2001). Embora não tenha sido possível detectar aflatoxinas nos alimentos ou nos
tecidos do animal deste estudo, os achados são sugestivos de aflatoxicose crônica.
CONCLUSÃO
Foi diagnosticado um caso de carcinoma hepatocelular em um mico-leão-de
caradourada, achado pouco frequente em primatas não humanos. As lesões hepáticas
sugerem quadro de aflatoxicose crônica.
Agradecimentos
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio
financeiro.
416
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 150, 2013
REFERÊNCIAS
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417
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 151, 2013
Paulo Ricardo Dell'Armelina Rocha¹, Letícya Lerner Lopes², Nadia Aline Bobbi
Antoniassi³, Samara Rosolem Lima4, Leilane Aparecida da Silva4, Edson Moleta
Colodel³
1- Veterinário autônomo, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.
2- Mestrando, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.
3- Professor, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.
4- Residente, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil
RESULTADOS
Na necropsia não foram observadas alterações significativas nos órgãos da cavidade
celomática, com exceção do fígado, onde foi possível observar uma massa
esbranquiçada no lobo diagramático, irregular, medindo aproximadamente 3x4x3cm,
com cistos multifocais de diferentes dimensões. Ao corte, o lúmen dos cistos era
composto por material liquido viscoso transparente. Histologicamente, a neoplasia do
fígado era encapsulada, com cistos de varias dimensões, compostos por epitélio
simples cúbico e circundados por tecido conjuntivo e vasos neoformados. O lúmen dos
cistos estava vazio, e às vezes era composto por material proteináceo e algumas
hemácias. Por vezes, os cistos formavam estruturas de aspecto glandular, composta
por epitélio simples cilíndrico vacuolizado, que comprimia o parênquima hepático
adjacente. Além disso, degeneração multifocal aleatória dos hepatócitos também foi
observada. Não foram encontradas alterações significativas nos outros órgãos. A
imuno-histoquimica foi negativa para ambos citoqueratina e ki-67.
DISCUSSÃO
Com base nos achados macro e microscópicos e de acordo com a literatura (Adler &
Wilson, 1995; Cullen & Popp, 2002; Levy et al, 2002), foi estabelecido o diagnóstico de
cistoadenoma de ducto biliar. Apesar de o CB ser considerado uma neoplasia benigna
de fácil remoção cirúrgica, relatos de recorrência após remoção cirúrgica e evolução
para cistoadenocarcinomas biliares já foram descritos em seres humanos (Adler &
Wilson, 1995; Levy et al, 2002). CB ocorre predominantemente em seres humanos de
meia idade e é mais comum em mulheres (Levy et al, 2002). O diagnóstico diferencial
do CB inclui o cistoadenocarcinoma, hematoma ou cisto hepático simples (Moon et al,
2011). Presença de epitélio de revestimento estratificado com várias projeções
papilares, atipia celular, invasão estromal, desmoplasia e metástase são características
histológicas importantes na diferenciação do CB do cistoadenocarcinoma em humanos
(Adler & Wilson, 1995). A imuno-histoquimica negativa para a citoqueratina
provavelmente pode ser creditada a incompatibilidade do anticorpo com a espécie
silvestre (ema); já o resultado negativo da imuno-histoquimica para ki-67 confirma o
crescimento lento do CB do presente caso. Não possível estabelecer uma causa para a
ocorrência do CB.
CONCLUSÕES
Este relato de caso constitui uma descrição do CB em uma ema. Não foi possível
estabelecer se esta neoplasia tenha contribuído com o quadro clínico ou ainda que
tenha sido a causa da morte desta ema, pois não há histórico clínico compatível e não
foram previamente relatados sinais clínicos de doença hepática nesta ave.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 152, 2013
421
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 152, 2013
CONCLUSÃO
O diagnóstico foi realizado através dos achados macroscópicos e microscópicos, sendo
compatíveis com a descrição de cistomatose de glândula apócrina, patologia rara dos
animais domésticos e que até o momento não foi diagnosticado em Phantera onca.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 153, 2013
424
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 153, 2013
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425
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 154, 2013
Kamila Alcalá Gonçalves¹, Yara de Oliveira Brandão¹, Aline Luiza Konell², Renato Silva
de Sousa¹
1. Laboratório de Patologia Animal, Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná - Curitiba.
2. Clínica Médica e cirúrgica de Animais Silvestres, Hospital Veterinário da UFPR
O fungo possui um acentuado tropismo pelo sistema nervoso central (SNC), globo
ocular, linfonodos e pele (Marcasso et al., 2005).
O quadro clínico e a disseminação da doença estão diretamente relacionados com a
imunidade do hospedeiro (Juliano et al., 2006).
O diagnóstico pode ser realizado através da cultura de líquido cefalorraquidiano) e pela
avaliação histopatológica dos tecidos (Martins et al., 2008).
O objetivo deste trabalho é relatar um caso de infecção natural por Cryptococcus sp.
em um exemplar de Chinchilla lanígera.
RELATO DE CASO
Um exemplar de Chinchilla lanigera (chinchila), adulto, macho foi atendido no Hospital
Veterinário da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba. O animal tinha
histórico de inapetência e diminuição da motilidade intestinal. Verificou-se que o
abdômen estava moderadamente distendido e que havia dor à palpação. Após o
tratamento sem êxito, optou-se por cirurgia de emergência, com diagnóstico
ultrassonográfico de enterite, com espessamento de alça e ruptura.
Durante o procedimento cirúrgico foram coletados fragmentos do ceco para avaliação
histopatológica, todavia, no pós-cirúrgico o paciente morreu e a realização da necropsia
não foi autorizada pelo proprietário.
Dois fragmentos do ceco, medindo 3 x 1cm e 4 x 1cm foram recebidos para avaliação
histopatológica no Laboratório de Patologia Veterinária da UFPR. Macroscopicamente
estes fragmentos eram brancos, evidenciando focos de coloração vermelha. À
avaliação histopatológica observou-se moderado a acentuado infiltrado inflamatório
linfoplasmocitário, acompanhado por moderado número de neutrófilos e menor número
de células epitelióides, infiltrando e expandindo a mucosa, muscular, serosa e tecido
adiposo adjacente à serosa. Em meio à inflamação havia um acentuado número de
estruturas arredondadas levemente eosinofílicas (3 a 7μm de diâmetro) circundadas
por um halo levemente basofílico e amorfo ou opticamente vazio, compatíveis com
Cryptococcus sp. (tiflite piogranulomatosa transmural, moderada a acentuada,
associada a inúmeros organismos fúngicos intralesionais).
MATERIAIS E MÉTODOS
Os fragmentos de intestino recebidos foram fixados em formol 10% tamponado por 24-
48 horas, sendo processados rotineiramente, embebidos em parafina histológica,
seccionados a 5μm e corados com H&E (hematoxilina e eosina), ácido periódico de
Schiff (PAS) e metanamina Gomori de prata (GMS).
DISCUSSÃO E RESULTADOS
Chinchilas (Chinchilla lanigera) são mamíferos histricomorfos pertencentes à ordem
Rodentia e família Chinchillidae, nativas dos Andes. Poucos estudos sobre as suas
enfermidades são encontrados na literatura (Lucena et al.,2012).
Embora a criptococose afete a maioria das espécies de animais (domésticos e
selvagens), os cães e os gatos são mais suscetíveis e demonstram sinais clínicos mais
característicos (Juliano et al., 2006).
Neste estudo, o Cryptococcus sp. foi o agente etiológico responsável pelas alterações
observadas no intestino, justificando os sinais clínicos apresentados pelo animal,
apesar de relatos evidenciando seu tropismo pelo sistema nervoso central (SNC), globo
ocular, linfonodos e pele (Marcasso et al., 2005). Todavia, a infecção natural deste
fungo em chinchilas nunca foi relatada, até onde sabemos. A confirmação deste fungo
nos demais órgãos só poderia ocorrer através da realização da necropsia, que não foi
autorizada. Desta forma não foi possível estabelecer o foco primário da infecção,
porém, em função dos sinais clínicos apresentados, acredita-se que a doença pode ter
começado no trato gastrointestinal, sendo considerado, em alguns relatos, como a
porta de entrada principal para este organismo (Van Der Gaag, 1991). Apesar disto, a
infecção gastrointestinal é incomum de ocorrer em animais e seres humanos (Juan-
Salk et al., 2003).
427
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 154, 2013
Segundo Lucena et al. (2012), as doenças que mais acometem chinchilas são as de
origem inflamatória destacando–se, dentre elas, as de origem infecciosa,
principalmente as causadas por bactéria. Em um estudo realizado, Lucena et al. (2012)
observou gastrite moderada a acentuada como principal lesão em um grande número
de chinchilas com sinais clínicos semelhantes aos observados na infecção intestinal
por Cryptococcus sp., neste caso. Portanto, em casos de envolvimento gastrintestinal
em chinchilas, a infecção por este fungo deve ser considerada no diagnóstico
diferencial.
CONCLUSÃO
Este é o primeiro relato de criptococose intestinal em chinchilas e estudos adicionais
sobre sua patogênese são necessários.
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Renata Mina Watanabe Morimoto Muto; Camila Fernanda dos Santos Santana; Maria
Rogéria Menezes da Silva; Fernanda Luiza de Miranda Lins e Lins; Adriana Maciel de
Castro Cardoso; Andréa Maria Góes Negrão
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 158, 2013
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440
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 159, 2013
Maria Claudia Lopes da Silva¹, Marcelo Pires Nogueira de Carvalho², Ana Paula Batista
Masseno¹, Julio Lopes Sequeira¹, Alessandre Hataka¹, Carlos Roberto Teixeira³
1 Depto de Clínica Vet, Faculdade de Med Vet e Zootecnia, USP, Botucatu, São Paulo.
2 Depto de Patologia Experimental e Comparada, Faculdade de Med Vet e Zootecnia, USP, São Paulo.
3 Depto de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária, Faculdade de Med Vet e Zootecnia USP, Botucatu.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 159, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Foi encaminhada ao Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho, Campus de Botucatu - SP,
proveniente de um criador particular, uma leoa de 12 anos de idade. No momento do
atendimento, a paciente não apresentava sinais clínicos. Ao exame físico observou-se
massa de consistência macia na região interescapular recoberta por pele íntegra com
evolução de 20 dias. A ultrassonografia da lesão interescapular revelou centro cavitário
e guiou a colheita de material para exame citopatológico pelo método de punção
aspirativa por agulha fina. Posteriormente foi realizada excisão cirúrgica. Amostras do
tecido foram processadas pelas técnicas usuais em histopatologia. As lâminas obtidas
foram coradas pelo HE e pelo tricrômico de Masson. Foi realizado painel imuno-
histoquímico utilizando os anticorpos anti vimentina (Dako, diluição 1:1250), anti-
AE1/AE3 (Invitrogen, diluição 1:50), anti desmina (Invitrogen, diluição 1:50) e anti-α –
SMA (Dako, diluição 1:1250). O Sistema de visualização utilizado foi NovolinkTM Max
Polymer Detection Systems contra corado com hematoxilina de Harris.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O exame citopatológico mostrou baixa celularidade composta por células fusiformes
individualizadas imersas em fundo discretamente acidofílico, caracterizadas por
citoplasma acidofílico fibrilar, núcleo alongado de cromatina uniforme e nucléolo por
vezes distinto. O fundo da lâmina apresentava grande quantidade de eritrócitos, poucos
neutrófilos degenerados e células inflamatórias mononucleares. A avaliação do líquido
contido no centro da neoplasia revelou muitos eritrócitos e neutrófilos degenerados,
além de pequena quantidade de células inflamatórias mononucleares e células
degeneradas. Os achados citológicos foram compatíveis com neoplasia maligna de
origem mesenquimal, sendo sugerido o exame histopatológico para confirmação do
diagnóstico.
A avaliação macroscópica da lesão revelou tumor medindo 22,0 x 17,5 x 9,0 cm de
superfície irregular, consistência firme, coloração heterogênea esbranquiçada com
áreas avermelhadas. Na região central da peça observou-se extensa área de necrose
tecidual.
A análise histopatológica revelou neoplasia altamente celular, constituída por células
fusiformes arranjadas em feixes multidirecionais. Os limites celulares eram mal
definidos, o citoplasma abundante e eosinófilo. O núcleo destas células era alongado,
central e vesiculoso, mostrando nucléolo predominantemente único e distinto, sendo a
anisocariose intensa. A região central da neoplasia mostrava extensa necrose e
pequenos focos de hemorragia. A massa neoplásica infiltrava-se no tecido muscular
estriado esquelético da região. Pelo método tricrômico as células neoplásicas estavam
inseridas em meio a densas fibras colágenas.
A avaliação imuno-histoquímica revelou marcação positiva para vimentina; marcador
de tecido mesenquimal e α – SMA, que reage com os filamentos do citoesqueleto das
células miofibroblásticas e de musculatura lisa e negativa para AE1/AE3, marcador
para células epiteliais e desmina, que reage com musculatura lisa e estriada. A
positividade de reação com anti-α – SMA combinada com a negatividade para desmina
indica que as células neoplásicas seriam de origem miofibroblástica e não de uma
origem muscular. Desta forma, caracterizou-se a origem mesenquimal da neoplasia e
sua natureza miofibroblástica. Assim foi estabelecido o diagnóstico de fibrossarcoma
com diferenciação miofibroblástica.
CONCLUSÃO
Os achados macroscópicos, microscópicos e imuno-histoquímicos dão suporte à
origem mesenquimal e à linhagem miofibroblástica da neoplasia em foco.
442
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 159, 2013
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444
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 160, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Duas onças-parda (Panthera concolor) machos, uma onça-pintada (Panthera onca)
macho e uma jaguatirica (Leopardus pardali) fêmea adultas morreram e foram
submetidas à necropsia na Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte. A onçapintada
apresentava histórico de insufiência renal crônica, com perda progressiva de peso e
elevação de uréia (302 mg/dL) e creatinina (9,2 mg/dL) séricas. Apenas uma onça-
parda tinha histórico de hiperglicemia (293 ng/dL). Fragmentos de órgãos foram fixados
em formol, processados, cortados e corados por Hematoxinia-Eosina para avaliação
histopatológica. Fragmentos de rim e pâncreas de todos os felinos foram submetidos à
coloração especial por vermelho congo e picrossírius para a confirmação de deposição
de amilóide ou de fibras de colágeno, respectivamente. Fragmentos de rim também
foram corados por ácido periódico-Schiff (PAS), para avaliar o espessamento de
membrana basal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Microscopicamente, todos os animais apresentaram espessamento moderado a
acentuado da membrana basal dos glomérulos. Em dois animais (onça-pintada e uma
onça-parda), esta lesão estava associada à proliferação mesangial difusa e intensa,
caracterizando glomerulopatia membranoproliferativa. Em uma onça-parda e na onça-
pintada foi observada diminuição acentuada dos glomérulos, com substituição de tufos
glomerulares por tecido conjuntivo fibroso, sendo compatível com glomeruloesclerose.
Somente uma onça-parda apresentou moderada glomerulonefrite multifocal,
caracterizada por moderado infiltrado linfo-histioplasmocitário periglomerular e
intersticial no córtex renal. Em três felinos (duas de um material amorfo, eosinofílico e
proteináceo nas ilhotas pancreáticas, sendo sugestivo de amiloidose, cujo diagnóstico
foi confirmado por birrefringência verde da amilóide nas ilhotas pancreáticas coradas
por vermelho congo sob luz polarizada. A coloração por PAS evidenciou o
espessamento acentuado e difuso da membrana basal glomerular em todos os felinos.
Todos os fragmentos de rim foram negativos para vermelho congo. Três animais
apresentaram discreta birrefringência vermelha nos glomérulos na coloração por
picrossírius, evidenciando a deposição de colágeno do tipo III como causa do
espessamento da cápsula glomerular.
Outra alteração histopatológica observada em dois felinos (onça-parda e onça-pintada)
foi uma broncopneumonia fibrinosupurada acentuada difusa com miríade de cocos
intralesionais. Glomerulopatia membranosa e glomeruloesclerose foram descritas em
felinos silvestres e de cativeiro. Alguns trabalhos demonstram que os vírus FIV e FeLV
são capazes de infectar diversos felídeos silvestres, incluindo leão, onça-parda, chita e
lince (Bolton e Munson, 1999; Jiménez et al., 2008; Jiménez et al., 2011), e que
possivelmete resultam em alterações glomerulares semelhantes às observadas neste
relato. Contudo, não há resultado sorológico para FIV e FeLV destes felideos, o que
dificulta não permite a identificação da etiologia. Interessantemente, três felinos
apresentaram deposição de amiloidose nas ilhotas pancreáticas, o que pode
comprometer a produção de insulina pelas células β (Hoenig et al., 2000).
A alteração histológica do pâncreas é compatível com a hiperglicemia observada em
uma das onças-parda. Portanto, um quadro de diabetes melitus tipo 2 deve também ser
considerado como uma possível causa de glomerulopatia nestes casos.
CONCLUSÃO
Os achados histopatológicos e as colorações especiais histoquímicas favoreceram o
diagnóstico de glomerulopatia membranosa acentuada em felinos de cativeiro,
associado à amiloidose pancreática.
Agradecimentos
Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico de
Minas Gerais (FAPEMIG), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES).
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 160, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 161, 2013
dos ureteres, doença tubular renal, infecções renais causadas por vírus e bactérias,
insuficiência renal e neoplasias (Speer, 1997; Coppola et al, 2013).
A gota úrica na forma visceral raramente é diagnosticada no exame ante – mortem,
sendo o exame necroscópico e histopatológico dos rins os mais indicados para o
diagnostico desta forma clínica (Speer, 1997).
O presente artigo objetivou relatar um caso de gota úrica visceral em um periquito
esplêndido.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi encaminhado ao laboratório de Ornitopatologia do Hospital Veterinário da
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista
(FMVZ/UNESP), Campus Botucatu-SP, um periquito esplêndido (Neophema
splendida), macho, jovem, com histórico de prostração seguida de morte. A ave foi
submetida ao exame necroscópico e foram coletados fragmentos dos rins para
realização do exame histopatológico.
RESULTADOS e DISCUSSÃO
No exame necroscópico observou-se grande quantidade de pontos esbranquiçados
semelhantes a ―pó de giz‖ nas bordas dos sacos aéreos e na porção medial do esterno.
Intensa presença de material esbranquiçado em pericárdio, rins pálidos mostrou pontos
de coloração branca na superfície do órgão, extensa área esbranquiçada em região de
zona intermediária entre pró-ventrículo e moela, material esbranquiçado em cavidade
oral, na porção medial da órbita esquerda e lateralmente à porção medial da traqueia.
Ao exame histopatológico dos rins pôde-se observar proliferação de cristais levemente
basofílicos, formando um arranjo em roseta, focos de hemossiderose em meio às
formações tubulares destaca-se ainda proliferação de fibroblastos e infiltrado
inflamatório ao redor. Presença de discreto a moderado infiltrado inflamatório intersticial
com predomínio de linfócitos, discretos plasmócitos e raros macrófagos. As células
tubulares apresentam vacualizações citoplasmáticas indicativas de um processo
degenerativo com extensa área de congestão e focos hemorrágicos, além da presença
de moderada glomérulo esclerose.
Os achados de necropsia e do histopatológico dos rins foram semelhantes aos
descritos por Myers e McGavin (2009), Speer (1997) e Riddell (1997).
As lesões macroscópicas e a visualização dos cristais de uratos e lesões no
parênquima renal através do exame histopatológico foram conclusivos para o
diagnóstico da gota úrica visceral.
CONCLUSÃO
Por se tratar de uma doença aguda e raramente diagnosticada no exame ante-
mortem, a gota úrica visceral muitas vezes leva a ave à morte sem que haja sinais
clínicos que antecedam o óbito. Além disso, o prognóstico para esta enfermidade é
considerado de regular a ruim, não havendo tratamento realmente eficaz na resolução
completa do quadro. Devido a isso, preconizam-se medidas profiláticas como, por
exemplo, a correção de manejo alimentar e reprodutivo.
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448
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 162, 2013
RESULTADO e DISCUSSÃO
Um Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), fêmea, adulto, de vida livre, foi encontrado
debilitado e levado ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso,
Cuiabá, onde foi atendido. Ao exame físico, apresentava leve dificuldade respiratória e
três nódulos, situados na região metatársica esquerda, pescoço e região periorbital
esquerda. Após tentativa de remoção cirúrgica e morte a ave foi submetida a
necropsia. Os três nódulos apresentavam características semelhantes com superfície
irregular, conteúdo líquido sanguinolento, vermelho enegrecido, aderido ao subcutâneo
e o tamanho variou em 3,5 cm de diâmetro no metatarso, 1,5 cm no pescoço e 1,0 cm
na região periorbital. O nódulo cervical causava moderada compressão da traqueia
adjacente. Microscopicamente, os nódulos apresentavam a mesma composição e
padrão celular, caracterizados por proliferação acentuada de células endoteliais,
moderadamente pleomórficas formando fendas vasculares repletas por hemácias e por
vezes com formação de trombos, além de áreas menores apresentando um padrão
sólido. Mitoses foram observadas frequentemente, além de múltiplas áreas de
hemorragia, necrose e infiltração acentuada de heterófilos e macrófagos contendo
hemossiderina. Externamente às áreas neoplásicas, observa-se proliferação de tecido
conjuntivo fibroso com tendência a formar uma pseudocápsula.
Os achados macroscópicos e histopatológicos observados caracterizam a neoplasia
como hemangiossarcoma (Casagrande et al., 2009; Fugate e Lane, 2009; Godoy et al.,
2009; Sinhorini, 2008; Meji et al., 2008; Bodley et al., 2000). Apesar de
hemangiossarcomas serem neoplasias relatadas com relativa frequência em aves
(Godoy et al., 2009), este é o primeiro relato em Sabia-Laranjeira. Metástases são
achados frequentes em hemangiossarcoma (Guian et al., 2012; Godoy et al., 2009;
Bodley et al., 2000), por se tratar de um tumor de células endoteliais (Fugate e Lane,
2009; Sinhorini, 2008). Neste caso, três focos neoplásicos estavam presentes, porém
como a ave era de vida livre, a progressão e o foco inicial não puderam ser
determinados. Intenso extravasamento de sangue decorrente do rompimento de vasos
neoplásicos (Meji et al., 2008) além de compressão de órgãos e/ou estruturas (Fugate
e Lane, 2009) devido ao tipo de crescimento, podem ocorrer e contribuir para o
agravamento do quadro clínico. Compressão moderada da traqueia estava presente
nessa ave e foi responsabilizada pela dificuldade respiratória observada.
CONCLUSÃO
De acordo com as alterações clínicas, macroscópicas e histopatológicas observadas
neste caso, conclui-se que este trata-se de um caso de hemangiossarcoma com
características metastáticas e compressivas acometendo um Sabiá-laranjeira de vida
livre.
REFERÊNCIAS
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451
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 163, 2013
DISCUSSÃO
Durante exames físicos em ferrets é comum encontrar casos de esplenomegalia,
todavia, é raro diagnosticar um ferret com hiperesplenismo idiopático. A presença de
citopenia combinada com a atividade normal da medula óssea, na ausência de
infecções, neoplasias, ou outra causa de citopenia, é sugestiva de hiperesplenismo.
O termo ―hiperesplenismo‖ foi aplicado a esse fenômeno, levando em consideração
uma doença que ocorre em seres humanos e tem determinadas similaridades. Os
sinais clínicos relacionados com a doença são: distensão abdominal, fraqueza,
mucosas pálidas, taquicardia, petéquias, anorexia, prostração, e possíveis infecções
secundárias.
Nos casos de hiperesplenismo idiopático em ferrets o órgão encontra-se aumentado,
com bordas arredondadas, e quando palpado, apresenta superfície lisa e consistência
esponjosa. Os indivíduos acometidos pela doença podem apresentar anemia,
trombocitopenia e leucopenia, sendo que, outro critério para diagnosticá-la é através da
punção da medula óssea, que deve estar normal ou hipercelular para caracterizar o
hiperesplenismo.
Observam-se grandes áreas de necrose coagulativa, geralmente circundadas por uma
combinação de neutrófilos ativos e degenerados, também há grandes quantidades de
tecido de granulação em baços altamente ampliados. São comumente observados
muitos sinais de trauma esplênico, já que baços aumentados são inclinados a sofrer
ruptura, dentre esses sinais encontram-se: hematomas, placas sideróticas, e grandes
áreas de fibrose do parênquima. A maior parte dos casos de esplenomegalia em ferrets
é causada pela hematopoiese extramedular, que é marcada pelo acúmulo de células
sanguíneas em desenvolvimento dentro do baço. As outras causas de esplenomegalia
são: linfossarcoma, insulinoma, cardiomiopatia, neoplasia da adrenal, doença de
Aleutian, gastroenterite eosinofílica, neoplasia sistemica de mastócitos,
hemangiossarcoma e esplenite.
CONCLUSÃO
Nesse caso o trauma dorsal foi fundamental para aumentar ainda mais as condições
hipovolêmicas e neurogênicas. Esses dois fatores juntos culminam em um quadro de
choque (hipovolêmico), vasodilatação central (congestão e hemorragia pulmonar como
consequências) e déficit geral circulatório.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 164, 2013
Gisele Silva Boos¹, Luiz Gustavo Schneider de Oliveira¹, Gabriela Fredo¹, Miuriel
Goulart², Gabriel Laizola Frainer Correa¹, Luciana Sonne¹
RESULTADOS
O animal apresentava no exame clínicoparalisia progressiva dos membros e respiração
ofeganteem um curso de aproximadamente cinco dias.Foi relatado ainda, que o animal
apresentava-se ofegante e que não era realizada suplementação vitamínicaou
mineral.Após tratamento comanti-inflamatórios, antimicrobianos, analgésicose
hidratação, apresentou melhora, porém veio a óbitopouco após. À necropsia,oestado
corporal era regular. Os rinsestavam pálidos, de superfície irregular, firmese com
inúmeros pequenos cistos. Havia na aorta, na serosa do intestino delgado, e do
estômago placas e pontos brancacentos de consistência firme. O fígado apresentava
evidenciação do padrão lobularepontosesbranquiçados multifocais. Os pulmões
apresentavam-se vermelhos e fluindo espuma ao corte.
Microscopicamente osrinsapresentavam dilatação tubularintensa, mineralização
multifocal,infiltrado linfo-histiocitário intersticial multifocal, e proliferação difusa
moderada de tecido conjuntivofibroso,evidenciada pela coloração de TM. Observou-se
também mineralização acentuada na túnica média da aorta, ena camada muscular dos
intestinose moderada nacamadamuscular enosvasos sanguíneos da serosado
estômago, do coração edosseptos alveolares e paredesde brônquios e bronquíolos. Os
pulmõesapresentaramtambém edemae congestão difusos moderados,discreta
deposição de fibrina, macrófagos alveolares e trombose.No fígado observou-se
degeneração gordurosa, além de infiltradodiscretode células mononucleares. No
cérebrohaviavacuolização da substância branca e no baçohemosiderose moderada.
DISCUSSÃO
A etiologia das doenças renais crônicas em roedores não é completamente
determinada, porém sugere-se a ação de fitotoxinas (Holowaychuk, 2006),
dietahiperproteica, desequilíbrio de minerais, infecções virais, reações contra a
microbiota intestinal normal e enfermidades auto-imunes (HarknesseWagner, 1993).
A doença renal caracteriza-se por nefrose bilateral (HarknesseWagner, 1993; Pessoa,
2006), na qual, os cistos aparecem como resultado da obstrução tubular pela fibrose
intersticial (Newmanet al.2007). O aumento sérico de excretas nitrogenadas ocorre
devido à falha renal e dá origem ao quadro clínico de uremia (Newmanet. al.2007).
A uremia é reconhecível à necropsiapor lesões multissistêmicas (Newman et al.2007).
Trombose e infartos resultam da degeneração endotelial disseminada, que se combina
à excreção elevadade amônia na saliva e no suco gástrico na gênese das lesões de
mucosa (Newmanet. al. 2007). Com o rim lesado, a filtração glomerular é inadequada e
assim, o fósforo se acumula no sangue e se liga ao cálcio ionizado na circulação,
reduzindo sua disponibilidade. A redução do cálcio livre desencadeia um quadro de
hiperparatireoidismo e,consequentemente, de mineralização metastática e
osteodistrofia fibrosa. O hiperparatireoidismo perpetua e aumenta a doença renal
através do aumento de cálcio intracelular no epitélio renal (Newman et al. 2007).
A mineralização metastática pode se manifestarcomorigidez muscularquando ocorrea
deposição mineral nos tecidos moles dos membros (PercyeBartold, 2007). A
mineralização é vista em animais com mais de 1 ano de idade e pode acometeros rins,
coração, vasos sanguíneos, estômago e cólon (O‘Rourke, 1997; PercyeBartold,
2007).A calcificação de tecidos moles associada com a uremia, como demonstrada
nesse caso, ocorre em diversos locais e representa tanto a calcificação distrófica como
metastática (Newman et al. 2007).
Calcificação metastática em porquinhos-da-Índia tem sido associada com usoderação
comercial paracoelhos,outros fatores dietéticose nutricionais(PercyeBartold, 2007),
desidratação, suplementação exagerada de vitamina D (Fisher, 2006)ou pela ingestão
de plantas com altos teores de oxalatos (Holowaychuk, 2006).Nesse caso a
calcificação deve ter ocorrido em consequência à lesão renal crônica, uma vez que não
havia histórico de suplementação vitamínica ou mineral.A morte dos animais ocorre
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 165, 2013
Agradecimentos
Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico de
Minas Gerais (FAPEMIG). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
REFERÊNCIAS
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459
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 166, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Foram encaminhadas ao Hospital Veterinário do Centro Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES) 31 aves de vida livre dentre as
quais, um Sabiá do Campo (Mimus saturninus), um Galo da Campina (Paroaria
dominicana), três Joões de barro (Furnarius rufus) e vinte e seis Pardais (Passer
domesticus) encontradas mortas em uma escola do município de São Roque do
Canaã, Espírito Santo. Os animais foram necropsiados e amostras de tecido foram
fixadas em formol a 10% para posterior avaliação histopatológica. Amostras de
conteúdo gástrico, fígado e rins foram encaminhadas para análise químico-toxicológica
no Centro de Assistência Toxicológica (CEATOX) do Instituto de Biociências da
Universidade Estadual Paulista.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
À necropsia os animais revelaram congestão acentuada de todos os órgãos que foi
confirmada pela avaliação histopatológica. O exame toxicológico revelou carbamato.
Atribuindo a maior incidência no uso de carbamatos, aos costumes das regiões
analisadas, em utilizar tais praguicidas na agricultura, Martínez-Haro et al. (2008)
observaram que as intoxicações mais frequentes no caso das aves são por carbamatos
como aldicarb (27.6%), carbofurano (27.6%) e metomilo (8.6%) respectivamente.
Rodríguez et al. (2006) em um estudo realizado com 109 animais reforçaram a
prevalência das intoxicações por praguicidas da família dos carbamatos detectando 52
(83.8%) casos. Sánchez-Barbudo et. al. (2008) em estudo realizado com 184 animais
no período de 2006 a 2007, detectaram que 32,1 % das espécies analisadas morreram
intoxicados. Desses, 51,1% foram intoxicados por organofosforados seguidos de 21,3%
intoxicados por carbamatos, contrastando com a alta freqüência de intoxicações por
carbamatos em outros realizados na Espanha. Fato que foi relacionado à exclusão do
produto da lista de praguicidas autorizados na união União Européia (91/414/CEE)
(Martínez-Haro et al., 2008).
Os envenenamentos da fauna silvestre conduzem a graves desequilíbrios ecológicos,
assumindo um risco de saúde pública (Jerez, 2007) devido ao risco potencial da
contaminação do solo e meios aquosos assim como a contaminação da cadeia
alimentar, bem como o risco direto para seres humanos, em especial, as crianças que
vivem nesses ambientes (Motas et al., 2003). No Brasil os carbamatos tem seu uso
restrito, aprovado somente como inseticida, não sendo permitido seu uso como raticida,
por apresentar alta toxicidade e necessitar de cuidados especiais para sua
manipulação (Larine, 1996). Entretanto, o comércio ilegal facilita a obtenção do produto
que além do uso ilegal como raticida, por vezes, é também utilizado em atividades
criminosas como a descrita no presente relato.
CONCLUSÃO
O conhecimento e análise dos dados epidemiológicos referentes a casos de
intoxicação criminal em animais da fauna silvestre são essenciais na busca de
soluções eficazes para a promoção de alternativas sustentáveis para a adequação da
legislação sobre a venda deste tipo de praguicida visando um maior controle sobre o
seu comércio e uso, a fim de evitar envenenamentos de animais selvagens tanto do
ponto de vista preventivo quanto corretivo, que geram desequilíbrios ambientais.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 166, 2013
REFERÊNCIAS
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464
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 168, 2013
Raphael Mansur Medina; Maria Aparecida da Silva; Rachel Bittencourt Ribeiro; Hassan
Jerdy Leandro; Eulógio Carlos Queiróz de Carvalho
MATERIAL E MÉTODOS
No período de 2011 foram necropsiadas 150 tartarugas marinhas encalhadas mortas
ou que vieram a óbito durante tratamento nas regiões litorâneas capixaba e fluminense.
Amostras de lesões em tecido tegumentar colhidas nas necropsias foram fixadas em
formalina neutra tamponada à 10% e encaminhadas para a histopatologia, no Setor de
Anatomia Patológica do Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Processadas segundo técnicas histológicas de
rotina e coradas com hematoxilina-eosina (HE).
As lâminas foram analisadas sob microscopia óptica, onde avaliou-se as alterações em
tegumento.
RESULTADOS
Observou-se que dos 150 animais necropsiados, 144 (96%) eram da espécie Chelonia
mydas, dois Caretta caretta (1,33%), dois Eretmochelys imbricata (1,33%) e dois
Lepidochelys olivacea (1,33%).
A única lesão tegumentar observada foi a fibropapilomatose, doença de etiologia viral e
que acomete principalmente as Chelonia mydas. Esta lesão foi observada em 2
(1,33%) quelônios da espécie Chelonia mydas. Porém deve-se enfatizar que o
presente trabalho se ocupou apenas em descrever as lesões microscópicas, mas
devido ao fato de se ter acesso ao histórico da necroscopia desses animais, pode-se
dizer que grande parte do óbito desses quelonídeos se deve à interação com rede de
pesca, pelo menos esse é o diagnóstico macroscópico sugestivo.
DISCUSSÃO
A espécie que existe em maior quantidade no territótio brasileiro é a C. mydas (Projeto
Tamar, 2011), o que pode explicar o fato da maioria de exemplares examinados neste
estudo serem desta espécie.
Tartarugas verdes (Chelonia mydas) juvenis são as mais frequentemente afetadas com
poucos casos sendo relatados em animais adultos. Os fibropapilomas podem ser lisos
ou papilares, planos ou nodulares podendo medir de 1 a 30 cm de diâmetro podendo
possuir coloração cinza, branca ou negra, dependendo da localização e sua coloração
pode corresponder a locais de pigmentação da pele e a severidade da doença em
termos de número de tartarugas afetadas e dimensão e número de massas tumorais,
varia com a localização geográfica do tumor. São neoplasias benignas e usualmente
não causam a morte diretamente, porém podem causar várias debilitações devido as
suas interferências funcionais (Baptistotte, 2007).
CONCLUSÃO
Concluiu-se com este trabalho que lesões tegumentares em tartarugas marinhas são
raras, sendo a fibropapilomatose em C. mydas a única encontrada.
REFERÊNCIAS
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467
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 169, 2013
RESULTADOS
A necropsia revelou mucosas orais e oculares intensamente pálidas, linfonodos
submandibulares e retrofaringeanos intensamente aumentados de volume e fratura
completa de mandíbula. Os rins, fígado, mucosa gástrica e encéfalo apresentaram
nódulos multifocais a coalescentes de 0,5 a 1,0 cm, brancacentos, irregulares, pouco
delimitados, macios, arredondados que se aprofundavam ao corte.
O exame histopatológico dos órgãos supracitados revelou proliferação neoplásica
infiltrativa de células redondas dispostas em mantos sustentados por escasso estroma
fibrovascular. As células mediam entre 7 a 10 μm de diâmetro, com bordos bem
definidos, citoplasma escasso, eosinofílico, homogêneo e com limites distintos; núcleo
grande, único, arredondado, com cromatina frouxa e 1 a 3 nucléolos evidentes,
moderada anisocitose e anisocariose e relação núcleo:citoplasma de 3:1. Figuras de
mitose típicas e atípicas eram frequentes (17 figuras de mitose por 10 campos de
400X). Com base nos achados morfológicos foi confirmado o diagnóstico de linfoma
multicêntrico.
DISCUSSÃO
Em algumas espécies, o desenvolvimento do linfoma está associado a infecção viral,
como por exemplo, os retrovírus da leucemia bovina (LBV) e da leucemia felina (FeLV)
(MacLachlan e Dubovi, 2011). DNA vírus como o vírus de Epstein-Barr (EBV) e o
herpesvírus humano tipo 8 (HHV-8) e, o retrovírus da leucemia-linfoma de células T
humanas tipo I (HTLV-I), são normalmente ligados ao linfoma em humanos e, embora o
EBV humano não seja oncogênico para coelhos, o HVMA e o cyno-EBV, isolados a
partir de linfoma cutâneo de Macaca arctoides e macacos Cynomolgos,
respectivamente, induzem o linfoma de células B em coelhos (Ferrari et al., 2001).
O linfoma é uma neoplasia amplamente reportada em lagomorfos e no presente caso a
idade de ocorrência da neoplasia está de acordo com Bomhard et al. (2007) os quais
afirmam que animais de 5 a 13 meses de idade são os mais acometidos. No entanto,
White et al. (2000) relatam um caso em um macho de 9,5 anos de idade, Ishikawa et al.
(2007), relatam um caso em um macho de 6 anos e, Volopich et al. (2005), em uma
fêmea de 22 meses. Estes dados indicam que não há predisposição etária ou sexual
dos linfomas.
Esta neoplasia é comumente relatada em pele, linfonodos, fígado, baço e rins (White et
al., 2000; e Panakova et al., 2009) e há um caso relatado em ceco (Ishikawa et al.,
2007). Gruber et al. (2009) relatam seis casos de linfoma cerebral em coelhos, sendo
quatro deles na forma multicêntrica e envolviam ainda olhos, intestino, coração e
pulmão. Esses achados estão de acordo com o presente relato que, adicionalmente,
descreve a neoplasia no estômago.
CONCLUSÕES
O linfoma é uma neoplasia comum em coelhos jovens, principalmente na forma
cutânea e com focos em fígado, rins e linfonodos. Não há relatos na literatura sobre
desenvolvimento de linfoma em encéfalo e estômago de coelhos no país, o que sugere
ser este o primeiro relato.
468
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 169, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 171, 2013
Pedro Araujo Damboriarena¹; Lucas Souza Quevedo¹; Tatiane Uchôa²; Bruno Leite dos
Anjos
1 Fundação Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Brasil
2 Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (SEMA), Brasil
474
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 171, 2013
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475
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Guilherme Reis Blume¹, Mikael Arrais Hodon², Iassudara Garcia de Almeida², Michele
Eduardo Freitas², Antônio Augusto Fonseca Júnior², Anahí Souza Silva¹
477
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 172, 2013
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479
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 173, 2013
RESULTADOS
À necropsia, foram observados esplenomegalia, hepatomegalia, estômago e
ntestino delgado repletos de nematódeos. Microscopicamente, intenso infiltrado
histiocitário intersticial difuso, inúmeros nematódeos adultos e larvas intralveolares e
larvas associadas à inflamação. Os parasitas adultos apresentavam uma fina camada
muscular, cavidade celomática, tubo digestivo, e trato genital repletos de ovos e larvas.
Estas características são compatíveis com nematódeo da família Metastrongylidea,
uma vez que possuem larvas bem desenvolvidas intrauterina (Gardiner e Poynton,
2006). Adicionalmente, hiperplasia discreta da musculatura lisa da parede bronquiolar e
hiperplasia acentuada e difusa da musculatura lisa das artérias pulmonares foram
observadas. Enterite eosinofílica difusa moderada, com parasitas intralesionais na
mucosa intestinal medindo 50 a 60 μm de diâmetro em corte transversal foi observado
no intestino delgado Estes parasitas apresentavam parede muscular fina, cavidade
celomática e estrutura tubular sugestiva de trato digestivo. Contudo, os raros cortes
transversais dificultaram a classificação do nematodéo, sendo as características
microscópicas sugestivas de Trichuris sp. Degeneração macrovacuolar moderada
multifocal aleatória de hepatócitos, compatível com lipidose hepática foi observada no
fígado.
DISCUSSÃO
Os achados histopatológicos observados são compatíveis com pneumonia intersticial
histiocítica difusa, hiperplasia da musculatura arterial e bronquiolar associados a
vermes pulmonares nematódeos da família Metastrongylidea. Duas espécies de
parasitas pulmonares foram descritos em gambás: Didelphostrongylus hayesi e
Heterostrongylus heterostrongylus, nematódeos pertencentes a família Metastronylidea
(Anderson et al., 1980). Adicionalmente, Capillaria sp. tem sido observada em pulmões
de gambás (Nettles et al., 1975, Antunes, 2005). Aparentemente, H. heterostrongylus
que ocorre dentro de brônquios e enquanto D. hayesi são recuperados de alvéolos
expandidos, sítios subpleurais ou bronquíolos respiratórios (Duncan JR., et al.,1989).
D. hayesi é frequente em marsupiais da Argentina e nos Estados Unidos e foi
encontrado em gambás no Brasil (Antunes, 2005). D. hayesi possui um ciclo de vida
indireto, sendo os caracóis terrestres do gênero Triodopsis e Mesodon considerados os
hospedeiros intermediários, porém, as vias de transmissão são desconhecidas
(Duncan JR., et al., 1989). Sinais clínicos graves como dispneia, bradicardia e febre
foram descritos em um gambá infestados D. Hayesi. A dispneia está associada à
presença de nematódeos adultos e larvas nas vias aéreas podendo levar animal ao
óbito. (Duncan JR., et al.,1989, Lamberski et al., 2002).
A pneumonia intersticial difusa e a hiperplasia da musculatura arterial observadas neste
caso são possíveis consequência da infecção parasitária. Parasitas adultos e
principalmente as larvas de D. hayesi nos bronquíolos e parênquima pulmonar
geralmente provocam broncopneumonia granulomatosa e hiperplasia do epitélio
bronquiolar e arteriolar (Duncan JR., et al., 1989, Lamberski et al., 2002).
Interessantemente, outros vermes pulmonares pertencente a família Metastrongylidae,
como Aelurostrongylus abstrusus, que acomete a vias respiratórias de gatos, podem
também causar hiperplasia acentuada dos músculos bronquiolares (Ferreira da Silva, J.
M.; et al, 2005).
CONCLUSÃO
Foi diagnosticada pneumonia intersticial difusa histiocitária e hiperplasia arterial
associado a larvas e parasitos adultos da família Metastrongylidea.
Agradecimentos
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. (Fapemig) pelo apoio financeiro.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 173, 2013
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 174, 2013
483
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 175, 2013
Isabela de Oliveira Avelar¹, Marcela Miranda Luppi², Gilson Moreira Rios Neto²,
Marcelo de Campos Cordeiro Malta³, Roselene Ecco4
RESUMO: Prototecose é uma doença rara, causada por uma alga aclorofilada do
gênero Prototheca. Relata-se um caso de prototecose cutânea em um tamanduámirim
(Tamandua tetradactyla), na região de Porto Velho/Rondônia, apresentando lesões
eritematosas e ulcerativas na pele. O exame histopatológico revelou necrose da
epiderme e infiltrado inflamatório histiocitário na derme, associado a numerosos
organismos com características morfológicas e histoquímicas compatíveis com
Prototheca sp.
Palavras-chave: animais selvagens; alga aclorofilada; histopatologia
ABSTRACT: Protothecosis is a rare disease caused by an achlorophyllic alga of the
genus Prototheca. It is reported a case of cutaneous protothecosis in an anteater
(Tamandua tetradactyla) from Porto Velho area, Rondônia State with erythematous and
ulcerative skin lesions. Histopathological examination revealed epidermis necrosis and
histiocytic inflammatory infiltrate in the dermis, associated with numerous organisms
with morphological and histochemical characteristics consistent with Prototheca sp.
Key words: wild animals; achlorophyllic algae; histopathology
INTRODUÇÃO
Tamandua tetradactyla, mamífero nativo da América do Sul, conhecido popularmente
como tamanduá-mirim ou tamanduá-de-colete, pertence à Ordem Pilosa, família
Myrmecophagidae e gênero Tamandua (Miranda e Costa, 2007). Os
microrganismos unicelulares do gênero Prototheca são algas aclorofiladas, imóveis e
possuem afinidade filogenética com a Chlorella spp. É considerada uma zoonose
emergente em animais e humanos, possuindo distribuição mundial. Por serem
organismos saprófitos do solo, são encontrados na matéria orgânica e na água (Pore et
al., 1983). As cinco espécies reconhecidas são P. moriformis, P. stanora, P. ulemera,
P. wickerhammi, P. zopfii (Tsuji et al., 2006). O presente trabalho tem como objetivo
descrever o primeiro relato com achados clínicos e patológicos da infecção pela
Prototheca spp. em um tamanduá-mirim.
RELATO DO CASO
Uma fêmea adulta de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) oriunda do resgate de
fauna das áreas de influência da Usina Hidrelétrica Santo Antônio em Porto
Velho/Rondônia, apresentava lesões de pele eritematosas e ulcerativas disseminadas,
mais intensas nas regiões do focinho, orelhas, cauda, membros pélvicos, torácicos e
dígitos. Posteriormente ao exame físico realizado pelo veterinário responsável, foi
instituído um tratamento com aplicação tópica de antinflamatório e antibiótico
doxiciclina (5 mg/Kg/24hs) IM por 10 dias. Durante esse período foram oferecidos
cupins, iogurte e papa própria para tamanduás sempre com suplementação de vitamina
K e taurina. Não havendo remissão dos sinais, foi realizada a biopsia com a coleta de
dois fragmentos de pele com lesão fixados em formalina 10% para análise
histopatológica. O material foi enviado para o Laboratório de Histopatologia da Escola
de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais. As amostras teciduais foram
clivadas, processadas rotineiramente, incluídas em parafina, seccionadas em quatro
484
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 175, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 175, 2013
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489
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 177, 2013
RELATO DO CASO
Órgãos do aparelho digestório de uma galinha de subsistência proveniente da região
de Abaeté fixados em formol neutro a 10% foram examinados e encaminhados
rotineiramente para exame histopatológico. As alterações foram observadas
especialmente no proventrículo e ventrículo. Macroscopicamente, o proventrículo
estava com a parede acentuadamente espessada e, ao corte apresentou áreas
circulares multifocais vermelho-escuras de aproximadamente 2 mm de diâmetro, que
se localizavam nas glândulas da submucosa. Pontos vermelho-escuros eram
visualizados através da serosa. No ventrículo foram observados nódulos branco-
amarelados, firmes, com aproximadamente 7 x 4 mm de diâmetro, localizados sob a
membrana coilina e envolvendo toda a parede até a serosa. A superfície de corte
destes nódulos revelou áreas necróticas amareladas friáveis e vários nematódeos
cilíndricos com extremidades afiladas medindo aproximadamente 24 mm de
comprimento e 300 mm de diâmetro. Na histopatologia do proventriculo foram
observadas áreas multifocais de ectasia glandular, revestidas por epitélio achatado e
com lúmen contendo moderada quantidade de secções transversais de fêmeas de
nematódeos spirurídeos consistentes com Tetrameres spp. Os parasitos apresentavam
uma cutícula delgada, musculatura indistinta, pseudoceloma contendo material
eosinofílico abundante e útero largo contendo miríades de ovos embrionados com
parede espessa. Em alguns destes ovos foi possível observar o filamento polar. Na
lâmina própria observou-se infiltrado discreto linfocitário e eosinofílico, além de
agregados multifocais de linfócitos. No ventrículo observaram-se áreas multifocais de
necrose associadas a infiltrado por heterófilos, linfócitos, plasmócitos, macrófagos e
fibroplasia extensa. Várias secções transversais de nematódeos spirurídeos foram
observadas em meio ao infiltrado presente na submucosa e envolvendo a parede
muscular. Os parasitos apresentavam a cutícula com cordões basofílicos, musculatura
celomariana, cavidade corporal e intestino composto por células uninucleadas
colunares com microvilosidades formando borda em escova. As fêmeas continham
útero com ovos embrionados pequenos com a parede espessa. De acordo com a
localização, tamanho e as características patológicas encontradas acredita-se tratar do
spirurídeo C. hamulosa.
DISCUSSÃO
A avaliação histopatológica associando a morfologia e localização dos parasitas
possibilitou a identificação e relação mais precisa do parasita com a patogenicidade e
consequência para a ave. Assim como afirma Machado et al. (2006), a infestação por
Tetrameres sp. pode levar à proventriculite devido à localização das fêmeas dos
parasitas profundamente nas glândulas do proventrículo, e os machos na superfície da
mucosa. A localização intraglandular dos parasitas como observado leva ao
achatamento do epitélio glandular, assim como foi relatado por Coelho et al. (2011).
Segundo Yazwinski e Tucker (2008), os spirurídeos possuem pequenos ovos
embrionados de parede delgada, e o Tetrameres sp. possui como particularidade um
filamento polar na extremidade, o que possibilitou classificar o gênero. De acordo com
Alicata (1947) e Menezes et al (2003), o spirurídeo C. hamulosa causa anemia,
emagrecimento e morte das aves como consequência de infestações severas. No
entanto, mesmo em menor número, este parasita pode causar lesão na parede do
ventrículo interferindo com a atividade muscular afetando a digestão mecânica e
absorção dos alimentos pelo hospedeiro. Brener et al. (2006) descreveram lesões
semelhantes às relatadas na ave desse estudo, caracterizadas por intenso infiltrado de
granulócitos e células mononucleares estendendo-se até as camadas musculares.
Menezes et al. (2003) também relatam a presença de ovos em diferentes estágios no
lúmen do ventrículo. Os spirurídeos possuem como hospedeiros intermediários os
gafanhotos, besouros e outros insetos que se alimentam de plantas ou grãos. As aves
490
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 177, 2013
491
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 178, 2013
Alexandre A. Arenales Torres¹; Ana Carolina Ortegal Almeida¹; Maria Emília Bodini
Santiago²; Lauro Leite Soares Neto²; Maria Cecília Rui Luvizotto¹
1. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - FMVA, Brasil.
2. Parque Zoológico Municipal de Bauru (PZMB), Brasil.
RESUMO: Os calitriquídeos são susceptíveis a infecção por Herpesvirus Humano tipo
1 (HHV-1), podendo causar dermatite e glossite ulcerativa, além de necrose em
múltiplos órgãos. O diagnóstico presuntivo de HHV-1 em primatas pode ser feito
baseado no histórico clínico e anatomopatológico. Este trabalho tem o objetivo de
relatar um surto de encefalite por herpesvírus em três Callithrix jacchus e dois Callithrix
penicillata de vida livre ao redor do Parque Zoológico Municipal de Bauru, ocorrido no
em 2013. Na necropsia evidenciou-se encefalite nos cinco animais e úlceras na língua
de três deles. A análise histopatológica revelou meningoencefalite linfoplasmocitária
discreta a moderada, e nos neurônios, inclusões eosinofílicas intranucleares, Cowdry
tipo A em três amostras. As lesões microscópicas direcionaram para o diagnóstico
presuntivo de HHV-1.
Palavras-chave: calitriquídeos; meningoencefalite; HHV-1
ABSTRACT: Common marmosets are susceptible to infection by Human Herpesvirus
type 1 (HHV-1), and it may cause dermatitis and ulcerative glossitis, and necrosis in
multiple organs. A presumptive diagnosis of HHV-1 in primates can be made based on
clinical history and pathology. This study aims to report an outbreak of encephalitis
herpesvirus in three Callithrix jacchus, and two Callithrix penicillata from wildlife around
the Parque Zoológico Municipal de Bauru, occurred in 2013. Necropsy avaliation
showed encephalitis in five animals and ulcers on the tongue three of them.
Histopathology showed mild to moderate lymphoplasmacytic meningoencephalitis, and
in the neurons, eosinophilic intranuclear inclusions, Cowdry type A in three samples.
Microscopic lesions directed to the presumptive diagnosis of HHV-1.
Key words: Commum marmosets; meningoencephalitis; HHV-1.
INTRODUÇÃO
Os vírus da família Herpesviridae de uma forma geral causam lesões leves nos
hospedeiros considerados naturais, entretanto quando acometem outras espécies,
podem causar lesões graves e até fatais (Costa et al, 2011; Lefaux et al, 2004; Matz-
Rensing et al, 2003). Os surtos de herpesvirus humano tipo 1 (HHV-1) em
calitriquídeos já descritos na literatura mostram que os primatas, especialmente do
Novo Mundo, apresentam alta susceptibilidade ao vírus (Casagrande, 2007; Costa et
al, 2011; Matz-Rensing et al, 2003). A infecção por HHV-1 nos primatas ocorre por
contanto com humanos infectados, por meio de fômites, como alimentos contaminados
com saliva, e também de animal para animal (Costa et al, 2011; Schrenzel et al, 2003).
Em seres humanos, a infecção por HHV-1 é considerada benigna, e causa
gengivoestomatite e ceratite leves, raramente encefalite e doença sistêmica (Lefaoux et
al, 2004; Schrenzel et al, 2003). Entretanto, calitriquídeos infectados por HHV-1 podem
manifestar a doença de forma grave, apresentando úlceras na face, região nasal,
junção muco cutânea e língua, além de conjuntivite e áreas de necrose focal em
múltiplos órgãos (Costa et al, 2011; Matz-Rensing et al, 2003). Segundo King et al
(1998) o diagnóstico de herpesvirus simplex pode ser feito de forma presuntiva se
baseado nas alterações clínicas e achados anatomopatológicos, porém, em algumas
espécies não é possível diferenciar a infecção por Herpesvirus Simplex do Herpesvirus
Tamarinus, sendo necessário o uso de técnicas de diagnóstico avançadas.
492
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 178, 2013
Este trabalho tem o objetivo de relatar um surto de encefalite por herpesvírus em cinco
primatas do gênero Callithrix ocorrido em 2013.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram encaminhados ao Serviço de Patologia Veterinária da Faculdade de Medicina
Veterinária de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖
(FMVA – UNESP) pelo Parque Zoológico Municipal de Bauru amostras de cinco
necropsias referentes a três Callithrix jacchus e dois Callithrix penicillata, de vida livre
que viviam próximos a área do zoológico, sendo dois destes encontrados mortos e três
submetidos a eutanásia devido a ataxia grave e convulsões. Segundo histórico, na
necropsia havia alterações macroscópicas compatíveis com encefalite em todos os
animais e úlceras na língua de três deles. Os tecidos foram processados rotineiramente
e corados com hematoxilina e eosina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na análise histopatológica do sistema nervoso central dos cinco animais havia reação
inflamatória de intensidade variável caracterizada como meningite linfoplasmocitaria
discreta a moderada de distribuição difusa. No neurópilo, presença de maguitos
perivasculares multifocais compostos por infiltrado linfocitário acentuado, associado a
reação endotelial. No parênquima adjacente, necrose neuronal caracterizada por
redução do tamanho celular e aumento da eosinofilia citoplasmática e infiltrado
neutrofílico, além de gliose discreta, caracterizando meningoencefalite
linfoplasmocitária. Em três dos cinco casos foram observadas, nos neurônios, inclusões
intranucleares eosinofílicas de aproximadamente 7,0 μm de diâmetro aliado a
marginalização da cromatina, aspecto este, compatível com inclusões Cowdry tipo A,
identicas às inclusões de herpesvirus. Na língua foram observadas formações de
úlceras por necrose do epitélio, associado a colônias bacterianas e consequente
infiltrado neutrofílico. Não foram encontradas inclusões virais nas úlceras da língua,
entretanto, Costa et al (2011) descreve a visualização de inclusões de herpesvírus na
língua de apenas um dos 14 animais avaliados, sendo este provavelmente um achado
incomum. As alterações descritas no presente trabalho são semelhantes aos surtos em
calitriquídeos descritos por Casagrande (2007), Costa et al (2011), Laufaux et al (2004)
e Matz-Rensing et al (2003), entretanto estes autores, após a suspeita de herpesvirus,
confirmaram a presença do HHV-1 por meio de técnicas de diagnóstico avançado. O
diagnóstico estabelecido no presente relato foi de encefalite por herpesvirus, sendo
esta, provavelmente causada pelo Herpesvirus Humano tipo 1, uma vez que se tratam
de animais sinantrópicos.
CONCLUSÃO
Os animais do presente relato apresentaram lesões compatíveis com herpesvirose,
evidenciando a maior susceptibilidade dos primatas do gênero Callithrix e a
possibilidade de ocorrência desta em forma de surto. Os achados anatomopatológicos
direcionaram para o diagnóstico presuntivo de HHV-1.
REFERÊNCIAS
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493
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 179, 2013
RESUMO:Teratomas são neoplasias raras cujas células são originadas de dois ou dos
três folhetos embrionários. Descreve-se um caso de teratoma supraselar em um filhote
de veado campeiro encaminhado para necropsia após apresentar cegueira central,
incoordenação motora e incapacidade de mamar, seguindo-se o óbito. Apresenta
massa em região supraselar, branca-acinzentada, com áreas sólidas e císticas
alternando-se e conteúdo viscoso nas áreas císticas. Microscopicamente caracteriza-se
pela presença de tecidos epiteliais e mesenquimais dispostos aleatoriamente,
destacando-se a presença de cistos repletos de queratina e recobertos por epitélio
escamoso ou ciliado, focos de cartilagem e de osso. Este é o primeiro relato de um
teratoma no sistema nervoso central de um cervídeo.
Palavras-chave: cérebro; neoplasia; supraselar
ABSTRACT:Teratomas are rare neoplasms which cells are derived from two or three
germ layers. We describe a case of teratoma supraselar in a deer submitted for
necropsy after presenting central blindness, incoordination and inability to suckle,
followed by death. Shows mass in supraselar region, with grayish-white coloration,
cystic and solid areas alternating and viscous content in cystic areas. Microscopically
characterized by the presence of epithelial and mesenchymal tissues arranged
randomly, emphasizing the presence of cysts filled with keratin and covered by
squamous epithelium or ciliated, and foci of cartilage and bone. This is the first report of
a teratoma in the central nervous system of a deer.
Key words: brain; neoplasm; suprasellar
INTRODUÇÃO
Os teratomas são neoplasias raras geralmente encontradas nas gônadas, mas já foram
observadas em localização extragonadal como placenta e glândula pituitária (Gurfield e
Benirschke, 2003; Maekawa et al., 1989). Há relatos desse tumor em diferentes locais
no cão (Gulçubuk et al., 2012), gato (Gruys et al., 1976), equino (Catone et al., 2004),
furão (Williams et al., 2001) e no rato (Maekawa et al., 1989).
Histologicamente caracteriza-se pela presença de diferentes tecidos originários de pelo
menos dois, e usualmente dos três, folhetos embrionários (Maclachlan e Kennedy,
2002).
Este relato tem o objetivo de descrever as características histopatológicas de um
teratoma localizado no sistema nervoso central de um filhote de veado campeiro e de
relatar o primeiro caso desse tumor em um cervídeo.
MATERIAIS E MÉTODOS
Um filhote de cervo, fêmea, foi encontrado preso a um lamaçal, em uma área de
reserva ambiental apresentando cegueira central e em 10 dias o quadro evoluiu para
incoordenação motora e incapacidade de mamar, vindo a óbito. Foi então encaminhado
ao Laboratório de Patologia Animal da Universidade Estadual de Londrina (UEL) para
realização de exame necroscópico.
Os fragmentos teciduais coletados durante a necropsia foram fixados em formalina
tamponada a 10% e processados pelos métodos de rotina para inclusão em parafina,
clivagem em micrótomo com 5μm de espessura e coloração pelo método de
hematoxilina e eosina - H&E.
494
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 179, 2013
RESULTADO E DISCUSSÃO
Durante o exame necroscópico contatou-se que o cérebro estava moderadamente
aumentado de volume e com achatamento dos giros. Após seccionado sagitalmente
entre os dois hemisférios evidenciou-se um nódulo na região supraselar, medindo
1,5cm de diâmetro, com superfície irregular, coloração variando de esbranquiçado à
acinzentado, parcialmente firme e com áreas contendo cisto de vários tamanhos. Ao
corte da neoplasia, observou-se que este continha áreas sólidas e císticas e que o
conteúdo do cisto era seroso e gelatinoso. Histologicamente o tumor apresenta
diferentes tipos teciduais dispostos de forma aleatória, destacando-se cistos repletos
de conteúdo queratinizado revestidos por camadas de células escamosas, células
epiteliais ciliadas e caliciformes, eventualmente projetando-se em padrão papilar. As
áreas sólidas são compostas por diversos tecidos, como glândulas sebáceas e
mucóide, folículos pilosos, folículos em padrão de rosetas, tecido ósseo e tecido
cartilaginoso, além de um estroma fibrovascular moderado. Gulçubuk et al.(2012),
Williams et al.(2001) e Catone et al.(2004) também observaram a presença de folículos
pilosos no teratoma, diferentemente de Maekawa et al.(1989) e Gurfield e Benirschke
(2003). As células ciliadas e as glândulas mucóides foram observadas por Gulçubuket
al.(2012), Maekawa et al.(1989) e Catone et al.(2004) e os tecidos ósseo e
cartilaginoso foram vistos por Gulçubuk et al.(2012), Maekawa et al.(1989), Catone et
al.(2004), Gurfield e Benirschke (2003) e Williams et al.(2001).
A localização da neoplasia, assim como a presença de tecidos epiteliais escamosos,
células ciliadas e pequenos folículos, aliados à faixa etária do animal, apontam para o
diagnóstico diferencial com o craniofaringioma, originário de remanescentes
embrionários envolvidos na formação da pituitária, mais especificamente da bolsa de
Rathke, contudo esta não apresenta tecidos originários dos três folhetos embrionários,
como observado no presente caso, de forma que o diagnóstico de teratoma é
histologicamente distintivo (Capen, 2002).
CONCLUSÃO
Com a localização e a histopatologia conclui-se tratar de um teratoma supraselar,
entretanto, é importante ressaltar que clinicamente os sinais poderiam confundir-se
com os de doenças infecciosas do sistema nervoso central, inclusive as de caráter
zoonótico como raiva, criptococose e tuberculose, ressaltando a necessidade do
diagnóstico desta lesão em animais da fauna silvestre.
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 180, 2013
496
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 180, 2013
497
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 180, 2013
498
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 181, 2013
Saulo Pereira Cardoso¹, Lorena Ferreira Silva¹, Fernanda Mara Aragão Macedo
Pereira², Luísa Helena Rocha da Silva³, Tatiana Guerreiro Marçola¹ e Janildo Ludolf
Reis Jr¹
500
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 181, 2013
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507
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508
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 185, 2013
Bosque Municipal da cidade de Marília. A ave foi encontrada morta por tratadores. Os
contactantes não apresentavam alteração evidente. O animal vivia em cercado e a
alimentação consistia de ração, pastagem e eventualmente milho. Durante a necropsia
após a abertura da cavidade celomática, foram aspirados 1800 mL de líquido
inflamatório sero-hemorrágico do seu interior, e observou-se a deposição de fibrina
sobre a serosa das alças intestinais, que encontravam-se aderidas entre si, e
mostravam distensão devido ao acúmulo de ingesta, líquido hemorrágico e gás, além
de estarem congestas. O segmento denominado de cólon-reto apresentava rotação de
360º no eixo mesentérico, necrose gangrenosa caracterizada por coloração enegrecida
da parede da alça intestinal, acompanhada por congestão e trombose de vasos
mesentéricos. À abertura das alças observou-se mucosa de coloração avermelhada
por toda a extensão e conteúdo líquido de coloração vermelho escuro. Havia presença
de alimento no estômago do animal, composto por forragem e ração. Notaram-se ainda
focos hemorrágicos cerebrais e cerebelares, além da presença de petéquias e
sufusões sobre o epicárdio. O exame microscópico foi impossibilitado devido ao
avançado estado de putrefação das alças intestinais. Os achados permitiram concluir
que a causa mortis foi choque endotóxico.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
O sistema digestório do avestruz apresenta a mesma estrutura geral de outras aves e
mamíferos domésticos, com algumas diferenças que podem ser decorrentes da idade,
inerentes à espécie ou hábito alimentar (Monteiro et al, 2009).
Os sinais clínicos do vôlvulo não são patognomônicos, mas podem incluir marcada
distensão e dor abdominal, anorexia, letargia e desidratação (Spevakow et al, 2010;
Anderson et al, 1993).
Os achados necroscópicos do vólvulo intestinal foram compatíveis com os dados da
literatura, constatando-se obstrução vascular, injúria isquêmica, obstrução da luz,
edema, peritonite com presença de líquido inflamatório e necrose gangrenosa
(Gelberg, 2007; Hedlund, 2002).
Como fatores predisponentes de vôlvulo em avestruzes, considera-se o grande
acúmulo de fezes no intestino grosso, alimentação a base de concentrados e
alterações bruscas de alimentação, que levam a produção de gás pela microbiota do
intestino, com aumento de volume que possibilita a rotação (Carrer et al, 2008).
Pode-se concluir que o vôlvulo intestinal atinge todas as espécies, porém poucas
informações são encontradas sobre essa enfermidade em avestruzes, não sendo
encontrado nenhum relato de caso nessa espécie. Assim, este trabalho teve como
escopo contribuir com a descrição anatomopatológica do vólvulo intestinal em avestruz
bem como sua etiopatogenia, possibilitando o diagnóstico precoce e tratamento
adequado, evitando maiores perdas econômicas aos criadores.
REFERÊNCIAS
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510
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 186, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 186, 2013
Portanto, o objetivo desse estudo foi mostrar o papel das DCs dos MCs e dos linfócitos
T na imunidade contra os tumores de mama em cadelas.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizadas 26 amostras de carcinomas de mama do tipo simples, provenientes de
cadelas mastectomizadas no Hospital Veterinário ―Governador Laudo Natel‖ e 18
glândulas mamárias hígidas oriundas de cadelas necropsiadas no Departamento de
Patologia Veterinária, FCAV – UNESP, Jaboticabal, SP. Os mastócitos foram
identificados por meio da coloração de Azul de Toluidina (AT). A marcação das DCs
imaturas foi realizada com anticorpo anti-CD11c, das DCs maduras com o anticorpo
anti-CD83, e dos linfócitos T com o anticorpo anti-CD3, por meio da técnica de imuno-
histoquímica. A média de MCs, DCs imaturas e maduras e de linfócitos T foi obtida
através da contagem total de marcações, em cinco campos de grande aumento, em
microscopia óptica, nos tumores e nas mamas controles. A análise de Variância
(ANOVA) e a comparação entre os grupos (teste Student Newman Keuls e Mann-
Whitney U test), bem como a correlação de Spearman foram feitas no programa
estatístico SAS (9.0).
RESULTADOS
A infiltração de mastócitos foi moderada e predominante no estroma tumoral e
raramente observada em meio ao tumor. Nas mamas controles, o número de
mastócitos foi bem menor do que o encontrado nos tumores. Não houve diferença
estatística significativa (teste de Student-Newman-Keuls, p<0,1319) para a marcação
dos mastócitos em relação aos grupos controle e tumores. Não houve correlação
significativa entre os mastócitos e as DCs imaturas ou as maduras (Correlação de
Sperman), mas houve correlação entre a presença de mastócitos e linfócitos. A média
e o erro padrão do grupo tumor para o CD11c foi de 53,10±8,61 e para o grupo controle
foi de 6,93±2,10, demonstrando que houve mais DCs imaturas nos tumores do que nas
mamas controles. Já para o CD83, obteve-se 3,36±0,59 para o grupo tumores e
0,53±0,28 para o grupo controle, também predominando nos tumores. Os mastócitos
do grupo tumores (8,68±1,57) e controle (3,31±0,73) tiveram valores muito próximos
nos dois grupos, mas predominaram no grupo tumores. Para os linfócitos T, obteve-se
31,92±7,15 no grupo tumores e 10,17±1,62 no grupo controle.
DISCUSSÃO
O retardo sobre a maturação das DCs impede-as de amadurecer corretamente e
apresentar o antígeno tumoral aos linfócitos T. A diminuição de linfócitos T virgens
sensibilizados pelas DCs leva a diminuição do número de linfócitos T efetores
presentes no tumor. A depleção de linfócitos T no tumor pode influenciar na
degranulação mastocitária, já que são eles quem auxiliam na regulação desta ação
mastocitária (Gri et al., 2004). O acúmulo de mastócitos ao redor do sítio neoplásico,
provocado pela ação tumoral e a maior presença de histamina pode beneficiar o
desenvolvimento da neoplasia, como descrito por Dabiri et al. (2004). Em humanos, já
foi relatado que quando os MCs são sensibilizados pelas células tumorais liberam
mediadores que podem alterar a maturação das DCs, mantendo-as imaturas e
ocasionando uma reação de tolerância imunológica aos linfócitos T (Dudeck, et al.,
2011), assim como foi encontrado nesse breve estudo.
CONCLUSÃO
Conclui-se que há uma relação direta entre a presença das DCs, dos linfócitos T e os
mastócitos no tumor de mama em cadelas e que as células tumorais conseguem
interferir nas funções de todas as células citadas, formando um círculo vicioso, o que
compromete o correto desenvolvimento da resposta imune e beneficia o escape
tumoral.
Nota: Este estudo foi aprovado pela Comissão de ética no uso de animais (CEUA),
protocolo nº014526/12 e está de acordo com os princípios éticos na experimentação
animal.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 186, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 187, 2013
RESULTADOS
Macroscopicamente os cães apresentavam mucosas, musculatura e vísceras pálidas
sugerindo anemia intensa. Os linfonodos cervicais, poplíteos, submandibulares,
mesentéricos e inguinais estavam moderadamente aumentados e ao corte estavam
vermelho-escuros e/ou amarronzados e entremeados por áreas brancas. O baço
encontrava-se com maior evidenciação da polpa branca. Foram observadas
hemorragias (equimoses, petéquias e sufusões) em diversos locais: tecido subcutâneo,
pleura, coração, estômago, intestinos, bexiga e rins. Estes também se encontravam
intensamente branco-amarelados. Na histopatologia, uma lesão evidente e comum a
vários órgãos caracterizou-se por infiltrado plasmocitário perivascular leve a moderado.
O infiltrado foi observado nos pulmões, coração, fígado, rins, intestino, bexiga,
musculatura, pele e meninges. Em todos os órgãos, havia também hemorragia
multifocal moderada e, em órgãos como os pulmões, linfonodos e baço havia intensa
eritrofagocitose e hemossiderose. Outra alteração marcante caracterizou-se pela
intensa diferenciação linfoplasmocitária nos linfonodos, baço e tecido linfoide associado
às mucosas. Nestes tecidos observouse o predomínio de plasmócitos e depleção
linfocitária. Nos rins havia ainda glomerulopatia membranosa, glomeruloesclerose e
cilindros hialinos intratubulares.
Em ambos os animais todos os tecidso analisados foram positivos para E. canis, com
exceção do baço de um dos cães, que foi negativo. As amostras identificadas como
positivas para E. canis produziram bandas conforme tamanho esperado do produto
amplificado. As amostras para Leishmania spp. foram negativas.
DISCUSSÃO
Os achados patológicos caracterizados por múltiplas hemorragias, intensa
diferenciação linfoplasmocitária nos órgãos linfoides e o infiltrado plasmocitário
perivascular em vários órgãos foram altamente sugestivos de erliquiose. A associação
das lesões com o resultado da PCR permitiu o diagnóstico definitivo da infecção por E.
canis. A patogênese (e as lesões) da erliquiose canina aparenta ter relação com
mecanismos imunomediados (Harrus et al., 1999). A intensa diferenciação
linfoplasmocitária nos linfonodos e baço e a glomerulonefrite membranosa observada
nos cães do presente caso podem ser relacionadas a hiperglobulinemia detectada nos
casos de infecção por E. canis (Castro et al, 2004).
A trombocitopenia é considerada a anormalidade laboratorial mais consistente e
comum, podendo ser relacionada com o quadro hemorragia por drenagem observadas
nos linfonodos relacionados aos vários tecidos, como no presente relato. Os
mecanismos de trombocitopenia podem envolver a destruição imuno-mediada por
anticorpos antiplaquetários (principalmente na fase aguda), diminuição da produção
(fase crônica), aumento do consumo das plaquetas e sequestro esplênico (Harrus et
al., 1999). A medula óssea nos casos agudos apresenta hiperplasia (como nos cães do
presente estudo), no entanto, nos casos crônicos, torna-se hipoplásica (Castro et al.,
2004). O principal diagnóstico diferencial da doença é a leishmaniose. Alguns cães com
leishmaniose visceral podem apresentar anemia e hemorragia e o diagnóstico
diferencial deve ser feito com o auxilio da histopatologia. Entretanto, quando as formas
amastigotas não são facilmente observadas, a PCR pode auxiliar no diagnóstico
definitivo.
CONCLUSÃO
O diagnóstico macroscópico e histopatológico da erliquiose canina pode ser desafiador
nas regiões com alta ocorrência de leishmaniose. Sendo assim, testes auxiliares, como
a PCR, podem ser úteis para a obtenção do diagnóstico definitivo pós-morte (utilizando
amostras fixadas em formol e parafinizadas), além de permitir classificar a espécie de
Erlichia.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 187, 2013
Agradecimentos
À CAPES, CNPq e FAPEMIG pelo apoio financeiro.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 188, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 188, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 189, 2013
Kamila Alcalá Gonçalves¹, Yara de Oliveira Brandão¹, Daniella Matos da Silva², Simone
Domit Guério², Renato Silva de Sousa¹
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 189, 2013
apresentado pela neoplasia (Baharak et al., 2012). O objetivo deste estudo é relatar um
caso de carcinoma de glândula sudorípara apócrina em uma gata.
RELATO DE CASO
Uma gata, SRD, com 15,5 anos de idade foi atendida no Hospital Veterinário da
Universidade Federal do Paraná (HV/UFPR) com um nódulo subcutâneo (0,7x 0,9cm)
bem delimitado, firme, localizado no pescoço. Após a avalição clínica e citologia
inconclusiva foi realizada a biópsia excisional, com margens adequadas do nódulo e
encaminhado para a avaliação histopatológica.
Ao corte, macroscopicamente, a formação nodular era irregular e difusamente amarela.
Histologicamente, expandindo a derme, era observada uma proliferação de células
neoplásicas, bem delimitada, porém não encapsulada, organizada em lóbulos
entremeados por feixes de estroma fibrovascular. Nos lóbulos, as células neoplásicas
arranjavam-se em múltiplas estruturas acinares e trabeculares, evidenciando células
poligonais a arredondadas com acentuada anisocitose e anisocariose; o citoplasma era
eosinofílico, bem delimitado e com vacúolos predominantemente apicais; o núcleo era
arredondado a oval e contorcido, com 1 a 2 nucléolos evidentes. Alguns grupos de
células neoplásicas foram observadas infiltrando o estroma. As margens laterais e
profunda estavam livres de células neoplásicas.
Após dois meses, o animal retornou com o histórico de recidiva. O novo nódulo foi
removido e teve o mesmo diagnóstico, porém pequenos grupos de células neoplásicas
foram observadas em vasos linfáticos da derme, conferindo a este processo neoplásico
um prognóstico reservado a desfavorável. O animal recebeu tratamento quimioterápico.
Dois meses depois apresentou severa dificuldade respiratória e múltiplos nódulos
distribuídos difusamente no parênquima pulmonar, sugerindo metástase pelo exame de
ultrassom e o animal foi submetido à eutanásia.
A necropsia confirmou os nódulos pulmonares, bem como focos metastáticos da
neoplasia previamente diagnosticada na pele.
MATERIAIS E MÉTODOS
A biópsia de pele e os fragmentos de tecidos colhidos durante a necropsia foram
fixados em formol 10% tamponado e processados rotineiramente no Laboratório de
Patologia Veterinária da Universidade Federal do Paraná, Curitiba. As secções
histológicas foram coradas com H&E (hematoxilina e eosina) e avaliadas ao
microscópio óptico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O carcinoma de glândula sudorípara apócrina é raramente descrito em gatos sendo
que, a incidência desta neoplasia, é maior em animais com idade entre 5 e 15 anos
(Abedi et al.). Neste caso, a neoplasia acometeu um animal de 15,5 anos de idade e
estava localizada no pescoço. Em um estudo retrospectivo de 44 casos de
adenocarcinoma de glândula sudorípara apócrina em cães, 22,5% deste tipo de
neoplasia apresentava invasão de células neoplásicas nos vasos linfáticos da derme,
sem metástase em sítios distantes (Simko et al., 2003).
Apesar do tamanho do nódulo apresentado por este gato ser relativamente pequeno,
após sua remoção cirúrgica, houve recidiva com células neoplásicas em vasos
linfáticos da derme. Apenas 2% dos cães com histórico de carcinoma de glândula
sudorípara apócrina apresentam metástase, associada à invasão vascular (Simko et
al., 2003).
CONCLUSÃO
Relatos de carcinoma de glândula sudorípara apócrina são escassos e, portanto pouco
estudados quanto à ocorrência de recidivas e metástases regionais ou distantes. Este
trabalho descreve o desenvolvimento deste tipo de neoplasia em seu sitio primário e
focos metastáticos.
521
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 189, 2013
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Liliane Cunha Campos; Cecília Bonolo de Campos; Karine Araújo Damasceno; Cristina
Maria de Souza; Enio Ferreira; Geovanni Dantas Cassali
523
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 190, 2013
524
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 190, 2013
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525
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 191, 2013
Glauco Jonas Lemos Santos¹; Adam Leal Lima¹; Marcio Gomes Alencar-Araripe¹;
Francisco Glauco de Araújo Santos²; José Claudio Carneiro de Freitas¹; Diana Célia
Sousa Nunes-Pinheiro¹
527
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 192, 2013
Glauco Jonas Lemos Santos¹; Adam Leal Lima¹; Marcio Gomes Alencar-Araripe¹;
Francisco Glauco De Araújo Santos²; José Claudio Carneiro De Freitas¹; Diana Célia
Sousa Nunes-Pinheiro¹.
1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Vet (PPGCV) - Universidade Estadual do Ceará (UECE).
2 Universidade Federal do Acre (UFAC).
528
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 192, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Cães adultos (n = 10) de ambos os sexos, variando em idade e peso e sem raça
definida raça, foram utilizados. Os animais foram selecionados pela Reação de
Imunofluorescência Indireta (RIFI), pelo ensaio imunoenzimático (ELISA), sendo
considerados sororreagentes títulos ≥ 1:40, e pela presença de lesões oculares. Os
animais selecionados para o estudo foram submetidos ao exame clinico corporal e da
região ocular e periocular. Logo após, os mesmos foram classificados em escores de
acordo com o aparecimento de sinais clínicos característicos da leishmaniose visceral.
Após a avaliação clínica, os animais foram submetidos ao procedimento de eutanásia e
amostras do globo ocular direito e suas estruturas anexas foram coletadas via
procedimento cirúrgico. O globo ocular e fragmentos de pálpebra e músculo reto-orbital
superior foram coletados e armazenados em formol tamponado (10%), pH, 7,0, e
mantidos a temperatura ambiente para a realização dos procedimentos de histologia
clássica. Os cortes foram fixados em hematoxilina e eosina (H&E), e examinados por
microscopia óptica para avaliação dos parâmetros histológicos.
RESULTADOS e DISCUSSÃO
Após a análise semiquantitativa dos achados, os mesmos foram expressos em
porcentagem. 50% dos cães apresentaram escore corporal 2, 30% escore 3 e 20%
escore 1,5. Na avaliação das alterações oculares, todos os animais tiveram
manifestações clínicas, em ambos os olhos, sendo que 20% dos cães apresentaram
escore 2 e 80% escore 1. As principais alterações observadas na região foram
ceratoconjuntivite (90% dos animais), ulceração periocular com perda de pelos (80%
dos animais), uveíte (60% dos animais), blefarite (50% dos animais) e edema em 30%
dos animais. Os achados encontrados corroboram com resultados obtidos em estudos
prévios, somando-se ainda infiltrado intra-ocular, ocular e múscular liso e estriado
adjacente (Peña et al., 2000; Naranjo et al., 2010).
CONCLUSÃO
Então, a partir do exposto, podemos concluir que, as manifestações oculares podem
ser consideradas achados característicos na leishmaniose visceral canina, sendo esta
avaliação muito importante para auxiliar no diagnóstico diferencial.
Nota: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Uso de Animais da
Universidade Estadual do Ceará, Protocolo n º 08622833-1.
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529
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 193, 2013
Ademir Zacarias Junior¹, Francielle Gibson da Silva Zacarias¹, Mauro José Lham
Cardoso¹, Jéssica Regina Moreira², Ana Paula Frederico Loureiro Rodrigues
Bracarense²
RESUMO: A Leptospirose é uma doença infecciosa que pode causar diversos sinais
clínicos e oculares. No entanto, não há descrição das lesões histológicas oculares em
cães infectados. O objetivo foi demonstrar os achados histológicos oculares em cães
sorologicamente positivos para leptospirose e com glaucoma secundário à uveíte.
Foram atendidos 6 cães com glaucoma com indicação de enucleação. Todos tiveram
uma amostra de sangue coletada para a realização do teste de aglutinação
microscópica e fragmentos dos bulbos oculares avaliados para a caracterização das
lesões histológicas. Na córnea as alterações observadas foram edema, desarranjo
estromal e infiltrado inflamatório misto. Na úvea foi observado infiltrado inflamatório
misto com aumento do calibre vascular. O entendimento das alterações histológicas
oculares é fundamental para a compreensão da doença e condutas para prevenção.
Palavras-chave: Leptospira; glaucoma; uveíte
ABSTRACT: Leptospirosis is an infectious disease that cause many clinical and ocular
signs. However, there are no description of ocular histological changes in infected dogs.
The aim was to demonstrate the ocular histological changes in dogs serologically
positive for leptospirosis with secondary glaucoma. Six glaucomatous dogs were
studied in this research. Blood sample were collected to perform the microscopic
agglutination test (MAT) and fragments of the eye evaluated for the characterization of
microscopic lesions. Corneal changes observed were edema, stromal disorder and
mixed inflammatory infiltrate. The uvea proved mixed inflammatory infiltrate and
increased vascular diameter. The research of ocular histological changes is essential
for understanding the disease and for prevention.
Key words: Leptospira; glaucoma; uveitis
INTRODUÇÃO
A Leptospirose é uma doença que acomete humanos e animais devido à infecção por
Leptospira interrogans. Os cães podem atuar como reservatórios, principalmente dos
sorovares Canicola e Icterohaemorrhagiae, perpetuando a bactéria no ambiente e
causando a infecção de outros animais e humanos. Após a infecção, a leptospiremia
ocorre muito rapidamente e pode perdurar por até 10 dias após os sinais clínicos. A
presença da bactéria estimula a intensa vasculite e dano endotelial, lesão renal,
necrose hepática, hipóxia tecidual, redução da albumina plasmática, elevação de
globulinas, morte celular, edema, entre outros.
Diversos sinais clínicos inespecíficos podem ser descritos em cães acometidos como
letargia, desidratação, diarreia, vômito, poliúria, polidpsia, dor abdominal, febre,
tremores, dores musculares, petéquias e equimoses. Os sinais oculares da
leptospirose canina não são bem documentados, porém a vasculite na fase aguda
pode ocasionar uveíte associada à conjuntivite intensa e congestão escleral.
Em equinos, a uveíte recorrente equina causada pela Leptospira é a principal causa de
cegueira e por significantes perdas econômicas. A doença é aguda e apresenta
intensidade variável, e os equinos podem desenvolver uveíte até 2 anos após a
infecção. O diagnóstico de uveíte recorrente equina pode ser realizado com a
identificação da bactéria em amostras oculares pela cultura, testes moleculares e
histopatologia. Nos cães o método diagnóstico mais utilizado é o teste de aglutinação
microscópica (MAT) sérico, no entanto não foram encontrados estudos que
530
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 193, 2013
531
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 193, 2013
REFERÊNCIAS
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532
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 194, 2013
Mayara de Cássia Luzzi¹, Andrigo Barboza de Nardi¹, Ana Paula Girol², Talita Mariana
Morata Raposo³, Renée Laufner Amorim³, Mirela Tinucci Costa¹
1 Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖ – FCAV – UNESP Campus Jaboticabal,
2 Faculdades Integradas Padre Albino – FIPA, Catanduva, São Paulo/SP, Brasil
3 Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖ – FMVZ – UNESP Campus Botucatu.
RESUMO: Vários esforços têm sido direcionados para o melhor entendimento das
neoplasias mamárias, visando o sucesso terapêutico e aumento da sobrevida das
pacientes, o que inclui a determinação de biomarcadores. Investigações indicam que a
proteína anti-inflamatória anexina A1 (ANXA1) atua em diversas vias de sinalização no
câncer, relacionando-se com a regulação da apoptose, migração e invasão de células
neoplásicas. Assim, é importante a realização de estudos para a compreensão do
papel da ANXA1 na neoplasia mamária canina. Para tal, amostras de mama de 37
cadelas foram coletadas, classificadas histopatologicamente e submetidas à técnica de
imuno-histoquímica com o anticorpo anti-ANXA1. Os resultados mostram diminuição na
expressão da ANXA1 conforme piora o prognóstico do tumor, corroborando os dados
de literarura para neoplasia mamária humana. Este estudo sugere que a ANXA1 está
funcionalmente envolvida na progressão de tumores de mama de cadela, sendo um
possível biomarcador adicional na determinação do prognóstico destes tumores.
Palavras-chave: anexinas; cão; glândula mamária; tumor.
ABSTRACT: Several efforts have been directed towards a better understanding of
breast tumors, aiming to obtain a therapeutic success and an increased survival of
patients, which includes the determination of biomarkers. Previous studies indicate that
the anti-inflammatory protein annexin A1 (ANXA1) acts in different signaling pathways
in cancer, associated to the regulation of apoptosis, migration and invasion of cancer
cells. Thus, it is important to perform studies to understand the role of ANXA1 in canine
mammary neoplasia. For this purpose, 37 dog mammary tissue samples were collected,
histopathologically classified and submmited to immunohistochemistry with anti-ANXA1.
The results showed a decrease in the expression of ANXA1 associated to a worse
prognosis of the tumor, corroborating to previous findings in human breast cancer. This
study suggests that ANXA1 is functionally involved in the progression of canine
mammary tumors, and may play a role as an additional biomarker in determining the
prognosis of these tumors.
Keywords: annexins; dog; mammary gland; tumor.
INTRODUÇÃO
A anexina A1 (ANXA1) é um membro da superfamília das anexinas, proteínas cálcio-
dependentes, e participa na regulação do trânsito na membrana plasmática das
células, sendo também relacionada com metástase e infiltração de células tumorais em
diversos tipos de neoplasias humanas (Deng et al., 2012). A ANXA1 tem se
expressado em níveis muito reduzidos em diversos tipos de tumores humanos com pior
prognóstico e metastáticos, como nas neoplasias mamária, prostática. esofagianas e
tumores de cabeça e pescoço (Lim e Pervaiz, 2007).
Além disso, o conhecido papel anti-inflamatório da ANXA1 por mediar a função de
glicocorticoides (Perretti e D‘Acquisto, 2009), promove a modulação da troca fenotípica
de células do tipo epitelial-para-mesenquimal (EMT) pela via de sinalização do fator de
transformação e crescimento celular beta (TGF-β) (Maschler et al., 2010). Ainda, uma
resposta de dano ao DNA é observada quando há depleção de ANXA1 em células
normais de mama (Swa et al., 2012). Deste modo, a não-expressão da ANXA1 em
533
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 194, 2013
535
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 195, 2013
1. Prof. Adj. Dr. de Patologia, curso de Medicina Veterinária UFPR – Setor Palotina.
2. Aluno de graduação UFPR – Setor Palotina.
537
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 195, 2013
CONCLUSÃO
A análise dos resultados indica uma alta prevalência de alterações testiculares em
cães, sobretudo as alterações degenerativas que exibiram a maior prevalência,
seguidas das alterações inflamatórias e as neoplásicas, afetando, mormente cães
adultos a idosos, e em muitos casos, sem evidência clínica e/ou morfológica de
disfunção reprodutiva.
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538
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 196, 2013
Laís Bitencourt Guimarães; Matheus Vilardo Lóes Moreira; Vítor César Martins; Ana
Patrícia de Carvalho da Silva; Juneo Freitas Silva; Roselene Ecco
.
Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, MG, Brasil.
539
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 196, 2013
RESULTADOS
À necropsia foi observado que o animal estava intensamente magro. Os pulmões
estavam com superfície irregular contendo múltiplas áreas nodulares, branco-
amareladas, variando de 0,2 a 2 cm de diâmetro e firmes. A corte fluía material viscoso
amarelado. No lobo caudal esquerdo havia uma área de 2 cm de diâmetro de
aderência fibrinosa do pulmão à pleura parietal. No baço e no fígado também foram
observados nódulos, variando de 0,1 a 0,5 cm de diâmetro, multifocais, com
características semelhantes aos observados nos lobos pulmonares. Os linfonodos
mesentéricos estavam intensamente aumentados de tamanho, branco-amarelados,
firmes e com perda da distinção córtico-medular. No íleo havia áreas elevadas,
brancacentas, entremeadas por áreas vermelho-escuras, multifocais a coalescentes,
transmural e obstruindo o lúmen intestinal em algumas porções. A parede intestinal
nestas regiões estava intensamente espessada. Microscopicamente, no pulmão havia
infiltrado inflamatório neutrofílico e linfo-histiocitário intenso, multifocal, em brônquios,
bronquíolos e alvéolos, necrose multifocal intensa com numerosos macrófagos
alveolares e células gigantes multinucleadas associadas a hifas fúngicas delgadas,
septadas, ramificadas, de 3-6 μm de largura, diâmetro uniforme e comprimento
variável, formando ângulos agudos, morfologicamente compatíveis com Aspergillus
spp. Havia também vasculite e trombose multifocal moderada com algumas hifas no
lúmen dos vasos. No baço, fígado, linfonodos mesentéricos e intestino delgado
também havia infiltrado inflamatório neutrofílico e linfo-histiocitário multifocal, intenso
associado à necrose e hifas fúngicas compatíveis com Aspergillus spp.
DISCUSSÃO
Os achados macroscópicos e histopatológicos foram característicos de infecção
fúngica com disseminação sistêmica e a morfologia das hifas foi compatível com o
fungo filamentoso Aspergillus spp. A aspergilose sistêmica acomete principalmente
animais adultos, com sistema imunológico competente (GARCÍA & BLANCO, 2000),
entretanto no caso relatado o animal era muito jovem com idade inferior à idade média
dos animais geralmente acometidos. Possivelmente o animal era mantido em um
ambiente com alto número de esporos e seu sistema imune ainda não completamente
desenvolvido pode ter facilitado a infecção e disseminação do agente pelos diferentes
tecidos. Esporos de Aspergillus sp. quando inalados podem provocar quadros de rinite
e sinusite micótica esporádicas em cães e gatos, e pneumonia piogranulomatosa ou
granulomatosa em várias espécies (LÓPEZ, 2009). Quando ingeridos, podem causar
principalmente lesões hemorrágias ou necróticas na parede do trato grastrointestinal e
granulomatosa nos linfonodos regionais (BROWN et al, 2007).A invasão da parede do
trato gastrointestinal ocorre como sequela de lesões que afetam a mucosa, podendo
ser precursora de infecções sistêmicas (BROWN et al, 2007). É aceito que para se
estabelecer uma infecção fúngica no trato gastrointestinal é necessária a ingestão de
grande quantidade do microorganismo, uma alteração da normalidade da microbiota ou
imunossupressão do hospedeiro (BROWN et al, 2007). Em gatos, ileíte e colite
fúngicas podem ocasionalmente ser sequela de panleucopenia felina, e em alguns
casos levar a trombo-embolismo micótico para os pulmões (BROWN et al, 2007). O
animal deste relato apresentou lesões intensas em diferentes órgãos, e por isso, não
foi possível a definição do local de infecção primária, podendo ser tanto o trato
respiratório como o trato gastrointestinal. Recentemente foi descrita uma síndrome
invasiva crônica em gatos aparentemente imunocompetentes, com formações iniciais
de granulomas retrobulbares com invasão para cavidade oral, tecido subcutâneo
paranasal e sistema nervoso central (Barss et al., 2013). O diagnóstico da infecção é
feito pela visualização macroscópica de lesões granulomatosas e confirmado pelo
exame histopatológico com visualização das hifas fúngicas e/ou esporos (Lorenzi et al.,
2006). Nos tecidos, o agente aparece principalmente sob a forma de hifas septadas
540
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 196, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 197, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 198, 2013
Andresa Matsui¹, Pamela Rodrigues Reina Moreira², Eduardo Garrido³, Thaís Larissa
Lourenço Castanheira³, Geórgia Modé Magalhães4, Rosemeri de Oliveira Vasconcelos5
RESUMO: O objetivo deste estudo foi investigar a presença de linfócitos T nos tumores
de mama em cadelas. A imunodetecção dos linfócitos T (células CD3 positivas) foi
realizada por imuno-histoquímica e a densidade de células imunomarcadas foi
comparada com o grau de malignidade do tumor. A imunodetecção do anticorpo anti-
CD3 foi intracitoplasmática e também foi observada na membrana celular dos linfócitos.
A mesma ocorreu na periferia e na região intersticial do tumor. As maiores médias de
TILs (linfócitos infiltrantes no tumor) foram observadas no grupo de tumores de grau II,
seguido do grupo de grau III.
Palavras-chave: CD3; imuno-histoquímica; glândula mamária; linfócitos T
ABSTRACT :The aim of this study was to investigate the presence of lymphocytes T in
mammary tumors in female dogs. The immunodetection of lymphocytes T (cells CD3
positive) was done by immunohistochemistry and the density of the immunostained
cells were compared to the grade of tumor malignancy. The antibody anti-CD3‘s
immunodetection was intracytoplasmic and also have been observed on cell‘s
membrane. The immunostained of lymphocytes T appeared in both the periphery and
the interstitial area of the tumor. The highest mean of TILs (tumor-infiltrating
lymphocytes) were observed in the group with mammary tumors grade II, followed by
the group of mammary tumors grade III.
Key words - CD3; immunohistochemistry; mammary gland; lymphocytes T
INTRODUÇÃO
O receptor de célula T (TCR) é distribuído de forma que os clones de linfócitos que
apresentam diferentes especificidades expressam TCRs distintos. Os sinais
bioquímicos, que são acionados nas células T pelo reconhecimento do antígeno, não
são traduzidos pelo TCR, mas sim por proteínas não variáveis como CD3, que formam
o complexo TCR (Alkim et al., 2007, Abbas e Lichtman, 2005). Trata-se de uma
molécula que atua na sinalização ou não do reconhecimento do antígeno (Alkim et al.
2007; Tizard, 2002). No homem, a maioria dos TILs é constituída por células T, o que
sugere a ativação do mecanismo de defesa do hospedeiro (Underwood, 1974). Os TILs
participam no controle do crescimento tumoral por meio da citotoxicidade das células T
e ao produzir mediadores capazes de estimular o crescimento ou de inibir citocinas
(Takagi et al., 1989). No entanto, as próprias células tumorais podem produzir esses
mediadores (Graves et al., 1989). Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar a
presença de TILs nas neoplasias mamárias em cadelas, nos diferentes graus de
malignidade (I, II e III).
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizadas 39 amostras de glândulas mamárias de cadelas com tumor mamário
(13 de cada grau histológico) e 5 amostras de mama sem alterações (grupo controle),
oriundas do Departamento de Patologia Veterinária, FCAV-UNESP, Jaboticabal, SP. A
classificação histológica foi feita conforme a Organização Mundial da Saúde (Misdorp
et al., 1999) e o grau histológico dos tumores foi estabelecido conforme Rezaie (2009).
A técnica de imuno-histoquímica foi realizada em cortes incluídos em parafina, para a
544
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 198, 2013
545
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 199, 2013
Claudia Momo¹; Eduardo Garrido¹; Ana Paula Prudente Jacinho²; Rosemeri Oliveira
Vasconcelos³
1. Alunos de doutorado no programa de Patologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias da UNESP – Campus de Jaboticabal/SP. claumomo@yahoo.com.br
2. Médica Veterinária autônoma
3. Prof Dr do Depto de Patologia Vet da UNESP, Jaboticabal/SP
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As célulasda MOque apresentaram aumento significativo foram os mieloblastos (p=
0,0187), promielócitos (p= 0,0494), linfócitos (p= 0,0071) e macrófagos (p= 0,0019),
demonstrando que há relação entre a quantidade dessas células a presença do
parasito na MO.
Cotterell, Engwerda, Kaye(2000) descrevem hiperplasiamieloide, principalmente em
mieloblastos e promielócitos de cães com LV, achados que concordam com os deste
trabalho. Esta alteração pode estar relacionada à grande concentração de citocinas
produzidas pela infiltração de macrófagos, de acordo com Manzilloet al (2006) e Trópia
de Abreu et al. (2011). Informação confirmada pela relação significativa entre a
presença de macrófagos e parasito, observada neste trabalho.
Os achados também concordam parcialmente com os de Manzilloet al (2006), que
referem como alterações na MO, um aumento da porcentagem de linfócitos e
plasmócitos.
Como resultado de sua persistência, os parasitos estimulam uma inflamação crônica,
caracterizada inicialmente pela presença de granulócitos, seguida pela proliferação de
macrófagos, linfócitos e plasmócitos (VIRELLA, BIERER, 2001).
Não houve diferença significativa entre a relação M:E, quando realizada a comparação
entre os grupos.
CONCLUSÕES
Pode-se concluir que o aumento significativo na quantidade de mieloblastos e
promielócitos está relacionado à alteração no perfil de citocinas produzidas pela grande
quantidade de linfócitos e macrófagos presentes na MO.
Aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais, sob protocolo n° 027299/12.
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547
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 200, 2013
Eric Saymom Andrade Brito¹, Adriana da Silva Santos², Ana Paula Iglesias Santin¹, Léa
Resende Moura¹, Regiani Nascimento Gagno Pôrto¹, Veridiana Maria Brianezi Dignani
de Moura¹
548
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 200, 2013
549
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 200, 2013
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550
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 201, 2013
foram observadas nos ductos coletores e elas sugerem dano ou doença renal de causa
aguda (ASLANI et al., 2007). O tratamento da intoxicação por N. oleander consiste em
dar suporte com fluidoterapia via oral ou intravenosa para diminuir os efeitos
cardiovasculares (HUGHES et al., 2002). Os fluidos que contém cálcio devem ser
evitados, pois podem aumentar o efeito dos glicosídeos cardíacos no miocárdio
(KNIGHT, 1988).
Também doses repetidas de carvão ativado são empregadas para prevenir a
reciclagem de toxinas entero-hepáticas (LYNN et al., 2006). Também outra opção na
terapêutica, é a utilização de fragmentos de anticorpos de digoxina bem sucedida no
tratamento experimental de intoxicação com N. oleander em cães (CLARCK et al.,
1991). Embora existam os efeitos tóxicos do N. oleander, ela tem alguns compostos
pesquisados atualmente, principalmente em medicina humana, no tratamento do
câncer (PHATAK et al., 2000) e como protetores de células do cérebro em modelos de
isquemia (THOMAS, 2006). O objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações clínicas e
histológicas do rim de cães intoxicados com 0,25g/Kg de folhas frescas trituradas de N.
oleander, adicionadas na ração em dose única.
MATERIAL E MÉTODOS
Para o experimento foram utilizados 10 cães adultos, hígidos, provenientes do CPPAR,
UNESP – Jaboticabal, alojados individualmente em canis, equipados com comedouros
e bebedouros individuais, no HVGLN, UNESP – Jaboticabal. Foram divididos em dois
grupos que receberam uma única dose de 0,25g/kg de folhas frescas de N. oleander.
Para a histopatologia renal tomou-se como controle sete dias antes da intoxicação.
Para a realização da biópsia renal, considerou-se o tempo zero sete dias anteriores á
intoxicação (T-7) e os tempos experimentais foram T24h e T76h,realizadas pela técnica
de biópsia percutânea com agulha cortante tipo Trucut ® calibre 18G, guiada por
ultrassonografia. Os espécimes de rim foram fixados em uma solução de formalina
10% e encaminhados ao Setor de Patologia, onde foram processadas. Foram
realizados testes não paramétricos de Fischer, os comparando a média pelo teste de
Tukey, cujos níveis de significância foram (P< 0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na analise das biópsias não houve diferença significativa entre os grupos G24 e G76,
quando é comparado com o tempo T-7, as alterações encontradas foram: mínima
fibrose túbulo intersticial focal, vacuolização tubular difusa, degeneração hidrópica
difusa, as quais já estavam presentes no inicio do experimento. Foram realizadas duas
biópsias por animal, para um total de 20 colheitas onde se observou as seguintes
complicações: micro hematúria (n=20), macro hematúria (n=4), coágulos na bexiga
(n=3) e hemorragia perirenal (n=1). Em nosso trabalho foram usadas dosagens de
folhas 0,25g/Kg do peso do animal, sem levar ao óbito. Neste estudo buscamos
mimetizar a intoxicação natural, nós nos propusemos reproduzir a intoxicação de uma
forma mais natural possível, com a justificativa de que a planta tem o principio ativo a
oleandrina e que na natureza ela esta composta por mais de 30 sustâncias
potencialmente toxicas e esta disponível em jardins já que trata-se de uma planta
ornamental (JOUBERT, 1989).Apesar de ter encontrado algumas lesões nas biópsias
em T24h e T76h como: vacuolização focal dos túbulos, degeneração hidrópica dos
túbulos e fibroses intersticial, estas não foram provocadas durante a intoxicação, já que
estas alterações foram observadas nas amostras basais em T-7, este resultado difere
aos achados microscópicos de animais que morreram pela intoxicação com N.
oleander, possível causa para esta alteração deve-se ao fato que o modelo de
intoxicação utilizado não ocasionou um quadro grave de intoxicação, como também,
para induzir lesão renal grave.
CONCLUSÃO
Com o presente estudo pode-se concluir que animais intoxicados com 0,25g/Kg de
folhas verdes de Nerium oleander em dose única, causaram sinais clínicos relevantes.
552
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 201, 2013
553
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 202, 2013
Emily Correna Carlo Reis (UFV), Rodrigo Viana Sepúlveda (UFV), Fabrício Luciani
Valente (UFV), Lívia Marina Alvarenga Martins (UFV), Raul Felipe Dornas (UFV),
Andréa Pacheco Batista Borges (UFV)
555
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 202, 2013
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556
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 203, 2013
Rafael Vitor Santos de Abreu¹, Conrado Oliveira Gamba²; Mary Suzan Varaschin¹,
Geovanni Dantas Cassali², Enio Ferreira²
1 Departamento de Medicina Veterinária - Universidade Federal de Lavras.
2 Lab de Patologia Comparada Instituto de Ciências Biológica - Universidade Federal de Minas Gerais.
RESUMO: Os carcinomas apócrinos (CA) são neoplasias de glândulas sudoríparas
raras em cães e que possuem diversos subtipos histológicos que podem confundi-lo
com outros tumores cutâneos. O presente trabalho tem como objetivo descrever as
características histopatológicas do carcinoma apócrino com metaplasia escamosa em
cão e sua confirmação diagnóstica a partir da imunohistoquímica. Foi realizado exame
imunohistoquímico com as citoqueratinas (AE1/AE3, CK7, CK5/6, CK34βe/12); Ki67
(MIB), vimentina, para determinação fenotípica e prognóstica do tumor. A marcação
positiva para a CK 34βe/12 nos ductos e nas áreas de metaplasia revelaram a origem
apócrina e a marcação da CK 5/6 somente na porção escamosa evidenciou a
transformação para esse tipo celular. De acordo com os achados histopatológicos e
imunohistoquimicos foi possível determinar o diagnóstico de carcinoma apócrino com
metaplasia escamosa.
Palavras-chave: cancer; pele; imunohistoquímica; cão
ABSTRACT:The apocrine carcinomas (CA) are tumors of sweat glands that rarely
affects dogs, have different histological subtypes that can confuse it with other skin
tumors. The aim of the present work was to study the histomorphologic features of
canine cutaneous apocrine carcinoma with squamous metaplasia and to find a
diagnostic confirmation by immunohistochemical stains. Was performed
immunohistochemistry with cytokeratin (AE1/AE3, CK7, CK5 / 6, CK34βe/12), Ki67
(MIB), vimentin, to determine phenotypic and prognostic tumor. The positive staining for
CK 34βe/12 the ducts revealed a neoplastic origin marking apocrine and CK 5/6 only in
the squamous portion showed the transformation to this cell type. Based on
histopatological and immunophenotypical findings, the diagnosis of apocrine carcinoma
with squamous metaplasia was established.
Key-words: cancer ; skin; immunohistochemistry; dog
INTRODUÇÃO
Os carcinomas apócrinos (CA) são neoplasias de glândulas sudoríparas que raramente
acometem os cães, estudos apontam uma frequência entre 0,6 e 2,2% de todas as
neoplasias cutâneas. Microscopicamente esses carcinomas apresentam túbulos
geralmente revestidos por uma dupla camada de células epiteliais cuboidais. Apresenta
uma relação núcleo-citoplasma aumentada e grande variação nos padrões de
cromatina e características de nucléolo. Possui elevada atividade mitótica e mitoses
atípicas podem ser observadas. Alguns desses tumores podem apresentar múltiplos
focos de epitélio escamoso com queratinização completa através de uma camada
granular, se assemelhando ao carcinoma de células escamosas (Gross, et al., 2005).
A grande variedade de apresentações dos tumores cutâneos e as diversas variações
celulares dentro de um mesmo tumor podem comprometer a determinação diagnóstica
e prognóstica em tumores cutâneos. Assim, o objetivo deste trabalho é o de relatar um
caso raro de carcinoma apócrino com metaplasia escamosa em um cão, bem como a
utilização de marcadores imuno-histoquímicos para confirmação diagnóstica dessa
neoplasia.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi recebido no Laboratório de Patologia Comparada da UFMG sete nódulos, retirados
cirurgicamente, que estavam localizados na região abdominal de um cão, do sexo
557
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 203, 2013
feminino, da raça pitbull com coloração branca e idade de 11 anos. Todos os nódulos
estavam ulcerados e, de acordo com a indicação clínica, suspeitava-se de carcinoma
de células escamosas. Os materiais foram processados rotineiramente (inclusão em
parafina) para avaliação histopatológica e posteriormente foi realizada avaliação imuno-
histoquímica com a utilização das citoqueratinas CK AE1/AE3 (1:100), CK 7 (1:25), CK
5/6 (1:50), CK 34β/12 (1:40); além do marcador de proliferação celular, MIB (1:25), e do
marcador estromal, Vimentina (1:100).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na análise macroscópica das lesões foi evidenciado um aspecto semelhante em todos
os sete nódulos, sendo diagnosticados como carcinomas apócrinos. Apresentavam
tamanhos que variaram de 3 à 6,5 cm de diâmetro, possuíam ulcerações de bordas
irregulares, por vezes contendo conteúdo semifluido, branco e escasso.
Microscopicamente foram observados fragmentos de pele pilosa contendo proliferação
de células epiteliais de elevado pleomorfismo e alta contagem mitótica. As células
estavam dispostas em formação acinar em múltiplas camadas, caracterizando o
adenocarcinoma apócrino de glândulas sudoríparas. Por vezes observou-se a
transformação em epitélio escamoso das células neoplásicas, com formação de
filamentos de queratina, caracterizando o processo de metaplasia escamosa.
O carcinoma apócrino é relativamente incomum em cães, representando cerca de 2%
dos tumores cutâneos e raros relatos destacam seu potencial invasivo e metastático
(Baharak et al. ,2012; Morita et al., 2010). A variação histológica desse tipo tumoral
pode, em alguns casos, comprometer o diagnóstico e consequentemente a sua
determinação prognóstica. No exame imuno-histoquímico foi possível notar a
expressão tumoral positiva para CK34β/12 e CK AE1/AE3 em toda a população
neoplásica (formações ducto-acinares e áreas de metaplasia); para CK5/6 somente em
áreas de metaplasia escamosa; e ausência de expressão vimentina e CK7 pelas
células neoplásicas. Tais achados confirmaram a origem epitelial neoplásica apócrina
do tumor. Além disso, houve marcação positiva fraca para MIB (<1%), mostrando um
baixo índice de proliferação celular do tumor.
A utilização de citoqueratinas na caracterização fenotípica de carcinomas cutâneos
pode ser definida a partir da expressão de citoqueratinas de alto e baixo peso
molecular (Park et al., 2008; Tafti et al., 2012). De acordo com nossos resultados, a
expressão de citoqueratinas basais pode fornecer informações adequadas para a
caracterização fenotípica do carcinoma apócrino em cão, permitindo a exclusão do
diagnóstico de carcinoma de células escamosas quando da presença de metaplasia
escamosa nesses tumores.
CONCLUSÃO
A combinação dos achados histopatológicos associados expressão positiva de
CK34β/12 e negativa para CK5/6 demonstraram ser úteis para a confirmação
diagnóstica do carcinoma apócrino canino com metaplasia escamosa.
Agradecimentos:
Ao CNPq, CAPES e ao apoio financeiro da FAPEMIG.
REFERÊNCIAS
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558
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 204, 2013
Francis Brito¹, Arianne Oriá², Carlos Humberto da Costa Vieira Filho³, Eduardo Luiz
Trindade Moreira², Danielle Nascimento Silva4 , Ludmila de Lima Trindade5
RESUMO: Um felino, racialmente indefinido, 12 anos de idade, foi atendido com sinais
de dispnéia. Os achados do exame clínico, resultados laboratoriais e avaliação
radiográfica levaram à suspeita de neoplasia pulmonar. A necropsia e o histopatológico
de tumorações observadas diagnosticaram carcinoma bronquíolo-alveolar, com
metástase em linfonodo traqueobrônquico, músculos intercostais, diafragma e
pericárdio.
Palavras-chave: metástase; neoplasia; pulmão
ABSTRACT: A racially undefined, 12 years old cat was presented with signs of
dyspnea. The clinical examination findings, laboratory results and radiographic
evaluation led to suspicion of lung cancer. Necropsy and histopathology of tumors
diagnosed bronchioloalveolar carcinoma with metastasis to tracheobronchial lymph
node, intercostal muscles, diaphragm and pericardium.
Keywords: lungs; metastasis; neoplasia
INTRODUÇÃO
Neoplasias pulmonares primárias são pouco comuns em pequenos animais, sendo as
prevalências relatadas em gatos estão entre 0.5 a 0.75% (Wilson e Dungworth, 2002).
Geralmente, acomete gatos com a idade média entre 12 e 13 anos e, aparentemente,
não há predisposição sexual (Wilson e Dungworth, 2002; Clements et al., 2004). Em
felinos, a maioria dos tumores pulmonares é maligna e, muitas vezes, cursa com
metástases para linfonodos traqueobrônquicos, musculatura esquelética, pericárdio,
pleura, coração, ossos e rins (Ferian et al., 2006; Kerins e Breathnach, 2006; D´Costa
et al., 2012).
Os carcinomas bronquíolo-alveolares tendem a ser periféricos nos pulmões, mais
próximos à pleura. Caracterizam-se pela proliferação de células neoplásicas ao longo
dos alvéolos pulmonares e junções bronquíolo-alveolares pré-existentes e podem
ocorrer tanto como nódulos isolados ou na forma de massas pulmonares múltiplas
(Lucena et al., 2011).
Este trabalho relata os achados clínicos e patológicos de um caso de carcinoma
bronquíolo-alveolar em felino.
MATERIAL E MÉTODOS
Felino, sem raça definida, macho, 12 anos de idade foi atendido com histórico de
dispnéia há uma semana e perda progressiva de peso há aproximadamente um mês.
Outro veterinário na semana anterior havia realizado hemograma, dosagens séricas de
uréia, creatinina, glicose, fosfatase alcalina, ALT e GGT, todos com resultados dentro
dos parâmetros de normalidade. Além destes, foi realizada radiografia do tórax, a qual
evidenciou presença de efusão pleural. Frente esses achados foi consignado a
toracocentese e nova radiografia torácica foi realizada, sendo possível evidenciar
processo expansivo em lobo pulmonar médio direito. O líquido drenado foi
encaminhado para análise que sugeriu tratar-se de neoplasia maligna.
O guardião relatou piora do quadro clínico-respiratório, bem como hiporexia e apatia,
dois dias após a toracocentese. Ao exame físico o animal apresentava dispnéia,
mucosas normocoradas e evidente abafamento de sons respiratórios, especialmente
559
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 204, 2013
560
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 204, 2013
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561
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 205, 2013
Renata Madureira¹, Thaís Correa Costa¹, Giovana Wingeter Di Santis¹, Antonio Carlos
Faria dos Reis¹, Marcelo de Souza Zanutto², Lucas Gomes Alécio²
RESUMO: O presente estudo tem como objetivo relatar casos de neoplasia maligna
das células β pancreáticas, seus aspectos histopatológicos e lesões decorrentes da
hipoglicemia persistente. No Laboratório de Patologia Animal da Universidade Estadual
de Londrina foi realizado o diagnóstico de carcinoma de células β em quatro animais,
da espécie canina. Três desses animais foram encaminhados para exame
necroscópico e foram observadas lesões características de hipoglicemia. Com
diagnóstico histopatológico correto, poderá definir a malignidade dessa neoplasia,
compreender os efeitos sistêmicos da hipoglicemia persistente. Além disso, indicam-se
dosagens glicêmicas periódicas para o diagnostico precoce.
Palavras-chaves: canino; hipoglicemia; maligno; neoplasia; pâncreas
ABSTRACT: This study aims to report cases of malignant neoplasm of the pancreatic β
cells, and its histopathological lesions due to persistent hypoglycemia. Laboratory of
Animal Pathology, State University of Londrina was performed the diagnosis of
squamous cell β in four animals of the canine species. Three of these animals were
sent for autopsy and lesions were observed features of hypoglycemia. Histopathological
diagnosis correct, you can set the malignancy of this neoplasm, understanding the
systemic effects of persistent hypoglycemia. Furthermore, we indicate periodic glucose
measurements for early diagnosis.
Key-words: canine; hypoglycaemia; malignant; neoplasm; pancreas
INTRODUÇÃO
Insulinoma é um tumor funcional de células beta das ilhotas pancreáticas, o qual
secreta insulina em quantidade excessiva, tendo como sinal clínico a hipoglicemia
(Kintzer, 2009) fraqueza e colapso transitório em cães (Polton et al. 2007). O objetivo
desse trabalho é relatar quatro casos de carcinomas de células β pancreáticas em cães
e as demais lesões encontradas nesses animais.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi encaminhado para o Laboratório de Patologia Animal da Universidade Estadual de
Londrina (LAPA-UEL), para exame necroscópico, em maio de 2005, um cadáver
(animal 1) da espécie canina, da raça Boxer com histórico de morte súbita.
Em 2013, foram atendidos no Hospital Veterinário da UEL, três cães, das raças, Border
Collie (animal 2), Mestiço Boxer (animal 3) e um animal sem raça definida (animal 4),
com episódios convulsivos, hipoglicemia persistente, e posteriormente todos vieram a
óbito. Do animal 2 foi enviado um fragmento do pâncreas e os demais animais foram
encaminhados ao LAPA-UEL para realização de exame necroscópico.
Todos os órgãos coletados durante as necropsias e o fragmento de pâncreas foram
fixados em formalina a 10% tamponada, processados, emblocados em parafina,
cortados em 5 μm e realizada coloração de hematoxilina e eosina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 1 observa-se que um dos cães é da raça Boxer e o outro mestiço Boxer,
embora não pura, são representadas em casos de insulinoma canino, juntamente com
Fox Terrie, Poodle Standard e Pastor Alemão. A faixa etária avançada também
constitui fator predisponente sendo de nove anos em média na literatura e de 11 anos
no presente trabalho. Devido ao baixo número de animais, não possível
562
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 205, 2013
563
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 205, 2013
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564
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 206, 2013
Tanise Policarpo Machado¹, Veridiane da Rosa Gomes², Ezequiel Davi dos Santos³,
Thaís Oliveira Corrêa4, Ricardo Pimentel de Oliveira4, Adriana Costa da Motta5
como cistite, o que acarreta em uma recidiva da sintomatologia clínica (Serakides et al.,
2000; Meuten, 2002; Froes et al., 2007; Moura et al., 2007). O presente trabalho tem
como objetivo descrever um caso de CCT em uma fêmea canina, com incontinência
urinária e hematúria, diagnosticado no Laboratório de Patologia Animal (LPA) da
Universidade de Passo Fundo (UPF), RS.
MATERIAL E MÉTODOS
O animal foi atendido no Hospital Veterinário (HV) da UPF, onde foi realizado exame
clínico, hemograma, ultrassonografia e biópsia da bexiga. A biópsia foi encaminhada
para diagnóstico anatomopatológico no LPA. A amostra foi analisada e fixada em
formalina tamponada 10% e processada por métodos histoquímicos convencionais e
corados com hematoxilina e eosina (HE).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um canino, fêmea, de 10 anos de idade, da raça Maltês, foi atendido no HV com
suspeita de cistite. Constatou-se normalidade dos parâmetros clínicos avaliados e,
inicialmente, foram realizados exames hematológicos e bioquímicos de rotina, os quais
não apresentaram alterações. Foi instituído tratamento com amoxicilina, ácido
clavulânico, ranitidina, tramadol, enrofloxacina e meloxicam. Após dois dias de
tratamento, o animal não apresentou melhora do quadro e iniciou com disúria e
prostração, havendo suspeita de cálculo urinário. Assim, optou-se pela realização de
ultrassonografia, que permitiu visualizar uma massa anormal de tecido na parede da
bexiga. Após a ultrassonografia, o animal foi encaminhado para realização de
procedimento cirúrgico com intuito de efetuar uma biópsia excisional. A massa tecidual
removida foi encaminhada ao LPA-UPF para realização de exame anatomopatológico.
Ao exame macroscópico, observou-se segmento irregular de tecido medindo
2,8x1,2x1,5cm, com consistência macia a firme e de coloração pardo-acastanhada.
Aos cortes, era de aspecto fibroso e de coloração pardacenta. Segundo a literatura, o
CCT pode apresentar-se como uma massa esbranquiçada, firme, ulcerada e de limites
imprecisos e com intensa hemorragia, com mucosa irregular, além de espessamento
da parede vesical (Serakides et al., 2000; Moura et al., 2007). Estes achados
corroboram com os descritos no presente relato quanto à descrição do aspecto e
coloração, uma vez que, a coloração pardo-acastanhada descrita refere-se,
possivelmente, a algum grau de hemorragia. Não foi possível evidenciar a real
localização do tumor, uma vez que a amostra enviada não representava uma porção
significativa do órgão e não foi descrita a localização no histórico clínico.
Microscopicamente, havia proliferação celular atípica oriunda do epitélio, que invadia a
lâmina própria da mucosa e muscular da bexiga distribuindo-se, principalmente, em
arranjo sólido, com eventual arranjo trabecular ou em ―ninhos‖. Apresentava marcada
vascularização, células com intenso pleomorfismo, citoplasma vacuolizado, núcleos
vesiculosos e nucléolos proeminentes, por vezes exibindo mitoses bizarras e estroma
escasso. Havia, também, infiltrado inflamatório mononuclear, por vezes supurativo,
sugerindo ulceração da mucosa, corroborando com os achados citados na literatura
(Moura et al., 2007). A caracterização celular permitiu diagnosticar CCT não papilar
infiltrativo. É possível classificar o CCT em não papilar infiltrativo, quando a massa é
sólida, com surgimento na mucosa e com expansão à lâmina própria e muscular
(Meuten, 2002, Moura et al., 2007). O fato de a paciente ser uma fêmea, de 10 anos de
idade, com histórico de incontinência urinária, hematúria, com posterior disúria,
também, contribuiu para o diagnóstico, uma vez que, muitos estudos apontam estas
evidências para os casos de CCT da bexiga (Serakides et al., 2000; Meuten., 2002;
Froes et al., 2007; Moura et al., 2007). Salienta-se que no caso do CCT e,
principalmente, no não papilar infiltrativo, a probabilidade de recidiva e o potencial
metastático são altos, assim, o diagnóstico precoce, com a realização de exames
complementares como ultrassonografia e histopatologia são imprescindíveis para o
566
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 206, 2013
diagnóstico definitivo, prognóstico e bem estar do animal. Cabe destacar que este foi o
primeiro caso de neoplasma da bexiga de canino diagnosticado no LPA da UPF.
CONCLUSÃO
Os achados clínicos e anatomopatológicos permitiram o diagnóstico definitivo de CCT
não papilar infiltrativo. Destaca-se, ainda, a importância do exame clínico acurado e da
realização de exames complementares no diagnóstico das patologias do sistema
urinário, bem como do acompanhamento do paciente com intuito de proporcionar uma
maior qualidade e expectativa de vida para o paciente.
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570
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 208, 2013
Soraya Santos Farias¹, Lorena Gabriela Rocha Ribeiro², Alessandra Estrela Lima³,
Mário Jorge Melhor Heine D'Assis4, Laís Pereira Silva5, Karine Araujo Damasceno6
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo relatar o caso de uma cadela de nove anos
portadora de carcinoma de células escamosas primário de mama com ausência de
metástase regional e à distância e recidiva um mês após a mastectomia radical. À
histopatologia, observou-se proliferação neoplásica maligna de células epiteliais com
diferenciação escamosa, sendo evidenciadas junções intercelulares, plugues de
queratina e ausência de envolvimento da epiderme adjacente. A imunohistoquímica foi
negativa para RE e positiva para RP, E-caderina e Cox-2. Baseado nos achados
clínicos e histopatológicos foi estabelecido o diagnóstico de carcinoma de células
escamosas primário de mama.
palavras-chave: cão; carcinoma escamoso; glândula mamária; imuno-histoquímica
ABSTRACT:This work reports the case of a nine year old female dog with a primary
squamous cell carcinoma of the mammary gland without regional and distant
metastasis and recurrence one month after radical mastectomy. Histopathology
analysis revealed a neoplastic proliferation of malignant epithelial cells with squamous
differentiation with intercellular junctions, keratin plugs and no involvement of the
adjacent skin. Immunohistochemistry was negative for ER and showed positivity for PR,
E-cadherin and Cox-2. Based on clinical and histopathological findings, the diagnosis of
primary squamous cell carcinoma of the mammary gland was established.
key words: breast; dog; immunohistochemistry; squamous carcinoma
INTRODUÇÃO
O carcinoma de células escamosas (CCE) primário de mama é caracterizado pela
transformação maligna de células epiteliais com diferenciação escamosa (Misdorp et
al., 2001). Apresenta baixa frequência na glândula mamária, tanto em mulheres quanto
em cadelas (Sassi et al., 2008; Pruthi et al., 2010) e seu diagnóstico obedece a critérios
histológicos e clínicos, com o objetivo de excluir outros subtipos de carcinomas com
áreas de metaplasia, invasão direta de carcinoma escamoso da pele suprajacente ou
mesmo metástases. Esta neoplasia apresenta comportamento clínico extremamente
agressivo (Grenier et al., 2007), com rápida evolução, sendo o tratamento pouco eficaz
e o prognóstico reservado (Bahtt e Fernando, 2009).
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é relatar a ocorrência do carcinoma de
células escamosas primário de mama em uma cadela, bem como descrever as
características anatomo-histopatológicas e imuno-histoquímicos, comparando com a
espécie humana.
MATERIAL E MÉTODOS
Uma cadela poodle, de nove anos foi atendida no Hospital de Medicina Veterinária da
UFBA, apresentando tumor de mama com evolução de dois meses. O animal foi
submetido à mastectomia, havendo recidiva aproximadamente um mês após o
procedimento cirúrgico. A cadeia mamária e linfonodos regionais foram encaminhados
para os Laboratórios de Anatomia Patológica (UFBA) e Patologia Comparada (UFMG).
571
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 208, 2013
572
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 208, 2013
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573
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 209, 2013
Ana Maciel Ribeiro, Conrado de Oliveira Gamba, Mirna Maciel D‘auriol Souza,
Geovanni Dantas Cassali; Enio Ferreira
Labo de Pat Comparada, Depto. de Patologia Geral - Instituto de Ciências Biológicas, UFMG
574
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 209, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Uma gata, de cinco meses de idade, sem raça definida, apresentou nódulos firmes
adjacentes às mamas inguinal esquerda e torácica caudal direita. Exérese cirúrgica foi
realizada e os materiais obtidos foram encaminhados ao Laboratório de Patologia
Comparada para avaliação histopatológica (hematoxilina e eosina - HE).
Para a análise imuno-histoquímica utilizou-se os marcadores citoqueratina (CK) (clone
34βE12, Dako, 1:50), Ki-67 (clone Mib-1, Dako, 1:25), P63 (Clone 4a4, Neomarkers,
1:80), alfa actina de músculo liso (SMA) (clone 1A4, Dako, 1/100), receptor de
estrógeno (RE) (Clone 1D5, Dako, 1:50) e receptor de progesterona (RP) (Clone
hPRa2, Dako, 1:20). Para os anticorpos CK, P63 e SMA utilizou-se avaliação
qualitativa avaliando apenas presença ou ausência de imuno-marcação. Para RE e RP
foram consideradas positivas as áreas com imuno-marcação em ≥1% das células
neoplásicas (Hammond et al., 2010).
RESULTADOS
A análise macroscópica revelou nódulos medindo 0,5 e 0,6 cm de diâmetro de
superfície discretamente lobulada. Ao corte os nódulos apresentaram-se macios e
revelaram massas sólidas e homogêneas de coloração esbranquiçada. O nódulo
menor revelou pequenas áreas nodulares acastanhadas. Na análise microscópica da
lesão mamária observou-se em alguns ductos intra e extra-lobulares áreas de HDSA
caracterizadas por formação de múltiplas camadas de células epiteliais intralumenais,
de nucléolos proeminentes, com raras figuras de mitose e por vezes com emissão de
projeções de aspecto micropapilar. Áreas de CDIS também foram observadas nas
estruturas ductais e caracterizaram-se por formação de múltiplas camadas de células
de moderado pleomorfismo, com formação de pontes e pseudolúmens.
A análise imuno-histoquímica revelou positividade nuclear para p63 e citoplasmática
para SMA em células mioepiteliais que envolviam áreas de HDSA e de CDIS. Na
avaliação da expressão de CK 34βE12 as áreas de HDSA e CDIS revelaram
positividade citoplasmática de intensidade forte em células epiteliais luminais e
negatividade em células epiteliais da camada basal. As HDSA e CDIS apresentaram-se
positivas para receptores hormonais (RE e RP) e revelaram índice de proliferação
celular, a partir da expressão de Ki-67 de 3% e 46,5%, respectivamente.
DISCUSSÃO
Neste estudo descreveu-se lesões hiperplásicas ductais sem atipia e carcinomas in situ
na glândula mamária de um felino de 5 meses de idade. De acordo com a literatura,
neoplasias mamárias são raramente observadas nesta faixa etária, visto que na
espécie felina o risco do desenvolvimento de ocorrência desta entidade aumenta partir
de 6 anos de idade (Giménez et al., 2010). Os CDIS diferenciaram-se das HDSA por
apresentarem maior índice de proliferação celular, figuras de mitose, anisocariose
moderada, além de outras características morfológicas como formação de pontes e
pseudo-lúmens. Estes achados histopatológicos corroboram com o que tem sido
descrito para CDIS em humanos e caninos (Ferreira et al., 2012). As imuno-marcações
para p63 e ASMA auxiliaram na evidenciação de células mioepiteliais e,
consequentemente, na definição de ausência de invasão estromal adjacente aos CDIS.
A progressão de lesões hiperplásicas para lesões carcinomatosas tem sido investigada
tanto em humanos quanto em caninos (Ferreira et al., 2012; Cassali et al., 2011; Page
et al., 1985; Page et al., 2000; Tavassoli et al., 1990). Na espécie canina as HDA foram
associadas à ocorrência de carcinomas in situ (Ferreira et al., 2012).
CONCLUSÃO
Neste estudo, baseado nos achados histo-patológicos, diagnosticou-se hiperplasias
ductais sem atipia e carcinomas ductais in situ em um felino de 5 meses. Os
marcadores imuno-histoquímicos podem auxiliar no diagnóstico definitivo destas
lesões. Diante dos resultados podemos sugerir uma possível relação entre o
575
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 209, 2013
576
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 210, 2013
Fabio Brum Rosa¹, Camila Tochetto¹, Isadora Silveira¹, Rafael Fighera¹, Alexandre
Mazzanti², Glaucia Kommers¹
577
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 210, 2013
DISCUSSÃO
Com base no padrão histológico predominante, carcinomas de células foliculares da
tireoide são subdivididos em bem diferenciados (folicular, compacto, folicular-compacto
e papilífero) ou carcinomas indiferenciados (células fusiformes, células pequenas ou de
células gigantes) (Kiupel et al., 2008). Carcinoma folicular-compacto é o tipo mais
comum de tumor maligno da tireoide em cães (Capen, 2002). O pulmão e os linfonodos
regionais são os locais mais comuns das metástases de carcinomas de tireoide
(Capen, 2002). Invasão nos ramos das veias cranial e caudal da tireoide, com a
formação de trombos tumorais, leva a múltiplas metástases pulmonares, muitas vezes
antes do envolvimento dos linfonodos cervicais retrofaríngeo e caudal (Capen, 2002).
Metástases para o pulmão e linfonodos regionais não foram observadas. Em humanos,
metástases espinhais em geral afetam tipicamente a região torácica (60-80%), lombar
(15-30%) e cervical (<10%) (Sciubba et al., 2010). O cão deste relato tinha metástase
epidural espinhais entre C1-C3. Em humanos, o corpo vertebral (85%) é o local mais
comum de envolvimento inicial, seguido do espaço paravertebral (10-15%) e no espaço
epidural (<5%) (Harel e Angelov, 2010). Neste caso observou-se metástases no
espaço epidural, o que é raramente observado, comprimindo a medula e causando
sinais clínicos associados à síndrome neurológica cervical. Outros sítios metastáticos
de carcinoma de tireoide em animais incluem adrenais, cérebro, rins, coração, fígado e
ossos (Mooney, 2005).
CONCLUSÕES
Este relato descreve os achados macro e microscópicos de um cão incomum de
carcinoma de tireoide com metástase epidural espinhal.
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578
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 211, 2013
Lorena Ferreira Silva, Letícia Batelli de Oliveira, Saulo Pereira Cardoso, Cláudio
Henrique Gonçalves Barbosa, Susy Karoline Hermes Sousa, Ana Luiza Sarkis Vieira
579
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 211, 2013
RESULTADOS
À necropsia, o animal apresentou massa multinodular pouco delimitada, acastanhada
com áreas avermelhadas de aproximadamente 7,0 X 3,0 cm, envolvendo a próstata,
bexiga e uretra. Aos cortes, a massa apresentou superfície irregular, macia, cística.
Nódulos milimétricos, multifocais esbranquiçados e macios foram observados nos
pulmões e omento. Além das lesões nodulares, o cão apresentou intensa dilatação da
pelve renal dos rins direito e esquerdo e de ureteres (hidronefrose e hidroureter).
O exame histopatológico revelou que o tecido prostático estava substituído por
proliferação neoplásica infiltrativa de células epiteliais intensamente dispostas em
túbulos e ninhos, sustentados por grande quantidade de tecido conjuntivo fibroso. No
tecido prostático adjacente a neoplasia observou-se hiperplasia cística moderada e
multifocal. No omento, pulmões, uretra, bexiga e linfonodo ilíaco observou-se múltiplos
focos de proliferação neoplásica epitelial infiltrativa com as mesmas características
observadas na neoplasia da próstata.
DISCUSSÃO
Os carcinomas de próstata em cães são incomuns, ao contrário da hiperplasia
prostática benigna, a qual se desenvolve em grande parte dos cães castrados (Foster e
Ladds, 2007).
O tenesmo observados neste animal é relatado por Jonhston et al. (2000), que também
relata gotejamento de sangue independente da micção, hematúria e infecções
recorrentes do trato urinário. Neste caso, a hidronefrose e hidroureter ocorreram devido
a compressão da neoplasia a uretra, relacionados à proximidade da próstata. Segundo
Davidson e Baker (2009) bexiga, ureteres, uretra e linfonodos regionais podem estar
afetados e também pode ocorrer hidronefrose em cães com neoplasia prostática,
resultante da compressão dos ureteres.
No presente relato, observou-se infiltração e/ou metástase para uretra, bexiga, pulmão,
linfonodo e omento. De acordo com Cornell et al. (2000), as metástases do carcinoma
prostático ocorrem principalmente em linfonodos, pulmões e ossos. Outros locais de
metástases incluem fígado, cólon, rins, coração, adrenal, cérebro e baço (Cornell et al.,
2000; Johnston et al., 2000; Krawiec e Heflin, 1992; LeRoy e Northrup, 2009). Contudo,
não há relatos de metástase para omento, sendo este o primeiro caso na literatura.
CONCLUSÃO
As lesões nas próstatas e os locais de metástase observadas nestes casos são
similares as reportadas por outros autores. Entretanto, no presente relato há
hidronefrose e hidroureter e metástase para o omento. O carcinoma prostático em
cães, apesar de raro, apresenta prognóstico reservado devido ao grande potencial para
metástases e elevado índice de malignidade.
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580
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 212, 2013
Yara de Oliveira Brandão¹, Kamila Alcalá Goncalves¹, Elio Alves Moreira Junior²,
Vanessa Nadine Gris³, Simone Tostes de Oliveira Stedile², Renato Silva de Sousa¹
582
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 212, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 213, 2013
Rachel Bittencourt Ribeiro; Raphael Mansur Medina; Maria Aparecida da Silva; Hassan
Jerdy Leandro; Eulógio Carlos Queiróz de Carvalho
585
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 214, 2013
Daniela Araujo de Sousa¹; Livia Yumi Suzuki²; Kássia Valéria Gomes Coelho da Silva³;
Juliana da Silva Leite4; Marcela Freire Vallim de Mello4; Ana Maria Reis Ferreira4
1. Doutoranda do Prog de Pós-Graduação em Med Vet (Clínica e Reprodução Animal), UFF, Niterói/RJ.
2. Aluna de Graduação em Med Veterinária, Bolsista PIBIC, Faculdade de Veterinária, UFF, Niterói/RJ.
3. Pós-doutoranda do Progr de Pós-Graduação em Med Vet (Clínica e Reprodução Animal), UFF.
4. Docentes do Depto de Patologia e Clínica Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF, Niterói/RJ.
RESULTADOS
Todas as amostras das diferentes regiões gástricas, de todos os animais,
apresentaram resultados positivos tanto no exame citológico quanto no histopatológico,
conferindo um resultado de 100% de positividade e 100% de concordância entre os
dois métodos de diagnóstico. No exame citológico puderam ser observadas bactérias
delgadas e espiraladas com coloração rosada. Na coloração por WS, as bactérias
espiraladas se coraram em preto, contrastando com o tecido que adquiriu tonalidade
amarelada e acastanhada.
DISCUSSÃO
Os achados do presente estudo estão de acordo com os resultados obtidos por Araujo
(2002) e Lopes (2010), que observaram alta sensibilidade na histopatologia por WS.
Porém Mello (2005) e Hartman (2012) observaram uma menor sensibilidade desta
técnica quando comparada com imuno-histoquímica. Na avaliação das amostras de
citologia corada por fucsina fenicada, o presente estudo obteve 100% de positividade
conferindo uma alta sensibilidade ao teste. Contudo Araujo (2005), apesar de também
relatar alta sensibilidade para este teste, notou uma superioridade do método de WS
sobre a citologia. Portanto, devido à possibilidade dos testes apresentarem falso-
positivo ou falso-negativo, os resultados só devem ser considerados positivos quando
dois ou mais testes confirmarem a infecção (Mégraud, 1996).
CONCLUSÃO
Neste estudo, pode-se concluir que a coloração com fucsina fenicada para as amostras
de citologia e o método de Warthin-Starry para histopatologia são técnicas eficientes
para o diagnóstico da infecção por organismos semelhantes à Helicobacter em
estômago de felinos domésticos, devendo porém, serem usados em conjunto para um
resultado mais preciso.
Agradecimentos
Agradeço à UFF e à Capes pelo apoio financeiro para realização deste trabalho.
Notas informativas
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) sob
protocolo número 48/2011.
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Alessandra Aparecida Medeiros, Thaís de Almeida Moreira, Ana Letícia Daher Aprígio,
Marcelo Carrijo da Costa, Nicolle Pereira Soares, Rodrigo Pereira de Queiroz
588
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 215, 2013
589
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 215, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 216, 2013
ABSTRACT: The aim of this study was to provide a detailed clinical, anatomic and
histopathologic description and the possible causes of death of thirty-seven female dogs
with inflammatory mammary carcinoma (IMC). The appearance of IMC had an acute
course with a very low survival and the high-grade anaplastic was the most common
subtypes. The necropsy also revealed that this tumor might be associated with
hemostatic abnormalities. Thus, investigations are necessary to study the possible
factors that determine this type of tumor and associated with hemostatic abnormalities.
Keywords: hemostatic abnormalitie; dog; inflammation; mammary tumor
RESUMO: O objetivo deste estudo foi fornecer uma descrição clínica, anatômica e
histopatológica e as possíveis causas da morte de 37 cadelas com carcinoma mamário
inflamatório (CIM). O aparecimento de CIM foi agudo, com baixa sobrevida e o
carcinoma anaplásico de alto grau foi o subtipo histológico mais frequente. A necropsia
revelou associação do tumor com alterações hemodinâmicas intensas, resultando em
diferentes causas de óbito.
Palavras-chave: anormalidade hemostática; cão; inflamação; tumor mamário
BACKGROUND
IMC in female dogs is the most aggressive and lethal manifestation of primary epithelial
mammary cancer (Susaneck et al., 1983). It is characterized by rapid growing tumor
with diffuse erythema, edema, increase of skin temperature and pain (Peña et al., 2003)
and several histological types of high-grade with extensive tumor cell emboli in the
dermal lymphatics (Pérez-alenza et al., 2001). Paraneoplastic syndromes that progress
with hemostatic abnormalities, such as the disseminated intravascular coagulation (DIC)
have been described in dogs with IMC (Susaneck et al., 1983). In veterinary, there are
few studies that report the post mortem changes in patients with IMC, but all is
restricted to only determine the presence or absence of metastasis and the organs
affected (Peña et al., 2003, Clemente et al., 2009). In this context, the aim of the
present study was to provide a detailed clinical, anatomic and histopathologic
description and probable causes of death in dogs with IMC.
MATERIAL AND METHODS
Thirty-seven female dogs clinically diagnosed with IMC were retrospectively selected
over a period of 5 years (2006 - 2011). Only in 26 animals have information about
microscopic features and necropsy was conducted in 14 cases. All histopathologic
samples (mammary tumors that included skin and subcutaneous tissues; regional
lymph nodes and internal organs) were reevaluated. Clinical pathological parameters,
including tumor size, histological grade, inflammation distribution and intensity were
used. The histological grade was established according to Elston and Ellis (1991).
RESULTS AND DISCUSSION
IMC is an unusual tumor, despite the increase of cases in the last decade (Clemente et
al 2009). In the Veterinary Hospital (UFBA), were diagnosed eight female dogs with
IMC. All animals had diffuse involvement of multiple glands with mammary tumors
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 216, 2013
firmness, warmth, thickening and pain. In the female dogs reported here, history and
clinical findings of IMC were similar to those in previous reports (Susaneck et al., 1983;
Pérez-alenza et al., 2001). It is well known that IMC is not constituted by a specific
histologic subtype (Cassali et al., 2011). Apparently, anaplastic carcinoma and ductal
carcinoma have been associated with inflammatory breast cancer (IBC) in woman
(Rosen, 2008). In this histological data review included anaplastic (n=16), solid (n=6),
tubular-papillary (n=2) and papillary (n=2), and high histological malignant grade (HMG
III) was observed in 22 tumors. Dermal lymphatic invasion had been confirmed in all 26
dogs. Compared with non-inflammatory carcinomas, in IMC the proliferation of
lymphatic endothelial cells are higher. Furthermore, the molecular interactions of
activated lymphatic endothelial cells with tumor cells facilitate entry of IMC into the
lymphatic vessel increased metastasis to lymph nodes (Van Der Auwera et al.,
2005).The intense inflammation was high in 17 tumors and varied from multifocal to
diffuse. Lymphocytes were the predominant cell type followed by plasma cells and
macrophage. According to Peña and colleagues (2003), the inflammatory reaction
associated with IMC, except the ulcerated areas, is not relevant. However, Estrela Lima
and others (2010) comparing non inflammatory mammary carcinomas noted that
intense lymphocytic infiltrate was the only prognostic factor with independent
association with lower survival rates. Undoubtedly, IMC has a high potential of
metastasis and several studies describes the organs most often affected (Peña et al.,
2003; Pérez-alenza et al., 2001; Clemente et al., 2009). In this study we observed that
necropsied patients have metastasis for lymph nodes (14/14), lung (9/14) and skin
(6/14) and other organs. It is important to emphasize that at the time of diagnosis not all
the animals had visible lung metastasis at radiography, however, after the microscopic
evaluation of the lungs, metastasis was observed in all of them. Thus, it is believed that
micrometastasis are already present in all animals during clinical evaluation.
Hemorrhage, congestion and edema were also observed, especially in the four animals
that presented hemostatic abnormalities, confirmed by coagulation tests (prothrombin
and activated partial thromboplastin times were prolonged, thrombocytopenia and
hypofibrinogenemia). Furthermore, fibrin thrombi and emboli in the microcirculation
were present in various organs. It is believed that due to the high metastatic potential of
CIM, during the migratory route, the neoplastic cells can cause endothelial injury and
induce release of tissue factors which together with thromboplastin, secreted by the
tumor mass, promote the activation of the coagulation cascade, with consequent
formation of fibrin tromb in the microcirculation, secondary vascular stasis, as well as
activation of the fibrinolytic system, consumptive coagulopathy and bleeding diathesis
(Stockhaus et al., 1999). Furthermore, lesions in endothelial cells may occur, directly or
indirectly by the interaction of tumor cells with monocytes which express tissue factor in
its membrane or polymorphonuclear leukocytes which release proteases and oxygen
free radicals, promoting hypercoagulability. Some authors believe that there is a fibrin
feedback system where the formed thrombi may serve as a transporter of tumor cells,
enabling metastasis and new thrombus formation (Marinho et al., 2008).
CONCLUSION
Thus, we conclude that also several anatomical and pathological findings can be seen
at necropsy of these patients, which is a result of different causes of death. However
further investigations are necessary to determine the possible factors that leads to the
development of each injury pattern.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 216, 2013
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Kamila Alcalá Gonçalves¹, Yara de Oliveira Brandão¹, Aline Luiza Konell², Renato Silva
de Sousa¹
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 217, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 218, 2013
concentration of 1 mg/mL). The blood samples were centrifuged at 800 rpm for 30 min
at 4°C, followed by 10 min at 3000 rpm. The sera was collected and stored at) -80°C
until analysis. A Milliplex MAP Canine specific kit was purchased. The following
chemokine/cytokines were assayed (IP-10, IL-2, IL-4, IL-6, IL-8, IL-10, IL-15, IL-18, IFN-
y and TNF-a). Plates were read on a FACScan Luminex 100 (Luminex Corporation,
Austin, TX). The cytokine profile was first assessed to identify low and high cytokine
producers, as previously suggested (Luiza-Silva et al, 2011). Briefly, after the
establishment of the global median of cytokine levels/control index, each cytokine from
all animals was tagged as they display low (white) or high proinflammatory (black)
indexes. The percentage of animals showing high cytokine indexes was calculated for
each chemokine/cytokine type. The ascendant frequency of high cytokine indexes was
then used as the reference cytokine curves to identify changes in the overall cytokine
patterns from all other groups. Statistical analysis was performed using the GraphPad
Prism 5.0 software package (San Diego, CA, USA).
RESULTS AND DISCUSSION
In order to improve our understanding of the immunological heterogeneity of canine
mammary carcinoma, it was determined the cut-off scores among the clinically different
groups. In our study, we have observed a distinct chemokine/cytokine profile depending
on the group, where higher levels of IL-10 and IL-18 were observed in more than 50%
of the control dogs. In the MC-BMT group, a higher frequency of animals producing IL-
6, IL-8 and IP-10 was observed, whereas for the MC group IL-2 and were detected. It
was observed a higher frequency of IL-8 producers in both MC-BMT and MC groups.
This data is consistent with our previous results showing a high lymphocytic infiltrate
observed in the canine mammary carcinomas. Our data also indicated an increase in IL-
6 in the MC-BMT and this may result in a better prognosis compared to the MC group.
On the other hand, IL-2, considered an antitumor agent, (Nicoline et al, 2006) its levels
were higher in the MC group, thus representing a worse prognosis. In order to observe
if the type of cytokine could be associated with metastasis in either MC-BMT or MC
dogs, the levels of seric cytokines were compared. A distinct profile was observed in the
dogs with metastasis in both groups. It is interesting to notice that IL-10 levels were
increased in both groups with metastasis. However, the effects of IL-10 are dramatically
opposed to those of IL-6, as IL-10 is immunosuppressive and anti-inflammatory (Pestka
et al, 2004). IL-10 inhibits NF-kB activation through ill- defined mechanisms (Schottelius
et al, 1999; Hoentjen et al, 2005) and consequently inhibits the production of
proinflammatory cytokines, including TNF-a, IL-6, and IL-12 (Moore et al, 2001). One
mechanism by which IL-10 inhibits tumor growth was suggested to depend on down-
regulation of MHC class I expression, leading to enhanced NK cell-mediated tumor cell
lysis (Kundu and Fulton 1997). We have also observed a higher percentage of MC dogs
expressing higher levels of IL-10, suggesting a possible non-protective anti-tumoral role
for this cytokine. Previous studies have demonstrated that a higher percentage of NK-
cells in MC-BMT were correlated to a better prognosis. However, the lower expression
of MCHI and MCHII was observed in the MC group with worse prognosis (Estrela-Lima
et al, 2011). The evaluation of performance indexes for IL-10 seric levels and survival
showed co-positivity (sensitivity) of 73%, co-negativity (specificity) of 89%. The data
analysis showed that IL-10 expression (>15 MFI) is a parameter highly specific,
indicating its ability to detect in female dogs with mammary tumors histologically
classified as MC whose disease will progress to the death of an animal.
CONCLUSION
This work defines a potential prognostic marker for routine use in the clinic. Our data
showed a different cytokine profile depending on the type of canine mammary
carcinoma (MC-BMT or MC) and also a possible involvement of IL-10 in a worse
prognosis for this disease.
598
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 218, 2013
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Laboratório de Patologia Comparada, Depto. de Patologia Geral, ICB/UFMG - Belo Horizonte, MG,
cassalig@icb.ufmg.br
601
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 220, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 221, 2013
Thiago Vaz Lopez¹; Sandro de Vargas Schons²; Márcia Nobre¹; Nayche Tortato Vieira²;
Poliana Souza² e Gisele da Silva Glomba²
RESUMO: Displasia folicular é uma dermatopatia de origem genética que afetam cães
jovens de diversas raças. O diagnostico desta enfermidade é realizado através do
histórico clínico, lesões histopatológicas da pele e exame microscópico dos pêlos. A
displasia folicular é uma alteração patológica rara na clínica medica veterinária de
pequenos animais. Por este motivo este trabalho tem por objetivo relatar um caso de
displasia folicular do pêlo preto em cão da raça Yorkshire. O diagnóstico foi realizado
através dos achados microscópicos da pele associado à ausência de alterações
hormonais, bioquímicos e parasitológicos.
Palavras chaves: alopecia; canino; displasia; folicular; genética
ABSTRACT: Follicular dysplasia is a genetic skin disease affecting young dogs of
various breeds. The diagnosis of this disease is accomplished through the clinical
history, histopathological lesions of the skin and microscopic examination of hair. The
follicular dysplasia is a rare pathological change in clinical small animal veterinary
doctors. Therefore this paper aims to report a case of follicular dysplasia in black fur
dog breed Yorkshire. The diagnosis was made by microscopic findings of the skin
associated with the absence of hormonal, biochemical and parasitological.
Key words: canine, follicular; dysplasia, genetics, melanin
INTRODUÇÃO
Displasia folicular canina é uma dermatopatia rara, hereditária, causada pela desordem
de genes autossômicos recessivos, caracterizada clinicamente por pêlos quebradiços,
mudança da cor dos pêlos e áreas de alopecia. As displasias foliculares podem ser
classificadas em dois tipos; a displasia folicular com diluição da cor (DFDC) e a
displasia folicular do pêlo preto (DFP), também chamada de displasia tardia, entretanto,
as duas formas da displasia são consideradas semelhantes, com variações de
pigmentação e a idade do aparecimento das lesões. Clinicamente, os sinais da DFDC
aparecem a partir da terceira e quarta semana após o nascimento, enquanto, a DFP é
mais tardia, entre três meses a três anos (Carlotti., 1990). A displasia folicular com
diluição da cor tem sido relatado em cães da raça Doberman, Yorkshire Terrier,
Pinscher, Galgo italiano, Great Dane (Carlotti.,1990) Whippet, Saluki, Chow-chow,
Dachshund (Miller.,1990) e a displasia folicular do pêlo preto ocorreu em animais
jovens bicolores ou tricolor das raças Dachshund, Papillon, Saluki, Bearded Collie,
Border Collie, Basset Hound (Dunn et al.,1995) Cocker Spaniel, Pointer, Gordon setter
(Carlotti .,1990).
A causa da alteração folicular ainda não foi totalmente esclarecida, porém são
consideradas duas condições para o aparecimento das lesões, um defeito ectodérmico,
provavelmente causado por uma ou mais mutações no gene MLPH (melanophilin gene)
que codifica a melanofilina, ou, o déficit de MSH (hormônio estimulante da melatonina),
deixando as células da matriz pilosa expostas à toxicidade dos precursores da
melanina. A base genética da DFDC e DEP, bem como, o modo de transmissão
autossômico recessivo foi demonstrada em uma família de Dachshunds e Inheritance
(Dunn et al.,1995). O fato que os dois tipos de displasia folicular tem o mesmo modo de
herança reforça a teórica que ambas tem a mesma etiologia (Carlotti., 1990).
O diagnóstico da distrofia folicular e realizado através da observação dos sinais
clínicos, exame microscópico do pêlo e dos achados histopatológicas da pele. Os
sinais clínicos observados nos cães afetados são pelagem quebradiça, sem brilho,
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 221, 2013
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609
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 222, 2013
Daniela Farias da Nóbrega¹, Alcides Branco da Silva Junior², Tatiane Caleffo², Cecília
dos Santos Teruya², Olicies da Cunha³, Aline de Marco Viott³
RESUMO: A pitiose é uma doença granulomatosa que afeta equinos, cães, gatos e
humanos, causada pelo Pythium insidiosum. Nos cães a forma gastrointestinal é mais
comum, cujos principais sinais clínicos são emagrecimento progressivo, dor abdominal,
diarreia, vômito e massa abdominal palpável. O presente trabalho tem por objetivo
relatar um caso de pitiose intestinal em um cão. O animal apresentava diarreia crônica,
vômito, dor e massa abdominal palpável. Macroscopicamente havia severo
espessamento do jejuno com linfoadenomegalia mesentérica. A descrição
histopatológica das lesões intestinais foi caracterizada como reação piogranulomatosa,
semelhante às descritas na literatura. De acordo com os dados epidemiológicos, sinais
clínicos, achados macroscópicos e microscópicos do presente caso, o diagnóstico é
compatível com enterite por Pythium insidiosum.
Palavras-chave: canina; intestinal; pitiose
ABSTRACT: Pythiosis is a granulomatous disease affecting horses, dogs, cats and
humans, caused by Pythium insidiosum. In dogs the gastrointestinal form is more
common, the main clinical signs are weight loss, abdominal pain, diarrhea, vomiting and
abdominal mass. This paper aims to report a case of intestinal pythiosis in a dog. The
animal had chronic diarrhea, vomiting, pain and palpable abdominal mass.
Macroscopically had severe thickening of the jejunum with mesenteric enlarged lymph
nodes. The histopathologic description of intestinal lesions was characterized as a
pyogranulomatous reaction, like those described in the literature. According to
epidemiological data, clinical signs, macroscopic and microscopic findings of the
present case, the diagnosis is compatible with enteritis caused by Pythium insidiosum.
Key words: canine; intestinal; pythiosis
INTRODUÇÃO
A pitiose é causada pelo Pythium insidiosum, pertencente ao reino Stramenopila e
Classe Oomycetos (Grooters, 2003). É uma doença granulomatosa que ocorre em
equinos, cães, gatos e humanos, apresentando diferentes formas clínicas, sendo que
nos cães as principais são a gastrintestinal e cutânea (Santurio et al., 2006). O ciclo
biológico deste agente baseia-se na colonização de plantas aquáticas até a formação
de zoósporos livres, que constituem a forma infectante, por sua vez apresentam
quimiotaxia por pelos, pele e mucosas (Santurio et al., 2006). Portanto a infecção nos
animais está relacionada ao acesso a áreas alagadiças.
Nos cães a forma gastrointestinal é mais comum, cujos principais sinais clínicos são
emagrecimento progressivo, dor abdominal, inapetência, diarréia, vômito e massa
abdominal palpável (Helmann e Oliver, 1999; Mendoza et al. 2003). A doença afeta
mais frequentemente cães com menos de três anos de idade, machos e raças de
grande porte (Grooters, 2003; Miller, 1985). As lesões macroscópicas observadas nos
casos de pitiose intestinal em cães consistem principalmente em espessamento
transmural do intestino delgado, caracterizadas por massas firmes, fibrosas e com
múltiplos pontos amarelados de necrose e ocasionalmente úlceras multifocais na
mucosa (Trost et al., 2009). Na histopatologia o intestino apresenta uma reação
granulomatosa transmural e podem ser observadas estruturas semelhantes a hifas,
septadas e/ou ramificadas, coradas negativamente pela hematoxilina-eosina que são
611
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 223, 2013
612
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 223, 2013
613
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 224, 2013
Maria Claudia Lopes da Silva, Sarah Paschoal Scarelli, Thaís Rosalen Fernandes,
Noeme Sousa Rocha, Renée Laufer Amorim, Julio Lopes Sequeira
ainda outras 22 raças que contribuíram com 6,59% (37 animais). As fêmeas
responderam por 50,71% (284 animais) dos casos, enquanto que os machos por
49,28% (276 animais). Para dois animais essa informação não estava disponível. A
idade variou entre 1 e 17 anos, com média de 7,5 anos. A forma anatômica mais
frequente foi a multicêntrica, diagnosticada em 50,76 % dos casos (263 animais),
seguida das formas cutânea 38,5% (200 animais), tímica com 7,44% (39 animais),
solitária 2,67% (14 animais) e digestiva 0,57% (3 animais).
DISCUSSÃO
A predisposição racial para o desenvolvimento do linfoma na espécie canina tem sido
descrita (Ponce et al., 2010), porém no nosso país a maior freqüência tem sido
atribuída para as raças de grande porte como Pastor Alemão, Boxer, Dobbermann e
Rottweiler (Sequeira et al., 1999; Moreno e Bracarense, 2007). Deve-se destacar que a
presença de animais sem raça definida é sempre expressiva na nossa população
canina e, portanto, isto se reflete nos resultados das casuísticas que tem sido
publicadas. No presente trabalho, os dados são muito semelhantes aos levantamentos
anteriores na nossa (Sequeira et al., 1999) e em outras regiões (Moreno e Bracarense,
2007). Assim, a proporção das raças na composição da nossa população canina deve
ser considerada quando examinamos estes dados, não sendo possível ainda
estabelecer uma suscetibilidade maior daquelas raças representadas em maior número
na casuística aqui apresentada. Considerando-se a média de idade dos animais,
nossos resultados são superiores aqueles encontrados em trabalhos anteriores. Assim
a idade média de 7,5 anos contrasta com a média obtida anteriormente na nossa
região de 6,2 anos (Sequeira et al., 1999). Isto pode estar relacionado com a maior
longevidade dos animais. O sexo dos animais não influencia na suscetibilidade ao
linfomas (Ponce et al., 2010) e nossos resultados corroboram este fato. No presente
trabalho, a forma multicêntrica apareceu em destaque, com 50,76%, seguida da forma
cutânea com 38,55%. Sequeira et al em 1999 em seu levantamento de 1981 a 1995 e
Moreno e Bracarense, 2007 também encontraram o predomínio destas formas.
CONCLUSÃO
Os nossos resultados são muito próximos aos encontrados na literatura, porém deve-
se ressaltar que é necessário o estudo do perfil dos animais acometidos pelos linfomas
na nossa população canina. Este tipo de estudo ainda é pouco frequente na literatura
nacional. A obtenção destes dados poderá contribuir para o avanço do conhecimento
da doença no nosso meio e assim abrir melhores perspectivas para o diagnóstico e
tratamento da doença na nossa população canina.
Agradecimento
Agradecemos o apoio da FAPESP, processos: 2012/14600-7 e 2011/15745-6.
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615
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 225, 2013
Fernanda Auciello Salvagni¹; Wagner Alexey Back Fiorio¹; Carla Cristina Maistro²;
Maria Christina Christóvão Ramos¹; Luciana Langrafe¹; Rosana Maria de Oliveira¹
616
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 225, 2013
MATERIAIS E MÉTODOS
Um gato Siamês macho, sete anos de idade, semidomiciliado, foi submetido a exame
físico por queixa de diminuição de apetite e leve prostração; descobriu-se um abscesso
em região axilar direita. Com a evolução da lesão, foram realizados exames
complementares, a saber: hemograma completo, bioquímica (função renal e hepática),
glicemia, ELISA para FIV/FeLV, ultrassonografia, citologia, exame histopatológico e
cultivo microbiológico das lesões cutâneas. Após o óbito, o animal foi submetido à
necropsia.
RESULTADOS
DISCUSSÃO
Na fasceíte necrosante, a infecção de tecidos profundos decorrentes da inoculação de
microrganismos envolve a fáscia e a musculatura, podendo apresentar um abscesso
como ponto inicial de lesão (Swartz et al. 2005). Os microrganismos podem ser
componentes normais da microbiota do paciente (Salcido et al. 2007). No caso
relatado, onde o animal era semidomiciliado, o surgimento do abscesso pode estar
relacionado à lesão traumática profunda com inoculação das bactérias. Estas
proliferam rapidamente por contiguidade pela fáscia muscular, produzindo toxinas e
invocando severa resposta inflamatória, necrose tecidual e trombose capilar, resultando
na lesão gangrenosa séptica que culmina no desprendimento do tecido suprajacente e
exposição da musculatura (Swartz et al. 2005; Salcido et al. 2007). A pele retirada pode
mostrar-se aparentemente saudável, sem alopecia ou ulceração, porém o tecido
subcutâneo do fragmento desprendido e a musculatura remanescente no animal
apresentam sinais de necrose, assim como as bordas das lesões exibem demarcação
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 225, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 226, 2013
Caio Resende Docal¹, Leticya Lerner Lopes², Camila Gonçalves de Campos¹, Marcelo
Marques da Silveira³, Daphine Ariadne Jesus de Paula4, Caroline Argenta Pescador5
620
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 226, 2013
REFERÊNCIAS
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621
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 227, 2013
Mayra Cunha Flecher¹, Fernanda de Toledo Vieira¹, Maylla Garschagen Gava²; Alice
Rassele²; Séfora Vieira S Barros¹, Andrea Alves²
MATERIAL E MÉTODOS
Um cão da raça labrador com 1 ano e 8 meses de idade foi atendido no setor de clínica
de pequenos animais do Hospital Veterinário (HV) da Universidade Vila Velha com
histórico de episódios eméticos, náusea, desidratação e caquexia. Ele já havia sido
consultado em outras clínicas e tratado sintomaticamente. Ao chegar ao hospital foi
tratado com protetores da mucosa gástrica, medicamento anti-emético, e mantido em
nutrição parenteral. Quando o animal mostrava-se sem emese durante o tratamento de
controle, era oferecida alimentação oral, mas esse voltava a ter episódios de emese.
Um mês após a primeira consulta realizou-se radiografia contrastada do trato digestório
e endoscopia. Baseado nos resultados desses exames foi indicada uma cirurgia
gástrica e material da região pilórica foi coletado para exame histopatológico. O
fragmento foi acondicionado em formol a 10%, posteriormente processado pelos
métodos histológicos de rotina e corados por Hematoxilina e Eosina.
RESULTADO
Durante o período de internação o animal continuava com emese, principalmente após
ser dada alimentação oral, sem ganho de peso, com anemia normocítica normocômica,
hipoproteinemia e hipoalbuminemia. Na radiografia contrastada foi observado retardo
no esvaziamento gástrico e um possível espessamento da parede na região pilórica.
Na endoscopia evidenciou-se redução acentuada (90%) da luz na região pilórica. O
animal foi encaminhado para a cirurgia onde foi realizada coleta de fragmentos da
região espessada e uma piloroplastia Y-V. Na microscopia observou-se hipertrofia
moderada de túnica mucosa, hiperplasia e ectasia glandular, moderado infiltrado
inflamatório linfoplasmocitário difuso em lâmina própria associada à moderada
hiperplasia da subcamada muscular circular interna. Em um dos fragmentos foi visto
proliferação da túnica muscular com desorganização de feixes e degeneração. Após a
cirurgia o animal não apresentou episódios eméticos, começou a ganhar peso e a
defecar normalmente. Até o presente momento o animal não teve mais complicações
clínicas.
DISCUSSÃO
O cão apresentava um histórico de vômito intermitente e emagrecimento que é
condizente com a descrição da literatura. Esses vômitos e as náuseas continuavam
durante todo o período de internação e só teve melhora após a realização da cirurgia
para remoção da área estenosada. Tratava-se de um cão macho concordando com o
descrito por Brown et al. (2007), entretanto não está entre as raças mais predispostas,
visto que as raças pequenas são mais afetadas. Os animais idosos e de meia idade
são mais acometidos (Brown et al., 2007), sendo diferente desse caso que o animal era
adulto jovem. A hipoproteinemia encontrada no cão do relato também é relatada por
Gelberg (2007). Essa alteração e a anemia são explicadas pela anorexia e vômitos
constantes. A radiografia contrastada foi importante para mostrar o retardo de
esvaziamento do conteúdo gástrico, como é relatado por Van der Gaag et al (1976)
indicando a presença de uma área estenosada que foi confirmado pela endoscopia. Na
microscopia da região estenosada foram observadas as mesmas lesões descritas por
Brown et al. (2007) em que ocorreu hipertrofia da túnica mucosa e da túnica muscular;
além de terem sido observado ectasia das glândulas da mucosa e infiltrado inflamatório
que também é descrito na literatura.
CONCLUSAO
A estenose pilórica possui bom prognóstico quando diagnóstico e tratamento cirúrgico
são realizados de forma correta. O diagnóstico da estenose é realizado através de
exames de imagem, mas a histopatologia é necessária para caracterizar a gastropatia
pilórica hipertrófica.
623
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 227, 2013
REFRÊNCIAS
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624
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 228, 2013
Ana Carolina Ortegal Almeida; Alexandre A. Arenales Torres; Aline Cardoso Pereira;
Flávia de Rezende Eugênio; Daniela Bernadete Rozza
Universidade Estadual ―Júlio de Mesquita Filho‖ (UNESP) – FMVA, Brasil.
RESUMO: A inflamação granulomatosa é um tipo de inflamação crônica na qual
predominam células do sistema mononuclear fagocitário que adotam a forma de
macrófagos, macrófagos epitelióides e células gigantes multinucleadas, formando o
granuloma. Este relato tem por objetivo descrever o caso de um canino, sem raça
definida (SRD), fêmea, de quatro anos de idade apresentando êmese, anorexia,
caquexia e dispneia. Na necropsia, foi observada uma massa abdominal causando
aderência e estenose intestinal multifocal. Ao corte da massa notou-se presença de
tecido em trama reticular semelhante a uma gaze. No estômago, esôfago, traqueia e
pulmão havia conteúdo fétido e amarronzado semelhante a fezes. Após avaliação
histopatológica o diagnóstico foi de processo inflamatório piogranulomatoso associado
a corpo estranho (gaze) e broncopneumonia.
Palavras-chave: gaze; processo inflamatório piogranulomatoso; broncopneumonia
ABSTRACT: Granulomatous inflammation is a form of chronic inflammation in which
predominate cells of the mononuclear phagocyte system that adopt the form of
macrophages, epithelioid macrophages and multinucleate giant cells, forming a
granuloma. This report aims to describe the case of a four-year-old dog, mongrel
presenting emesis, anorexia, cachexy and dyspnoea. In necropsy, was observed an
abdominal mass causing adherence and multifocal intestinal stenosis. It was noted, by
cutting the mass, presence of reticular fabric resembling gauze. In the stomach,
esophagus, trachea and lungs it was observed brownish fetid content resembling fezes.
After histopathological evaluation, the diagnosis was pyogranulomatous inflammatory
process associated with a foreign body (gauze) and bronchopneumonia.
Key Words: gauze; pyogranulomatous inflammatory process; bronchopneumonia
INTRODUÇÃO
A inflamação granulomatosa é um tipo de inflamação crônica na qual predominam
células do sistema mononuclear fagocitário que adotam a forma de macrófagos,
macrófagos epitelióides e células gigantes multinucleadas, formando o granuloma
(Mcgavin e Zachary, 2009). Além destas células, os granulomas podem conter
eosinófilos, linfócitos e polimorfonucleares. Outras células, como os fibroblastos,
existem em quantidade variável, desempenhando papel importante na fibrose dessas
estruturas (Filho, 2006). Granulomas por corpos estranhos são provocados por
estruturas relativamente inertes que se formam quando materiais como o talco, suturas
ou outras fibras são grandes o suficiente para impedir a fagocitose por um único
macrófago. As células epitelióides e as células gigantes se formam e aderem à
superfície do corpo estranho, envolvendo-o. O material estranho geralmente pode ser
identificado no centro do granuloma (Kummar et al., 2005). Este trabalho tem como
objetivo relatar o caso de um cão, apresentando na cavidade abdominal, um granuloma
por corpo estranho (gaze) que levou a estenose intestinal multifocal.
MATERIAIS E MÉTODOS
Um canino, SRD, fêmea, de quatro anos de idade, chegou ao Hospital Veterinário da
Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista
―Júlio de Mesquita Filho‖ apresentando caquexia, anorexia e episódios de êmese. Ao
exame clínico constatou-se desidratação, dispneia e presença de massa abdominal
palpável. Durante o procedimento clínico o animal vomitou aproximadamente meio litro
de conteúdo fétido e amarronzado semelhante a fezes e acabou vindo a óbito. O
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 228, 2013
Claudia Momo¹; Juliana Evangelista Bezerril²; João Paulo Machado³; Gabriel Domingos
Carvalho4
1. Aluna de doutorado no prog de Patologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária da
UNESP – Campus de Jaboticabal/SP. E-mail: claumomo@yahoo.com.br
2. Docente da Faculdade Ingá – Maringá/PR.
3. Docente da Universidade de Viçosa – Viçosa/MG.
4. Professor do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais
RESUMO: Tumores primários do sistema nervoso central são raros nos cães e gatos e
podem ter efeitos locais devastadores, devido à limitação pela calota craniana. Os
hemangiomas primários do tecido nervoso também são raros, sendo mais comum a
sua forma maligna metastática. Descreve-se o caso de um cão da raça Perdigueiro,
que foi encaminhado ao Setor de Diagnóstico Anatomopatológico da Universidade de
Franca, onde foi necropsiado. Ao exame macroscópico do cérebro, após corte sagital
nos hemisférios, foi observada uma massa cilíndrica, bem delimitada, de coloração
vermelha, localizada no córtex do lobo frontal direito, medindo aproximadamente
4,0x3,5 cm. Ao corte, pode-se observar que a massa possuía cavitações preenchidas
por sangue. O exame histopatológico revelou tratar-se de um hemangioma bem
delimitado.
Palavras-chave: hemangioma, tumor primário do sistema nervoso
ABSTRACT: Primary tumors of the central nervous system are rare in dogs and cats
and can have devastating local effects, due to the limitation by the skullcap.
Hemangiomas primary nervous tissue are also rare, the most common being malignant
metastatic form. We describe the case of a dog of breed Perdigueiro, which was
referred to the Department of Pathological Diagnosis of the University of France, which
was necropsied. Gross examination of the brain after sagittal hemispheres, we
observed a cylindrical mass, well defined, red-colored, located in the cortex of the right
frontal lobe, measuring approximately 4,0 x3, 5 cm. When cutting, it can be seen that
the mass had cavities filled with blood. Histopathological examination revealed that it
was a hemangioma well delimited
Key words: hemangioma, primary tumor of the nervous system
INTRODUÇÃO
As neoplasias primárias do sistema nervoso central são incomuns no cão e no gato e
raramente geram metástases em tecidos extra-neurais (ZACHARY, 2007). De acordo
com Vandevelde (1984), a incidência de tumores intracranianos em cães é de 14,5
casos para 100.000 animais.
Em se tratando de neoplasias cerebrais, os termos benigno e maligno devem ser
empregados com cautela, pois a característica de malignidade de um tumor cerebral
difere no diagnóstico histopatológico e no comportamento biológico (KOESTNER,
HIGGINS, 2002).
Tumores intracranianos resultam em disfunção cerebral, causada por efeitos primários,
como infiltração no tecido nervoso ou compressão de estruturas adjacentes, além de
interrupção da circulação cerebral, ocasionando necrose, distúrbios na fluidez do líquor,
elevação da pressão intracraniana e edema cerebral. Os efeitos secundários, que
incluem a hidrocefalia, geralmente são mais difusos ou generalizados em sua
manifestação clínica, podendo mascarar a localização exata do tumor (KORNEGAY,
1983).
Tumores primários costumam ter um crescimento lento, no entanto, devido às
características anatômicas do crânio, tem efeitos devastadores. Os tumores de
crescimento lento permitem uma adaptação das estruturas adjacentes ao aumento de
pressão, podendo ocasionar sinais clínicos vagos, como a mudança de
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 229, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 229, 2013
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631
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632
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 231, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Um total de 8 amostras de metástases tanto em linfonodo quanto em vasos linfáticos
foram selecionadas do arquivo do Departamento de Patologia Veterinária (FCAV-
UNESP Jaboticabal), incluídas em blocos de parafina e as lâminas coradas com
Hematoxilina e Eosina. Para a análise imuno-histoquímica foram utilizados cortes de
tecidos neoplásicos mamários incluídos em parafina, para todos os anticorpos (CD44,
CD24, Oct-4 e ALDH-1), de acordo com a Tabela 1.
DISCUSSÃO
No nosso estudo apenas o CD44 foi altamente expressado nas células metastáticas,
indicando um fenótipo CD44+/CD24-. Estudos encontraram resultados semelhantes,
mas não idênticos, pois a comparação foi entre as células neoplásicas na metástase
em linfonodo com o tumor primário, sendo as células da metástase mais expressivas
para o CD44+/CD24- (KAI et al., 2011). Em êmbolos linfovasculares de carcinomas
inflamatórios em mulheres, autores também detectaram a expressão dos fenótipos
para CTTs (XIAO et al., 2008). Na literatura relata-se que a porcentagem de marcação
na metástase em linfonodo do fenótipo CD44+/CD24-, por citometria de fluxo foi de
6,1%, e esses autores afirmam que a disseminação metastática está associada com
aumento desse fenótipo nas neoplasias mamárias humanas (TIEZZI et al., 2011). O
exato mecanismo ainda não se sabe, mas autores acreditam que essas células que
conseguem chegar ao local de metástase sejam as CTTs (CHU & ALLAN, 2011).
633
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 231, 2013
634
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 232, 2013
Kátia de Oliveira Pimenta Guimarães (UNISA) – Res em Pat Animal; Rayssa de Moura Barbosa (UNISA)
- Aluna de Grad; Caio Rodrigues dos Santos (UNISA) – Prof Dr em Pat Animal; Jessica Yumi Asano
Reimberg (UNISA) – Res em Cirurgia de Peq Animais; Simone Gonçalves (UNISA) – Prof em Clínica de
Peq Animais; Guilherme Durante Cruz (UNISA) – Prof em Pat Animal – Orientador
RESUMO: Nos últimos 15 anos a preocupação dos médicos e microbiologistas vem
crescendo em relação as bactérias do gênero Acinetobacter, devido à sua notável
capacidade de causar infecções em indivíduos imunocomprometidos, e de adquirir
rapidamente resistência às drogas. Seu papel em infecções nasocomiais em humanos
é amplamente analisado e reportado. Embora também ocorram casos de infecção por
Acinetobacter sp. em animais, estes ainda são pouco relatados e estudados. Através
desse relato salienta-se a importância do conhecimento dos veterinários sobre a ação
dessa bactéria, a fim de que apliquem o tratamento mais eficaz de acordo com a cepa
encontrada, com base em seus mecanismos de resistência.
Palavras-chave: cão; gram-negativo; imunocomprometido; multirresistente; oportunista
ABSTRACT: Over the past 15 years the concern of the doctors and microbiologists has
been growing regarding the bacteria of the genus Acinetobacter, due to its remarkable
ability to cause infections in immunocompromised individuals, and rapidly acquire drug
resistance. Its role in nasocomiais infections in humans is widely analyzed and reported.
Although infections by Acinetobacter sp. also occur in animals, they are seldom
reported and studied. Through this report we attempted to emphasize the importance of
knowledge of veterinarians about the action of this bacteria in order to implement the
most effective treatment according to the strain found on the basis of their resistance
mechanisms.
Key words: dog; gram-negative; immunocompromised; multiresistant; opportunistic
INTRODUÇÃO
Acinetobacter sp. é um bacilo gram-negativo, encontrado na água e no solo, que
acomete indivíduos imunocomprometidos. Trata-se de um patógeno oportunista, que é
atribuído, sobretudo, a casos de infecções nasocomiais. Em medicina veterinária, foi
detectada em cães, gatos, cavalos e pássaros selvagens. Acomete principalmente o
sistema respiratório, trato urinário, e tecido cutâneo. Promove adesão em células
epiteliais, causando apoptose destas. Além disso, possui mecanismos de resistência
intrínsecos e adquiridos que a torna multirresistente as drogas, o que dificulta o
tratamento da doença, que tem curso fulminante. As bactérias do gênero Acinetobacter
ganharam visibilidade nos últimos anos, especialmente em função do número de surtos
em humanos causados por cepas multirresistentes as drogas, que, em boa parte
culminam em óbito dos pacientes, devido à rápida progressão de infecções sistêmicas.
A partir de uma miríade de fatores de virulência esse patógeno oportunista consegue
contornar a ação dos antibióticos. Em meio a esses fatores estão o acúmulo de
múltiplas mutações e a obtenção de genes de resistência por meio da transferência de
plasmídeos, transposons e integrons. Outros mecanismos que causam danos ao
hospedeiro são a produção e secreção de enzimas e produtos tóxicos, e a apoptose de
células epiteliais decorrente da adesão dessas bactérias, sendo que, quando ocorrem
no endotélio, causam hemorragia. Dentre os fatores que predispõe o indivíduo a ser
infectado por essa bactéria estão: o uso de corticosteróides, cateteres, ventilação
mecânica, o constante uso de antibióticos e a longa estadia em hospitais.
Acomete principalmente o sistema respiratório, em pneumonias associadas a
ventilação mecânica; trato urinário, a partir de cateteres urinários; e tecido cutâneo,
através de lesões na pele. Porém, também há casos de meningite em indivíduos que
sofreram cirurgias no sistema nervoso.
MATERIAL E MÉTODOS: No dia 12/03/2013 um canino, macho, SRD, 8 anos, deu
entrada no HOVET-UNISA com histórico de arranhadura por felino há 2 dias. O animal
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 232, 2013
Matheus Vilardo Lóes Moreira, Laís Bitencourt Guimarães, Juneo Freitas Silva,
Natália de Melo Ocarino, Rogéria Serakides, Roselene Ecco
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 233, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 233, 2013
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639
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 234, 2013
Laura Fernanda Condota Borba de Souza¹; Daniel França Horta¹; Ludmila Rodrigues
Moroz²; Kaic Dela Coleta¹; Thais Correa Costa³; Daisy Pontes Netto¹
RESUMO: Muitos praguicidas são utilizados de forma ilegal, para o extermínio de cães
e gatos, como os dicumarínicos, carbamatos e organofosforados. Os dicumarínicos são
muito utilizados para o envenenamento de animais devido à sua fácil aquisição. Atuam
como anticoagulantes, com ação direta sobre fatores protrombinicos, levando a sinais
como sangramentos espontâneos e que podem evoluir até a morte do animal. Para um
diagnóstico confirmatório, faz-se necessário a realização de necropsia e análise
anatomopatológica, associado a exames toxicológicos para a confirmação dos casos
suspeitos. Este trabalho tem por objetivo o relato de caso de dois cães de uma mesma
propriedade que foram envenenados, que foram confirmados por necropsia e exame
toxicológico.
Palavras-chave: envenenamento; hemorragia; raticidas
ABSTRACT: Many pesticides are used in an illegal manner, for the extermination of
cats and dogs, such as the dicumarinics, carbamates and organophosphorus
compounds. Dicumarinics are mainly used for animal poisoning due to its easy
acquisition. These act as anticoagulants, with direct action over protrombin factors,
leading to symptoms such as spontaneous bleeding and which can evolve to the
animal's death. For a precise diagnosis, it is necessary to perform the necropsy and the
anatomopathological analysis, also associated to toxicological tests for the confirmation
of suspect cases. This work has the objective of describing the case of two dogs from
the same property which were poisoned, with confirmation through necropsy and
toxicological testing.
Key –words: poisoning; hemorrhage; rodenticides
INTRODUÇÃO
As intoxicações por praguicidas em animais domésticos estão presentes na rotina da
clinica, sendo acidentais ou intencionais (XAVIER, 2007). De acordo com dados do
Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), em 2010 as
intoxicações por agrotóxicos, foram a principal causa de intoxicação animal (FIOCRUZ,
2010). Diversos princípios e ou associações tóxicas são utilizadas com o intuito de
promover um controle de pragas ou eliminar um animal. Os princípios mais
encontrados nas suspeitas de intoxicações são em ordem crescente os carbamatos,
dicumarínicos e os organofosforados. Os raticidas dicumarínicos competem com a
vitamina K pelas enzimas epoxiredutase e vitamina K redutase, impedindo a conversão
da vitamina K e consequentemente alterando os fatores protrombóticos (Fator de
coagulação II, VII, IX, X). (GÓRNIAK; MEDEIROS 2008; OSWEILER, 1998). O objetivo
deste trabalho é relatar o caso de intoxicação de dois cães, com o diagnóstico
confirmatório.
RELATO DE CASO
Dois cães, um da raça Golden Retrivier e outro da raça Daschund, de uma mesma
propriedade vieram à óbito. Um dos cães (Daschund) foi encontrado morto pelos
proprietários e o outro, apresentava prostração, taquipnéia e hipertermia, foi
encaminhado à uma clínica veterinária, vindo posteriormente à óbito. Foi encontrado
uma bandeja contendo restos de carne na propriedade. Ambos os animais foram
encaminhados para a necropsia. Ao exame externo do cão da raça Golden Retrivier,
640
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 234, 2013
641
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 235, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 236, 2013
644
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 236, 2013
Letícia Batelli de Oliveira¹, Guilherme Reis Blume¹, Anahí Souza Silva¹, Felipe Borges
Soares², Alexandre Cirne De Paula², Janildo Ludolf Reis Jr¹
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 237, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Um cão, Pastor Alemão, macho, de 2 meses de idade foi necropsiado no Laboratório
de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade de Brasília (UnB). O animal era
proveniente do canil da polícia do exército e nasceu de uma ninhada de 8 filhotes, onde
somente um animal sobreviveu. Além dessa ninhada, o animal convivia com outras
ninhadas, todos de faixa etária semelhante e vacinados com a polivalente a partir dos
45 dias de vida. Os sinais clínicos desses filhotes eram vômito e diarreia esverdeada e
fétida. Eles apresentavam leve melhora mediante tratamento com antiemético,
antibiótico e protetor gástrico, cessando o vômito, porém a diarreia continuava e
posteriormente vinham a óbito. Apenas um animal da ninhada foi encaminhado para
necropsia. Dez dias antes do óbito do referido animal, foi realizada transfusão
sanguínea, sendo o mesmo mantido por meio de dieta parenteral (base de leite/soja),
sempre apresentando os níveis de potássio baixo e icterícia. Amostras de intestino,
assim como de outros órgãos deste filhote, foram coletadas, fixadas em formalina
tamponada a 10%, processadas rotineiramente para inclusão em parafina e coradas
com hematoxilina e eosina (HE) para exame histopatológico.
RESULTADOS
Macroscopicamente, as mucosas conjuntivais e oral estavam ictéricas. A cavidade
abdominal continha 10 mL de líquido amarelado e turvo. Na mucosa do jejuno havia
múltiplas áreas avermelhadas de 0,5 cm de diâmetro e estriações avermelhadas. A
mucosa do íleo e do reto estavam difusamente avermelhadas, e a do íleo continha
áreas multifocais de 0,2 cm de diâmetro, elevadas e irregulares de coloração
esbranquiçada. A superfície do estômago continha áreas multifocais levemente
avermelhadas. Na parede da região pilórica havia extensa área de hemorragia e na
mucosa áreas irregulares, avermelhadas com cerca de 1 cm de diâmetro. Os ureteres
estavam severamente dilatados (hidroureter) e a pelve renal moderadamente dilatada.
A transição corticomedular dos rins estava avermelhada e a medular com estriações
brancas a alaranjadas. Na histologia, a mucosa dos intestinos delgado e grosso
apresentavam ectasia difusa e severa de vasos linfáticos e a lâmina própria estava
expandida por moderado infiltrado histiocítico. Havia também fusão, atrofia e perda de
vilosidades com severo edema de mucosa, submucosa e serosa. Ectasia difusa
moderada de vasos linfáticos e edema de mucosa e submucosa estavam presentes na
região fúndica e pilórica do estômago. Os vasos linfáticos da pelve e dos ureteres
estavam levemente dilatados.
DISCUSSÂO
O diagnóstico de linfangiectasia intestinal deste cão foi baseado nos achados macro e
microscópicos. A dilatação de vasos linfáticos era mais proeminente no intestino,
apesar de lesões semelhantes terem sido observadas em outros tecidos, como
estômago e ureter. Os achados anatomopatológicos, assim como o quadro clínico de
diarreia crônica, são semelhantes aos relatados por Suter et al. (1985), Kull et al.
(2001), Ilha et al. (2004) e Branquinho et al. (2011). A linfangiectasia pode ser de
origem hereditária, adquirida ou idiopática. As formas adquiridas estão normalmente
associadas a processos inflamatórios ou neoplásicos do intestino ou de linfonodos
mesentéricos (Brown et al., 2007). A forma genética é descrita em algumas raças de
cães e a dilatação de linfáticos não está limitada aos intestinos (Hall e Simpson, 2004).
Como dilatação de linfático foi também observado em outros tecidos, é muito provável
que o animal do presente relato tenha sido acometido pela forma hereditária. Além
disso, os outros filhotes da mesma ninhada apresentaram os mesmos sinais clínicos, o
que reforça esta hipótese.
CONCLUSÃO
Com base nos achados clínicos e anatomopatológicos foi estabelecido o diagnóstico de
linfangiectasia hereditária em um cão Pastor Alemão. Portanto, linfangiectasia intestinal
deve ser incluída no diagnóstico diferencial de cães com diarreia crônica.
647
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 237, 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 238, 2013
Tiago da Cunha Peixoto¹, Julia Liger de Freitas², Daniela Farias Laranjeira¹, Vivian de
Assunção Nogueira³, Alessandra Estrela Lima¹, Stella Maria Barrouin Melo¹
650
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 238, 2013
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654
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 240, 2013
O rim direito de caninos foi o local de maior localização do parasito. Em dois cães,
havia um parasito no rim e outro livre na cavidade abdominal. Seis cães apresentaram
o nematoide livre na cavidade abdominal, acompanhado de congestão e espessamento
de omento, cavitações no parênquima hepático e aderência do baço ao mesentério.
Em um deles haviamúltiplas perfurações na superfície hepática e no diafragma.O
canino com o parasito no ureter direito, tinhaconteúdo purulento na pelve e bexiga
urinária. Neves et al. (1983) descreveram ocorrência de D. renale em cães na mesma
região, entre 1976-79. De 244 cães necropsiados,13 estavam parasitados. Naquele
período foi observado tendência de parasitismo único e no rim direito, com localização
errática entre lobos hepáticos, em linfonodo mesentérico e cavidade torácica.
Em um gato o parasito foi localizado livre na cavidade torácica, que estava repleta de
líquido avermelhado. No lobo pulmonar esquerdo havia uma área circular avermelhada,
de qual fluía sangue,indicando o ponto pelo qual no nematoide se fixava.A causa da
morte desse felino foi hemorragia pulmonar induzida pela parasitose.Segundo Osborne
et al., (1969) a penetração de Dioctophymarenale nostecidos se dá pela ação de
enzimas proteolíticas e lipolíticas produzidas pela glândula esofágica do parasito,
determinando necrose de coagulação nos locais atingidos (OSBORNE et al.,1969).
CONCLUSÃO
Dioctophymarenale parasita preferencialmente o rim direito de caninos, mas foi
encontrado em localizações variadas como o pulmão, bolsa escrotal, ureter, rim
esquerdo, cavidade abdominal e cavidade torácica. Este parasito também pode ter
localização errática em gatos e quatis.
A ocorrência de Dioctophymarenale é alta no estado de Santa Catarina, com destaque
os caninos, espécie mais frequentemente acometida.
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656
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 241, 2013
(grupo carcinomas).
DISCUSSÃO
A maior densidade de TAM e TILT nos carcinomas mamários em relação ao grupo
controle está de acordo com os dados da literatura, que correlacionam a presença
destes leucócitos com características de malignidade e pior prognóstico (Coussens e
Pollard, 2011). TILT isolados de carcinomas mamários humanos apresentam níveis
elevados de citocinas do tipo Th2, como a IL-4. Adicionalmente, muitas das atividades
pró-tumorais dos TAM são reguladas por IL-4 derivadas dos linfócitos Th2 (Ruffell et
al., 2012). A presença de linfócitos T nos carcinomas mamários caninos possivelmente
é constituída por um predomínio de células Th2, cujo perfil de citocinas atuam na
progressão, metastatização e tamanho tumoral (Kohrt et al., 2005). Outros estudos
demonstraram que a presença de macrófagos nas fases iniciais do desenvolvimento
tumoral é associada à necessidade de uma rápida angiogênese, enquanto que nas
fases mais crônicas relaciona-se às atividades pró-invasivas e pró-metastáticas das
células epiteliais malignas (Gocheva et al., 2010).
CONCLUSÕES
O infiltrado inflamatório de TAM e TILT nos carcinomas mamários caninos são
importantes constituintes do MaT, participando dos mecanismos intrínsecos de evasão
tumoral.
Agradecimentos
À FAPESP (processo 2012/09385-0) pelo auxílio financeiro à pesquisa e pela bolsa de
estudo (processo 2010/12946-8). E aos Serviços de Oncologia Veterinária e de
Obstetrícia Veterinária da FCAV-UNESP.
Nota
Aprovado pelo COBEA e CEUA (protocolo 010752/11).
658
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 241, 2013
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659
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 242, 2013
Márcia de Figueiredo Pereira; Fernanda Lúcia Passos Fukahori; Evilda Rodrigues Lima;
Orestes Luiz de Souza Neto; Fernando Leandro Santos; Renata Serpa Cordeiro Sá
Leitão
660
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 242, 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Um cão, macho, sem raça definida, com quatro meses de idade, foi atendido em uma
clínica privada, com dispneia. Pelo hemograma, foi diagnosticado trombocitopenia e
suspeitou-se de hemoparasitose. Instituiu-se o tratamento com doxiciclina (10 mg/kg, a
cada 12 horas), mas após 5 dias de tratamento o animal não apresentou melhora e
desenvolveu subitamente enfisema subcutâneo generalizado. O cão foi encaminhado
para o Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural de Pernambuco onde foi
realizado novo exame clínico. O animal já não vocalizava, mas o tutor informou que
anteriormente o cão apresentava um latido rouco. Não foi possível realizar os exames
complementares devido ao ―inchaço‖ do animal, que inviabilizava a coleta de sangue e
outros exames clínico-laboratoriais. Observou-se crepitação subcutânea generalizada.
O animal teve óbito antes de se estabelecer o diagnóstico definitivo. O cadáver foi
encaminhado para exame necroscópico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
À necropsia, observou-se que o cadáver estava aumentado de volume, hipercrepitante
e em posição de cavalete, sem Rigor mortis (Figura 1). Foram observadas, ainda no
exame externo, petéquias, equimoses e pústulas na pele da região abdominal inguinal
e axilar; hiperemia da conjuntiva, com exsudato mucopurulento e crostas perioculares;
e na região perianal, havia fezes pastosas esverdeadas aderidas. Ao se fazer a incisão
da pele, houve escapamento de gás inodoro, desaparecendo o aspecto de inflado.
Ao se realizar a incisão dos músculos da região submandibular e cervical, observou-se
ausência de parte da cartilagem tireóide e da cartilagem cricóide, sem reação
circulatória local ou nos tecidos adjacentes (Figura 2). À abertura da cavidade torácica,
encontraram-se bolhas de gás nos folhetos pleurais e pneumonia nodular multifocal e
áreas de colapso pulmonar, principalmente próximo às margens dos lobos craniais e
diafragmáticos, com enfisema na região dorsal do lobo diafragmático direito. Na
cavidade abdominal, observou-se congestão hepática.
661
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 242, 2013
662
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 243, 2013
1 Méd Vet Mestrando, Setor de Patologia do Depto de Clínica Vet, (FMVZ), UNESP, Botucatu, SP.
2 Méd Vet Residente, Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, Hospital Veterinário ―Luiz Quintiliano de
Oliveira‖ da Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba (FMVA), UNESP, Araçatuba, SP.
3 Prof Dr do Depto de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal (DCCRA)- FMVA, UNESP, Araçatuba, SP.
664
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 243, 2013
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665
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 244, 2013
Priscila Emiko Kobayashi¹; Raquel Beneton Ferioli²; Diogo Sousa Zanoni²; José
Guilherme Xavier³; Renée Laufer Amorim4; Julio Lopes Sequeira5
RESULTADO E DISCUSSÃO
No exame histopatológico do testículo observa-se plexo vascular circunscrito por
massa neoplásica que forma ora tecido sólido ora projeções papilíferas recobertas por
células epiteliais, infiltrando o parênquima testicular. O estroma é abundante, com
numerosos vasos sanguíneos e infiltração de células inflamatórias com predominância
de polimorfonucleares. As células neoplásicas apresentam núcleo volumoso, com um
ou mais nucléolos aparentes, mostram relação núcleo-citoplasma alterada, citoplasma
eosinofílico e com bordos distintos; sendo raras as figuras de mitose. Na neoformação
abdominal havia lençol de células ricamente vascularizado com estroma conjuntivo
abundante e o componente neoplásico com as mesmas características da massa
testicular. Em virtude da localização das massas tumorais e das características
celulares por elas apresentadas fez-se a suspeita de mesotelioma epitelióide. Assim
sendo, utilizou-se a técnica de imuno-histoquímica para estabelecer um diagnóstico
mais preciso da neoplasia. O uso dos anticorpos primários pancitoqueratina clone
AE1/AE3 e vimentina clone V9 nas diluições 1: 50 e 1:500, respectivamente, foram
realizadas pelo método peroxidase e DAB. Os anticorpos primários calretinina e
mesotelina, ambos na diluição 1:50 também foram usados. A avaliação revelou
marcação positiva para pancitoqueratina, vimentina, calretinina e mesotelina. A co-
expressão da citoqueratina e vimentina são relatadas em mesoteliomas humanos e em
cães (KIM et al., 2002), e a calretinina em humanos é a mais comumente utilizada
como um dos primeiros marcadores dos painéis imuno-histoquímicos para diagnóstico
de mesotelioma. O uso da mesotelina ainda é limitada em humanos, porém a
negatividade é interpretada como um achado contrário ao diagnóstico de mesotelioma
(ORDÓÑEZ, 2013). Após quatro meses pós cirúrgico, o animal apresentava
abaulamento da região abdominal, sendo realizado abdominocentese e enviado o
líquido para exame citológico. A amostra era de aspecto sanguinolento, e foi
previamente citocentrifugada. As lâminas foram fixadas com metanol e coradas pelo
método de Giemsa. Nas lâminas observa-se celularidade alta, composta por células
agrupadas, ora discretamente isoladas, exibindo citoplasma moderado, basofílico e
distinto. O núcleo das células é redondo, apresentando cromatina grosseiramente
agregada e nucléolo evidente. Nota-se anisocitose e anisocariose, células
multinucleadas moderada. Há mitoses e emperipolese discretas. Sete meses após o
ato cirúrgico o animal veio a óbito devido à parada cardiorrespiratória. Ao exame
necroscópico revelou 1.750 mL de líquido sanguinolento na cavidade abdominal, além
de neoformações em serosas dos órgãos da cavidade abdominal e torácica, peritôneo,
pleura e diafragma. As massas continham superfície externa irregular, amarelada,
firme, e as características se mantinham ao corte. No exame histopatológico o aspecto
histológico das neoformações eram semelhantes a neoplasia primária diagnosticada
anteriormente, sem infiltração neoplásica transmural dos órgãos.
CONCLUSÃO:Frente aos achados macroscópicos, microscópicos e imunoistoquímicos
conclui-se de que se tratava de um mesotelioma do tipo epitelióide, advindo da túnica
vaginal que posteriormente metastatizou para as serosas das cavidades torácica e
abdominal. A baixa incidência da neoplasia principalmente na Medicina Veterinária
também reflete os poucos estudos relacionados ao mesotelioma. O diagnóstico
definitivo pré operatório faz-se necessário para estabelecimento de uma terapia
adequada, e consequentemente um melhor prognóstico do paciente, sendo assim, o
presente relato corrobora para fornecer dados e maiores estudos da referida neoplasia
REFERÊNCIAS
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670
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 246, 2013
Agradecimentos
Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (FAPEMIG).
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Pelotas.
675
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 248, 2013
Lívian Otávio Lecca, Rafael Carneiro, Josilene Nascimento Seixas, Claudine Botelho
de Abreu, Flávia Dada Paiva, Antonio C. C. Lacreta Jr.
Universidade Federal de Lavras, Depto de Med Vet, Setor de Pat Veterinária rafaelccosta3@gmail.com
RESUMO: Mieloma múltiplo é uma neoplasia maligna rara de plasmócitos, que afeta
animais domésticos e seres humanos. Este estudo descreve achados clínicos,
laboratoriais, radiológicos e patológicos em um cão sem raça definida, 11 anos de
idade. Com claudicação e dor generalizada, observou-se extensa osteólise associada à
pancitopenia, hipercalcemia e à proteinúria de Bence-Jones. As lesões anátomo-
histopatológicas confirmaram o diagnóstico, evidenciando a presença de plasmócitos
neoplásicos bem diferenciados na medula óssea e em outros órgãos.
Palavras-chave: canino; medula óssea; osteólise; patologia; plasmócitos
ABSTRACT: Multiple myeloma is an uncommon malignancy of plasma cells that affects
domestic animals and humans. This study describes clinical, laboratory, radiological
and pathological findings in a mixed breed dog, 11 years old. With widespread pain and
lameness was observed osteolysis associated with extensive pancytopenia,
hypercalcemia and Bence-Jones proteinuria. The anatomical and histopathological
lesions confirmed the diagnosis revealed the presence of welldifferentiated neoplastic
plasma cells in the bone marrow and other organs.
Key words: bone marrow; canine; osteolysis; plasma cells; pathology
INTRODUÇÃO
O mieloma múltiplo é uma neoplasia rara com origem na medula óssea, derivada de
linfócitos B (plasmócitos) (Silva et al., 2008). Há relatos em diversas espécies animais,
incluindo caninos, felinos, bovinos, equinos e suínos, além de seres humanos (Ramos-
Vara et al., 2007). Representa 1% dos tumores malignos em cães, sendo esta a
espécie mais afetada dentre os animais domésticos (Silva et al., 2008).
Sua etiologia ainda não foi totalmente esclarecida. Acredita-se que a ocorrência do
mieloma múltiplo esteja relacionada com infecções virais, imunoestimulação crônica,
predisposição genética e exposição a agentes cancerígenos (Silva et al., 2008). Este
tumor envolve primariamente a medula óssea, embora possa originar-se em tecidos
extramedulares (Pusterla, 2004). Os cães afetados possuem, em média, entre oito e
nove anos de idade e não há indícios de predileção sexual (Geigy, 2013).
Radiograficamente, o mieloma múltiplo, é caracterizado por áreas osteolíticas bem
definidas sem reação periosteal adjacente (Kealy,2012). As lesões ósseas podem ser
isoladas e discretas (incluindo fraturas patológicas), difusas (multifocais), ou
generalizadas (osteopênicas). Os ossos envolvidos na hematopoiese ativa são mais
comumente acometidos (Vail, 2004) como vértebras, costelas, pelve, crânio e
extremidade proximal de ossos longos (Croucher, 1998).
O presente trabalho tem por objetivo relatar um caso de mieloma múltiplo em um cão,
abordando aspectos clínicos, laboratoriais, radiográficos e anátomohistopatológicos.
MATERIAL E MÉTODOS
Um cão SRD, macho, de 11 anos de idade deu entrada no Hospital Veterinário, do
Departamento de Medicina Veterinária (DMV) da Universidade Federal de Lavras
(UFLA), Minas Gerais, apresentando histórico de claudicação do membro torácico
direito. Após exame físico, foram realizados exames laboratoriais, radiografia da coluna
e ecocardiograma. O animal estava em tratamento para erliquiose com doxiciclina
associada à morfina, devido à dor intensa. Sem apresentar melhora clínica, foi indicada
a eutanásia. O animal, então, foi encaminhado ao Setor de Patologia Veterinária, DMV,
UFLA. Após a necropsia, os fragmentos de tecidos coletados foram fixados em
formalina tamponada a 10% e processados rotineiramente para análise histopatológica.
676
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 248, 2013
RESULTADOS
Ao exame físico, o animal apresentou hiperestesia, dor e sopro cardíaco grau III/VI. Os
exames laboratoriais revelaram pancitopenia, hipercalcemia e proteinúria de Bence-
Jones. Radiograficamente, constatou-se osteólise puntiforme poliostótica em ossatura
pélvica, fêmures e vértebras lombares L2 a L7, além de adelgaçamento
do córtex dos ossos femorais. O exame ecocardiográfico não revelou anormalidade. À
necropsia, foram observadas mucosas orais e oculares discretamente pálidas. Calos
ósseos entre 5ª e 7ª costelas do lado direito e na 10ª costela do lado esquerdo do
animal. Os ossos apresentavam-se frágeis. À abertura da medula óssea do fêmur,
úmero e canal vertebral, notou-se discreta irregularidade do endósteo, com focos
esbranquiçados. Também constataram-se moderada esplenomegalia e discreta
endocardiose da valva mitral. O exame histopatológico da medula óssea revelou
ocupação difusa por plasmócitos bem diferenciados, em algumas áreas representando
cerca de 100% da população celular; em outras, com pelo menos 50% de plasmócitos
entremeados às demais células hematopoiéticas. Associadas à proliferação tumoral,
observaram-se áreas de destruição acentuada do osso cortical, bem como de
trabéculas, com evidente atrofia trabecular e/ou desaparecimento das mesmas.
Metástases do tumor primário foram observadas no baço (infiltração difusa), rins e
fígado (ambos com aglomerados neoplásicos multifocais). Adicionalmente, os rins
apresentavam nefrose tubular crônica associada à infiltrado intersticial de células
tumorais, fibrose e calcificação da região medular.
DISCUSSÃO
A dor e as lesões de degeneração waleriana observadas na medula espinhal são
provavelmente decorrentes de compressão medular pela neoplasia.
Radiografias para a análise esquelética são recomendadas para determinar a extensão
das lesões osteolíticas, as quais possuem implicações no diagnóstico, prognóstico e
tratamento da enfermidade (Vail, 2004). As lesões radiográficas de osteólise em ossos
longos e esqueleto axial deste paciente são compatíveis com a literatura (Kealy, 2012).
O diagnóstico foi confirmado com base nos achados histopatológicos de plasmócitos
proliferados atípicos na medula óssea, além de baço, fígado e rins. A ocupação da
medula pelas células neoplásicas resulta em pancitopenia (Geigy et al., 2013).
CONCLUSÃO
O mieloma múltiplo, por ser uma doença rara, muitas vezes pode ser erroneamente
diagnosticado, levando a complicações decorrentes do tratamento incorreto. Sendo
assim, é importante a realização de exames auxiliares e descrição dos resultados dos
mesmos.
Agradecimento
À FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), que
incentiva e apoia as pesquisas científicas e tecnológicas em Minas Gerais.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 249, 2013
imunológico pode incluir a IL-10 (Hodi e Soiffer, 2002). O objetivo deste trabalho foi
determinar a relação entre a secreção de IL-10, a malignidade do tumor e a intensidade
da reação inflamatória no sítio tumoral.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram colhidas 30 amostras de tecido mamário de cadelas, sem predisposição de raça
ou idade. Instituiram-se dois grupos: controle, com cinco amostras e, carcinomas
simples, com 25 amostras, colhidas, respectivamente, no Departamento de Patologia
Veterinária e no Serviço de Obstetrícia Veterinária da FCAV-UNESP, Jaboticabal. Os
fragmentos, incluídos em parafina, foram submetidos à imunomarcação pelo anticorpo
anti-IL10 (diluição: 1:400), por imuno-histoquímica, por meio do complexo de polímeros
ligados a peroxidase. A densidade das células imunomarcadas foi determinada pela
contagem de células em cinco campos de grande aumento (área igual a 0,19625 mm2
por campo). Para a análise estatística confrontou-se a densidade de IL-10 entre os
grupos, através de análise de variância (α=5%). Foi realizado o teste exato de Fisher
para averiguar a relação entre níveis categóricos de IL-10 (0-5) e os níveis categóricos
de inflamação (0-5).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As células imunomarcadas para IL-10 apresentaram-se distribuídas difusamente nos
tumores, principalmente nos carcinomas papilares e tubulares. A distribuição foi focal
nos carcinomas sólidos. Macrófagos, linfócitos, plasmócitos, mastócitos e células
epiteliais malignas apresentaram secreção de IL-10. A densidade de células
imunomarcadas para IL-10 foi maior no grupo dos carcinomas em relação ao grupo
respectivamente. O teste exato de Fisher mostrou haver relação direta entre os níveis
de IL-10 e a intensidade da inflamação (p<0,0002). Nossos dados demonstram que o
aumento da expressão de IL-10 está associado à malignidade tumoral, corroborando
com os estudos de Reome et al. (2004) e Satyam et al. (2011). A relação entre a
inflamação e a IL-10 sugere que um ambiente imunossupressor é um dos mecanismos
de evasão no sítio tumoral. Tal fato parece ocorrer mediante a presença de citocinas
imunossupressoras (Mizoguchi et al., 1997), onde pode-se incluir a IL-10, e, a provável
presença das células T regulatórias, as quais, sob influência da IL-10 suprimem a
resposta imune do hospedeiro ao inibir a atividade de outras células.
CONCLUSÕES
Concluímos que o aumento na secreção de IL-10 no tecido mamário neoplásico
favorece a progressão tumoral.
Agradecimentos - À FAPESP (processo 2012/09385-0) pelo auxílio financeiro à
pesquisa e pela bolsa de estudo (processo 2011/13896-7). Ao Serviço de Obstetrícia
Veterinária e ao Serviço de Oncologia Veterinária da FCAV-UNESP, Jaboticabal.
Aprovado pelo COBEA e CEUA (protocolo 005925/13).
REFERÊNCIAS
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679
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 250, 2013
RESUMO: O objetivo deste estudo foi determinar a correlação entre a hipertrofia dos
músculos piloeretores e o hipotireoidismo nos cães. Entre novembro de 2001 e outubro
de 2002, foram avaliados 200 cães com dermatopatia suspeita de estar associada ao
hipotireoidismo. Cães entre 2 e 4 anos foram os mais acometidos e a enfermidade
afetou mais fêmeas do que machos. O exame histopatológico revelou acantose,
hiperqueratose, folículos em fase telogênica, hipertrofia (70,5%) e tumefação de
músculos piloeretores. A hipertrofia e vacuolização dos músculos piloeretores têm
importância no diagnóstico do hipotireoidismo, contudo, a associação dessas
alterações com outros achados histológicos torna a histopatologia ainda mais útil no
diagnóstico do hipotireoidismo.
Palavras-chave: canino; hipertrofia; patologia; pele
ABSTRACT: This study aimed at determining the correlation between the hypertrophy
of piloerector muscles and hypothyroidism in dogs. Two hundred dogs from both sexes
aged with skin disease suspected to be related to hypothyroidism were evaluated
between November 2001 and October 2002. Dogs between 2 and 4 years of age were
the most affected. The histopathological exam revealed the presence of acanthosis,
hyperkeratosis, follicular alterations, mainly follicles in the telogen phase, hypertrophy
and tumefaction of piloerector muscles. Our data indicate that hypertrophy and
vacuolation of the piloerector muscles are important for the diagnosis of hypothyroidism;
however, the association of these alterations with other histological findings more
helpful for the diagnosis of hypothyroidism.
Key words: canine; hypertrophy; pathology; skin
INTRODUÇÃO
O hipotireoidismo é a desordem hormonal mais frequente em cães. O diagnóstico deste
distúrbio, porém, é considerado complexo (Scott et al. 2001). Os achados
histopatológicos cutâneos têm sido considerados parte importante deste conjunto. Scott
(1996), no entanto, entende que a hipertrofia dos músculos piloeretores é um achado
altamente sugestivo de hipotireoidismo em cães. Outros autores, entre eles Dunstan
(1997), são da opinião que este achado não guarda qualquer correlação com o
hipotireoidismo. Outro aspecto microscópico significativo seria a vacuolização do
músculo piloeretor, que segundo Scott (1982), é uma alteração peculiar do
hipotireoidismo canino. Já Yager & Wilcock (1994) acreditam que, os vacúolos devem
conter material eosinofílico; vacuolização pálida (clara) de fibras musculares seria um
achado comum e sem significado patológico.
O objetivo deste estudo foi determinar a correlação entre a hipertrofia do músculo
piloeretor e o hipotireoidismo em cães.
MATERIAL E MÉTODOS
Entre novembro de 2001 e outubro de 2002 foram avaliados 200 cães com suspeita
clínica de hipotireoidismo no Setor de Dermatologia do Hospital Veterinário da UFRRJ.
Dosagens hormonais foram realizadas em 70 animais e biópsias cutâneas em 180.
680
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 250, 2013
Seis animais, clinicamente sadios foram utilizados como controle. Foram feitas
avaliações da pele, pelagem, condição clínica geral e exames complementares para
descartar possíveis processos concomitantes, raspado cutâneo, tricograma, citologia,
dosagens hormonais e biopsias cutâneas nas regiões cervical e lombar.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observamos uma maior predisposição das fêmeas (61%) em desenvolverem o
hipotireoidismo que dos machos (38,9%). Esses resultados foram parecidos com os
obtidos por autores como Panciera (1994) e Chastain & Panciera (1997). Em nosso
estudo, verificou-se uma maior incidência de hipotireoidismo nos animais com idade de
2 a 4 anos. Chastain & Panciera (1997) também relatam que animais nessa faixa etária
seriam mais acometidos, pelo menos aqueles de raças de médio e grande porte.
Foram feitas avaliações hormonais de 70 animais utilizados neste estudo. No que diz
respeito à dosagem de T4 total, 9 animais apresentavam valores baixos, compatíveis
com hipotireoidismo, e, em 7 animais, os valores estavam normais, ou seja, a avaliação
dos níveis séricos desse hormônio foi capaz de indicar hipotireoidismo em 56,2% dos
casos. Chastain & Panciera (1997) mencionam que a avaliação de T4 total é eficaz no
diagnóstico do hipotireoidismo e Birchard & Sherding (1998) relatam que a dosagem de
T4 total é essencial, mas que para a confirmação do diagnóstico seria necessária a
associação de dados clínicos e laboratoriais compatíveis.
No presente estudo, a histopatologia revelou hipertrofia (95,5% - independente do grau
e da localização lombar ou cervical) e tumefação (cervical - 58,9% e lombar - 85,9%)
de músculos piloeretores em um grande número de animais. Já hipertrofia de músculos
piloeretores em graus significativos (moderado, acentuado e extremo), foi verificada em
70,5% dos animais, diferentemente do observado nos animais-controle. Achado
semelhante foi verificado por Scott (1982) que descreve que esta alteração ocorreria
em 74% de cães com hipotireoidismo. Já para Yager & Wilcock (1994), a hipertrofia
desses músculos, por si só, não seria importante para o diagnóstico do hipotireoidismo,
e sim quando acompanhada de alterações foliculares (folículos telogênicos e atróficos).
De nossa experiência, ao longo dos últimos 15 anos no diagnóstico de rotina, a
hipertrofia dos músculos piloeretores, quando marcada, é sugestiva ou indicativa de
dermatopatia associada ao hipotireoidismo. Segundo Scott (1982), a vacuolização do
músculo piloeretor seria uma lesão específica de hipotireoidismo canino e ocorreria em
74% de cães com esse distúrbio hormonal. Já Yager & Wilcock (1994) acreditam que,
para ser levado em consideração esse parâmetro, os vacúolos devem conter material
eosinofílico; vacuolização pálida (clara) de fibras musculares seria um achado comum e
sem significado patológico.
CONCLUSÃO
Nossos dados corroboram com os de Scott (1982), que considera a hipertrofia dos
músculos piloeretores um achado altamente sugestivo de hipotireoidismo.
REFERÊNCIAS
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681
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 251, 2013
Cláudio Henrique Gonçalves Barbosa¹, Rafaela Lima Miqueletti², Camila Vieira Alves²,
Isadora Martins Fernandes², Tatiane Furtado de Carvalho³, Humberto Eustáquio
Coelho4
683
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 251, 2013
REFERÊNCIAS
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684
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 252, 2013
Brisa Souza1, Tamires Teodoro¹, Karen Nakagaki², Camila Abreu², Pamela Lima¹,
Mary Varaschin³
1. Médico (a) Veterinário (a) residente, Hospital Veterinário da UFPR Setor Palotina - PR;
2. Professor (a), Médico (a) Veterinário (a), UFPR, Medicina Veterinária, Setor Palotina – PR.
688
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 253, 2013
REFERÊNCIAS
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689
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 254, 2013
690
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 254, 2013
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um canino Boxer, macho, de 11 anos de idade chegou ao Hospital Veterinário da
UFMT (HOVET) apresentando sinais clínicos manifestados por tremores,
incoordenação motora durante a deambulação, propriocepção diminuída, cegueira,
surdez, além de dificuldade respiratória e anorexia. Após a morte do animal, este foi
encaminhado ao Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal de Mato
Grosso (LPV-UFMT) para necropsia. As alterações macroscópicas observadas foram
caracterizadas por massa irregular no encéfalo circunscrita, macia, aspecto de ―couve-
flor‖ que se estendia da região ventral da medula oblonga, parte ventral do tronco
cerebral desde a decurssação da piramide se estendendo até imediações do bulbo
olfatório envolvendo lateralmente a região dos colículos e córtex do lobo temporal, com
múltiplas projeções papilares na periferia e região central de consistência mais sólida.
Ao corte notava-se coloração brancacenta, superfície regular, não encapsulada e com
crescimento expansivo com uma nítida demarcação entre o tecido neoplásico e o
tecido normal. Microscopicamente havia proliferação de células colunares com núcleo
frequentemente basal, pequeno, redondo e basofílico, e com citoplasma abundante e
eosinofílico. Estas células formam projeções arboriformes com apenas uma camada
celular assentadas, delgada membrana basal, por vezes um padrão sólido. Estruturas
em formas de pseudorosetas são ocasionalmente observadas. Havia também a
formação de grandes ninhos celulares delimitados por cápsula de tecido conjuntivo
fibroso. Nesse caso, acredita-se que a compressão do tecido nervoso contribuiu para o
aparecimento dos sinais neurológicos e comportamentais (Birchard e Sherding., 2003).
As características microscópicas observadas foram essenciais para o diagnóstico do
papiloma de plexo coroide (Zachary., 2007). A predisposição racial e idade são fatores
já relacionados à ocorrência desse neoplasma e podem ser observados nesse caso
(Heidner et al.,1990).
CONCLUSÃO
Os achados clínicos, macroscópicos e principalmente histológicos são compatíveis com
o diagnóstico de papiloma de plexo coroide.
REFERÊNCIAS
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691
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 255, 2013
como baço, intestino, pulmão, fígado, coração, encéfalo, rim e testículo, que foram
fixados em formalina a 10%, processados rotineiramente e corados pelo método de
hematoxilina-eosina.
RESULTADO e DISCUSSÃO
O exame histopatológico revelou lesão com características neoplásicas, de alta
celularidade, células de formas cúbicas a poliédricas com citoplasma levemente
eosinofílico e granular. O núcleo é centralizado, variando a sua forma de esférica a
ligeiramente ovalada, contendo cromatina pontilhada, e um único e proeminente
nucléolo. As figuras de mitose eram pouco frequentes. Os nódulos pulmonares
mostravam as mesmas características neoplásicas descritas anteriormente. A partir
destes achados foi levantada a hipótese diagnóstica de paraganglioma. Para a
confirmação do diagnóstico utilizou-se um painel de anticorpos que são apresentados
na tabela 1. Frente aos achados morfológicos, anatômicos, microscópicos,
adicionalmente a imunoreatividade positiva para NSE, foram conclusivo para
paraganglioma grau 2 de malignidade.
Os receptores sensoriais do sistema circulatório são compostos por células não
cromafins, originárias da crista neural. Esse grupo de células está associado ao
sistema nervoso autônomo, de onde também são derivados o gânglio simpático e a
medula adrenal (Capen., 2002, Deim et al., 2007, Jones et al., 2000). Baseados nessa
função, esses tumores foram chamados de quimiodectoma, mas esta denominação
parece não ser a mais adequada, pois são tumores do sistema paraganglionar e não
de células quimiorreceptoras. Do ponto de vista embriológico a nomenclatura mais
apropriada é paraganglioma (Jones et al., 2000).
Embora a origem dos paragangliomas seja desconhecida, sugere-se que uma
predisposição genética agravada por hipóxia crônica, poderia explicar a alta incidência
em certas raças de cães braquiocefálicos (Brown et al., 2010, Zimmerman et al., 2000).
Em consonância ao nosso relato, Zimmerman et al (2000). relataram um
paraganglioma na base do coração de um Golden Retriever.
Os paragangliomas são mais frequentes em cães machos que fêmeas e, a idade média
dos cães com tumores do corpo aórtico e carotídeo é de nove a treze anos. Em cães,
os paragangliomas estão frequentemente associados com outras neoplasias
endócrinas, especialmente tumores testiculares e carcinomas de tireoide concomitante
(Brown et al., 2010). Apesar de ser observado testículo ectópico, não foram vistas
alterações na avaliação histopatológica, além disso, o sexo e a idade do animal aqui
relatado são compatíveis com os dados presentes na literatura.
Os tumores do corpo aórtico e carotídeo em animais não são funcionais (não secretam
excesso de hormônio na circulação), mas o tumor age como uma lesão que ocupa
espaço, podendo afetar a função cardíaca, resultando em uma variedade de sinais
clínicos (Capen., 2002). O quadro clínico pode ser pobre, principalmente quando o
tumor não alcançou tamanho suficiente para afetar estruturas vasculares e/ou
nervosas, sendo muitas vezes achados acidentais de necropsia (Jubb et al., 2007).
Segundo Brown et al (2010), baseado nos fatores histológicos é possível categorizar os
tumores em três grupos de acordo com as características como taxa mitótica, o
crescimento invasivo, pleomorfismo celular e metástase a distância. Deste modo,
quanto ao aspecto microscópico, todas as características descritas por Jones et al
(2000). Capen et al (2002) foram observadas no presente relato. As características
imuno-histoquímica de paraganglioma humano foram descritos por vários autores
(Brown et al., 2010, Kliewer et al., 1989), onde NSE, sinaptofisina e cromogranina A
são detectados na maioria dos tumores. No que diz respeito ao nosso caso, a
imunoreatividade positiva para NSE foi similar a outros casos reportados de
paraganglioma em cães (Brown et al., 2010).
Portanto, de acordo com Brown et al (2010) o presente relato foi conclusivo para
paraganglioma grau 2 de malignidade.
693
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 255, 2013
CONCLUSÃO
A baixa incidência do processo, a localização da neoplasia, assim como as
características epidemiológicas e clínicas sustentam a importância do presente relato,
que visa contribuir adicionando dados à literatura desta neoplasia.
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694
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 256, 2013
Tayse Domingues de Souza¹ ², Juliana Stelzer Zardo¹, Isabela Hardt¹, Antonio Calais³,
Maylla Garschagen Gava¹, Mayra Cunha Flecher¹
e prostração por três dias, quando sobreveio o óbito. Foi realizado o exame
necroscópico, com descrição macroscópica das lesões e processamento histológico de
rotina para exame de microscopia óptica.
RESULTADOS
À necropsia de ambos os filhotes verificou-se boa condição corporal e o tórax achatado
dorso-ventralmente com curvatura acentuada das costelas. O subcutâneo da região
ventral tinha aspecto gelatinoso (edema). Havia moderada quantidade de líquido na
cavidade torácica e o pericárdio encontrava-se aderido ao diafragma. O coração
ocupava todo o hemitórax esquerdo, encontrava-se aumentado de tamanho, com
dilatação de átrio e ventrículo direitos e com extensa comunicação interatrial. Os lobos
pulmonares esquerdos apresentavam-se pouco desenvolvidos difusamente, e os
direitos encontravam-se úmidos, avermelhados e fluindo espuma avermelhada ao
corte. O diafragma encontrava-se encurtado e deslocado caudalmente. Na cavidade
abdominal, verificou-se hepato-esplenomegalia intensa.
Ao exame microscópico, foi observado no pulmão edema e congestão difusa
moderada, atelectasia e hipoplasia extensiva moderada, caracterizadas,
respectivamente, por áreas de colapso da parede alveolar e áreas com alvéolos
escassos, pequenos e entremeados por tecido mesenquimatoso. No fígado, verificou-
se congestão difusa moderada, degeneração microvesicular multifocal leve a moderada
e hemossiderose difusa leve. Congestão difusa moderada também foi observada no
sistema nervoso central de ambos os filhotes e no miocárdio do filhote 2.
DISCUSSÃO
As alterações cardiorrespiratórias observadas nestes dois filhotes são características
dos casos de PE (Fossum et al., 1989; Ellison e Halling, 2004; Rahal et al., 2009;
Westphal et al., 2009). Nestes buldogues, o coração ocupava o hemisfério torácico
esquerdo, como na maioria dos casos de PE (Fossum, 1993), embora o coração possa
localizar-se no hemisfério direito (Rahal et al., 2009). O desvio do coração à esquerda
determina a comunicação interatrial devido à compressão dos vasos da base e
aumento da pressão intracardíaca (Fossum, 1993). A congestão e edema
generalizados e a hemossiderose hepática caracterizaram o quadro de insuficiência
cardíaca congestiva neonatal (Maxie e Robinson, 2007).
Cães da raça buldogue francês são condrodistróficos, portanto predispostos a
distúrbios osteogênicos e condrogênicos (Thompson, 2007), relacionados à
deformidade torácica (Fossum 1993). Deve-se considerar a contribuição de um
desequilíbrio nutricional na patogênese do PE nestes filhotes, pois a cadela era
alimentada com ração formulada para a fase de crescimento durante toda a gestação
(Fossum, 1993). Os casos documentados na literatura são geralmente em cães ou
gatos jovens (Fossum et al., 1989; Ellison e Halling, 2004; Rahal et al., 2009), porém o
PE deve também ser considerado como uma causa de morbidade e mortalidade
perinatal.
CONCLUSÃO
O pectus excavatum apresentou-se como uma deformidade torácica associada a
distúrbios cardiorrespiratórios congênitos graves, devendo ser considerado nos
diagnósticos diferenciais nos casos de mortalidade perinatal canina.
Agradecimentos
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).
696
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 256, 2013
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697
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 257, 2013
Pamela Rodrigues Reina Moreira; Márcio de Barros Bandarra; Filipe S. Fernando; Helio
José Montassier; Rosemeri de Oliveira Vasconcelos
Depto de Patologia Animal da FCAV/UNESP, Jaboticabal, SãoPaulo.pamela_rreina@yahoo.com.br
RESUMO: Muitos órgãos são acometidos pelo protozoário Leishmania, pela resposta
inflamatória ou pela deposição de imunocomplexos. O objetivo deste estudo foi analisar
diferentes regiões da pele, linfonodos, baço e fígado de cães com Leishmaniose
Visceral (LV) para determinar a carga parasitária (qPCR) e a proporção de macrófagos,
linfócitos e plasmócitos (imuno-histoquímica). Utilizou-se 16 cães sintomáticos,
naturalmente infectados de área endêmica para LV e cinco cães não infectados. O
baço apresentou a maior carga parasitária, seguido dos linfonodos, pele e fígado. No
baço e linfonodos a intensidade de inflamação granulomatosa foi mais evidente que no
fígado e pele. O infiltrado rico em macrófagos e linfócitos predominou no grupo de cães
infectados. Concluiu-se que o parasito poderia induzir uma resposta inflamatória pouco
eficiente no controle da infecção, principalmente em órgãos mais susceptíveis, em cães
com quadro clínico mais grave.
Palavras-chave: Leishmania chagasi; linfócitos; macrófagos; plasmócitos
ABSTRACT: Many organs are affected by Leishmania, the inflammatory response or
by deposition of immune complexes. The objective of this study was to analyze different
regions of the skin, lymph nodes, spleen and liver of dogs with visceral leishmaniasis
(VL) to determine the parasite load (qPCR) and the proportion of macrophages,
lymphocytes and plasma cells (immunohistochemistry). We used 16 symptomatic dogs
naturally infected from endemic area for VL and five uninfected dogs. The spleen
presented the highest parasite load, followed by of the lymph nodes, skin and liver. In
the spleen and lymph nodes the intensity of granulomatous inflammation was more
evident than in liver and skin. The infiltrate rich in macrophages and lymphocytes
predominated in infected dogs. It was concluded that the parasite could induce an
inflammatory response inefficient in controlling infection, especially in the most
susceptible organs of dogs with more severe clinical signs.
Key words: Leishmania chagasi; lymphocytes; macrophages; plasma cells
INTRODUÇÃO
Nos cães com LV, as lesões histopatológicas estão principalmente associadas a
hipertrofia e hiperplasia observadas nas células do Sistema Fagocítico Mononuclear
(SFM), sendo os macrófagos o principal ―alvo‖ dos protozoários do gênero Leishmania.
Os principais órgãos atingidos são os linfonodos, baço, fígado, pele e a medula-óssea
(Brasil, 2006; Lima et al., 2004).
O objetivo deste estudo foi analisar a imunomarcação de macrófagos, linfócitos,
plasmócitos e compará-los com a carga parasitária nos linfonodos periféricos, baço,
fígado e pele, permitindo avaliar se existe uma resposta imune diferenciada nestes
órgãos, contribuindo para a compreensão da complexa patogenia da LV.
MATERIAL e MÉTODOS
Foram avaliados 16 cães soropositivos e sintomáticos para LV, do Centro de Controle
de Zoonoses de Araçatuba (SP) e cinco cães não infectados de área não endêmica. No
perfil celular do infiltrado inflamatório, considerou-se macrófagos (MCA387/1:3500),
linfócitos (CD3/1:200) e plasmócitos (CD138/1:25) pela técnica de imuno-histoquímica,
por meio do Complexo de Polímeros ligados a peroxidase. Para a determinação da
média de células imunomarcadas por animal, considerou-se cinco campos
microscópicos de grande aumento (objetiva de 40x).
Uma parte dos fragmentos de cada órgão foi congelada em nitrogênio líquido para a
quantificação absoluta da carga parasitária. Utilizou-se diluições em série de 10x de um
698
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 257, 2013
699
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 258 , 2013
Paulo Henrique Leal Bertolo¹, Maria Eduarda Bastos Andrade Moutinho da Conceição¹,
Suellen da Gama Barbosa Monger², Danielli Martinelli Martins¹, Lucien Roberta Valente
Miranda de Aguirra¹, Washington Luiz Assunção Pereira¹
700
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 258 , 2013
701
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 258 , 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 259 , 2013
Vitor César Martins da Silva; Ana Patricia Carvalho Silva; Jaqueline Sena; Lívia Calais
Guerra; Pollyanna Zampirolli Costa; Juneo Freitas Silva
703
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 259 , 2013
706
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 260 , 2013
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707
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 261 , 2013
Jéssica de Torres Bandeira², Andrea Alice da Fonseca Oliveira¹, Melina Barreto Gomes
da Silva², Renato Souto Maior Muniz de Morais², Roberto Carlos Mourão Pinho³,
Fernando Leandro dos Santos¹
MATERIAL E MÉTODO
Foi encaminhado para a Área de Patologia do Departamento de Medicina Veterinária
(DMV) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), um cão da raça
Pastor Belga de Mallinois, macho, 1 ano. Foi relatado que o animal não estava febril,
apresentava diarréia leve e inapetência, constatou-se infestação por carrapatos, além
disso, foi diagnosticado com erliquiose e, por isso, procedeu-se o tratamento com
doxiciclina. O quadro clínico agravou-se e próximo a morte o animal apresentou
sangramento uretral. Realizou-se o exame necroscópico deste animal, durante o qual
verificou-se a presença de uma massa amorfa, rósea e infiltrada na parede da câmara
cardíaca ventricular esquerda. Coletou-se um fragmento da lesão, e encaminhou-se
para análise histopatológica. O fragmento passou pelo processamento de desidratação,
diafanização, inclusão em parafina e montagem da lâmina corada com hematoxilina e
eosina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Macroscopicamente a lesão cardíaca observada era amorfa, rósea e infiltrada na
parede do ventrículo esquerdo, se assemelhando à descrição de MC GAVIN e
ZACHARY (2013). No exame histopatológico (Figura 1A, 1B, 1C e 1D) foi possível
verificar células com elevado grau de pleomorfismo, predominantemente alongadas
cujo núcleo apresentava formato semelhante. Algumas outras de aspecto fusiforme.
Inúmeras células possuíam mais de um núcleo. Verificou-se que possuíam abundante
citoplasma acidófilo. Também foram encontradas algumas áreas com pequenos focos
de inflamação, debris celulares e tecido conjuntivo.
CONCLUSÕES
Frente aos achados macro e microscópicos, juntamente com o histórico do animal, foi
possível o diagnóstico de rabdomiossarcoma em miocárdio de canino.
REFERÊNCIAS
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709
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 262 , 2013
1 Laboratório de Patologia Comparada, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG, Belo Horizonte, MG,
2 Laboratório de Patologia Veterinária, Escola de Medicina Veterinária, UFB, Salvador, BA, Brasil.
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712
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 263 , 2013
RESUMO: A resposta inflamatória aos tumores pode ter efeitos positivos ou negativos,
dependendo do tipo histológico e grau de malignidade. Portanto, o presente estudo
teve por objetivo avaliar o perfil de células inflamatórias predominantes no carcinoma
espinocelular de cães, por imuno-histoquímica, comparando-o com o tumor
diferenciado (G1) ou não diferenciado (G2). Cerca de 20 amostras de carcinoma
espinocelular foram selecionadas do arquivo do Departamento de Patologia Veterinária
(FCAV-UNESP, Jaboticabal, SP) e foram classificadas histologicamente em dois
grupos (G1 = 12 / G2 = 08) e submetidas a técnica de imuno-histoquímica para
identificação de macrófagos e linfócitos. O número de linfócitos foi maior em G1. Os
macrófagos predominaram em ambos os grupos. Semelhante ao que foi descrito para
outros tumores humanos, o papel dos macrófagos pode ser pouco eficiente na
proteção contra o tumor.
Palavras-chave: cão; imuno-histoquímica; inflamação; pele; tumor
ABSTRACT: The inflammatory response to tumors may have positive or negative
effects, depending on the histological type and the degree of malignancy. This study
aimed to evaluate the predominant inflammatory cells in dog‘s squamous cell
carcinoma, by immunohistochemistry, comparing it with the differentiated tumor (G1) or
the not differentiated tumor (G2). About 20 squamous cell carcinoma samples were
selected from the archives of the Department of Veterinary Pathology (FCAV-UNESP,
Jaboticabal city, estate of São Paulo) and were histologically classified in two groups
(G1 = 12/08 = G2) and submitted to the immunohistochemistry technique, to identify
macrophages and lymphocytes. The number of lymphocytes was higher in G1. The
macrophages predominated in the both groups. Similar to what was described for other
tumors in humans, the macrophages function can be inefficient to protect against the
tumor.
Key words: dog; immunohistochemistry; inflammation; skin; tumor
INTRODUÇÃO
O carcinoma espinocelular é um tumor de células epidermais com diferentes graus de
diferenciação para queratinócitos, causado principalmente pela exposição intensa e
prolongada aos raios ultravioleta do sol. Este caracteriza-se por lesões proliferativas ou
erosivas, evoluindo para uma úlcera profunda. O padrão histológico varia de acordo
com o grau de diferenciação das células, com formação de ―pérolas córneas‖ nos
tumores bem diferenciados e queratinização individual das células ou ausência de
queratinização nos pouco diferenciados. Existem estudos divergentes quanto à atuação
das células do sistema imunológico na supressão ou no desenvolvimento das células
neoplásicas. Os linfócitos T secretam diversas citocinas que são importantes para uma
resposta longa e duradoura contra as células tumorais. Acredita-se que linfócitos,
macrófagos e monócitos, quando recrutados, podem em determinadas situações liberar
fatores autócrinos e parácrinos, os quais estimulam a proliferação das células tumorais,
inibem a apoptose e induzem a angiogênese local.
713
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 263 , 2013
715
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 264 , 2013
716
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 264 , 2013
MATERIAIS E MÉTODOS
Onze gatos adultos, nove machos e duasfêmeas,sem raça definida, foram trazidos ao
Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná (HV-UFPR), Curitiba, e
submetidos a exame físico e coleta de amostras de sangue por venopunçãopara
exames de rotina (hemograma completo e perfil bioquímico).
Em cinco animais foi realizada biópsia incisionale swabdas lesões cutâneas. O material
obtido das biópsias foi fixado em formol 10% tamponado e encaminhado para
processamento histológico de rotina, com a inclusão em parafina histológica e
coloraçõesde hematoxilina e eosina (H&E),ácido periódico de Schiff (PAS) e
MetenaminaGomori de prata (GMS), para avaliação histopatológica no Laboratório de
Patologia Animal do HV-UFPR. Os swabs foram enviados para cultura micológica no
Laboratório de Microbiologia (HV-UFPR). Estes animais foram tratadoscom Itraconazol
10mg/kg uma vez ao dia, por via oral, durante três meses.
Seis animais foram submetidos à eutanásia com sedação prévia com injeção
intravenosa de propofol e posteriormente cloreto de potássio intravenoso. Após a
eutanásia foi realizada a necropsia e fragmentos detodos os tecidos foram fixados em
formol 10% tamponado e encaminhados para avaliação histopatológica. Da mesma
forma, swabs das lesões de pele foram enviados para cultura micológica.
RESULTADOSE DISCUSSÃO
Dos onzeanimais clinicamente avaliados, seis apresentavam condições gerais de
saúde ruim e cinco, regular. Todos possuíam mucosas normocoradas, temperatura
retal normalelesões cutâneas ulceradas,exsudativas e crostosas, variando de 1 a 7cm
e um dos animais apresentava lesões cutâneas disseminadas. O único sinal
respiratório observado foi dispneia em um dos animais. Os resultados de hemograma e
perfil bioquímico hepático e renal não apresentaram alterações.
A avaliação histopatológica das biopsias de pele revelou uma dermatite
piogranulomatosa, caracterizada por grande número de neutrófilos e histiócitos e
moderado número de células gigantes multinucleadas e células epitelióides,
acompanhados por menor quantidade de linfócitos e plasmócitos. Embora não tenham
sido observadas estruturas compatíveis com Sporothrixscheenckii na coloração de
H&E e as colorações de PAS e GMS terem sido negativas, a cultura micológica foi
positiva para todas as amostras.
Todos os seis animais submetidos à necropsia apresentavam uma dermatite
piogranulomatosa, com as mesmas características descritas anteriormente e em quatro
deles foram visualizadasestruturas arredondadas a ovais, com formato de cigarro,
medindo de 5 a 7μm, compatíveis com S.scheenckii. Estas mesmas estruturas foram
visualizadas no pulmão, fígado e linfonodos de dois animais.
Dos cinco animais tratados com Itraconazol todos apresentaram cura clínica após três
meses de tratamento, concordando com o relatado por Rossi, et al., (2013) e
Crotherset al.,(2009).
Casos de esporotricose em felinos já foram relatados em diversos países do mundo
como no Japão, Estados Unidos e Espanha (Nakamura, et al., 1996; Rees e
Swartzberg, 2011; Cabo et al., 1989). No Brasil alguns estados como Paraíba, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul (Carneiro et al., 2011; Colodelet al.,2009;Meinerzet
al.,2007) apresentaram casos de infestações de gatos por S.scheenkii, entretanto, são
em sua maioria, casos isolados desta doença.
Além de animais, a esporotricose também pode acometer humanos. Diversos casos de
esporotricose humana transmitida por arranhadura ou mordedura de gatos já foram
relatados (Meinerzet al., 2007; Xavier et al., 2007), ressaltando a importância desta
doença tanto na medicina veterinária quanto na medicina.
CONCLUSÃO
A ocorrência do surto de esporotricose em gatos no estado do Paraná ressalta a
importância do diagnóstico desta doença nestes animais. Este estudo demonstra
717
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 264 , 2013
718
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 265 , 2013
Lidianne Narducci Monteiro, Marina Rios de Araújo, Diego Carlos dos Reis, Cecília
Bonolo de Campos, Enio Ferreira, Geovanni Dantas Cassali
RESUMO: Os teratomas são neoplasias originárias das células germinativas que têm
como sítio principal as gônadas; raramente ocorrem em sítios extragonodais. O
presente estudo relata um caso de uma cadela de 15 anos de idade, sem raça definida,
apresentando aumento de volume na região lombossacral que ao exame microscópico
revelou neoformação composta por tecidos de origem embrionária, com áreas
indiferenciadas exibindo atipia celular, características compatíveis com teratoma
maligno. Teratomas malignos são incomuns em animais domésticos.
Palavras-chave: canino; neoplasia; células germinativas; teratoma; tumores
extragonadais
ABSTRACT: Teratomas are neoplasms originated from germ cells which usually occur
within gonads and are rarely described at extragonadal sites. The present study reports
a case of 15 years old female mongrel dog with a lumbosacral tumor. The tumor was
microscopically composed by embrionary tissues with areas containing atypical
undifferentiated cells, leading to the diagnosis of a malignant teratoma. Malignant
teratomas are uncommon tumors in domestic animals.
Keywords: canine; neoplasia; germ cell; teratoma; extragonodal tumors
INTRODUÇÃO
Os teratomas são neoplasias de células germinativas derivadas de duas ou mais
linhagens celulares (ectoderma, mesoderma, endoderma) (Cullen et al., 2002). As
gônadas são os sítios anatômicos mais comumente acometidos por essas neoplasias
tanto nos seres humanos quanto nos animais, entretanto esses tumores também
podem se desenvolver em sítios extragonadais. Nestes casos, geralmente ocorrem ao
longo do plano sagital mediano do corpo (Cullen et al., 2002; Ma et al., (2011), sendo
documentados em diferentes locais. Raros casos de tais neoplasias foram
documentados acometendo a região de coluna/medula vertebral cervical (Wong et
al.,2007). Em razão disso, o objetivo deste trabalho é descrever um caso de teratoma
maligno na região lombar da coluna vertebral em um cão.
MATERIAL E MÉTODOS
Uma cadela de 15 anos de idade, sem raça definida, apresentando aumento de volume
na região lombossacral foi submetida à excisão cirúrgica. O espécime foi enviado para
o Laboratório de Patologia Comparada no Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Minas Gerais para avaliação histopatológica (Hematoxilina e
Eosina) e imunoistoquímica para confirmar os tipos histológicos observados. Foram
utilizados os anticorpos anti-citoqueratina (DAKO, clone AE1/AE3, 1:200), anti-
vimentina (DAKO, clone v9, 1:2000) e anti-p63 (DAKO, clone 4A4, 1:100).
RESULTADOS
A amostra media 3,0 x 3,0 x 1,2 centímetros, de consistência firme e ao corte,
superfície lisa e brancacenta. Microscopicamente, foram observados diversos tecidos
contendo proliferação de células neoplásicas pleomórficas e atípicas, com anisocitose
e anisocariose acentuadas e núcleos com cromatina frouxamente agregada. As células
apresentavam arranjo em ninhos e trabéculas anastomosantes de células poliédricas
por vezes apresentando disqueratose individual. Também foram observadas células
fusiformes imersas em material róseo amorfo acentuadamente eosinofílico compatíveis
com células mesenquimais desmoplásicas, bem como áreas com células contidas em
lacunas no interior de matrizes compatíveis com osteóide e condróide. Considerando a
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 265 , 2013
Maria Aparecida da Silva; Raphael Mansur Medina; Rachel Bittencourt Ribeiro; Hassan
Jerdy Leandro; Eulógio Carlos Queiróz de Carvalho
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 266 , 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Foram submetidos ao Setor de Patologia Animal do Hospital Veterinário da
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro dois tumores ovarianos
excisados cirurgicamente para avaliação histopatológica. O primeiro tumor, localizado
em ovário esquerdo era de um canino, fêmea, SRD com um ano de idade. O segundo
tumor, localizado em pedículo ovariano direito, foi excisado de um canino, fêmea, SRD,
sem idade definida. Os veterinários que submeteram as amostras não relataram os
históricos clínicos. Os materiais estavam fixados em formalina neutra tamponada a
10% e foram processados conforme técnicas histológicas de rotina. Cortes com 5 μm
de espessura foram realizados em micrótomo rotativo, depositados em lâminas de
vidro com extremidade fosca e corados pelo método de hematoxilina-eosina (HE).
RESULTADOS
A histopatologia no H.E, em secções de tumoração ovariana esquerda revelou
formação cística revestida por epitélio escamoso estratificado queratinizado, folículos
pilosos, glândulas sebáceas, numerosos vasos sanguíneos, tecido ósseo e tecido
cartilaginoso, caracterizando um teratoma ovariano.
A histopatologia no H.E., em secções de tumoração em pedículo ovariano direito,
revelou glândula tubuloacinar composta, lobulada, contendo numerosos ácinos
pancreáticos, túbulos e ilhotas de Langerhans. Havia também abundante tecido
adiposo e estruturas compatíveis com tecido nervoso glial (sistema nervoso central).
Nos diversos cortes do tecido foram observados, em alguns campos, acentuado
infiltrado inflamatório rico em polimorfonucleares associados a macrófagos
frequentemente espumosos, sugerindo o diagnóstico de teratoma e piogranuloma. As
reações piogranulomatosas eram próximas as áreas ricas em tecido adiposo e,
provavelmente, estavam associadas a ruptura deste tecido e extravasamento de
lipídeos com posterior migração de células inflamatórias.
DISCUSSÃO
Os teratomas ocorrem com maior frequência em cadela, gata, égua (Santos et al.,
2010), vacas (Basile et a., 1998; Santos et al., 2010), camundongos (Trotte et al., 2010)
e humanos (Fernandes et al., 2003; Primo e Primo, 2004; Camargo et al., 2007),
ambos os animais do relato eram cadelas. Um dos animais do relato era jovem o que
corrobora com Santos et al. (2010) que relatam ser o teratoma uma neoplasia que
costuma ocorrer em animais jovens.
Com relação à ausência de descrição do quadro clinico, isto pode ter decorrido do fato
do teratoma, na maioria das vezes, não interferir na função reprodutiva dos animais. O
que foi descrito por Basile et al. (1998) em novilhas nelore, por Santos et al. (2010) em
vacas gestantes e em mulher gestante por Camargo et al. (2007).
Nos animais deste estudo foram encontrados tecidos ósseo, cartilaginoso, adiposo,
nervoso, formações pancreáticas e pele e anexos. Os tecidos ósseo, cartilaginoso e
cutâneo e anexos também foram descritos por Santos et al. (2010) e em camundongos
por Trotte et al. (2010), e o tecido nervoso foi descrito por Santos et al. (2010). No
entanto, Vianna et al. (1987) encontraram tecido tireoidiano em teratoma ovariano, este
tecido não foi encontrado em nenhum dos casos avaliados.
Os teratomas deste estudo não tiveram associação com outra neoplasia ovariana,
diferente do encontrado por Coard e Frederick (1993) que descreveram a associação
de teratoma e leiomioma em amostra de ovário humano. Não foram observadas áreas
de necrose nos dois casos relatados, diferindo dos casos estudados por Camargo et al.
(2007) e Trotte et al. (2010), em que foram encontrados focos de necrose nas lâminas
avaliadas.
CONCLUSÃO
Conclui-se com este trabalho que devido aos diversos tipos de tecidos dos teratomas
ovarianos, originados nas três camadas embrionárias (ectoderma, mesoderma ou
endoderma), estes se mostram sui generis e de fácil diagnóstico conclusivo.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 266 , 2013
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 267 , 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 267 , 2013
RESULTADOS
Macroscopicamente, foram observados no primeiro cão (Chow-Chow) pequenos
nódulos arredondados, esbranquiçados, firmes, com aproximadamente 0,2 cm de
diâmetros localizados entre o décimo e o vigésimo anéis traqueais; esses nódulos se
localizavam linearmente ao longo dos anéis traqueais. Adicionalmente verificaram-se
palato mole alongado, estenose nasal, leve hidrotórax, dilatação do coração direito,
congestão hepática e renal, esplenomegalia e raros parasitos intestinais. No segundo
cão (S.R.D.), o exame necroscópico revelou pequenos nódulos, semelhantes aos
descritos anteriormente, no terço anterior da traqueia; havia ainda massa de
consistência firme no úmero, leve dilatação do ventrículo direito, numerosos nódulos
metastáticos esbranquiçados e firmes no fígado, omento e baço, mineralização da
região medular dos rins e nas meninges, pequenas erosões e uma úlcera de 0,6 cm de
diâmetro no estômago. Microscopicamente, nos dois casos, observaram-se focos de
proliferação de tecido cartilaginoso, bem diferenciado, por vezes mineralizado,
associados ao anel traqueal, que se projetavam para a luz do órgão.
DISCUSSÃO
A etiologia e o mecanismo que levam a formação dos nódulos na TO permanece
desconhecida. O desenvolvimento deste distúrbio parece não estar relacionado com
predisposição genética. Algumas teorias sugerem econdrose e exostose da cartilagem
dos anéis traqueais ou metaplasia da submucosa e do tecido conectivo, porém não há
estudos suficientes para a comprovação destas hipóteses (Lazor; Cordier, 2004).
Tajima et al. (1997) detectaram nas lesões, pela imuno-histoquímica, a proteína
morfogênica óssea (BMP-2) e o fator transformador do crescimento (TGF-β1) e
concluíram que a proteína BMP-2 e o TGF-β1 atuariam sinergicamente na formação
dos nódulos osteocartilaginosos característicos da TO.
Em seres humanos há relatos de dificuldade na intubação e problemas respiratórios
após extubação no pós-operatório imediato devido ao estreitamento do lúmen causado
pelos nódulos (Thomas et al., 2001; Cardozo et al., 2002).
Os achados macroscópicos (pequenos nódulos firmes e esbranquiçados que se
projetavam no lúmen traqueal) dos cães deste estudo, se assemelham ao observado
por Sellon et al. (2004) e JoonKi et al. (2000). Contudo no exame histopatológico,
esses mesmos autores descreveram proliferação de tecido cartilaginoso e ósseo,
enquanto que no presente estudo havia proliferação apenas de tecido cartilaginoso
com áreas de mineralização.
Os principais diagnósticos diferenciais em cães incluem infecções por Oslerus osleri e
Besnoitia sp., neoplasias traqueais e amiloidose traqueal também podem levar a
formação de nódulos na traqueia (McGavin; Zachary, 2007; Dill et al., 1972), porém
estas enfermidades podem ser facilmente diferenciadas à histopatologia.
CONCLUSÃO
As alterações macroscópicas em adição à histopatologia são consistentes com o
diagnóstico de TO. Devido à inespecificidade ou até mesmo ausência de sinais clínicos
a real incidência de TO nos animais pode estar sendo subestimada, pois, muitas vezes,
não há possibilidade de exames como broncoscopia e tomografia na rotina clínica. A
etiologia e o mecanismo deste distúrbio permanecem desconhecidos e mais estudos
devem ser realizados a fim de melhor caracterizá-lo nos animais domésticos.
725
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 267 , 2013
REFERÊNCIAS
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726
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 268 , 2013
Paula Lima Magalhães¹, Danilo Rezende Silva¹, Mariana Batista Rodrigues Faleiro¹,
Regiani Nascimento Gagno Pôrto¹, Kamilla Póvoa Coelho², Eric Saymom Andrade
Brito¹
1Setor de Patologia Animal, Escola de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Goiás
2Graduanda em Medicina Veterinária, União Pioneira de Integração Social
RESUMO: O tricolemoma é um tumor benigno de células que se diferenciam a partir da
bainha externa da raiz do folículo piloso. É raro em cães e gatos, ocorrendo em animais
de cinco a 13 anos de idade. Entre os cães, os Afghan Hounds parecem ser
predispostos. Os tumores variam de 1 a 7 cm e aparecem como nódulos firmes e
circunscritos, normalmente na cabeça e pescoço. Este trabalho teve por objetivo relatar
o caso de um animal atendido no hospital veterinário da Escola de Veterinária e
Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (HV/EVZ-UFG) com um nódulo na região
torácica ventral o qual foi encaminhado para análise histopatológica cujos achados
microscópicos foram condizentes com tricolemoma.
Palavras-Chave: bainha externa; folículo piloso; neoplasia benigna
ABSTRACT: The tricholemmoma is a benign tumor of cells that differentiate from the
outer root sheath of the hair follicle. It is rare in dogs and cats, occurring in animals
between five to 13 years old. Among dogs, Afghan Hounds seem to be predisposed.
The tumors range from 1 to 7 cm and appear as circumscribed and firm nodules,
usually in the head and neck. This study aimed to report the case of an animal treated
at the Veterinary Hospital School of Veterinary Medicine and Animal Science of the
Federal University of Goiás (HV/ EVZ-UFG) with a nodule in the ventral thoracic region
which was referred to histopathology whose microscopic findings were consistent with
tricholemmoma.
Key Words: outer sheath; hair follicle; benign neoplasm
INTRODUÇÃO
O tricolemoma constitui-se em uma proliferação rara, benigna e não recorrente com
origem nos queratinócitos da bainha externa da raiz dos folículos pilosos (Ginn, 2007;
Rodaski e Werner, 2008). Dois tipos são observados em cães, o tipo bulbo e o tipo
ístmico, ocorrendo mais comumente na região da cabeça e pescoço (Gross e Walder,
1992; Scott et al., 2001). Embora se descrevam poucos casos para se determinar a
idade, raça e sexo mais acometidos, observou-se que os cães entre 5 e 13 anos de
idade (média de 10 anos), e os Afghan Hounds podem ser os mais acometidos
(Rodaski e Werner, 2008). Os tumores aparecem como massas intradérmicas bem
encapsuladas e subcutâneas com alopecia da pele adjacente (Goldschimidt e
Hendrick, 2002). O diagnóstico é realizado pelo exame físico e avaliação
histopatológica, que fornecem subsídios para a definição dos tricolemomas. A exérese
neoplásica conferindo margens amplas, aliada à natureza e ao comportamento benigno
da lesão, permite classificar o prognostico como favorável (Rodaski e Werner, 2008).
Este trabalho teve por objetivo relatar o caso de um animal atendido no hospital
veterinário da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás
(HV/EVZ-UFG) com um nódulo na região torácica ventral que foi encaminhado para
análise histopatológica cujos achados microscópicos foram condizentes com
tricolemoma.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi atendido no hospital veterinário da Escola de Veterinária e Zootecnia da
Universidade Federal de Goiás (HV/EVZ-UFG), um animal sem raça definida, fêmea de
sete anos, apresentando um nódulo na região torácica ventral de aproximadamente 15
cm de diâmetro, ulcerado, contendo áreas de consistência macia em sua periferia e
áreas firmes ao centro, com crescimento progressivo há três meses. O animal foi
727
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 268 , 2013
Paulo Henrique Leal Bertolo¹, Suellen da Gama Barbosa Monger², Ana Cláudia de
Souza Neves¹, Ana Cláudia Alexandre de Albuquerque¹, Uiara Hanna Araújo Barreto³,
Washington Luiz Assunção Pereira¹
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731
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732
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 270 , 2013
CONCLUSÃO
Diante destes achados determinou-se diagnóstico de tumor de bainha de nervo
periférico maligno. Os marcadores imuno-histoquímicos S-100, vimentina e CK, quando
associados às características histopatológicas, podem ser úteis na determinação no
diagnóstico definitivo desta neoplasia.
Agradecimentos
CAPES e ao apoio financeiro da FAPEMIG.
REFERÊNCIAS
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 271 , 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 271 , 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Cinco cadelas (cão 1, 2, 3, 4 e 5), de diferentes raças apresentando aumento de
volume nas glândulas mamárias (abdominais e inguinais) foram submetidas à cirurgia e
o material foi encaminhado ao Laboratório de Patologia Comparada da UFMG para
avaliação histopatológica (hematoxilina e eosina – HE). Utilizou-se a técnica de imuno-
histoquímica para avaliação da expressão de receptor de estrógeno (RE) (clone 1D5,
Dako, 1:20), receptor de progesterona (RP) (clone HPRA2, Neomarkers, 1:20), p63
(clone 4A4, Neomarkers, 1:80), marcador de proliferação celular Ki67 (clone MIB-1,
Dako, 1:25), citoqueratina (CK) (clone AE1AE3, Dako, 1:100) e vimentina (clone V9,
Dako, 1:100). A avaliação da expressão de CK, vimentina e p63 foi qualitativa. A
imunomarcação para RE e RP foi realizada segundo as orientações da ASCO/CAP
(HAMMOND et al., 2010). O índice de proliferação celular foi avaliado segundo DUTRA
et al., 2008.
RESULTADOS
Os tumores variaram entre 6 e 8 cm de diâmetro. Foram diagnosticados quatro tumores
filodes benigno (TFB) (cão 1, 3, 4 e 5) e um tumor filodes maligno (TFM) (cão 2).
Microscopicamente os TFB foram caracterizados por proliferação epitelial benigna em
camada dupla associadas à proliferação de células estromais/mesenquimais formando
projeções em forma de folha (foliáceas). Graus variados de hiperplasia epitelial
(aumento do número de camadas) foram observados em todos os TFB. O componente
estromal caracterizou-se por proliferação discreta de células fusiformes com aspecto
colagenoso e/ou mixóide com pleomorfismo discreto e índice mitótico baixo. Metaplasia
condróide foi encontrada nos cães 1 e 5.
O TFM caracterizou-se por proliferação estromal exuberante pobremente delimitada
caracterizada por proliferação de células fusiformes formando feixes entrelaçados
algumas vezes com aspecto mixóide. Pleomorfismo celular acentuado e índice mitótico
alto foram observados no componente estromal. O componente epitelial era discreto e
caracterizado pela proliferação de células epiteliais benignas em camada dupla.
Na análise imuno-histoquímica todos os TF foram positivos para RE e RP. O
componente epitelial de todos os TF foi positivo para CK. As células estromais de todos
os TF foram positivos para vimentina. As células estromais do TFM foram positivas
para p63 enquanto que nos TFB foram negativas. Os TFB e TFM apresentaram índice
de proliferação celular de menos de 1% e de 69,5%, respectivamente.
DISCUSSÃO
Os TF são neoplasias mamárias fibroepiteliais raras em mulheres (Tan et al. 2012).
Esse tumor é caracterizado pela proliferação epitelial e estromal formando estruturas
em forma de folha (foliáceas). Pelo nosso conhecimento esse é primeiro trabalho que
descreve as características histopatológicas e imuno-histoquímicas de TF em cadelas.
Em mulheres, o diagnóstico definitivo dos TF é feito pela histopatologia e três variantes
podem ser observadas: filodes benigno, filodes maligno de baixo grau e alto grau
(Rosen, 2009; Tan et al., 2012). A diferenciação entre os três subtipos deve ser
baseado na celularidade e exuberância estromal, pleomorfismo celular, índice mitótico
e delimitação do tumor (Tan et al., 2012). No presente estudo foram diagnosticados
quatro TFB e um TFM. Diante dos achados histomorfológicos e do alto índice de
proliferação celular o TFM poderia ser considerado de alto grau. A positividade do
componente epitelial para CK e do componente estromal para vimentina em todos os
casos confirma a dupla origem (epitelial e mesenquimal) do tumor, semelhante ao que
é observado em mulheres (Rosen, 2009). No presente trabalho, os casos de TFB foram
negativos para p63 e o TFM foi positivo indicando que, em caninos, o componente
estromal também pode ser composto por células mioepiteliais. TFM com componentes
estromais positivos para p63 também tem sido descritos em humanos (Auger et al.,
1989).
735
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 271 , 2013
CONCLUSÕES
Esse é o primeiro trabalho que descreve os TF em cães. As características
histomorfológicas são essenciais para o diagnóstico definitivo, sendo a
imunohistoquímica uma ferramenta complementar. Deve-se estar atento ao
reconhecimento dessa neoplasia no diagnóstico diferencial de outros tumores
mamários que apresentem componentes epiteliais e mesenquimais associados.
AGRADECIMENTOS
CAPES e ao apoio financeiro da FAPEMIG.
REFERÊNCIAS
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737
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 272 , 2013
738
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 273 , 2013
Ana Carolina Ortegal Almeida¹; Fabianna de Simone Souza²; Ismael Lira Borges³;
Rafael Silva Cipriano4; Saulo Vinícius Avanço4; Daniela Bernadete Rozza¹
739
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 273 , 2013
741
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 274 , 2013
Larissa Guimarães Tanajura Requião¹, Julia Liger de Freitas², Laís Pereira Silva¹,
Alessandra Estrela Lima³, Daniela Farias Laranjeira³, George Willanne Mota dos
Santos Merces4
743
Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 274 , 2013
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Juliano Menegoto, Mayane Faccin, Joice Rychcik da Silva, Altamir Corso, Juliana
Geraldi, Fabiana Elias
Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, Realeza, PR, Brasil. fabiana.elias@uffs.edu.br
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 275 , 2013
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Fabrício Luciani Valente (UFV), Lívia Marina Alvarenga Martins (UFV), Emily Correna
Carlo Reis (UFV), Rodrigo Viana Sepúlveda (UFV), Ana Paula Lima Perdigão (UFV),
Andréa Pacheco Batista Borges (UFV)
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 276 , 2013
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 277 , 2013
Camila Gonçalves de Campos¹, Leticya Lerner Lopes², Samara Rosolem Lima³, Caio
Resende Docal¹, Raquel Aparecida Sales da Cruz4, Caroline Argenta Pescador5
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 277 , 2013
MATERIAL E MÉTODOS
Para esse estudo 90 cães foram selecionados. Estes foram necropsiados no
Laboratório de Patologia Veterinária da UFMT entre fevereiro de 2012 e janeiro de
2013. Fragmentos de todos os órgãos incluindo o SNC foram coletados, fixados em
formol tamponado a 10% e processados rotineiramente para estudos histológicos
(Behmer et al.,1976). Dados gerais como idade, raça sexo, e achados macroscópicos
foram registrados. As lesões microscópicas do SNC foram classificadas em aguda
quando havia astrogliose leve a moderada e ausência de lesões inflamatórias,
subaguda as quais foram caracterizadas por desmielinização leve a moderada da
substância branca, com infiltrado perivascular leve a moderado composto por linfócitos
e corpúsculos de inclusão em astrócitos e crônica, caracterizada por acentuada
desmielinização, com infiltrado perivascular acentuado composto por linfócitos e
corpúsculos de inclusão em astrócitos (Schobesberger et al. 2002,). IHQ foi realizada
através do protocolo estabelecido por Sonne et al., 2009. Seções histológicas de SNC
de um cão com CDV foram utilizadas como controle. Nos casos em que o SNC não foi
positivo, mas as lesões sugestivas de infecção pelo CDV foram observadas,
fragmentos de pulmão, estômago e bexiga foram submetidos à IHQ para confirmar o
diagnóstico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Desses 90 casos, 80 (88,8%) apresentaram sinais clínicos neurológicos caracterizados
principalmente por mioclonia 43,7% (35/80), convulsão 40,0% (32/80), dificuldade de
locomoção 38,7% (31/80) e vocalização 10% (8/80). Um total de 80% (64/80) dos cães
apresentaram lesões microscópicas no SNC, dos quais 73,4% (47/64) marcaram
positivamente na IHQ. Destes, 29 (62%) eram fêmeas e 18 (38%) eram machos.
Dentre as raças, os cães sem raça definida (SRD) foram os mais acometidos com
65,9% (31/80) dos casos sendo, 51% (24/80) dos animais com menos de um ano de
idade. Macroscopicamente, foram observados em 40,4% (19/47) dos casos, pulmões
não colabados, 38,2% (18/47) atrofia do timo, 12,7% (6/47) hiperqueratose do coxim
plantar e 8,5% (4/47) secreção nasal e ocular. Microscopicamente a alteração mais
observada foi a desmielinização em 85,1% (40/47) dos casos. As lesões no SNC foram
classificadas como aguda em 17,2% (8/47), como subagudas 72,4% (34/47) e como
crônicas 10,6% (5/46). Em (44/47) dos casos, o cerebelo (93,6%) foi a parte do
encéfalo mais positivo na IHQ. O resultado dos exames macroscópicos,
histopatológicos e imunohistoquímicos realizados foram consistentes com a doença
clínica causada pelo vírus da cinomose canina (Koutinas et al. 2002) A desmielinização
é vista principalmente nos processos subagudos e crônicos, provavelmente, associada
com a entrada do vírus pelo líquido cefalorraquidiano que por sua vez, cruza a barreira
hematoencefálica replicando-se em neurônios e células gliais. (Koutinas et al. 2002).
Dentre as partes do encéfalo submetidas à IHQ, o cerebelo foi o local de maior
positividade, devido, provavelmente possivelmente a um maior tropismo de replicação
do vírus nesta região (Silva et. al 2009).
CONCLUSÕES
Na população de cães em Cuiabá, o CDV tem constituído uma doença de importância
como causa de quadro clínico neurológico em cães. Microscopicamente, predominou
nesse estudo as alterações que caracterizam a doença de evolução que foram
observadas em 72,5% dos casos. A combinação da histopatologia e imuno-
histoquímica é útil para obter um diagnóstico definitivo da doença.
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Archives of Veterinary Science, v. 18, (supl.2) RESUMO 277 , 2013
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