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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

ANAIS DA XIV SEMANA DE EDUCAÇÃO


CONTINUADA EM MEDICINA
VETERINÁRIA DA UFES – XIV SECOMV

Comissão Científica da XIV SECOMV


Adriano Lima Stelzer Bindaco Larissa Marchiori Sena
Beathriz Giostri Pontes Leandro André Milholli
Brenda Fayla Seco de Oliveira Letícia Parmanhani Romão
Caio Vaz Baqui Lima Maria Larissa Bitencourt Vidal
Caroline Teixeira Bonifácio Marieta Cristina Couto Kuster
Driéle Lutzke Mayara Mezabarba Riva
Felipe Martins Pastor Rafael Otaviano do Rego (Org.)
Hudimila Dutra Mascarenhas de Souza Suzana Gonçalves Carvalho
Izabelle Pereira de Lacerda Théo Matos Arantes Moraes
José Aloizio Gonçalves Neto

ALEGRE, ES
2018
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
(Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)

A281 Anais da XIV Semana de Educação Continuada em Medicina


Veterinária da Ufes [recurso eletrônico] : XIV SECOMV /
organizador, Rafael Otaviano do Rego. - Dados eletrônicos. -
Alegre, ES : UFES, CAUFES, 2018.
32 p.

ISBN: 978-85-54343-11-8
Modo de acesso: <www.alegre.ufes.br>

1. Educação permanente. 2. Ciências agrárias. 3. Medicina


veterinária. I. Rego, Otaviano do, 1982-.

CDU: 619

Bibliotecário: Felicio Gomes Corteletti – CRB-6 ES-000646/O


PREFÁCIO

A XIV Semana de educação continuada em Medicina Veterinária-SECOMV da


Universidade Federal do Espírito Santo UFES aconteceu nos dias 08, 09 e 10 de novembro
de 2018. O público alvo do evento foram os alunos de Graduação e Pós-Graduação das
áreas de Medicina Veterinária, Ciências Biológicas e Zootecnia. O evento foi criado com
o objetivo de atualizar os participantes com os mais novos avanços técnicos e científicos
nas áreas de interesse, de forma a contribuir para a formação acadêmica dos mesmos.
Os Anais da XIV SECOMV, contidos neste Ebook, seguem as normas
bibliográficas, com capa, sumário, páginas numeradas sequenciais, constituindo um livro
de resumos eletrônico. O arquivo está em um formato aberto, o que permitirá um pleno
uso dos textos, de forma que respeite o direito autoral.
A todos os que submeteram e revisaram trabalhos, organizaram ou auxiliaram nas
sessões, atuaram nas atividades cotidianas de planejamento e execução, apoiaram,
patrocinaram, prestaram serviços, que vieram ou vierem acessar o conteúdo on-line,
gostaríamos de expressar nossos sinceros agradecimentos. Em especial, agradecemos os
professores do Departamento de Medicina Veterinária e alunos da Programa de Pós-
Graduação em Ciência Veterinária, que auxiliaram como avaliadores ad hoc dos resumos
e no momento da apresentação dos pôsteres durante a XIV SECOMV.
Dessa forma, com rigor e clareza presenteamos a todos com os Anais da XIV
Semana de educação continuada em Medicina Veterinária da Universidade Federal do
Espírito Santo/UFES.
Agradecimento: À Fundação de Amparo e Inovação Tecnológica do Espírito Santos
(FAPES) pelo apoio financeiro à XIV SECOMV.

Comissão Científica XIV SECOMV


SUMÁRIO

ANIMAIS SILVESTRES ..................................................................................................................... 4


CORREÇÃO CIRÚRGICA DE EVERSÃO DE TERCEIRA PÁLPEBRA EM ARARA
CANINDÉ (Ara ararauna): RELATO DE CASO .......................................................................... 4
OSTEOSSÍNTESE DE ÚMERO EM MARACANÃ VERDADEIRA (Primolius maracana) DE
VIDA LIVRE: RELATO DE CASO ............................................................................................... 5
PNEUMONIA GRANULOMATOSA DE ORIGEM FÚNGICA EM JACARÉ-DO-PAPO-
AMARELO (Caiman latirostris) ...................................................................................................... 6
CLÍNICA E CIRÚRGIA DE GRANDES ANIMAIS ........................................................................ 7
AVALIAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA EM BEZERROS DA
RAÇA SENEPOL POR MEIO DA MENSURAÇÃO SÉRICA DE GAMA GLUTAMIL
TRANSFERASE ............................................................................................................................... 7
FATORES DE RISCO PARA AOCORRÊNCIA DE MASTITE BOVINA NA REGIÃO DO
CAPARAÓ, ES. ................................................................................................................................. 8
IMPACTO ECONÔMICO DA MASTITE CLÍNICA E SUBCLÍNICA EM BOVINOS.......... 9
LINFADENITE CASEOSA CUTÂNEA EM OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS -RELATO DE
CASOS ............................................................................................................................................. 10
MAGNETOTERAPIA APLICADA À LOMBALGIAS EM CAVALOS DE SALTO ............ 11
CLÍNICA E CIRÚRGIA DE PEQUENOS ANIMAIS .................................................................... 12
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA PERITÔNIO-PERICÁRDICA EM CÃO: RELATO DE CASO
........................................................................................................................................................... 12
ALTERAÇÕES DE FREQUÊNCIA CARDÍACA INDUZIDAS PELO SERVIÇO DE BUSCA,
RESGATE E SALVAMENTO EM CÃES ................................................................................... 13
ARTRODESE DE CARPO: RELATO DE CASO ...................................................................... 14
ATRESIA ANAL ASSOCIADA À FÍSTULA RETOVAGINAL EM GATO DOMÉSTICO
(Felis catus): RELATO DE CASO ................................................................................................ 15
AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL DURANTE TREINAMENTO ............... 16
FÍSICO EM CÃES DE BUSCA, REGATE E SALVAMENTO ................................................. 16
CARCINOMA TUBULOPAPILAR MAMÁRIO CONCOMITANTE A CISTOADENOMA
DE OVÁRIO, HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA E PIOMETRA EM CADELA .. 17
FRATURA DE Monteggia TIPO I EM CÃO: RELATO DE CASO .......................................... 18
HIDRONEFROSE BILATERAL E HIDROURETER UNILATERAL SECUNDÁRIOS À
REAÇÃO POR CORPO ESTRANHO PÓS OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA (OSH)
EM CADELA – RELATO DE CASO ........................................................................................... 19
DOENÇAS PARASITÁRIAS E INFECCIOSAS ............................................................................ 20
DIFERENTES MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DIRETA PARA O DIAGNÓSTICO DE
BABESIOSE EM BOVINOS ......................................................................................................... 20
INFECÇÃO PELO VÍRUS DA LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA EM REBANHOS
LEITEIROS DA REGIÃO DO CAPARAÓ, ESPÍRITO SANTO. ............................................ 22
INFECÇÃO POR Brucella abortus EM REBANHOS BOVINOS LEITEIROS DO
MUNICÍPIO DE ALEGRE-ESPIRITO SANTO......................................................................... 23
INFECÇÃO POR Brucella abortus EM BOVINOS LEITEIROS DO MUNICÍPIO DE
GUAÇUÍ, ES. ................................................................................................................................... 24
OCORRÊNCIA DE INFECÇÃO POR Brucella abortus EM REBANHOS LEITEIROS DO
MUNICÍPIO DE JERÔNIMO MONTEIRO, ES ........................................................................ 25
PATOLOGIA ANIMAL ..................................................................................................................... 26
ANÁLISES HISTOPATOLÓGICAS DO SISTEMA GASTROINTESTINAL E
REPRODUTOR DE CODORNAS ALIMENTADAS COM DIETA CONTENDO
DIFERENTES ÓLEOS ESSENCIAIS .......................................................................................... 26
BRONCOPNEUMONIA POR Dictyocaulus viviparus EM BEZERRO: RELATO DE CASO27
COMPARAÇÃO ENTRE A TÉCNICA MANUAL E AUTOMATIZADA PARA OBTENÇÃO
DO HEMATÓCRITO EM AMOSTRAS SANGUÍNEAS DE CÃES ........................................ 28
OCORRÊNCIA DE LEUCOSE ENZOÓTICA EM BOVINO: RELATO DE CASO ............. 29
PERICARDITE TRAUMÁTICA ASSOCIADA A ENDOCARDITE MURAL EM BOVINO
........................................................................................................................................................... 30
REPRODUÇÃO ANIMAL................................................................................................................. 31
DESEMPENHO DE ANIMAIS TAURINOS E ZEBUÍNOS NA PRODUÇÃO IN VITRO DE
EMBRIÕES DURANTE VERÃO E INVERNO .......................................................................... 31
EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DO MELOXICAM SOBRE A OVULAÇÃO FÊMEAS
BOVINAS......................................................................................................................................... 32
4

ANIMAIS SILVESTRES

CORREÇÃO CIRÚRGICA DE EVERSÃO DE TERCEIRA PÁLPEBRA EM ARARA


CANINDÉ (Ara ararauna): RELATO DE CASO

M. C. C. KUSTER1*, B. A. FERNANDES2, A. L. Q. SANTOS3.


1
Médica Veterinária, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal
do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE.
2
Médica Veterinária, Residente do Programa Residência Multiprofissional em Medicina Veterinária, Universidade
Federal de Uberlândia, campus Umuarama, LAPAS/UFU.
3
Docente, Universidade Federal de Uberlândia, campus Umuarama, LAPAS/UFU.
*Autor para correspondência: marieta.kuster@hotmail.com

Com o crescimento do mercado de pets exóticos, algumas aves, principalmente exemplares da


ordem Psittaciformes tem se tornado mais populares como animais de estimação, devido à
beleza de suas plumagens, alta sociabilidade e capacidade cognitiva. Com isso, cresce a
necessidade de estudos na área a fim de enriquecer a literatura relacionada à clínica de animais
silvestres e exóticos. Diante disso, objetivou-se relatar um caso de correção cirúrgica de eversão
de terceira pálpebra em uma Ara ararauna atendida no Laboratório de Pesquisa em Animais
Silvestres da Universidade Federal de Uberlândia. Uma Arara Canindé (Ara ararauna), fêmea,
34 anos, pesando 950 gramas foi levada ao consultório pela tutora com queixa de uma
protuberância no olho direito. No exame oftálmico observou-se a eversão e desprendimento da
terceira pálpebra, com desvitalização do tecido evidenciada pela coloração amarelada, onde
normalmente seria transparente. Após o diagnóstico a ave foi encaminhada para realização da
correção cirúrgica. Foram utilizados no protocolo anestésico midazolam (3mg/kg) e ketamina
(10mg/kg) intramuscular além de colírio anestésico local no olho afetado. Foi ainda
administrado 20 ml de fluido ringer lactato aquecido por via subcutânea, baseando-se na dose
de manutenção 25 ml/kg. Foi realizado a antissepsia do olho com iodo polvidine oftálmico a
5%, exposição e identificação das estruturas oculares, facilmente visualizadas com auxílio de
uma lupa e foco luminoso. Com uma lâmina de bisturi e uma tesoura foi realizado a
escarificação das partes necrosadas, retirando cerca de 1/3 da membrana nictitante, mantendo a
integridade do restante. Após isso, foi feito uma nova lavagem com a solução de iodo polvidine
e aplicação de colírio antibiótico de tobramicina. Foi prescrito para o pós-cirúrgico colírios anti-
inflamatório (still®), uma gota, duas vezes ao dia, e antibiótico (tobrex®) uma gota, quatro
vezes ao dia. Além de pomada oftálmica cicatrizante (Regencel®) três vezes ao dia, a serem
administrados em casa durante sete dias. Na consulta de retorno notou-se a melhora clínica com
preservação da função ocular, constatando o sucesso do procedimento cirúrgico oftálmico no
paciente.
Palavras-chave: Aves, oftalmologia, silvestres.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


5

OSTEOSSÍNTESE DE ÚMERO EM MARACANÃ VERDADEIRA (Primolius


maracana) DE VIDA LIVRE: RELATO DE CASO

M. C. C. KUSTER1*, G. G. FRANCO2, J. A. G. NETO3, H. D. M, SOUZA4, G. J. S, UZAI5.


1
Médica Veterinária, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal
do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE.
2
Mestre Médico Veterinário Cirurgião Ortopedista do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Espírito
Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
3
Médico Veterinário, Residente do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal
do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE.
4
Médica Veterinária, Residente do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal
do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE.
5
Médico Veterinário, Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal
do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE
*Autor para correspondência: marieta.kuster@hotmail.com

Fraturas em ossos pneumáticos como úmero são comuns em aves devido a fina cortical e grande
porção medular tornando estes ossos mais frágeis e quebradiços. A osteossíntese nessa região
é um desafio devido a anatomia e a necessidade da redução perfeita da fratura,
preferencialmente sem imobilização da asa, evitando assim atrofia e garantindo o uso funcional
do membro após a consolidação. Diante da importância da descrição de técnicas ortopédicas
que obtiveram sucesso, objetivou-se relatar um caso de osteossíntese de úmero de uma
Maracanã verdadeira (Primolius maracana) atendida no Setor de Animais Silvestres do
Hospital Veterinário (HOVET) da Universidade Federal do Espírito Santo. O animal foi
encontrado às margens da rodovia ES-482 frente ao HOVET por civil, que realizou entrega
voluntária da ave para atendimento. No exame físico constatou-se uma fratura completa e
exposta do úmero direito e a ave foi encaminhada para cirurgia de emergência após
estabilização do quadro. Utilizou-se no protocolo pré-anestésico midazolam (0,5 mg/kg) e
butorfanol (1mg/kg) intramuscular. A indução e manutenção foi através de anestesia inalatória
com isoflurano. Foi realizada a redução da fratura utilizando a técnica “tie-in”, que associa um
pino intramedular com fixador externo sendo fixado com resina acrílica, neste caso. No pós-
cirúrgico, não foi feita imobilização no membro, e o animal foi mantido na internação em um
recinto amplo, com poleiros e troncos de árvores para facilitar a movimentação. A alimentação
era composta de frutas e verduras e água a vontade. Foi administrado meloxicam (0,5mg/kg) e
enrofloxacino (10mg/kg) por cinco e sete dias, respectivamente. Após dois meses constatou-se
a consolidação óssea por exame radiográfico e foi realizada a retira do pino e fixadores do
animal anestesiado sob mesmo protocolo utilizado anteriormente. Iniciou-se um processo de
reabilitação e treinos de voos que duravam cerca de 30 a 40 minutos todos os dias. Os treinos
consistiam em estimular o voo do animal de um poleiro a outro, aumentando a distância entre
eles gradativamente. Associado a isso, foi feito um enriquecimento ambiental alimentar no
recinto para que o animal estivesse apto a buscar alimento ao ser reintroduzido na natureza.
Após um mês de reabilitação o animal havia reestabelecido totalmente a capacidade de voo e
foi encaminhado para a soltura no ambiente de origem, certificando que a técnica descrita pode
ser utilizada com bons resultados em aves.
Palavras-chave: Aves, ortopedia, tie-in.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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PNEUMONIA GRANULOMATOSA DE ORIGEM FÚNGICA EM JACARÉ-DO-


PAPO-AMARELO (Caiman latirostris)

R. SOARES1, C. V. C. DAVID2, C. Y. NÓBREGA3, G. R. FIGUEIREDO4, C. L. NUNES5*


1
Estudante da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
2
Técnica do Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
3
Médico Veterinário, Pesquisador do Instituto de Ensino, Pesquisa e Preservação Ambiental Marcos Daniel,
Coordenador do programa Caiman.
4
Docente do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
5
Docente do departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Espírito Santos, campus Alegre.
*Autor para correspondência: louisianecn@gmail.com

A pneumonia fúngica é uma infecção oportunista, em que na maioria das vezes os fungos que
compõem a flora intestinal normal, sob estresse e condições propícias se proliferam, podendo
desenvolver quadros de pneumonia. A porta de entrada dos agentes fúngicos também pode ser
o trato respiratório, por via aerógena, pela inalação de esporos. A ordem Crocodylia composta
pelas famílias: Crocodylidae, Gavialidae e Alligatoridae, representada pelos crocodilos,
gaviais e jacarés, respectivamente, sendo animais ovíparos, carnívoros e adaptados à evolução,
sendo extremamente resistentes e rústicos, ainda assim conhece-se pouco sobre a imunologia e
fisiopatologia destas espécies frente às infecções. Diante disto, objetivou-se relatar a ocorrência
de pneumonia granulomatosa de origem fúngica em um exemplar de Caiman latirostris. O
animal foi recebido no Setor de Patologia Animal do Hospital Veterinário (HOVET) da
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) em parceria com o Projeto Caiman. Durante a
necropsia observou-se à avaliação do pulmão com lesão focal, de consistência firme, delimitada
e circunscrita em lobo pulmonar esquerdo contendo massa firme e caseosa de 3cm de diâmetro.
Verificou-se ainda área focal hemorrágica em pulmão direito, além de hepatomegalia com
espessamento de cápsula, hidropericárdio discreto e sinéquias aderido do epicárdio ao
pericárdio. Foi coletado material do pulmão para exames microbiológico em swab, congelado
e encaminhado para processamento histopatológico, sendo fixado em solução de formol a 10%.
O exame microbiológico revelou ao teste de catalase a presença de cocos positivos, além de
hemólise completa em meio de cultura ágar sangue. Ao exame histopatológico corado pelo
método de hematoxilina e eosina observaram-se rins com presença de grânulos acastanhados
no interior dos glomérulos e túbulos proximais sendo sugestivos de hemossiderose, fígado com
hemossiderose intensa e baço congesto moderadamente. No pulmão observaram-se lesões
granulomatosas com centros necróticos circundadas por abundante tecido conjuntivo. Na região
periférica dos granulomas foram verificadas imagens negativas, septadas e ramificadas,
compatíveis com hifas fúngicas. O material do pulmão foi recortado e corado pelo método de
ácido periódico de Schiff (PAS). A coloração histoquímica confirmou a presença de hifas
septadas positivas ao PAS. As características das hifas sugerem fungos do gênero Aspergillus,
no entanto não foi realizado o cultivo micológico e, portanto, não foi possível caracterizar o
agente. O diagnóstico foi estabelecido com base nos achados morfológicos e pela histoquímica
como pneumonia granulomatosa de origem fúngica. Os estudos acerca da saúde e ecologia da
população dos jacarés ainda são escassos e necessitam de maiores avanços, contribuindo com
dados técnicos-científicos que possam auxiliar na conservação e preservação dos espécimes.
Por outro lado, a criação comercial de jacarés vem crescendo substancialmente nas últimas
décadas, tornando importante o conhecimento a respeito dos processos patológicos que
acometem os crocodilianos e colaborando assim para a saúde dos indivíduos.
Palavras-chave: Diagnóstico, jacarés, pulmões.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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CLÍNICA E CIRÚRGIA DE GRANDES ANIMAIS

AVALIAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA EM BEZERROS


DA RAÇA SENEPOL POR MEIO DA MENSURAÇÃO SÉRICA DE GAMA
GLUTAMIL TRANSFERASE

L. M. SENA¹*, T. M. A. MORAES², L. S. ALMEIDA³, R. E. OLIVEIRA4, G. BARIONI5

¹ Médica Veterinária, Mestra em Ciências Veterinárias, Residente em Patologia Clínica Veterinária,


Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, CCAE/UFES.
² Médico Veterinário, Residente em Patologia Clínica Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, campus
Alegre, CCAE/UFES.
³ Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, CCAE/UFES.
4
Técnico em Análises Clínicas, Hospital Veterinário, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre,
CCAE/UFES.
5
Docente do Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre,
CCAE/UFES.
*Autor para correspondência: lmsmvet@gmail.com

A falha na transferência de imunidade passiva é um fator agravante para o desenvolvimento de


diversas doenças em bezerros, sendo uma das principais causas de mortes neonatais. Dessa
forma, a avaliação da transferência de imunidade é essencial, permitindo a adoção de medidas
estratégicas que auxiliam na redução de morbilidade e mortalidade dos animais. Diante disso,
objetivou-se no presente estudo, correlacionar a atividade sérica de gama glutamil transferase
(GGT) com a concentração de globulinas séricas a fim de verificar se o valor de GGT é um
bom parâmetro para a avaliação da transferência de imunidade passiva em bezerros da raça
Senepol. Foram utilizadas amostras de sangue de 10 animais. As coletas de sangue foram
realizadas por punção da veia jugular em sistema de coleta a vácuo, utilizando tubos com EDTA
em até 48 horas após a ingestão do colostro. No Laboratório de Patologia Clínica da
Universidade Federal do Espírito Santo, o sangue foi centrifugado a 2000 rotações por minuto,
durante cinco minutos. Após centrifugação, o soro foi separado dos constituintes sólidos do
sangue. As concentrações de GGT, proteína sérica total e albumina foram realizadas por
espectrofotometria (Biospectro, modelo SP-22 ®), utilizando kits reagentes Labtest® conforme
recomendação do fabricante. As globulinas foram determinadas por subtração entre os valores
da proteína sérica e albumina, de maneira que o resultado da equação fornece os valores de
globulinas em gramas/decilitro. Os dados foram submetidos ao teste Shapiro-Wilk para
determinação da normalidade e posteriormente ao teste de correlação de Person a 5% de
significância. Houve uma correlação fortemente positiva entre os valores de GGT e globulinas
séricas (r=0,80). Conclui-se que a mensuração da GGT sérica é um bom parâmetro para a
avaliação da transferência de imunidade passiva em bezerros.
Palavras-Chave: bovinos, colostro, globulinas.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


8

FATORES DE RISCO PARA AOCORRÊNCIA DE MASTITE BOVINA NA REGIÃO


DO CAPARAÓ, ES.

G. BARIONI 2, H. R. C. da SILVA2*, I. C. ALMEIDA 2, H. A ASSIS 2, D. M.


DONATELE2
2
Universidade Federal do Espírito Santo. DMVET - CCAE
*Autor para correspondência: hiyssa.rc@hotmail.com

Os quadros de mastite acarretam em queda na produção e diminuição da vida produtiva do


animal, uma vez que há grande perda de parênquima mamário funcional devido ao processo
inflamatório, além de prejuízo econômico com o descarte do leite, o atendimento veterinário e
os custos do tratamento. Para minimizar as perdas é importante conhecer os fatores
predisponentes e adotar as medidas preventivas. O objetivo nesse estudo foi avaliar a associação
entre fatores de risco e a ocorrência de mastite bovina na região do Caparaó, no sul do estado
do Espírito Santo. Foram avaliadas 70 propriedades, em 12 municípios, totalizando 921 vacas.
Esses animais foram submetidos aos exames da caneca de fundo preto e o CMT (Califórnia
mastite teste) para diagnóstico da mastite clínica e subclínica, respectivamente. Foi aplicado
um questionário individualizado por propriedade, sobre o manejo, sistema de criação, medidas
adotadas antes, durante e após ordenha, posteriormente foram realizadas avaliações descritivas
e associação pelo método estatístico do quiquadrado e odds ratio no programa openEpi. Este
trabalho foi aprovado pelo CEUA (003/2015). Das 921 vacas examinadas, 427 (46,36 %) foram
diagnosticadas com mastite e 494 (53,64 %) vacas sem mastite. Em relação as variáveis
consideradas como fatores predisponentes, observou se que a realização do pré dipping (p <
0,05), do pós dipping (p <0,05), o tipo de ordenha e o tipo de aleitamento dos bezerro (p < 0,05)
apresentaram associação estatística com a ocorrência de mastite. A secagem dos tetos
apresentou associação do tipo causal com a ocorrência da enfermidade. Variáveis como a
realização da linha de ordenha (p >0,05), testes prévios para a detecção da mastite (p >0,05), e
a qualidade da água (p >0,05) não foram considerados estatisticamente associados. O fato de
alguns proprietários realizarem os procedimentos de forma inadequada, pode ter influenciado
nos resultados e indica a necessidade crescente de assistência técnica, e a obrigação de
treinamento frequente dos funcionários e proprietários para melhor efetividade dos
procedimentos profiláticos para minimizar a ocorrência dos quadros de mastite. Nesse estudo
foi possível concluir que as variáveis, secagem dos tetos, aleitamento de bezerros
artificialmente, ordenha mecânica, realização de pré e pós dipping são fatores considerados
causais contribuindo para maior ocorrência dos quadros de mastite.
Palavras-chave: fatores causais, manejo ordenha, vacas

Apoio Financeiro: FAPES

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


9

IMPACTO ECONÔMICO DA MASTITE CLÍNICA E SUBCLÍNICA EM BOVINOS

G. BARIONI2, W. S. DIETRICH*1, M. V. G. VIANA2, I. C. ALMEIDA2, H. A. ASSIS2


1
Médico Veterinário Autônomo.
2
Universidade Federal do Espírito Santo – DMVET - CCAE
*Autor para correspondência: willydietrich@hotmail.com

A mastite é a principal enfermidade presente na pecuária leiteira no Brasil e no mundo, ela


causa prejuízos econômicos e riscos para a saúde pública, tanto na apresentação clínica quanto
na forma subclínica da doença. O objetivo do presente trabalho foi calcular as perdas
econômicas em reais e em dólares, da mastite clínica e subclínica na região do Caparaó, Espírito
Santo. Foram realizadas coletas em 19 propriedades leiteiras em cinco municípios do estado do
Espírito Santo (Alegre, Bom Jesus do Norte, Ibatiba, Irupi e São José do Calçado) totalizando
197 animais. Realizou-se o teste de caneca de fundo preto para avaliar a presença de mastite
clínica e coletas de leite do tanque com o objetivo de analisar a contagem de células somáticas
(CCS) de cada propriedade, sendo tais análises realizadas com kit comercial Somaticell®, no
Laboratório de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Hospital Veterinário da UFES. As
perdas econômicas geradas pela mastite clínica, foram calculadas estimando o custo do
tratamento e descarte do leite de sete dias. Para o presente estudo foi considerado o valor pago
pelo litro de leite foi de R$1,18 (US$0,37). O cálculo da perda de produção devido a presença
da mastite subclínica foi estimado por meio da redução de produção causada de acordo com a
CCS do rebanho, segundo metodologia de Hortet e Seegers (1998). Foram encontrados seis
casos de mastite clínica e o impacto econômico médio da mesma foi de R$187,74 (US$59,96)
por cada caso positivo na região, sendo o descarte do leite pela carência do uso de antibiótico
considerado o principal fator para aumentar o valor do impacto econômico, uma vez que não
foi considerado valores com despesas de médico veterinário. Considerado a média de produção
dos cinco municípios de 142 litros de leite, valor médio de CCS de 529.000 CCS/mL, tem-se a
perda diária de 7,4 litros de leite na média dos municípios. Para a mastite subclínica, os
municípios com maiores perdas de leite (%) de acordo com a média de CCS foram Ibatiba
(8,0%), São José do Calçado (8,0%) e Irupi (8,0%), Alegre e Bom Jesus do Norte,
representaram as menores perdas de produção com 2,7% e 3,5% respectivamente. Neste
contexto, a mastite subclínica teve impacto médio de R$367,10 (US$114,61) por animal. Perde-
se em média nesses municípios R$3.671/ano (US$1.146,10) devido a ocorrência de mastite
subclínica. Nota-se a importância econômica e os prejuízos que a mastite causa nos rebanhos
da região, portanto é necessário alertar os produtores para o estabelecimento de estratégias a
fim de melhorar o controle da mastite, e desta forma reduzir tais perdas, promover o aumento
da renda do produtor e melhorar o produto final para o consumidor. Este trabalho foi aprovado
pelo CEUA (003/2015).
Palavras-chave: diminuição da produção, perdas econômicas, vacas leiteiras.

Apoio Financeiro: FAPES, UFES.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


10

LINFADENITE CASEOSA CUTÂNEA EM OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS -


RELATO DE CASOS

C. A. CARDOSO1*, M. P. B. MIRANDA1, L. G. PEREIRA1, L. M. DUARTE1, R. O.


REGO2.
1
Discentes, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
2
Docente, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
*Autor para correspondência: caiocardoso97@hotmail.com

A linfadenite caseosa é uma doença infectocontagiosa crônica que acomete principalmente


ovinos e caprinos, causada comumente pelo Corynebacterium pseudotuberculosis, sendo
caracterizada pela formação de abscessos em linfonodos, vísceras e pele. Esta enfermidade
possui caráter endêmico no Brasil, com possíveis relatos de zoonose ocupacional, sua
transmissão ocorre por contato direto ou por fômites. Apesar de ser uma afecção frequente no
sul do Espírito Santo ainda não se tem muitos estudos científicos quanto a ocorrência desta
doença na região. O objetivo deste trabalho é relatar a frequência da linfadenite caseosa em
ovinos advindos da fazenda experimental da Universidade Federal do Espírito Santo/UFES.
Foram atendidos nove ovinos da raça Santa Inês no Hospital Veterinário da UFES durante os
meses de agosto a outubro, sendo sete fêmeas e dois machos, com queixa de “caroços” na pele.
Os animais pesavam em média 58 kg, vacinados contra clostridioses e vermifugados
periodicamente. Criados em um aprisco de forma semi-intensiva com 75 animais da mesma
espécie. A alimentação diária é a base de pasto nativo (Brachiaria decumbens), em média de
3,0 kg/animal de cana-de-açúcar moída (Saccharum officinarum) associada a 0,7 a 0,9% de
ureia e 500g/animal de concentrado a base de milho e soja com 22% de proteína. Clinicamente,
observou-se aumentos de volume variando de cinco a vinte centímetros de diâmetro, móveis,
firmes, não sensíveis e com áreas de flutuação central na região da pele e subcutâneo torácica
e abdominal. Em todos os animais, punção aspirativa por meio de agulha fina com prévia
tricotomia e assepsia cirúrgica, foi realizada para determinação do conteúdo purulento e o
conteúdo de três animais foi enviado para análise e cultivo microbiológico. Também foi
realizada a drenagem cirúrgica dos abscessos, assim como debridamento e introdução de dreno
embebido com solução de iodo a 1%, de todos os animais. No pós-cirúrgico, foi realizado o
tratamento das feridas operatórias por segunda intenção com aplicação de antibiótico e
repelente tópico, bem como limpeza diária com álcool iodado até a completa cicatrização. Além
disso, realizou-se administração de soro antitetânico (5000UI) em dose única intramuscular
(IM), assim como, flunixin meglumin 1% 1,1mg/kg IM diariamente durante três dias e
penicilina na dose de 20000 UI/kg IM a cada 72/72h totalizando três aplicações. Na análise
microbiológica da secreção observou-se a presença de cocobacilos, condizentes estruturalmente
com Corynebacterium pseudotuberculosis. A linfadenite caseosa tem alta incidência em
pequenos ruminantes, sendo de grande propagação e fácil disseminação dentro de um rebanho.
Na maioria dos casos não acarreta em alterações na saúde do animal, contudo, ocasiona perda
de peso, produtividade e condenação de carcaças. Todavia, a adoção de medidas sanitárias pode
auxiliar no controle da doença, aumentando assim a sanidade do rebanho. Portanto, por se tratar
de um problema sanitário, estudos adicionais devem ser realizados para o conhecimento dessa
enfermidade na região sul do Espírito Santo.
Palavras-chave: Corynebacterium pseudotuberculosis, linfonodos superficiais, ovinocultura.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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MAGNETOTERAPIA APLICADA À LOMBALGIAS EM CAVALOS DE SALTO

I. J. B. SOUZA1*, M. A. GOLDNER2, F. A. TEIXEIRA2, L. P. MACEDO2, G.


BARIONI3.
13
Universidade Federal do Espírito Santos, campus Alegre.
2
Médica veterinária autônoma.
*Autor para correspondência: isabelababilon@gmail.com

A fisioterapia é uma modalidade terapêutica que visa, por meio de métodos não químicos e não
invasivos, a recuperação, manutenção e melhora da função física, com o objetivo de prevenir,
minimizar ou eliminar a causa primária da disfunção, os seus sinais clínicos, dentre eles a dor,
e/ ou evitar a sua progressão. A terapia com campos magnéticos é uma técnica fisioterápica que
possui efeitos antiedematoso, antiálgico e estimulante da produção de colágeno. É barata, de
aplicação simples, não invasiva e de fácil adaptação para o animal possuindo, teoricamente,
todas as características do tratamento ideal. A magnetoterapia é realizada por meio da aplicação
de magnetos externos ao corpo. Estes geram campo magnético entre os polos norte e sul,
originando uma energia eletromagnética que é transmitida ao tecido. Tais campos podem ser
de alta ou baixa frequência assim como ambos podem ser aplicados de modo pulsado ou
contínuo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia do protocolo de magnetoterapia
estipulado em cavalos de salto com dor de coluna, de acordo com a melhora dos sinais de dor
e principais queixas dos cavalariços em relação ao seu desempenho em pista. Foram
selecionados seis equinos, entre sete e catorze anos de idade, de raças distintas e praticantes de
exercícios de salto pelo menos uma vez por semana. Foi realizado o exame geral e de palpação
da coluna para evidenciar os pontos de maior ocorrência de dor nos animais. Avaliou-se o
comportamento do animal, além de questionário respondido pelo cavalariço sobre o
desenvolvimento do animal no trabalho de chão e no salto, alterações de comportamento e
outras observações gerais sobre o animal relatadas pelo mesmo. O aparelho foi colocado sobre
a área de dor mais evidente durante os exames. Foram realizadas sessões de trinta minutos, duas
vezes por semana durante quatro semanas. Dos animais tratados, 100% (seis/seis)
demonstraram relaxamento durante a sessão de magnetoterapia chegando até mesmo a cochilar
ou se espreguiçar durante a mesma, alguns chegavam agitados na área veterinária do jóquei,
mas ao final da sessão apresentavam-se tranquilos. A melhora comportamental, ocorreu nessa
mesma porcentagem, com diminuição dos sinais de dor durante a avaliação, melhora nas
queixas feitas na primeira avaliação e na performance dos animais, de acordo com o depoimento
dos cavalariços, os quais relataram que ao exercício os animais se apresentavam mais soltos e
energéticos, e com rápido desenvolvimento durante o aquecimento. No exame físico todos os
animais apresentavam dor crônica e após as sessões ficaram mais relaxados, leves na pista.
Houve variação individual no grau de melhora dos sinais, mas não se relatou pontos negativos
em relação à aplicação da técnica durante o tempo de tratamento protocolado. O protocolo
estipulado apresentou-se eficiente para redução da dor, melhorar o bem-estar e o desempenho
atlético dos equinos de salto portadores de afecções/dores na região da coluna.
Palavras-chave: fisioterapia, reabilitação equina, campos magnéticos.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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CLÍNICA E CIRÚRGIA DE PEQUENOS ANIMAIS

HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA PERITÔNIO-PERICÁRDICA EM CÃO: RELATO DE


CASO

H. D. M. SOUZA¹*, J. A. GONÇALVES NETO ¹, M. N. GONÇALVES ², G. G.


FRANCO³, L. L. OLIVERIRA⁴*

¹ Médico (a) Veterinário (a), Residente do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, Universidade
Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
² Discente do curso de medicina veterinária da Universidade Federal do Espirito Santo, campus Alegre.
³ Médico Veterinário, Hospital Veterinário da Universidade Federal do Espirito Santo.
⁴ Docente, Universidade Federal do Espirito Santo, campus Alegre
*Autor para correspondência: hudimilamascarenhas@hotmail.com

A hérnia diafragmática peritônio-pericárdica (HPPD), é um defeito congênito raro que acomete


cães e gatos, caracterizado pela comunicação entre o abdômen e o saco pericárdico, resultante
de uma má formação durante o desenvolvimento embrionário. Devido ao defeito diafragmático,
alguns órgãos podem sofrer migração da cavidade abdominal para o interior do saco
pericárdico, podendo sofrer encarceramento, obstrução ou estrangulamento, resultando em
efusão pericárdica. As manifestações clínicas podem variar desde sinais, como quadros de
anorexia, dispneia, intolerância ao exercício ou o animal pode cursar uma doença assintomática.
Anormalidades cardíacas e deformidades no esterno também podem ocorrer associados à
HDPP. O diagnóstico é realizado por meio do histórico do animal, sinais clínicos e dos exames
de imagem como radiografia de tórax e a ultrassonografia abdominal. Devido à eventualidade
desta alteração o objetivo do trabalho é relatar o tratamento cirúrgico de um cão com hérnia
peritônio pericárdica. Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Espirito
Santo, um paciente canino, fêmea, de 3 anos de idade, da raça poodle, encaminhado de uma
clínica particular para o setor de cirurgia, com diagnóstico de hérnia peritônio-pericárdica
realizado por meio de radiografia torácica. Os tutores relataram histórico de cansaço fácil,
hiporexia gastroenterite e hepatopatia há aproximadamente cinco meses. Foram realizados
exames de hemograma, bioquímico para avaliação renal e hepática e eletrocardiograma. O
paciente foi encaminhado para internação em clínica particular para estabilização do quadro
clínico gastrointestinal, até o dia do procedimento cirúrgico. A celiotomia foi realizada por
incisão pré-retroumbilical. Após a identificação e localização da hérnia, detectou-se um
pequeno defeito no saco pericárdico, através do qual os lobos hepáticos medial e lateral
esquerdo, a vesícula biliar e uma porção do duodeno se projetavam para a cavidade torácica.
Foi realizada a tração do conteúdo herniado para o abdômen, identificação das bordas do
diafragma e sua sutura com fio de náilon 2-0, padrão simples contínuo. Com auxílio de um
cateter e uma torneira de três vias foi reestabelecida a pressão negativa no tórax. Após a cirurgia
foi realizada radiografia de tórax, que demonstrou êxito na correção da hérnia e ausência de
pneumotórax. Paciente permaneceu estável após o procedimento e foi encaminhado para
internação em clínica particular para recuperação pós cirúrgica. Na internação paciente não
apresentava alterações cardiorrespiratórias, no entanto o quadro de gastroenterite persistiu ao
longo dos dias e no hemograma havia leucocitose persistente. Após quatro dias do
procedimento cirúrgico, a paciente veio a óbito por complicações da gastroenterite e possível
sepse. A técnica cirúrgica realizada foi eficaz para correção da hérnia diafragmática peritônio
pericárdica, no entanto as alterações gastrointestinais foram determinantes no desfecho do caso.
Palavras-chave: canino, HPPD, cirurgia, diafragma.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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ALTERAÇÕES DE FREQUÊNCIA CARDÍACA INDUZIDAS PELO SERVIÇO DE


BUSCA, RESGATE E SALVAMENTO EM CÃES

C. S. FEITOSA¹*, H. D. B. CERQUEIRA¹, K. P. APTEKMANN², L. O. TRIVILIN².

¹Médica Veterinária, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal


do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE.
²Docente, Universidade Federal do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE.
*Autor para correspondência: caroline.mvet@gmail.com

Ao longo das últimas décadas o número de cães praticantes de atividades físicas aumentou
consideravelmente em diversas modalidades do esporte. O trabalho de busca, resgate e
salvamento no Brasil existe há poucos anos, mas apresenta resultados tão expressivos que vem
ganhando cada vez mais notoriedade e espaço na sociedade. Esta atividade quebra a homeostase
do organismo, por aumentar instantaneamente suas demandas metabólicas. Para retomar a
homeostase e suportar o aumento da demanda energética ocorrem adaptações cardiovasculares
que contribuem para um acréscimo no desempenho individual. É esperado que o exercício físico
eleve a frequência cardíaca (FC), que é o principal determinante do débito cardíaco e do
consumo de oxigênio, sendo considerada um medidor da carga de trabalho cardiovascular.
Objetivou-se com este estudo avaliar a frequência cardíaca de animais de busca, resgate e
salvamento, antes, durante, e após um treinamento de busca com duração de 60 minutos. Para
tanto, simulou-se uma operação de busca, resgate e salvamento – em área de floresta – para
cinco cães integrantes da equipe K-9 – Equipe de Operação com Cães do Corpo de Bombeiros
Militar do Espírito Santo, de 60 minutos de duração. A FC dos animais foi aferida antes,
imediatamente após o término da atividade, e após 15 minutos de recuperação por meio de
palpação do pulso femoral. A média da FC dos animais, aferida em repouso, foi de 125,6
batimentos por minuto (bpm); ao passo que imediatamente ao fim da atividade foi observada
FC média de 146,4 bpm e após 15minutos de recuperação a FC média foi de 128,6 bpm. Não
houve diferença significativa entre as médias aferidas imediatamente após o fim da atividade e
após 15 minutos de recuperação, quando comparados à média da FC em repouso (p=0,578 e
p=0,826, respectivamente), mas observou-se maior frequência cardíaca média ao fim do
exercício e valores próximos ao basais aos 15 minutos de recuperação. Conclui-se que os
animais avaliados se encontram adaptados ao exercício, pois, mesmo sendo observada FC
acima dos valores de normalidade para a espécie ao término da atividade, esses valores já
haviam se normalizado após 15 minutos de recuperação.
Palavras-chave: adaptação cardiovascular, cães de trabalho, fisiologia do exercício

Agradecimentos: À Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES) e


ao Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, por terem viabilizado o desenvolvimento
desta pesquisa.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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ARTRODESE DE CARPO: RELATO DE CASO

T. B. RODRIGUES ¹*, H. D. M. SOUZA ², J. A. G. NETO ³, G. G. FRANCO 4, L. L.


OLIVEIRA 5

¹ Estudante de medicina veterinária pela Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
² Médica Veterinária, Residente do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal
do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
³ Médico Veterinário, Residente do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal
do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
4
Médico Veterinário do Hospital Veterinário, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre,
UFES/CCAE.
5
Docente, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
*Autor para correspondência: brrthales@gmail.com

Lesões em região de carpo atingem o sistema de sustentação de peso do paciente, a instabilidade


da articulação pode ocasionar hiperextensão local, dor e pode levar a artrite. A artrodese
consiste em remover a capacidade do movimento articular por meio do procedimento cirúrgico
e formação de unidade óssea solida, a fim de tirar a instabilidade do local lesionado e reduzir a
dor do paciente. Devido a casualidade desta luxação o objetivo do seguinte relato é discorrer
um caso de sucesso no tratamento cirúrgico desta patologia. Atendido no Hospital Veterinário
da Universidade Federal do Espírito Santo localizado no município de Alegre-ES. Paciente
canino, macho, raça American Staffordshire Terrier adulto pesando 40 quilos. Canino possui
histórico de queda e não apresenta alterações no exame clínico, mas no exame físico o paciente
apresentava claudicação grave (andar palmigrado) e membros torácicos, instabilidade do carpo
no ato da palpação em ambos os membros. Com base no exame físico e exame de imagem
radiológico foi diagnosticado luxação de carpo. Realizou ampla tricotomia do membro torácico
no pré cirúrgico, para a antissepsia prévia utilizou-se clorexidine degermante a 2% e antissepsia
definitiva álcool 70º. O acesso cirúrgico foi realizado na linha média da superfície distal do
rádio e proximal a metacarpos, continuando com a divulsão do subcutâneo seguido da incisão
do tecido fibroso da capsula articular para exposição da superfície óssea do carpo, metacarpo e
rádio com auxílio do instrumental freer veau, posicionou afastador de gelpi para melhor
visualização das superfícies articulares, afastando o tendão do musculo tensor carporadial. Com
as superfícies articulares expostas utilizou motor de alta rotação para retirada da cartilagem da
superfície articular, seguindo foram feitos orifícios através da epífise radial distal e no osso
radial do carpo com pino intramedular para dentro da cavidade medular para auxiliar na
vascularização da fusão. Posteriormente foi inserido pino transversal do 5º metacarpo em
direção ao rádio e outro pino do rádio em direção ao segundo metacarpo, após foi posicionado
uma placa hibrida 3,5 / 2,7 no segmento distal do rádio ao 3º metacarpo. Foram colocados 4
parafusos bloqueados 3,5 / 18 no rádio, parafuso 3,5 / 20 no osso carporradial e mais 4 parafusos
2,7 / 17 no 3º carpo. Prosseguindo, foi realizado sutura continua do subcutâneo utilizando nylon
2-0 e dermorrafia com nylon 3-0 com sutura de padrão de Wolf (sutura “u” horizontal). Após
60 dias do procedimento cirúrgico o paciente passou a apoiar o membro de forma
anatomicamente adequado perdendo o andar palmigrado.
Palavras chave: Cirurgia, ortopedia, canino.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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ATRESIA ANAL ASSOCIADA À FÍSTULA RETOVAGINAL EM GATO


DOMÉSTICO (Felis catus): RELATO DE CASO

A. T. D. B. NASCIMENTO1*, H. D. M. DE SOUZA2, J. A. GONÇALVES NETO2,


G. G. FRANCO3, L. L. DE OLIVEIRA4.
1
Discente, Universidade Federal do Espírito Santo, Campus Alegre.
2
Médico(a) Veterinário(a) Residente, Universidade Federal do Espírito Santo, Campus Alegre.
3
Médico Veterinário, Universidade Federal do Espírito Santo, Campus Alegre.
4
Docente, Universidade Federal do Espírito Santo, Campus Alegre.
*Autor para correspondência: amandatdamasceno@gmail.com

As anomalias congênitas anorretais como a agenesia, hipoplasia e atresia são alterações


incomuns em cães e gatos, sendo a atresia anal (retal, anorretal ou ânus imperfurado) a mais
frequentemente observada. Caracteriza-se por uma deformidade da abertura anal e reto terminal
resultando em fechamento da saída anal e/ou em via anormal das fezes por meio da vagina ou
uretra. Os tutores de animais com anomalias anorretais procuram ajuda médica quando o animal
possui em média de duas a seis semanas de vida, pois observam ausência de defecação causada
pela anomalia das estruturas perianais ou expulsão das fezes por orifícios impróprios. O
diagnóstico baseia-se no histórico, sinais clínicos, exames físicos e complementares, como a
radiografia contrastada. O prognóstico é reservado, pois complicações são comuns, entretanto,
a precocidade do procedimento cirúrgico facilita a recuperação do paciente com menores
chances de complicações. Diante disso, objetivou-se relatar a ocorrência de atresia anal
associada à fístula retovaginal em um animal atendido no setor de Clínica Cirúrgica de Animais
de Companhia do Hospital Veterinário (HOVET) da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES). Um felino, fêmea, pelo curto brasileiro, pesando um quilograma, com 7 meses de
idade, chegou apresentando histórico de incontinência fecal, fezes e urina eliminados pelo
mesmo orifício e subdesenvolvimento. Solicitou-se hemograma e bioquímicos (ALT, ASF, FA,
ureia e creatinina), tendo como resultado somente eosinofilia. No retorno foi feito enema com
solução fisiológica morna em associação à lactulona com posterior aplicação de contraste (1mL
de enema de bário) para realização de radiografia contrastada, o que confirmou o diagnóstico
de fístula retovaginal e reto com fundo cego; a paciente foi então encaminhada para a cirurgia.
Após o protocolo pré-anestésico realizou-se ampla tricotomia da região perianal. Foi feita então
a indução, anestesia geral, antissepsia prévia e definitiva do local. Realizou-se uma incisão em
forma de cruz na membrana que recobre o ânus na região imediatamente abaixo da base da
cauda e acima da vulva com subsequente divulsão do tecido subcutâneo até a identificação do
reto. Foi feito ainda a divulsão do reto, de modo que fosse possível tracionar a ampola retal para
promover a abertura do ânus imperfurado e, além disso, a fístula retovaginal foi identificada e
seccionada. Para promover o fechamento da fístula retovaginal foi empregada a técnica de
sutura de reconstrução do períneo, enquanto a borda do reto foi suturada à pele com pontos
simples interrompidos com fio nylon 4-0. No retorno pós-cirúrgico a tutora relatou que a
paciente conseguia urinar e defecar separadamente, que raramente defecava em locais
impróprios e que havia ganhado peso. Com isso, conclui-se que o exame clínico baseado no
histórico clínico do animal é de extrema importância para o direcionamento do diagnóstico da
fístula retovaginal e atresia anal, sendo a cirurgia o único tratamento indicado para a correção
da anomalia.
Palavras-chave: cirurgia, congênito, felino.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL DURANTE TREINAMENTO


FÍSICO EM CÃES DE BUSCA, REGATE E SALVAMENTO

L. P. ROZA1*, H. D. B. CERQUEIRA2, C. S. FEITOSA2, L. O. TRIVILIN3, K. P.


APTEKMANN3,
1
Discente, Universidade Federal do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE.
2
Médico (a) Veterinário (a), Mestrando (a) do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universidade
Federal do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE.
3
Docente, Universidade Federal do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE.
*Autor para correspondência:lilianroza@gmail.com

Os cães que atuam no serviço de busca, resgate e salvamento operam junto às equipes do Corpo
de Bombeiro, exercem importante trabalho social e necessitam de treinamento intensivo para a
atividade. Ainda que esses animais localizem a vítima pelo faro, eles devem estar aptos
fisicamente. O treinamento físico dos cães militares aumenta a performance e a capacidade para
esforço de alta intensidade. O treinamento contínuo e o serviço que esses cães exercem
acarretam alterações fisiológicas adaptativas. Os cães são animais homeotérmicos e mantém a
temperatura constante. A hipertermia é descrita nos cães durante a prática de atividades físicas,
o que pode influenciar no desempenho dos animais. O aumento da temperatura pode interferir
na atuação dos cães durante o serviço, reduzindo o tempo de busca por vítimas durante as
ocorrências. Objetivou-se avaliar as alterações de temperatura retal em cães de busca, resgate e
salvamento submetidos a um treinamento de 60 minutos. Foram utilizados seis cães adultos,
dois da raça Pastor Belga Malinois, três da raça Pastor Alemão e um cão mestiço de Pastor
Belga Malinois com Pastor Alemão. Eram três machos e três fêmeas, com idade entre 2 e 6
anos e pesavam em média 31,0 (± 3,0 Kg). Todos exerciam atividade de busca, resgate e
salvamento há pelo menos um ano. Os cães foram submetidos há um treinamento físico com
duração de 60 minutos, e avaliados em quatro momentos: M0, antes do treino com cães em
repouso; M1, durante o treino com 30 minutos de atividade física; M2, imediatamente após o
treinamento de 60 minutos e M6, 60 minutos após o termino do treinamento. Foi realizada
aferição da temperatura retal nos momentos, com termômetro digital. A temperatura do
ambiente e umidade do ar foram monitoradas durante o treino. Houve diferença significativa
entre a temperatura basal (M0) e os momentos M1 e M2. No M6 os valores não diferiram de
M0. O M6 a temperatura diferiu significativamente dos mesmos momentos M1 e M2. Os
valores médios da temperatura se mostraram elevados durante e após a atividade física,
considerando os valores normais para cães entre 37,5°C a 39,5°C. Após 60 minutos do término
do exercício, a temperatura se normaliza. Os valores médios da temperatura e da umidade
relativa do ar obtidos no dia do treinamento, 26º C e 71%, respectivamente. Concluiu-se que a
temperatura retal, aumenta significativamente e se eleva acima dos valores de normalidade logo
após o início do exercício e retorna a valores basais após 60 minutos do término do treinamento
de busca e resgate com duração de 60 minutos.
Palavras-chave: cães de trabalho, hipertermia, atividade física.

Agradecimento: Ao apoio da Fundação de amparo à pesquisa do Espírito Santo (FAPES), ao


Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) e a equipe K-9 de busca com cães.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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CARCINOMA TUBULOPAPILAR MAMÁRIO CONCOMITANTE A


CISTOADENOMA DE OVÁRIO, HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA E
PIOMETRA EM CADELA

M. N. GONÇALVES¹*, J. A. GONÇALVES NETO1, C. B. AMARAL¹, L. L.


OLIVEIRA¹, J. N. BOELONI¹.
1
. Medicina Veterinária, Centro de Ciências Agrárias e Engenharias, Universidade Federal do Espírito Santo.
*Autor para correspondência: mariana.nogueira@outlook.com

A cadeia mamaria é o local com maior acometimento neoplásico em cadelas, sendo o tumor
mamário, o mais frequente na rotina clínica de animais de companhia, podendo estar presente
em 52% dos casos. Estudos demonstram que quando realizada a castração precoce da fêmea
(antes do primeiro cio), há a limitação do desenvolvimento de tumores mamários, devido a
diminuição dos hormônios estrogênicos, que estimulam a proliferação celular, levando a uma
consequente carcinogênese. Previne, também, o desenvolvimento de infecções uterinas e
patologias ovarianas em cadelas com idade avançada. A Hiperplasia Endometrial Cística (HEC)
é por vezes considerada como a fase inicial para o desenvolvimento da piometra, sendo
denominada complexo HEC-piometra. O presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de
uma cadela com carcinoma tubulopapilar mamário, com metástase para linfonodos regionais,
cistoadenoma ovariano e HEC concomitante a piometra, ressaltando as relações para o
surgimento das neoplasias de sistema reprodutor. Um canino, fêmea, Poodle, de 17 anos, foi
atendido no Hospital Veterinário da UFES, com queixa de nódulo em mama há 2 anos,
recentemente ulcerado, além da presença de tosse e engasgos. O tutor relata que o animal
procriou apenas uma vez quando jovem, e que assim que o tumor de mama se desenvolveu,
buscou auxílio médico veterinário, que não indicou a exérese tumoral devido à idade avançada
da paciente. O exame clínico constatou presença de múltiplos nódulos em toda a cadeia
mamária e de massa tumoral ulcerada em glândula mamária inguinal direita. Além disso,
observou-se alopecia e descamação generalizada. Foram solicitados exames complementares
laboratoriais e de imagem. No exame radiográfico não foram detectadas alterações na cavidade
torácica sugestivas de metástase pulmonar e no exame ultrassonográfico, foram detectadas a
presença de nodulações cavitárias em região de baço, presença de cistos em ovário esquerdo,
nódulo em adrenal esquerda e útero apresentando imagem de massa heterogênea na
extremidade cranial de cornos, sugestivo de piometra. O animal não demonstrou alterações
hematológicas e bioquímicas, sendo encaminhado para a realização de mastectomia e
ovariohisterectomia. A cadeia mamária direita, retirada no procedimento cirúrgico, assim como
o ovário e útero, foram encaminhados para o laboratório e o resultado histopatológico foi
hiperplasia endometrial cística associada a piometra, cistoadenoma ovariano, carcinoma
tubulopapilar mamário com metástase para linfonodo regional. A proprietária recusou a
quimioterapia endovenosa e metronômica, sendo realizada apenas suplementação com Ômega
3, vitamina C, complexo B e ácido fólico, visando retardar a evolução de possíveis metástases.
Do mesmo modo, as alterações ovarianas podem ter sido fatores predisponentes para o
desenvolvimento da neoplasia mamária. Conclui-se que neoplasias mamárias em cadelas idosas
requerem prudência quanto ao diagnóstico, tratamento e prognóstico, sendo a mastectomia
associada à quimioterapia o tratamento de eleição, porém deve-se avaliar o estadiamento
tumoral e as peculiaridades de cada paciente.
Palavras-chave: neoplasia mamária, patologia uterina, tumor ovariano.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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FRATURA DE Monteggia TIPO I EM CÃO: RELATO DE CASO

H. D. M SOUZA¹*, J. A. G. NETO¹, G. G. FRANCO², L. L. OLIVEIRA³.

¹ Médica Veterinária, Residente do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal


do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
² Médico Veterinário do Hospital Veterinário, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre,
UFES/CCAE.
³ Docente, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
*Autor para correspondência: hudimilamascarenhas@hotmail.com

A fratura de Monteggia é caracterizada por uma fratura ulnar com luxação do rádio. Sendo a
região proximal da ulna a mais frequentemente acometida. Esta lesão normalmente resulta de
um golpe na superfície ulnar caudal durante a sustentação do peso, podendo ser classificada
em: tipo I: em que ocorre o deslocamento cranial da cabeça do rádio com fratura da diáfise
ulnar em qualquer ponto com angulação cranial; tipo II: deslocamento caudal da cabeça do
rádio e fratura da diáfise ulnar com angulação caudal; tipo III: deslocamento craniolateral ou
lateral da cabeça do rádio e fratura da diáfise ulnar; tipo IV: deslocamento cranial da cabeça do
rádio, fratura do terço proximal do rádio e fratura da diáfise ulnar. Devido à eventualidade da
ocorrência desta lesão o objetivo do presente trabalho é relatar um caso de sucesso no
tratamento cirúrgico de fratura de Monteggia em um cão. Foi atendido no hospital veterinário
da Universidade Federal do Espirito Santo, um cão da raça fox paulistinha, de dois anos de
idade, com histórico de queda. No exame físico geral, o paciente apresentava somente alteração
no exame ortopédico, ademais os parâmetros clínicos e exame físico se encontrava dentro da
normalidade. Na avaliação ortopédica havia incapacidade funcional do membro torácico
esquerdo, edemaciação em região do cotovelo, dor, desvio cranial do rádio e crepitação em
região proximal da ulna. O exame radiográfico de rádio e ulna foi realizado e neste foi
diagnosticado a luxação do rádio com fratura do terço proximal da ulna, caracterizando a fratura
de Monteggia. Dessa forma, recomendou-se o procedimento cirúrgico para o tratamento. Foi
realizado o acesso craniolateral da ulna proximal com exposição do foco de fratura, redução da
mesma, colocação de uma placa pré-moldada bloqueada 1.5mm na face lateral da ulna. Foram
aplicados três parafusos proximais e três parafusos distais ao foco de fratura. Um parafuso com
efeito “lag” foi colocado no sentido caudo cranial a fim de criar a sinostose entre o rádio e a
ulna, reduzindo assim a luxação. Ademais, foi realizada sutura continua do plano subcutâneo
com poligalactina 910 2-0 e dermorrafia com nylon 3-0, pontos simples separados. No exame
radiográfico pós-operatório imediato houve aposição satisfatória dos fragmentos, bom
alinhamento e disposição correta dos implantes utilizados. Após 10 dias o animal foi reavaliado
e já havia reestabelecido parcialmente à função do membro, com claudicação leve mais
constante. No retorno de 30 dias, a claudicação era leve e esporádica e no exame radiográfico
já havia o início de consolidação. No último retorno, de 60 dias, já apresentava total recuperação
funcional do membro, sem claudicação ou dor residual e no exame radiográfico, consolidação
da fratura. A técnica cirúrgica realizada por meio de placa bloqueada e parafuso “lag” foi
satisfatória para correção da fratura de Monteggia, proporcionando retorno rápido a função do
membro com completa recuperação do mesmo.
Palavras chave: Radio, Luxação e Ulna.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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HIDRONEFROSE BILATERAL E HIDROURETER UNILATERAL SECUNDÁRIOS


À REAÇÃO POR CORPO ESTRANHO PÓS
OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA (OSH) EM CADELA – RELATO DE CASO

G. F. CORATO¹*, L. S. M. FLORES², R. M. V. BARROSO³, D. S. SILVEIRA4.

¹Médica Veterinária, Aluna especial do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universidade


Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
²Médica Veterinária.
³Docente, Universidade Federal do Acre.
4
Docente, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
*Autor para correspondência: gabrielafiuzac@hotmail.com

A OSH é o procedimento cirúrgico realizado com maior frequência em cães e gatos, sendo a
esterilização eletiva sua indicação mais comum. A castração previne doenças como neoplasias
mamárias, ovarianas e uterinas, piometra, pseudogestação e prolapso uterino. Embora a OSH
seja um procedimento tecnicamente simples, este é passível de complicações. Dentre elas estão
a hemorragia, ligadura ou trauma acidental do ureter, síndrome do ovário remanescente, além
da formação de granulomas, aderências e trajetos fistulosos em decorrência do uso de materiais
inapropriados, de assepsia ou técnica inadequadas. Visando contribuir com o desenvolvimento
na área de clínica cirúrgica, o presente estudo possui objetivo de relatar o caso de um cão,
fêmea, da raça Australian Cattle Dog de 1 ano e 10 meses de idade, pesando 15,2 kg atendido
no Hospital Veterinário/HOVET da Universidade Federal do Espírito Santo com hidronefrose
bilateral e hidroureter unilateral esquerda secundários a reação tecidual compatível
macroscopicamente com granuloma de coto uterino, pós OSH eletiva realizada com fios de
sutura inadequados em uma clínica veterinária particular. O proprietário relatou que o animal
apresentava inapetência, constipação, êmese, disúria, secreção vaginal, aumento de volume
abdominal progressivo e fístula abdominal próximo à região inguinal esquerda drenando
secreção purulenta que surgiram 4 meses após a cirurgia. Administrou-se Cloridrato de
Tramadol (5mg/kg) e Ceftiofur (2mg/kg) para controle da dor e infecção. Os sinais
ultrassonográficos evidenciaram sinais sugestivos de pielonefrite, hidronefrose avançada no
rim esquerdo e branda no rim direito, líquido livre na cavidade abdominal, peritonite e presença
de massa sem contorno definido deslocada à esquerda do trígono vesical. O hemograma e
leucograma revelaram anemia e leucocitose com desvio à esquerda, além de perfil bioquímico
renal com níveis de ureia e creatinina elevados. A citologia do líquido abdominal indicou
processo inflamatório intenso com presença de macrófagos, neutrófilos e discreta quantidade
de hemácias. O animal foi preparado e submetido a laparotomia exploratória onde foi observada
alteração de conformação e volume de ambos os rins, sugerindo hidronefrose, aumento de
volume do ureter esquerdo por obstrução extraluminal, denominado hidroureter, grande
quantidade de líquido livre na cavidade abdominal e massa aderida à vesícula urinária adjacente
ao ureter esquerdo. Foi realizada a nefrectomia do rim esquerdo e dissecção cautelosa da massa
compatível com reação exacerbada por corpo estranho que revelou a presença de fios de
barbante e linha de pesca utilizados para as ligaduras na OSH. O proprietário foi instruído
quanto aos cuidados pós-operatórios e retirada dos pontos. O uso de materiais de sutura
inadequados, seja por falta de conhecimento técnico, tentativa de economia ou inépcia
profissional propiciam o aparecimento de complicações cirúrgicas e colocam em risco a saúde
e vida dos animais.
Palavras-chave: castração, complicações, fios de sutura.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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DOENÇAS PARASITÁRIAS E INFECCIOSAS

DIFERENTES MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DIRETA PARA O DIAGNÓSTICO DE


BABESIOSE EM BOVINOS

L. S. ALMEIDA¹*, L. M. SENA², T. M. A. MORAES³, R. E. OLIVEIRA4, G. BARIONI5.

¹Discente do Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, Campus Alegre,
CCAE/UFES.
² Médica Veterinária, Mestra em Ciências Veterinárias, Residente em Patologia Clínica Veterinária, Universidade
Federal do Espírito Santo, Campus Alegre, CCAE/UFES.
³ Médico Veterinário, Residente em Patologia Clínica Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo,
Campus Alegre, CCAE/UFES.
4
Técnico em Análises Clínicas, Hospital Veterinário, Universidade Federal do Espírito Santo, Campus Alegre,
CCAE/UFES.
5
Docente do Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, Campus Alegre,
CCAE/UFES.
*Autor para correspondência: lorenaa_aalmeida@hotmail.com

A babesiose é uma enfermidade de grande acometimento do rebanho bovino se tornando um


fator limitante ao crescimento da bovinocultura mundial. O diagnóstico pode ser realizado por
meio de técnicas sofisticadas de biologia molecular, assim como por métodos de observação
direta que além de serem de baixo custo, podem ser realizados pelo veterinário a campo. Desta
forma, o objetivo do presente estudo foi comparar três métodos de observação direta: esfregaço
sanguíneo, esfregaço de ponta de orelha, e capa leucocitária, buscando o melhor método para o
diagnóstico de Babesia sp. em bovinos. Foram utilizados 77 bovinos, com raça, idade e sexo
distintos, com suspeita de babesiose. Para realização do esfregaço sanguíneo e capa
leucocitária, foi coletado sangue por punção da veia jugular em sistema de coleta a vácuo
utilizando tubos com EDTA. Posteriormente, foi realizada a perfuração da ponta de orelha,
longe dos vasos sanguíneos mais calibrosos, sendo adicionada uma gota em lâmina de
microscopia e realizado o esfregaço. O material foi encaminhado ao Laboratório de Patologia
Clínica animal da Universidade Federal do Espírito Santo. Após confecção do esfregaço de
sangue, a amostra foi centrifugada durante cinco minutos a 2000 gpm (giros por minuto) em
centrífuga de tubos (CELM®) para realização da capa leucocitária. Com o auxílio de pipetas
parte da capa leucocitária foi coletada, depositada em lâmina e realizado o squash. As lâminas
foram fixadas em metanol e coradas em corante rápido panótico (Laborclin®). As leituras foram
realizadas em microscópio óptico (Olympus CX41®), aumento de 1000x, buscando por
inclusões sugestivas de Babesia sp. As avaliações foram realizadas sempre por um observador
experiente e conferidas por um segundo avaliador. Os dados foram analisados por estatística
descritiva e então submetidos ao teste de coeficiente de concordância kappa para a avaliação da
concordância entre os métodos, no programa estatístico Bioestat® versão 5.3. Dos 77 animais,
14,30% (n=11) foram positivos para babesiose levando em consideração a observação das
inclusões em qualquer um dos três métodos avaliados. Dos animais positivos, 36,35% (n=4)
foram positivos apenas no esfregaço sanguíneo, 9,10% (n=1) foi positivo apenas na capa
leucocitária. 54,55% (n=6) foram diagnosticados por associação entre as técnicas. O esfregaço
de ponta de orelha sozinho não foi capaz de diagnosticar a enfermidade em nenhum dos
animais. O coeficiente de concordância kappa mostrou fraca concordância entre o método de
observação pelo esfregaço sanguíneo e a capa leucocitária (k =0,27). O esfregaço sanguíneo
mostrou-se o método com melhores resultados para o diagnóstico de babesiose em bovinos.
Palavras-chave: Babesia sp., esfregaço de sangue, tristeza parasitária.
Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8
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“EFICÁCIA DE DRONTAL PLUS® NO CONTROLE PARASITÁRIO DE Didelphis


aurita: RELATO DE CASO”

R. SOARES1, G. J. S. UZAI2, A. G. OLIVEIRA3, I. V. F. MARTINS4, L. C. NUNES5*.


1
Graduando, Universidade Federal do Espírito Santos, campus Alegre.
2
Mestrando, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
3
Graduando, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
4
Docente, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
*Autor para correspondência: louisianecn@gmail.com

As infecções por endoparasitos com altas cargas parasitárias podem desencadear diversos
problemas de saúde e diminuir a qualidade e expectativa de vida dos animais acometidos. Os
animais do gênero Didelphis, conhecidos popularmente como gambás, saruês ou sarués
apresentam naturalmente um alto grau de infecção por parasitos gastrointestinais, que causam
lesões em mucosa estomacal e intestino, acompanhadas de episódios diarreicos, anorexia, perda
de peso, desnutrição e até mesmo óbito. Assim, os gambás são reconhecidos pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como disseminadores de parasitos que podem causar zoonoses,
doenças naturalmente transmitidas entre homens e animais. A alta infecção pode ser relacionada
tanto ao hábito alimentar da espécie, bem como ao seu sinantropismo que pode levar a
veiculação de doenças do meio silvestre para o meio urbano e vice-versa. Diante disso,
objetivou-se relatar um caso de tratamento anti-parasitário de um exemplar de Didelphis aurita
(gambá-de-orelha-preta) atendido no Setor de Animais Silvestres (SAS) do Hospital
Veterinário da Universidade Federal do Espírito Santo (HOVET-UFES) utilizando-se produto
cuja eficácia ainda não foi descrita nesta espécie. O animal foi encaminhado pela Polícia Militar
Ambiental com o histórico de maus tratos. No exame físico o animal macho, jovem e pesando
2,5kg apresentou fratura de membro anterior esquerdo e escoriações multifocais de pele. Após
a estabilização do quadro clínico foi realizado o exame coproparasitológico por suspeita de
parasitismo pelo fato do animal não ganhar peso. As fezes foram coletadas e encaminhadas ao
Laboratório de Parasitologia do HOVET-UFES. O exame coproparasitológico foi realizado
pela técnica de Centrífugo Flutuação Simples, um exame qualitativo. Posteriormente foi
realizada a técnica de varredura da lâmina, onde foram encontrados e identificados ovos em
grande quantidade, que de acordo com as características morfológicas pertenciam aos grupos
Strongyloidea, Strongyloididae, Ascarididae e Trichuridae. Após o diagnóstico, foi instituído
o tratamento com Drontal Plus®, anti-helmíntico que possui em sua composição os princípios
praziquantel, pamoato de pirantel e febantel, seguindo as recomendações do fabricante
(776,5mg para 10kg de peso vivo). O controle parasitário foi repetido após 7 dias de tratamento.
Administrou-se ¼ (194,12mg) do comprimido no primeiro dia e ¼ no dia 7, sendo a dose total
de 388,25mg do produto. O exame coproparasitológico após o sétimo dia revelou ausência de
parasitos e houve melhora significativa do quadro clínico do animal com ganho de peso e assim,
possibilitou sua reintrodução à natureza. Diante do exposto, nota-se que houve eficácia dos
princípios ativos presentes na composição do Drontal Plus® sobre os parasitos gastrointestinais
presentes no animal da espécie Didelphis aurita e, desta forma este produto poderia ser uma
alternativa viável para o controle parasitário destes animais. Ressalta-se ainda a relevância de
estudos sobre parasitismo bem como seu controle parasitário em animais da família
Didelphidae evitando a disseminação de doenças com potencial zoonótico.
Palavras-chave: anti-helmíntico, Didelphidae, parasitismo.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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INFECÇÃO PELO VÍRUS DA LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA EM REBANHOS


LEITEIROS DA REGIÃO DO CAPARAÓ, ESPÍRITO SANTO.

D. P. IPÓLITO¹*, R. V. BOECHAT², A. L. NETO³, D. M. DONATELE4

¹ ² ³ Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
4
Docente, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
*Autor para correspondência: danielpacheco500@gmail.com

A leucose enzoótica bovina (LEB) é uma doença infectocontagiosa causada por um retrovírus,
com casos notificados no mundo todo e que se alastra progressivamente pelos rebanhos,
determinando grandes prejuízos à bovinocultura brasileira. Atualmente para o delineamento
dessa enfermidade são necessários novos estudos de prevalência como este para que seja
traçado o perfil epidemiológico recente da doença na região do Caparaó e consequentemente
no país. Dessa maneira, o presente estudo teve por objetivo avaliar a ocorrência da LEB e os
principais fatores de risco da infecção no rebanho bovino leiteiro de municípios da região do
Caparaó, sul do Espírito Santo, por meio da identificação dos animais portadores de anticorpos
contra o Vírus da Leucose Enzoótica Bovina (VLEB). Foram visitadas aleatoriamente cinco
propriedades de bovinos de leite por município, de no mínimo cinco municípios da Região do
Caparaó, Espírito Santo. Todos os bovinos em lactação no momento da visita foram avaliados
clinicamente, e verificados quanto a presença da marcação da vacina contra brucelose, bem
como foram coletadas amostras de sangue por meio de punção da veia coccígea em sistema de
coleta a vácuo. Os tubos foram identificados, armazenados em caixas isotérmicas com gelo e
encaminhados para processamento e análise no setor de clínica de animais de produção do
Hospital Veterinário do CCAE-UFES. O sangue coletado dos bovinos foi examinado pelo teste
de imunodifusão em ágar gel (IDGA) para a detecção dos anticorpos específicos contra o
VLEB. Foi aplicada a todos os responsáveis pelas propriedades, uma entrevista direcionada,
abordando as variáveis relativas aos dados da propriedade, controle e sanidade dos animais. As
associações entre as variáveis foram testadas pelo teste qui-quadrado (X²), com nível de
significância de 5%. Os resultados mostram que os municípios da região do Caparaó estão em
sua totalidade infectados com a LEB, apresentando 54,42% de prevalência das 294 amostras
analisadas, sendo que quatro das cinco cidades continham mais que 50% da presença dos vírus
nas suas propriedades e somente a cidade de Alegre apresentou-se abaixo (24,48%) de animais
positivos. Já o teste de associação demonstrou que o uso de ocitocina, tratamento sistêmico de
mastite e uso de ordenhadeira mecânica apresentaram fatores de risco para a LEB, concluindo
assim que a leucose enzoótica bovina está amplamente difundida nos rebanhos leiteiros da
região do Caparaó, sul do Espírito Santo.
Palavras-chave: bovinocultura, leite, risco.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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INFECÇÃO POR Brucella abortus EM REBANHOS BOVINOS LEITEIROS DO


MUNICÍPIO DE ALEGRE-ESPIRITO SANTO.

R. V. BOECHAT¹*, D. P. IPÓLITO², A. L. NETO³, D. M. DONATELE4


1,2,3
Graduandos em medicina veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, CCAE/UFES.
4
Docente, Universidade Federal do Espírito Santos, campus Alegre, CCAE/UFES.
*Autor para correspondência: raulvargas.26boechat@gmail.com

A brucelose é uma antropozoonose conhecida a muitos anos, o gênero Brucella é composto por
seis espécies. Dentre elas a B. abortus é a de maior importância na pecuária bovina, sendo
altamente patogênica e responsável por doenças graves, principalmente em bovinos, assim
como no homem. Apesar dos vários estudos relacionados a ocorrência da infecção por brucelose
bovina no Brasil, essa enfermidade ainda está presente nos rebanhos e tem grande relevância
na bovinocultura e para saúde pública, não sendo diferente no município de Alegre na região
do Caparaó/ES. Dessa maneira, o presente estudo teve por objetivo avaliar a ocorrência da
Brucelose Bovina e os principais fatores de risco da infecção no rebanho bovino em dez
propriedades do município de Alegre/ES. O projeto selecionou aleatoriamente, dez
propriedades de bovinos de leite no município, de Alegre/ES, por meio do cadastro do Instituto
de Defesa Agropecuária e Florestal do ES. O termo de consentimento e livre esclarecimento do
projeto foi apresentado ao responsável pela propriedade, e somente após a sua assinatura a
propriedade fez parte do projeto. Todas as vacas em lactação no momento da visita passaram
por análises clínicas sendo avaliado à presença de sintomas clínicos para brucelose e a presença
da marcação da vacina contra brucelose, bem como foram coletadas amostras de sangue por
meio de punção da veia coccígea em sistema de coleta a vácuo. Os tubos foram identificados,
armazenados em caixas isotérmicas com gelo e encaminhados para processamento no setor de
clínica de animais de produção do HOVET CCAE-UFES, onde foram processados e
armazenados a menos 20oC até o momento da realização da sorologia, sendo utilizada a técnica
de AAT (Antígeno Acidificado Tamponado), seguindo instruções do kit comercial da
TECPAR®. De todas as propriedades visitadas, foi testado um total de 143 animais, destes
apenas um animal se mostrou positivo para brucelose pelo teste do AAT. O teste estatístico não
foi realizado uma vez que apenas um animal deu positivo, representando 0,7% de prevalência,
em relação a todos os animais testados. Resultado esse que pode ser comparado ao estado de
Minas Gerais que segue rigorosamente o Programa Nacional De Controle e Erradicação de
Brucelose e Tuberculose (PNCEBT), que em 2009, teve uma prevalência de 1,1%. Um fator
que pode ter influenciado é o tamanho dos rebanhos trabalhados, no presente estudo todas as
propriedades tinham menos de 30 animais em lactação. Não se encontrou resultados
significativos de animais positivos para a brucelose, no município de Alegre-ES, com tudo ela
pode está presente no rebanho leiteiro do município, e os resultados obtidos no presente trabalho
podem servir de base para os órgãos responsáveis pela sanidade animal do município e estado,
para traçar possíveis planos de controle e identificação da brucelose bovina em Alegre.
Palavras chave: brucelose, epidemiologia, sorologia.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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INFECÇÃO POR Brucella abortus EM BOVINOS LEITEIROS DO MUNICÍPIO DE


GUAÇUÍ, ES.

D. P. IPÓLITO¹*, R. V. BOECHAT², A. L. NETO³, D. M. DONATELE⁴

¹ ² ³ Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
⁴ Docente, Universidade Federal do Espírito Santos, campus Alegre, UFES/CCAE.
*Autor para correspondência: danielpacheco500@gmail.com

A brucelose bovina é uma doença infecciosa predominantemente crônica causada pela Brucella
abortus que afeta os bovinos, além de ser uma zoonose de grande importância socioeconômica
e de saúde pública. Entretanto, poucos são os estudos e dados a respeito da ocorrência da
infecção por Brucella abortus em várias regiões do Brasil, como na região sul do Espírito Santo.
A partir desse pressuposto, o presente estudo teve por objetivo avaliar a sua ocorrência e os
principais fatores de risco da infecção no rebanho bovino em cinco propriedades aleatórias do
município de Guaçuí/ES. As propriedades foram selecionadas, a partir de um cadastro no
Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES. Todos os bovinos em lactação no momento
da visita foram avaliados clinicamente, e verificados quanto a presença da marcação da vacina
contra brucelose, bem como foram coletadas amostras de sangue por meio de punção da veia
coccígea em sistema de coleta a vácuo. Os tubos foram identificados, armazenados em caixas
isotérmicas com gelo e encaminhados para processamento e análise no setor de clínica de
animais de produção do Hospital Veterinário do CCAE-UFES. O sangue coletado dos bovinos
foi examinado pelo Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) para a detecção dos
anticorpos específicos contra a Brucelose Bovina. Foi aplicada a todos os responsáveis pelas
propriedades, uma entrevista direcionada, abordando as variáveis relativas aos dados da
propriedade, controle e sanidade dos animais. Das cinco fazendas escolhidas no município de
Guaçuí, foram analisados 37 animais, sendo que destes, todos se mostraram negativos para
brucelose bovina de acordo com o teste de AAT. A partir da aplicação de uma entrevista
estruturada, pode se obter informações a respeito de alguns manejos adotados em cada fazenda,
como a realização da vacinação desses animais e exames para diagnóstico de brucelose, além
da análise da possível presença de problemas reprodutivos nos mesmos, onde todas as fazendas
em questão realizam a vacinação adequada para brucelose bovina, e isso pode estar auxiliando
no seu controle. Em relação ao tamanho do rebanho, as propriedades de Guaçuí possuem poucos
animais, o que diminui drasticamente as chances da introdução da doença. Devido ao fato de
que entre todas as amostras analisadas, não foram encontrados animais positivos para a
brucelose bovina, impossibilitando assim realização da análise estatística em relação aos fatores
de risco que poderiam estar associados aos índices de infecção da doença. Entretanto, esforços
devem ser priorizados, como a conscientização dos produtores quanto a não aquisição de
animais com histórico desconhecido, vacinação das bezerras, entre outras medidas que auxiliam
na não disseminação da doença, mantendo a situação epidemiológica de não ocorrência da
brucelose bovina na região, como foi observado no presente trabalho.
Palavras-chave: brucelose, doença, rebanho.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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OCORRÊNCIA DE INFECÇÃO POR Brucella abortus EM REBANHOS LEITEIROS


DO MUNICÍPIO DE JERÔNIMO MONTEIRO, ES

A. L. NETO1*, R. V. BOECHAT1, D. P. IPÓLITO1, D. M. DONATELE1


1
Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre, ES, Brasil.
*Autor para correspondência: adomar.laurindo@hotmail.com

A Brucelose é uma antropozoonose de caráter infectocontagiosa, causada pelo gênero Brucella,


que é composto por nove espécies. Dentre elas a Brucella abortus que é a de maior importância
na pecuária bovina, sendo altamente patogénica e responsável por doenças graves,
principalmente no bovino, e tem como alvo os órgãos reprodutores (POESTER et al, 2005). A
Brucella abortus é considerada endêmica em muitos países, resultando em prejuízos
econômicos significativos aos sistemas de produção e sérias implicações na saúde animal e
pública. São poucos os estudos sobre a ocorrência da infecção da brucelose bovina em várias
regiões do Brasil, não havendo referências a respeito da situação atual dessa doença no rebanho
bovino leiteiro do município de Jerônimo Monteiro. Diante disso, objetivou-se determinar a
soroprevalência da brucelose bovina, os principais fatores de risco da infecção no rebanho
bovino leiteiro e as reais perdas econômicas trazidas pela doença no município de Jerônimo
Monteiro, Sul do Espírito Santo. Foram selecionadas aleatoriamente, dez propriedades de
bovinos de leite do município de Jerônimo Monteiro - Espírito Santo. O Termo de
Consentimento e Livre Esclarecido do projeto foi apresentado ao responsável pela propriedade.
Todos os bovinos em lactação no momento da visita passaram por avaliações clínicas quanto à
presença de sintomatologia para brucelose é a presença da marcação por ferro quente da vacina
contra brucelose, e também foram coletadas amostras de sangue. Os tubos com as amostras de
sangue foram identificados, armazenados em caixas isotérmicas com gelo e encaminhados para
processamento no setor de clínica de animais de produção do HOVET(Hospital Veterinário) do
CCAE(Centro de Ciências Agrarias e Engenharias) – UFES(Universidade Federal do Espírito
Santo) - Campus Alegre, onde foram centrifugados a 3000 rpm por 10 minutos para a obtenção
do soro, esses soros obtidos foram armazenados a menos 20oC até o momento da realização da
sorologia. O método diagnóstico utilizado foi o AAT (Antígeno Acidificado Tamponado)
técnica que mistura o soro descongelado do animal com um antígeno e homogeneiza por quatro
minutos e durante esse tempo deve ir observando se tem a formação de grumos, que é indicativo
da amostra estar reagente (positivo) ou a amostra não forma grumos (não reagente – negativo).
Foi realizado a todos os responsáveis pelas propriedades, uma entrevista, abordando as
variáveis relativas aos dados da propriedade, produção de leite, controle e sanidade dos animais,
procedimentos de ordenha, nutrição e assistência técnica. Foram testadas 143 fêmeas bovinas,
desse total de animais testados, foi detectado 1(um) animal positivo para a doença através do
teste de AAT, dessa forma o estudo mostrou que a soroprevalência de brucelose bovina nas
propriedades do município de Jerônimo Monteiro foi de 0,7 %. Os dados obtidos no presente
estudo não apresentaram resultados significativos quando ao número de animais soropositivos
para a doença, contudo o estudo mostrou que o município tem a presença do agente infeccioso
da doença (Brucella abortus), dessa forma o município estudado apresenta dados
epidemiológicos atualizados sobre a enfermidade em seu território. Agradecimento: Ao Prof.
Dirlei Molinari Donatele, por todo ensinamento e dicas para realização do trabalho.
Palavras chave: epidemiologia, bovino, brucelose. Referências: POESTER, F. P.,
SAMARTINO, L. E. LAGE, A. P. Diagnóstico da Brucelose Bovina. Cadernos Técnicos de
Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, MG: FEP/MVZ, n. 47, p.13-29, 2005.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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PATOLOGIA ANIMAL

ANÁLISES HISTOPATOLÓGICAS DO SISTEMA GASTROINTESTINAL E


REPRODUTOR DE CODORNAS ALIMENTADAS COM DIETA CONTENDO
DIFERENTES ÓLEOS ESSENCIAIS

D. S. CARVALHO¹*, J. M. BARBOSA,² U. R. VIANNA, ³

¹ Graduanda em Medicina Veterinária, pela Universidade Federal do Espirito Santo, Centro de Ciências Agrárias
e Engenharias.
² Mestre em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Espirito Santo, Centro de Ciências Agrárias e
Engenharias.
³ Professor orientador associado ao departamento de Agronomia da Universidade Federal do Espirito Santo, Centro
de Ciências Agrárias e Engenharias.
*Autor para correspondência: daianasangi@gmail.com

O uso de fertilizantes químicos sintéticos contribuiu de maneira significativa para o aumento


na produção agrícola, porém foi responsável por uma série de problemas, uma vez que, o uso
incorreto no decorrer de várias décadas, levou ao acúmulo de produtos tóxicos nos alimentos,
entre muitos outros problemas (COSTA; SILVA; FIUZA, 2004). Dessa maneira, buscam-se
espécies vegetais como fontes promissoras de metabólitos secundários que apresentem
atividade inseticida, e ao mesmo tempo são ecologicamente sustentáveis (LEÃO, 2007). O
projeto objetivou utilizar produtos alternativos no controle de pragas de grãos armazenados e,
posteriormente, submeter aos animais este alimento recém-tratado a fim de observar se existe
ou não influência deste sobre os parâmetros histológicos dos animais. Foram utilizadas 288
codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica). Para a formulação das rações inerentes a cada
tratamento, foi realizada a preparação de uma solução a 1% de óleo essencial de Pimenta Preta
(Piper nigrum) (T1), Pinho (Pinus elliottii) (T2), Gengibre (Zingiber oficinalis) (T3), Capim-
Limão (Cymbopogon citratus) (T4) e Alecrim (Rosmarinus oficinallis) (T5). O grupo controle
foi classificado como (T6). Ao fim do período experimental foram eutanasiadas seis aves por
tratamento experimental. Depois de eutanasiadas, realizou-se a necropsia das codornas para a
avaliação macroscópica e coleta de amostras do sistema reprodutor e do sistema digestório.
Essas amostras foram fixadas em solução de formalina a 10%. O material fixado foi submetido
ao processamento histopatológico de rotina para inclusão em parafina e cortes de 5 µm de
espessura. Os cortes foram corados pelo método de hematoxilina-eosina, para a observação das
alterações morfológicas em microscópio óptico. Os resultados foram analisados de modo a
quantificar em porcentagem as alterações encontradas nos órgãos avaliados, para os dados
histopatológicos foi realizada análise descritiva dos resultados. No duodeno todos os
tratamentos apresentaram congestão. No jejuno o grupo controle foi o que teve maior
quantidade de animais com alterações. No íleo os tratamentos com capim-limão e alecrim
tiveram mais animais sem alterações. No ceco todos os tratamentos que utilizaram óleo
essencial na dieta apresentaram 50% dos animais sem alterações. No pâncreas todos os animais
do controle apresentaram congestão. No magno, o grupo usando óleo de pinho apresentou
animais com hemorragia e o grupo tratado com pimenta preta apresentou maior quantidade de
congestão intensa. No istmo todos os tratamentos apresentaram congestão, assim como no
infundíbulo apresentou hemorragia. No útero, o tratamento à base de óleo de gengibre foi o que
apresentou alterações mais graves.
Agradecemos ao CNPq pelo apoio financeiro, ao setor de patologia animal da UFES pelo apoio
técnico e ao professor Ulysses Rodrigues Vianna pela orientação.
Palavras-chaves: Alimentação, alterações, morfologia.
Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8
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BRONCOPNEUMONIA POR Dictyocaulus viviparus EM BEZERRO: RELATO DE


CASO

F. B. PINTO1, E. V. OLIVEIRA2, I. V. F. MARTINS3, J. N. BOELONI4, L. C. NUNES5 *


1
Discente da Universidade Federal do Espírito Santos, campus Alegre.
2
Médico Veterinário autônomo, Divino de São Lourenço.
3
Docente do departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
4
Docente do departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
5
Docente do departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
*Autor para correspondência: louisianecn@gmail.com

A broncopneumonia parasitária dos bezerros é caracterizada por uma inflamação e infecção dos
pulmões, causada estritamente pelo Dictyocaulus viviparus, que pode provocar lesões
temporárias ou permanentes. Esses nematódeos costumam habitar o lúmen da árvore brônquica
dos animais, onde leva a quadros de bronquite e pneumonia conhecidos como bronquite
parasitária, pneumonia verminótica ou dictiocaulose. As diversas espécies de Dictyocaulus são
de grande importância na criação tanto de animais domésticos quanto selvagens, especialmente
os ruminantes por ocasionarem perdas significativas de desenvolvimento e produtividade. O
surgimento de casos de dictiocaulose no rebanho geralmente está associado a alta contaminação
de pastagem, sistema de rotação de pastejo ineficiente e inadequado manejo de vermifugação.
Perante o exposto, objetivou-se relatar os achados anatomopatológicos em um caso de
broncopneumonia parasitária por D. viviparus em um bezerro com a finalidade de contribuir
com o diagnóstico dessa condição respiratória. No dia 12 de abril de 2017, a equipe do Setor
de Patologia Animal da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) foi solicitada para a
realização exame necroscópico à campo em uma fazenda localizada na zona rural do município
de Divino de São Lourenço, ES. Tratava-se de uma bezerra mestiça, dois meses de idade,
revelando ao exame externo baixo escore corporal, desidratação severa, opacidade e pelos
eriçados e retração intensa dos globos oculares. Ao exame interno, revelou palidez generalizada
da musculatura e vísceras e, à abertura da cavidade peritoneal, verificou-se hidroperitônio
discreto. No exame específico do conjunto torácico, observou-se hidropericárdio discreto e
havia intensa quantidade de conteúdo espumoso brancacento (edema pulmonar) à abertura
traqueia e brônquios principais associado à presença de numerosos nematódeos filiformes,
morfologicamente compatíveis com D. viviparus. Constatou-se também a congestão moderada
e áreas focais de hepatização nos lobos craniais, mais evidentes no lobo cranial direito. Os
parasitos foram coletados e enviados para o Laboratório de Parasitologia do Hospital
Veterinário da Universidade Federal do Espírito Santo e confirmados para D. viviparus pela
técnica de Baermann. Os achados de necropsia associados à classificação do parasito foram
compatíveis com broncopneumonia parasitária tendo como agente etiológico D. viviparus. A
broncopneumonia parasitária por dictiocaulose tem sido uma doença pouco relatada devido ao
uso frequente e eficaz de anti-helmínticos. Por outro lado, o uso indiscriminado de vermífugos
pode levar aos quadros de resistência parasitária e estas infecções podem se tornar
reemergentes. Assim, é importante o estabelecimento correto do diagnóstico e a instituição de
terapia adequada a fim de minimizar os prejuízos econômicos causados pelos parasitos.
Palavras-chave: bovino, helmintoses, pneumonia.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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COMPARAÇÃO ENTRE A TÉCNICA MANUAL E AUTOMATIZADA PARA


OBTENÇÃO DO HEMATÓCRITO EM AMOSTRAS SANGUÍNEAS DE CÃES

L. M. SENA¹*, T. M. A. MORAES², L. S. ALMEIDA³, R. E. OLIVEIRA4, G. BARIONI5

¹ Médica Veterinária, Mestra em Ciências Veterinárias, Residente em Patologia Clínica Veterinária, Universidade
Federal do Espírito Santo, campus Alegre, CCAE/UFES.
² Médico Veterinário, Residente em Patologia Clínica Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, campus
Alegre, CCAE/UFES.
³ Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, CCAE/UFES.
4
Técnico em Análises Clínicas, Hospital Veterinário, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre,
CCAE/UFES.
5
Docente do Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre,
CCAE/UFES.
*Autor para correspondência: lmsmvet@gmail.com

A determinação do hematócrito é de grande valia na rotina clínica e fornece informações


importantes sobre estado geral do paciente. Esse valor inicialmente era obtido por meio do
método de microcapilar, que mesmo sendo trabalhoso ainda é considerado como padrão ouro.
Porém, com o aumento da demanda laboratorial, as técnicas hematológicas foram se
aprimorando, e atualmente existem disponíveis no mercado contadores hematológicos
automáticos, que são capazes de oferecer em questão de segundos os resultados. No entanto,
estes equipamentos não estão imunes a problemas e a sua eficiência vem sendo questionada.
Dessa forma, devido ao grande crescimento da solicitação de exames complementares na rotina
veterinária e a baixa disponibilidade de estudos utilizando contadores automatizados
veterinários, o objetivo do presente trabalho foi comparar os valores de hematócrito de cães
obtidos por meio das técnicas de avaliação automatizada e manual, a fim de verificar se a técnica
automatizada pode ser utilizadas com confiança em amostras sanguíneas em cães. Foram
utilizadas amostras de sangue de 272 cães, de diferentes pesos, raças e idades, atendidas na
rotina clínica e cirúrgica do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Espírito Santo.
No Laboratório de Patologia Clínica, após homogeneização, os sangues foram submetidos ao
hemograma automático por meio do contador automatizado veterinário (Mindray
BC2800vet®). O hematócrito foi realizado pela técnica do microcapilar. 2/3 do tubo de
microcapilar foi preenchido com sangue, uma das extremidades foi fechada com calor e então
submetido a centrifugação em microcentrífuga (NOVA instrumentes®) a 3.000 rotações por
minuto (rpm) por 5 minutos. Após a separação das camadas, por meio do cartão de leitura do
hematócrito, foi quantificado o percentual de glóbulos vermelhos do sangue. Os dados foram
submetidos a ANOVA paramétrica e comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de
significância. As médias e desvios padrões dos valores de hematócrito obtidos por meio da
análise automatizada e método de microcapilar foram (34,7±9,5) e (37,8± 9,7) respectivamente.
O valor de p encontrado foi inferior a 0,05, confirmando haver diferenças significativas em
ambas as técnicas. Conclui-se que a mensuração automatizada não é um método confiável para
a determinação do hematócrito em cães.
Palavras-chave: canino, eritrograma, hematologia.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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OCORRÊNCIA DE LEUCOSE ENZOÓTICA EM BOVINO: RELATO DE CASO

I. S. BRAGA1, R. V. BOECHAT1, A. G. LIMA2, R. O. REGO3, L. C. NUNES3*


1
Estudante de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
2
Médico Veterinário do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
3
Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
*Autor para correspondência: louisianecn@gmail.com

A Leucose Enzoótica Bovina (LEB) é uma enfermidade infectocontagiosa causada por um


retrovírus oncogênico da família Retroviridae, gênero Deltaretroviridae, que acomete
principalmente bovinos leiteiros e possui longos períodos de evolução. O vírus pode atuar
também como agente imunossupressor, podendo predispor o animal a outras enfermidades. Por
se tratar de uma doença de alta soroprevalência nas regiões Sul e Sudestes e devido aos
prejuízos econômicos ocasionados na produção leiteira, o presente trabalho teve como objetivo
relatar um caso de LEB, assim como os principais achados clinicopatológicos, de uma novilha
oriunda do município de São Francisco do Itabapoana-RJ. O animal, de aproximadamente dois
anos, mestiça holandês, pesando 264Kg, deu entrada no dia 27 de agosto de 2018 no setor de
Animais de Produção do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Espírito Santo
(HOVET-UFES) com a queixa principal de emagrecimento progressivo e diarreia crônica. O
proprietário relatou ainda que, durante um ano, cerca de 35 animais vieram a óbito com a mesma
queixa clínica, sendo que alguns tiveram morte súbita e outros levavam de sete a dez dias para
vir a óbito. No exame físico, o animal apresentava apatia, anorexia, mucosas pálidas, hipertrofia
dos linfonodos palpáveis, moderada infestação por carrapatos, lesões ulcerativas multifocais
em mucosa oral e vaginal e quadro de broncopneumonia. Nos achados laboratoriais foi
constatada anemia normocítica hipocrômica, hipoproteinemia e hipoalbuminemia. No
esfregaço sanguíneo não foram evidenciados hemoparasitos. Na realização da prova de
imunodifusão em ágar gel (IDGA) com antígeno glicoproteico, houve a detecção de anticorpos
para LEB. O tratamento foi realizado com anti-inflamatório, antibioticoterapia, terapia de
suporte e nebulização, porém, diante da gravidade da condição clínica do animal, o resultado
sorológico e o prognóstico desfavorável, optou-se por realizar a eutanásia in extremis. À
necropsia constatou-se linfadenomegalia generalizada com perda da definição de córtex e
medula e massas multifocais brancacentas difusa intensas em linfonodos retromamário,
mesentérico, ilíaco, mediastino e pré-hepático ao corte sagital; esplenomegalia discreta com
hiperplasia de polpa branca, hepatomegalia congestiva discreta, edema pulmonar discreto,
enfisema alveolar e intersticial, além de sinéquia focal e hipocrepitação nos lobos craniais.
Além disso, observou-se discreta congestão corticomedular renal, lesões multifocais
brancacentas em adrenal em moderada quantidade, hiperemia e conteúdo catarral moderado em
jejuno e íleo e hiperemia de mucosa retal. No histopatológico constatou-se proliferação
neoplásica maligna infiltrativa, composta por linfócitos atípicos arranjados em padrão sólido
revelando uma a duas figuras de mitose bizarras por campo em baço e linfonodos. Além disso,
observou-se formas esquizontes de Sarcocystis sp. no coração. Portanto, os achados
anatomopatológicos descritos são compatíveis com neoplasia maligna de tecido linfoide
(linfoma) e confirma-se o diagnóstico de LEB nesse animal. Recomenda-se, assim, a realização
de exames sorológicos, como também adoção de práticas profiláticas de manejo que evitem a
transmissão viral no rebanho.
Palavras-chave: Linfonodomegalia, linfoma, neoplasia.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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PERICARDITE TRAUMÁTICA ASSOCIADA A ENDOCARDITE MURAL EM


BOVINO

I. S. BRAGA1, T. G. TAVARES1, I. C. SILVA2, R. O. REGO3, L. C. NUNES3*


1
Estudante de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
2
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Espírito Santo,
campus Alegre.
3
Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
*Autor para correspondência: louisianecn@gmail.com

A pericardite traumática é uma afecção do saco pericárdico muito comum em bovinos,


associado secundariamente à perfuração por corpo estranho do tipo metálico, proveniente dos
pré-estômagos. Esta patologia leva à formação de efusão purulenta com quantidades variadas
de fibrina, que pode estar livre ou aderida ao epicárdio. Devido à escassez de informações
relativas às reticulopericardites traumáticas em bovinos e sua ocorrência na região sul do
Espírito Santo, objetivou-se com este trabalho descrever os principais achados
anatomopatológicos encontrados em um bovino fêmea encaminhado para necropsia no setor de
Patologia Animal do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Espírito Santo (HOVET-
UFES). No dia 16 de outubro de 2018 foi recebido, no referido setor, uma vaca, da raça
Girolanda, de aproximadamente sete anos de idade e 800Kg de peso vivo. Segundo histórico
da propriedade de origem, no município de Itapemirim-ES, o animal apresentou atonia ruminal,
fezes escassas, perda de peso e dificuldade respiratória. Foi feito o tratamento com antibióticos,
mas o quadro evoluiu por quatro dias e o animal veio a óbito. À necropsia, observou-se ao
exame externo distensão abdominal severa e congestão intensa da mucosa vaginal. No exame
interno constatou-se peritonite serofibrinosa difusa intensa, aderência de fibrina à serosa do
duodeno, rins e serosa do abomaso, pleuropneumonia fibrinosa difusa intensa mais evidente
nos lobos craniais e pericardite fibrinopurulenta intensa. À abertura do coração observou-se
material pardacento irregular vegetante sobre o endocárdio mural do ventrículo direito
(próximo a saída da artéria pulmonar). Ao exame dos pré-estômagos verificou-se corpo
estranho pontiagudo metálico (prego medindo 5,5cm) livre na ingesta. Além disto, observaram-
se hepatomegalia com presença de abscesso focal em lobo lateral direito em face diafragmática,
telangectasia, bile grumosa, aumento de volume dos linfonodos mediastínicos, congestão renal,
hematomas e petéquias difusas na musculatura torácica lateral direita, edema e petéquias em
mucosa do abomaso e do duodeno. Evidenciou-se útero gravídico (corno uterino esquerdo)
contendo feto de aproximadamente 26 cm de comprimento craniocaudal estimando-se gestação
de quatro meses. Com base nos achados necroscópicos, o diagnóstico morfológico foi de
pericardite traumática associada a endocardite mural tendo como causa mortis choque
cardiogênico. Neste contexto, sabe-se que a endocardite é normalmente originada a partir de
um processo infeccioso primário em outro local, contudo, neste caso, acredita-se que tenha sido
derivada de um quadro de tromboembolismo. O fato do corpo estranho pontiagudo metálico
estar livre na ingesta não promoveu uma reticulite clássica com aderências ao diafragma, no
entanto, ocasionou diversas lesões inflamatórias e aderências em outros órgãos, o que dificultou
ainda mais o diagnóstico. Tendo em vista que esta afecção possui difícil diagnóstico clínico à
campo e o prognóstico ser sempre desfavorável, a realização do exame necroscópico é de
fundamental importância para o estabelecimento do mecanismo de formação das lesões.
Palavras-chave: Corpo estranho, gado leiteiro, reticulopericardite traumática.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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REPRODUÇÃO ANIMAL

DESEMPENHO DE ANIMAIS TAURINOS E ZEBUÍNOS NA PRODUÇÃO IN


VITRO DE EMBRIÕES DURANTE VERÃO E INVERNO

I. P. LACERDA1*, M. M. S. LIMA2, B. F. GUERRA2, E. S. COSTA2, J. O. CARVALHO3.


1
Médica Veterinária, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal
do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
2
Médico Veterinário, Embriopec Reprodução Bovina Ltda.
3
Docente, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, UFES/CCAE.
*Autor para correspondência: izabellelacerda@hotmail.com

Considerando o clima tipicamente tropical no Brasil, os bovinos, principalmente Bos taurus,


encontram-se, na maior parte do ano, fora da zona de conforto térmico. Tal condição pode afetar
negativamente a eficiência reprodutiva do rebanho. Assim, objetivou-se com este estudo avaliar
o desempenho de animais taurinos e zebuínos na produção in vitro de embriões durante o verão
e inverno, assim como um possível efeito residual na estação seguinte. Para isto, doadoras
Holandesas (n=109) e Gir (n=341) foram submetidas a sessões de aspiração folicular durante o
verão (n=81; n=514), outono (n=39; n=318), inverno (n=98; n=699) e primavera (n=47;
n=300), respectivamente. Os ovócitos aspirados foram selecionados e classificados de acordo
com os critérios da IETS, sendo os viáveis (Graus 1, 2 e 3) maturados, fecundados (D0) com
sêmen sexado e cultivados in vitro durante 7 dias (D7). Para fecundação in vitro, foram
utilizados touros das raças Holandês e Gir de fertilidade previamente conhecida e utilizados na
rotina do laboratório. Os embriões produzidos foram transferidos em D7 para receptoras
previamente sincronizadas. O diagnóstico de gestação foi realizado por meio de
ultrassonografia transretal, aos 30 dias de gestação, com confirmação aos 60 dias. Para
comparação das variáveis entre as estações do ano, foi utilizado o teste U de Mann-Whitney ao
nível de 5% de significância. Para doadoras Holandesas, não foi observada diferença na
quantidade média de ovócitos viáveis recuperados/OPU (9,2±0,7; 8,1±1,0; 9,4±0,9; 8,7±1,0),
no número e porcentagem de embriões/OPU (1,7±0,2 e 18,7%; 1,9±0,4 e 22,9%; 2,2±0,3 e
23,7%; 1,7±0,3 e 19,5%) e número e porcentagem de prenhez/OPU (0,4±0,2 e 36,6%; 0,8±0,4
e 48,6%; 0,5±0,2 e 38,4%; 0,5±0,2 e 28,8%), para os períodos de verão, outono, inverno e
primavera, respectivamente. Em relação à doadoras Gir, também não houve efeito da estação
do ano no número de ovócitos viáveis recuperados/OPU (16,2±0,6; 14,0±0,5; 14,2±0,5;
15,0±0,6), número e porcentagem de embrião/OPU (4,4±0,2 e 27,4%; 4,1±0,3 e 29,4%; 3,7±0,2
e 26,1%; 4,0±0,2 e 26,9%) e número e porcentagem de prenhez/OPU(1,1±0,1 e 41,6%; 1,1±0,1
e 41,0%; 1,1±0,1 e 37,0%; 1,1±0,1 e 37,1%), para os períodos de verão, outono, inverno e
primavera, respectivamente. Conclui-se que o desempenho de animais Gir e Holandês na PIVE
não é influenciado pelas estações do ano.
Palavras-chave: estação do ano, FIV, OPU.

Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8


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EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DO MELOXICAM SOBRE A OVULAÇÃO FÊMEAS


BOVINAS

A. L. NETO1*, A. S. COSTA1, F. L. RUAS1, C. B. MARTINS1.


1
Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre, ES, Brasil.
*Autor para correspondência: adomar.laurindo@hotmail.com

A eficiência reprodutiva dos rebanhos é um parâmetro de importância econômica fundamental.


Quando as taxas de concepção são baixas consequentemente acarreta prejuízos econômicos
para o criador. Neste sentido, destaca-se principalmente falhas no processo de ovulação
refletindo em queda na fertilidade do animal e também do rebanho. O meloxicam se encaixa
entre os mais novos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), seu perfil favorável está
relacionado na inibição seletiva da enzima Cicloxigenase tipo 2 (COX-2). Sua utilização é
empregada rotineiramente para tratamento de muitas afecções em vacas, entretanto pode
interferir na atividade reprodutiva pela inibição da COX-2, inibindo a formação de
prostaglandinas. Apesar da existência de muitas pesquisas aplicadas à reprodução de bovinos,
nota-se a escassez de trabalhos relacionados à influência de AINEs sobre a taxa de ovulação
em vacas. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do tratamento
com meloxicam sobre o desenvolvimento de folículos pré-ovulatórios e a ovulação em vacas.
Foram utilizadas sete fêmeas bovinas, mestiças de Holandês x Gir leiteiro, hígidas, não
gestantes, em idade reprodutiva e que estavam ciclando normalmente, procedentes da área
experimental do CCAE (Centro de Ciências Agrárias e Engenharias) /UFES (Universidade
Federal do Espírito Santo) – Campus Alegre. As fêmeas selecionadas começaram a ser
avaliadas após a indução a ovulação por meio de palpações transretais e exames
ultrassonográficos, com intervalos de 24 horas até o momento da detecção da ovulação ou
hemorragia folicular. Os animais foram divididos em dois grupos, controle e tratado, grupo
controle com quatro animais e o grupo tratado com três animais. Os animais pertencentes ao
grupo controle foram submetidos apenas ao protocolo hormonal de Inseminação Artificial em
Tempo Fixo (IATF) com início no D0 e término no D10 (no D0 foi colocado implante de
progesterona intravaginal e feito associado uma aplicação de benzoato de estradiol, no D8 foi
retirado o implante e aplicado uma dose de prostaglandina f 2alfa, no D9 foi realizado a indução
a ovulação aplicando outra dose de benzoato de estradiol e no D10 foi o término do protocolo),
enquanto o grupo tratado recebeu o protocolo hormonal de IATF associado ao tratamento com
meloxicam. Foram administradas duas doses de meloxicam (maxicam® 2%) na dosagem de
0,5mg/kg de peso corporal por via intramuscular com intervalo de 24 horas, sendo que a
primeira dose foi administrada no dia 9 do protocolo hormonal, ou seja, no dia da indução a
ovulação. As fêmeas do grupo tratado (n=3) não ovularam e sofreram o processo de atresia
folicular (regressão do folículo pré-ovulatório) detectado através do monitoramento com
auxílio do ultrassom. Enquanto nas fêmeas do grupo controle (n=4) foi diagnosticado a
presença de corpo lúteo no terceiro dia de monitoramento, equivalente ao D11 do protocolo de
IATF, o que mostra que todas elas ovularam normalmente. Os resultados parciais obtidos
demonstram que o tratamento com meloxicam, em dose terapêutica, induziu o bloqueio da
ovulação e consequentemente a atresia folicular. É importante atentar para o uso racional do
meloxicam em vacas durante o período reprodutivo ativo, no intuito de evitar que a fêmea
demore mais tempo para emprenhar, gerando prejuízos econômicos ao pecuarista.
Palavras-chave: AINE, ultrassonografia, reprodução bovina.
Agradecimentos: Campus Experimental da UFES por ceder os animais. CNPQ pela bolsa
concedida.
Anais da XIV SECOMV – Alegre, ES: UFES, 2018. 32 p. ISBN: 978-85-54343-11-8

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