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DIREITO TRIBUTÁRIO

Exercícios
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EXERCÍCIOS

1. O proprietário de imóvel limítrofe entre a zona urbana e a zona rural de um


determinado município recebeu notificação para pagar IPTU e foi autuado
pela Receita Federal por não ter feito o pagamento antecipado do ITR, sendo
intimado a pagar o valor do tributo, acrescido de multa e acréscimos legais.
Diante deste fato deverá o proprietário do imóvel propor a ação de
a. Repetição do indébito.
b. Declaração de inexistência da obrigação tributária.
c. Anulação de ambos os créditos tributários.
d. Declaração do IPTU, porque se considera localizado na zona rural.
e. Consignação em pagamento.

Comentário
O CTN dispõe que as zonas de expansão urbana já são consideradas zonas
urbanas sem ter as melhorias. O ITR dispõe que basta que a utilização da área
seja uma utilização de exploração econômica agrícola, pecuária ou extrativa
para ser uma zona rural. Portanto, existe um conflito de competências entre
a União com o ITR e o município com o IPTU. A ação que esse proprietário
deve fazer é justamente a que está prevista no artigo 164 do Código Tributário
Nacional (CTN), consignação em pagamento.

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente


pelo sujeito passivo, nos casos:
(…)
III – de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo
idêntico sobre um mesmo fato gerador.
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe
pagar.
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a im-
portância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação
no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo
das penalidades cabíveis.
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2. Analise as proposições nos termos do CTN.


I – A restituição de tributos que comportem transferência do respectivo encar-
go financeiro somente será feita a quem provar haver assumido referido
encargo ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expres-
samente autorizado a recebê-la.
II – Em caso de revogação de moratória anteriormente concedida em caráter
individual, o tempo decorrido entre a concessão e a revogação não se
computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito, se res-
tar configurado dolo ou simulação.
III – Há dever legal de conservação dos livros obrigatórios de escrituração
comercial e fiscal, bem como os comprovantes dos lançamentos neles
efetuados, pelo sujeito passivo das respectivas obrigações tributárias, in-
dependentemente de já ter ocorrido a prescrição dos créditos tributários
decorrentes das operações a que se refiram.
Quanto às proposições, pode-se afirmar que
a. Todas estão corretas.
b. Estão corretas apenas I e II.
c. Estão incorretas I e III.
d. Estão incorretas II e III.

Comentário
I – Nos termos do artigo 166 do CTN, tal restituição somente será feita a quem
provar haver assumido referido encargo. Nesse sentido existem duas sú-
mulas do STF, a saber:

Súmula 546 STF – Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reco-
nhecido, por decisão, que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de
fato o quantum respectivo.
Súmula 71 STF – Embora pago indevidamente, não cabe restituição de tributo
indireto.

Apesar de as súmulas parecerem discrepantes é de se entender que em


regra só é possível a restituição para aquele que assumir o encargo, e
em não comprovando que o assumiu não poderá requerer a restituição.
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II – O artigo 155, parágrafo único, do CTN trata a respeito de hipótese de sus-


pensão de prazo prescricional referente a moratória, presente também nos
institutos jurídicos tributários da isenção, anistia, remissão e parcelamento.
Nesses casos, a concessão desses benefícios em caráter individual não
gera direito adquirido e serão revogados de ofício sempre que se apure
que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou
não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor,
cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora. Entre a data da conces-
são do benefício e a sua revogação haverá um termo legal. Como se trata
de um prazo prescricional (o tributo devido já está constituído), ele corre
contra a pessoa que cobra o tributo, ou seja, contra o Fisco.
Dessa forma, tratando-se de caso de dolo ou simulação, o termo legal que
tem como dies a quo a data da concessão do benefício e tem como dies ad
quem a data da revogação do benefício não pode prejudicar o Fisco e, por-
tanto, não deve contar no prazo prescricional, ficando suspenso tal prazo e
retomando de onde parou quando da revogação do benefício.
III – Não está de acordo com o artigo 195, parágrafo único, do CTN: os li-
vros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos
lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescri-
ção dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. A
questão trata que a obrigatoriedade de apresentação dos livros obrigatórios
seria infinita, o que de acordo com o supracitado texto legal é inverídico.

3. Em matéria de extinção do crédito tributário, analise:


I – Ato pelo qual o credor, pela autoridade administrativa e autorizada por lei,
dispensa graciosamente o devedor de pagar a dívida, ou seja, o perdão
total ou parcial do débito.
II – Desaparecimento do direito de constituir o crédito tributário; de fazer o lan-
çamento, de formar o título que autoriza a sua cobrança.
III – Faculdade, concessões mútuas que importe evitar ou terminar um litígio
com a consequente extinção do crédito tributário.
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Essas situações dizem respeito, respectivamente, aos institutos da


a. Remissão, prescrição e moratória.
b. Anistia, decadência e moratória.
c. Transação, prescrição e compensação.
d. Remissão, decadência e transação.
e. Isenção, pagamento e transação.

Comentário
I – A remissão é o ato pelo qual o credor, pela autoridade administrativa e
autorizada por lei, dispensa graciosamente o devedor de pagar a dívida,
ou seja, o perdão total ou parcial do débito.
II – A decadência é o desaparecimento do direito de constituir o crédito tributá-
rio; de fazer o lançamento, de formar o título que autoriza a sua cobrança.
III – A transação é a faculdade, concessões mútuas que importe evitar ou ter-
minar um litígio com a consequente extinção do crédito tributário.

4. Os prazos para a Fazenda Pública constituir e cobrar o crédito tributário são,


respectivamente,
a. Prescricional de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte
àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado, e decadencial de
cinco anos, a contar da constituição definitiva do crédito tributário.
b. Decadencial de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte
àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado, e prescricional de
cinco anos, a contar da constituição definitiva do crédito tributário.
c. Decadencial de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, e pres-
cricional de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte da
constituição definitiva do crédito tributário.
d. Prescricional de cinco anos, a contar da notificação válida feita ao deve-
dor, e decadencial de cinco anos, a contar da decisão judicial que anular o
primeiro lançamento.
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e. Decadencial de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte


ao surgimento da obrigação tributária, e prescricional de cinco anos, a con-
tar da inscrição do crédito na dívida ativa.

Comentário
Os prazos para a Fazenda Pública constituir e cobrar o crédito tributário são,
respectivamente, decadencial de cinco anos, a contar do primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado, e
prescricional de cinco anos, a contar da constituição definitiva do crédito
tributário.

5. Um imposto cujo crédito foi constituído definitivamente em 11 de março de


2002 e cujo fato gerador ocorreu em 05 de janeiro de 1996
a. Estará prescrito em 05 anos a contar da ocorrência do fato gerador, ou
seja, em 06 de janeiro de 2001, se a ação não for ajuizada até tal data.
b. Terá caducado em 05 anos a contar da constituição definitiva do crédito
tributário, ou seja, em 10 de março de 2007, se a citação do executado se
der até esta data.
c. Estará prescrito em 05 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte
à constituição definitiva do crédito tributário, ou seja, em 11 de março de
2008, se o despacho do juiz se der até tal data.
d. Terá caducado em 05 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte
à constituição definitiva do crédito tributário, ou seja, em 11 de março de
2008, se o devedor for notificado validamente até esta data.
e. Estará prescrito em 05 anos a contar da constituição definitiva do crédito
tributário, ou seja, em 12 de março de 2007, se o despacho do juiz que
ordena a citação não se der até tal data.

Comentário
A questão não dispõe de que tipo de lançamento se trata o referido imposto.
Somente afirma que o fato gerador ocorreu em 05 de janeiro de 1996.
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Situação I. Se o imposto for de lançamento por homologação, a decadência


ocorrerá logo após os 5 anos a contar do fato gerador, ou seja, 06 de janeiro
de 2001.
Situação II. Se o imposto for de lançamento direito ou por declaração, a
decadência ocorrerá no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado. Ano do fato gerador – 1996, ano que o
lançamento poderia ter sido efetuado – 1996, primeiro dia do exercício seguinte
01\01\1997 – 5 anos depois 01\01\2002;
Situação III. Se o imposto for de lançamento direito ou por declaração a
decadência ocorrerá no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado.
Ano do fato gerador – 1996, ano que o lançamento poderia ter sido efetuado
– 1997 (IPTU), primeiro dia do exercício seguinte – 01\01\1998, 5 anos depois
– 01\01\2003.
Das três situações apresentadas, apenas a situação III apresenta possível
gabarito, uma vez que a cobrança do tributo não teria caducado (sofrido
decadência) e partiríamos para a prescrição de 5 anos a contar da constituição
definitiva do crédito tributário.
De 11 de março de 2002 a 11 de março de 2007, ou seja, no dia seguinte já estaria
prescrita a possibilidade do fisco de cobrar o débito tributário regularmente
constituído, exceto se alguma causa interruptiva da prescrição ocorrer, como o
despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal.

GABARITO

1. e
2. b
3. d
4. b
5. e

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Vilson Cortez.

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