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VIGAS DE EDIFÍCIOS
1. INTRODUÇÃO
O texto seguinte apresenta vários itens da NBR 6118/2003 relativos às vigas contínuas de
edifícios. O tema faz parte do programa da disciplina 1309 – Estruturas de Concreto II.
A norma NBR 6118, editada em março de 2003 pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS - ABNT, sob o título: PROJETO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO –
PROCEDIMENTO, tem 170 páginas. Esta norma substituiu as normas precedentes, NB 1/78 e
NBR 6118/1980.
A norma tem como objetivo fixar os requisitos básicos exigíveis para o projeto de estruturas
de concreto simples, armado e protendido, excluídas aquelas em que se empregam concreto leve,
pesado ou outros especiais. Aplica-se às estruturas de concretos normais, com massa específica seca
maior que 2.000 kg/m3 e menor que 2.800 kg/m3, do grupo I da NBR 8953 de resistência para o
concreto à compressão (C10 a C50). Excluem-se da norma os concretos massa e sem finos.
Uma estrutura de concreto armado bem projetada deve apresentar uma conveniente margem
de segurança contra a ruptura provocada pelas solicitações, deformações menores que as máximas
permitidas e durabilidade (não apresentar corrosão, fissuração excessiva, etc.), durante toda sua vida
útil.
Em resumo, o bom projeto estrutural deve garantir a estabilidade, o conforto e a
durabilidade da estrutura. Portanto, uma estrutura não preenche mais os requisitos de utilização
quando atinge o chamado “estado limite”. A NBR 6118/80 definia os estados limites “último” e de
“utilização”. A NBR 6118/2003 redefiniu o estado de utilização como de serviço (ELS),
classificando-o de acordo com o tipo de ocorrência na estrutura. Os estados limites de interesse às
estruturas de Concreto Armado, conforme o item 3.2 da norma, são apresentados a seguir.
2.1 Estado Limite Último (ELU): Estado limite relacionado ao colapso, ou a qualquer outra forma
de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura.
2.2 Estado Limite de Formação de Fissuras (ELS-F): Estado em que se inicia a formação de
fissuras. Admite-se que este estado limite é atingido quando a tensão de tração máxima na seção
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transversal for igual à resistência à tração na flexão, determinada de acordo com a NBR 12142
(fct,f).
2.3 Estado Limite de Abertura das Fissuras (ELS-W): Estado em que as fissuras se apresentam
com aberturas iguais aos máximos especificados no item 13.4.2.
2.5 Estado Limite de Vibrações Excessivas (ELS-VE): Estado em que as vibrações atingem os
limites estabelecidos para a utilização normal da construção.
3. ANÁLISE ESTRUTURAL
No item 14.5 a NBR 6118 apresenta cinco tipos de análise estrutural, os quais se
diferenciam pelo comportamento admitido para os materiais constituintes da estrutura, observadas
as limitações correspondentes. Todos os modelos admitem que os deslocamentos da estrutura são
pequenos.
Na análise linear com redistribuição, os efeitos das ações, determinados em uma análise
linear, são redistribuídos na estrutura, para as combinações de carregamento do estado limite último
(ELU). Nesse caso, as condições de equilíbrio e de ductilidade devem ser obrigatoriamente
satisfeitas. Todos os esforços internos devem ser recalculados de modo a garantir o equilíbrio de
cada um dos elementos estruturais e da estrutura como um todo. Os efeitos de redistribuição devem
ser considerados em todos os aspectos do projeto estrutural, inclusive as condições de ancoragem e
corte de armaduras e os esforços a ancorar.
Cuidados especiais devem ser tomados com relação a carregamentos de grande
variabilidade.
As verificações de combinações de carregamento de estado limite de serviço (ELS) ou de
fadiga podem ser baseadas na análise linear sem redistribuição. De uma maneira geral é desejável
que não haja redistribuição de esforços em serviço.
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σ σ
σy σy y
ε εy ε
Figura 1 – Material rígido-plástico perfeito. Figura 2 – Material elasto-plástico perfeito.
4. DEFINIÇÃO DE VIGA
São elementos lineares em que a flexão é preponderante (item 14.4.1.1). Elementos lineares
são aqueles em que o comprimento longitudinal supera em pelo menos três vezes a maior dimensão
da seção transversal, sendo também denominada barras.
5. VÃO EFETIVO
O vão efetivo (item 14.6.2.4), o qual substitui o chamado vão teórico da norma anterior
(NBR 6118/80), pode ser calculado pela expressão:
l ef = l 0 + a1 + a2 (Eq. 1)
⎧t / 2 ⎧t 2 / 2
com: a1 ≤ ⎨ 1 e a2 ≤ ⎨
⎩0,3 h ⎩0,3 h
l0
t1 t2
mecânica e baixa deformabilidade (flecha). Considerando por exemplo o esquema de uma viga
como mostrado na figura 4, para concretos do tipo C-20 e C-25, uma indicação prática para a
estimativa da altura das vigas de concreto armado é dividir o vão efetivo por doze, isto é:
l ef ,1 l ef , 2
h1 = e h2 = (Eq. 2)
12 12
h1 h2
lef, 1 lef, 2
Figura 4 – Valores práticos para estimativa da altura das vigas.
A segurança à instabilidade lateral de vigas (item 15.10) deve ser garantida por meio de
procedimentos apropriados. Como procedimento aproximado pode-se adotar, para vigas de
concreto, com armaduras passivas ou ativas, sujeitas à flambagem lateral, as seguintes condições:
b ≥ l 0 /50 (Eq. 3)
b ≥ βfl h (Eq. 4)
0,40
b b
0,20
No item 14.6.7 a NBR 6118 apresenta três aproximações permitidas no cálculo de vigas
contínuas. Pode ser utilizado o modelo clássico de viga contínua, simplesmente apoiada nos pilares,
para o estudo das cargas verticais, observando-se a necessidade das seguintes correções adicionais.
a) não devem ser considerados momentos fletores positivos menores que os que se obteriam se
houvesse engastamento perfeito da viga nos apoios internos (figura 5);
VÃO EXTREMO
M 1,i M 3,i
VÃO INTERNO
M 2,i
MB MC MD
MA
b) quando a viga for solidária com o pilar interno e a largura do apoio, medida na direção do eixo da
viga (bint), for maior que a quarta parte da altura do pilar (le), não pode ser considerado momento
negativo de valor absoluto menor do que o de engastamento perfeito nesse apoio (figura 6);
b int
Se bint ≤ le/4
l ef l ef
c) quando não for realizado o cálculo exato da influência da solidariedade dos pilares com a viga,
deve ser considerado, nos apoios extremos, momento fletor igual ao momento de engastamento
perfeito multiplicado pelos coeficientes estabelecidos nas Equações 5, 6 e 7.
Neste caso, consideram-se inicialmente os pilares extremos como apoios simples. Os apoios
internos seguem a regra do item b definido anteriormente, e assim define-se o esquema estático ao
longo de toda a viga. Todos os momentos fletores são calculados para a viga assim esquematizada
(figura 7). O momento fletor de ligação entre a viga e os pilares extremos é calculado fazendo-se o
equilíbrio do momento fletor de engastamento perfeito no nó extremo (figura 7), o que pode ser
feito rapidamente aplicando-se a Eq. 5. Os momentos fletores que atuam nos lances inferior e
superior do pilar extremo (figura 8), são obtidos pelas Eq. 6 e 7.
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M lig - M lig
- -
+ +
M eng - - Meng
+
M viga M sup
M i,sup + 21 M(i + 1),inf
NÍVEL i
M inf
TRAMO EXTREMO
rinf + rsup
- na viga: M lig = M eng (Eq. 5)
rvig + rinf + rsup
rsup
- no tramo superior do pilar: M sup,p = M eng (Eq. 6)
rvig + rinf + rsup
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rinf
- no tramo inferior do pilar: M inf,p = M eng (Eq. 7)
rvig + rinf + rsup
l sup
2
l inf
2
l vig
O método de cálculo com aplicação das Equações 5, 6 e 7 é simples de ser executado e não
requer computadores com programas. Segundo a NBR 6118/2003, “Alternativamente, o modelo de
viga contínua pode ser melhorado, considerando-se a solidariedade dos pilares com a viga,
mediante a introdução da rigidez à flexão dos pilares extremos e intermediários.”
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No caso de se introduzir a rigidez à flexão dos pilares extremos, a viga fica vinculada ao
apoio extremo por meio de um engastamento elástico (mola). Esta solução é mais consistente que a
opção anterior, porém, o cálculo manual fica dificultado.
A rigidez da mola é avaliada pela equação:
Kp,sup = Kp,inf
8 EI
K mola = (Eq. 11)
le
∆M ∆M 2 ∆M'
∆M 1 ∆M'
∆M 2
∆M 1
l/2 l/2 l
R1 R 2
R
R 2- R 1 ∆M' = R l/8
∆M = ______ l
4
∆M1 = R 1 l/4
∆M2 = R 2 l/4
Nas vigas, principalmente nas zonas de apoio, ou quando feita redistribuição de esforços, é
importante garantir boas condições de ductilidade, sendo adotada, se necessário, armadura de
compressão que garanta a posição adequada da linha neutra (x), respeitando-se os limites indicados
abaixo.
A introdução da armadura de compressão para garantir o atendimento de valores menores da
posição da linha neutra (x), que estejam nos domínios 2 ou 3, não conduz a elementos estruturais
com ruptura frágil (usualmente chamados de superarmados). A ruptura frágil está associada a
posições da linha neutra no domínio 4, com ou sem armadura de compressão.
No item 14.6.4.3 a NBR 6118 define os limites para a redistribuição de momentos fletores e
as condições de ductilidade de uma viga. Uma redistribuição comumente feita na prática é a
diminuição dos momentos fletores negativos nos apoios intermediários das vigas contínuas. Isso
possibilita uma aproximação nos valores desses momentos com os momentos fletores positivos nos
vãos, o que leva a seções transversais de menores dimensões e um projeto mais econômico.
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Esses limites podem ser alterados se forem utilizados detalhes especiais de armaduras, como
por exemplo os que produzem confinamento nessas regiões.
Quando for efetuada uma redistribuição, reduzindo-se um momento fletor de M para δM,
em uma determinada seção transversal, a relação entre o coeficiente de redistribuição δ e a posição
da linha neutra nessa seção x/d, para o momento reduzido δM, deve ser dada por:
Pode ser adotada redistribuição fora dos limites estabelecidos nesta Norma, desde que a
estrutura seja calculada mediante o emprego de análise não-linear ou de análise plástica, com
verificação explícita da capacidade de rotação de rótulas plásticas.
A figura 11 mostra a plastificação do momento fletor negativo da viga no apoio interno. A
diminuição do momento fletor negativo no pilar interno é interessante, pois permite que se faça uma
aproximação entre os momentos negativos e positivos. Na versão anterior da norma (NB1/78) era
permitido plastificar, isto é, diminuir em até 15 % o momento fletor negativo nos apoios internos de
vigas contínuas.
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Nos itens 17.3.5 e 18 a NBR 6118 estabelece diversas prescrições relativas à armadura
longitudinal mínima e máxima e armadura de pele.
onde: W0 = módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto relativo à fibra mais
tracionada;
fctk,sup = resistência característica superior do concreto à tração:
O dimensionamento para Md,mín deve ser considerado atendido se forem respeitadas as taxas
mínimas de armadura da Tabela 2.
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“A mínima armadura lateral deve ser 0,10 % Ac,alma em cada face da alma da viga e
composta por barras de alta aderência (η1 ≥ 2,25) com espaçamento não maior que 20 cm.
Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, pode ser dispensada a utilização da
armadura de pele.”
A armadura de pele, conforme mostrada na figura 12, deve ser disposta de modo que o
afastamento entre as barras não ultrapasse d/3 e 20 cm.
“A soma das armaduras de tração e de compressão (As + As’) não deve ter valor maior que
4 % Ac , calculada na região fora da zona de emendas.”
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e e
e e
d
h > 60 cm
e e
e e
e e
bw
A NBR 6118 prescreve que, “Nas proximidades de cargas concentradas transmitidas à viga
por outras vigas ou elementos discretos que nela se apóiem ao longo ou em parte de sua altura, ou
fiquem nela penduradas, deve ser colocada armadura de suspensão.”
Antes de se definir o que é armadura de suspensão é necessário definir o tipo de apoio, se
direto ou indireto. No apoio direto, como mostrado na figura 13, a carga da viga vai direto para o
apoio, como no caso de um pilar, por exemplo. No apoio indireto, a carga vai da viga que é
suportada para a parte inferior da viga que serve de suporte.
Segundo FUSCO (2000), “nos apoios indiretos, o equilíbrio de esforços internos da viga
suporte exige que no cruzamento das duas vigas haja uma armadura de suspensão, funcionando
como um tirante interno, que levanta a força aplicada pela viga suportada ao banzo inferior da
viga suporte, até o seu banzo superior.” A força F no tirante interno está indicada na figura 14. A
armadura de suspensão deverá ser dimensionada de modo a transmitir ao banzo superior a
totalidade da reação de apoio da viga que é suportada.
A figura 15 mostra diversos esquemas possíveis de apoio de uma viga sobre outra viga. As
trajetórias das fissuras verificadas nesses casos indicam a melhor disposição ou direção a ser dada à
armadura.
Figura 15 – Trajetórias das fissuras em vários casos de apoios indiretos (FUSCO, 2000).
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com h1 ≤ h2
onde: h1 = altura da viga que apóia;
h2 = altura da viga suporte.
“Os planos de ligação entre mesas e almas ou talões e almas de vigas devem ser verificados
com relação aos efeitos tangenciais decorrentes das variações de tensões normais ao longo do
comprimento da viga, tanto sob o aspecto de resistência do concreto, quanto das armaduras
necessárias para absorver as trações decorrentes desses efeitos.
As armaduras de flexão da laje, existentes no plano de ligação, podem ser consideradas
como parte da armadura de ligação, complementando-se a diferença entre ambas, se necessário. A
seção transversal mínima dessa armadura, estendendo-se por toda a largura útil e ancorada na
alma, deve ser de 1,5 cm2 por metro.” A figura 17 mostra o posicionamento da armadura
transversal.
bf
≥ 1,5 cm 2 /m
P1 P2 P3
523 19/19 19/30 19/19
45
16
VS2 (19 x 70)
P4 P5 P6
19/30 19/30 19/30
VS4 (19 x 45)
P7 P8 P9
19/19 19/30 19/19
719 719
P1 P2 P3
300
19 700 19 700 19
719 719
RESOLUÇÃO
A viga VS1 será calculada como uma viga contínua e como um elemento isolado da
estrutura, apenas vinculada aos pilares extremos por meio de engastes elásticos. Uma outra forma
de análise poderia ser feita considerando-se a viga VS1 como sendo parte de um pórtico plano,
como aquele mostrado na figura 19. Neste caso, haveria uma completa interação com as demais
vigas (VB1 e VC1) e com os pilares de apoio.
⎧t 1 / 2 = 19 / 2 = 9,5 cm
a1 ≤ ⎨ ∴ a1 = 9,5 cm
⎩0,3 h = 0,3 . 60 = 18 cm
⎧t 2 / 2 = 19 / 2 = 9,5 cm
a2 ≤ ⎨ ∴ a2 = 9,5 cm
⎩0,3 h = 0,3 . 60 = 18 cm
Considerando a carga total na viga consistindo de uma parede apoiada sobre toda a sua
extensão (composta por blocos furados de peso específico 13 kN/m3, com espessura final de 23 cm
e altura de 2,40 m), de uma laje pré-fabricada com carga total de 5,40 kN/m2, e o peso próprio da
viga (com seção transversal de 19 x 60 cm), a carga externa total atuante na VS1 é:
A viga deveria ser considerada engastada no pilar P2 caso bint resultasse maior que le/4. De
acordo com a norma, isso ocorreria se a dimensão do pilar na direção da viga (bint) fosse grande o
suficiente para que a sua rigidez pudesse impedir a rotação da viga nas suas proximidades, ou seja,
a viga seria considerada engastada no pilar P2.
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A norma considera que a flexão das vigas contínuas calculadas isoladamente com os pilares
extremos seja obrigatoriamente considerada. Neste exemplo, a viga será considerada vinculada aos
pilares extremos P1 e P3 por meio de molas (engastamento elástico). O carregamento é
uniformemente distribuído em toda a extensão da viga (figura 20).
p = 24,15 kN/m
719 719
4 EI
Kp,sup = Kp,inf =
le
8 EI
A rigidez da mola vale portanto: K mola =
le
O módulo de elasticidade (módulo de deformação longitudinal) tangente na origem pode ser
avaliado pela seguinte expressão (NBR 6118/2003, item 8.2.8):
Rigidez da mola:
8 EI 8 . 2128,7 . 10860
K mola = = = 616.476 kN.cm
le 300
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y
24,15 kN/m
1 1 2 2 3 3 4 4 5
x
359,5 359,5 359,5 359,5
719 719
68,0 105,7
Vk (kN)
68,0
105,7
288
14918
288
~ 30
- - 1375
1375 Mk
(kN.cm)
+ ~ 180
8189 8189
No caso dos momentos fletores positivos deve-se comparar o valor mostrado na figura 22
com o momento positivo obtido considerando-se o vão engastado no apoio interno (pilar P2), como
mostrado na figura 23.
p = 24,15 kN/m
719
MATL
1,2128,
FIMG
CARR1
CBRG
1,2,1,1,-0.2415,1,
FIMC
FIME
O máximo momento positivo para o esquema mostrado na figura 23, conforme o arquivo de
dados acima, resulta 8189 kN.cm. Esse momento é igual ao momento máximo positivo obtido para
a viga contínua mostrada na figura 21.
b h 3 19 . 603
I= = = 342000 cm3
12 12
I 342000
W0 = = = 11400 cm3 (no estádio I, y é tomado na meia altura da viga)
y 30
Md,mín = 0,8 . 11400 . 0,287 = 2617 kN.cm
Md 2617
As = Ks = 0,023 = 1,09 cm2
d 55
Conforme a Tabela 2, para seção retangular e concreto C20, a taxa mínima de armadura
(ρmín) deve ser de 0,15 % Ac, portanto:
A soma das armaduras de tração e de compressão (As + A’s) não deve ter valor maior que
4 % Ac, calculada na região fora da zona de emendas. Para a viga em questão, a maior taxa de
armadura longitudinal ocorre na região próxima ao pilar interno: As = 10,80 cm2 para o momento
negativo e As = 5,00 cm2 para o momento positivo, com armadura total de 15,80 cm2. A armadura
máxima permitida é:
As,máx = 0,04 . 19 . 60 = 45,60 cm2, que é, portanto, muito superior à área total de 15,80 cm2.
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VSd = 148,0 < VRd 2 = 360,0 kN → não ocorrerá esmagamento das diagonais de concreto.
VRd 2 − VSd
Vc1 = Vc0
VRd 2 − Vc 0
Com Vc0 :
⎛ 0,3 3 20 2 ⎞
Vc0 = 0,6 f ctd ⎜
b w d = 0,6 0,7 ⎟ 19 . 55 = 69,3 KN
⎜ 10 . 1,4 ⎟
⎝ ⎠
360,0 − 148,0
Vc1 = 69,3 = 50,5 kN
360,0 − 69,3
VSd,mín = 0,035. 19 . 55 . cot g 38 + 50,5 = 97,3 kN
VSd = 148,0 > VSd ,mín = 97,3 kN → portanto, deve-se calcular a armadura transversal p/ VSd
Asw = 2,55
(VSd − Vc1 ) = 2,55 (148,0 − 50,5) = 3,53 cm2/m
d . cot g θ 55 . cot g 38
A armadura mínima é calculada pela equação:
20 f ctm
A sw ,mín = bw (cm2/m), com f ctm = 0,3 3 f ck 2 = 0,3 3 20 2 = 2,21 MPa
f ywk
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20 . 0,221
A sw ,mín = . 19 = 1,68 cm2/m
50
Como Asw = 3,53 cm2/m > Asw,mín = 1,68 cm2/m ⇒ deve-se dispor a armadura calculada.
N1-14 c/ 11 N1-14 c/ 11
N1-24 c/ 23 N1-24 c/ 23
154 154
15
VSd,mín = 97,3
148,0
56
148 x = 283
431 N1 - 76 φ 5 mm C = 152
1 ⎛ al ⎞ 1 ⎛ 36,5 ⎞
A s,calc = ⎜⎜ VSd + N Sd ⎟⎟ = ⎜ 95,2 ⎟ = 1,40 cm2
f yd ⎝ d ⎠ 50 ⎝ 57 ⎠
1,15
A armadura positiva do vão adjacente é composta por 4 φ 12,5 mm, onde 2 φ 12,5 mm
posicionados nos vértices dos estribos devem ser obrigatoriamente estendidos até os apoios.
Portanto, As,ef = 2 φ 12,5 mm = 2,50 cm2.
A armadura efetiva no apoio deve atender à armadura mínima, dada pela Eq. 17:
⎧1 M vão
⎪⎪ 3 A s,vão se M apoio = 0 ou negativo e M apoio ≤ 2
A s ,calc ≥⎨
⎪1 A M vão
⎪⎩ 4 s , vão se M apoio = negativo e M apoio >
2
Md,apoio = - 1.925 kN.cm < Md,vão/2 = 11.465/2 = 5.732,3 kN.cm
Portanto, As, calc ≥ 1/3 As,vão = 5,03/3 = 1,68 cm2
As, calc = 1,40 cm2 < 1/3 As,vão = 1,68 cm2 ⇒ portanto, ancorar 1,68 cm2
φ f yd
lb = c lbe
4 f bd
Resistência de aderência (Eq. 1):
fbd = η1 . η2 . η3 . fctd b
A s,calc 1,68
l b,nec = α 1 l b = 1,0 . 54 = 36 cm
A s,ef 2,50
Verifica-se que mesmo com o gancho ainda não é possível fazer a ancoragem, pois o
comprimento de ancoragem resultou maior que o comprimento de ancoragem efetivo: (lb,nec,g = 25
cm > lbe = 17 cm).
A próxima alternativa é aumentar a armadura longitudinal a ancorar no apoio, para As,corr,
como definido pela Eq. 19, ou colocar grampos:
lb 54
A s ,corr = A s,calc = 1,68 = 2,73 cm2
l be + 0,3 l b 17 + 0,3 . 54
Entre vários arranjos possíveis para atender a armadura corrigida, pode-se acrescentar um
grampo φ 5 mm às duas barras φ 12,5 mm. Portanto, As,ef = 2 φ 12,5 + 2 φ 5 mm (1 grampo) = 2,90
cm2
Apenas como exemplo, caso se optasse pela colocação direta de grampos, a área de grampos
seria (Eq. 20):
⎡ ⎛ l be − φ gr + 0,3 l b ⎞⎤ l b,gr
A s ,grampo = ⎢A s ,calc − A s ,ef ⎜⎜ ⎟⎟⎥
⎢⎣ ⎝ lb ⎠⎥⎦ l be − φ gr + 0,3 l b,gr
Supondo a armadura efetiva composta por 2 φ 12,5 = 2,50 cm2 (com ganchos), a área para os
grampos resulta:
⎡ ⎛ 17 − 0,5 + 0,3 . 54 ⎞⎤ 22
A s,grampo = ⎢1,68 − 2,50 ⎜ ⎟⎥ = 0,16 cm2
⎣ ⎝ 54 ⎠⎦ 17 − 0,5 + 0,3 . 22
Área da armadura total a ancorar: 2,50 + 0,16 = 2,66 cm2. Armadura efetiva (escolhida): 2 φ
12,5 + 2 φ 5 (1 grampo) = 2,90 cm2
O detalhe da ancoragem está mostrado na figura 24.
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2,0
95 φgr = 60 cm 2 φ 12,5
10 2 cm
16,4
19
Grampo
2 φ 10
5φ
35 cm
35 φ
φ f yd
lb =
4 f bd
fbd = η1 . η2 . η3 . fctd
0,7 . 0,3 3 2 0,7 . 0,3 3 2
com f ctd = f ck = 20 = 0,11 kN/cm2
γc 1,4 . 10
225
132
lb = 78 4φ12,5 + 1φ10
4φ12,5
10φ
lb = 78
al
face externa do pilar A
10φ
2φ12,5 B
10φ B 10φ
centro do pilar
2φ12,5
58 203
Por simplicidade, a armadura negativa no apoio interno foi agrupada, sendo 4 φ 12,5 na
primeira camada com o mesmo comprimento, e 4 φ 12,5 mais 1 φ 10 nas segunda e terceira
camadas, tendo as cinco barras o mesmo comprimento. Outros diferentes arranjos ou agrupamentos
poderiam ser feitos, resultando barras com comprimentos diferentes.
A armadura positiva foi separada em dois grupos, cada um com 2 φ 12,5. Duas barras foram
estendidas até os apoios, e as outras duas foram cortadas antes dos apoios, conforme o cobrimento
do diagrama de momentos fletores.
Embora a norma não obrigue, foi colocada uma armadura de pele nas duas faces verticais da
viga, conforme cálculo mostrado no item 12.8.2.
A figura 27 apresenta o detalhamento final das armaduras da viga. Este desenho é feito
normalmente na escala 1:50. O desenho do corte da seção transversal e do estribo é feito
normalmente na escala de 1:25 ou 1:20. Atenção máxima deve ser dispensada a este detalhamento
final, pois comumente é apenas com ele que a armação da viga será executada.
Num detalhe à parte podem ser colocados outros desenhos mostrando como devem ser
executados os ganchos, com os pinos de dobramento, etc.
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4 N3
2 x 4 N6
A 2 N7
P1 P2 P3
2 N8
40 40
225 225 15
N3 - 4φ12,5 C = 450
35
35
N2 - 2φ10 C = 576 N2 - 2φ10 C = 576
135 135
N4 - 4φ12,5 C = 270 (2° cam) 56
135 135
N5 - 1φ10 C = 270 (3° cam)
N1 - 76φ5mm c=152
N6 - 2 x 4φ4,2 CORR
203 203
N7 - 2φ12,5 C = 468 N7 - 2φ12,5 C = 468
10
10
N8 - 2φ12,5 C = 742 N8 - 2φ12,5 C = 742
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, P.S.S. Ancoragem e emenda de armaduras. Disciplina 1309 – Estruturas de Concreto II.
Bauru/SP, Departamento Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia - Universidade Estadual
Paulista, mar/2004, 42p.
FUSCO, P.B. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo, Ed. Pini, 2000, 382p.
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ANEXO I
PROJETO: CONCRETO II
CLIENTE: VIGA EXEMPLO
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DA GEOMETRIA DO PORTICO: VS1 (19 X 60)
---------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE COORDENADAS NODAIS
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE RESTRICOES NODAIS
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE CARACTERISTICAS DE BARRAS
NO NO COSSENO OPCAO
BARRA INIC FIN PROP COMPRIMENTO DIRETOR DIAG IDENT
---------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE PROPRIEDADES DE BARRAS
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE PROPRIEDADES DE MATERIAIS
---------------------------------------------------------------------------
PARAMETROS GEOMETRICOS E ELASTICOS DO PORTICO: VS1 (19 X 60)
---------------------------------------------------------------------------
NUMERO DE NOS.......................................................... 5
NUMERO DE NOS COM RESTRICOES........................................... 3
NUMERO DE RESTRICOES NODAIS............................................ 6
NUMERO DE BARRAS....................................................... 4
NUMERO DE BARRAS COM ROTULA(S)......................................... 0
NUMERO DE ROTULAS...................................................... 0
NUMERO DE PROPRIEDADES DE BARRAS....................................... 1
NUMERO DE MATERIAIS ................................................... 1
NUMERO DE GRAUS DE LIBERDADE........................................... 9
MAXIMA DIFERENCA ENTRE NUMEROS DE NOS DE BARRAS........................ 1
LARGURA DE BANDA DA MATRIZ DE RIGIDEZ.................................. 6
NUMERO DE ELEMENTOS DA MATRIZ DE RIGIDEZ............................. 54
---------------------------------------------
I FIM DA CONSISTENCIA DE DADOS DA GEOMETRIA I
I I
I ACONTECERAM: 0 ERROS E 0 ADVERTENCIAS I
I I
---------------------------------------------
PROJETO: CONCRETO II
CLIENTE: VIGA EXEMPLO
============================
PORTICO: VS1 (19 X 60)
============================
UNESP - Bauru/SP – 1309 - Estruturas de Concreto II – Vigas de Edifícios 41
===========================================================================
COORDENADAS E RESTRICOES NODAIS
===========================================================================
CARACTERISTICAS DAS BARRAS
1 1 0 2 0 1 359.500 1.0000
2 2 0 3 0 1 359.500 1.0000
3 3 0 4 0 1 359.500 1.0000
4 4 0 5 0 1 359.500 1.0000
===========================================================================
PROPRIEDADES DAS BARRAS
===========================================================================
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DO CARREGAMENTO: CARR1 ( PORTICO: VS1 (19 X 60) )
---------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE CARGAS EM BARRAS
---------------------------------------------------------------------------
ESTATISTICA DOS DADOS DO CARREGAMENTO
---------------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------
I FIM DA CONSISTENCIA DE DADOS DO CARREGAMENTO I
I I
I ACONTECERAM: 0 ERROS E 0 ADVERTENCIAS I
------------------------------------------------
===========================================================================
CARREGAMENTO: CARR1 (PORTICO: VS1 (19 X 60) )
===========================================================================
===========================================================================
DESLOCAMENTOS NODAIS
===========================================================================
ESFORCOS NAS EXTREMIDADES DAS BARRAS
===========================================================================
RESULTANTES NODAIS
NO RESULT X RESULT Y MOMENTO
===========================================================================
1 .000 67.983 -1374.769
2 .000 .000 .000
3 .000 211.312 .000
4 .000 .000 .000
5 .000 67.983 1374.771
SOMATORIO DAS REACOES SEGUNDO O EIXO Y........................ 347.277
SOMATORIO DAS FORCAS ATUANTES SEGUNDO O EIXO Y................ -347.277
ERRO PERCENTUAL .............................................. .0000088 %
===========================================================================
ESFORCOS AO LONGO DAS BARRAS