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TECNOLOGIA MECÂNICA

Integridade Superficial

Prof. Dr. Ramsés Otto Cunha Lima


TECNOLOGIA MECÂNICA
Integridade superficial

TÓPICOS DE AULA

• Introdução;

• Rugosidade e parâmetros para a quantificação da rugosidade;

• Cálculo da rugosidade nos processos de torneamento e fresamento;

• Efeitos de alguns parâmetros de usinagem na rugosidade;

• Medição da rugosidade;

• Alterações subsuperficiais;

• Avaliação da integridade superficial;

• Influência dos parâmetros e da operação de usinagem sobre a integridade


superficial.
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INTRODUÇÃO

• Termo que denota as condições das superfícies usinadas, descrevendo


suas qualidades.

• Diversos fatores podem influenciar a condição final de uma superfície:


 Deformação plástica;
 Ruptura;
 Recuperação elástica;
 Geração de calor;
 Vibração;
 Tensões residuais;
 Reações químicas.

• Engloba também outras características da superfície em serviço, e de


camadas abaixo desta.

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INTRODUÇÃO

• Classificação de alterações em superfícies usinadas:

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INTRODUÇÃO

• Acabamento de superfície usinada é a combinação de vários fatores que


podem ser divididos em rugosidade, ondulações e falhas;

• Exigência de acabamento deve estar prevista em projeto;

• Fatores a serem considerados na determinação do acabamento superficial:


 Grau de acoplamento entre componentes;
 Coef. de atrito, desgaste e lubrificação;
 Resistência à fadiga e à corrosão;
 Resistividade elétrica e térmica de contato;
 Procesamento posterior (pintura);
 Aparência;
 Custo.

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INTRODUÇÃO

• Rugosidade Superficial:
 São irregularidades finas ou erros microgeométricos resultantes da
ação inerente do processo de corte (marcas de avanço, APC, desgaste,
etc.);
 Em muitos casos usada como parâmetro de saída para controlar
processo de usinagem;
 Parâmetro especificado de acordo com a aplicação da superfície
usinada.

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INTRODUÇÃO

• Ondulações:
 Consistem de irregularidades superficiais ou erros geométricos cujos
espaçamentos são maiores que as irregularidades consideradas como
rugosidades.

 Pode ser causado por vibrações e deflexões da ferramenta e/ou peça,


devido a forças de corte, temperaturas de corte ou erros de fixação da
peça ou ferramenta.

 Peças longas e finas são mais sensíveis à forças elásticas e dinâmicas


(ondulações mais pronunciadas).

 Por outro lado, peças grandes (grandes seções transversais), são


rígidas e as alturas das ondulações são pequenas.

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INTRODUÇÃO

• Falhas:
 São interrupções na topografia típica
da superfície de um componente;

 São não-intencionais, inesperadas e


indesejáveis;

 Podem ser causados por defeitos


inerentes, tais como: inclusões,
trincas, bolhas, ou podem surgir,
também, durante o processo de
corte.

Elementos do acabamento superficial:


a) Rugosidade superficial;
b) Ondulações;
c) Marcas de avanço;
d) Falhas.

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RUGOSIDADE

• Exemplo: Rugosidade e ondulações:


 Perfil tridimensional de superfície em aço temperado (62 HRC)
torneada sob condição de desbaste (f = 0,25 mm/ver, re = 1,6 mm).

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PARÂMETROS PARA A QUANTIFICAÇÃO DA RUGOSIDADE

• Peça examinada em termos macrogeométricos e microgeométricos;

• Parâmetros de Amplitude:
 são determinados “apenas” por alturas dos picos, profundidades dos
vales ou os dois, sem considerar o espaçamento entre as
irregularidades ao longo da superfície.

• Parâmetros de Espaço:
 são determinados “apenas” pelo espaçamento do desvio do perfil ao
longo da superfície.

• Parâmetros Híbridos:
 são determinados pela combinação dos parâmetros de amplitude e
espaço.

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PARÂMETROS PARA A QUANTIFICAÇÃO DA RUGOSIDADE

• Principais parâmetros empregados na quantificação da rugosidade (ABNT


NBR ISSO 4287, 2002);

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PARÂMETROS PARA A QUANTIFICAÇÃO DA RUGOSIDADE

• Representação gráfica dos parâmetros Ra e Rt;

(lr): comprimento de amostragem; (ln): comprimento de avaliação.

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PARÂMETROS PARA A QUANTIFICAÇÃO DA RUGOSIDADE

• Parâmetro Ra é o mais utilizado na indústria para controle de processos;

• Vantagens:

 Alterações no seu valor = alterações no processo (desgaste da


ferramenta);

 Disponível nos elementos mais simples;

 Estável, não influenciado por efeitos ocasionais.

• Desvantagens:

 Isoladamente, não representa bem características importantes da


superfície;

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PARÂMETROS PARA A QUANTIFICAÇÃO DA RUGOSIDADE

• Exemplos de superfícies diferentes que apresentam o mesmo valor para o


parâmetro Ra:

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PARÂMETROS PARA A QUANTIFICAÇÃO DA RUGOSIDADE

• Parâmetro Rq:
 Amplia valores dos picos e vales, podendo evidenciar defeitos ou
marcas em superfícies acabadas (desvio padrão da distribuição de
alturas do perfil);

• Parâmetro Rsk (skewness):


 Assimetria do perfil. Indica se as irregularidades são, na maioria, picos
ou vales;

• Parâmetro Rku (kurtosis):


 Achatamento do perfil. Se distribuição do perfi for gaussiana
balanceada, Rku ≈ 3; Superfície acidentada, Rku < 3; Superfície com
muitos picos, Rku > 3;

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PARÂMETROS PARA A QUANTIFICAÇÃO DA RUGOSIDADE

• Comparação entre duas superfícies com diferentes valores de skewness:


 a) Rsk positivo;

 b) Rsk negativo.

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CÁLCULO DA RUGOSIDADE NO PROCESSO DE TORNEAMENTO

• Para avanço (f) menor do que o raio de ponta (rε):

f2 f2 f2
Ra   Rt 
18 3 .re 31,2.re 8.re

• Para o caso em que a ferramenta não tenha raio de ponta (rε), ou se este é
muito pequeno:

f f
Ra  Rt 
4(tan s  cot e ) tan s  cot e

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CÁLCULO DA RUGOSIDADE NO PROCESSO DE TORNEAMENTO

• Para raio de ponta (rε) menor do que o avanço (f):

R t  (1  cos e )rn  f . sene  (2.f .rn . sen 3e  f 2 . sen 4e )1 / 2

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CÁLCULO DA RUGOSIDADE NO PROCESSO DE FRESAMENTO

• Para operação de fresamento tangencial:

fz2
Ra 
18 3 .R

f z2
Rt 
8.R

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CÁLCULO DA RUGOSIDADE NO PROCESSO DE FRESAMENTO

• Para operação de fresamento frontal:

2
f 
re  re2   z 
2
Ra 
2

fz
Rt 
tan C  cot D

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EFEITO DE ALGUNS PARÂMETROS DE USINAGEM NA RUGOSIDADE

• Marcas de avanço:
 Quando a ferramenta é nova, existe pouco contato entre as superfícies,
não ocorre vibração e não há formação de APC, rugosidade é formada,
teoricamente, pelas marcas de avanço deixadas na peça pela
ferramenta;

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EFEITO DE ALGUNS PARÂMETROS DE USINAGEM NA RUGOSIDADE

• Quanto à geometria da ferramenta e da peça, rigidez da máquina-ferramenta,


material da peça e da ferramenta e condições de corte, em geral a rugosidade
é menor quando:
 Flexões geradas por esforços de usinagem ou vibrações são
pequenas;
 Ponta da ferramenta possui raio de arredondamento;
 Ferramenta e peça estão corretamente alinhadas e centradas;
 Material da peça é puro, livre de defeitos (trincas, bolhas, inclusões);
 Eixo principal da maquina-ferramenta corretamente alinhado e guias
sem desgaste;
 Aresta de corte sem desgastes ou quebras;
 Corte ocorre sem APC.

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EFEITO DE ALGUNS PARÂMETROS DE USINAGEM NA RUGOSIDADE

• Fluxo lateral:
 Durante a ação da ferramenta, partes do material à frente desta são
comprimidas pela superfície de folga. Uma porção desse material se
recupera elasticamente e outra sofre deformação plástica em direção
perpendicular ao movimento da ferramenta sem, no entanto, se separar
da peça;
 Perfil usinado a) sem fluxo lateral; b) com fluxo lateral.

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EFEITO DE ALGUNS PARÂMETROS DE USINAGEM NA RUGOSIDADE

• Características desejáveis da máquina-ferramenta:

 Potência suficiente para manter a velocidade e avanço previstos;

 Resiliência suficiente para evitar flexões;

 Rigidez e amortecimento contra vibrações;

 Possuir base (fundação) adequada para minimizar vibrações e sua


transmissão para outras máquinas.

 Exatidão na fabricação dos seus componentes de forma a reduzir ao


mínimo o desalinhamento;

 Meios adequados para suportar rigidamente a peça e a ferramenta.

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EFEITO DE ALGUNS PARÂMETROS DE USINAGEM NA RUGOSIDADE

• Composição química, dureza, microestrutura e consistência metalúrgica do


material da peça melhoram o acabamento da seguinte forma:

 Composição química desfavorável ao aparecimento de APC;

 Alta dureza e baixa ductilidade;

 Granulação fina e alta dos microconstituintes;

 Consistência das propriedades ao longo de toda a seção transversal.

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MEDIÇÃO DA RUGOSIDADE

• A medição com o rugosímetro pode ser feita com ou sem (dispersão de


radiação infravermelha) contato entre apalpador e a peça.

• Perfil real e o detectado pelo apalpador do rugosímetro:

Efeito de uma reentrância na


medição da rugosidade.

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AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE SUPERFICIAL

• Conjunto mínimo de dados obtidos por ensaios destrutivos e não


destrutivos:
 Textura superficial.
 Macroestrutura:
 Macrotrincas;
 Macroataque.
 Microestrutura:
 Microtrincas;
 Deformação plástica;
 Ataque intergranular;
 Protusões e depressões;
 APC;
 Camadas fundidas e redepositadas;
 Ataque seletivo.
 Microdureza.

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