Você está na página 1de 27

RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Introdução
Na retificação, a superfície de corte do rebolo deve ser
mantida em condição de permitir as maiores taxas de
remoção de material possíveis, e garantir um acabamento
superficial satisfatório. Durante o uso do rebolo sua
eficiência vai diminuindo, devido ao desgaste e fratura dos
grãos abrasivos. A dressagem é um processo utilizado
para reavivar a aresta de corte do rebolo. A dressagem
pode apresentar duas situações diferentes: o “truing” e a
dressagem propriamente dita.

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Dressagem é o nome que se dá a reconstituição da camada


superior do rebolo. Existem vários tipos de dressagem,
sendo o mais comum realizado com uma ponta de diamante.
O processo ocorre com se o rebolo fosse a Peça e o
dressador fosse a ferramenta em um processo de
TORNEAMENTO. Assim o rebolo gira e o dressador de
diamante se desloca avançando no sentido axial do eixo
retirando uma camada superficial do rebolo. Com a
Dressagem, gumes novos afiados dos grãos do rebolo são
colocados em utilização.
Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

É a preparação do rebolo através da usinagem da face


de trabalho deste com um ferramenta (DRESSADOR)

A DRESSAGEM tem três finalidades:

•Obtenção de concentricidade da face de trabalho com o eixo


de rotação;

•Perfilamento da face de trabalho com a operação de forma;

•Arracamento de grãos abrasivos gastos para melhorar a


agressividade da face de trabalho.
Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Existem dois tipos de DRESSADORES:

Dressadores ESTÁTICOS: não se movimentam da direção da


Velocidade tangencial do rebolo durante a afiação;

Dressadores ROTATIVOS: estes dressadores sem


movimentam no sentido axial (translação) e ao mesmo
tempo giram quando em contato com o rebolo.

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Estáticos

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Estáticos
Para atender as necessidades das operações existem três
tipos de ferramentas

Igel: É utilizado em dressagens retas,


frontais e laterais, de rebolos de
granulações grossas e médias. São
muito robustos e permitem grandes
avanços. É também muito utilizado em
dressagem manual.

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Estáticos
Prodress: É utilizado em dressagens
retas com granulações médias e
extremamente finas. Com pouca
pressão de trabalho, consegue-se em
rebolos de pequena porosidade, perfis
com cantos bem vivos, e ângulos
agudos. São os preferidos nas
retificações finas, como em flancos de
roscas e retíficas de perfil, bem como
em máquinas retificadoras de
ferramentas.
Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Estáticos
Fliese: Devido a sua geometria e
pequena área de contato, consegue-se
resultados melhores do que o com o
uso de diamantes ponta única. É muito
utilizado em retificadoras angulares,
substituindo na maioria dos casos,
caros diamantes lapidados de perfil,
usados para perfilar um único rebolo,
ou em jogos. Pode ser adaptado em
qualquer máquina ou dispositivo, por
meio de um suporte adequado.
Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Rotativos
Os dressadores rotativos, normalmente denominados de
rolos dressadores, têm sua superfície recoberta com grãos
de diamante natural. Na dressagem, o rolo gira em torno
de seu próprio eixo, e retifica o rebolo. Proporcionam alto
rendimento e uniformidade no processo, e são utilizados
geralmente em máquinas de precisão com boa rigidez.

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Rotativos
As vantagens na utilização de dressadores rotativos em
comparação com os dressadores estáticos são:
• O corte do rebolo é feito por muitos diamantes, o que proporciona vida
longa ao rolo dressador.
• O perfil do rebolo é dressado em mergulho o que reduz drasticamente
os tempos de dressagem, melhorando a produtividade.
• A uniformidade do processo é maior, minimizando variações entre
dressagens.
• Menor freqüência de troca do dressador.
• Redução do custo de dressagem por peça.
• Melhor solução para dressagem em linhas de produção em série.
Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Tipos de DRESSAGENS Rotativas


A dressagem rotativa pode ser de vários tipos:

• Dressagem em mergulho.

• Dressagem transversal, para retificações internas e


externas.

• Dressagem de perfil.

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Tipos de DRESSAGENS Rotativas


Dressagem em mergulho

A dressagem em mergulho utiliza um rolo


dressador com o mesmo perfil da peça-obra
que será retificada pelo rebolo. No
momento da dressagem, o rolo “mergulha’’
na direção do rebolo, copiando o perfil do
rolo no rebolo. Este tipo de dressagem
proporciona algumas vantagens:
• Ciclo de dressagem rápido, mesmo nos
casos de perfis complexos.
• Proporciona uma dressagem mais
uniforme, com baixíssima variação
geométrica e dimensional.
Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Tipos de DRESSAGENS Rotativas


Dressagem transversal EXTERNA

A dressagem transversal externa é feita por discos com


diamantes no diâmetro externo, que se deslocam
transversalmente e radialmente na operação de dressagem

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Tipos de DRESSAGENS Rotativas


Dressagem transversal externa - Observações

São preferencialmente utilizados na substituição de


dressadores estáticos, por permitirem um tempo de
dressagem menor e avanços maiores de dressagem.

A qualidade no processo se torna mais constante, devido ao


desgaste reduzido do dressador. É um processo de
dressagem limitada, pois só é possível dressar perfis retos
no rebolo com este tipo de rolo.

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Tipos de DRESSAGENS Rotativas


Dressagem transversal INTERNA

É utilizado para garantir uma dressagem perfeita em


rebolos de retificação interna.

Atualmente está substituindo os dressadores convencionais


ponta única por um pequeno dressador tipo copo reto.

Com estas ferramentas, consegue-se reduzir o custo de


dressagem e garantir a estabilidade da operação, quanto ao
acabamento superficial como também as tolerâncias
dimensionais e geométricas. Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Tipos de DRESSAGENS Rotativas


Dressagem transversal INTERNA

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Tipos de DRESSAGENS Rotativas


Dressagem de perfil

É realizada por discos dressadores que possuem um perfil


de ponta em sua periferia, onde estão os diamantes. Estes
discos deslocam-se graças aos comandos das máquinas
CNC, e dressam o rebolo com o perfil desejado de acordo
com o programa definido. São fabricados em diversos tipos
de ligas, dependendo dos parâmetros operacionais. É uma
ferramenta de dressagem bastante flexível, justamente
pela possibilidade de dressagem de diversos perfis.
Entretanto, o tempo de dressagem é maior, se comparado
ao sistema de dressagem em mergulho.
Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Tipos de DRESSAGENS Rotativas


Dressagem de perfil

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Correção macrogeométrica Correção microgeométrica

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Desgaste do REBOLO X Perda de afiação (AGRESSIVIDADE)

1. Desgaste é a quantidade de rebolo consumida durante um


determinado ciclo ou operação de retificação;

2. Perda de afiação (ou agressividade) é decorrente do


arredondamento das arestas cortantes ou do entupimento
das porosidades com cavacos.

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Mecanismo de DESGASTE de um REBOLO tem três situações


distintas: atrito, fratura do grão e desprendimento do grão.

Atrito – análogo ao sofrido pelo desgaste do grafite sobre o


papel é insignificante em termos de VOLUME mas tem grande
influência no comportamento do grão durante a usinagem;

Condição ideal: no transcorrer da usinagem os grãos vão se


desgastando, o rebolo vai perdendo agressividade, a força de
corte aumenta (nestes graõs) provocando o desprendimento
destes e dando lugar a novos grãos afiados. Entretanto,
casualmente é observado que o aumento das forças não
provoca o arrancamento dos grãos sendo necessária a
operação de dressagem.
Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

MACRO e MICRO efeito da DRESSAGEM

A dressagem de um rebolo leva em consideração a


profundidade de dressagem “ad” e o passo de dressagem “sd”.
Entretanto, o MACRO e MICRO Efeito da dressagem devem ser
levados em consideração.

O Macro efeito de dressagem leva em consideração o formato


do Dressador e das condições de dressagem.

O Micro efeito é causado pela fratura das partículas dos grãos


Onde novas arestas de corte são criadas pelo dressador.
Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Esquema da DRESSAGEM

bdr – largura real de atuação


do dressador;
bd – largura de atuação do
dressador;
rp - Raio de ponta do
dressador;
Wt – ondulação teórica (macro
efeito);
Sd – passo de dressagem;
ad – profundidade de
dressagem;
asd – área de dressagem.

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Tipos de DRESSAGEM

Dressagem FINA “ad” e “sd” são pequenos:

Partículas muito pequenas são removidas e ou fraturadas;

Os grãos torna-se menos agressivos;

Não ocorre o MACRO efeito;

Predomina a ação do MICRO efeito

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Tipos de DRESSAGEM

Dressagem GROSSA “ad” e “sd” são grandes:

Provoca um superfície mais AGRESSIVA;

Ocorrem os dois efeitos MICRO e MACRO;

Dessa forma, o REBOLO fica duplamente agressivo;

Aumenta a capacidade de remoção de material.

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão


RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Macro efeito -TEÓRICO

Wt = Sd²/8.rp
Grau de RECOBRIMENTO
Parâmetro que engloba todas as condições de dressagem, sendo
portanto, um excelente caracterizador das condições de afiação do
REBOLO.

Ud = bd/Sd
Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão
RETIFICAÇÃO DRESSAGEM

Wt = ad/Ud²

Prof. Dr. Lincoln Cardoso Brandão

Você também pode gostar