Você está na página 1de 62

U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA


PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

GESTÃO PARTICIPATIVA E
PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Impressão
e
Editoração

0800 283 8380


www.ucamprominas.com.br
2

APRESENTAÇÃO

Caros profissionais, bem-vindos à Disciplina “GESTÃO PARTICIPATIVA E


PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO”. A partir de agora você tem em seu poder um
material de pesquisa imprescindível para servir de apoio em meio a tantas
mudanças neste terceiro milênio.

Nesta apostila há um debate e troca de ideias de autores que discutem a


atualidade do contexto da gestão participativa, bem como a importância da adoção
de um planejamento estratégico voltado para as questões orçamentárias.

Sendo assim, foi necessário um estudo sistemático do assunto com o objetivo


de contextualizar sobre o fenômeno da globalização, pois vivemos em um mundo
globalizado e competitivo que pressiona cada vez mais os administradores dos
Órgãos e Instituições Públicas e da iniciativa privada. Essa pressão se manifesta de
maneira expressiva e em ritmo acelerado imposto pelos mercados e pelos fluxos de
investimentos mundiais, principalmente para a Administração Pública de países em
desenvolvimento como o Brasil, que basearam sua política financeira na
necessidade constante desses ingressos de capitais e por uma política neoliberal.

Percebe-se, a cada dia, a necessidade de acompanhamento das demais


mudanças que vêm ocorrendo nas organizações públicas de forma a dar suporte e
consistência aos processos decisórios das ações nas esferas públicas. Assim, nota-
se que é preciso oferecer condições para a concretização de uma gestão
participativa das pessoas, descentralização de poder, porém integrada e
compartilhada.

Dessa forma, a gestão participativa na tomada de decisões se mostra uma


emergência e um paradigma de gestão a ser seguido neste milênio, pois se
compreende que é necessária a participação de vários segmentos da sociedade
para decidirem o que é prioridade e o que é secundário em um determinado
município. Além disso, é preciso que a comunidade local saiba decidir sobre as
alocações do governo, bem como reconhecer quais são os gastos, custos e
investimentos de uma instituição pública.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
3

Deve-se ainda levar em consideração a importância de um planejamento


orçamentário, uma vez que estamos presenciando a Lei da responsabilidade fiscal
que veio ao encontro das necessidades do povo, para que, cada gestor, saiba fazer
o uso correto do dinheiro do povo, transformando-o em ações necessárias à
população. Levando em consideração que o plano de governo deve estabelecer
metas a serem cumpridas dentro de um determinado tempo e com os recursos
disponíveis.

Outra vertente que aparece cada vez mais evidente e preocupante em muitos
contextos é a questão do desenvolvimento sustentável, pois quando se fala em
gestão participativa, há de se considerar, portanto, o meio ambiente.

Por fim, é necessário o compromisso e a participação de todo cidadão para


acompanhar, monitorar todas as ações políticas, tendo em vista a sua participação
direta e efetiva na tomada de decisão.

Bons estudos e muita participação!

Profa . Ms. Rosana Cristina Ferreira Silva

“Você tem o poder de mudar qualquer coisa, porque


é quem escolhe seus pensamentos e vivencia seus
sentimentos. Você cria seu próprio universo à
medida que avança”.

Winston Churchill

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
4

SUMÁRIO

UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 5


UNIDADE 2 - POLÍTICA .................................................................................................................................... 8
UNIDADE 3 - CIDADES E MEIO AMBIENTE .............................................................................................. 53
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 60

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
5

UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO

Sobre a Gestão participativa, o planejamento orçamentário e a crise da


função do Município, Estado e União, e de suas formas de atuação, bem como da
ineficácia das políticas públicas voltadas para uma gestão participativa em
detrimento do planejamento urbano, existem muitas reflexões.

Todos esses aspectos vêm fomentando propostas de reformas


administrativas que buscam dar novos formatos ao aparato público e às suas ações.
Nesse sentido, a presente apostila deriva de relatórios oficiais, documentos de
ordem pública e de uma vasta referência que tem como objetivo analisar as
premissas que fundamentam a necessidade de uma gestão participativa e a
importância de um planejamento orçamentário.

O processo de democratização na América Latina teve início ao longo dos


anos 90, evidenciando a ampliação da participação social por meio de canais
alternativos, os quais vieram disputar e articular exigências políticas representadas
pelas instituições formais mediadas pelos partidos políticos.

Aliado a esta tendência, também pôde ser notado o fortalecimento de


instâncias deliberativas em esfera local inferindo que os cidadãos precisam ser
atores ativos e decisivos no processo decisório em diversas áreas da administração
pública.

Dessa forma é preciso levar em consideração a interação entre os conceitos e


processos que interessam a esta temática com o intuito de buscar, em experiências
concretas, indícios sobre a operacionalização da gestão pública, bem como seu
planejamento orçamentário.

Este estudo parte de uma discussão inicial sobre vários paradigmas, como
exemplo, a questão da reforma do Estado, situando-o no conjunto de propostas que
enfatizam a dimensão política do processo.

Desta forma são apresentadas definições, conceitos e considerações sobre


descentralização, participação, planejamento orçamentário, entre outros que são

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
6

inerentes ao tema tratado. Esta apostila busca explicitar a inter-relação e a interação


existente entre os conceitos citados e os seus respectivos processos.

Um ponto relevante é que o planejamento pode ser dividido em três etapas:


elaboração, implantação e avaliação. De um modo geral, a etapa de elaboração é
aquela que propõe os problemas mais importantes, isto é, questões estratégicas; a
etapa de implantação é aquele que visa solucionar os problemas; e a etapa de
avaliação é aquela que tenta garantir que as soluções dos problemas sejam de fato
implantadas.

Um outro ponto importante está relacionado com essas três etapas do


planejamento: os problemas não são difíceis de serem elaborados; as soluções dos
problemas não são fáceis de serem encontradas; e é muito difícil garantir que as
soluções dos problemas sejam de fato implantadas.

Diante de tal perspectiva, os graus de dificuldade apontados nas etapas de


implantação e avaliação do planejamento, ou seja, soluções dos problemas e
implantação dessas soluções, fez surgir o interesse de vários segmentos da
sociedade em reivindicar alternativas para superá-los. Para fundamentar essa
proposição, é necessário também aprofundar este estudo em outros elementos
teóricos, tão importantes quanto àqueles supracitados, como: Gestão Organizacional
Estratégica e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável, uma vez que, a
questão do crescimento sustentável deve ser contemplada em todos os processos
públicos que visam ao crescimento, ou seja, todos os municípios precisam definir
metas de desenvolvimento tendo em vista a sustentabilidade como foco central.

Esses últimos fatores citados são fundamentais para se pensar em gestão


participativa e planejamento orçamentário, outro aspecto observado é que as
instituições públicas são consideradas empresas que precisam ser administradas
com competência e eficiência, sobretudo, alicerçadas em teorias administrativas de
ordem produtiva e gerencial. Assim, pode-se, portanto, ressaltar a importância de se
fazer um elo de ligação entre todos os conceitos abordados nesta apostila.

Dessa maneira vale ressaltar que a gestão organizacional é a base para um


planejamento e deve estar de acordo com a teoria da administração. O segundo e
terceiro elementos, arranjo institucional e espaço local, são conceitos adjacentes a

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
7

partir da teoria do planejamento do desenvolvimento sustentável que, por sua vez,


subsidia o quarto elemento, dimensões de sustentabilidade. A relação desses
elementos é importante para entender o assunto como um todo, pois não basta
entender as partes, mas sim o conjunto delas.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
8

UNIDADE 2 - POLÍTICA

Faz-se necessária uma sistematização e um levantamento etimológico e


teórico entre os diversos significados e origem das palavras. É interessante refletir
que nem sempre o real sentido da palavra acontece verdadeiramente na prática.

Assim vale salientar que se torna imprescindível uma leitura crítica e uma
visão de mundo ampliada para compreender a teoria e a prática das relações e
processos que estão engendradas no contexto das políticas.

Há de se fazer uma reflexão dos elementos fundamentais que constituem


este trabalho, tendo como o primeiro elemento a palavra política. Segundo Chauí
(2000), a origem deste vocábulo é grego - ta politika, vinda de polis.

De acordo com essa etimologia, Polis era a Cidade, que por sua vez é
entendida como uma comunidade organizada, formada pelos cidadãos – politikos –,
isto é, pelos homens nascidos no solo da Cidade, livres e iguais, portadores de dois
direitos inquestionáveis:

 a isonomia – igualdade perante a lei;

 a isegoria – o direito de expor e discutir em público opiniões sobre ações que


a Cidade deve ou não deve realizar.

Como se pode perceber, o primeiro sentido de ta politika refere-se aos


negócios públicos dirigidos pelos cidadãos, pessoas comuns, como os costumes,
leis, erário público, organização da defesa e da guerra, administração dos serviços
públicos - abertura de ruas, estradas e portos, construção de templos e fortificações,
obras de irrigação, entre outras ações; e das atividades econômicas da Cidade
como a moeda, os impostos e tributos, tratados comerciais, e muitos outros tipos de
negócio.

A tradução latina de polis é Civitas, ou seja, é a Cidade como ente público e


coletivo. Segundo Chauí (2000) a palavra Res publica é a tradução latina para ta

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
9

politika, com o sentido de ser os negócios públicos dirigidos pelo populus romanus,
isto é, os patrícios ou cidadãos livres e iguais, nascidos no solo de Roma.

Sendo assim, entende-se portanto que, Polis e civitas correspondem ao


vocabulário político moderno, o próprio Estado, isto é, o conjunto das instituições
públicas – leis, erário público, serviços públicos – e sua administração é feita pelos
membros da Cidade.

Segundo Chauí (2000), no tocante à expressão Ta politika e res publica,


essas correspondem ao que designa por práticas políticas, referindo-se ao modo de
participação no poder, aos conflitos e acordos em tomada de decisões e na
definição das leis e de sua aplicação, no reconhecimento dos direitos e das
obrigações dos membros da comunidade política e às decisões concernentes ao
erário ou fundo público, em outras palavras, trata-se fundamentalmente do poder da
participação do povo em tomadas de decisões.

E, segundo o Dicionário Aurélio (1986), tem-se:

Política - s.f. Ciência do governo dos povos. / Direção de um Estado e


determinação das formas de sua organização. / Conjunto dos negócios de
Estado, maneira de os conduzir. / Fig. Maneira hábil de agir; astúcia;
civilidade. // Ciência política, ramo das ciências sociais que trata do governo
e da organização dos Estados.

Portanto pode-se dizer que os gregos e romanos inventaram a política, e que


os dicionários trazem o seu sentido, mas isso não significa que antes deles não
existiam o poder e a autoridade, mas sim que inventaram o poder e a autoridade
políticos, propriamente ditos.

Pode-se compreender a origem greco-romana de política através do


vocabulário usado em política:

 Democracia;

 Aristocracia;

 Oligarquia;

 Tirania;

 Despotismo;

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
10

 Anarquia;

 Monarquia.

Todas essas são palavras gregas que designam regimes políticos, república,
império, poder, cidade, ditadura, senado, povo, sociedade, pacto, consenso; são
palavras latinas que designam regimes políticos, agentes políticos, formas de ação
política e participação.

Entretanto, pode-se usar a palavra política ainda em vários outros sentidos,


como “política universitária”, “política da escola”, “política do hospital”, “política da
empresa”, “política sindical”, entre outras.

Nesse sentido, segundo Chauí (2000), essas expressões não se encontram a


referência ao governo, nem à profissionais da política, pois “Política universitária” e
“política da escola” referem-se à maneira como uma instituição de ensino – pública
ou privada – define sua direção e o modo de participação ou não de professores e
estudantes em sua gestão, como modo que os recursos serão empregados ao
currículo, às formas de avaliação dos alunos e professores, ao tipo de pessoa que
será recebida como estudante e como docente, à carreira dos docentes, salários, e,
se a instituição for privada, ao custo das mensalidades, remuneração de professores
e matrículas.

No caso específico do governo e da administração, usa-se “política” para


referir a uma atividade que exige formas organizadas de gestão institucional. Em
outras situações, como gestão e organização de instituições, usa-se “política” para
referir ao fato de que organizar e gerir uma instituição envolve questões de poder,
em outras palavras, política é uma forma de poder.

Desse modo, pode-se concluir que Política diz respeito a tudo quanto envolva
relações de poder ou a tudo quanto envolva organização e administração de grupos,
participação, povo e gestão.

Para melhor compreensão, é imprescindível conhecer também a polissemia


da palavra Pública, pode-se dizer, de acordo com o Dicionário etimológico, que
"Público: adj. relativo, pertencente ou destinado ao povo, à coletividade”.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
11

Palavra de origem latina publicus, a sua formulação dos conceitos parte da


definição do dicionário, isto é, a partir de um critério gramatical, mas não se obtém
uma diferença clara entre os termos.

O que se percebe nesse caso é uma preocupação fundada na origem da


palavra. Enquanto se enfatiza que público é a ação de propagar, vinculando o
substantivo ao verbo, público está mais próximo de tudo que se refere ao povo, à
participação, para o povo.

A implementação de Políticas Públicas quer uma disseminação do


conhecimento, quer inclusivas, com a garantia de acesso das pessoas aos recursos
de motivação para a participação, demandam não só o investimento adequado,
demandam a existência de pessoal habilitado a lidar com tais ferramentas para que
tais ações possam ser concebidas realmente como públicas.

Assim a política pública refere-se, portanto, à ação dos governantes que


detêm a autoridade e o poder para dirigir a coletividade organizada, bem como às
ações da coletividade em apoio ou contrárias à autoridade governamental.

2.1 - Gestão

Segundo o Dicionário Aurélio (2007), o termo Gestão vem do latim gestione


que designa o ato de gerir, de gerenciar e de administrar. Ainda, de origem latina,
gerir, isto é, gerere, significa “trazer”, “produzir”, “executar” e “administrar”. Desse
modo, pode-se dizer que gestão pressupõe ter gerência sobre, saber administrar,
saber dirigir alguma organização ou algum projeto, reger, gerenciar.

Assim, pode-se dizer que gestão é a mobilização do talento humano


coletivamente organizado, de forma a agregar diversidades e diferenças. Ao pensar
em gestão, o homem busca eliminar qualquer tipo de exclusão.

A gestão precisa ser vista dentro das organizações em uma perspectiva


democrática, na qual cada gestor tenha competência para:

Saber gerir as pessoas das organizações;

 Gerir os conhecimentos;

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
12

 Gerir ideias suas e dos colegas de equipe;

 Gerenciar a organização,

 Gerir as perspectivas da organização como um todo.

Assim, de acordo com alguns conceitos, temos para Alarcão (2003) que,
“Gerir ideias e perspectivas é estar estimulando o pensamento reflexivo, pois o
gestor é o timoneiro na viagem da aprendizagem em direção ao conhecimento”. E,
para Gurgel (2003), “Ser um gestor é possibilitar utopias, sonhos e não serem
reprodutivistas de modelos convenientes de discursos ideológicos”

Quanto ao termo “Estratégia”, trata-se de uma palavra de origem grega


strategía e vem da área militar, em que estratégia quer dizer, em linguagem dos dias
atuais, "aquilo que o general sabe fazer", ou seja, vencer os inimigos numa batalha.

Segundo o Dicionário Aurélio (2007), trata-se da arte militar de planejar e


executar movimentos e operações de tropas, navios e/ou aviões, visando a alcançar
ou manter posições relativas e potenciais bélicos favoráveis à futuras ações táticas
sobre determinados objetivos. É a arte militar de escolher onde, quando e com que
travar um combate ou batalha; é a arte de aplicar os meios disponíveis com vista à
consecução de objetivos específicos; e é também, a arte de explorar condições
favoráveis com o fim de alcançar as metas.

Diante do exposto etimológico dos termos, pode-se salientar que com a


evolução dos tempos, as palavras tomaram outras proporções e significados,
abrangendo outras áreas do conhecimento.

O fato é que todas elas almejam o sucesso, um posicionamento de mercado


com um diferencial competitivo, evitando assim uma derrota no mercado. Sob essa
ótica, entende-se que o significado de estratégia tem sido aplicado na administração
das organizações como uma ferramenta de preocupação que leva o profissional a
pensar em outras dimensões e em novas características da estratégia.

O significado de ter uma preocupação por parte do profissional e/ou da


organização, trata-se de uma visão do futuro ou uma perspectiva estratégica de um

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
13

determinado projeto. Desse modo, acredita-se que há uma necessidade, portanto,


da junção de uma boa gestão e de uma ótima estratégia.

Sendo assim, de acordo com Rosini (2003) uma Gestão Estratégica implica:

 Ter uma visão do futuro, ou seja, buscar uma transformação e reconhecer


que os objetivos e as metas estratégicas são mutáveis;

 Ser comprometido e envolvido com a organização;

 Ter conhecimento e prática. Buscar teorizar, fazer planos ou criar modelos,


depois avaliar, julgar os resultados que a empresa produziu e replanejar;

 Não se limitar ao presente e a momentos de ausência de turbulência


mercadológica, é preciso buscar e ampliar o horizonte temporal, pois o futuro das
organizações é incerto;

 Preocupar-se com a vida útil dos produtos, com a qualidade dos serviços e
mercados da empresa. Vale dizer que o ciclo de vida de muitos produtos e serviços
está encurtando cada vez mais, sendo assim, não é possível deixar de revê-los e
modificá-los sempre;

 Repensar a estrutura organizacional e os processos administrativos para


identificar as necessidades das organizações e traçar o perfil do administrador
requerido para ocupar postos na média e alta gerência, bem como em posições de
assessoramento.

De acordo com Vasconcellos (2002), diante de tantas mudanças cada vez


mais aceleradas, o mercado precisa buscar profissionais com:

 ampla base de conhecimentos de instrumentos de gestão;

 larga informação sobre a dinâmica do mercado internacional;

 capacidade empreendedora;

 sensibilidade mercadológica;

 capacidade de desenvolver conhecimentos, competências, habilidades e


atitudes que atendam a essas expectativas.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
14

Uma gestão estratégica, segundo Vasconcellos (2002), pode ser formada a


partir de vários contextos:

 Um conjunto de valores essenciais ao negócio, compartilhados com todos os


funcionários da organização, de forma clara, simples e objetiva;

 Uma visão de futuro – o que a empresa deseja ser;

 Os objetivos a serem conquistados – escolher as metas para cada estratégia;

 Um sistema de indicadores de desempenho, com um gerenciamento


adequado.

A gestão estratégica não deve ficar restrita na empresa, para dar certo, como
instrumento de sucesso, ela deve alcançar não apenas os clientes e funcionários,
mas também, os fornecedores e acionistas da empresa. Dessa maneira, Hansen diz
que:

A estratégia competitiva precisa orientar a estratégia do conhecimento. Os


executivos devem ser capazes de explicar por que os clientes compram
serviços ou produtos de determinada empresa e não os do concorrente.
Que valor os clientes esperam da empresa? Como os conhecimentos da
empresa agregam valor para os clientes? Se a empresa não tiver respostas
claras para essas perguntas, ela não deve tentar escolher uma estratégia
porque seria fácil fazer uma opção errada. (HANSEN et al, 2001, p. 78).

Neste sentido, o ato de gerenciar, administrar, coordenar ou gerir uma


organização necessita da aplicação de técnicas, conhecimentos e habilidades para
garantir que a organização tenha sucesso e escolha as estratégias certas, eficazes e
eficientes.

Outro fator que merece a atenção é a diferença entre eficaz e eficiente, a


primeira refere-se àquilo que produz o efeito desejado, que dá bom resultado, que
age com eficiência, é fazer as coisas certas, produzir alternativas criativas, obter
resultados e consequentemente, aumentar os lucros. Já o termo eficiência é é fazer
as coisas bem feitas, resolver problemas, cumprir com seu dever, reduzir custos, é a
ação, virtude ou força de produzir um efeito que é a própria eficácia.

Portanto, para gerenciar uma organização é preciso de pessoas com este


perfil: trabalhe com eficiência e utilize estratégias eficazes, pois uma organização
Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
15

empresarial envolve muitas etapas de planejamento, execução, avaliação e


atividades de controle para reajustamentos.

Dessa forma a organização pode alcançar o sucesso, desde que ela esteja
unida, saiba com clareza a sua missão, o que quer, aonde quer chegar e, sobretudo,
quais objetivos pretende atingir.

2.2 Gestão Participativa

Segundo Rudá (2002), o conceito de controle social indica a participação da


sociedade civil na elaboração, acompanhamento e verificação, ou monitoramento,
das ações de gestão pública. Isso, na prática, significa que é preciso ter uma
definição das diretrizes a serem seguidas, significa a realização de um diagnóstico
da situação com o intuito de indicar as prioridades de tomada de decisão, definir
programas e ações, avaliar os objetivos, processos e resultados obtidos. Desse
modo, é possível perceber que a concepção de gestão participativa é uma gestão
pública, do povo.

Este conceito, segundo Rudá (2002), chegou ao Brasil através da


promulgação da Constituição Federal de 1988, que introduziu elementos e diretrizes
de democracia participativa, incorporando a participação da comunidade na gestão
de políticas públicas.

Segundo Almeida (2007), a análise das experiências de governo, pautadas no


discurso da gestão participativa, mostra que há diferentes formas de se viabilizar
esse discurso. Pouco a pouco, o modelo de gestão participativa é incorporado pelos
partidos políticos presentes na arena política nacional, mas cada um cria algum tipo
de especificidade em relação a esse modelo, embora todos os partidos políticos
fazem propaganda sobre a sua gestão sendo esta participativa, pelo menos em tese.

Segundo Rudá (2002), para que haja uma gestão participativa, é preciso que
haja, portanto, a participação de toda a sociedade, partidos políticos, associações,
conselhos, entre outros.

Rudá (2002) salienta que, para as pessoas com pouco conhecimento sobre a
gestão participativa, existem alguns portais de ministérios do Governo Federal que

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
16

oferecem cursos a distância para conselheiros, pois é preciso conhecer o processo


de funcionamento sobre o controle social e o que se trata da participação da
sociedade. É necessário saber que para acontecer uma gestão participativa é
preciso de uma reorganização, como:

 Universalização e prestação de serviços públicos;

 Descentralização das políticas públicas;

 Gestão democrática e participativa;

 Controle interno, externo e controle social;

 Monitoramento de políticas públicas – definição de metas, elaboração de


indicadores de avaliação, metodologia de investigação, elaboração de balanços de
monitoramento;

 Mecanismo de controle, tais como, conselhos e gerentes sociais, balanço e


observatório social.

No entanto, de acordo com Almeida (2007), é preciso ressaltar que foi


definida uma obrigatoriedade tendo o orçamento participativo como mecanismo de
elaboração de orçamentos municipais. Por outro lado, essa obrigatoriedade trata-se
de uma polêmica jurídica de problemas de interpretação do Estatuto da Cidade, Lei
10.257, criada em de julho de 2001, que regulamenta os artigos 182 e 183 da
Constituição Federal.

Esse documento estabelece diretrizes de política urbana e em seu artigo 4º


desta lei, inciso II, destaca-se como instrumento de planejamento municipal a gestão
orçamentária participativa.

A gestão das políticas nos velhos moldes trata-se de um retrocesso do


processo democrático, sendo assim, faz-se uma necessidade de ressaltar que é
fundamental o reconhecimento dos espaços de participação e de controle social que
a Constituição Federal/88 determina.

Um problema que atrapalha o processo de gestão participativa, segundo


Almeida (2007, p. 386) pode ser:

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
17

A falta de vontade política de muitos prefeitos, isto é, falta vontade de abrir o


governo para a participação social, para os conselhos, falta de espaços
para o povo na tomada de decisões, falta de incentivo para participação
efetiva dos diferentes segmentos da sociedade civil organizada.

Segundo Almeida (2007), a capacidade de um governante implementar ações


depende do respaldo que ele tem, principalmente, no Legislativo (Congresso,
Assembléias Estaduais e Câmara de Vereadores). Assim, o apoio político que o
gestor é capaz de sustentar no plano legislativo é fundamental para a concretização
de tomada de decisões. É preciso ter uma forte base de apoio político nas instâncias
decisórias, principalmente na Câmara de Vereadores e dos conselhos.

Em relação aos conselhos, para Almeida (2007), vale ressaltar que essas
esferas participativas, colegiadas e paritárias, instalam-se no âmbito do Poder
Executivo, mas não há regulamentação nacional para que também se instalem no
interior do Poder Legislativo.

Os conselhos são necessários, mas vale registrar que todos têm que elenca-
se com a lei maior, a Constituição Federal/88 e outras leis federais como o Estatuto
da Criança e Adolescente – ECA, que completa em 2008 a sua maioridade (18
anos); a Lei Orgânica da Saúde e Lei Orgânica da Assistência Social.

Esses segmentos, de acordo com Rudá (2002), corroboram para a gestão


participativa e são mecanismos de gestão direta das políticas públicas pelo cidadão.
Assim, há muitas possibilidades de uma efetiva gestão participativa, mas é preciso
repensar as seguintes questões:

 Criar o “mandato legislativo itinerante”, que visite semanalmente os bairros e


comunidades do município. As seções da Câmara poderiam ser nas ruas, em lugar
aberto, como uma assembléia. Isso aproximaria o vereador do eleitor, que é quem
paga o salário dele para fazer o que ele deseja;

 Criar as “tribunas livres”, nas seções da Câmara, onde os eleitores pudessem


ter um tempo para falar o que pensam (e não apenas os vereadores);

 Criar uma Comissão Legislativa de Participação, assim como Assembléia


Legislativa de Minas Gerais e na Câmara Federal. Dessa maneira, alguns eleitores

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
18

podem apresentar propostas de lei e, se aprovadas nesta comissão, entram em


votação como se fosse mais um vereador;

 Criar comissões técnicas com representantes da sociedade civil, como


Comissão Permanente de Jovens, Comissão Permanente de Mulheres, Comissão
Permanente de Portadores de Deficiência e assim por diante. Essas comissões
poderiam ter representantes da sociedade que se reuniriam um dia antes das
seções da Câmara Municipal para elaborarem propostas para os vereadores, como
se fossem equipes de apoio;

 Criar balanços sociais anuais, avaliando publicamente se as condições


sociais do município estão melhorando, como o analfabetismo, a saúde, a educação,
entre outros. Esses balanços poderiam ser grandes, seminários ou congressos
municipais, envolvendo todos cidadãos, promovidos pelos vereadores.

Dessa forma, para Almeida:

As lideranças comunitárias exercem um papel importante ao longo das


gestões. Os líderes comunitários hoje são "agentes", na medida em que são
eles que organizam a comunidade de forma a atender os objetivos dos
prefeitos. Eles confiam na capacidade de governar deles e, de alguma
forma, estão cooperando e compartilhando para que haja uma boa
administração. Eles se apresentam como os principais atores incorporados
ao contexto da governança. (ALMEIDA, 2007, p. 375).

Segundo Almeida (2006), dentre os vários mecanismos de participação


popular ou gestão participativa, o Orçamento Participativo destaca-se entre todos,
uma vez que traz à população várias possibilidades e a oportunidade de discutir e
decidir como serão alocados os recursos públicos municipais.

O mesmo autor, citado anteriormente, diz que esse reconhecido e importante


instrumento de democracia participativa tem sido fundamental no processo das
práticas democráticas em inúmeras cidades do Brasil e do Mundo. Trata-se da
possibilidade de superação dos limites da democracia representativa através da
deliberação popular e da afirmação do direito à participação política, garantido,
primeiramente na Constituição Federal, e por outras leis como a Lei Orgânica do
Município e o Estatuto das Cidades, assim:

Ao estabelecer canais intermediários entre associações e organizações


representativas dos interesses dos cidadãos e as instituições clássicas do

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
19

sistema representativo, os municípios têm contribuído para diminuir o hiato


entre instituições políticas e sociedade. Todavia, os estímulos à criação de
espaços participativos apresentam alguns limites no que tange a produzir,
nas realidades locais, instituições que correspondam de fato às intenções
participativas da legislação. (ALMEIDA, 2006, p. 101).

No entanto, para o sucesso da gestão participativa, é preciso reestruturar


alguns segmentos e princípios, e partir desses princípios pode-se desenvolver com
eficiência o processo do OP – orçamento participativo.

Neste sentido, os critérios de distribuição dos recursos decididos no OP


devem garantir a priorização de investimento público em áreas mais carentes,
populosas e com maior participação nas assembléias. Todavia, o desafio é
incentivar a participação para além das questões orçamentárias. Integrando as
discussões do OP com o Plano Plurianual, a Agenda 21, e o Plano Diretor. Só
assim, é possível constituir nos municípios um mecanismo inovador de planejamento
participativo.

Para tal realização, os municípios devem reorganizar ou até mesmo estruturar


a sua autorregulação, a sua esfera cidadã, a universalidade, a autonomia e
voluntariedade da participação, a co-gestão das políticas públicas, inclusão social e
os segmentos sociais vulneráveis, a cidadania ativa, e as assembléias territoriais, da
seguinte maneira:

 Autorregulamentação: é fundamental que sejam dispostos mecanismos que


propiciem à população condições de participação na própria etapa de planejamento
e elaboração do conjunto de normas que regulamentam o processo do OP para a
plena consolidação de um Orçamento Participativo, que considere as contradições e
permanentes mudanças advindas da dinâmica social. Isso permite que o processo
seja modificado e aprimorado a cada ano, pelos próprios participantes. Será tarefa
do Conselho do Orçamento Participativo, instância em que apenas os
representantes diretamente eleitos pela população possuem direito a voto, definir o
regimento interno do OP.

 Universalidade, autonomia e voluntariedade da participação: O direito a


participação é de todos e independe de credo religioso, idade, orientação sexual,
etnia, e filiação partidária. Por isso, o OP será um espaço em que qualquer cidadão

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
20

poderá, de forma autônoma e voluntária, discutir e decidir os rumos dos recursos


públicos municipais.

 Formação cidadã: Afora os ganhos na esfera da transparência e eficiência


administrativa, o OP demonstra ter um papel fundamental no desenvolvimento do
aprendizado coletivo sobre problemas que envolvem a cidade e sobre formas
associativas de influir na construção de políticas públicas. Essa dimensão
pedagógica inovadora aponta que a prática do OP é, em si, formativa. Contudo,
visando qualificar a participação, possibilitar o acesso às informações sobre o
funcionamento da máquina pública, e fortalecer o poder popular, faz-se necessário a
implantação de uma política permanente de formação dos participantes.

 Inclusão social e os segmentos sociais vulneráveis: Ao estruturar políticas


de ações afirmativas dos segmentos sociais vulneráveis, é importante analisar o
contexto sociopolítico, buscando identificar quais são os grupos que tem menor
acessibilidade ou voz no espaço público. Sendo assim, é necessário que haja
políticas que viabilizem sua maior representatividade dentro da sociedade. O OP de
Fortaleza trabalhará nesse sentido e buscará incentivar e fortalecer a participação
de pessoas vinculadas a seis grupos sociais – Crianças e Adolescentes; Jovens;
Mulheres; Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros, Portadores de deficiência
física; Negros e Idosos.

 Co-gestão das políticas pública: o OP deve combinar a democracia


representativa com a democracia direta, fortalecendo a gestão pública e o exercício
da cidadania. Trata-se de ampliar os canais de diálogo entre população e governo, e
inverter, através da cumplicidade e colaboração, a lógica de gestão das políticas
públicas.

 Controle social: através do OP a população deve encontrar mecanismos


para acompanhar e fiscalizar a ação do governo. Nesse sentido, é muito importante
que o OP facilite o acesso às informações sobre a execução orçamentária municipal
e instrumentalize os participantes para que eles possam exercer plenamente o
controle sobre os gastos públicos, contribuindo com uma maior transparência nas
ações do governo municipal.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
21

 Cidadania ativa: Cidadania pode ser definida, resumidamente, como o


estado pleno de autonomia, quer dizer, saber escolher, poder escolher e efetivar as
escolhas. Assim, através da participação o cidadão encontra a possibilidade do
exercício pleno de seus direitos.

 Assembléias territoriais: realizando reuniões regionais e nos bairros,


podemos contribuir com o fortalecimento dos vínculos do cidadão com sua região e
incentivar a dinâmica de articulação dos laços sociais. Dessa forma, o OP se
constitui, também, como um mecanismo de ampliação do espaço público e inverte a
lógica reducionista das políticas neoliberais.

2.2.1 O Processo Decisório na Gestão Participativa

Destaca-se que a atual ênfase do Governo Federal no planejamento


plurianual, fundamentado no decreto 2829/98 M.P.O. (Ministério do Planejamento e
Orçamento), justifica critérios de escolha acerca de projetos complexos e de longa
duração que envolvam distintos aspectos de natureza político, econômico, social e
ambiental.

A administração moderna oferece uma série de áreas específicas de


conhecimento. Faz-se mister aparecerem, então, especialistas dedicados a cada
uma dessas particularidades. É evidente que tal fenômeno ocorre atualmente em
todos os ramos da ciência, pois, antes de tudo, fazer ciência consiste na busca pela
resposta das perguntas e na formulação de outras tantas quanto forem necessárias.

Assim, surge a ideia de árvore de conhecimentos, que se expande na medida


em que se generaliza. Longo (1989), ressalta esse crescimento exponencial da
geração de conhecimentos científicos.

Percebe-se que, uma área que vem sendo partilhada por Administradores,
Engenheiros, Psicólogos, Políticos e Sociólogos, entre outros, é a chamada Teoria
da Decisão. Na história da gerência, nota-se que a primeira Escola de
Administração, decididamente interessada em estruturar uma decisão foi a Escola
Comportamental. Herbert Simon apresenta uma sequência de etapas do processo
decisório:

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
22

 Preparação da Situação;

 Análise e definição do problema;

 Definição dos objetivos;

 Procura de alternativas de solução;

 Avaliação e comparação dessas alternativas;

 Escolha da alternativa mais adequada;

 Implementação da alternativa escolhida.

Um grande número de decisões econômico-financeiras, nas relações


políticas, tem como base fundamental aspectos estritamente quantitativos,
traduzidos em valores monetários, distribuídos em fluxos de caixa periódicos e
devidamente descontados por taxas arbitrárias.

Não obstante, tais decisões deveriam ser fundamentadas em outros aspectos


qualitativos, que não menos importantes que os anteriores traduzem, o ambiente
nebuloso, que, via de regra, não é internalizado na análise. Tal circunstância pode
vir a se constituir em determinante fonte de fracasso ou de inconsistência de um
projeto a ser escolhido com base em critérios estritamente quantitativos.

Por fim, as decisões públicas também são considerados alvos de grande


destaque neste campo, pois, além de merecerem todos os tratamentos econômico-
financeiros, usualmente empregados, ainda, necessitam de uma análise dos
impactos sociais, ambientais e políticos de cada decisão. Nesse sentido, pode-se
perceber, ainda mais, a grande importância de se ter uma gestão participativa que
viabilize a melhor escolha das prioridades de cada município.

2.2.2 Descentralização

Em termos jurídicos, o conceito de descentralização implica necessariamente


a transferência ou delegação de poder, atribuições ou funções a uma pessoa jurídica
diversa, ou seja, implica uma repartição de competências entre entes distintos. Tal
situação poderia ser exemplificada pela transferência de competência da União e/ou
Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
23

estados para os municípios, ou ainda, da unidade central (administração direta) para


alguma Autarquia, Fundação ou Empresa (administração indireta).

Para Mello (2000), o conceito de descentralização representa a situação em


que há uma distribuição interna de competências. Isto é, a repartição de atribuições
ocorre no âmbito de apenas uma pessoa jurídica, o que pode ser percebido através
da delegação de poder e funções para unidades administrativas ou “braços” de uma
mesma organização.

O termo descentralização é utilizado, indiscriminadamente, em grande parte


da literatura relativa à reforma administrativa, no setor público. Nesse sentido, a
ideia de descentralização assume contornos semelhantes ao princípio da
regionalização, deixando de lado a questão relativa ao número de pessoas jurídicas
envolvidas e enfatizando a distribuição mais uniforme do Estado sobre o território de
sua jurisdição.

De acordo com Gremaud (2000), o processo de descentralização trata-se de


um desafio, pois há uma necessidade de tornar o aparato estatal cada vez mais
permeável ao interesse público, pela percepção dos seguintes benefícios listados:

 ponto de vista político: a descentralização permite a incorporação direta da


participação popular nas escolhas públicas, através da aproximação dos atores
sociais, proporciona um maior controle sobre a burocracia e uma melhor percepção
acerca da solução para os problemas de uma determinada comunidade;

 ponto de vista econômico: a descentralização proporciona o aumento da


eficiência alocativa, gerada pela maior facilidade de detecção das demandas em
virtude da maior proximidade entre governo e governados.

Assim, pode-se dizer que a questão da participação constitui um elemento


central dentro da estratégia de descentralização. Para Gremaud (2000), “Não
havendo participação, dificilmente os benefícios da descentralização seriam
alcançados”.

A associação da participação com a descentralização é capaz de produzir um


conjunto de mudanças que envolvem tanto o Estado quanto a sociedade. Por um

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
24

lado, os governos têm que procurar abrir canais de participação institucionalizados,


tornando-se mais transparentes e permeáveis ao cidadão.

Por outro lado, de acordo com Soares & Gondim (1998), a sociedade civil
deve se mobilizar e se organizar para fazer uso desses espaços de interlocução,
buscando configurar a agenda governamental a partir de suas demandas e
necessidades. A partir de tais esforços, seria possível perceber a introdução da
noção de parceria como condição para uma administração bem sucedida. Muitos
governos alcançam importantes ganhos de produtividade como o aperfeiçoamento
dos mecanismos de participação popular em seus programas estruturadores.

2.2.3 Participação

O conceito de participação e as formas de sua operacionalização constituem


temas polêmicos que dão abertura a posições muito divergentes. Além do conflito
ideológico presente, há uma coletânea de termos mal definidos.

De acordo com Teixeira (2001), a participação cidadã é como um processo


complexo e contraditório entre sociedade civil, Estado e mercado, em que os papéis
se redefinem pelo fortalecimento dessa sociedade civil mediante a atuação
organizada dos indivíduos, grupos e associações. Esse fortalecimento se dá, por um
lado, com a assunção de deveres e responsabilidades políticas específicas e, por
outro, com a criação e exercício de direitos. Implica também o controle social do
Estado e do mercado, segundo parâmetros definidos e negociados nos espaços
públicos pelos diversos atores sociais e políticos.

Cada vez mais, segundo Teixeira (2001), a participação cidadã tenta


contemplar dois elementos contraditórios presentes na atual dinâmica política.
Primeiro, o “fazer ou tomar parte”, no processo político-social, por indivíduos, grupos,
organizações que expressam interesses, identidades e valores que poderiam se
situar no campo do “particular”, mas atuando num espaço de heterogeneidade,
diversidade e pluralidade. Segundo, o elemento “cidadania”, no sentido “cívico”,
enfatizando as dimensões de universalidade, generalidade, igualdade de direitos,
responsabilidades e deveres. A dimensão cívica articula-se à ideia de deveres e
responsabilidades, à propensão, ao comportamento solidário, inclusive,
Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
25

relativamente àqueles que, pelas condições econômico-sociais, encontram-se


excluídos do exercício dos direitos, do “direito a ter direitos”.

A participação supõe uma relação de poder, não só por intermédio do Estado,


que a materializa, mas entre os próprios atores, exigindo determinados
procedimentos e comportamentos racionais. No que se refere a tais procedimentos,
vale lembrar a distinção existente entre mecanismos e canais de participação.

De acordo com Habermas (1995), enquanto os primeiros designam direitos e


possibilidades de interferência e/ou anuência do cidadão sobre os negócios
públicos, como pedidos de informação, fiscalização de contas e ações, recursos,
consultas, eleições, etc.; os canais de participação, em tese, representariam
verdadeiras esferas públicas, ou seja, espaços para debate, negociação e formação
de consenso.

Para Daniel (2002), a ideia de canais de participação remete a uma


pluralidade de espaços de co-gestão pública, envolvendo governo e sociedade civil
em iniciativas como conselhos setoriais, orçamento participativo, planejamento
estratégico participativo, conselhos de gestão de unidades (escolas, centros de
saúde, etc.), fóruns e audiências voltados a projetos específicos, dentre outros.

A discussão a respeito da incorporação da participação tem se intensificado


com o crescente reconhecimento do seu papel no processo democrático. De acordo
com Teixeira (2001), a participação pode ser percebida a partir de quatro
dimensões:

 A participação no processo de tomada de decisão: a questão fundamental


que se apresenta para a teoria política diz respeito a quem toma as decisões no
Estado e como isso acontece ao sujeito e ao processo decisório. Quanto ao sujeito,
trata-se de definir quem são os atores – elites tecnicamente preparadas e
selecionadas, via processo eleitoral ou cidadãos, de forma direta ou através de
mecanismo que permitam sua expressão e deliberação. Quanto ao processo,
verifica-se se a seleção implica apenas a escolha dos decisores, delegando a esses
total liberdade de ação, ou se é mais objetiva, envolvendo critérios e elementos de
decisão, com respectivos controles e possibilidade de revisá-los por parte do

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
26

cidadãos. A discussão teórica acerca dessas questões gera posicionamentos


bastante variados, o que define a participação como objeto realmente problemático.

 A dimensão educativa e integrativa do processo de participação: A


decisão não é o único aspecto a ser considerado no processo de participação,
sendo vital sua função pedagógica. A capacitação para a participação política é
gerada pela própria prática ou por outras experiências pessoais rotineiras em que se
adquirem habilidades e procedimentos democráticos. Além disso, a participação
desempenha o papel de integrar o indivíduo na sociedade, no sentido de
pertencimento. A participação passa a ser concebida como aquisição e extensão da
cidadania ativa com a inserção maciça dos indivíduos no processo político, mediante
a ampliação do sufrágio e, mais recentemente, a construção de novos direitos e a
luta pela superação de vários tipos de discriminação e desigualdades. Trata-se do
tipo de participação dos movimentos sociais, ONGs e grupos de cidadãos, capaz de
sedimentar um sentimento maior de identidade e de integração. Ou seja, a busca da
inclusão torna-se uma luta por direitos de cidadania, verificando-se um processo de
empowerment, de criação de forças, de valorização das diferenças, de
reconhecimento da própria organização, que leva à integração no conjunto da
sociedade.

 A participação como controle público: A participação é um instrumento de


controle do Estado pela sociedade, portanto, de controle público, ou seja, a
possibilidade de os cidadãos definirem critérios e parâmetros para orientar a ação
pública. Esse entendimento de controle público tem dois aspectos básicos – o
primeiro corresponde à prestação de contas conforme parâmetros estabelecidos
socialmente em espaços públicos próprios; o segundo, decorrente do primeiro,
consiste na responsabilização dos agentes políticos pelos atos praticados em nome
da sociedade, conforme os procedimentos estabelecidos nas leis e padrões éticos
vigentes. O controle público do Estado é um mecanismo de participação dos
cidadãos que, para ser efetivo, deve ter como alvos não apenas seus centros
periféricos, mas, sobretudo, aqueles que se destinam às decisões estratégicas e ao
próprio sistema econômico. Além disso, o exercício desse controle requer a
organização da sociedade civil, sua estruturação e capacitação para este fim, de
forma permanente, em múltiplos espaços públicos, antes e durante a implementação

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
27

das políticas, tendo como parâmetros não apenas variáveis técnicas, mas também
exigências de equidade social e aspectos normativos.

 A dimensão expressivo-simbólica da participação: Essa dimensão aborda


formas de participação que não se voltam para o institucional, embora suas ações
possam ter desdobramentos e impactos nesse âmbito. As demandas dirigem-se
geralmente ao Estado e ao poder dominante através do espaço público, no qual
diversos atores “aparecem”, fazem-se presentes, para serem vistos e ouvidos por
todos. Os mecanismo de participação utilizados para esse fim são específicos e
diversificados, muitos resultantes da criatividade e da não-submissão aos padrões
estabelecidos, indo de forma leves e lúdicas, como o abraço de milhares de pessoas
a um local que se quer preservar, às mais agressivas, como o fechamento de uma
rua, uma greve de fome, protestos, etc. A dimensão simbólico-expressiva da
participação, nem sempre considerada por aqueles atores sociais envolvidos em
ações micro, passa a exercer um papel importante para produzir impactos. Constitui-
se ainda em elemento significativo de identidade, pelo qual as especificidades e
diferenças de grupos sociais se tornam visíveis e reconhecidas para o conjunto da
sociedade.

Perceber a participação a partir dessas quatro dimensões do processo


democrático conduz à constatação de que ao mesmo tempo em que não se pode
negar seu papel no conjunto do processo decisório, também não se pode substituir
aqueles que recebem um mandato popular com responsabilidades de decidir e
implementar ações que respondam às necessidades do povo.

De acordo com Santos (2002), a participação cidadã contribui para melhorar a


qualidade das decisões mediante o debate público e a construção de alternativas, e
exigir a responsabilização dos gestores. Dessa forma, poderá construir uma
democracia participativa que compatibilize participação direta com significativa
representação do povo.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
28

2.4 Gestão Organizacional Estratégica

A gestão organizacional estratégica divide-se em duas ações técnicas: ação


intraorganizacional e ação extraorganizacional. Sendo que a ação
intraorganizacional trata dos critérios internos da organização (eficiência de
processos e eficácia de resultados), e a ação extraorganizacional lida com os
critérios externos da organização (efetividade para os beneficiados).

Sampaio (1999) aponta que dada a complexidade da gestão organizacional


estratégica, utilizam-se ferramentas de gestão administrativa que simplificam o seu
equacionamento e sua operacionalização, denominadas aqui gestão operacional.

As ferramentas de gestão operacional, diferentemente das metodologias de


organizacionais, trazem embutidas nos seus conceitos equações simples e de fácil
aplicação. Contudo, quando se afirma de fácil aplicação, não significa que elas
sejam aplicadas com frequência.

Entre as metodologias de gestão operacional, tratou-se da gerência por


projetos, gerência institucional e indicadores de efetividade. A gerência por projetos,
segundo Midler (1995), organiza as ações estratégicas para que elas se tornem
ainda mais passíveis de serem implementadas.

A gerência institucional, adaptando-se às ideias de Souto-Maior (1994) e


Bertrand (1995), tem a função de retroalimentar, de acordo com visão sistêmica,
todos os projetos estratégicos para que eles sejam realmente implementáveis. E os
indicadores de efetividade, conforme Kaplan e Norton (1997), ajudam organizar e
melhor dimensionar os seus resultados intraorganizacionais, relacionando-os com os
extraorganizacionais.

2.4.1 Etapa Gestão Organizacional Estratégica


A etapa gestão organizacional estratégica é a que operacionaliza
sistematicamente o modelo de gestão. Essa etapa apoia-se em estudos teóricos-
empíricos sobre a etapa de implementação de estratégias da metodologia de
planejamento e, principalmente, nas experiências realizadas pela Associação de
Profissionais que promovem o Planejamento Estratégico e Participativo (APEP).

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
29

A maioria dos autores e praticantes do planejamento estratégico, entre eles


Oliveira (1988), Bryson (1989) e Nutt&Backoff (1992), aceitam que ele contém três
fases distintas: (a) fase de delineamento de estratégias que incorpora as etapas
relacionadas às questões estratégicas, ações estratégicas e projetos estratégicos;
(b) fase de análise ambiental (ambiente externo e interno); e (c) fase de execução,
acompanhamento, controle e avaliação que envolve a etapa avaliação.

A etapa gestão organizacional estratégica compõe-se de 6 passos, assim


diferenciados:

 1º passo (questões estratégicas) – determina os problemas mais importantes


para a organização;

 2º passo (ambiente externo) – analisa as oportunidades e ameaças


ambientais;

 3º passo (ambiente interno) – analisa os pontos fortes e fracos


organizacionais. Através da análise ambiental (2º e 3º passos), confirma-se a
importância das questões estratégicas, que, ao mesmo tempo, subsidiam a
proposição de suas soluções.

 4º passo (ações estratégicas) – determina as ações que solucionam as


questões estratégicas.

 5º passo (projetos estratégicos) – consiste no agrupamento dessas ações em


projetos estratégicos.

 6º passo (gerência institucional) – acompanha, controla e avalia os projetos


estratégicos, isto é, ele retroalimenta todo o processo.

2.4.2 Etapa Arranjos Institucionais


Esta etapa surgiu do cruzamento entre os elementos espaço local e arranjos
institucionais. A etapa arranjos institucionais implica, segundo Dowbor (1987),
Tratemberg (1987) e Gondim (1994) na participação de todas as organizações que
representam as esferas da sociedade (Estado, mercado e sociedade civil), que, de
alguma forma, se interessam com o desenvolvimento de um local.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
30

Esses interesses organizacionais sobre o local viabilizam os recursos


necessários para implantar as ações que solucionam as questões estratégicas. Por
consequência, asseguram a capacidade de um determinado município (entendido
como um local) de adquirir um certo domínio sobre o seu desenvolvimento.

2.4.3 Etapa Indicadores de Efetividade


Esta etapa originou-se, também, do entrelaçamento de dois elementos:
espaço local e dimensões de sustentabilidade.

A etapa indicadores de efetividade, segundo adaptações de Kaplan e Norton


(1997), consiste em parametrizar a ação técnica intraorganizacional (eficiência de
processos e eficácia de resultados), ligada aos critérios internos organizacionais,
exercida na ação técnica extraorganizacional (efetividade para o local beneficiado),
mais ligada aos critérios externos organizacionais. Se os indicadores de efetividade
forem alcançados, pode-se apontar que a organização satisfaz os beneficiários de
um determinado local.

Verificou-se que esses critérios externos organizacionais podem ser balizados


pelas dimensões de sustentabilidade do desenvolvimento sustentável apontadas por
Sachs (1993). Propôs-se, então, um conjunto de medidas de atributos de
indicadores de efetividade, baseando-se nas dimensões sociais, econômicas,
ambientais, espaciais e culturais, para que a organização pudesse avaliar e
reorientar os seus esforços:

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
31

1
Arranjos
Institucionais

2 4 3
Questões Estratégicas

A A
m m
b b
i i
e 5 e
n Ações n
t Estratégicas t
e e

E I
x n
t t
e e
r 6 r
n Gerência por n
o Projetos o

7
Gerência
Institucional

8 Indicadores
de Efetividade

Figura 1 - Modelo Referencial de Gestão Organizacional Estratégica para o Desenvolvimento


Sustentável

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
32

 Etapa 1 – Arranjos Institucionais: é o conjunto de interrelações de


entidades e de normas legislativas que têm a finalidade de organizar (elaborar e
implementar) planos ou ações, cujos objetivos são de interesse público. Esta etapa
inicia-se pela determinação de uma organização líder que compõe o arranjo (Estado,
mercado e sociedade civil) de um determinado local;

 Etapa 2 – Ambiente Externo: é o ambiente que exerce influência sobre a


organização. As influências podem apresentar-se em forma de oportunidade ou de
ameaça à organização;

 Etapa 3 – Ambiente Interno: é o ambiente controlado pela organização.


Este controle pode ser caracterizado como um ponto forte ou fraco da organização;
As etapas 2 e 3 (Ambiente Externo e Ambiente Interno) compõem a análise
ambiental. A análise ambiental é incorporada na maioria das metodologias de gestão
organizacional, sobretudo, pela importância de se conhecer o ambiente
organizacional.

 Etapa 4 – Questões estratégicas: segundo Souto-Maior (1994), consiste no


levantamento dos problemas mais importantes para uma organização. Aqui,
subentende-se que um arranjo institucional pode ser considerado como uma
organização. Entretanto, se a organização não puder agir para solucionar esses
problemas, consequentemente, esses não poderão ser considerados como uma
questão estratégica, pelo menos para esta organização.

 Etapa 5 – Ações Estratégicas: é aquela que desenvolve as soluções viáveis


das questões estratégicas. Segundo Souto-Maior (1994), as ações estratégicas
surgem, num primeiro momento, geralmente, de técnicas do tipo brainstorming e
brainwriting que estimulam todas as soluções possíveis; para, então, num segundo
momento, depurá-las. Uma ação bem elaborada é aquela que pode ser implantada,
cuja responsabilidade de implementação deve ser atribuída a alguém de dentro da
organização ou do arranjo institucional, bem como os recursos têm que estar
orçados e disponíveis.

 Etapa 6 – Gerência por Projetos: ela emerge para melhor gerenciar


(eliminando ações redundantes e racionalizando recursos) a quantidade e a
variedade de ações estratégicas surgidas para solucionar as questões estratégicas.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
33

A gerência por projetos é uma ferramenta organizacional que se utiliza de uma


estrutura matricial para implantar e monitorar sistematicamente um conjunto de
ações estratégicas e seus respectivos responsáveis, ou seja, o projeto em si. Pela
complexidade dessa estrutura, os projetos são muito bem detalhados, conforme
ilustra o quadro a seguir:

Quadro 1 – Etapa Gerência por Projetos

A. Título G. Ações Facilitadoras


B. Objetivo G.1 Responsável
C. Justificativa G.2 Equipe de trabalho
D. Coordenador G.3 Prazos: início e término
E. Prazo total G.4 Recursos
F. Critério avaliador G.5 Critério avaliador
F.1 Meta G.5.1 Meta
F.2 Histórico da Meta H. Orçamento Total por Fonte de
Recursos
Nesta etapa, Gerência por Projetos, o passo que merece comentário é o
critério avaliador (ou critérios avaliadores), pois a partir dele, se julgará se o objetivo
do projeto foi atingido ou não. Já através da meta, quantifica ou qualifica o objetivo.

 Etapa 7 – Gerência Institucional: é um conjunto de ferramentas


operacionais que se utiliza de uma estrutura matricial para implantar e monitorar
sistematicamente um conjunto de projetos e seus respectivos coordenadores, ou
seja, o plano como um todo. A Política de Recompensa tem a finalidade de estimular
e motivar os coordenadores responsáveis e a equipe de trabalho dos projetos, de
modo que as metas possam ser viavelmente atingidas. Esta subetapa compõe-se de
4 elementos apresentados no quadro seguinte.

Quadro 2 – Política de Recompensa

1. Preparação 3. Pontuação
2. Metas 4. Recompensa

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
34

A preparação implanta a motivação como filosofia de trabalho na


organização, inclusive diagnosticando as variáveis motivacionais; as metas são
estabelecidas pelo projeto e pelas ações facilitadoras, oriundas da subetapa de
avaliação de performance; a pontuação é um sistema que classifica as ações
realizadas segundo os resultados alcançados; e a recompensa é a forma pela qual
a organização retribuirá os esforços despendidos no alcance dos resultados.

O Plano de Comunicação delineia e direciona as estratégias de comunicação


de uma organização, considerando as singularidades do comunicador, da
mensagem do comunicador, do canal de comunicação e do receptor. Esta subetapa
compõe-se de 5 elementos apresentados no quadro seguinte:

Quadro 3 – Plano de Comunicação

1. Instituição 4. Canais de comunicação


2. Opinião pública 5. Avaliação
3. Mensagem

A instituição identifica as estruturas de valores legais, éticos, sociais e de


negócios de uma organização; a opinião pública tem que ser considerada como o
mercado potencial de consumo da instituição; a mensagem é a informação que se
deseja transmitir para a opinião pública; os canais de comunicação são os meios
pelos quais uma instituição veicula as suas mensagens para a opinião pública; e a
avaliação é o processo contínuo que atualiza o plano de comunicação institucional.

 Etapa 8 – Indicadores de Efetividade: ela também constitui uma ferramenta


operacional que se utiliza de critérios de efetividade de uma organização para com o
seu público, isto é, verifica se a organização contribui para o bem-estar da
população, conforme ilustra o quadro a seguir.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
35

Quadro 4 – Etapa de Indicadores de Efetividade

A. Número C. Medidas D.Relação E. Fórmula


Comparativa
B. Indicadores C.1 Valor D.1 Valor
C.2 Medição D.2 Medição
C.3 Período D.3 Período
C.4 Fonte D.4 Fonte

Após estabelecidos pela própria organização, esses indicadores


parametrizam a eficiência dos seus processos, bem como a eficácia dos seus
resultados alcançados, como um processo de feedback organizacional.

As lideranças das organizações ou as pessoas líderes que iniciam os projetos


devem ocupar os papéis de animadores sociais, cuja função principal é oxigenar a
gestão dos arranjos institucionais, mesmo que tenha ocorrido algum favorecimento
para as organizações que lideraram os projetos, isto não pode descaracterizar um
arranjo institucional.

A gestão organizacional pode ser conduzida através de um planejamento, ou


de uma liderança organizacional, ou por pensamento estratégico, ou ainda pelas
combinações possíveis dessas metodologias. Constata-se também que o plano de
comunicação é uma etapa imprescindível para divulgar os projetos políticos.

2.5 Estatuto das cidades – lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001

O Estatuto das Cidades trata-se de regulamentar os artigos 182 e 183 da


Constituição Federal/88 que estabelece diretrizes gerais da política urbana. Essa lei
foi criada em 2001, sancionada pelo então Presidente da República Fernando
Henrique Cardoso. Esse documento possui ao todo 58 artigos, mas para atender às
proposições do presente estudo, apenas os capítulos I e II foram abordados para
melhor compreensão do tema em questão.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
36

CAPÍTULO I

DIRETRIZES GERAIS

Art. 1º - Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da


Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei.

Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade,
estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da
propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos
cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

Art. 2º - A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes
gerais:

I - garantia do direito à cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra


urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte
e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras
gerações;

II - gestão democrática por meio da participação da população e de associações


representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e
acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

III - cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da


sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;

IV - planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da


população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de
influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus
efeitos negativos sobre o meio ambiente;

V - oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos


adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;

VI - ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
37

b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;

c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em


relação à infraestrutura urbana;

d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como


pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente;

e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou


não utilização;

f) a deterioração das áreas urbanizadas;

g) a poluição e a degradação ambiental;

VII - integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em


vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de
influência;

VIII - adoção de padrões de produção e consumo, de bens e serviços, e de


expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e
econômica do Município e do território sob sua área de influência;

IX - justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de


urbanização;

X - adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos


gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os
investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes
segmentos sociais;

XI - recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a


valorização de imóveis urbanos;

XII - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do


patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;

XIII - audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos


processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos
potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto
ou a segurança da população;

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
38

XIV - regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de


baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e
ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da
população e as normas ambientais;

XV - simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das


normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta
dos lotes e unidades habitacionais;

XVI - isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de


empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o
interesse social.

Art. 3º Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana:

I - legislar sobre normas gerais de direito urbanístico;

II - legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito

Federal e os Municípios em relação à política urbana, tendo em vista o equilíbrio do


desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional;

III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito

Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e a melhoria das


condições habitacionais e de saneamento básico;

IV - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,


saneamento básico e transportes urbanos;

V - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de


desenvolvimento econômico e social.

CAPÍTULO II

DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA

Seção I

Dos instrumentos em geral

Art. 4º Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
39

I - planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de


desenvolvimento econômico e social;

II - planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e


microrregiões;

III - planejamento municipal, em especial:

a) plano diretor;

b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;

c) zoneamento ambiental;

d) plano plurianual;

e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;

f) gestão orçamentária participativa;

g) planos, programas e projetos setoriais;

h) planos de desenvolvimento econômico e social;

IV - institutos tributários e financeiros:

a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU;

b) contribuição de melhoria;

c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;

V - institutos jurídicos e políticos:

a) desapropriação;

c) limitações administrativas;

d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;

e) instituição de unidades de conservação;

f) instituição de zonas especiais de interesse social;

g) concessão de direito real de uso;

h) concessão de uso especial para fins de moradia;

i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
40

j) usucapião especial de imóvel urbano;

l) direito de superfície;

m) direito de preempção;

n) outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;

o) transferência do direito de construir;

p) operações urbanas consorciadas;

q) regularização fundiária;

r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais


menos favorecidos;

s) referendo popular e plebiscito;

VI - estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de

vizinhança (EIV).

§ 1º Os instrumentos mencionados neste artigo, regem-se pela legislação que lhes

é própria, observado o disposto nesta Lei.

§ 2º Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social,


desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública, com atuação
específica nessa área, a concessão de direito real de uso de imóveis públicos
poderá ser contratada coletivamente.

§ 3º Os instrumentos previstos neste artigo que demandam dispêndio de recursos


por parte do Poder Público municipal devem ser objeto de controle social, garantida
a participação de comunidades, movimentos e entidades da sociedade civil.

2.6 O Planejamento e Os Planos Orçamentários


No contexto atual da esfera econômica, o orçamento público assume grande
importância para o processo alocativo brasileiro. Tendo em vista a carga tributária
bruta, o Produto Interno Bruto (PIB), interessa saber como são aplicados os recursos
arrecadados pelos entes governamentais.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
41

O orçamento público sintetiza as escolhas efetuadas pelos agentes políticos e


que deveriam ser implementadas pelos agentes administrativos. Em que pese
tamanha relevância, há carência de trabalhos orçamentários com fundamentos
estatísticos, especialmente na área do controle. Tal carência prejudica a função de
planejamento e convergência das ações da sociedade brasileira, tanto
governamentais quanto privadas.

Assim, é preciso verificar que as prioridades orçamentárias estabelecidas


devem desdobrar-se em planejamento estatal e visão geral do sistema orçamentário
que é subdividido em:

 plano plurianual (PPA);

 lei de diretrizes orçamentárias (LDO);

 lei orçamentária anual (LOA);

 programação e execução orçamentárias;

 limitações;

 análise estatística.

2.6.1 Plano Plurianual – PPA

O plano plurianual – PPA – estabelece em esfera Federal, de forma


regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal
para as despesas de capital e outras delas decorrentes, assim como as relativas aos
programas de duração continuada, em períodos temporais equivalentes ao de um
mandato de Presidente da República (CF/1988, art. 165, § 1° e Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias – ADCT, art. 35, § 2º). Desse modo, percebe-se que o
PPA se vincula ao LOA:

Relativamente à lei do orçamento, as leis do plano plurianual – LPPA – e


das diretrizes orçamentárias – LDO – são superordenadoras, estando por
isso enquadradas no conceito de leis reforçadas. Apesar de incluírem-se
essas últimas também na categoria de leis ordinárias, não podem ser
derrogadas pela lei do orçamento, que lhes é posterior. Deve essa, ao
contrário, conformar-se aos ordenamentos e às disposições das anteriores,
na condição de meio instrumental para a consecução dos fins pretendidos
pela LPPA. Irrefutável, dessa forma, a vinculação do orçamento às leis do
plano plurianual e das diretrizes orçamentárias. (PONTES, 2003, p. 69-70).

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
42

A revisão do PPA é realizada anualmente, disponível em seu portal pela


Internet. Cada programa apresenta as principais realizações, os comentários e as
recomendações efetuadas pelo respectivo gerente. Constam, também, as
realizações físico-financeiras e os custos unitários estimados e realizados, até o
exercício, para cada ação em cada um dos programas.

Entre 2000 a 2003, o PPA recebeu o nome de Avança Brasil. O Poder


Executivo da União concedeu maior destaque a alguns programas, selecionados do
conjunto aprovado pelo Poder Legislativo a título de PPA. Pode-se dizer que o
Avança Brasil, embora tenha recebido até mesmo um portal específico, representa
um subconjunto do PPA.

O Programa Avança Brasil possui alguns PROGRAMAS ESTRATÉGICOS,


totalizando 50 objetivos, apresentaremos, aqui neste trabalho, apenas 28, como:

Toda criança na escola;

Escola de qualidade para todos;

Desenvolvimento do ensino médio;

Desenvolvimento da educação profissional;

Educação de jovens e adultos;

Saúde da família e da criança;

Valorização do idoso e da pessoa portadora de deficiência;

Esporte solidário;

Saneamento básico;

Erradicação do trabalho infantil;

Saneamento é vida;

Morar melhor;

Nosso bairro;

Carta de crédito;

Desenvolvimento de micro, pequenas e médias empresas;

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
43

Qualificação profissional do trabalhador;

Agricultura familiar – PRONAF;

Reforma agrária;

Energia para as populações rurais;

Desenvolvimento da infraestrutura turística no Nordeste – PRODETUR II;

Monumenta – preservação do patrimônio histórico;

Segurança e qualidade de alimentos;

Segurança pública;

transporte ferroviário urbano de passageiros;

Pantanal;

Parques do Brasil;

Prevenção e combate a queimadas, desmatamentos e incêndios florestais;

Sociedade da informação – Internet II.

Segundo Avança Brasil – Programas Estratégicos (2002), entre os vinte e oito


objetivos elencados, só três dizem respeito à área externa, e nenhum desses itens
consta como sendo estratégico, nem mesmo o que se refere à garantia da defesa
nacional como fator de consolidação da democracia e do desenvolvimento.

2.6.2 Lei De Diretrizes Orçamentárias – LDO

Segundo a Constituição Federal, art. 165, § 2º, a lei de diretrizes


orçamentárias – LDO – compreende as metas e prioridades da administração
pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orienta a elaboração da LOA, dispõe sobre as alterações na legislação
tributária e estabelece a política das agências financeiras oficiais de fomento.

De acordo com a Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 – Lei de


Responsabilidade Fiscal – LRF, art. 4º, integram o projeto de lei de diretrizes

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
44

orçamentárias o Anexo de Metas Fiscais, relativas aos limites de receitas e de


despesas, bem como o Anexo de Riscos Fiscais, que avalia os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas.

Conforme LRF, art. 1°, parágrafo único, o objeto da LRF é o estabelecimento


de normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal,
com base no capítulo de finanças públicas da CF/1988. A responsabilidade, na
gestão fiscal, pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem
riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas,
mediante o cumprimento de metas de resultados e a obediência a limites e
condições nas receitas e despesas.

Segundo Decreto-lei n° 200, de 25 fevereiro de 1967, art. 7°, o orçamento-


programa anual constitui um dos instrumentos básicos do planejamento, ao lado do
plano geral de governo, dos programas gerais, setoriais e regionais de duração
plurianual e da programação financeira de desembolso.

De acordo com a CF/1988, art. 174, caput, este planejamento é determinativo


para o setor público e indicativo para o privado. Assim, a LRF reafirmou o papel
abrangente e estruturador da LDO, em harmonia com a seguinte doutrina:

Efetivamente, da maneira como são estruturados os orçamentos brasilerios,


apenas a tramitação legislativa da proposta orçamentária anual tende a não
ensejar, ao legislador, o conhecimento da real situação das finanças do
Estado, pois essa visão-síntese é obscurecida pela atenção que é
concedida à programação detalhada que caracteriza as autorizações
orçamentárias, na forma de uma miríade de créditos e dotações. (...) Afora
manter caráter de orientação à elaboração da lei orçamentária anual, a LDO
progressivamente vem sendo utilizada como veículo de instruções e regras
a serem cumpridas na execução do orçamento. Essa ampliação das
finalidades da LDO tende a suprir a incapacidade, em face ao princípio da
exclusividade, de a lei orçamentária disciplinar temas que não sejam os
definidos pela Constituição Federal. (GIACOMONI, 2001, p.204).

A Lei n° 10.266, de 4 de julho de 2001 (LDO/2002, art. 3°) identifica as


categorias de programação utilizadas no projeto de lei orçamentária. Assim, o
gênero programa (solução dos problemas detectados) divide-se na espécie ação,
que pode consistir em atividade (manutenção da capacidade de a União fornecer
bens ou de prestar serviços), projetos (aumento da capacidade de a União fornecer
bens ou prestar serviços novos) ou operações especiais (sem efeito social direto).

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
45

As ações, por sua vez, desdobram-se em subespécies, conhecidas como subtítulos,


que indicam a localidade das metas físicas.

Subtítulos especificam a localização do bem fornecido ou do serviço prestado,


integral ou parcialmente, sem alterar a finalidade do gasto. Atividades, projetos ou
operações especiais correspondem às espécies de ações. Os programas, gênero,
aglutinam as ações e são mensurados por indicadores estabelecidos no PPA.

Conforme LRF, art. 9°, caput e II, na qualidade de norma ordenadora da


elaboração e da execução orçamentária, a LDO antecipa as soluções relativas aos
conflitos potenciais, decorrentes da implementação do planejado. Por exemplo, a
LDO fixa os critérios para restringir a limitação de empenho e de movimentação
financeira das despesas que não sejam consideradas obrigação constitucional ou
legal.

Assim, há que se diferenciar as despesas prioritárias das despesas


obrigatórias constitucionais e legais, das despesas preservadas de
contingenciamento pela LDO e das demais despesas. A LDO/2002, art. 2°, estipula
que as prioridades constantes do seu anexo “terão precedência na alocação de
recursos na lei orçamentária de 2002 e na sua execução, não se constituindo,
todavia, em limite à programação das despesas”. O mesmo artigo faculta ao Ministro
de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão incluir novas ações, ao rol das
ações obrigatórias, sem indicar a sua classificação programática:

§ 2° Acompanha esta Lei relação das ações que constituem despesas


obrigatórias de caráter continuado de ordem legal ou constitucional, nos
termos do art. 9°, § 2°, da Lei Complementar n° 101, de 2000, sendo
facultado ao Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão a inclusão de
novas ações.

A prerrogativa pressupõe a possibilidade de que se alterem as despesas


obrigatórias, no decorrer do exercício social. Em tese, a previsibilidade das
despesas obrigatórias ensejaria a utilização de padrões estáveis de classificação
orçamentária, afastando tal flexibilidade. Consulta efetuada junto ao Sistema e
Informação de Legislação – SILAB do Ministério competente, indica que o Ministro
não alterou as ações prioritárias.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
46

O Projeto da LDO/2002, oriundo do Poder Executivo, menciona apenas a


preferência de alocação dos recursos, sem referir à faculdade de o Ministro de
Estado incluir novas ações. O Anexo de Metas e Prioridades do Projeto contém
vários subtítulos, evidenciando que a vocação para o detalhamento das ações
federais, por localidade, aflige também o Poder Executivo e não apenas o Poder
Legislativo.

2.6.3 Lei Orçamentária Anual – LOA

A lei orçamentária anual abrange três espécies orçamentárias. O orçamento


fiscal, que se refere aos Poderes da União que abrange fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público. A Lei de Responsabilidade Fiscal criou a figura da empresa estatal
dependente, sujeita às regras fiscais. O orçamento de investimento das empresas
em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto, é denominado orçamento das estatais. O orçamento da seguridade
social inclui as ações de previdência, assistência social e saúde e engloba todas as
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Conforme a CF/1988, art.165, § 5°, sem ferir a unidade do planejamento


federal, a LOA compreende:

 o orçamento fiscal, referente aos Poderes, seus fundos, órgãos e entidades


da administração direta e indireta;

 o orçamento das empresas em que a União, direta ou indiretamente detenha


a maioria do capital votante (orçamento das estatais);

 o orçamento da seguridade social, abrangendo as entidades e órgãos


voltados para a previdência, a assistência e seguridade sociais (CF/1988, art. 194).

Ao lado das obrigações concernentes ao Estado, existem as provenientes das


promessas governamentais. Os governantes obtêm seus mandatos por meio da
apresentação de planos, agendas e compromissos. Esses compromissos vinculam
suas ações ao exercício do mandato. A contabilidade não tem se prestado para

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
47

manter memória das promessas e planos governamentais, em prejuízo do


acompanhamento da legitimidade da gestão das contas públicas.

2.7 Programação e Execução Orçamentárias

Os momentos orçamentários caracterizam-se por determinados eventos


críticos, sendo sete os momentos relativos ao processo orçamentário.

 Como momentos estáticos: aparecem o Projeto de Lei (Projeto ou PL), a


Lei Orçamentária (Lei), o Autorizado (Aut) e o Executado (Exe).

 De modo dinâmico: surgem as diferenças entre a Lei e o Projeto de Lei (Lei


– PL), o Autorizado e a Lei (Aut – Lei) e o Executado e o Autorizado (Exe – Aut).

Tais momentos são descritos em quatro indicadores: o somatório dos valores


integrantes da população; o número de observações; a média; o desvio-padrão ou a
variância.

Segundo CF/1988, art. 66, o Projeto reflete o pensamento do Órgão Central


de Planejamento e Orçamento da União, situado no âmbito do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, isto é, sujeito ao poder hierárquico do
Presidente da República. A Lei expressa a vontade do Congresso Nacional, uma vez
que os eventuais vetos presidenciais podem ser derrubados pela maioria absoluta
dos Deputados e Senadores.

De acordo com Fantin Júnior (2001), o Autorizado depende da iniciativa do


Poder Executivo e da vontade congressual para aprovar os créditos adicionais. O
Executado espelha o grosso volume de recursos administrados pelo Poder
Executivo, em comparação com os demais Poderes, e tangencia questionamentos
doutrinários acerca do caráter determinativo ou impositivo do orçamento público, em
contraste com o enfoque meramente autorizativo ou indicativo.

Mais do que a verificação desses momentos estáticos, interessa apurar a


passagem de um para o outro, ou seja, os momentos dinâmicos. A transição do
Projeto para a Lei cabe, principalmente, ao Congresso Nacional.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
48

Segundo CF/1988, art. 166, § 3°, a passagem da Lei para o Autorizado é de


responsabilidade conjunta, pois o Poder Executivo envia os projetos de créditos
adicionais e o Poder Legislativo os alteram, com algumas restrições ao poder de
emenda. A execução do Autorizado constitui atribuição precípua do Poder
Executivo, dada a preponderância de alocações sob sua responsabilidade.

A diferença entre o Projeto e a Lei pode ser atribuída ao Poder Legislativo, ao


passo que, as mudanças na Lei, no Autorizado e no Executado consistem nas
escolhas efetuadas pelo Poder Executivo. Em verdade, a indicação de prioridades,
por intermédio da LDO, configura uma tentativa de o Poder Legislativo reduzir o grau
de discricionariedade do Poder Executivo, tanto na reprogramação quanto na
execução orçamentária.

A manutenção das despesas obrigatórias de caráter constitucional e legal,


bem como daquelas não sujeitas ao contingenciamento, no grupo das despesas não
prioritárias. Essa limitação decorreu da ausência de indicação dos programas e das
ações correspondentes.

Dado o grau de subjetividade envolvido na eventual seleção das ações


obrigatórias, fica evidente a necessidade de especificar a programação utilizada. Tal
encaminhamento afigura-se razoável, em face da previsibilidade dessas ações, com
inegável melhoria da transparência das contas públicas, uma vez que se facultaria o
acompanhamento e o controle das determinações expressas pela LDO/2002, da
seguinte forma:

Art. 67. Caso seja necessária a limitação do empenho das dotações


orçamentárias e da movimentação financeira para atingir a meta de resultado
primário prevista no art. 18 desta Lei, conforme determinado pelo art. 9º da Lei
Complementar no 101, de 2000, será fixado, separadamente, percentual de limitação
para o conjunto de "projetos", "atividades" e "operações especiais", calculado de
forma proporcional à participação dos Poderes e do Ministério Público da União no
total das dotações iniciais constantes da lei orçamentária de 2002, em cada um dos
citados conjuntos, excluídas:

I – as despesas que constituem obrigação constitucional ou legal de


execução, conforme anexo previsto no art. 2º, § 2º, desta Lei;

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
49

II – as dotações constantes da proposta orçamentária, desde que a nova


estimativa de receita, demonstrada no relatório de que trata o § 3º deste artigo, seja
igual ou superior àquela estimada na proposta orçamentária, destinadas às:

a) despesas com ações vinculadas às funções saúde, educação e assistência


social, não incluídas no inciso I; e

b) "atividades" dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da


União. (...).(

§ 3º O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional, no mesmo


prazo previsto no § 1º deste artigo, relatório que será apreciado pela Comissão Mista
de que trata o art. 166, § 1º, da Constituição, contendo: (...).

III – a justificação das alterações de despesas obrigatórias e as providências


quanto à alteração da respectiva dotação orçamentária; (...).

Em tese, por serem obrigatórias e previsíveis, tais despesas poderiam


aumentar a média das despesas não prioritárias, principalmente no momento
dinâmico da diferença entre Executado e Autorizado. Mas sua previsibilidade,
assegurada na Constituição em leis federais, tenderia a afastar a necessidade de
reprogramações, diminuindo a média dos momentos dinâmicos Lei-PL e Aut-Lei.

2.8 Classificações Orçamentárias

2.8.1 Classificação Institucional

Segundo a Secretaria de Orçamento Federal (2002, p. 2), o sistema


orçamentário federal elaborou o projeto de lei orçamentária anual para 2003,
contemplando 412 unidades orçamentárias, agregadas em 37 órgãos orçamentários.
A estrutura administrativa do Ministério da Defesa encontra-se descrita no Decreto
nº 3.466, de 17.05.2000, bem como no Sistema de Informações Organizacionais do
Governo Federal (SIORG), mantido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
50

A classificação orçamentária institucional destoa da classificação


administrativa. Essa diferença pode trazer dificuldades no maior detalhamento das
responsabilidades e atribuições de gastos, principalmente pela existência de fundos
contábeis administrados pelos Comandos e pelo Ministério.

Vale examinar a adequação da orientação estratégica para a Defesa Nacional


ao sistema orçamentário. Para tanto, utilizam-se as classificações institucional e
funcional. A classificação institucional relaciona os órgãos da administração central e
as entidades com personalidade jurídica própria em unidades orçamentárias. Os
órgãos e as unidades orçamentárias são acompanhados de códigos de
identificação.

2.8.2 Classificação funcional

A classificação funcional compreende tanto o rol de funções – maior nível de


agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público – quanto
ao de subfunções – partição das funções que identifica a natureza básica das ações
vinculadas aos programas.

Consta no manual de Política da Defesa Nacional da Presidência da


República serem objetivos da Defesa Nacional:

 a garantia da soberania, com a preservação da integridade territorial, do


patrimônio e dos interesses nacionais;

 a garantia do Estado de Direito e das instituições democráticas;

 a preservação da coesão e da unidade da Nação;

 a salvaguarda das pessoas, dos bens e dos recursos brasileiros ou sob


jurisdição brasileira;

 a consecução e a manutenção dos interesses brasileiros no exterior;

 a projeção do Brasil no concerto das nações e sua maior inserção no


processo decisório internacional;

 a contribuição para a manutenção da paz e da segurança internacionais. As


subfunções relacionam os gastos em grandes áreas de responsabilidade – estáticas

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
51

no tempo, porquanto vinculadas às finalidades estatais – às ações programáticas,


redefinidas a cada orçamento anual, segundo a lógica do PPA.

A técnica orçamentária brasileira emprega a seguinte formulação:

A partir da ação [vinculada ao programa], classifica-se a despesa de


acordo com a especificidade de seu conteúdo e produto, em uma
subfunção, independente de sua relação institucional. Em seguida, será
feita a associação com a função, associação essa voltada à área de
atuação característica do órgão/unidade em que as despesas estão sendo
efetuadas. (SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL, 2002, p. 43-44).

A função Previdência engloba saúde, assistência e previdência social,


consoante a CF/1988, art. 194, caput. Assim, a função previdenciária vincula-se à
prestação de serviços efetuada pelas pessoas que trabalham ou trabalharam no
Ministério da Defesa.

Dessa maneira, as despesas não computadas na função Defesa Nacional


configuram a subestimação dos valores consignados ao maior nível de agregação
orçamentária, independentemente dos motivos para efetuar tal separação.

Existe no sistema orçamentário atual, uma associação típica entre as funções


e as subfunções. Ainda que a sua observância não seja obrigatória, é possível haver
ações e gastos de outros órgãos em Defesa Nacional, cuja falta de reconhecimento
deriva da formulação do sistema de informações orçamentárias.

Pode-se afirmar que, os sistemas orçamentários mostram-se dissonantes


com as orientações políticas, pelo menos no plano agregado, e podem sinalizar para
decisões administrativas distintas daquelas que seriam as mais adequadas. Mas é
possível que a divergência decorra da sistemática de registro e apuração do
orçamento.

De qualquer maneira, faz-se mister levar o assunto às autoridades


competentes. Os vínculos estabelecidos entre a função Defesa Nacional e a
organização Forças Armadas institucionalizam agências governamentais
especializadas, sem prejuízo da ação de outras entidades. Ainda assim, a julgar pela
representação orçamentária agregada, grande parte dos gastos efetuados por essa
Agência não reverteram para a função Defesa.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
52

2.8.3 Classificação econômica

A classificação econômica revela a natureza do gasto ou do bem obtido, bem


como o efeito econômico da despesa realizada.

Ainda sobre a classificação econômica, vale consignar a distribuição dos


elementos de despesa, isto é, segundo a Lei nº 4.320/1964, art. 15, § 1º, “o
desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios
de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins”.

Os gastos com pessoal alocados na função Defesa Nacional, no Ministério da


Defesa, abrange o pessoal ativo e desconsidera os compromissos de longo prazo,
correspondentes às questões previdenciárias, derivados da estrutura normativa e
legal ora vigente.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
53

UNIDADE 3 - CIDADES E MEIO AMBIENTE

A temática ambiental destacou-se, a partir dos anos 60 e 70, para as


questões do homem e seu ecossistema, ou seja, a concentração populacional no
meio urbano. Essa discussão tem suscitado um debate cada vez mais abrangente,
em virtude de sua relevância e complexidade, na medida em que abordam assuntos
primordiais representados pela deterioração ambiental, finitude dos recursos
naturais, necessidade de utilização de materiais renováveis e conscientização do
todo social em busca de alternativas sustentáveis.

Segundo Nosso Futuro Comum (1991), o século XX tem como característica


marcante, principalmente a partir dos anos 50, a revolução urbana sempre crescente
e que caracteriza as cidades como o espaço geográfico do modelo de
desenvolvimento urbano-industrial.

Essa deslocação dos contingentes populacionais para o ambiente urbano, a


consequência impactante destas migrações e os serviços necessários para a
manutenção das inúmeras atividades sociais e econômicas podem se apresentar
como os principais geradores dos problemas ambientais das cidades, principalmente
para os dirigentes de órgãos públicos.

De acordo com o Banco Mundial (1992); Nosso Futuro Comum (1991);


Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (1998), essa problemática
relaciona-se com os custos associados à saúde humana, à diminuição da
produtividade econômica e à possibilidade de perder um meio ambiente limpo.
Esses problemas estão associados pelo crescimento demográfico e a tendência
crescente de concentração no ambiente urbano; a disponibilidade de água potável; a
poluição nas suas diferentes manifestações; os resíduos domiciliares, industriais e
tóxicos; a coleta e disposição do lixo e o consumo energético renovável e não-
renovável, entre outros.

Hardoy, Mitlin, Satterthwaite (1995) comentam que a principal causa desses


problemas relaciona-se com as altas concentrações populacionais e de produção
decorrentes do modelo urbano-industrial e do não-acompanhamento na

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
54

implementação dos mais diferenciados instrumentos para acompanhar estas


mudanças.

Drew (1998) enfatiza que as áreas urbano-industriais são aquelas que


retratam as maiores modificações no meio ambiente em virtude de seus efeitos
serem altamente concentrados e intensivos.

A publicação da Agenda 21 brasileira – Bases para discussão (Novaes, 2000)


apresenta algumas questões intraurbanas que se apresentam como entraves à
sustentabilidade e que são representadas pelo déficit habitacional, saneamento
ambiental, transporte e trânsito.

O processo de urbanização, e as implicações que esse acarreta, caracterizam


situações que modificam o meio ambiente, refletindo-se numa qualidade ambiental e
de vida melhorada ou não.

Segundo Eaton e Eaton (1999); Wonnacott e Wonnacott (1994),


externalidades são efeitos, adversos ou benéficos, de produção ou consumo
independente de pagamento. Existem dois tipos que se traduzem por resultados
benéficos ou maléficos de um determinado processo produtivo. Atividades que
acarretam custos não compensadores a outros indivíduos caracterizam-se como
externalidades negativas. O despejo de efluentes industriais num curso d’água que
abastece e banha outras localidades caracteriza uma situação negativa. Nesse
caso, o custo social do bem ultrapassa o custo privado.

Efeitos externos positivos resultam de determinadas atividades que


beneficiam os indivíduos, mesmo não pagando pelos seus benefícios. Um despejo
industrial precedido de tratamento dos efluentes líquidos caracteriza esa situação.
Agora, o benefício social do bem ultrapassa o seu benefício privado.

3.1 Desenvolvimento sustentável – DS

A sociedade humana caracteriza-se por um contexto em que a finitude dos


recursos naturais é uma fatalidade que precisa ser enfrentada. O conceito de
desenvolvimento sustentável (DS) se apresenta como uma questão que suscita um

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
55

debate sobre essa situação e que se apresenta como uma perspectiva para tal
impasse.

Na definição da Comissão Brundtland (1991), DS é aquele que atende às


necessidades atuais da humanidade sem o comprometimento em relação à
satisfação das necessidades das futuras gerações. Esse conceito apresenta alguns
elementos fundamentais nesta discussão e que se representam pelo atendimento
das necessidades vitais do momento, o enfoque limitativo em relação à disposição
dos recursos naturais e a preocupação com as outras gerações.

Cavalcanti (1998), ao tratar sobre a temática da sustentabilidade, argumenta


que o desenvolvimento está inserido num contexto de possibilidades limitadas. O
autor comenta que o atendimento das necessidades básicas do homem na
atualidade revelam-se insustentáveis em virtude da crescente necessidade de
recursos naturais, para os mais diferenciados fins, numa velocidade superior à sua
capacidade de regeneração e capacidade de suporte. O contraponto se apresenta
quando o mesmo fala em princípios mínimos de austeridade, sobriedade,
simplicidade e de não-consumo de bens suntuários que devem se impor. Deste texto
depreende-se a noção de insustentabilidade ao atentar-se para àquilo que se pode
denominar de contradição conceitual ou contradição do conceito de desenvolvimento
sustentável.

Schmidheiny (1992) destaca a necessidade de participação de todos em


relação às questões ambientais no texto que se segue:

O desenvolvimento sustentável obviamente exigirá algo mais do que


prevenir a poluição e improvisar regulamentações ambientais. Dado que
são as pessoas comuns – consumidores, comerciantes, agricultores – que
de fato tomam as decisões ambientais do dia-a-dia, é preciso elaborar
sistemas políticos e econômicos baseados na participação efetiva de todos
os membros da sociedade na tomada de decisões. É preciso que as
considerações ambientais façam parte dos processos decisórios de todos
os órgãos governamentais, todas as empresas e, de fato, todas as pessoas
(SCHMIDHEINY, 1992, p. 7).

Sachs (2000) apresenta alguns critérios de sustentabilidade representados


pela igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais (social); capacidade de
autonomia para elaboração de um projeto nacional integrado e endógeno, em
oposição às cópias servis dos modelos alienígenas (cultural); limitar o uso dos

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
56

recursos não-renováveis (ecológico); respeitar e realçar a capacidade de


autodepuração dos ecossistemas naturais (ambiental) e melhoria do ambiente
urbano (territorial).

3.2 Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável

Para complementar a teoria da gestão organizacional estratégica, tratou-se do


enfoque do planejamento para o desenvolvimento sustentável. A vertente do
desenvolvimento sustentável propõe uma nova ética para o desenvolvimento que se
deseja à humanidade, ou seja, necessita-se um desenvolvimento socialmente mais
justo, ambientalmente prudente e, ainda, economicamente eficiente.

Essa vertente se distancia da ótica economicista que deseja assegurar a


sustentabilidade do desenvolvimento societário vigente que valora economicamente
tanto os aspectos ambientais como os sociais.

Existem três premissas gerais contidas num planejamento para o


desenvolvimento sustentável, tais como:

 consideração do local e seu desenvolvimento;

 participação da sociedade civil no planejamento;

 dimensões de sustentabilidade.

Dessas premissas, foram consideradas as implicações do espaço e do


desenvolvimento local, apontados pelo relatório Brundtland (Comissão, 1991), como
os verdadeiros incubadores das atividades do desenvolvimento global, já que ambos
vêm interferindo, em efeito cascata, nos demais contextos que os englobam.

A receita sugerida para promover o desenvolvimento local se dá pela prática


de duas ações políticas. A primeira consiste na participação de todas as esferas da
sociedade – Estado, mercado e sociedade civil – através de arranjos institucionais,
considerados ações coletivas que produzem o bem-estar social. Os arranjos
constroem um capital social, que pode ser entendido como resultado final da
produção do bem-estar social.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
57

A segunda ação política envolve a busca de mecanismos que assegurem


investimentos locais, provenientes de boa parcela da riqueza gerada pela própria
localidade, a fim de garantir o desenvolvimento local sustentado que, então, deverá
ser regulado no próprio município. Esta capacidade de uma determinada sociedade
para adquirir um certo domínio sobre o seu desenvolvimento denomina-se
desenvolvimento endógeno.

Para se alcançar o desenvolvimento sustentável, Sachs (1993) aponta cinco


critérios de sustentabilidade – social, econômico, ambiental, espacial e cultural.
Segundo o autor, se as dimensões de sustentabilidade forem atendidas no
planejamento do desenvolvimento, pode-se inferir que este desenvolvimento é
sustentável.

Entretanto, o próprio autor aceita que numa época em que acontecem tantas
mudanças, inclusive no campo ético, como atualmente, um enfoque de
planejamento pode ser considerado como pertinente à direção do desenvolvimento
sustentável se pelo menos contemplar parcialmente alguns desses critérios de
sustentabilidade.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
58

CONCLUSÃO

Pode-se dizer que o papel do Estado tem sido reformulado ao longo das
últimas décadas. A crise dos anos 70 reduziu a capacidade fiscal dos governos, mas
graças à Constituição Federal/88 essa situação tem se revertido, pois muitas leis em
esferas federais, estaduais e municipais têm garantido ao povo um maior poder de
participação.

Com mais participação e planejamento, é possível monitorar muitas ações


públicas, principalmente na fiscalização do dinheiro público, de modo que os
investimentos possam garantir o crescimento econômico com foco na
sustentabilidade e, sobretudo, com foco nas prioridades de cada município.

Ao envolver vários participantes na gestão participativa, além do governo,


conselhos, escolas, associações e a sociedade civil, há maior transparência na
gestão e na divulgação das informações das ações realizadas e daquelas que
deverão ser contempladas levando em consideração as prioridades locais mais
emergentes.

Há na gestão participativa e no planejamento orçamentário o aprimoramento


da governança corporativa, o que possibilita um ingresso de mais recursos e mais
participantes nas tomadas de decisão.

Vale ressaltar que o governo tem um papel fundamental de incentivar a


participação da sociedade, de tal forma a garantir o respeito ao povo com serviços
públicos de qualidade, como garantem a Constituição Federal e o Estatuto das
Cidades.

A cidade, enquanto espaço agregador da sociedade, tem de priorizar as


ações emergentes, mas todas devem visar à proteção ao meio ambiente. Estas
ações passam predominantemente por este espaço geográfico e tratam de aspectos
como arborização viária, saneamento básico, controle sobre empresas, loteamentos
irregulares, reciclagem de resíduos, controle ou erradicação da pobreza, meios
alternativos e menos poluentes de transporte, entre outras medidas que precisam

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
59

ser normatizadas e priorizadas através da gestão participativa e do planejamento


orçamentário, tendo em vista, portanto, o crescimento sustentável.

A análise do sistema orçamentário brasileiro compreende, portanto, as três


leis que o estruturam: o plano plurianual – PPA, a lei de diretrizes orçamentárias –
LDO e a lei orçamentária anual – LOA. O PPA, estrutura-se a partir dos programas e
apresenta elevado interesse político, tanto que o Poder Executivo decidiu selecionar
alguns dos programas do PPA e denominá-los de Avança Brasil.

Assim pode-se concluir que é de extrema importância os processos de


descentralização, participação da sociedade civil, esfera cidadã, entre outros
processos que constituem um perfil democrático na tomada de decisões. E, é
preciso levar em consideração que todo processo é demorado, principalmente
quando se diz respeito às questões públicas, mas vale dizer que as mudanças já
estão acontecendo, mesmo que em passos lentos.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
60

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, C. W. L. Economia e orçamento para a defesa nacional. Revista do


Tribunal de Contas da União, Brasília, v. 32, n. 90, p. 22-32, out-dez 2001.

ALMEIDA FILHO, Naomar. Intersetorialidade, transdiciplinaridade e saúde coletiva:


atualizando um debate aberto. Revista de Administração Pública v.34, nº6, nov./dez
2000. 236p.

ALMEIDA, Debora R. de. Gestão participativa: o potencial do Conselho Municipal de


Juiz de Fora Estudos de Sociologia, Rev. do Progr. de Pós-Graduação em
Sociologia da UFPE, v. 12, n. 1, p. 99-129, 2006.

ALMEIDA, Lindijane de Souza Bento. A gestão participativa em administrações


municipais: as experiências de Natal e Maceió. Movimentos Sociais, Participação e
Democracia, 25 a 27 de abril de 2007, Anais do II Seminário Nacional UFSC,
Florianópolis, Brasil. Núcleo de Pesquisa em Movimentos Sociais – NPMS. 2007.

BANCO MUNDIAL. Relatório sobre desenvolvimento e meio ambiente. Rio de


Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1992. 305 p.

BERGMANN, Arita. Meio ambiente na administração municipal: diretrizes para a


gestão ambiental municipal. 2. ed. Porto Alegre: FAMURS, 2001. 540 p.

BRASIL, Flávia P.D. (org.) Os desafios da gestão urbana: discussões sobre a


complexidade de governar a cidade. FJP/WBI. 2002. (rascunho / projeto gráfico).

BRASIL. Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm> Acesso em
30.10.2008.

______. Lei nº 4.320, de 17 março de 1964, que “Estatuto Normas Gerais de Direito
Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal”. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4320.htm> Acesso em 14.10.2008.

______. Decreto-lei nº 200, de 17 de 25 de fevereiro de 1967, que “Dispõe sôbre a


organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma
Administrativa e dá outras providências”. Disponível em:
Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
61

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0200.htm> Acesso em
14.10.2002.

______. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, que “Estabelece normas


de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
providências”. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil. Acesso em
31.10.2008.

______. Lei nº 9.995, de 25 de julho de 2000, que “Dispõe sobre as diretrizes para a
elaboração da lei orçamentária de 2001 e dá outras providências”. Disponível
em:<http://camara.gov.br/Internet/orcament. Acesso em 24.10.2008.

______. Lei nº 10.524, de 25 de julho de 2002, que “Dispõe sobre as diretrizes para
a elaboração da lei orçamentária de 2003 e dá outras providências”. Disponível em:
<http://www3.senado.gov.br/orcamento. Acesso em 14.11.2008.

CAVALCANTI, Clóvis (Coord.). Desenvolvimento e natureza: estudo para uma


sociedade sustentável. 2. ed. São Paulo: Cortez ; Recife, PE: Fundação Joaquim
Nabuco, 1998. 429 p.

CENTRO INTERNACIONAL DE AGRICULTURA TROPICAL (CIAT). Disponível em:


<http://ciat.org/>. Acesso em 25/11/2008.

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso


futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991.

DANIEL, Celso. Governança, participação cidadã e planejamento estratégico. In:

ESTATUTO DAS CIDADES LEI Nº 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001 Brasília, 10


de julho de 2001; 180º da Independência e 113º da República. Diário Oficial - Seção
Edição nº: 133 de 11/07/2001.

MELLO, Celso B. Curso de direito administrativo. São Paulo. Ed. Melhoramentos.


2000.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Avaliação do PPA.


Disponível em http://www.abrasil.gov.br/avalppa/avalplano/content/default.htm>,
Acessado em: 30.10.2002.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
62

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO: Avança Brasil.


Disponível em <http://www.abrasil.gov.br/index.htm> Acessado em: 30.09.2002.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Cidades sustentáveis: subsídios à
elaboração da Agenda 21 brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; Consórcio
Parceria 21 IBAM-ISER-REDEH, 2000. 155 p.

NOVAES, Washington (Coord.); RIBAS, Otto; NOVAES, Pedro da Costa. Agenda 21


brasileira: bases para discussão. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2000. 196 p.

______. Anexo de Metas e Prioridades. Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias

RUDÁ, Ricci. Reforma política e gestão participativa. 2002.


http//www.reformapolitica.org.br. acesso em 05/12/2008.

SANTOS, Boaventura S (org.). Democratizar a democracia: os caminhos da


democracia participativa. Rio de Janeiro. Ed. Civilização Brasileira, 2002.

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. Carga Tributária no Brasil 2001 -


Considerações Iniciais. Disponível em
<http://www.receita.fazenda.gov.br/Arrecadacao/Carga_Fiscal. Acesso em:
25.11.2008.

SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL. Manual Técnico de Orçamento MTO-


02: instruções para elaboração da proposta orçamentária da União para 2003
orçamentos fiscal e da seguridade social. Disponível em
<http://webfarm2.planejamento.gov.br. Acesso em: 30.11.2008.

SENADO FEDERAL. Orçamento da União. Disponível em


<http://www.senado.gov.br/images/sm7a.gif> Acesso em: 30.11.2008.

SOARES, José A.; GONDIM, Linda. Novos modelos de gestão: lições que vêm do
poder local. In: SOARES, José A.; CACCIA-BAVA, Silvio (Orgs.). Os desafios da
gestão municipal democrática. Ed. Cortez. São Paulo. 1998
SOUZA, Celina; CARVALHO, Inaiá M.M. Reforma do Estado, descentralização e
desigualdade. Revista Lua Nova, nº48. 1999.

TEIXEIRA, Elenaldo. O local e global: limite e desafios da participação cidadã. São


Paulo. Ed. Cortez. 2001.
Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas

Você também pode gostar