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​ Deleuze e Guattari (2004a, p. 114), comentando Nietzsche, afirmam que não se


está diante de pessoas, mas de forças e quereres.

​ Um fazer clínico fundamentado na diferença e não em princípios do idêntico

​ Guattari (1981) – clínica deve operar na ordem das micropolíticas (práticas
cotidianas, interações e relações de poder que ocorrem em níveis
individuais e grupais)

​ “A tarefa da esquizoanálise é desfazer continuamente as ideias sobre quem
somos (egos) e tudo o que achamos que sabemos, libertando as partes
únicas e originais de nós mesmos que foram reprimidas ou escondidas por
essas ideias. O objetivo é permitir que nossas emoções e pensamentos fluam
livremente, sem serem bloqueados ou distorcidos por nossas concepções
preconcebidas” (chat)

​ Esquizoanálise é um projeto transdisciplinar: onde o analista, além de criar
"intercessores", ou seja, novos elementos para as eventuais
desterritorializações, provocando passagens de um território a outro, ele
mesmo, o analista, se faz um intercessor.

​ o analista não apenas ajuda os pacientes a explorar novas ideias e
perspectivas, mas também se envolve ativamente no processo de
transformação, compartilhando sua própria experiência e conhecimento
para auxiliar na tr
​ ansição para novos territórios mentais.

​ O plano clínico esquizo não é o plano das universalidades, nem das
constâncias, mas um plano sempre instável- o plano do devir, o que torna
possível os processos de criação, ou de singularização.

​ Os processos de singularização estão no centro de interesse da
esquizoanálise. Singularizar é afirmar a potência, o sentido positivo da
ruptura, a criação de outros modos de existência pela experimentação.

A esquizoanálise pode ser pensada como resistência aos modelos


individualizantes da subjetividade. Trata-se de combater as
perspectivas dominantes de subjetividade, que não só ignoram os
processos de singularização, como os rechaça, e isto em qualquer
momento da história.
A escuta - apoiada no pensamento da diferença
O trabalho analítico consistiria em escapar de todos os reducionismos,
criar linhas de fuga 12 capazes de produzir novas cartografias

A linha de fuga é um movimento em direção a territórios


desconhecidos, novas possibilidades e formas de ser e existir que não
estão predefinidas pelas estruturas dominantes.

A cartografia é uma abordagem ou método que busca mapear e


explorar as complexidades das subjetividades, dos territórios mentais
e das relações sociais.

A cartografia na esquizoanálise se concentra em mapear territórios


mentais, emocionais e sociais. Isso envolve a análise dos fluxos de
pensamento, desejos, afetos e relações sociais que compõem a
experiência humana.

Esses territórios são fluidos e estão sempre em transformação.


A clínica esquizoanalítica visa a favorecer a vida ( subjetividade)

- Não se buscam curas nem recuperação de algum estado por não


se considerarem estruturas pré-estabelecidas
- Neuroses, psicoses e perversão não são estruturas, mas
maneiras de estar no mundo – modo e espaço das pulsões.

​ Curso de introdução à esquizoanálise - Por uma clínica da vida -


Luiz Fuganti youtube):

​ A esquizo não é uma mera teoria, uma proposta clínica, é o nome
de uma maneira de viver com vocação (proposta, força) clínica.
​ É não acreditar que a realidade está dada, pronta. À vida nada
falta, à potência nada falta, ao desejo nada falta.

como uma clínica da vida. A esquizo é urgente e necessária. somos


governados por poderes tristes, os poderes que ganham e lucram com
uma vida de paixões tristes.

era do capitalismo = era do cinismo


nos acomodamos e viramos cúmplices de vidas mal logradas e tristes

é um modo de viver, de agir, de pensar. É o princípio da afirmação, um


modo inteiramente afirmativo de existir que não negocia com a falta.

Há uma plenitude do desejo, uma plenitude do corpo que nós


chamamos processo de singularização.

Somos capazes de nos tornarmos criadores de realidade na mesma


medida em que criamos a nós mesmos e nossas condições de
existência.

A melhor maneira de resistir é criar. A esquizo nos convoca a resgatar


as forças que nos constituem porque se ao desejo nada falta, também
não faltam forças pra nossa existência. Nós precisamos reencontrar
essas forças, estamos separados delas. Com a crítica e desconstrução
das capturas em nós, é possível perceber que nós não só acessamos
as nossas forças, mas que elas também se destinam a criar novas
maneiras de existir, novas condições pra própria existência e
sobretudo criar a si mesmo.

Desconstrução das prisões em que nós encontramos.

3 potências:

Dimensão ética da existência - a desconstrução é feita a partir de uma


visão ética afirmativa do desejo.

Dimensão estética da existência - percebemos que junto com uma


dimensão ética, vem a dimensão estética ou plástica da existência.

zonas de passagem (4):

Primeira captura - do desejo, da existência. Como nós nos deixamos


capturar? Pelo nosso mal jeito, nosso próprio modo de viver, nosso
próprio modo de usar aquilo que nos acontece. O nosso desejo, a
nossa potência de viver passa a um nível que ela se rebaixa, é
reduzida, ela cai, um buraco se instaura em nós. Primeira passagem do
desejo é a passagem pra queda.
Segunda grande passagem - aquilo que acontece ao nosso desejo
decaído, a nossa potência reduzida ao que ela se tornou. O nosso
desejo passa a desejar a partir desse estado que reduziu a potência
de acontecer a um limite vivido, mal passado, interiorizado, introjetado
em nós. A partir dessa introjeção, o desejo capturado se lança e se
projeta idealizando, buscando uma verdade, buscando uma salvação.
Ele que tá no buraco busca sair do buraco, ele que tá no inferno,
busca um céu, ele que tá na impotência, busca o empoderamento, ele
que tá no ostracismo, busca o reconhecimento, ele que não tem
nenhuma qualificação, busca autoridades e autorização, ele que não
goza, que se frustra e é impotente, busca o direito ao gozo. Esse
movimento do desejo e a conjunção desses modos de desejar criam um
agenciamento tal de desejo e crença que acabam dando sustenção a
um centro de soberania, centro de poder, este que de alguma maneira
vai providenciar a nossa satisfação, a nossa felicidade, vai nos
reconhecer, vai nos empoderar, vai nos pegar pela mão na medida em
que a gente também o serve. E esse sistema de empoderamento vai
dar origem ao que chamamos de segunda captura.


​ experiencias caosmoticas - modo consensual caótico + cosmos

​ guattari - caos não tem uma conotação negativa, é uma força intensiva que
se espalha em todas as direções. não tem uma linearidade, se é força, tem
potência. se tem potência, podemos tirar coisa boa do caos sim.

​ cosmos - linearidades, são as forças instituídas, os processos de
territorialização, mas sem conotação negativa.

​ 5 modos consensual:

​ dicotômico - caos é ruim, cosmos é bom. somos subjetivados a pensar
dicotomicamente
​ plural - cabe diversidade, se escapa da dicotomia
​ caósmico - é mt interessante pra esquizodrama
​ caótico -
​ cronificado - é a verdade inabalável, “é assim porque é assim”, pessoas
pouco abertas a mudanças

análise de implicação

livro a vida não é util

esquizodrama pode ser pílulas de caos




​ Esquizoanálise: Uma abordagem psicanalítica desenvolvida por Gilles
Deleuze e Félix Guattari que procura entender a mente de forma mais
descentralizada, enfatizando a multiplicidade, a desestruturação das
normas sociais e a liberação das linhas de fuga.

​ Esquizodrama: Uma prática terapêutica baseada na esquizoanálise que
envolve a representação dramática de situações ou problemas psicológicos
para promover a expressão criativa e a compreensão profunda.

​ Desejo: Em esquizoanálise, o desejo é central e é visto como uma força
produtiva que não se limita apenas a aspectos sexuais, mas abrange todos
os desejos e aspirações humanas.

​ Corpo sem órgãos: Um conceito esquizoanalítico que se refere a uma
concepção do corpo como uma multiplicidade de fluxos e intensidades,
antes de ser estruturado e codificado pela sociedade.

​ Linha de fuga: Uma ideia importante na esquizoanálise que descreve um
movimento para além das estruturas normativas e hierarquias sociais,
permitindo a criação de novas possibilidades.

​ Território: Na esquizoanálise, um território é uma área de intensidade onde
desejos e realidades se encontram e se fundem.

​ Devir: O processo de transformação constante e a mudança de identidade
em esquizoanálise, destacando a fluidez e a multiplicidade do self.

​ Linhas de estratificação: São as normas sociais e estruturas que restringem e
codificam o desejo, limitando a liberdade individual.

​ Despersonalização: Uma experiência em que o indivíduo sente uma
desconexão de si mesmo, uma dissolução da identidade pessoal.

​ Esquizofrenia: Um transtorno psicológico caracterizado por desorganização
do pensamento, alucinações, delírios e uma desconexão da realidade. A
esquizoanálise aborda a esquizofrenia de maneira diferente da psicanálise
tradicional.

​ Deslizamento semântico: Uma mudança no significado das palavras ou
conceitos, muitas vezes associada à esquizoanálise e à exploração de novas
associações de pensamento.

​ Anti-Edipo: Um livro escrito por Deleuze e Guattari que é uma referência
importante na esquizoanálise, explorando questões relacionadas ao desejo,
ao inconsciente e à sociedade.

​ Máquina desejante: Uma construção conceitual na esquizoanálise que
representa a maneira como o desejo opera, envolvendo conexões complexas
e fluxos de intensidade.

​ Rizoma: Um conceito que se opõe à ideia de estrutura hierárquica,
descrevendo uma rede de conexões múltiplas e não lineares.

​ Cintilação: Um conceito esquizoanalítico que se refere a momentos de
criatividade e inspiração, nos quais o pensamento

​ Corpo social: Refere-se à ideia de que a sociedade, como um todo, é um
corpo composto de várias partes interconectadas, e essa metáfora é usada
para entender como os indivíduos se relacionam em um contexto social mais
amplo.

​ Políticas de desejo: Um conceito na esquizoanálise que se concentra nas
maneiras pelas quais o desejo é moldado e restringido pela política,
instituições e normas sociais.

​ Microfísica do poder: Termo usado por Michel Foucault, que também
influenciou a esquizoanálise, para descrever como o poder opera em níveis
sutis e microscópicos na sociedade.
​ Máquina de guerra: Uma noção que se refere a formas de resistência contra
estruturas de poder e controle, muitas vezes exploradas na esquizoanálise.

​ Anomalia: Desvios ou irregularidades em relação às normas sociais,
frequentemente examinadas em esquizoanálise para compreender a
diversidade das experiências humanas.

​ Subjetivação: O processo pelo qual os indivíduos se tornam sujeitos
conscientes e desenvolvem uma identidade. A esquizoanálise questiona as
formas tradicionais de subjetivação.

​ Esquizotipia: Um termo que se refere a traços de personalidade que são
considerados peculiares ou incomuns, mas não necessariamente
patológicos, e que podem ser explorados na esquizoanálise.

​ Corporeidade: O estudo da experiência corporal e da relação entre corpo e
mente, frequentemente examinado na esquizoanálise e no esquizodrama.

​ Nômade: Um conceito que desafia a ideia de uma identidade fixa e sugere
uma abordagem mais fluida e em constante movimento em relação à
identidade e à sociedade.

​ Acontecimento: Uma ocorrência ou evento significativo que pode
desencadear mudanças na percepção e na experiência de um indivíduo,
explorado em esquizoanálise.

​ Linha de desterritorialização: Um termo que se refere ao processo de
movimento e deslocamento de conceitos, identidades ou realidades de seu
contexto tradicional.

​ Afeto: Em esquizoanálise, os afetos são estados emocionais ou sentimentos
que não estão necessariamente ligados a representações conscientes, e sua
exploração é fundamental para a compreensão das experiências emocionais.
​ Nomadismo mental: Um conceito que descreve a capacidade de pensar e
experimentar de forma não linear, não hierárquica e sem restrições,
frequentemente enfatizado na esquizoanálise.

​ Desestratificação: O processo de desmontar estruturas fixas e hierárquicas,
permitindo a multiplicidade e a diversidade, um conceito importante na
esquizoanálise.

​ Expressão dramática: Uma prática terapêutica central no esquizodrama, na
qual os indivíduos representam partes de sua experiência psicológica por
meio da expressão teatral.

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