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Crédito e lançamento tributário

O lançamento é quem constitui o crédito tributário. Crédito tributário é o vínculo


jurídico de natureza obrigacional por meio do qual o Estado poderá exigir do particular o
pagamento do tributo.
A consequência imediata da prática de um fato gerador previsto em uma hipótese de
incidência é o surgimento de uma obrigação tributária, quando nasce o dever de pagar, e o
direito de cobrar.
Acontece que, no momento da prática do fato gerador, a dívida ainda é ilíquida,
porqwue o fisco ainda não calculou o montante a ser pago. Esta dívida, nesse momento,
portanto, ainda é inexigível.

Constituição do crédito tributário


Há duas teorias que tentam entender em que momento surge o crédito tributário. Não
há dúvidas de que, para cacular o montante devido, o fisco vai se utilizar do lançamento
tributário. Este constitui o crédito. A doutrina, no entanto, diverge sobre a natureza desse
lançamento.
Teoria Monista
Entende-se que, surgida a obrigação tributária, surge, também, o crédito tributário. Ou
seja, obrigação e crédito tributário surgem no mesmo momento. Resta ao lançamento, assim,
simplesmente declarar o valor daquela obrigação, tendo este lançamento natureza declaratória.

Teoria dualista
O CTN, no entanto, trabalha com esta teoria e, assim, se verificam dois momentos. Em
primeiro lugar sugre obrigação tributária e, depois, com o lançamento, constitui-se o crédito
tributário. O lançamento, com a aplicação da alíquota sobre a base de cálculo, constitui o crédito
tributário. Nesse sentido, o lançamento tributário tem natureza constitutiva. O art. 142 CTN é
indício disso.
Constituído o crédito tributário, a dívida se torna líquida e, portanto, exigível.

Constituído o crédito, o obrigado recebe o NFLD (notificação de lançamento de débito


tributário). Aqui, surge para o obrigado, em prazo de 30 dias, 2 possibilidades: pagar ou
impugnar a cobrança. Pago, o crédito tributário extingue-se.
Não impugnado e não pago, o obrigado torna-se inadimplente fiscal, estando o crédito
constituído de forma definitiva.
A partir daí, o o brigado será inscrito em dívida ativa, fazendo surgir uma CDA,
documento que fundamenta a ação de execução fiscal movida pelo fisco, para cobrança do
crédito.

Lançamento tributário
Nada mais é do que o ato administrativo vinculado e obrigatório emanado do agente
administrativo competente e que, com base na lei, confirma a existência da obrigação tributária,
constituindo o direito da fazenda pública ao crédito tributário.
O art. 142 traz termo que pode levar a erro. “compete privativamente à autorizade
administrativa proceder ao lançamento”. Essa competência para lançar, no entanto, é
indelegável e deve ser entendida como “exclusivamente”. No âmbito federal, a autoridade que
pode lançar o crédito tributário é o auditor fiscal. O auditor, na verdade, não pode delegar esta
competência.
Isto porque um dos princípios que norteiam o lançamento é a irreversibilidade. Não
pode ter mais de uma vez, senão a fazenda estaria sempre lançando. Se o lançamento estiver
equivocado, deve ser anulado, e lançado novamente no valor correto. É questão pacífica.
Lembrar da analista que cobrou tributo quando o professor voltou de viagem. Tinha de ter sido
cobrado pelo auditor fiscal.
Cada ente federado vai estabelecer quem é a autoridade. No âmbito federal é o auditor
fiscal.

Finalidades do lançamento tributário


O lançamento foi organizado tendo em vista certas finalidades
1) Verificar a ocorrência do fato gerador;
2) Determinar a matéria tributável;
3) Com base nos elementos alíquota e base de cálculo, calcular o montante devido do
tributo;
4) Identificar o sujeito passivo da obrigação tributária;
5) Aplicar multa, se for o caso;

Características do lançamento tributário


O lançamento deve ser escrito, em regra. Há uma exceção: o lançamento por
homologação, que pode ser tácita. O lançamento por homologação tácita não é escrito.
O lançamento é ato administrativo vinculado e obrigatório.
O lançamento é definitivo (irreversível).
Princípios norteadores do lançamento
Princípio da vinculação à lei. Fundamenta a característica de o ato administrativo ser
vinculado e obrigatório. Não comporta juízo de conveniência e o portunidade, não havendo
qualquer discricionaridade. O ato administrativo lançamento tributário é vinculado e
obrigatório, segundo a lei.
Princípio da irreversibilidade. Uma vez notificado o contribuinte, o lançamento não
poderá ser revisto pela Fazenda Pública, equivalendo a um ato jurídico perfeito. É princípio que
fundamenta a carcaterística da definitividade.
Princípio da irretroatividade da lei tributária. Art. 144 CTN. O lançamento será regido
pela lei vigente na data da ocorrência do fato gerador. É o caso do art. 1784 do CC.

Modalidades de lançamento tributário


Há 3 modalidades: de ofício, por declaração e por homologação.
1) De ofício: art. 149 CTN. Praticado o fato geraodor e nascida a obrigação tributária,
aparecem os sujeitos ativo e passivo. O lançamento de ofício se caracteriza por
somente o sujeito ativo da obrigação tributária (Fazenda Pública) trabalha para se
alcançar o montante devido da obrigação tributária. A Fzenda, portanto, leva a base
de cálculo e a alíquota, realizando o calculo. Ex: IPTU, IPVA.

2) Por declaração: art. 147 CTN. Aqui os sujeitos ativo e passivo trabalham juntos para
chegar ao montante devido. Ex: ITBI, ITCMD. No caso do ITBI, o ente informa a
alíquota, que, no Rio, é 3%. A base de cálculo é informada pelo contribunite. Juntos,
alcançam um valor.

3) Por homologação: art. 150 CTN. Somente o contribuinte, sujeito passivo, trabalha
para chegar ao montante devido da obrigação tributária. Traz a alíquota e a base,
gera o DARF e promove o pagamento antecipado. Aqui a Fazenda simplesmente
homologa o que foi feito. Pode ser por escrito, ou tacitamente, que é o caso do IR.
O grande volume de IR é quase todo homologado de forma tácita. Se não houver
nada dito pela Fazenda em 5 anos, presume-se que a declaração estava correta. Ex:
IR.

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