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Texto Sobre Combustíveis PDF
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Combustíveis
Os combustíveis são substancias que em contacto com um agente oxidante, normalmente oxigênio,
sofre uma reação química que libera energia térmica. Embora muitas substâncias possam apresentar
esta característica, apenas algumas delas podem ser consideradas na prática como combustíveis com
importância comercial e industrial. Assim, uma substância pode ser considerada como combustível
caso for abundante na natureza (ou fácil de produzir artificialmente), se desprender suficiente
quantidade de calor na queima e apresentar custos relativamente baixos (de extração, produção e
transporte).
• Combustíveis Sólidos
• Combustíveis Líquidos
• Combustíveis Gasosos
Ainda, estes podem ser classificados como sendo naturais (também denominados de primários) ou
artificiais (neste caso, também chamados de secundários). Os primeiros são extraídos diretamente
da natureza e os segundos obtidos através de um processo tecnológico.
Dentre os elementos químicos combustíveis (C, H, S) o carbono é o elemento principal, tem poder
calorífico alto (34 MJ/kg) e apresenta uma fração percentual da ordem de 50 a 75% na composição
de combustíveis sólidos, e da ordem de 83 a 85% em óleos combustíveis. O hidrogênio tem poder
calorífico maior (120 MJ/kg), mas a sua fração percentual na composição de combustíveis sólidos é
muito pequena, da ordem de 2 a 4%, sendo um pouco maior em combustíveis líquidos (10 a 12%).
Por sua vez, o enxofre tem um poder calorífico baixo (9,3 MJ/kg) e a sua participação na
composição do combustível (sólido ou liquido) é relativamente baixa ( 0 a 5%), razão pela qual não
tem importância como elemento combustível.
Propriedades de um combustível
Algumas das propriedades são comuns a todos os combustíveis, enquanto outras são
específicas. Dentre as propriedades que são comuns podemos destacar o poder calorífico e a
composição química elementar e imediata. Dentre as propriedades específicas destaca-se, para os
combustíveis gasosos a densidade, o índice de Wobbe e a velocidade de chama. Para os óleos
combustíveis, a viscosidade, o ponto de fulgor, a densidade e o ponto de fluidez. Para os
combustíveis sólidos a granulometria e temperatura de fusão das cinzas. Estas propriedades e outras
serão definidas mais adiante.
• Análise elementar
• Análise imediata
1. Análise elementar:
2. Análise imediata:
Carbono fixo: É o resíduo combustível deixado após a liberação da matéria volátil e consiste
principalmente de carbono, embora contenha ainda alguns elementos voláteis não liberados (O2; H2;
N2, S)
Materiais voláteis: É a parte do combustível que se separa na forma de gases quando o combustível
é submetido a um teste padrão de aquecimento. Ela se compõe de gases combustíveis (como
metano, monóxido de carbono, hidrogênio) e de gases não combustíveis.
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Jorge R. Henríquez G. – Departamento de Engenharia Mecânica – CTG - UFPE
O teor e ponto de fusão das cinzas constituem fatores importantes na escolha do tipo de
fornalha. As cinzas de baixo ponto de fusão podem causar problemas na operação de uma fornalha;
• Entopem a passagens de grelhas
• Obstruem a entrada de ar de combustão
• Depositam-se nas paredes de tijolos refratários, tubos das paredes de água, tubos dos
superaquecedores, alterando as características de troca térmica.
Umidade: Representa a perda em peso do combustível sólido quando aquecido em estufa a 110 oC e
corresponde a água retida mecanicamente. A avaliação deve ser realizada com uma pequena
quantidade de combustível (100 g) finamente dividido.
Vale salientar que o conteúdo de água aqui medido representa a água que reside no
combustível e que varia conforme a umidade relativa do ar (condição de equilíbrio). Assim, a água
que entra na composição química do combustível (que faz parte das moléculas dos seus
constituintes) não se acha incluída nesta umidade e nem aquela adquirida pela exposição à chuva.
Esta última pode ser eliminada facilmente por ventilação natural ou pelo aquecimento em estufa a
50oC.
b) Base úmida: representa a composição do combustível (em massa ou volume) incluindo o teor de
umidade presente no combustível
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[1] ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Carvão Vegetal - Análise Imediata. NBR-
8112 (MB1857), Outubro 1986.
[2] ASTM. American Society for Testing and Materials. Standard Practice for Proximate Analysis
of Coal and Coke. D3172-89, 1997, 3p
[3] ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Carvão mineral - Determinação de umidade.
NBR8293 (MB1893), 1983.
[4] ASTM. American Society for Testing and Materials. Standard Test Methods for Analysis of
Wood Fuels. E870-82(1998), 2p.
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Para combustíveis sólidos e líquidos o poder calorífico superior pode ser calculado com uma boa
aproximado pela seguinte relação;
O poder calorífico inferior dependerá unicamente da presença de água nos gases da combustão e
calor latente de evaporação;
w: teor de umidade (kg w/kg combustível)
PCI = PCS − 2440 (9H + w ) 9H: representa a parcela de vapor de água formada
pela combustão do hidrogênio
Temperatura de amolecimento:
Com o aumento da temperatura a base fica mais larga e a amostra adquire
um formato hemisférico
Temperatura de fluidez:
Verifica-se que a amostra esparrama sobre a superfície tendendo a uma
camada plana
Cinzas com alto valor de temperatura de fluidez são melhores em fornalhas onde a remoção das
cinzas foi projetada para ser no estado sólido, enquanto que cinzas com temperatura de fluidez
baixa devem ser usadas em fornalhas com remoção de cinzas na forma liquida. Esta condição
depende fortemente da temperatura de operação da fornalha.
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Combustíveis Sólidos
Como já foi dito os combustíveis podem ser encontrados na forma natural ou artificial.
Naturais: Artificiais:
• Madeira • Carvão vegetal: destilação seca da madeira
• Resíduos de colheita ou processos • Coque de carvão: destilação seca do carvão mineral
• Bagaço da cana, casca de arroz, casca • Coque de petróleo: resíduos do processamento do
de arvores, casca de castanha, etc petróleo.
• Carvão mineral • Briquetes: carvão de pequena granulometria
• Turfa misturado com aglutinantes
Madeira ou lenha: Este insumo energético ainda desempenha um papel importante na matriz
energética brasileira, seja como combustível domestico, como matéria prima para a produção de
carvão vegetal ou ainda como combustível em alguns setores industriais, por exemplo, fornos de
calcinação de cimento e gesso. A madeira verde tem acima de 40% de umidade, sendo que quando
estocada a sua umidade se reduz para 20% ou menos. O poder calorífico depende da espécie da
madeira e diminui com o conteúdo de umidade.
As tabelas seguintes foram obtidas da seguinte fonte bibliográfica (Fonte: Combustíveis e
combustão industrial – Roberto Garcia – Ed. Interciência)
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Resíduos vegetais: Os resíduos vegetais industriais reapresentam uma importante fonte de energia
que pode ser aproveitada no próprio local de produção. A serragem, que representa um produto
secundário das industrias de transformação de madeiras, pode servir como insumo energético em
fornalhas especialmente projetadas para este tipo de combustível. A borra de café é um resíduo
industrial do café solúvel. Quando extraída do silo apresenta um teor de umidade de 79% e devera
passar por um processo de secagem para a sua utilização como combustível (em torno de 25 a 30%
de umidade). Recomenda-se utiliza-la a medida que atravessa o processo de secagem num sistema
integrado onde é aproveitado o calor dos gases de escape da própria caldeira onde é queimada a
borra. O poder calorífico da borra seca é aproximadamente 23,6 MJ/kg e a sua análise elementar em
massa é;
Carbono (48,5%; Hidrogênio (9,6%); Oxigênio (35,8%); Cinzas (4,1%)
Poder calorífico de combustíveis sólidos: (Fonte- Apostila, curso de combustão industrial do IPT)
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Análises imediatas típicas para carvões vegetais: (Fonte: Combustíveis e combustão industrial –
Roberto Garcia – Ed. Interciência).
Análise imediata para carvão de eucaliptus grandis: (Fonte: Combustíveis e combustão industrial –
Roberto Garcia – Ed. Interciência).
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Composição das cinzas de carvão vegetal: (Fonte: Combustíveis e combustão industrial – Roberto
Garcia – Ed. Interciência).
Fusibilidade das cinzas de carvão vegetal: (Fonte: Combustíveis e combustão industrial – Roberto
Garcia – Ed. Interciência).
Bagaço de cana: O bagaço de cana de açúcar é o resíduo sólido fibroso resultante da moagem da
cana para a extração da garapa, a qual posteriormente poderá ser fermentada para a produção de
álcool etílico ou processada para a produção de açúcar.
A produção de bagaço de cana representa 25% da massa da cana bruta e a produção de cana
em termos médios de Brasil é de 55 ton/ha. A produção de álcool em uma destilaria autônoma é de
70 litros por tonelada de cana.
Composição média do bagaço de cana fresco segundo Valsechi: (Fonte: Combustíveis e combustão
industrial – Roberto Garcia – Ed. Interciência).
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Composição da fibra da cana de açúcar segundo Patil: (Fonte: Combustíveis e combustão industrial
– Roberto Garcia – Ed. Interciência)
O bagaço fresco, exposto ao ar, fermenta com muita facilidade. Nestas condições, o calor
desprendido pelo processo exotérmico da fermentação, que se realiza à custa dos açúcares
presentes, faz com que haja intensa perda de água por evaporação, ficando o conjunto, depois de
algum tempo, com um teor de umidade da ordem de 8 a 14%. A análise deste material, quando
referida a 100% de matéria seca, pode ser expressa conforme mostrado na tabela a seguir
Composição média do bagaço de cana de açúcar seco ao ar e referido a 100% de matéria seca,
dados de Valechi: : (Fonte: Combustíveis e combustão industrial – Roberto Garcia – Ed.
Interciência)
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Composição elementar do bagaço de cana, segundo vários autores, % massa: (Fonte: Combustíveis
e combustão industrial – Roberto Garcia – Ed. Interciência)
Carvão mineral:
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Analise elementar do carvão mineral: (Fonte: “Combustion and Fuels” - 1997 ASHRAE
Fundamentals Handbook.)
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Numa classificação de acordo com o teor de voláteis designa-se por carvão betuminoso todo o
carvão com alto teor de matérias voláteis (acima de 18%). Segue-se o carvão sub-betuminoso
(matérias voláteis entre l0 e 18%) e o antracito (matérias voláteis entre 5 e 10%).
O carvão nacional caracteriza-se por apresentar um baixo poder calorífico e elevado teor de
cinzas e enxofre, variando de acordo com a região ou mina onde é extraído.
Especificações dos carvões energéticos brasileiros (Da Silva, 1992): (fonte: Geração Termelétrica –
Lora e Nascimento – Ed. Interciência)
Análise imediata de alguns carvões brasileiros (CNP, 1978): (fonte: Geração Termelétrica – Lora e
Nascimento – Ed. Interciência)
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Propriedades de alguns carvões internacionais (Babcock & Wilcox, 1992 e Nijio, 1992); (fonte:
Geração Termelétrica – Lora e Nascimento – Ed. Interciência)
Fusibilidade das cinzas: (fonte: Geração Termelétrica – Lora e Nascimento – Ed. Interciência)
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Coque de petróleo: Além do processo de carbonização de carvão mineral, também pode-se obter
coque a partir de petróleo. O coque de petróleo pode ser produzido em dois processos diferentes:
• Processo de coqueamento retardado
• Processo de coqueamento fluido.
Embora as matérias primas sejam as mesmas, as características dos coques produzidos nos
dois processos são muito diferentes.
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O coque produzido neste processo é purgado do tambor (quando este fica cheio) com vapor,
resfriado e cortado com jatos de água a alta pressão. Os tambores de coque trabalham sempre aos
pares e em regime de batelada: enquanto um deles está alinhado ao processo sendo cheio com
coque, o outro está sendo resfriado, esvaziado e novamente preparado para entrar cm linha.
O que determina o tipo de coque é a carga utilizada: óleos altamente aromáticos (alcatrão de
craqueamento térmico e óleo decantado de FCC) dão origem ao coque agulha; resíduos de
destilação a vácuo comuns dão origem ao coque esponja e óleos residuais de altos teores de
asfaltenos (resíduos de desasfaltação a propano, por exemplo) levam à formação do coque
chumbinho.
Esquema simplificado de uma unidade de coqueamento de petróleo com apenas um par de tambores
de coque. (Fonte: Combustíveis e combustão industrial – Roberto Garcia – Ed. Interciência)
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Carbono fixo: Mínimo 87%; típico 89% (em peso – base seca).
Enxofre: Máximo 1%; típico 0,7% (em peso – base seca).
Matéria volátil: Máximo 12%; típico 10% (em peso – base seca).
Poder calorífico: Entre 8.200 e 8.600 kcal/kg
O poder calorífico do coque verde (em base seca) é função dos teores de matéria volátil,
enxofre, nitrogênio e cinzas. Em uma base isenta de contaminantes, o poder calorífico superior do
coque verde depende do conteúdo de matéria volátil.
A fim de se evitar a formação de poeiras e seu conseqüente arraste pelo vento, em alguns
produtores adota-se o procedimento de se molhar as pilhas de coque verde por meio de aspersores
de água. Com isto, o teor de umidade pode chegar a valores de até 14 % em massa. Entretanto, fora
da época chuvosa, e não se molhando as pilhas, o teor médio típico de umidade do coque verde é de
cerca de 6% em massa.
Xisto:
O xisto é um combustível fóssil de formação mais recente que o carvão.
Nele predomina a rocha de natureza argilosa ou calcária impregnada
com substâncias orgânicas. A cor do xisto varia de preta a parda.
A composição elementar do xisto em massa (base combustível) é
aproximadamente a seguinte
• Carbono (13 a 25%) • Enxofre (2 a 3,5%)
• Hidrogênio (1,8 a 3%) • Cinzas (55 a 60%)
• Oxigênio (3 a 4,5%) • Umidade (12 a 17%)
O poder calorífico inferior (PCI) apresenta um valor entre 5,7 a 11,3 MJ/kg
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O estado do Paraná possui grandes reservas de xisto. Na tabela a seguir são apresentadas jazidas e
quantidades de xisto no Paraná e em estados vizinhos.
O xisto pode ser beneficiado para a produção de óleo, gás combustível, gás liquefeito e enxofre. A
Petrobras possui em São Mateus do Sul uma unidade de beneficiamento de xisto com essa
finalidade.
Turfa:
A turfa é um combustível fóssil resultante da transformação de vegetais
sob a ação prolongada do tempo. É um combustível mais novo, sua
composição é muito heterogênea e depende da jazida.
A composição elementar aproximada é a seguinte:
definida com a densidade do combustível liquido em relação á densidade da água para as mesmas
condições de pressão e temperatura.
Ponto de fluidez: é definido como a maior temperatura em que um combustível líquido sendo
resfriado deixa de fluir, ou a menor temperatura a que um líquido deve ser aquecido para começar a
fluir.
Ponto de fulgor: Definido como a menor temperatura na qual a fração vaporizada do combustível
líquido, submetido a aquecimento gradual, inflame momentaneamente (lampejo de chama) na
superfície do combustível. Esta informação é importante para aspectos de segurança no manuseio
do combustível líquido e também um dado para detectar a contaminação do combustível por
produtos mais leves.
Combustíveis líquidos
Naturais Artificiais
• Petróleo • Derivados do petróleo: gasolina, nafta,
óleo diesel.
• Álcool
• Óleo de xisto
• Óleo de mamona
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As frações geradas na torre de destilação a vácuo são utilizadas como cargas de outros
processos de refino que visam, principalmente, a obtenção de produtos de menor peso molecular e
maior valor agregado. Exemplos clássicos desses processos são o craqueamento catalítico fluido
(FCC) de gasóleos de vácuo, que apresenta como principais produtos o GLP e a gasolina, e o
coqueamento de resíduo de vácuo, que gera GLP, nafta e óleo diesel. Este esquema de produção é
mais flexível e rentável justamente por incorporar o processo de craqueamento, encarregado de
transformar uma fração de menor valor (resíduo de vácuo) em produtos mais nobres (GLP,
gasolina, nafta e óleo diesel), embora, na presente configuração, a nafta e o óleo diesel não estejam
sendo ofertados, por necessitarem de tratamento dado suas características de instabilidade. A fração
geradora de óleo diesel está incorporada à carga do FCC. Uma possível desvantagem dessa
configuração é a geração de coque, que, entretanto, dependendo de localização, facilidades de
escoamento e de aspectos de mercado pode não ser um problema.
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Propriedades dos derivados de petróleo: (Fonte- Apostila, curso de combustão industrial do IPT)
Tipos de óleos combustíveis no Brasil pela legislação antiga, mas ainda em uso. (Fonte:
Combustíveis e combustão industrial – Roberto Garcia – Ed. Interciência)
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Óleo Diesel: O óleo diesel é bastante usado em pequenas instalações devido à facilidade de ser
manuseado, em comparação com os óleos combustíveis, e por ser mais barato que o querosene.
O óleo diesel é, na verdade, uma mistura de várias correntes obtidas nas unidades de destilação.
Podem fazer parte do óleo diesel as seguintes frações;
• Nafta pesada;
• Querosene;
• Diesel leve;
• Diesel pesado;
• Gasóleo leve de vácuo, dependendo de sua qualidade e /ou da refinaria;
• Óleo leve de reciclo, proveniente de unidade de craqueamento catalítico fluido,
hidrotratado ou não;
• Nafta pesada produzida em unidade de coqueamento retardado;
• Gasóleos leve e médio produzidos em unidade de coqueamento retardado, após serem
hidrotratados.
Normalmente no Brasil, o óleo diesel para o uso como combustível industrial é o mesmo
óleo diesel automotivo. Entretanto, para uso térmico, o óleo diesel não precisaria ser tão bom
quanto o para uso automotivo que tem exigências específicas para o bom desempenho dos motores.
As especificações do óleo diesel, segundo a ANP, são as dadas na tabela seguinte. Observa-
se que os diversos tipos de diesel são equivalentes, exceto quanto aos teores de enxofre, pois as
emissões atmosféricas de SO serão naturalmente diferentes e podem ser importantes para algumas
indústrias em decorrência de seus compromissos com os órgãos ambientais das localidades onde
atuam.
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Especificações dos óleos diesel no Brasil: (fonte: Geração Termelétrica – Lora e Nascimento – Ed.
Interciência)
Biodiesel: Define-se o biodiesel como um combustível renovável derivado de óleos vegetais, como
girassol, mamona, soja, babaçu e demais oleaginosas, ou de gorduras animais, produzido através de
um processo químico que remove a glicerina do óleo. Na figura abaixo mostra as potencialidades
em termos de cultura para as diversas regiões do Brasil
O biodiesel pode ser usado puro ou em mistura com o óleo diesel em qualquer proporção.
Tem aplicação singular quando em mistura com o óleo diesel de ultrabaixo teor de enxofre, porque
confere a este, melhores características de lubricidade. É visto como uma alternativa excelente o uso
dos ésteres em adição de 5 a 8% para reconstituir essa lubricidade. Mundialmente passou-se a
adotar uma nomenclatura bastante apropriada para identificar a concentração do Biodiesel na
mistura. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume do Biodiesel à mistura. Por
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exemplo, o B2, B5, B20 e B100 são combustíveis com uma concentração de 2%, 5%, 20% e 100%
de Biodiesel, respectivamente.
(fonte: http://www.biodieselecooleo.com.br/biodiesel/biodiesel.htm).
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Comparação entre diesel e biodiesel de óleo usado: (Fonte: Fontes Renovaveis de Energia no Brasil
– Mauricio T. Tolmasquim – Ed. Interciência)
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Álcool: O Metanol (álcool metílico – CH3OH) e o Etanol (álcool etílico – C2H5OH) são os dois
tipos de álcoois mais conhecidos e utilizados. As suas principais aplicações são como combustível
líquido e reagente químico. Destes dois, o Etanol é o mais usado como combustível devido a que é
menos tóxico que o Metanol.
Por sua vez, a produção de etanol pode-se dar a partir da fermentação dos açucares de
produtos vegetais, como é o caso do Brasil, onde a sua favorável geografia permite o uso de massa
orgânica para a produção deste combustível. A cana de açúcar ocupa um papel de destaque na
produção nacional de álcool etílico. No entanto, o etanol também pode ser produzido a partir da
reação do gás etano com água no meio de um catalisador à temperatura de 240°C e pressão de 10
MPa. Para a produção de etanol por esta rota tecnológica é necessário ter o gás etano, o qual pode
ser obtido de um gás natural ou do processo de craqueamento do petróleo. Existem dois tipos de
etanol, o hidratado e o anidro. O primeiro deles contem água e o segundo é livre desta. Por razões
tecnológicas e econômicas, o etanol industrial (vulgarmente conhecido por álcool) contém por volta
de 4% de água e pequenas quantidades de óleos de éter.
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Densidade Relativa: é definida como a relação entre a densidade do gás e a densidade do ar nas
mesmas condições de pressão e temperatura. É uma informação importante do ponto de vista da
segurança, e no dimensionamento de tubulações, cálculo de vazão, fatores de correção, etc. No caso
de vazamentos ou drenagem;
• Os gases com densidades superiores à do ar atmosférico apresentam a tendência de se
acumularem temporariamente em partes baixas, como subsolos e rebaixos no piso ou nas
edificações, infiltrando-se ainda em aberturas como bocas de lobo, valetas, poços e galerias
subterrâneas.
• Já os gases mais leves que o ar, ao serem liberados na atmosfera, tendem a subir e se
acumular temporariamente em partes elevadas e ou se infiltrarem em aberturas superiores
nas edificações.
• O acúmulo de gases combustíveis em ambientes confinados ou mal ventilados pode causar
um acidente desde que ocorra uma condição de ignição.
A velocidade de chama varia com a quantidade de ar na mistura ar-gás crescendo até atingir
o ponto onde a mistura é estequiométrica, tornando-se decrescente a partir daí. A velocidade de
chama também aumenta com a temperatura da mistura ar-gás. A velocidade de chama costuma ser
dada em cm/s ou pelo índice de Weaber (fator S), que dá a relação da máxima velocidade de chama
de um gás no ar e a máxima velocidade de chama do hidrogênio no ar.
Enquanto as velocidades de saída das misturas ar-gás ou oxigênio-gás nos bocais tendem a
expulsar a chama para fora do queimador, a velocidade da chama se desloca no sentido contrário,
dirigindo-se ao bocal do queimador. Enquanto houver equilíbrio entre estas velocidades, a chama se
manterá estável, definindo assim a faixa de potências de cada queimador.
O projeto dos bocais dos queimadores inclui dispositivos para manter a chama estável em
uma ampla faixa de potências e respectivas velocidades de saída das misturas ar-gás e oxigênio-gás.
Número de Wobbe: O Número de Wobbe, também chamado de Índice de Wobbe, representa o calor
fornecido pela queima de gases combustíveis através de um orifício submetido a pressões
constantes, a montante e a jusante desse orifício. A pressão do gás a montante do orifício é aquela
fornecida ao queimador e a pressão a jusante é a da câmara de combustão, normalmente a pressão
atmosférica ou valores próximos dela, positivos ou negativos. O índice de Wobbe representa uma
relação entre o PCS de um gás e a sua densidade relativa.
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Combustíveis gasosos
Naturais: Artificiais:
• Gás natural, gases de detritos • GLP: gás liquefeito de petróleo. Formado
orgânicos principalmente pelos gases propano, propeno,
butano e buteno. É obtido do refino do petróleo
ou gás natural
• Hidrogênio
• Gás de xisto
• Gás de gaseificação de combustíveis sólidos
• Gás de alto forno
Gás Natural: Um gás natural é uma mistura de vários hidrocarbonetos leves, na qual predomina o
gás metano, acompanhado pelo etano e o propano e em pequenas quantidades pelo gás carbônico,
nitrogênio e outros. É encontrado nas formações geológicas petrolíferas, associado ou não com
petróleo. Quando encontrado junto com petróleo é produzido como decorrência da produção de
petróleo e nesse caso, pode ser enviado para gasodutos de transporte e distribuição no mercado
consumidor. Outra possibilidade é reinjetar o gás no poço de petróleo para manter a pressão do
reservatório ou pode ser usado no próprio campo de extração de petróleo para geração de vapor e
eletricidade. Quando não houver nenhuma das possibilidades de uso descritas acima ou alguma
outra, deve ser queimado em tochas no próprio campo de produção de petróleo.
O gás metano (constituinte predominante no gás natural) é um gás transparente e sem cheiro.
Em condições normais a densidade é 0,667 kg/m3 o que implica que seja duas vezes mais leve que o
ar, portanto, em caso de fuga se acumulara na parte superior do local. Esta informação é importante
para definição de estratégias de segurança.
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Gases do Refino do Petróleo: O Propano (C3H8) e o Butano (C4H10) são dois gases obtidos durante
o refino do petróleo. Estes gases são os principais componentes do Gás Liquefeito de Petróleo
(GLP) usado para aplicações domesticas e industriais. No caso do GLP, este também aparece
associado ao gás natural, sendo dele separado em unidades de processamento de gás natural.
O Propano e Butano são gases mais pesados do que o ar, razão pela qual em caso de
vazamento ocorre um acumulo nas partes inferiores do local.
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Gás de refinaria: O gás combustível de refinaria é chamado também de gás residual de refinaria. É
um produto obtido principalmente nas unidades de conversão, tais como; craqueamento catalítico
fluido, coqueamento retardado, coqueamento fluido, hidrodessulfuração, hidrocraqueamento, etc.
Gás de Cidade: O gás de cidade é o gás canalizado que, no Brasil, é distribuído nas cidades do Rio
de Janeiro e de São Paulo. É também chamado de gás de rua. Antigamente este gás era produzido a
partir do carvão mineral. Entretanto, este processo foi abandonado devido ao seu alto custo e aos
problemas de poluição ambiental que acarretavam junto às fábricas de gás. Em seu lugar foram
implantados geradores de gás a partir de nafta, sendo o gás distribuído pelas mesmas redes de
tubulações já existentes.
A planta de produção de gás de rua é, na verdade, uma unidade de reforma com vapor que
opera ciclicamente. A unidade consiste de:
• Uma câmara de combustão revestida de tijolos refratários;
• Uma câmara de reforma com vapor;
• Uma caldeira recuperadora de calor, que gera vapor de 1,5 MPa (15 bar)
• Uma torre lavadora dos gases.
Fluxograma de uma planta de geração de rua a baixa pressão a partir de nafta ou gás natural.
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Gases de baixo poder calorífico: Os gases de baixo poder calorífico são aqueles que têm o poder
calorífico superior na faixa de 900 a 1 700 kcal/m3. Tal característica torna economicamente
inviável o transporte para longas distâncias, tendo que ser consumido em aplicações próximas do
local de produção.Estes gases são também chamados de gases pobres e, normalmente, apresentam
elevados teores de nitrogênio (próximos a 50% em volume) e de monóxido de carbono (de 20 a
30% em volume), o que os tomam muito tóxicos. Recomenda-se, portanto, que as instalações sejam
feitas em locais arejados e que se evitem vazamentos do gás. Gases de este tipo são o gás de alto
forno e o gás produzido em gaseificadores
Os gases produzidos nos altos-fornos siderúrgicos têm uma composição aproximada
conforme a tabela abaixo,
Composição do Gás de alto forno. (Fonte: Combustíveis e combustão industrial – Roberto Garcia –
Ed. Interciência)
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Problemas na intercambiabilidade:
Dadas as diferentes características físico-químicas de cada gás combustível, manter invariáveis as
condições de combustão em diferentes equipamentos combustores após a substituição é uma tarefa
complexa. As dificuldades aparecem na troca entre gases de mesma família e entre gases da
primeira e da segunda família.
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Bibliografia:
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