Você está na página 1de 169

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA

ANA LÚCIA CARNEIRO DE OLIVEIRA

A REGÊNCIA CORAL NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM MÚSICA:


uma experiência didática no Coral Infantil da UFRN

NATAL - RN
2017
ANA LÚCIA CARNEIRO DE OLIVEIRA

A REGÊNCIA CORAL NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM MÚSICA:


uma experiência didática no Coral Infantil da UFRN

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Música (PPGMUS), da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), como requisito para a obtenção do
título de Mestre em Música. Subárea:
Educação Musical.

Orientadora: Profa. Dra. Amélia Martins Dias


Santa Rosa.

NATAL - RN
2017
ANA LÚCIA CARNEIRO DE OLIVEIRA

A REGÊNCIA CORAL NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM MÚSICA:


uma experiência didática no Coral Infantil da UFRN

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Música (PPGMUS), da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), como requisito para a obtenção do
título de Mestre em Música. Subárea:
Educação Musical.

Aprovada em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________________
PROFª. DRª. AMÉLIA MARTINS DIAS SANTA ROSA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)
ORIENTADORA

_________________________________________________________
PROFª. DRª. ANA LÚCIA IARA GABORIM MOREIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL (UFMS)
MEMBRO DA BANCA

_________________________________________________________
PROFª. DRª. LEILA MIRALVA MARTINS DIAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA)
MEMBRO DA BANCA
Dedico este trabalho ao meu esposo Jackson Costa de Oliveira por sempre acreditar
que um dia meus sonhos seriam realizados e por ter me apoiado em cada etapa.
A minha querida filha Loren Carneiro de Oliveira, minha amiga de todas as horas,
sempre me animando e dizendo: “Vai dar tudo certo, você é uma guerreira”!
AGRADECIMENTOS

Após alguns de meses de investimento em leituras, compartilhando conhecimentos e


recebendo bagagens acadêmicas, este é um momento que os sentimentos se misturam,
contudo, a palavra GRATIDÃO sempre estará marcada em meu vocabulário em letras
grandes e em negrito. Seriam muitas páginas para descrever tanta gratidão, mas posso
enumerar aqui, alguns representantes de tantos momentos felizes que me conduziram a esta
conquista denominada Mestrado.
A primícia de minha gratidão entrego ao meu Deus, meu criador, dono de tudo que
tenho e que sou, razão do meu existir, meu grande amigo, protetor, a quem sempre honrei e
dediquei minha vida e não deixei de amar mesmo nos dias de cansaço, de dores, de dúvidas,
de lágrimas, tristezas e decepções da caminhada.
Ao meu esposo Jackson, meu grande amigo e incentivador, que conhecendo minha
história de vida, sempre acreditou em minha capacidade intelectual e me deu suporte
emocional, financeiro e espiritual para que pudesse prosseguir em busca dos meus objetivos e
sonhos.
A minha querida filha Loren, companheira, por toda compreensão nas ausências de
tempo enquanto estava envolvida neste Projeto, por tantas palavras de ânimo e cheias de amor
nos momentos de maior apreensão.
A minha Igreja querida, pelas orações e apoio nestes 2 anos em que estive presente,
porém, com algumas limitações em virtude de minhas atividades acadêmicas.
Ao querido Maestro Isak Lucena que me mostrou o caminho lindo e maravilhoso do
trabalho Coral Infantil me indicando para ser regente na Escola de Aplicação da Universidade
Potiguar (UnP) onde tudo começou, acreditando em meu potencial e descortinando, diante de
mim, este universo maravilhoso da Regência Coral Infantil.
A querida amiga Rosangela Albuquerque que, nestes últimos 12 anos, incentivou meu
trabalho através do Projeto Tralalá, fazendo-me crer que é possível ter música de qualidade
nas escolas públicas e me desafiando a permanecer firme enquanto regente dos corais infantis
em que já estive à frente.
Aos meus professores do Mestrado: Jean, Valéria, Agostinho, Luís Ricardo por
compartilharem seus conhecimentos ampliando minha bagagem intelectual.
A minha orientadora, professora Amélia Martins Dias Santa Rosa que acreditou em
meu potencial, dando os direcionamentos e me incentivando com suas palavras, dizendo: “-
escreva com o coração!”
Ao querido amigo Leandro Rocha, por suas interferências sempre muito pertinentes e
seu acolhimento todas as vezes que precisei de seu apoio intelectual e humano.
A querida professora Catarina Shin, que quando eu ainda estava definindo meu
Projeto, me atendeu de uma forma atenciosa, carinhosa e, tantas vezes, me ouviu dando-me o
norte em meus questionamentos.
As colegas de trabalho (são muitas), mas, em especial, as diretoras da Escola
Municipal Professora Maria Cristina Ozório Tavares: Maria de Fátima, Euflazia e Aldina por
todo apoio recebido em minha caminhada profissional e acadêmica.
As diretoras da Escola Municipal Santa Catarina: Tatiana e Juliana que, tão
carinhosamente, me ajudaram e fizeram tudo para facilitar minha vida enquanto mestranda.
Aos meus colegas e companheiros do Mestrado que, nestes 2 anos, tornaram-se
irmãos, que partilharam comigo os desafios desta caminhada: Fernando, João, Kleber, Magno,
Valdier, Rodrigo e Midiam.
Aos meus alunos da Licenciatura em Música da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN) que, a cada dia, me fazem crer que o ensino superior é o ponto de
continuação e que, a cada dia, precisamos estabelecer pontes entre as escolas e a universidade
dialogando para a construção de um saber que amplie nossos horizontes.
Aos meus queridos monitores e alunos da Licenciatura que estiveram comigo no Coral
Infantil da UFRN neste último ano, aceitando o desafio de participar deste Projeto de pesquisa
de forma mais direta: Júlio César, Érica, Fernando, Helder, Jessyca, Joyce, Kadja, Mayssára e
Raiane.
Aos alunos do Coral Infantil que, de forma tão espontânea e linda, fizeram parte desta
Pesquisa cantando com tanta alegria e entusiasmo, sendo partícipes ativos deste processo
educativo musical experimental.
Aos pais dos alunos do Coral, meus parceiros que acreditaram em meu trabalho e
nunca pouparam esforços para que seus filhos estivessem totalmente engajados no Projeto
Coral Infantil da UFRN, sempre me deram muita força e cobriram com palavras de elogios,
de carinho e reconhecimento.
A Drª1 Ana Lúcia Gaborim Moreira que, estando tão distante geograficamente, foi e é
uma grande inspiração para meu trabalho e, em todas as vezes que pôde, me amparou com
suas observações tão valorosas, me provando sempre que não há distância quando queremos
ajudar o outro.

1
Doutora (Dra.).
Ao professor Durval Cesetti, por apoiar o Projeto do Coral Infantil da UFRN
encaminhando o Projeto, através da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), sempre de forma tão
solícita.
Ao Maestro Emanuel Nunes Martinez que colaborou em nossa Pesquisa promovendo
a capacitação dos licenciandos por meio de Masterclass e nos presenteando com seu livro tão
rico em informações sobre Regência Coral.
A querida amiga Christina Bogiages, por me confiar à continuação do seu trabalho
frente ao Coral Infantil da UFRN após seu retorno aos Estados Unidos da América (EUA).
A querida amiga Keila Digigow, por estar lado a lado comigo na Regência do Coral
Infantil da UFRN, trazendo suas contribuições significativas.
A minha mana querida Aliete Carneiro que sempre me socorreu nas correções e
formatações além de me entregar palavras de ânimo baseadas em sua experiência como
professora da Universidade Federal em Garanhus - PE2.
A querida Dejardiere, nossa querida Deja, secretária da Pós-Graduação que, mesmo
em meio a tantas demandas em seu trabalho, sempre me atendeu com um sorriso no rosto,
sempre respondeu minhas mensagens, meus e-mails e telefonemas com muita eficiência e
amor.

2
Pernambuco (PE).
"O gesto é construtor e criador. Sua tarefa é a mesma das mãos do
instrumentista: descongela a partitura, traduz sonoridade e revela a
música concebida pelo compositor, intermediada pela interpretação do
regente" (FONTERRADA, 1997, p. 18).
RESUMO

Esta Pesquisa teve como objetivo sistematizar conteúdos aplicáveis para a formação
docente na área da Regência Coral Infantil em um Projeto de Extensão Universitária
envolvendo alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN. Nesse contexto, 11
participantes integraram o Estudo: uma regente - pesquisadora, mestranda; uma regente
auxiliar e pianista, aluna do Curso de Pós - Graduação em Música; 7 licenciandos em
Música; uma pianista - aluna do Bacharelado em Música; uma preparadora vocal – aluna do
Curso Técnico em Música / Canto. A Pesquisa considerou também as atividades
desenvolvidas pela pesquisadora nas disciplinas Atividades Orientadas II - Metodologia do
Ensino da Voz - e Música Coral, no Curso de Licenciatura em Música da UFRN, durante o
semestre letivo de 2015.2 bem como experiências no Projeto de Extensão Coral Infantil da
UFRN, no semestre letivo de 2016.1. Para tanto, o trabalho está fundamentado em autores
como Figueiredo (1990), Schimiti (2003), Zander (2008), Fonterrada (2008), Grings (2011),
Dias (2011), Loureiro (2012), Esperidião (2012), Gois (2015), Gaborim - Moreira (2015).
Como procedimento metodológico, foi realizada uma pesquisa - ação (TRIPP, 2005),
estruturada em 4 fases: planejamento, ação, monitoramento e avaliação. Por meio desse
procedimento, foi possível elaborar e desenvolver atividades pedagógicas e musicais para o
ensino de Regência Coral Infantil que estão relatadas por meio de descrição do diário de
campo, registros de imagens fotográficas, observações e depoimentos de alunos da
Licenciatura, coletados através de um questionário semiestruturado. Estes depoimentos
apoiam que as atividades realizadas no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN foram
muito significativas para os licenciandos e contribuíram para o desenvolvimento de suas
habilidades e competências como regentes. Diante dos resultados obtidos, acreditamos que
esta Pesquisa contribui para a ampliação das discussões sobre a Regência Coral Infantil na
formação docente em Música.

Palavras-chave: Regência Coral. Formação Docente em Música. Coral Infantil.


ABSTRACT

This research aimed to systematize applicable contents for teacher training in the area
of children’s choral conducting in a university extension project involving students of the
Undergraduate Music Course of UFRN. In this context, 11 participants integrated the study: a
regent-researcher, master's degree; a assistant conductor and pianist, a postgraduate student in
music; 7 graduates in music; a pianist – student bachelor in music; a vocal coach - technical /
music singing student. The research also considered the activities developed by the researcher
in the disciplines Oriented Activities II - Voice Teaching Methodology - and Choral Music, in
the Music Licensing Course of UFRN, during the academic semester of 2015.2 as well as
experiences in the UFRN Children's Coral Extension Project, in the academic semester of
2016.1. To do so, the work is based on authors such as Figueiredo (1990), Schimiti (2003),
Zander (2008), Fonterrada (2008), Grings (2011), Dias (2011), Loureiro (2012), Esperidião
(2012), Gois (2015) and Gaborim - Moreira (2015). As a methodological procedure, we
carried out an action research (TRIPP, 2005), structured in 4 phases: planning, action,
monitoring and evaluation. Through this procedure, it was possible to elaborate and develop
pedagogical and musical activities for the teaching of children's choral conducting, reported
by diary description, photographic image records, observations and testimonials of
undergraduate students collected through a semi-structured questionnaire. These testimonials
support that the activities carried out in the UFRN Children's Coral Extension Project were
very significant for the graduates and contributed to the development of their skills and
competences as conductors. In light of the results obtained, we believe that this research
contributes to broaden the discussions about teacher training in children’s choral conduction.

Keywords: Choral Conducting. Teacher Training in Music. Children's Choir.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Letra da música: As frutas.......................................................................... 78


Figura 2 – Modelos de fichas para trabalhar inflexão vocal........................................ 78
Figura 3 – Conto sonoro para explorar os sons vocais................................................. 79
Figura 4 – Vocalizes – Explorar sons destacados e ligados......................................... 80
Figura 5 – Vocalizes – Explorar abertura e fechamento labial.................................... 80
Figura 6 – Marcação rítmica, tempo Forte e Fraco...................................................... 85
Figura 7 – Música: Abra a roda.................................................................................... 86
Figura 8 – Letra da música: Abra a roda...................................................................... 87
Figura 9 – Representação das crianças em círculo sentadas na roda........................... 88
Figura 10 – Parlenda: A Chiquinha foi à cozinha.......................................................... 89
Figura 11 – Representação das emoções – Expressões fisionômicas............................ 90
Figura 12 – Música: Brincando com bolinha de sabão.................................................. 94
Figura 13 – Música: Camaleão....................................................................................... 95
Figura 14 – Música: Terra.............................................................................................. 96
Figura 15 – Música: Adivinhe – Lourdinha Lima Medeiros......................................... 97
Figura 16 – Partitura da música: Espantalho.................................................................. 98
Figura 17 – Letra da música: Espantalho....................................................................... 99
Figura 18 – Trava Língua – Exercício........................................................................... 99
Figura 19 – Fragmentos da música: As frutas – Diógenes da Cunha Lima................... 101
Figura 20 – Música: Duas cirandas................................................................................ 102
Figura 21 – Música: Ora bolas – Paulo Tatit e Edith Derdyk........................................ 103
Figura 22 – Letra da música: Ora bolas......................................................................... 104
Figura 23 – Música: Oh, How Lovely............................................................................ 105
Figura 24 – Fragmento da música: De repente Califórnia – Lulu Santos e Nelson
Mota............................................................................................................. 106
Figura 25 – Fragmento da música: Sementes do Amanhã, adaptada por Patrícia Costa
para Coro Infantil......................................................................................... 107
Figura 26 – Cartaz de divulgação da Masterclass........................................................... 108
Figura 27 – O olhar direcionado do regente.................................................................... 110
Figura 28 – Posição dos brações do regente................................................................... 111
Figura 29 – Postura corporal do regente......................................................................... 111
Figura 30 – Pirâmide da Regência.................................................................................. 112
Figura 31 – Indicação gestual dos compassos................................................................. 113
Figura 32 – Treinando o gestual do compasso binário.................................................... 114
Figura 33 – Ampliando as possibilidades para a Regência do compasso binário........... 114
Figura 34 – Treinar anacruse com tempo preparatório e cortes...................................... 115
LISTA DE FOTOGRAFIAS

Foto 1 – Crianças realizando preparação corporal (Alongamento)............................. 71


Foto 2 – Crianças realizando preparação corporal (Flexão do tórax – tocar a ponta
dos pés).......................................................................................................... 71
Foto 3 – Licencianda em Música explicando o funcionamento do diafragma:
inspiração e expiração................................................................................... 73
Foto 4 – Crianças do Coral Infantil da UFRN realizando a verificação do
movimento do diafragma: inspiração e expiração........................................ 74
Foto 5 – Crianças do Coral Infantil da UFRN fazendo o exercício de articulação
(Estiramento da língua)................................................................................. 76
Foto 6 – Crianças do Coral Infantil da UFRN fazendo o exercício de articulação
(Abertura dos articuladores)......................................................................... 76
Foto 7 – Crianças do Coral Infantil da UFRN – Experiências com sons vocais......... 82
Foto 8 – Crianças do Coral Infantil da UFRN – O som da minha voz! (com a
orientação das licenciandas)......................................................................... 82
Foto 9 – Crianças do Coral Infantil da UFRN – Experiências vocais com graves e
agudos........................................................................................................... 83
Foto 10 – Crianças do Coral Infantil da UFRN experimentando os sons vocais.......... 83
Foto 11 – Licenciando apresentando ao Coral Infantil da UFRN os timbres sonoros.. 84
Foto 12 – Percepção de timbres sonoros....................................................................... 84
Foto 13 – Licencianda trabalhando a canção: Abra a roda (Grupo 3) com o Coral
Infantil da UFRN........................................................................................... 87
Foto 14 – Crianças do Coral Infantil da UFRN (Grupo 4) expressando emoções e
improvisando situações cotidianas com fantoches........................................ 91
Foto 15 – Licencianda ensinando ao Coral Infantil da UFRN (Grupo 1) a música:
Terra.............................................................................................................. 96
Foto 16 – Preparadora vocal do Coral Infantil da UFRN apresentando a letra da
música: Espantalho........................................................................................ 98
Foto 17 – Licencianda representando o Espantalho para o Coral Infantil da UFRN.... 100
Foto 18 – Licenciandos do Projeto Coral Infantil da UFRN recebendo, de presente,
o livro: Regência Coral do Maestro Emanuel Martinez................................ 109
Foto 19 – Maestro Emanuel Martinez apresentando o padrão gestual dos compassos. 113
Foto 20 – Alunos da Licenciatura em Música na Masterclass de Regência................. 116
Foto 21 – Aluna da Licenciatura em Música na Masterclass de Regência................... 116
Foto 22 – Aluno da Licenciatura em Música na Masterclass de Regência................... 117
Foto 23 – Apresentação do Coral Infantil da UFRN no Auditório Onofre Lopes........ 119
Foto 24 – Licencianda regendo a música: Terra – Grupo 1 (5 anos) – com o Coral
Infantil da UFRN.......................................................................................... 120
Foto 25 – Licencianda regendo a música: Ora bolas – Grupo 3 (7 anos) – com o
Coral Infantil da UFRN................................................................................ 120
Foto 26 – Licencianda regendo a música: Sementes do Amanhã – Grupos 3 e 4 (7 a
11 anos) – com o Coral Infantil da UFRN.................................................... 120
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Publicações sobre Regência Coral no Brasil............................................ 31


Quadro 2 - Ciclo da Pesquisa – Ação......................................................................... 55
Quadro 3 - A Pesquisa – Ação no contexto do Coral Infantil da UFRN.................... 55
Quadro 4 - Textos utilizados para estudo com os licenciandos do Coral Infantil da
UFRN....................................................................................................... 64
Quadro 5 - Delegação de atividades dos licenciandos do Coral Infantil da UFRN -
2016.1....................................................................................................... 67
Quadro 6 - Repertório trabalhado no Coral Infantil da UFRN - 2016.1..................... 93
Quadro 7 - Identificando os compassos...................................................................... 113
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEM – Associação Brasileira de Educação Musical


ANNPOM – Associação Nacional de Pesquisa e Pós - Graduação em Música
AOS – Atividades Orientadas
ARCI – Associação de Regentes de Corais Infantis
CEMURE – Centro Municipal de Referência em Educação
Dra. – Doutora
ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente
EMUFRN – Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
EUA – Estados Unidos da América
FUNARTE – Fundação Nacional de Artes
JPEG – Joint Photographic experts Group
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MEC – Ministério da Educação
MPB – Música Popular Brasileira
MSc – Master of Science (Mestre)
ONGs – Organizações Não Governamentais
PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais
PDF – Portable Document Format
PE – Pernambuco
PPGMUS – Programa de Pós – Graduação em Música
PROEX – Pró - Reitoria de Extensão
Profª – Professora
PVC – Policloreto de Vinila
RAP – Rhythm and Poetry
RN – Rio Grande do Norte
SME – Secretaria Municipal de Educação
THA – Tailândia
UFBA – Universidade Federal da Bahia
UFMS – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
UnP – Universidade Potiguar
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 19
2 O CANTO CORAL NA FORMAÇÃO DOCENTE EM MÚSICA.......... 24
2.1 O Canto Coral nas pesquisas em Educação Musical................................. 24
3 A REGÊNCIA................................................................................................ 28
3.1 Aspectos da Regência.................................................................................... 28
3.2 O papel do regente Coral.............................................................................. 30
3.2.1 Regente Coral como Educador Musical.......................................................... 33
3.2.2 Habilidades e competências do regente........................................................... 36
3.2.3 Regência de Corais Infantis e Infantojuvenis.................................................. 38
4 DESENHO METODOLÓGICO DA PESQUISA...................................... 45
4.1 Construindo o objeto de pesquisa................................................................ 45
4.2 O Coral Infantil da UFRN............................................................................ 47
4.3 Pesquisa – Ação.............................................................................................. 49
4.4 Instrumentos de coleta de dados.................................................................. 51
4.5 Instrumentos de organização de dados........................................................ 53
4.6 A Pesquisa – Ação na prática desta investigação....................................... 54
4.6.1 Fase 1 – Identificação do problema e planejamento....................................... 56
4.6.1.1 Identificando o problema............................................................................... 56
4.6.1.2 O planejamento............................................................................................... 58
4.6.2 Fase 2 – Ações realizadas................................................................................ 59
4.6.2.1 A Pesquisa – Ação na prática......................................................................... 59
4.6.3 Fase 3 – Monitorando e descrevendo as ações realizadas............................... 60
4.6.4 Fase 4 – Avaliando os resultados da Pesquisa................................................. 60
5 A FORMAÇÃO DO REGENTE NO CORAL INFANTIL DA UFRN.... 62
5.1 A experiência didática no Coral Infantil da UFRN.................................... 62
5.1.1 Planejamento das aulas e formação dos licenciandos..................................... 62
5.1.2 Estudo de textos............................................................................................... 63
5.1.3 Planejamento das atividades de musicalização............................................... 65
5.1.4 Estudo do repertório e prática da Regência..................................................... 68
5.2 Atividades desenvolvidas no Projeto de Extensão do Coral Infantil da
UFRN.............................................................................................................. 70
5.2.1 Preparação corporal......................................................................................... 70
5.2.1.1 Exercícios sugeridos........................................................................................ 72
5.2.1.1.1 Exercícios de respiração................................................................................. 72
5.2.1.1.2 Exercícios vocais............................................................................................. 74
5.2.2 Palavras cantadas............................................................................................. 77
5.2.3 Conto sonoro................................................................................................... 79
5.2.4 Exercícios melódicos – Vocalizes................................................................... 80
5.2.5 Sentindo a voz e aprendendo a perceber a voz do outro para cantar............... 81
5.2.6 Adivinhe que som é esse?................................................................................ 84
5.2.7 Atividades com copos plásticos – O parâmetro do som intensidade............... 85
5.2.8 Abra a roda: brinquedo cantado tradicional.................................................... 86
5.2.9 Adoletá onde é que eu vou sentar?.................................................................. 88
5.2.10 Som e silêncio.................................................................................................. 88
5.2.11 “Que é isso, Chiquinha?” – Atividade para explorar o ritmo.......................... 89
5.2.12 Inflexão vocal: voz cantada e voz falada – Jogos teatrais............................... 89
5.2.13 Brincadeira em duplas..................................................................................... 91
5.2.14 Outras atividades de inflexão.......................................................................... 92
5.3 Escolha do repertório.................................................................................... 92
5.3.1 Brincando com bolinha de sabão..................................................................... 94
5.3.2 Camaleão......................................................................................................... 94
5.3.3 Terra................................................................................................................ 95
5.3.4 Adivinhe.......................................................................................................... 97
5.3.5 Espantalho....................................................................................................... 98
5.3.6 As frutas........................................................................................................... 100
5.3.7 Duas cirandas................................................................................................... 101
5.3.8 Oh, How Lovely.............................................................................................. 104
5.3.9 De repente Califórnia...................................................................................... 105
5.3.10 Sementes do Amanhã...................................................................................... 106
5.4 Prática da Regência no Projeto de Extensão do Coral Infantil da
UFRN – Masterclass...................................................................................... 107
5.4.1 Aspectos abordados na Masterclass................................................................ 109
5.5 O Recital......................................................................................................... 118
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 122
REFERÊNCIAS............................................................................................ 126
BIBLIOGRAFIAS......................................................................................... 139
APÊNDICE A – TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE
IMAGENS (FOTOS E VÍDEOS) PARA MENOR DE IDADE................ 149
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO.................................. 150
APÊNDICE C – CONTEÚDOS DA DISCIPLINA – AOS II................... 151
APÊNDICE D – PLANEJAMENTO COM OS LICENCIANDOS DO
CORAL INFANTIL DA UFRN – 2016.1.................................................... 154
APÊNDICE E – PLANEJAMENTO DAS AULAS DO CORAL
INFANTIL DA UFRN – 2016.1.................................................................... 156
APÊNDICE F – PROGRAMA DO RECITAL DO CORAL INFANTIL
DA UFRN – JUNHO DE 2016...................................................................... 159
APÊNDICE G – QUESTIONÁRIO............................................................. 163
ANEXO A – MÚSICA: AS FRUTAS.......................................................... 166
ANEXO B – MÚSICA: ESPANTALHO..................................................... 167
19

1 INTRODUÇÃO

O Canto Coral é uma das práticas mais utilizadas para a atuação do professor de
Música. Isto se dá, provavelmente, porque se trata de uma prática musical de baixo custo e
que pode trazer diversos benefícios educacionais para quem o pratica além de ser uma forma
interessante de levar o trabalho realizado em sala de aula para o público. A formação dos
professores de Música para atuarem nestes contextos, no entanto, ainda é uma questão pouco
discutida e tem acarretado em práticas pouco efetivas que deixam de lado aspectos técnicos
importantes quando se trata do uso da voz na infância.
A motivação para escolha desta temática, Regência Coral Infantil na formação docente
em Música, se deu pela atuação da autora desta Dissertação como regente frente à corais
infantis em projetos sociais, nas escolas da rede pública e privada de ensino na cidade do
Natal, Rio Grande do Norte (RN) além de sua observação voltada à profissionais conduzindo
este trabalho com insegurança, apresentando lacunas que podem estar relacionadas à
formação e a aquisição de conhecimentos específicos para esta prática pedagógica sobre a
condução do trabalho Coral Infantil. Após buscar respaldo na literatura, a autora deste
Trabalho verificou que as limitações estão relacionadas, principalmente, a formação do
regente, o que a instigou a aprofundar os seus conhecimentos sobre o assunto. Nessa busca,
pôde constatar a necessidade de se investigar sobre esta temática diante do contexto atual,
cujas demandas são cada vez mais crescentes, o que pode ser observado desde a
implementação da Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008 (BRASIL, 2008)3 que trata da
obrigatoriedade do ensino de Música nas escolas da Educação Básica. Entretanto, os Cursos
de Licenciatura em Música – que são poucos, considerando a demanda do nosso país -, ainda
estão se adequando às novas realidades propostas pela referida Lei no que se refere aos
currículos, suscitando outras discussões.
A aproximação da autora deste Trabalho com o objeto desta Pesquisa - Regência Coral
Infantil - tem um estreitamento com a sua história de vida. Cantar era algo comum na sua
família e, embora não estivesse em um ambiente de músicos profissionais, a Música estava

3
A Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008 (BRASIL, 2008), passou por alteração através do sancionamento da
Lei nº 13.278, de 2 de maio de 2016 que “Altera o § 6o do art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
que fixa as diretrizes e bases da educação nacional, referente ao ensino da arte” (BRASIL, 2016, p. 1),
provocando assim uma nova mudança no ensino da Música e das Artes. Nesse contexto, o § 6o esclarece que:
“As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que constituirão o componente curricular de que
trata o § 2o deste artigo” (BRASIL, 2016, p. 1). Diante disso, o Art. 2o explicita que “O prazo para que os
sistemas de ensino implantem as mudanças decorrentes desta Lei, incluída a necessária e adequada formação
dos respectivos professores em número suficiente para atuar na educação básica, é de cinco anos” (BRASIL,
2016, p. 1).
20

presente de forma enfática. Nesse contexto, a autora desta Pesquisa estudou piano, quando
criança, e, com 14 anos, iniciou seus estudos de Regência Coral. Com o passar do tempo, foi
aprofundando seus estudos, concluiu o Bacharelado em Regência Coral na cidade de Recife -
PE, assumindo a direção dos corais de adultos e, posteriormente, de forma predominante, a
Regência de grupos infantis.
Dando continuidade, fez sua segunda Graduação, caminhando para a conclusão do
Curso de Licenciatura em Artes em Natal - RN onde sentiu o desejo de ingressar no Coral da
Instituição em que estudou para ampliar seus conhecimentos, desta vez, enquanto corista. Em
um determinado momento, o regente soube que a autora deste Trabalho possuía habilitação
em Música e a questionou se ela gostaria de assumir a Regência de um coral infantil em uma
Escola de Aplicação. A autora desta Pesquisa aceitou o convite o qual considera um dos
principais trabalhos que a conduziram a uma identificação maior com a música coral infantil.
Em 2003, a autora deste Trabalho prestou concurso para a Secretaria Municipal de
Educação (SME) de Natal – RN onde soube que havia um Projeto denominado Tralalá que
incentivava o Canto Coral nas escolas públicas. Diante disso, não hesitou em se integrar ao
Projeto e, em 2004, iniciou um Coral na Escola para qual foi encaminhada e onde trabalha
desenvolvendo o Projeto até hoje.
Ao observar as práticas de regentes corais infantis em apresentações, a autora desta
Pesquisa indagou-se no tocante ao por que os regentes manifestavam tanta insegurança ao
realizarem seu trabalho? Em alguns momentos, pôde perceber a aflição e desconforto dos
colegas regentes no momento de expor o resultado nas apresentações. As dificuldades
observadas, no momento em que os professores regiam, relacionavam-se à falta de firmeza na
execução dos padrões básicos de Regência, postura corporal, questões técnicas, como
respiração e articulação, inadequação do repertório, entrosamento com o grupo e,
principalmente, afinação.
O desenvolvimento do trabalho com Coral Infantil exige do regente uma capacitação
diferenciada em relação a outros grupos corais. Certa vez, a autora desta Pesquisa ouviu um
regente dizer: “É muito fácil fazer um coral com crianças, elas respondem rápido e, em uma
semana, podemos apresentar o resultado” (informação verbal)4. É fato que as crianças
respondem mais rapidamente aos estímulos, entretanto, a afirmativa da facilidade destoa da
realidade. Esta colocação fez a autora desta Pesquisa refletir sobre as práticas desenvolvidas

4
Informação fornecida por um regente durante o I Encontro para a formação dos regentes de Corais Infantis do
Projeto Tralalá, realizado no Centro Municipal de Referência em Educação (CEMURE), em Natal / RN, em
outubro de 2009.
21

pelos regentes de corais infantis que a instigaram no sentido de ampliar os seus


conhecimentos na área da Regência Coral Infantil.
Ao ingressar no Mestrado e tendo assumido a disciplina Atividades Orientadas (AOS)
II - Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral no Curso de Licenciatura em Música da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) como pré-requisito para o Mestrado, a
autora desta Pesquisa vislumbrou um norte sobre como desenvolver um trabalho de formação
eficaz para o exercício docente do Canto Coral estando diante de alunos em formação. Assim,
sentiu-se motivada a traçar um planejamento de curso de modo a sistematizar a gama de
conhecimentos que já havia adquirido ao longo de sua vida a fim de transformá-los em um
conteúdo possível de ser compartilhado com futuros regentes / educadores.
E, por último, em 2016, a autora deste Trabalho recebeu um convite para assumir a
Coordenação do Coral Infantil da UFRN o qual a desafiou a colocar, mais uma vez em
execução, seus conhecimentos de Regência e, ao mesmo tempo, de docente, treinando e
capacitando um grupo de alunos da Licenciatura que, sendo monitores, teriam a oportunidade
de participar de estudos específicos sobre o Canto Coral Infantil, o que se transformou em
uma oportunidade para a realização desta Pesquisa. Diante das observações realizadas sobre
as práticas regentes de corais infantis, surgiram algumas indagações: Porque os regentes
apresentam tantas inseguranças em suas práticas? De que maneira as lacunas existentes
poderiam ser reduzidas? Como a UFRN poderia contribuir, de forma mais efetiva, para a
formação destes regentes? Que habilidades deveriam ser requeridas de um regente coral? Que
conteúdos são significativos para compor o currículo na formação do regente e suas práticas?
Traz-se, ainda, como questionamento, uma pergunta central para o desenvolvimento da
problemática desta Pesquisa que aponta o seguinte: Como é possível sistematizar conteúdos e
práticas aplicáveis para a formação docente na área da Regência Coral Infantil? Nesse
contexto, apresenta-se como objetivo geral, a sistematização de conteúdos aplicáveis para a
formação docente na área da Regência de Coral Infantil bem como a sua colocação em
prática, através de um Projeto de Extensão Universitária envolvendo alunos do Curso
de Licenciatura em Música da UFRN.
Buscando resposta para esta questão, foi realizado um trabalho junto aos licenciandos.
Quanto aos objetivos específicos, buscou-se: 1) identificar habilidades e competências
necessárias para a atuação do regente de Coral Infantil; 2) planejar procedimentos pedagógico
- musicais para o ensino de Regência Coral Infantil com alunos do Curso de Licenciatura em
Música da UFRN; 3) realizar procedimentos pedagógico - musicais para o ensino de Regência
Coral Infantil com alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN; 4) avaliar as
22

relações entre o processo de ensino e aprendizagem que relacionem professores e alunos


envolvidos no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN.
No percurso desta Pesquisa serão apresentados autores que têm refletido, de forma
relevante, sobre a formação inicial do professor de Música, Regência Coral e Canto Coral
Infantil. Para tanto, traça-se uma linha condutora na perspectiva de que esta Pesquisa possa
suscitar novas discussões sobre o tema visto que, em geral, tem registros escassos.
Diante disso, o primeiro capítulo traz, de forma sintética, alguns aspectos relacionados
à Regência e ao regente; o importante papel social, cultural, religioso e formativo do Canto
Coral e do regente enquanto propagador desta prática. Destaca ainda, algumas pesquisas que
vêm sendo realizadas em Educação Musical como macrocampo e, nas subáreas do Canto
Coral, Regência Coral Infantil, Infantojuvenil e Formação Docente apresentando os principais
autores da atualidade e seus pensamentos.
O segundo capítulo discute os aspectos da Regência e suas funções, o papel da
Regência Coral, as habilidades e competências do regente enquanto educador musical,
apresentando o pensamento de autores como: Figueiredo (1990), Fonterrada (1997), Schimiti
(2003), Amato (2008), Zander (2008), Dias (2011) e Utsunomiya (2011). O importante papel
do regente de Corais Infantis e Infantojuvenis também é trazido à discussão na perspectiva
dos autores: Fonterrada (1997), Schimiti (2003), Soares (2004), Lima (2007), Utsunomiya
(2011), Oliveira (2012), Sobreira (2013), Andrade (2015), Gois (2015), Paziani (2015) e
Gaborim - Moreira (2015).
Já o terceiro capítulo apresenta o desenho metodológico da Pesquisa que foi
estruturado no ciclo da pesquisa - ação considerando a proposta de Tripp (2005) e Thiollent
(2011), no sentido de favorecer as práticas pedagógicas dos alunos ainda em formação para a
Regência Coral, onde se estabeleceu um plano de ação em 4 etapas: 1) identificação do
problema e planejamento; 2) ação ou implantação; 3) monitoramento e descrição; 4)
avaliação. Desta forma, foi realizada a descrição de todo o processo mediante a apresentação
dos instrumentos utilizados para a coleta de dados, o modo de sua realização e a pesquisa na
prática, descrevendo como foram os encaminhamentos em busca da resposta para a
problemática posta.
O quarto capítulo apresenta e discute os resultados obtidos no processo de
sistematização dos conteúdos aplicáveis no Coral Infantil da UFRN e o processo de formação
dos licenciandos em Música neste contexto bem como reflexões sobre o relato de alguns
alunos da Licenciatura envolvidos no processo, avaliando sua própria atuação.
23

Por fim, apresenta-se as conclusões da autora desta Pesquisa, delineando todo trajeto,
buscando desenvolver uma linguagem clara que aproxime estudantes e docentes para o
descortinar de ações concretas e propositivas a partir da sua própria experiência.
24

2 O CANTO CORAL NA FORMAÇÃO DOCENTE EM MÚSICA

Os processos e vivências que envolvem a prática do Canto Coral compreendem, além


da aquisição de conhecimentos musicais, processos de ensino e aprendizagem e diferentes
aspectos educativos, culturais, sociais, formativos, interpessoais, cognitivos, afetivos, entre
outros. Esse panorama, que compreende o Canto Coral, contribui para a Educação Musical;
amplia as possibilidades de práticas musicais, podendo ocorrer em diversos ambientes, entre
eles, espaços formais e não formais de ensino e aprendizagem de Música, utilizando poucos
recursos materiais e humanos; permite o estabelecimento de diversas trocas educativas e
democratiza o acesso à música. Porém, para atender às demandas da Educação Musical, faz-
se necessário a atuação de um profissional, com uma ampla formação e que possua certas
habilidades e competências capazes de potencializar ações para atingir objetivos educativo -
musicais. Por esse prisma, o papel dos Cursos de Licenciatura em Música é o de proporcionar
uma formação de professores capazes de atuar em diferentes contextos e, principalmente, na
Educação Básica, no ensino de crianças e jovens. Nesse sentido, ao pesquisarmos sobre o
tema Canto Coral e, mais especificamente, sobre o Coral Infantil relacionado à formação
docente em Música, acreditamos poder contribuir para a área da Educação Musical. Assim
sendo, ressalta-se que o objetivo geral desta Dissertação é investigar a formação do regente do
Coral Infantil no Curso de Licenciatura em Música da UFRN.
Para tanto, no intuito de contextualizar e discutir a temática apresenta-se, nesta Seção,
uma revisão sobre Canto Coral nas publicações da área de Educação Musical; o papel do
regente coral; o regente enquanto educador musical; as habilidades e competências do regente
coral; e também o papel do regente de Corais Infantis e Infantojuvenis.
Nesta Dissertação, será adotado o termo coro para indicar um grupo de pessoas que se
reúnem com o objetivo de cantar em uníssono ou com divisão de vozes; os termos Canto
Coral, Prática Coral ou Prática do Canto Coral serão utilizados para indicar vivências e
práticas que envolva regente e coro; e o termo corista será utilizado para definir os
participantes do coro.

2.1 O Canto Coral nas pesquisas em Educação Musical

Em relação às pesquisas a respeito do Canto Coral no campo da Educação Musical, os


temas como: Regência Coral Infantil e Infantojuvenil na formação docente em Música ainda
25

foram pouco discutidos. Para dialogar sobre o tema Regência Coral Infantil e Infantojuvenil
destaca-se os trabalhos de:

 Figueiredo (1990) – O ensaio como um momento de aprendizagem;


 Fonterrada (1997) – Preparação do regente de Corais Infantis;
 Schimiti (2003) – Regência do coro infantil;
 Mateiro (2003) – Formação do regente coral;
 Figueiredo (2003) – Etapas na formação de um regente;
 Lima (2007) – Coral Infantil em projetos sociais;
 Penna (2007), Denardi (2008), Loureiro (2012), Esperidião (2012) e Sobreira
(2013) – Formação docente em Música;
 Amato (2008) – Habilidades e competências do regente;
 Vertamatti (2008) – Repertório Coral Infantojuvenil;
 Dias (2011) – O regente como educador musical;
 Utsunomiya (2011) – Habilidades e competências do regente de Coral Infantil;
 Grings (2011) – A formação do regente no contexto universitário;
 Oliveira (2012) – A prática do Canto Coral Infantil como processo de
musicalização;
 Sobreira (2013) – Canto como elemento de musicalização;
 Rheinboldt (2014) – Preparo vocal infantil;
 Andrade (2015) – Coral Infantil na escola pública;
 Gois (2015) – A atividade lúdica no coro infantil;
 Paziani (2015) – Repertório e formação do regente - educador musical; e
 Gaborim - Moreira (2015) – Prática Coral Infantojuvenil em projetos de extensão.

Os autores Chiarelli e Figueiredo (2010) trazem um levantamento sobre os trabalhos


apresentados nos Encontros Nacionais e Congressos da Associação Brasileira de Educação
Musical (ABEM) entre 1992 e 2009. Nesse levantamento, são listados 66 trabalhos
relacionados ao Canto Coral, com diferentes ênfases sobre sua prática. Ao realizar estes
levantamentos, de uma forma geral, percebeu-se a predominância de abordagens sobre
algumas temáticas em detrimento de outras. Entretanto, no que se refere à formação do
regente para atuar em coros infantis, que é o foco desta Dissertação, as interpelações
apresentam-se bastante escassas.
26

Clemente e Figueiredo (2014) dispõem de um artigo intitulado: O estado da arte da


pesquisa sobre Canto Coral no Brasil e os principais temas relacionados à Educação
Musical coral. Nesse artigo, foram encontrados pontos de intercessão com o que já havia se
pesquisado e alguns artigos que foram listados para compor o levantamento sobre as
publicações que circundam a temática Canto Coral.
Também é bastante significativo o trabalho realizado por Mateiro; Vechi; Egg (2014)
intitulado: A prática do Canto na Escola Básica: o que revelam as publicações da ABEM
(1992 – 2012). A pesquisa apresenta um panorama de 93 artigos publicados no período de 10
anos, listando a quantidade de artigos escritos em cada ano e apresentando um gráfico que
subdivide as diversas áreas em que o Canto aparece nestas publicações, estabelecendo uma
relação estreita com o Canto Coral.
Silva e Figueiredo (2015) apresentam um levantamento que compreende os anos de
2003 a 2013 e afirmam que foram publicados 145 trabalhos que referenciam a Prática Coral
nos Anais da ABEM e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música
(ANPPOM), sendo organizados em 12 categorias: 1. Práticas educativo - musicais no Canto
Coral; 2. Regência coral; 3. Coral Infantojuvenil; 4. Práticas corais em ambiente escolar; 5.
Práticas corais na formação do educador musical; 6. Coral de idosos; 7. Repertório coral; 8.
Inclusão social; 9. Relação corpo e voz no Canto Coral; 10. Canto orfeônico; 11. Preparação
vocal; e 12. Outras temáticas.
O estado da Arte realizado por Tomás (2015) traz inúmeros gráficos categorizados por
ano e temáticas que relacionam a produção musical nas academias, apresentando pequenos
resumos de todos os artigos publicados entre os anos de 1988 - 2013. Dos 2.650 trabalhos
apresentados nos 21 anos de Congressos da ANPPOM são elencadas as subáreas ligadas à
Música. Com base neste estudo, pôde-se constatar que as temáticas relacionadas à Regência
Coral e Canto Coral encontraram-se sempre associadas à Educação Musical e Práticas
Interpretativas, contabilizando, de forma mais direta, apenas 38 publicações relacionadas ao
tema. Este fato fortalece a observação de que as publicações bem como as pesquisas acerca
da temática Regência Coral e Canto Coral no âmbito da Pós-Graduação ainda estão ganhando
destaque.
Considerando a importância da Regência Coral e Canto Coral enquanto subárea dentro
do macrocampo da Música, estabeleceu-se a organização que será apresentada mais adiante,
através de algumas publicações que investigam e dialogam, de forma mais aproximada, com o
objeto de estudo desta Pesquisa. Diante disso, foram selecionados materiais considerados
mais significativos para esta Pesquisa, tomando como referência as palavras-chave: Regência
27

Coral, Formação docente em Música e Coral Infantil. Alguns destes materiais não abordam
em seus títulos a temática de forma clara, mas apresentam em seu conteúdo a relação com o
assunto em algum capítulo ou subtítulo, sendo possível a aproximação com o objeto desta
Pesquisa.
28

3 A REGÊNCIA

Nesta Seção, discutiremos a respeito de diferentes aspectos da Regência e do regente,


os diferentes papéis do regente coral, entre eles, o papel do regente como educador musical,
as habilidades e competências do regente e sobre a Regência Coral Infantil e Infantojuvenil.

3.1 Aspectos da Regência

O termo Regência, na área da Música, possui diferentes significados e geralmente está


associado a atividades como: dirigir, liderar, conduzir, administrar, orientar, organizar,
promover performances de grupos musicais, corais, bandas, orquestras, entre outros.
Nas palavras de Zander (2008, p. 16, grifo do autor):

Regência, na acepção própria do termo, provém de dirigo (latim); dirigir,


ordenar. Em música significa dirigir, conduzir um grupo de executantes,
músicos ou cantores, dentro de certa unidade musical, guiada pelos gestos
das mãos, do corpo e, até certo ponto, por expressões fisionômicas.

A consideração realizada por Zander (2008) ratifica os aspectos meramente técnicos


adotados e desenvolvidos pelo regente como uma linguagem que se estabelece para alcançar
os resultados almejados por meio dos gestos. Depois de certo tempo, os coristas já são
capazes de corresponder exatamente o que regente deseja porque se apropriaram desta
comunicação não verbal do regente.
A Regência se origina, provavelmente, da necessidade da marcação rítmica para
auxiliar na organização musical. Nesse contexto, podemos destacar que, no século XVII, eram
comuns batidas ruidosas de um bastão sobre algum móvel ou no chão para a manutenção do
andamento. Ainda nesse período, com o surgimento da ópera francesa sob a liderança de
Jean-Baptiste Lully (1632 - 1687), estabeleceu-se uma nova forma de execução de obras
musicais (FONTERRADA, 1997; MARTINEZ, 2000; ROCHA, 2004; ZANDER, 2008;
LAKSCHEVITZ, 2009). Em alguns casos, a Regência estabelecia o contato visual, em outros,
o regente conduzia ensaios do grupo sentado ao cravo, realizando a acentuação com a mão
esquerda e gesticulando com a mão direita. A Regência ganhou certa sistematização a partir
da escola Alemã de Mannheim, no século XVII, com a organização das partituras, notação de
andamentos, dinâmicas, composições mais criativas e técnicas. Desde então, tanto orquestra
29

quanto coro teve consolidado o regente enquanto profissional (MARTINEZ, 2000; ROCHA,
2004; ZANDER, 2008; FERNANDES, 2009).
A Regência e o regente, no período Clássico (século XIX), ainda não tinham um papel
consolidado de forma mais sistemática. No período romântico, foram marcadas a partir das
contribuições de Richard Wagner quando escreveu o ensaio A arte de dirigir, em 1889,
destacando: a importância do regente como intérprete e artista; a importância do tempo e do
significado da arte do Canto; a importância das nuances dinâmicas a serem extraídas da
orquestra e do Canto, dentre outros destaques (LAGO JÚNIOR, 2002).
Baptista (2000, p. 7) afirma que: "Regência é o ato de transmitir a um conjunto
instrumental ou vocal, por meio de gestos convencionais, o conteúdo rítmico e expressivo de
obra musical". Lago Júnior (2002, p. 33) interpreta que: "No campo da Regência, o maestro
transforma-se em pensador da música e no grande ator da expressão interpretativa". Os
pensamentos de Zander (2008), Baptista (2000) e Lago Júnior (2002), apresentados
anteriormente, apontam para o aspecto gestual e expressivo do regente, entretanto,
encontramos na literatura autores que trazem outras visões sobre as funções do regente.
Para Kerr (2006, p. 119, grifos nossos):

Regência Coral é gesto maior que o gesto de reger. É uma tomada de atitude
frente à música... É a busca incessante das qualidades do som, em
conjunções e disjunções com os silêncios e as sonoridades. É a procura
incansável de um repertório. É a identificação de muitas maneiras de
cantar. É a habilidade em reunir grupos de cantores. É, acima de tudo,
admitir que estudar música significa estudá-la por toda a vida. Esse gesto
maior pode até dispensar o gesto de reger, porque no momento em que ele
for necessário, tudo já terá sido feito (e muito ainda haverá por fazer).
Trata-se, então, da construção de um projeto sonoro.

Considerando o pensamento apresentado acima por Kerr (2006) podemos


compreender o coro como um grupo em construção e o regente não somente como seu
condutor musical mas também responsável por outros aspectos educacionais e administrativos
que envolvem o planejamento, a organização e o ensino musical, transcendo questões
meramente performáticas que, normalmente, são atribuídas à sua atuação.
Figueiredo (1990), Ramos (2003), Krüger et al (2003), Rocha (2004), Hentschke;
Azevedo; Araújo (2006), Zander (2008) e Gaborim - Moreira (2015) consideram o papel do
regente como articulador do coro responsável por definir metas, estratégias, organizar e
definir etapas e objetivos a serem alcançados para o desenvolvimento de um bom
planejamento.
30

Fucci - Amato e Galati (2012) defendem que um dos papéis fundamentais do regente é
conhecer aspectos da Administração e investir na gestão de pessoas para desenvolver uma boa
liderança no coro. Dias (2012) bem como Pereira e Vasconcelos (2007) advogam que o
regente e educador musical que trabalha com a prática coral, para além das questões
meramente musicais, é um observador das dimensões sociais que envolvem o coro e suas
interações. Utsonomiya (2011) e Gaborim - Moreira (2015) investigam as habilidades
requeridas para o regente de Coros Infantis e Infantojuvenis.
Diante do que foi apresentado e considerando a multiplicidade de subtemas
envolvendo o macrocampo da Regência Coral, destaca-se alguns dos diferentes aspectos
apontados pelos autores citados, tais como: musicais, técnicos, interpretativos e
performáticos, dentro do gestual da Regência; aspectos administrativos e de gestão de pessoas
e aspectos educativo - musicais e didáticos. Para além das questões técnico - musicais, a
Regência envolve aspectos que estão implícitos no ato de dirigir ou liderar um grupo
formando um conjunto de características significativas, como as funções de administrar,
gerenciar pessoas e também aspectos formativos e educacionais. Nesse âmbito, o regente tem
o papel fundamental na orientação, liderança e motivação de seu grupo para o
desenvolvimento de um conjunto de ações musicais, buscando sempre os melhores resultados
artístico - musicais e/ou educativo - musicais.

3.2 O papel do regente Coral

Como dito anteriormente, o papel de liderança do regente é composto por um conjunto


de particularidades: musicais, administrativas, pedagógicas e psicológicas. Neste sentido, os
estudos que envolvem as habilidades, competências bem como o campo de atuação do regente
têm crescido, paulatinamente, e apontam para várias direções (FIGUEIREDO, 1990;
ZANDER, 2008; AMATO, 2008; GABORIM - MOREIRA, 2015).
O Quadro 1 apresenta algumas publicações que investigam a Regência Coral bem
como os aspectos relacionados à sua prática. Os autores relacionados e pesquisados estão
inseridos no contexto desta Pesquisa dialogando de forma direta e indireta. A organização
estabelece o título da obra, o autor, o ano em que foi publicado e a categoria.
31

Quadro 1 - Publicações sobre Regência Coral no Brasil


(Continua)
TÍTULO DA OBRA AUTOR ANO CATEGORIA
O ensaio coral como momento de FIGUEIREDO,
aprendizagem: a prática coral numa Sérgio Luís de. 1990 Dissertação
perspectiva de Educação Musical
Regência Coral: princípios básicos MARTINEZ, 2000 Livro
Emanuel.
A arte da Regência: história, técnicas e LAGO JÚNIOR, 2002 Livro
maestros Sylvio.
O ensino da Regência Coral RAMOS, Marco 2003 Tese
Antonio.
Regência uma arte complexa ROCHA, Ricardo. 2004 Livro
Ensaios e olhares sobre a música coral KERR, Samuel. 2006 E-book
brasileira
Coral um canto apaixonante MATHIAS, Nelson. 2007 Livro
Regência Coral ZANDER, Oscar. 2008 Livro
Habilidades e competências na prática AMATO, Rita de 2008 Periódico
da Regência Coral: um estudo Cássia Fucci.
exploratório
Espaços de atuação e formação de TEIXEIRA, Lúcia 2009 Capítulo de livro
regentes corais: os desafios do Helena Pereira.
contexto
O regente e a construção da FERNANDES, 2009 Tese
sonoridade coral Ângelo José.
O regente de coro infantil de projetos UTSUNOMIYA, 2011 Dissertação
sociais e as demandas por novas Miriam Megumi.
competências e habilidades
O ensino de Regência na formação do GRINGS, Bernardo. 2011 Dissertação
professor de música: um estudo com
três Cursos de Licenciatura em Música
na região sul do Brasil
32

Quadro 1 - Publicações sobre Regência Coral no Brasil


(Conclusão)
TÍTULO DA OBRA AUTOR ANO CATEGORIA
A pedagogia crítica de Paulo Freire e D’ASSUMPÇÃO 2011 Dissertação
as práticas do regente - educador de JÚNIOR, José
corais escolares Teixeira
Abrangências da música na educação SILVA, Vladimir. 2011 Capítulo de livro
contemporânea: conceituações,
problematizações e experiências
Panoramas da Regência Coral - JUNKER, David. 2014 Dissertação
técnicas e estética
O regente como educador musical FRANCHINI, 2015 Dissertação
Rogéria Tatiane
Soares.
Levantamento de teses, dissertações e RIBEIRO, Cinara 2015 Artigo
artigos sobre a prática profissional do Baccili
regente de coros como educador
musical
Regência Coral como Educação DIAS, Leila Miralva 2015 Artigo
Musical: uma revisão de literatura Martins.
Regência Coral Infantojuvenil no GABORIM - 2015 Tese
contexto da extensão universitária: a MOREIRA, Ana
experiência do Projeto Coral Lúcia Iara.
Infantojuvenil da Universidade de
Mato Grosso do Sul
Fonte: A autora (2016).

Alguns pesquisadores relacionados no Quadro 1 concordam que há pouco material


publicado na literatura brasileira discutindo o tema Regência Coral que possa servir como
referência (ROCHA, 2004; FIGUEIREDO, 2003; KERR, 2006). Baseado neste contexto,
cada pesquisador busca uma forma de organizar e apresentar seus dados. Autores como:
Chiarelli e Figueiredo (2010), Dias (2011), Clemente e Figueiredo (2014), Ribeiro (2015),
Silva e Figueiredo (2015) e Gois (2015) realizaram levantamentos sobre Regência Coral e
Canto Coral para identificar o máximo de publicações relacionadas a estes temas,
apresentando formas diferenciadas de organização como: temas, categorias, levantamentos
33

bibliográficos e estado da arte, facilitando o acesso da temática em foco. A organização, a


seguir, foi feita com base no cruzamento destes levantamentos para atender os fins específicos
desta Dissertação. Certamente, nem todas as temáticas que envolvem os subtemas
relacionados à Regência e ao Canto Coral serão contempladas, outras entrarão em pontos de
intercessão e reaparecerão. Neste levantamento, apresenta-se o tema, o autor e o ano da
publicação:
1. Regente coral como educador musical (FIGUEIREDO, 1990; D’ASSUMPÇÃO
JÚNIOR, 2010; PRUETER, 2010; DIAS, 2011; UTSUNOMIYA, 2011; GRINGS, 2011;
TEIXEIRA, 2012; FRANCHINI, 2014; GABORIM - MOREIRA, 2015; RIBEIRO, 2015);
2. Habilidades e competências do regente (FONTERRADA, 1997; SCHIMITI, 2003;
AMATO, 2008; ZANDER, 2008; UTSUNOMIYA, 2011);
3. Regente de Corais Infantis e Infantojuvenis (FONTERRADA, 1997; SCHIMITI,
2003; SOARES, 2004; LIMA, 2007; UTSUNOMIYA, 2011; OLIVEIRA, 2012; SOBREIRA,
2013; ANDRADE, 2015; GOIS, 2015; PAZIANI, 2015; GABORIM - MOREIRA 2015);
4. Regente coral no contexto escolar (SENA, 2002; SCHIMITI, 2003; NEIVA, 2008;
BRAGA, 2010, 2011; D’ASSUMPÇÃO JÚNIOR, 2011; FARIA, 2011);
5. Regente como motivador (AMATO; AMATO NETO, 2009);
6. Regente e as técnicas de ensaio (FIGUEIREDO, 1990; FERNANDES, 2009;
SILVA; RAMOS; IGAYARA, 2010; HAUCK - SILVA, 2012).
7. Regente e as interações sociais (LIMA, 2007; PEREIRA; VASCONCELOS, 2007;
ZANDER, 2008; AMATO, 2008; UTSUNOMIYA, 2011; DIAS, 2011).
Tendo em vista que estão elencadas 7 categorias nessa Dissertação, daremos ênfase
apenas a 3 dessas categorias que estão relacionadas, mais diretamente, ao objeto desta
Pesquisa: 1. Regente como educador musical; 2. Habilidades e competências do regente; e 3.
Regente de Corais Infantis e Infantojuvenis.

3.2.1 Regente Coral como Educador Musical

A etimologia da palavra EDUCAR tem origem no termo em latim educare que significa
“‘conduzir para fora’” ou “‘direcionar para fora’” (EDUCAR, [20--])5. Neste sentido, o
regente potencializa seus coristas tornando o ambiente do coral apropriado para a
aprendizagem. A ação educativa do regente se dá desde o momento do seu planejamento de

5
Documento online não paginado.
34

ensaio até a execução das peças selecionadas (FIGUEIREDO, 1990; ZANDER, 2008).
As pesquisas apontam um número crescente de trabalhos que enfatizam o regente
coral como educador musical. Nessa direção, Figueiredo (1990) salienta que, o regente -
educador manifesta sua liderança de forma segura quando desenvolve seu ensaio dentro de
uma ação planejada, com objetivos definidos, avaliando suas metodologias, oferecendo novas
possibilidades de aprendizagem aos coristas, considerando que o processo ocorre dentro do
próprio ensaio e não como um processo à parte. Aponta também que os regentes devem
refletir sobre a atividade coral, assumindo sua função educacional, pois refletir sobre o
processo poderá favorecer a aquisição de conhecimentos musicais e, consequentemente, uma
melhor condução da prática coral.
Prueter (2010) advoga que a postura do regente não pode estar reduzida a aspectos
meramente técnicos gestuais, mas que as reações devem ser antecipadas ao coro e
estabelecidas por meio de linguagem apropriada a fim de que o coro compreenda o todo e não
somente aos fragmentos da obra. Também são características do regente - educador,
desenvolver estratégias para possibilitar a aprendizagem e compreensão enriquecendo a
coletividade, ensinando que a apresentação faz parte do processo do ciclo da aprendizagem. O
corista reproduz um modelo e, neste sentido, o regente necessita ter clareza de seus objetivos -
corrigindo, modificando, sendo coerente, sensível às especificidades do seu grupo e
identificando qual a melhor estratégia para que, dentro do ensaio, haja o processo de
crescimento - valorizando, sobretudo a construção constante do grupo.
Respaldado na abordagem Freireana, D’Assumpção Júnior (2011) defende o regente -
educador reflexivo e crítico com uma formação plural, transformadora, consciente de sua
condição de liderança que se preocupa com o crescimento do indivíduo e de si mesmo.
Conhecer o grupo e considerar as experiências individuais para definir como será o processo é
consenso entre alguns autores que atuam como regentes educadores.
Grings (2011) aborda a questão do regente - educador no contexto da formação na
Licenciatura, atribuindo à universidade o importante papel de contribuir para desenvolver as
habilidades e competências que possam nortear a liderança dos futuros regentes a fim de
desenvolver um trabalho para além da linguagem meramente gestual. A investigação foi
realizada em 3 Cursos de Licenciatura na Região Sul do Brasil, analisando como a disciplina
Regência se apresentava no currículo. Para tanto, entrevistou 56 alunos e alguns professores
destas instituições que, de uma forma geral, defendem uma formação que seja significativa e
considere os diversos contextos em que o licenciando irá atuar. O trabalho de Grings (2011)
35

revela que os graduandos desejam obter uma boa formação, serem capacitados e exercerem
seus papéis de regentes - educadores com maestria.
Ainda sobre este propósito, uma das considerações feitas por Dias (2011) acerca do
regente e educador musical, aponta para as subjetividades que se estabelecem nas relações
entre o grupo e o regente / educador musical, buscando o favorecimento e a expressividade
daqueles que estão sob sua direção. Inserido em amplos contextos, tendo que atuar em grupos
em desequilíbrio entre os naipes e do número dos coristas, repertórios que precisam de
adaptações de acordo com as circunstâncias, indivíduos que buscam cantar no coro para
atender seus anseios e motivações pessoais, para ampliar suas relações, se constituem como
desafios na atuação do regente - educador que necessita atender diferentes demandas,
buscando conciliar os resultados artísticos, psicossociais e educativos dos participantes da
prática do Canto Coral.
O regente - educador é influenciador, independentemente do grupo ou faixa etária que
lidera. A pesquisa realizada por Teixeira (2012), na qual participaram 2 regentes de empresas,
revelou que, para atender as expectativas de um determinado grupo e as demandas do
trabalho, o regente - educador é impulsionado a estar em constante formação e conectado, de
tal forma, que as relações com os coristas estejam comprometidas com o desenvolvimento do
grupo. Desta forma, o regente - educador atua como facilitador da aprendizagem, ancorando
seu planejamento nas características sociais do grupo, no espaço específico, valorizando o
contexto em que está inserido.
Ao refletir sobre a Regência Coral com adolescentes, Franchini (2014) aponta a
necessidade do regente - educador conduzir suas atividades de forma sensível às
especificidades desta faixa etária, observando a capacidade músico - vocal e o significado
social e cultural que a atividade apresenta para os que integram o grupo.
Moreira (2014) enfatiza que o regente - educador deve promover um processo de
aprendizado constante, ser um líder facilitador que transcenda aos ensinos meramente
musicais e se coloque no lugar do aluno percebendo suas motivações, limitações físicas,
cognitivas, incentivando o corista a processos de tentativas com erros, análises,
compreensões, experimentações e interações, tornando suas metodologias claras, promovendo
sua liderança enquanto regente e refletindo sobre seu papel.
Ribeiro (2015) revela que, entre 2002 e 2014, foram realizadas 39 publicações sendo
20 artigos, 16 dissertações, uma tese, 1 capítulo de livro e uma monografia. A pesquisa
seleciona os trabalhos que caracterizam o regente coral como um educador ou regente -
educador e chega ao número de 10 publicações. Ribeiro (2015) conclui que é de suma
36

importância que o profissional desenvolva habilidades específicas para a atuação em coros,


em especial, os não profissionais, sendo responsável por estimular e ensinar aqueles que
estarão cantando e que têm o coro como seu primeiro contato musical. Desta forma, diálogos
acerca do regente - educador e sua atividade profissional têm suscitado questionamentos e a
busca por uma formação condizente que possa corresponder às demandas do regente -
educador .
Por fim, fica evidente que o papel do regente - educador é bastante desafiador,
sobretudo, enquanto promotor do crescimento musical e estético do seu grupo, realizador de
trocas de conhecimentos, valorizador das individualidades, líder aproximador, responsável
por atender a diferentes demandas, dentre elas, muitas vezes uma equipe que o auxilie, de
forma mais direta, desenvolvendo estratégias que se adequem a cada contexto.
Para além da Música, o regente - educador assume uma postura comprometida,
procurando estabelecer um trabalho de qualidade que agregue seus coristas em torno do
mesmo objetivo, promovendo assim, a atividade coral como prazerosa em qualquer idade,
cultura ou esfera social. Diante disso, considera-se importante destacar neste Trabalho, o
pensamento de alguns regentes e educadores sobre as habilidades e competências necessárias
para o regente coral.

3.2.2 Habilidades e competências do regente

Os debates sobre competência surgiram em 1970 entre psicólogos e administradores


nos Estado Unidos. Na França, em meados dos anos de 1990, a discussão emergiu com foco
na qualificação para o trabalho e gestão das organizações, e o Brasil desenvolveu o
pensamento sobre competência com base na literatura americana reforçando que é algo que o
indivíduo já traz consigo (FLEURY; FLEURY, 2000).
Há uma demanda por diferentes habilidades e competências específicas para a atuação
nas diferentes áreas. No contexto dos profissionais de Música e, mais especificamente, em
relação aos educadores musicais / regente coral não tem sido diferente. Discorrer sobre estes
aspectos no que se refere ao regente no contexto do coral abarca uma série de fatores que
ultrapassam os conhecimentos meramente musicais.
No contexto educacional, o conceito de competência se desenvolve com maior ênfase
a partir de 1990, após a Conferência Mundial da United Nations Educational, Scientific and
Cultural Organization (UNESCO) na Tailândia (THA) em que foi elaborado o documento
que representou o desejo de mudança dos educadores do mundo: A declaração mundial
37

sobre a Educação para todos (UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND


CULTURAL ORGANIZATION, 1998). Nessa mesma oportunidade, surgiram os 4 pilares da
Educação: aprender a conhecer, a fazer, a viver, a ser. O conceito de competência foi
consolidado com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) – Lei n°
9.394 de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996) - e, posteriormente, com a publicação dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN'S), em 1997 (ANTUNES, 2001), com a ideia de
uma educação integral para que o indivíduo pudesse atuar em contextos distintos,
estabelecendo significados sociais, culturais, desenvolvendo o processo de construção,
apropriação e mobilização de saberes. Já as habilidades decorrem das competências
adquiridas e referem-se ao plano imediato do saber fazer (DELORS et al, 2012).
Ainda na perspectiva educacional, considerando a formação inicial do professor, é
salutar destacar o pensamento de Perrenoud (c1999) referente às habilidades e competências
que exigem do indivíduo certa organização mental para resolver situações problema
envolvendo um esquema composto de induções e deduções. No âmbito da Educação Musical
e Regência Coral, alguns autores têm dado especial atenção à temática, habilidades e
competências como ênfase em seus estudos. De acordo com o campo de atuação do regente,
formação ou área de concentração do seu trabalho, os estudos apresentam pontos
convergentes. As pesquisas destes regentes, acerca das habilidades e competências, têm
relação com suas experiências pessoais baseadas em estudos realizados por pedagogos,
psicólogos, economistas e administradores de empresas. Figueiredo (1990) considera que o
regente deve ser um facilitador da aprendizagem como líder de uma experiência educacional.
Fonterrada (1997) defende que o regente de corais infantis deve ter liderança e
equilíbrio, conhecimento da voz infantil, domínio da linguagem musical e bom treinamento
auditivo. Para Schimiti (2003), as habilidades do regente estão relacionadas à consciência das
ações de sua prática pedagógica, uma formação musical sólida, afetividade, flexibilidade,
planejamento, conhecimento dos limites vocais e etapas do desenvolvimento no que concerne
aos coros infantis. Ramos (2003) advoga que as habilidades envolvem estratégias educativas
para obtenção de resultados, ampla liderança técnica para resolução de problemas de nível
musical, administrativa, humana e que o regente deve ter certo carisma.
Zander (2008) argumenta ser importante que o regente tenha personalidade e vocação,
seguidos de autoridade e conhecimento musical. Figueiredo (2005) evidencia aspectos técnico
- musicais na formação do regente: solfejo, clareza na comunicação dos gestos da Regência,
conhecimento do repertório. Rocha (2004) considera que o regente deve desenvolver uma
formação intelectual musical, capacidade de planejar, estabelecer metas e criar estratégias,
38

reconhecer o esforço dos seus liderados por meio da inteligência emocional, identificar as
diferenças do seu grupo respeitando as individualidades. Amato (2008) não limita as
habilidades meramente aos aspectos técnico - musicais, mas amplia à gestão de pessoas
apontando para o contexto motivacional desempenhando um papel social significativo.
Utsunomyia (2011) relaciona habilidades e competências do regente do coro infantil
concordando que Regência e ensino têm uma aproximação com as ações didáticas e
pedagógicas, expostas no planejamento, motivação, dedicação, organização, domínio
pedagógico musical e metodologia de ensino, resultando nas ações de um regente - educador.
Gaborim - Moreira (2015, p. 52) ao discorrer sobre habilidades e competências na Regência
Coral Infantojuvenil evidencia que:

[...] as competências e habilidades do regente precisam ser desenvolvidas de


forma estruturada, ou seja, por meio de um estudo sistemático e orientado
que exige dedicação, empenho e interesse individual do regente, bem como a
busca incessante por modelos de referência que lhe dêem objetivos e
perspectivas futuras. Esse estudo consiste em um processo gradual que
demanda longevidade, e conseqüentemente, paciência e persistência, além de
constante auto-análise e auto avaliação.

Ao considerar os posicionamentos expostos pelos autores, percebe-se que há uma


predominância da valorização dos aspectos técnico - musicais sobre os demais. Entretanto, as
habilidades e competências requeridas de um regente, na atualidade, perpassam por diversas
questões que ultrapassam os aspectos meramente musicais. A pluralidade de contexto em que
os grupos estão inseridos e a diversidade de situações que mobiliza uma série de
competências e saberes não podem limitar-se aos aspectos meramente musicais. Desta forma,
as habilidades e competências do regente devem contemplar aspectos musicais, emocionais,
psicossociais, administrativos e pedagógicos, dentre outros.

3.2.3 Regência de Corais Infantis e Infantojuvenis

Na literatura, existem diferentes definições para os termos Coral Infantil e Coral


Infantojuvenil. No entanto, considerando o trabalho de alguns autores assim como a nossa
experiência empírica, podemos delimitar o que compreendemos por Coral Infantil e por Coral
Infantojuvenil. Antes de introduzir as definições que envolvem os Corais Infantis, considera-
se importante ressaltar que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) vigente por meio da
Lei nº 8.069, de 31 de julho de 1990, Art. 2º, denomina como criança “[...] a pessoa até doze
39

anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”
(BRASIL, 1990, p. 13.563). Os mesmos parâmetros são adotados pelo Ministério da
Educação (MEC) e a Sociedade Brasileira de Pediatria que são regidos pelo ECA (BRASIL,
2014).
Fonterrada (1997) classifica como Coral Infantil, o grupo de crianças que estão entre a
faixa etária de 6 a 15 anos, justificando que, abaixo dos 6 anos, não é recomendável o Canto
Coral para crianças e, acima dos 15 anos, em virtude da fase de muda vocal. Diante disso,
acredita que o adolescente deve integrar o grupo denominado coro juvenil. Já para Schimiti
(2003), a formação do Coral Infantil compreende a participação de crianças, em geral, entre 7
e 12 anos de idade.
Há uma pequena variação nas idades sugeridas entre Fonterrada (1997) e Schimiti
(2003) que pode estar relacionada ao contexto em que cada coral está inserido, tipo de
atividade desenvolvida, ou até mesmo, a experiência e preferência do regente. Como dito
anteriormente, adotar limites de idade para inserção das crianças nos grupos são questões
pessoais de cada regente.
Utsunomiya (2011, p. 59) reitera que:

O coral infantil é formado por crianças em sua melhor configuração, de


acordo com um senso comum dos regentes de coros infantis, em geral a
partir dos sete anos de idade, quando elas já estão alfabetizadas e já tem certa
maturidade para participar de uma atividade em grupo com duração de uma
hora ou mais.

Alguns regentes de Corais Infantis preferem inserir crianças acima de 7 anos em seus
grupos tendo em vista os objetivos e metas traçadas. Quanto a estarem alfabetizadas, por
vezes, existem realidades em que as crianças com mais de 7 anos ainda não alcançaram esta
alfabetização. Nestes casos, em que ser alfabetizado se torna uma exigência ou pré-requisito
para ingressar no coro, as oportunidades para outras crianças podem se tornar menores e o
processo excludente. Lakschevitz (2006) considerou uma tarefa difícil estabelecer uma idade
para ingressar no Coro Infantil, pois nem sempre a idade mental corresponde à idade
cronológica ou ao seu desenvolvimento vocal.
A expressão Coral Infantojuvenil é utilizada por Gaborim - Moreira (2015, p. 34) para
apontar o grupo de crianças com idade entre 6 a 12 anos, enfatizando ser apropriado para a
"[...] inserção de jogos, brincadeiras e atividades lúdicas na prática coral, que demandam certo
nível de coordenação motora, de pensamento lógico e de maturidade emocional – adequados à
faixa etária [...]". As características elencadas por Gaborim - Moreira (2015) denotam que o
40

regente, antes mesmo de iniciar as atividades com seu grupo, tem em mente seus objetivos,
seu planejamento e, baseado em suas pesquisas, será capaz de desenvolver uma metodologia
específica apropriada a esta faixa etária.
A expressão Coral Infantil, parece ser mais comum entre os regentes de uma forma
geral. Quanto à faixa etária, existem pequenas diferenças levando a crer que não há prejuízos
quanto ao propósito de cantar ou realizar as atividades em grupo. Nesta Dissertação, será
adotado o termo Coral Infantil apontando para o grupo de extensão da UFRN, como foco de
objeto de estudo.
As publicações que envolvem temas como: Canto Coral Infantil, Regência Coral
Infantil e Regência Infantojuvenil são insuficientes para responder às inquietações que tem
surgido na atualidade e que circundam a temática. Os autores explicitados nesta Pesquisa
discutiram Coral Infantil e Infantojuvenil, entretanto, a ênfase dada à Regência não foi tão
direta. Diante disso, esta Pesquisa encontra justificativa no sentido de ampliar as discussões e
provocar novas investigações. Alguns autores, elencados na atualidade, que tem discorrido
sobre as Práticas Corais Infantil no Brasil, são: Fonterrada (1997), Schimiti (2003), Soares
(2006), Lima (2007), Vertamatti (2008), Utsunomiya (2011), Oliveira (2012), Sobreira
(2013), Andrade (2015), Gois (2015), Paziani (2015) e Gaborim – Moreira (2015).
Considera-se relevante destacar também os nomes de Ana Yara Campos, Thelma
Chan, Teca Alencar Brito, Carmen Mettig Rocha, Elvira Drummond, Lourdinha Lima e Cezar
Elbert, que têm dado ricas contribuições na área de Composição e Arranjo enriquecendo a
Prática Coral Infantil.
A Regência de um Coral Infantil requer dedicação e o desenvolvimento de uma
linguagem apropriada. Lakschevitz (2006, p. 39) destaca que: "Parece muito óbvio, mas na
maioria das vezes, as pessoas só sabem mandar na criança. É importante ter em mente que se
trabalha com pessoas, e não com coisas". Diante disso, Fonterrada (1997, p. 19) elenca
algumas características que considera importantes para aqueles que desejam tornar-se um
regente de Coral Infantil:

Gostar de criança e do trabalho que vai realizar; Liderança e equilíbrio;


Conhecimentos básicos de psicologia infantil e pedagogia; Domínio da
linguagem musical; Prática de leitura musical; Conhecimento dos princípios
básicos de harmonia e análise musical; Voz clara e bem colocada;
Conhecimento da voz infantil; Bom treinamento auditivo.
41

O desenvolvimento das habilidades de um regente está atrelado à sua formação que


envolve a busca constante por cursos, leituras, pesquisas, atualizações, participar de grupos
musicais, cantar em coros, entre outros. Nesse contexto, Schimiti (2003, p. 3) considera
fundamental como parte da formação, que o regente desenvolva:

1. Consciência de uma prática pedagógica bem fundamentada e de ampla


formação musical; 2. Conhecimento das etapas do desenvolvimento da
personalidade infantil e de sua capacidade de abstração, para a adequação e
dosagem do conteúdo a ser explorado nos ensaios; 3. Consciência de que o
processo de educação se concretiza com conhecimento e com sensibilidade,
envolvendo afetividade, paciência e compreensão; 4. Consciência da
responsabilidade assumida dentro do processo de aquisição de conhecimento
por parte da criança, fornecendo estímulos constantes que favoreçam a
autoconfiança e também a disciplina; 5. Consciência da importância de uma
flexibilidade no planejamento das atividades musicais e de sua execução de
forma lúdica, para haver sempre uma motivação para a aprendizagem; 6.
Consciência da necessidade de uma cultura geral por parte do educador, para
com êxito relacionar dados musicais com dados pertencentes às demais
ciências ou às demais artes, reconhecendo e sabendo executar obras de
diferentes estilos; 7. Consciência da necessidade de conhecimento de sua
própria voz, como instrumento que facilitará o trabalho diante das crianças,
como bom exemplo vocal, além do conhecimento das etapas do
desenvolvimento das vozes infantis e juvenis para uma perfeita adequação
do repertório.

Assim, Schimiti (2003) aponta os aspectos técnicos da Regência e da Prática Coral


Infantil com o objetivo de que os ensaios se tornem criativos, com exercícios variados,
abordando uma linguagem apropriada, valorizando a execução da criança e promovendo
autonomia. Em decorrência dessa realidade, o regente é desafiado a refletir sobre seu papel
diante do grupo, buscando segurança nas ações a serem desenvolvidas por meio de um
planejamento que otimizará o tempo colaborando para objetividade, criatividade e
envolvimentos de todos.
Ainda dentro desse contexto, Schimiti (2003) destaca a importância de uma boa
formação do regente - educador, ressaltando que, se o trabalho musical com adultos exige
preparo, o desenvolvimento, desta mesma atividade, com crianças trará uma responsabilidade
ainda maior, não desenvolver as atividades com segurança acarretará na perda da motivação e
interesse na realização das vivências propostas.
Sobre regentes de Corais Infantis em projetos sociais, Utsunomiya (2011) realizou
uma investigação, traçando o percurso histórico dos regentes de coros infantis no Brasil e
apontando o mestre de Capela como sendo o primeiro regente de coros infantis que, para
exercer esta função, necessitava apresentar algumas habilidades e competências técnico -
42

musicais, administrativos gerenciais, relacionamento interpessoal e conhecimento


pedagógicos. Também destaca a importância dos painéis da Fundação Nacional de Artes
(FUNARTE) de Regência Coral realizados entre 1981 e 1993, com o objetivo de trocar
experiências, discutir temas relacionados ao Canto Coral, e o momento do Corão, momento
onde todos se juntavam para cantar e interpretar o repertório coral. Outro ponto fundamental
destacado por Utsunomiya (2011) é o papel da Associação de Regentes de Corais Infantis
(ARCI), que surgiu em 1990 dentro das atividades dos painéis da FUNARTE, com o objetivo
de colaborar para a expansão dos cursos e treinamentos dos regentes de coros infantis que
eram realizados em vários lugares do Brasil. Para atender as novas demandas sociais, há uma
exigência maior do regente, inclusive que sua liderança seja firme. Utsunomiya (2011) aponta
a lacuna existente nos cursos de Graduação das universidades quanto à formação do educador
musical, para atuar no terceiro setor, que não inclui no currículo conhecimentos ou disciplinas
que possam dar fundamentação ou fornecer as competências para atuação e enfrentamento
junto ao mercado de trabalho para atuar em projetos sociais. Desta forma, chega-se a seguinte
conclusão:

O pressuposto é que se o regente estudou música (conhece), saberá fazer a


música acontecer através do grupo coral e será um regente capaz de
administrar todas as questões inerentes à sua função junto ao projeto social,
juntamente com a excelente performance musical do grupo, não é razoável
(UTSUNOMYIA, 2011, p. 79).

Muitas habilidades e competências são requeridas do regente, na atualidade, que não


estão relacionadas apenas na manifestação, na execução dos gestos ou exercícios de vocalizes,
dentre outras. Rocha (2004, p. 19) salienta que: "Ser um bom músico não é suficiente para se
tornar um bom regente". Sendo o Terceiro Setor um campo em expansão, o regente de Corais
Infantis, que desejar trabalhar em projetos sociais, buscará habilitar-se da melhor maneira,
enxergando a oportunidade de democratizar a música através do Canto Coral.
A dimensão lúdica da Regência do Coral Infantil é um tema presente nas pesquisas da
área de Educação Musical. Cely (1997, p. 127) defende a importância da aprendizagem por
meio de brincadeiras afirmando que: "[...] a criança aprende brincando e brincando ela é
feliz". Em acordo com esse pensamento, Gois (2015) ressalta que o coro infantil é um espaço
de aprendizagem que pode ser compreendido como um processo que se fundamenta na teoria
piagetiana do jogo da brincadeira por meio dos processos de assimilação e acomodação.
Gois (2015) discute também a formação do regente para atuar com Corais Infantis,
refletindo que talvez pudessem ser oferecidos cursos específicos nas Licenciaturas em Música
43

com foco na Regência Coral Infantil, capacitando novos regentes para atingir competências e
habilidades específicas no desenvolvimento do trabalho com crianças. Por fim, a utilização de
atividades lúdicas também é observada por Gois (2105) sob a ótica das pedagogias ativas, nos
trabalhos dos educadores musicais: Dalcroze, Willems, Orff, Kodály e Suzuki, Paynter e
Schafer como estratégias de ensino para os ensaios dos coros infantis.
Para atender, estrategicamente, aos desafios e demandas educativas atuais, o regente
de coros infantis necessita desenvolver um planejamento flexível, buscando as especificidades
do seu grupo, considerando seu contexto, reinventando suas propostas para alcançar seus
objetivos. Uma questão a ser refletida pelos regentes educadores e que surge como um alerta,
é que a ludicidade pode ser entendida pelos coristas como falta de planejamento ou
objetividade. Não é tarefa fácil encontrar o equilíbrio para que o ensaio aconteça de forma
descontraída, sem regras tão rígidas e sem perder de vista as metas que foram traçadas no
planejamento. Entretanto, faz-se necessário que, desde cedo, sejam estabelecidas, entre o
regente e as crianças, as regras do jogo para que todos saiam ganhando.
Ainda sobre regente de coros infantojuvenis, Gaborim - Moreira (2015) ressalta que o
papel do regente é híbrido e, desta forma, necessita reconhecer as dificuldades e
possibilidades de seu grupo, por isso, sua formação precisa ser bem fundamentada. Ressalta
que há uma tendência das crianças cantarem em um registro mais grave, tendência que é
reproduzida a partir do modelo da mídia, também observado por Vertamatti (2008). Enfatiza
que caberá ao regente - educador, portanto, avaliar as condições vocais iniciais da criança,
estar atento às suas dificuldades e criar estratégias para que todas alcancem um mesmo (ou
um aproximado) nível de execução e interpretação musical aliado à técnica vocal, de forma
lúdica e em linguagem adequada às crianças.
A prática Coral Infantil deve ser compreendida como atividade estimuladora do
potencial artístico, que ultrapassa o momento de um planejamento com atividades lúdicas,
com objetivos técnicos embasados em metodologias diversas. O papel do regente do Coral
Infantil é promover experiências significativas, mediando às relações humanas, ampliando
possibilidades para promover entre os participantes a compreensão de que cantar traz
benefícios à coletividade e, ao indivíduo, para vida toda.
Por meio dessas considerações, podemos concluir que, se o trabalho musical
envolvendo o Canto Coral, a ser desenvolvido com adultos requer uma maior fluência e
preparo por parte do regente, trabalhar com crianças exigirá ainda mais. Nesse sentido, os
destaques realizados pelos autores reafirmam a necessidade de uma boa formação como algo
imprescindível à atuação como regente coral. Esta premissa se justifica em função da
44

preocupação com os riscos de atuação de regentes desprovidos de conhecimentos técnicos


adequados sobre a voz infantil, aspectos pedagógicos, psicológicos e de desenvolvimento
infantil. Também é importante enfatizar que realizar atividades musicais com crianças requer
a utilização de uma linguagem apropriada que assegure uma comunicação eficaz, clara, que
esteja nivelada à sua faixa etária, facilitando a compreensão para o que se pretende alcançar.
Além disso, os regentes de coros infantis devem gostar de crianças, entretanto, pode
acontecer, eventualmente, que não haja identificação com a faixa etária. Outro ponto
importante é o aspecto da ludicidade, tão valorizada no contexto dos coros infantis, que
necessita de um olhar cuidadoso para não ser confundida com falta de planejamento. Nesses
casos, o trabalho não se torna prazeroso para ambas as partes – regente e corista. Ao
considerar estas questões, concordamos que as abordagens em torno do regente de Corais
Infantis e Infantojuvenis são bastante abrangentes, intensificando o compromisso em buscar
uma formação sólida, planejamentos flexíveis e repertórios adequados.
45

4 DESENHO METODOLÓGICO DA PESQUISA

Nesta Seção, apresentaremos o campo empírico onde foi realizada a pesquisa e seus
envolvidos, a metodologia adotada com os teóricos que a embasaram, os procedimentos,
instrumentos de coleta de dados e uma breve descrição da análise dos dados.

4.1 Construindo o objeto de pesquisa

Como descrito na introdução deste Trabalho, o Canto Coral tem sido alvo da prática
da autora desta Pesquisa desde a sua adolescência e, posteriormente, como educadora musical,
o que a instigou a adotá-lo como objeto de pesquisa. Diante disso, apropria-se do pensamento
de Gil (2010) ao definir pesquisa como um procedimento racional e sistemático que tem como
objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.
Trabalhando como regente de coros infantis em projetos sociais, igrejas e, após ter
sido aprovada no concurso para professora de Artes do Município de Natal em 2003, a autora
desta Pesquisa se engajou no Projeto Tralalá6. Todos estes espaços foram, em sua vida,
laboratórios que a fizeram observar e catalogar algumas experiências consideradas
significativas e constitutivas à sua identidade profissional.
Para elaboração do projeto desta Pesquisa, antes de ingressar no Programa de Pós-
Graduação em Música (PPGMUS), a autora desta Dissertação escolheu analisar as práticas no
Projeto Tralalá onde atuou muitos anos como regente. No entanto, após ingressar no
Mestrado, e a partir das atividades desenvolvidas na disciplina Núcleo de Projetos e Pesquisa,
orientada pela professora Dra.7 Amélia Martins Dias Santa Rosa, a autora desta Pesquisa foi
estimulada a redirecionar o seu trabalho de acordo com as suas maiores inquietações e
também motivações. Assim, foi migrando para realizar uma investigação a respeito da
formação do professor que atua regendo coros infantis nas escolas.

6
Projeto Tralalá incentiva o Canto Coral nas escolas da rede municipal de Natal - RN, está vinculado ao Setor de
Cultura e Desporto da SME de Natal - RN. Foi fundado em 2003, tem como mentora e coordenadora a
professora Rosangela Albuquerque. Os objetivos do Projeto são: desenvolver a arte do Canto, utilizando um
repertório de canções apropriadas à faixa etária; desenvolver a sociabilidade do aluno, visando sua integração
social e auxiliar no incentivo e fixação da aprendizagem. Atende crianças na faixa etária que compreende entre
7 a 10 anos e tem como regente um professor habilitado em Música que dispõe, semanalmente, de 6 horas de
sua carga horária semanal para desenvolver o Projeto na escola em que estiver direcionado para lecionar
realizando as atividades do Projeto sempre no contra turno.
7
Doutora (Drª).
46

Neste momento, surgiu o convite para que a autora desta Pesquisa coordenasse o Coral
Infantil da UFRN que, aproveitando a ocasião, optou por realizar uma pesquisa - ação como
procedimento metodológico deste Trabalho caracterizado por um ciclo constituído em: 1)
identificar e planejar; – 2) implantar; – 3) monitorar (descrever); e – 4) avaliar (BASTIAN,
2000; TRIPP, 2005; FRANCO, 2005; BARBIER, 2007; SEVERINO, 2007; ALBINO;
LIMA, 2009; MOREIRA, 2011; THIOLLENT, 2011).
A escolha pela abordagem de uma pesquisa - ação nos permitiu executar alguns
procedimentos visando desenvolver o processo de formação do professor para a Regência no
Coral Infantil da UFRN durante o primeiro semestre do ano de 2016.1. Nesse contexto, foram
sujeitos de nossa investigação 11 participantes, incluindo a autora desta Pesquisa, que
autorizaram a utilização de suas imagens pessoais, publicação de informações escritas,
assinadas por meio de um Termo de Consentimento (APÊNDICE B). Entre eles, estão:
 uma regente – pesquisadora: mestranda participante na disciplina da Docência
Assistida - AOS II - Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral;
 uma regente substituta: professora substituta da UFRN e aluna da Especialização
em Educação Musical ;
 7 alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN;
 uma pianista: aluna do Curso de Bacharelado em Piano da UFRN; e
 uma preparadora vocal: aluna do Curso Técnico de Canto.
O trabalho desenvolvido com esses licenciandos envolveu atividades nas quais a
autora desta Pesquisa atuou como Coordenadora, auxiliando na construção de conhecimentos
e capacitação para Regência Coral. Entre estas atividades, esta Pesquisa também traz relatos
da disciplina AOS II - Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral8, disciplina na qual a
autora deste Trabalho realizou a sua Docência Assistida, um dos requisitos para a conclusão
de seu Mestrado em Música na UFRN. Essa experiência permitiu a autora deste Trabalho
coletar e organizar dados que contribuíram para a formatação desta Pesquisa. Desta forma,
estabeleceu-se como objetivo geral a sistematização de conteúdos aplicáveis para a formação
docente na área de Regência Coral Infantil bem como a sua prática, em um Projeto de
Extensão Universitária, envolvendo alunos do Curso de Música da UFRN.

8
A disciplina AOS II – Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral é componente curricular obrigatório do
Curso de Licenciatura em Música da UFRN. Em 2015.2, esta disciplina foi supervisionada pela professora Drª.
Amélia Martins Dias Santa Rosa. Nesta, a autora desta Dissertação desenvolveu práticas voltadas ao Canto
Coral em seus diversos contextos, aplicando conteúdos que pudessem agregar valores à formação dos
licenciandos e enquanto pesquisadora e participante da Docência Assistida. Os conteúdos estudados encontram-
se disponíveis no Apêndice C.
47

4.2 O Coral Infantil da UFRN

O Coral Infantil da UFRN é um Projeto de Extensão da Escola de Música da UFRN


(EMUFRN), criado em 2015 pela professora Christina Marie Bogiages, ex-aluna do
PPGMUS da UFRN, sob a Coordenação do professor Durval da Nóbrega Cesetti com o
intuito de oferecer às crianças da comunidade uma experiência com o Canto Coral baseada
nas vivências que ela teve quando residiu nos Estados Unidos da América (EUA), país onde
nasceu.
Segundo consta no Projeto submetido à Pró - Reitoria de Extensão (PROEX) no ano
de 2015, a proposta do Curso foi realizar atividades lúdicas de musicalização por meio do
Canto Coral, com o aprendizado de canções de diversas culturas em diversas línguas. Deste
modo, as atividades desenvolvidas em sala não trataram meramente da construção e
apresentação de um repertório a ser cantado coletivamente, mas de atividades de
musicalização infantil que englobaram o desenvolvimento de conteúdos musicais, que
culminaram na prática do Canto Coral. Por conta de uma crescente demanda por projetos
voltados a crianças e, haja vista a superlotação dos demais projetos desenvolvidos nesta
mesma Escola, decidiu-se criar esta atividade para atender

[...] pais que já manifestaram interesse que seus filhos participem deste
projeto, encontram-se filhos de imigrantes e crianças oriundas de diversas
condições sociais e origens culturais. [...] Além disso, um coral infantil tem o
potencial de ser um importante laboratório para alunos de Licenciatura da
EMUFRN, que participarão como monitores do projeto (CESETTI, 2015)9.

Sendo assim, foram abertas 20 vagas para crianças entre 4 e 7 anos com o intuito de ir
ampliando este número, nos anos posteriores, à medida que as crianças fossem crescendo.
Ocorreu que, no período das inscrições, a procura superou as expectativas, então foram
abertas mais turmas para outras faixas etárias que se inscreveram. Foram matriculadas 60
crianças distribuídas em 4 grupos que receberam, inicialmente, nomes de animais: Lobo-
Guará (5 anos), Boto (6 anos), Capivara (7 anos) e Arara Azul (8 a 11 anos). Posteriormente,
as turmas de 6 e 7 anos foram agrupadas formando uma só, sendo chamada de Arara Azul. No
final, restaram somente 3 turmas.
Dentre os objetivos do Projeto constam, além da ampliação de ações do Canto Coral
Infantil para a comunidade natalense, oportunizar aos licenciandos em Música da UFRN, a

9
Documento não paginado.
48

capacitação para o exercício da prática da Regência Coral Infantil, como podemos


acompanhar no texto que compõe o Projeto original.

[Objetivo Geral:] [...] Realização de ensaios semanais e apresentações do


grupo ao final de cada semestre, que servirão de laboratório a alunos do
curso de Licenciatura. Organização de workshop para os alunos da
Licenciatura, com duração de uma semana, sobre regência coral e técnica
vocal (especificamente voltada a coros infantis) (CESETTI, 2015)10.

Desta forma, 4 alunos da Licenciatura de diferentes períodos e 1 do Bacharelado


estiveram participando do Projeto, no ano de 2015, atuando como voluntários. A
dimensionalidade do Projeto foi explicitada para os participantes bem como para os pais das
crianças envolvidas no Projeto, demais alunos e voluntários tornando todo processo bem
articulado e com exeqüibilidade viável.
Antes de iniciar as atividades, a executante do Projeto, Profa.11 Mestre (MSc) Christina
Marie Bogiages, estabeleceu uma agenda semanal de encontro com os monitores para o
planejamento das ações que seriam realizadas, esclarecendo o que cada um deveria fazer
durante as aulas e ensaios. Para cada Grupo, foi designada uma sequência de atividades
didático - musicais, de acordo com os objetivos estabelecidos: bom dia, aquecimento,
brincadeiras cantadas e as músicas do repertório. Dentre as atividades previstas, destacam-se:
exercícios vocais, teoria musical, canções, jogos e brincadeiras explorando elementos rítmicos
e melódicos, estimulando o aspecto lúdico. O Projeto também tinha, entre seus objetivos, que
realizar apresentações, ao final de cada semestre, em locais variados, de modo a apresentar ao
público o trabalho desenvolvido em sala de aula.
Em 2015, a professora Christina Marie Bogiages retornou aos EUA e, logo em
seguida, iniciaram-se as buscas por um regente que pudesse assumir em 2016, as atividades
iniciadas por ela, uma vez que os pais não estavam desejando que o Projeto fosse encerrado.
Então, a professora Dra. Amélia Martins Dias Santa Rosa, professora titular da disciplina
AOS II - Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral da EMUFRN, sugeriu que a autora
desta Pesquisa assumisse essa Disciplina, considerando a sua experiência como regente de
corais infantis. Após aceitar o convite, a autora deste Trabalho deu início aos planejamentos e
a troca de informações para que o Projeto pudesse continuar em 2016.
Considera-se relevante destacar a importância do Projeto de Extensão Coral Infantil da
UFRN por envolver, de forma dinâmica, a comunidade acadêmica, proporcionando a

10
Documento não paginado.
11
Professora (Profª.).
49

articulação entre conhecimentos, em vários níveis: de Licenciatura quanto ao envolvimento


dos alunos enquanto estagiários; o envolvimento com o Curso Técnico de Canto; o
envolvimento com o Curso de Bacharelado em Música com habilitação em Piano; a Pós -
Graduação, por meio da participação dos alunos pesquisadores e, ao mesmo tempo,
intervindo e promovendo a produção, troca de conhecimentos assim como contribuindo para
uma formação mais consolidada por parte de todos.
Ainda sobre este contexto, é pertinente evidenciar a oportunidade dos licenciandos
aperfeiçoarem os conhecimentos adquiridos na disciplina AOS II - Metodologia do Ensino da
Voz e Música Coral. evidenciando a importância da prática da Regência Coral Infantil,
articulando a teoria e a prática, estabelecendo os processos de ensino - aprendizagem. Neste
sentido, é possível reiterar que, o Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN se constituiu
como um laboratório, favorecendo as experiências formativas.
Desta forma, em 2016, foi iniciada uma nova turma do Coral infantil da UFRN com o
objetivo de articular as ações de ensino - aprendizagem entre os alunos do Coral Infantil e os
licenciandos tendo como foco a prática da Regência Coral Infantil. A seguir, será apresentado
o procedimento adotado para o desenvolvimento desta Pesquisa e como foram obtidos os
resultados.

4.3 Pesquisa - Ação

É consonante entre os autores Bastian (2000), Tripp (2005), Barbier (2007), Severino
(2007), Albino; Lima (2009), Moreira (2011), e Thiollent (2011) que a pesquisa -ação é um
modo eficaz de conceber e organizar uma pesquisa social de cunho prático que tem como
desafio propor mudanças, interferindo nas realidades, buscando soluções às questões para as
quais os procedimentos tradicionais têm obtido poucos resultados. Por isso, a pesquisa - ação
atua, concomitantemente, na prática e na pesquisa, propondo alterações no que está sendo
pesquisado, levando em consideração as limitações do contexto e a ética de sua prática. Nessa
perspectiva, adotou-se, como procedimento investigativo para a realização desta Dissertação,
uma pesquisa - ação por considerar que essa abordagem seria a mais apropriada para alcançar
os objetivos da Pesquisa.
Ainda nesse contexto, Barbier (2007) aponta a pesquisa - ação como um processo
emancipador, único, de reconstrução racional pelo ato social. Esse processo é relativamente
libertador quanto às imposições dos hábitos, dos costumes e da sistematização burocrática. “A
pesquisa - ação é libertadora, já que o grupo de técnicos se responsabiliza pela sua própria
50

emancipação, auto-organizando-se contra hábitos irracionais e burocráticos de coerção.”


(BARBIER, 2007, p. 59).
Em face disso, a pesquisa - ação em ensino tem como objetivo melhorar as práticas
sociais, desenvolvendo todas as etapas do processo: observação sistemática, coleta de dados,
questionamento de circunstâncias e conseqüências, análise crítica e reflexão em um processo
contínuo de planificação, ação e avaliação (MOREIRA, 2011).
Convém salientar que os estudos realizados com base em abordagens qualitativas,
conforme estruturação proposta por Tripp (2005), no que se refere à pesquisa - ação podem
ser aplicados a qualquer processo sistêmico entre agir no campo e desenvolver a investigação
ao mesmo tempo. O ciclo proposto por Tripp (2005), favorece as ações promovendo uma
interação entre as partes e o processo da pesquisa vai sendo moldado entre os interlocutores.
Sobre os aspectos relacionados à Educação, Tripp (2005, p. 445) concorda que: “A pesquisa -
ação educacional é principalmente uma estratégia para o desenvolvimento de professores e
pesquisadores de modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aprimorar seu ensino e,
em decorrência, o aprendizado de seus alunos”.
Considerando que esta Pesquisa aconteceu dentro do contexto universitário onde se
desenvolve o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, os diálogos se estreitam com a proposta de
Tripp (2005) e Thiollent (2011), no sentido de favorecer as práticas pedagógicas dos alunos
ainda em formação para a Regência Coral, sendo a pesquisa - ação uma ferramenta condutora
à possibilidade de resolução de problemas.

Em geral, a idéia de pesquisa-ação encontra um contexto favorável quando


os pesquisadores não querem limitar suas investigações aos aspectos
acadêmicos e burocráticos da maioria das pesquisas convencionais. Querem
pesquisas nas quais as pessoas implicadas tenham algo a ‘dizer’ e a ‘fazer’.
Não se trata de simples levantamento de dados ou de relatórios a serem
arquivados. Com a pesquisa-ação os pesquisadores pretendem desempenhar
um papel ativo na própria realidade dos fatos observados (THIOLLENT,
2011, p. 22).

Outro aspecto a ser levado em conta é o lócus da pesquisa: o Coral Infantil da UFRN e
a proposta metodológica, evidenciando que a pesquisa – ação, no contexto educacional,
contribui para gerar informações, definir ações pedagógicas e produzir transformações,
seguindo um processo teórico cíclico que baseia-se num plano de ação com objetivos claros,
dentro de um processo de acompanhamento do que foi planejado para as ações e, mediante os
relatos deste processo, recebem novas intervenções.
Para a realização da pesquisa - ação adotou-se o ciclo proposto por Tripp (2005): 1)
51

identificação do problema e planejamento; 2) ação ou implantação; 3) monitoramento e


descrição; e 4) avaliação. Considerando que a situação problema está relacionada à formação
do licenciando em Música docente para Regência dos Corais Infantis na Licenciatura da
UFRN, desenvolveu-se um planejamento dentro do contexto do Coral Infantil da UFRN com
o envolvimento dos licenciandos e, em busca de uma resolução prática para a situação
levantada, procurou-se agir para implantar as melhorias no sentido de contribuir para o ensino
da Regência Coral Infantil. Assim, por meio de diferentes abordagens, foi realizado um
monitoramento e descrição das ações em meio ao processo, buscando verificar os avanços dos
participantes. Em seguida, após o Recital, cumprida todas as fases do planejamento e
efetivação das ações, realizou-se a avaliação por meio de um questionário semiestruturado
com questões mistas (APÊNDICE G).
A realização desta Pesquisa envolveu 11 pessoas, diretamente: 1 regente titular; 1
regente assistente e pianista; uma aluna do curso Técnico de Canto; uma aluna do
Bacharelado em Piano; 7 alunos da Licenciatura da UFRN, do 4º e 5º períodos, que, de forma
voluntária, manifestaram o desejo de participar do Coral Infantil da UFRN, compreendendo a
dimensionalidade do Projeto e a oportunidade de aproveitamento do laboratório como prática
para os alunos da Licenciatura em Música da UFRN, no exercício da Regência Coral Infantil.
Visando ajustar a Pesquisa ao seu objetivo principal, participaram, efetivamente, 7
alunos da Licenciatura, seguindo o ciclo da pesquisa - ação sugerida por Tripp (2005) e
Thiollent (2011). A pesquisa com o Projeto do Coral Infantil foi desenvolvida no primeiro
semestre de 2016.1, na sala 16, do prédio da EMUFRN, espaço adaptado para musicalização
infantil, contendo cadeiras adequadas às crianças. A sala também estava equipada com piano,
projetor de multimídia, caixas de amplificação de som e climatizada, com tratamento acústico
e espaço físico favorecendo as atividades musicais, corporais e vocais. O Projeto do Coral
Infantil da UFRN, objeto de estudo desta Dissertação foi realizado aos sábados, pela manhã,
com 1 hora aula, para cada faixa etária: 5 anos, 6 anos, 7 e 8 anos e 9 a 11 anos.

4.4 Instrumentos de coleta de dados

Foram adotados os seguintes procedimentos durante o período da Pesquisa:


 Observação participante: foi realizada, durante os planejamentos com os monitores
que atuaram no Coral Infantil da UFRN, nas aulas com o Coral Infantil e a apresentação do
recital. Como professora - pesquisadora catalogou-se todas as informações, destacando
52

aspectos relacionados diretamente à prática da Regência Coral em um diário de campo 12.


 Anotações em diário de campo13: organizado em um caderno com anotações,
constando os registros das aulas e suas etapas, colagem dos textos selecionados para estudos,
roteiros dos ensaios, observações sobre o Grupo de licenciandos envolvidos no Projeto e
alunos do Coral, compartilhamento de materiais elaborados via emails, Facebook, WhatsApp
e por meio do OneDrive.
 Registro fotográfico: realizado com autorização de todos os envolvidos na
Pesquisa, cientes de que os dados coletados poderiam ser apresentados em algum momento
nesta Dissertação ou trabalho acadêmico com a finalidade de apresentar os resultados da
Pesquisa em foco.
 Gravação em vídeo: foram realizadas algumas gravações de aulas, ensaios e recital
com a devida autorização dos participantes e pais das crianças que assinaram um Termo de
Autorização (APÊNDICE A) para uso de imagens (fotos e vídeos) para menores de idade,
conforme orientado pela própria UFRN aos pesquisadores mestrandos, preservando todos os
requisitos previstos em lei e resguardando o direito de todos os implicados na Pesquisa.
 Questionário: Gil (2008) destaca o questionário como a técnica de investigação
social composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com propósitos de
obter informações sobre conhecimentos, crenças, valores, comportamentos, interesses,
expectativas, temores, comportamento do presente ou passado. Desta forma, o questionário
(APÊNDICE G) foi aplicado com o objetivo de apontar respostas considerando as etapas
vivenciadas e de questões semiestruturadas. O mesmo foi respondido por todos os envolvidos
na Pesquisa do Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN. As perguntas contemplaram
3 categorias: a) vivência pessoal em Canto Coral; b) formação do regente na Licenciatura da
UFRN; c) experiência adquirida no Coral Infantil da UFRN. Por questões éticas, resolveu-se
preservar o anonimato de todos os participantes, adotando-se um pseudônimo diferente para
cada um, embora tenhamos uma autorização escrita assinada, por cada um deles, para que
fossem divulgados os dados. Desta forma, adotamos os seguintes pseudônimos para os
participantes: Adrian, Breno, Carolina, Francis, Isabel, Monique, Micheline, Laís, Roberta e
Renata.

12
Minayo (2014) advoga que o processo da observação participante é constituído pela presença do observador
numa situação social com a finalidade de realizar uma investigação científica, na qual o observador está em
relação face a face com os observados. Ao participar da vida deles, no seu cenário cultural, colhe-se dados e se
torna parte do contexto sob observação, ao mesmo tempo modificando e sendo modificado por este.
13
Minayo (2010) diz que, o diário de campo é o principal instrumento de observação de um pesquisador sendo
uma técnica indispensável que permite clarear e organizar as idéias da pesquisa, deve conter todas as
informações extra-fonte de pesquisa, tudo aquilo que não está nas fontes.
53

4.5 Instrumentos de organização de dados

 Análise de material bibliográfico: este processo foi iniciado a partir da seleção de


teses, dissertações, monografias, artigos, textos, catalogação de toda literatura relacionada à
temática escolhida, considerando as palavras-chave: Regência Coral, Formação Docente e
Coral Infantil, realizando fichamentos com o objetivo de conduzir os diálogos teóricos.
 Análise dos diários de campo: este instrumento subsidiou informações, descrição
das atividades realizadas, objetivos, etapas do planejamento, situações que envolveram a
prática do Coral Infantil da UFRN, análise do relacionamento e postura dos licenciandos
frente ao Coral, comportamentos dos alunos em situação de ensino - aprendizagem e
conflitos. Também foram registradas as inquietações da autora desta Dissertação, impressões
sobre as práticas, pontos positivos e negativos do trabalho desenvolvido na perspectiva de
construir uma análise dialógica para estabelecer uma avaliação das ações, possibilitando,
posteriormente, uma mudança em alguns aspectos específicos.
 Seleção de imagens: este procedimento foi adotado para identificar aulas, ensaios
semanais e facilitar o processo organizacional. Para tanto, utilizou-se de arquivo Joint
Photographic Experts Group (JPEG) para arquivos de fotos e Portable Document Format
(PDF) para partituras, organizadas em pastas virtuais na ordem cronológica dos
acontecimentos.
 Seleção dos vídeos: os recortes em vídeo foram realizados para justificar o
propósito desta Dissertação subdivido em 2 momentos específicos: das aulas semanais e a da
apresentação do recital.
 Transcrição de slides: realizou-se a transcrição de alguns slides utilizados nas aulas
/ ensaio e no momento do Masterclass para compor as informações, selecionando os que
foram mais significativos para justificar nosso objetivo de pesquisa.
 Transcrição dos questionários: após a apresentação do recital, aplicou-se o
questionário (APÊNDICE G) com todos os 11 participantes do Projeto do Coral Infantil da
UFRN e realizados a transcrição na íntegra, embora somente 7 fossem licenciandos.
Estabeleceu-se 3 categorias para viabilizar a etapa das análises de resultados: 1) Vivência
pessoal em Canto Coral; 2) Formação do regente na Licenciatura da UFRN; e 3) Experiência
no Projeto do Coral Infantil da UFRN. Os dados coletados foram digitados e arquivados em
computador no Programa Word 1997 - 2003.
 Organização dos dados: o registro dos dados coletados foi realizado em caderno
54

pautado, separado por datas dos encontros das reuniões e aulas / ensaio e, posteriormente,
organizados de acordo com a exigência das normas para escrita acadêmica e também em
computador, armazenados em pastas virtuais.
 Dissertação: a escrita deste Trabalho foi sendo desenvolvida, paulatinamente, desde
as disciplinas oferecidas no primeiro ano do Curso de Mestrado em Música da UFRN. Alguns
recortes receberam destaque para sua construção em disciplinas desse Curso, tais como:
Núcleo de Projetos, Pesquisa em Música, Formação em Música. No segundo ano, antes da
conclusão do Curso, o texto desta Pesquisa em construção, foi apresentado durante um
Colóquio realizado pelo PPGMUS da UFRN e, em seguida, também foram apresentados 2
capítulos desta Dissertação (ainda em construção) na Qualificação de Mestrado em Música da
autora desta Pesquisa.

4.6 A Pesquisa - Ação na prática desta investigação

Como já exposto no início desta Seção, utilizou-se nesta Dissertação, o procedimento


metodológico investigativo da pesquisa - ação (BASTIAN, 2000; TRIPP, 2005; FRANCO,
2005; BARBIER, 2007; SEVERINO, 2007; MOREIRA, 2011; THIOLLENT, 2011). Em
face disso, atuando como regente do Coral Infantil da UFRN e sendo pesquisadora
responsável por gerenciar as ações com os alunos do Curso de Licenciatura em Música desta
mesma Universidade, enquanto voluntários do Coral Infantil, a autora desta Dissertação foi
instigada a traçar um planejamento envolvendo uma dupla função: observação e participação.
Desta forma, em busca por respostas e soluções dos problemas, as diretrizes propostas foram
sendo desenvolvidas de maneira investigativa, reflexiva, participativa e os processos
construídos na expectativa da aquisição das mudanças. Nesse contexto, para a realização de
nossa pesquisa – ação, nos referenciamos ao modelo proposto por Tripp (2005):
55

Quadro 2 - Ciclo da Pesquisa - Ação

Fonte: Tripp (2005).


Nota: Conteúdo adaptado pela autora desta Pesquisa.

O Quadro 2 baseia-se na proposta sugerida por Tripp (2005), evidenciando as fases de


uma pesquisa - ação que foram adotadas nesta Dissertação como modelo investigativo. As
fases são: 1) planejar; 2) agir; 3) monitorar e 4) avaliar. Tendo em vista essa referência,
organizou-se este Trabalho da seguinte maneira:

Quadro 3 - A Pesquisa - Ação no contexto do Coral Infantil da UFRN


(Continua)
FASE PROCEDIMENTOS
 Questão problema - Como o Curso de Licenciatura
em Música da UFRN poderia contribuir de forma
mais efetiva para a formação de regentes de Corais
Infantis?
1. Identificação do  Diagnóstico do que poderia ser ensinado por meio da
problema e realização de uma reunião com os alunos
PLANEJAMENTO participantes;
 planejamento das aulas;
 elaboração de questionário (APÊNDICE G); e
 elaboração de materiais para o desenvolvimento das
aulas.
56

Quadro 3 - A Pesquisa - Ação no contexto do Coral Infantil da UFRN


(Conclusão)
2. AGIR para  Realização de planejamento de aulas de Regência;
implantar a melhora  realização de aulas de Regência;
planejada  realização de Masterclasses com um regente
convidado.
Nesta etapa, procurou-se observar e registrar no Diário
de Campo, aspectos que estavam relacionados
diretamente a formação dos licenciandos. Diante disso,
3. MONITORAR e estabeleceu-se categorias descritas mais adiante de
descrever forma detalhada. Além disso, realizou-se uma avaliação
individual que aconteceu por meio de questionário
semiestruturado (APÊNDICE G) a respeito da
Regência para a atuação em Corais Infantis.
Por meio dos dados coletados, realizou-se uma
4. AVALIAR os avaliação das atividades com o Grupo e uma auto -
resultados avaliação, destacando os pontos positivos e a melhoria
dentro do ciclo proposto.
Fonte: A autora (2016).

4.6.1 Fase 1 – Identificação do problema e planejamento

O problema gerador desta Pesquisa está relacionado à questão: como é possível


sistematizar conteúdos e práticas aplicáveis para a formação docente na área da Regência
Coral Infantil? Surgiram outros questionamentos relacionados ao problema central e que, no
decorrer da Pesquisa, buscou-se respostas, tais como: de que maneira as lacunas existentes
poderiam ser reduzidas? Como a UFRN poderia contribuir, de forma mais efetiva, para a
formação destes regentes? Que habilidades deveriam ser requeridas de um regente coral? Que
conteúdos são significativos para compor o currículo na formação do regente e suas práticas?

4.6.1.1 Identificando o problema

O problema que motivou a elaboração desta Pesquisa - ação está relacionado às


vivências da autora desta Dissertação como educadora, suas observações acerca das práticas
57

dos regentes de Corais Infantis durante a sua caminhada, enquanto professora de Música bem
como na disciplina da Docência Assistida - AOS II - Metodologia do Ensino da Voz e Música
Coral. Em 2015.2, na EMUFRN, mais especificamente, em uma das aulas do componente
curricular – AOS II, os alunos expuseram suas expectativas sobre o que eles gostariam de
aprender. Diante dessa situação, a autora desta Dissertação indagou-se sobre como poderia
contribuir para a formação desses alunos e, consequentemente, se apropriou da analogia
explicitada por Brito (2011): ‘O caminho se faz ao caminhar’. Nesse sentido, na busca por
significados, tentou realizar um planejamento com conteúdo que se adequasse, de forma mais
próxima, à realidade encontrada.
Nesse contexto, ao todo eram 41 alunos participantes da turma de AOS II -
Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral da UFRN e contamos com o auxílio e
supervisão da professora Amélia Martins Dias Santa Rosa, responsável pela disciplina. A
respeito do diálogo estabelecido para compreender as expectativas desses alunos em relação
ao que eles gostariam de aprender durante as aulas, destaca-se, algumas falas, tais como: Eu
espero aprender a reger, Eu gostaria de aprender a trabalhar com as diversas faixas
etárias, Não sei como escolher um repertório adequado, Eu gostaria de entender como
trabalhar o uso correto da voz com crianças, Como iniciar um Coral Infantil na escola
pública? (informações verbais)14. Desta forma, pôde-se verificar que o planejamento traçado
atenderia à maioria das expectativas geradas, apesar de compreender que as horas destinadas à
disciplina talvez fossem insuficientes para dar conta de tantas frentes.
Embora a disciplina AOS II - Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral não
fosse voltada, especificamente, para o Canto Coral Infantil, muitas dúvidas seriam dirimidas
e, muitas ações, poderiam ser desenvolvidas para colaborar neste processo de formação. É
preciso destacar, neste ponto, que nem todos os alunos de um Curso de Licenciatura serão
regentes, muitos não gostam de cantar, outros não apresentam perfil de liderança o mínimo
que seja. Duas coisas podem acontecer neste contexto: eles apenas irão cumprir a carga
horária da grade curricular ou escolher, de fato, o caminho que seguirão profissionalmente, de
forma corajosa, buscando absorver o que puderem para o exercício da Educação Musical.
Além das vivências como educadora na disciplina AOS II, contribuíram para a
formatação do problema desta Pesquisa, as experiências empíricas da autora desta Dissertação
como regente de corais infantis, como solista em diversos corais e como professora de Música
em diversos contextos. Também foram significativas as pesquisas realizadas durante o

14
Informações verbais proferidas pelos alunos licenciandos em Música, durante a aula da disciplina AOS II -
Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral da UFRN ministrada na EMUFRN, sala 25, em agosto de 2015.
58

processo acadêmico no contexto do Mestrado, intensificando suas reflexões e buscas por


soluções que deram início a construção de um projeto sistematizado que pudesse ser aplicado
na formação de novos profissionais para que as ações relativas ao Canto Coral Infantil
pudessem ser multiplicadas. E, por último, o convite para atuar como regente no Coral Infantil
da UFRN que fez a autora desta Pesquisa vislumbrar a possibilidade de, estando dentro de um
contexto de formação de professores, promover junto aos licenciandos vivências para o
desenvolvimento da Regência Coral Infantil.
Assim, considerando o que foi apontado anteriormente, chegamos ao problema desta
Pesquisa: Como é possível sistematizar conteúdos e práticas aplicáveis para a formação
docente na área da Regência Coral Infantil? Conseqüentemente, a partir desta indagação, os
objetivos foram definidos.
Ainda nesse contexto, adotou-se por objetivo geral: sistematizar conteúdos aplicáveis
para a formação docente na área de Regência Coral Infantil e colocar em prática, em Projeto
de Extensão Universitária, envolvendo alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN.
E, como objetivos específicos: 1) identificar as habilidades e competências necessárias para a
atuação do regente Coral Infantil; 2) planejar procedimentos pedagógico - musicais para o
ensino de Regência Coral Infantil com alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN;
3) realizar procedimentos pedagógico - musicais para o ensino de Regência Coral Infantil com
alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN; 4) avaliar as relações entre o processo
de ensino e aprendizagem que relacionem professores e alunos envolvidos no Projeto de
Extensão do Coral Infantil da UFRN.

4.6.1.2 O planejamento

O planejamento inicial envolveu a revisão de literatura, a investigação de materiais


associados às temáticas: Coral Infantil, Regência Coral e Formação Docente para dar suporte
aos planejamentos do Coral Infantil da UFRN e ao Grupo de licenciandos envolvidos
diretamente no Projeto do Coral Infantil da UFRN que estavam participando do processo em
6 reuniões de planejamento, 2 Masterclass de Regência, 2 encontros para treinamento
individual de Regência para o recital com os licenciandos, 14 aulas com o Coral Infantil e 1
Recital. A seqüência dos encontros e planejamentos pode ser conferida nos Apêndices D e E.
59

4.6.2 Fase 2 – Ações realizadas

A seguir, apresenta-se a descrição das ações que foram realizadas de acordo com as
fases correspondentes ao processo da pesquisa - ação.

4.6.2.1 A Pesquisa - Ação na prática

Nesta fase, realizou-se as ações que haviam sido planejadas, anteriormente, com os
licenciandos, entre elas, os ensaios com o Coral Infantil da UFRN com o objetivo de
potencializar o exercício da Regência Coral de forma mais efetiva. É relevante destacar que
esta fase está relacionada à Fase 1 do planejamento. Todas as ações descritas estão
relacionadas aos seguintes fatos: a) interesse da autora desta Dissertação por este campo
empírico; b) experiências da autora desta Pesquisa na Disciplina AOS II - Metodologia do
Ensino da Voz e Música Coral, ainda na Docência Assistida (2015.2); c) o convite para atuar
como Regente do Coral Infantil da UFRN, no período de 2016.1; e d) a colaboração ativa dos
alunos da Licenciatura nesta Pesquisa.
Para as aulas práticas, o material didático - pedagógico utilizado foi planejado e
organizado com o objetivo de fornecer a prática da Regência Coral Infantil e os aspectos
correlacionados. Evidencia-se, desta forma, as atividades realizadas nos planejamentos com
os licenciandos nos ensaios do Coral Infantil: a) planejamento: leitura de textos, exercícios
corporais, dinâmicas de grupo, estudo de partituras e repertório, treino coletivo e individual de
Regência; b) ensaios com Coral Infantil da UFRN: aquecimento corporal e vocal, brincadeiras
cantadas, conteúdos de musicalização, repertório (com a prática da Regência),
desaquecimento, despedida.
Desde os primeiros encontros com os licenciandos, foi estabelecido, a partir do
planejamento, o que cada licenciando faria no ensaio, objetivando seu treinamento para a
execução prática nos ensaios. Desta forma, cada um realizaria uma atividade envolvendo-se,
já no início do Projeto, e sendo um participante ativo. As atividades detalhadas estarão
relatadas na Seção 5. Os conteúdos elencados, que foram desenvolvidos nos dois momentos, a
saber - planejamento com os licenciandos e as aulas práticas com o Coral Infantil - estão
disponíveis nos Apêndices D e E.
60

4.6.3 Fase 3 – Monitorando e descrevendo as ações realizadas

A fim de atingir uma monitoração mais detalhada, estabeleceu-se a descrição em dois


momentos: nos planejamentos com os licenciandos e nas práticas com o Coral Infantil em que
os licenciandos estiveram atuando como regentes. Desta forma, houve um esforço em
averiguar se os objetivos traçados para esta Pesquisa estavam sendo alcançados. Durante este
processo, os registros foram realizados em diário de campo. Em relação ao que foi planejado,
foi preciso adequar algumas atividades ao tempo estabelecido. Verificou-se que, para o Coral
Infantil aplicar as atividades planejadas em 1 hora não estava sendo suficiente. Desta forma,
foram realizados alguns ajustes no planejamento.
À medida que os encontros com os licenciandos foram acontecendo e as aulas do
Coral Infantil da UFRN foram sendo ministradas, a autora desta Dissertação foi registrando
suas observações nos diários de campo, evidenciando alguns pontos relacionados ao processo
de ensino e aprendizagem considerados significativos. Após o recital, pôde-se aplicar o
questionário semiestruturado (APÊNDICE G) contendo questões mistas, com o intuito
amparar a escrita desta Pesquisa e se assegurar de alguns resultados correspondentes ao
processo de formação destes regentes.

4.6.4 Fase 4 – Avaliando os resultados da Pesquisa

A organização, para análise e avaliação dos dados, foi sistematizada a partir de


pesquisas bibliográficas, registros em diário de campo das ações realizadas com os
licenciandos e também por meio de registros das aulas realizadas no Coral Infantil da UFRN
além da observação do recital, da transcrição dos questionários, de observações realizadas
durante a Masterclass e de registros de imagens, adquiridos por meio de fotografias, vídeos,
troca de emails, grupo de whatsApp e grupo fechado de Facebook.
Como dado importante, apresenta-se uma das respostas proveniente do questionário
semiestruturado (APÊNDICE G) proferida por um dos alunos da Licenciatura participante
desta Pesquisa, sob o pseudônimo de Adrian. Em sua resposta, fica evidente o objetivo da
UFRN se cumprindo – promover uma Educação libertadora. Diz Adrian (2016)15:

Como futuro professor foi extremamente emancipador, pois, especificamente


a professora, no papel de formadora, não abriu mão da formação dos

15
Documento não paginado.
61

participantes, instruindo-os sempre e facilitando com materiais, documentos,


planejamentos, estratégias e levou em consideração demandas individuais.

A palavra emancipador é, na verdade, o sinônimo de libertador. Isso é maravilhoso,


porque, dentre tantos aspectos, a Música também tem esta função. Neste sentido, considera-se
que, dentre os objetivos descritos na Pesquisa, por meio da pesquisa - ação e baseado
exatamente na descrição de Barbier (2007) que aponta a pesquisa - ação como um processo
libertador, único de reconstrução racional pelo ato social, os envolvidos no Grupo de Pesquisa
do Coral Infantil da UFRN, alcançaram sua própria emancipação, rompendo barreiras em
busca de soluções para a problemática da formação inicial docente no contexto de um Projeto
de Extensão da UFRN.
Considerando o ciclo adotado, as ações foram planejadas, realizadas, sofreram
algumas alterações e adequações em função do pouco tempo. O ciclo foi cumprido e os
objetivos elencados atingidos.
62

5 A FORMAÇÃO DO REGENTE NO CORAL INFANTIL DA UFRN

Esta Seção apresentará como foi desenvolvido o trabalho com os licenciandos em


Música no contexto do Coral Infantil da UFRN, estabelecendo diálogo com alguns teóricos
que compartilham o mesmo pensamento acerca da Formação Docente, Regência e Regência
Coral Infantil.
Para uma melhor compreensão das ações que serão descritas a seguir, considera-se
importante relembrar que os objetivos específicos desta Dissertação são: 1) identificar as
habilidades e competências necessárias para a atuação do regente Coral Infantil; 2) planejar
procedimentos pedagógico - musicais para o ensino de Regência Coral Infantil com alunos do
Curso de Licenciatura em Música da UFRN; 3) realizar procedimentos pedagógico - musicais
para o ensino de Regência Coral Infantil com alunos do Curso de Licenciatura em Música da
UFRN; 4) avaliar as relações entre o processo de ensino e aprendizagem que relacionem
professores e alunos envolvidos no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN.
Nesse contexto, as atividades descritas a seguir, foram realizadas visando contribuir
para a formação docente em Música, especialmente, no que tange à prática da Regência Coral
Infantil. Nesse panorama, os ensaios do Coral Infantil da UFRN se constituíram como um
laboratório para os que licenciandos pudessem ampliar sua compreensão, desenvolvendo
habilidades e competências relacionadas a essa temática.

5.1 A experiência didática no Coral Infantil da UFRN

A seguir, apresenta-se o relato da experiência vivenciada frente ao Coral Infantil da


UFRN enquanto pesquisadora e toda a seqüência do processo que envolveu as ações
didáticas.

5.1.1 Planejamento das aulas e formação dos licenciandos

O planejamento, de uma forma geral, revela a organização de uma pessoa ou


instituição. Kissinger16 ([19--?] apud CRIVELINI, 2015, p. 7) diz que: "Se você não sabe por
onde vai, todos os caminhos te levarão a lugar nenhum". Trazendo esta realidade para o

16
Henry Alfred Kissinger é um diplomata americano renomado, popular e polêmico. De origem judaica, que
teve um papel importante na política estrangeira dos Estados Unidos entre 1968 e 1976. Em 1973, recebeu o
Prêmio Nobel da Paz por firmar os acordos que resultaram no término da Guerra do Vietnã.
63

contexto educacional e, mais especificamente, para a formação dos licenciandos em Música


da UFRN, considera-se, de suma importância, e de uma enorme responsabilidade, lidar com o
planejamento que irá refletir as ações de um ensaio com coro infantil. Desta forma, com base
nos textos lidos e outras fontes de pesquisa, foi possível estabelecer um planejamento para
subsidiar as ações. Figueiredo (1990) destaca que o ensaio coral deve ser muito bem
planejado e estabelece 3 etapas: organização, aplicação e avaliação.
Ainda sobre este propósito, em relação ao planejamento no contexto do Coro Infantil,
Schimiti (1997, 2003) enfatiza que ele revela a qualidade do trabalho do regente em sua
profundidade. Por meio do planejamento, vislumbram-se as possibilidades do grupo, a
projeção do ensaio, o tempo que será investido, as etapas que serão realizadas, um tempo
adequado para cada faixa etária, estimulando as crianças à uma realização musical prazerosa.
Com o objetivo de enfatizar a formação dos licenciandos propôs-se que, desde o início
dos planejamentos, todos da equipe fossem partícipes sendo inseridos dentro das atividades
do mapa de delegação das tarefas que seriam realizadas a cada encontro de estudo e
planejamento bem como das aulas do Coral Infantil. Como modelo de planejamento e
delegação das atividades, elaborou-se um quadro para facilitar o desenvolvimento.
Semanalmente, os licenciandos - estagiários recebiam o planejamento impresso e também via
e-mail para que pudessem arquivar. A sequência, algumas vezes, passou por variações de
acordo com o grupo e faixa etária, principalmente, nas atividades de musicalização.

5.1.2 Estudo de textos

Com o objetivo de organizar, aplicar e avaliar os ensaios, foi definido um encontro


semanal, de duas horas, com todos os componentes da equipe do Coral Infantil da UFRN a
fim de que houvesse investimento para o planejamento que incluísse leitura de textos
relacionadas à prática Coral Infantil, organização das atividades que seriam executadas,
estudo das partituras e treino da Regência Coral além de uma avaliação contínua do processo.
Desta forma, investimos tempo na leitura de um texto escolhido para cada semana,
separamos alguns minutos para discussão realizando anotações no diário de planejamento
com a finalidade de estabelecer uma rotina de estudos e crescimento naquilo que propusemos
a realizar como parte do planejamento e formação. Gomes (2008) argumenta que, para
enfrentar os novos desafios da Educação, é necessário que se incentive a formação de um
professor reflexivo e pesquisador ainda no contexto da universidade, preparado para enfrentar
os desafios, cada vez mais intensos, que se exigem do educador musical, em especial, no que
64

se refere às suas práticas pedagógicas, dialogando e contribuindo com o ato de ensinar.


Também corrobora com este pensamento, Hentschke (2000, p. 85), afirmando ser "[...]
necessário que os cursos de licenciatura em música desenvolvam nos licenciandos
capacidades críticas e reflexivas, e não atitudes passivas de meros consumidores de saberes".
Os textos escolhidos para estudo com os licenciandos evidenciaram, em sua maioria,
conhecimentos sobre Coral Infantil, relacionamento interpessoal e Regência. Algumas vezes,
os textos foram repassados aos alunos com uma semana de antecedência por e-mail ou
facebook para que pudessem ler e realizar as observações sobre a leitura, trazendo suas
contribuições ao Grupo. O Quadro 4 apresenta a lista com os temas dos textos que foram
catalogados para estudo com o autor e cada objetivo específico.

Quadro 4 - Textos utilizados para estudo com os licenciandos do Coral Infantil da UFRN
(Continua)
TEXTO AUTOR OBJETIVO
Duas crianças criadas por SUZUKI, Shiniki Compreender que as
um lobo (Livro: Educação é amor). pessoas são resultado do
ambiente em que vivem.
A voz infantil e o MÁRSICO, Leda Osório. Conhecer aspectos do
desenvolvimento musical desenvolvimento vocal
vocal infantil.
MÁRSICO, Leda Osório. Conhecer os aspectos gerais
Extensão vocal infantil da voz infantil.
SOBREIRA, Silvia. Conhecer as limitações e
Extensão vocal infantil possibilidades da voz
infantil.
Preparação vocal no coro GABORIM – MOREIRA, Compreender a importância
Infantojuvenil: desafios e Ana Lúcia. da preparação vocal.
possibilidades
Os três sapinhos Autor desconhecido Desenvolver autoconfiança
Regendo um coro SCHIMITI, Lucy Maurício Aprofundar aspectos da
infantil: reflexões, Regência Coral Infantil
diretrizes e possibilidades reconhecendo que o
trabalho com crianças exige
conhecimentos específicos.
65

Quadro 4 - Textos utilizados para estudo com os licenciandos do Coral Infantil da UFRN
(Conclusão)
TEXTO AUTOR OBJETIVO
Aprenda a florescer: Autor desconhecido Reconhecer que a
reflexão interferência com crianças
pode produzir resultados
para toda vida.
Dinâmicas de ensaio LOPES JÚNIOR, Carlos Desenvolver um
Roberto et al. planejamento de ensaio
exitoso.
Padrões básicos de MARTINEZ, Emanuel. Adquirir domínio dos
Regência (Livro: Regência Coral). padrões básicos de
Regência.
Fonte: A autora (2016).

Em relação ao estudo dos textos, a autora desta Dissertação objetivou dedicar parte das
reuniões aos mesmos para que restasse mais tempo para investir na prática dos licenciandos
com a Regência Coral Infantil e ampliar suas vivências para além dos conhecimentos teóricos.
Por isso, ao refletirmos sobre os textos apontados no Quadro 4, constatamos que, a partir da
leitura e discussão desses textos, se estabeleceu uma compreensão a respeito de diferentes
situações pedagógicas encontradas pelos participantes bem como foi incentivado a autocrítica
em relação às ações planejadas e realizadas.
Na percepção dos licenciandos, segundo relatos escritos em seus questionários acerca
dos textos estudados em grupo, houve uma compreensão de que os mesmos cooperaram,
significativamente, para desenvolver a atuação individual, ampliando a visão acerca de
algumas temáticas específicas; auxiliaram, não só no contexto do coral, mas fora dele,
trazendo novas abordagens; reforçaram como deve ser a postura do regente nos ensaios e
também contribuíram para os conhecimentos das características das faixas etárias. Neste
sentido, considera-se que o objetivo proposto para essa atividade foi alcançado de forma
exitosa.

5.1.3 Planejamento das atividades de musicalização

A expressão musicalização se caracteriza pelo processo de Educação Musical que


reúne atividades lúdicas trabalhadas através de canções, jogos, atividades rítmicas e
66

melódicas, sensibilização e exploração de sons do corpo com movimentos, exploração de


diversas fontes sonoras, como os ruídos, silêncio que podem ser desenvolvidas em qualquer
idade.
Um conceito de musicalização, abordado por Penna (2008, p. 41), é traduzido como:

Processo educacional orientado que se destina a todos que, na situação


escolar, necessitam desenvolver ou aprimorar seus esquemas de apreensão
da linguagem musical – mesmo que sejam adolescentes ou adultos.
Necessitam porque foram privados socialmente das condições para
desenvolver tais esquemas e sua vivência prévia à escola, cabendo, portanto,
aproximá-los da música, em suas diversas manifestações.

Em relação à aprendizagem no contexto do Coral, Figueiredo (2003) afirma que o


ensaio é processo permanente de musicalização e o regente não deve ignorar qualquer
momento para desenvolver a musicalidade de seu grupo. No Coral Infantil, estas atividades
despertam e envolvem a realização de atividades corporais (OLIVEIRA, 2012).
No contexto do Coral Infantil da UFRN, apesar do pouco tempo destinado aos ensaios,
foram inseridas, como parte da prática coral, algumas atividades de musicalização. Estas
atividades evidenciaram trabalhar os parâmetros do som, a expressão corporal, acuidade
auditiva, ritmo, inflexão vocal17 e explorar aspectos específicos de algumas músicas com
maiores detalhes quando houve necessidade (palmas, percussão corporal, instrumentos de
percussão, onomatopéias, expressões corporais, dentre outros). Estas atividades foram
desenvolvidas em cada aula e de acordo com a faixa etária dos Grupos.
Ainda dentro do planejamento com os licenciandos, na reunião semanal para execução
dos ensaios, após a leitura e discussão dos textos, organizamos as atividades que seriam
desenvolvidas de acordo com as faixas etárias, considerando o repertório que seria trabalhado,
sempre compartilhando ideias e promovendo a troca de conhecimentos. Diante disso,
considerou-se que os licenciandos deveriam realizar suas intervenções valorizando
habilidades e agregando possibilidades, trazendo bagagem acadêmica e pessoal.
No processo de organização, como dito anteriormente, estabeleceu-se a delegação de
tarefas, sempre buscando capacitar cada um para aquela atividade antes de colocá-la em
prática. Isso demandou muito tempo de pesquisa e, ao mesmo tempo, foi enriquecedor, pois
estando no ambiente acadêmico, houve uma troca de experiências significativa. Para os
17
Inflexão vocal é caracterizada por uma mudança no tom vocal para indicar a expressão de uma emoção e/ou
enfatizar tom de autoridade. Estas classes são geralmente reguladas pela linguagem escrita, mas são igualmente
importantes para a linguagem oral: imposição, interrogação, exclamação, dentre outros. Este recurso é bastante
utilizado no teatro. No Coral Infantil, a utilização dos exercícios de inflexão vocal colaborou para ampliar as
possibilidades vocais e a expressividade.
67

momentos em que foram aplicados os conteúdos de musicalização, oportunizou-se, aos


alunos, ainda no planejamento, a possibilidade de compartilharem suas experiências didáticas
obtidas durante a Graduação, incentivando-os a realizar atividades corais como brincadeiras
cantadas, dinâmicas e outras atividades que pudessem ser inseridas de acordo com as
propostas desenvolvidas a cada semana. Muitos dos licenciandos já possuíam experiência,
atuavam em escolas, projetos, igrejas e espaços educativos e, por isso, são desafiados a uma
busca permanente por materiais que possam lhes dar subsídios para desenvolver suas práticas
pedagógicas. Alguns já haviam cumprido a carga horária de algumas disciplinas práticas da
universidade em que desenvolveram jogos, dinâmicas, intervenções. Desta forma, foram
colocando em prática o que estavam aprendendo. As atividades que tinham relação com os
conteúdos da Regência Coral Infantil foram trazidas, adaptadas e aplicadas em nosso Grupo
como forma de valorizar o licenciando e, ao mesmo tempo, desenvolver um regente autônomo
e seguro. Quando não foi possível que eles trouxessem as atividades sugestivas, fazia
intervenções que promoviam trocas de experiências.
É importante enfatizar que, muitas vezes, o licenciando, em virtude de suas
inseguranças, esquiva-se de participar das aulas práticas e dos estágios, utilizando-se da
evasiva de que queriam apenas observar. No entanto, quando há um processo de consolidação
no grupo, no qual os participantes são estimulados a atuarem pedagogicamente, as incertezas
podem diminuir e se estabelece um ambiente de colaboração e de incentivo à autonomia.
Neste sentido, a delegação de tarefas na equipe do Coral Infantil da UFRN facilitou bastante
os encaminhamentos e todos foram protagonistas das ações.
O Quadro 5, a seguir, detalha quais procedimentos foram planejados e realizados
durante os ensaios do Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN.

Quadro 5 - Delegação de atividades dos licenciandos do Coral Infantil da UFRN - 2016.1


(Continua)

RESPONSÁVEL / AÇÃO O QUE FAZER?


Monique Receber os alunos, colocar o crachá.
Carolina Fazer a chamada
Isabel Aquecimento vocal (10 minutos)
Francis Atividade de musicalização (15 minutos)
Roberta Repertório (25 minutos)
Micheline Desaquecimento (5 minutos)
68

Quadro 5 - Delegação de atividades dos licenciandos do Coral Infantil da UFRN - 2016.1


(Conclusão)
ROTEIRO DAS AULAS
Bom dia – cantado
Aquecimento corporal
Grupo 1 - 5 anos Musicalização: conteúdo: Som e Silêncio
Horário: 8h às 9h Repertório
Desaquecimento
Despedida
Fonte: A autora (2016).

Visando ampliar as habilidades práticas e atender os fins do planejamento, cada


licenciando atuou realizando uma atividade diferente a cada semana e, de acordo com o
Grupo, auxiliando as crianças, observando os procedimentos pedagógico - musicais,
aplicando os conteúdos planejados. O detalhamento e a discussão sobre essas atividades serão
apresentadas mais adiante. Considerando as atividades realizadas, todos os licenciandos foram
estimulados a desenvolver habilidades e competências requeridas para a Regência Coral
Infantil, tais como: as habilidades administrativas, gestuais, técnico - musicais, lúdicas,
interpretativas, pedagógicas, entre outras.

5.1.4 Estudo do repertório e prática da Regência

Após ter definido o repertório, logo no início do semestre, a autora desta Dissertação
foi delegando as músicas que cada licenciando poderia reger a fim de que fossem estudando
as partituras e verificando as dificuldades encontradas, tais como: notas mais agudas, mais
graves, possíveis dificuldades com respiração, articulação, ligaduras de fraseado, etc. Desta
forma, marcamos a partitura (todos juntos) e analisamos os pontos que poderiam se tornar
complicados para as crianças, buscando caminhos para a resolução de problemas que
poderiam ser encontrados no processo de ensaios e da Regência. Analisar a partitura tornou-se
um ponto importante dentro do planejamento. Nesse procedimento, observou-se que alguns
licenciandos conseguiram desenvolver o hábito de realizar a análise das partituras de forma
sistemática, o que contribuiu para que estes pudessem chegar aos ensaios mais convictos do
que poderiam corrigir, preparar e, já se antevendo como solucionar os pontos mais difíceis das
músicas, o que também os permitiu corrigir as crianças com mais firmeza. Corroborando com
esse procedimento, Figueiredo (2003, p. 18) afirma que: "Quanto maior o conhecimento da
69

partitura por parte do regente, mais efetiva será sua atuação, tanto na preparação da obra, nos
ensaios, quanto no desenvolvimento de seus cantores".
Em relação às reuniões de planejamentos, quando interpelados por meio de
questionário (APÊNDICE G), sobre sua realização, os licenciandos destacaram que:

 auxiliaram a organizar planejamentos e executar tarefas;


 construíram novos conhecimentos;
 contribuíram para ampliação do repertório;
 trouxeram maior compreensão sobre as faixas etárias;
 possibilitaram uma prática coletiva cooperadora; e
 ampliaram possibilidades de abordagens pedagógicas e musicais.

Gaborim - Moreira (2015) acrescenta que um planejamento de ensaio é fruto da


reflexão do regente sobre seu trabalho, avaliando as ações anteriores e projetando o que pode
ser melhorado. A execução deste planejamento favorece o equilíbrio da utilização do tempo
no ensaio para que as atividades sejam desenvolvidas de forma que as crianças não percam a
concentração e a motivação.
Do mesmo modo, o planejamento contribuiu para que os licenciandos pudessem ter
segurança de suas ações, consultando, tudo o que envolveu as ações do Coral Infantil, em seus
cadernos, verificando se o ensaio foi realizado como previsto no planejamento, incluindo a
avaliação para conferir se os objetivos foram alcançados a fim de que as ações pudessem ser
revistas ou replanejadas. O relato, a seguir, enfatiza o pensamento de uma licencianda acerca
dos planejamentos, nominada aqui pelo pseudônimo de Carolina.

Os planejamentos foram muito bem organizados, nos mostrando um roteiro,


e as dinâmicas foram essenciais para melhor aprendizado das crianças e
exemplos para nós, como futuros regentes, aprendermos e tendo um
direcionamento correto de como agir. Ajudaram muito na nossa vida como
educadores musicais, deram a base para desenvolver bem a nossa atuação e
ampliar mais os nossos horizontes (CAROLINA, 2016)18

De acordo com os relatos coletados dos licenciandos, por meio do questionário


(APÊNDICE G), foi possível perceber que os objetivos que envolviam o planejamento foram
atingidos, que eles compreenderam não só a importância do planejamento, mas passaram a tê-

18
Documento não paginado.
70

lo como parte de sua prática pedagógica em outros momentos a partir dos conhecimentos
adquiridos com a experiência no Coral Infantil da UFRN.

5.2 Atividades desenvolvidas no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN

Na perspectiva de Figueiredo (1990), é importante buscar uma variedade de propostas


como estratégia promovendo possibilidades de conceitos diversos, com uma finalidade para
que os ensaios do coral alcancem o objetivo traçado. Desta forma, dentro da proposta
elaborada para o Coral Infantil da UFRN, foram elencadas várias atividades que serão
descritas a seguir.

5.2.1 Preparação corporal

A preparação corporal e vocal é de fundamental importância para o bom


desenvolvimento de um trabalho no coro infantil. Gaborim - Moreira (2015) denomina este
momento como concentração corporal, pois há o desenvolvimento do trabalho articulado da
inteligência, da sensibilidade musical, da educação psicomotora, da consciência corporal, do
domínio da utilização de gestos e movimentos.
Os exercícios corporais adotados consideraram a faixa etária e as limitações das
crianças, principalmente aquelas com necessidades especiais. No início de cada encontro,
antes de iniciar os exercícios corporais, a preparadora vocal do Coral Infantil da UFRN -
aluna do Curso Técnico de Canto - utilizava a expressão: - Vamos acordar o nosso corpo?
(informação verbal)19. E, em seguida, iniciava as atividades de aquecimento corporal e vocal.
As atividades de preparação corporal foram:
 braços: esticados à frente do corpo, subindo devagarzinho até a altura da cabeça e
soltando, levemente, várias vezes. Abrir os braços e fechar batendo palmas: devagar e depois
mais rápido. Flexionar o antebraço na altura do tórax e esticar fazendo o movimento
horizontal. Soltando as mãos e sacudindo.
 ombros: movimentos verticais, movimentos de rotação.
 tórax: flexionar o corpo levemente para os lados: direito, esquerdo e, depois, em
movimentos circulares.

19
Informação verbal proferida por Micheline (pseudônimo), na sala 16 da EMUFRN, em Natal – RN, em março
de 2016.
71

 pernas: flexionar perna direita, depois à esquerda. Dar um chute no ar, com um pé,
depois com o outro. Apoiado sobre uma perna, realizar o movimento circular com a outra.
 pescoço: movimentos leves com a cabeça: de um lado para o outro, depois
movimentos circulares. Para frente e para trás, colocando o pescoço no colo e depois
esticando como se fosse uma girafa.

Foto 1 - Crianças realizando preparação corporal


(Alongamento)

Fonte: A autora (2016).

Foto 2 - Crianças realizando preparação corporal (Flexão


do tórax – tocar a ponta dos pés)

Fonte: A autora (2016).


72

Alguns exercícios também foram acrescidos para dinamizar os ensaios e tornar o


momento do aquecimento corporal diferenciado e descontraído, dependendo do Grupo. Para
tanto, o regente - educador ia dando o comando e as crianças iam obedecendo às orientações.
Campos (1997) adverte que as atividades devem apresentar clareza de objetivos.
Neste sentido, estas atividades cooperaram para melhorar o relacionamento dos coristas,
ajudaram no reconhecimento e ocupação do espaço e contribuíram para que a expressão facial
e corporal fosse ampliada.

5.2.1.1 Exercícios sugeridos

 Esticar a perna para trás. Pular em um pé só. Agachar e saltar quando escutar o
direcionamento;
 caminhar livremente olhando para os colegas (lento, rápido, lento);
 imaginar que estava andando: na água, no fogo, na areia, praia, rio, etc.;
 quando o professor falar a palavra ESTÁTUA!, a criança imita o personagem
indicado: garçom, equilibrista, bailarino, um gigante, um monstro, um surfista, etc.;
 jogo dos espelhos: em duplas, um olhando para o outro da dupla, enquanto o líder
da dupla vai realizando diversos gestos, o outro imita. Depois, se invertem os papéis.
Dentro deste contexto, Gaborim - Moreira (2015) reitera que o regente - educador
deve avaliar as condições individuais das crianças, estando atento às dificuldades,
desenvolvendo estratégias na perspectiva de atingir um nível musical, técnico e vocal
utilizando a ludicidade e aproximando-se da linguagem da criança.

5.2.1.1.1 Exercícios de respiração

A boa respiração é fundamental para o desenvolvimento de um resultado vocal, pois é


ela quem controla todo o mecanismo da fala e do Canto. Sobre a respiração, Campos (1997)
ressalta que deve ser natural, não pode ser transformada em algo complicado para a criança.
Desta forma, os exercícios de respiração tornaram-se essenciais no contexto do Coral Infantil
da UFRN.
Convém salientar a importância da criança compreender o que ela está realizando e
que cada exercício tenha significado para ela. Explicar, para uma criança, sobre o
funcionamento do diafragma não é fácil, mas ela pode perceber os seus movimentos por meio
73

da inspiração e expiração. Neste sentido, o regente – educador, que almeje trabalhar com
crianças, precisa estar disposto a criar atividades, pesquisar, experimentar para tornar claro o
que deseja até que possa se aproximar dos resultados esperados. A Foto 3, a seguir, ilustra os
movimentos da respiração: inspiração e expiração.

Foto 3 - Licencianda em Música explicando o funcionamento


do diafragma: inspiração e expiração

Fonte: Silva (2016a).

Para explicar a importância de uma boa respiração e os movimentos do diafragma,


buscou-se respaldo em Behlau e Pontes (2009) e, com o auxilio de uma licencianda, foi
detalhada a importância de uma boa postura para que o diafragma ficasse livre de tensão,
deixando o abdômen relaxado, os pulmões, as costelas, os músculos intercostais
proporcionando um controle maior da respiração e seus movimentos de inspiração e expiração
ampliando a projeção da voz e produzindo sons claros. Após a explicação, todas as crianças se
posicionaram em pé e realizaram a atividade colocando a mão suavemente sobre o músculo
do diafragma tentando perceber os movimentos enquanto inspiravam e expiravam. Neste
momento, foram observadas a postura: coluna reta, não deixando os ombros altos, nem
caídos, não permitindo que a respiração fizesse ruídos e verificando se as crianças estavam
respirando corretamente pelo nariz.
74

Foto 4 - Crianças do Coral Infantil da UFRN realizando a


verificação do movimento do diafragma: inspiração e expiração

Fonte: Freitas (2016a).

Todos estes exercícios objetivaram desenvolver uma boa qualidade vocal no Grupo os
quais foram trabalhados de forma gradativa.
 Exercícios: colocar a mão na cintura (abaixo das costelas, inspirar levemente,
observar e sentir a região do abdômen sendo alargado);
 fechar os olhos e tentar escutar a respiração do colega colocando o ouvido nas
costas dele, percebendo se a respiração é ruidosa;
 imaginar uma bóia que circunda todo o corpo e vai se enchendo de ar;
 soprar canudinhos ou bolas de festa (bexiga);
 contar números em voz alta;
 inspirar e soltar em 2, 4, 6 tempos;
 sempre esvaziar a região do abdômen e retirar todo o ar antes de inspirar;
 faquinha: colocar a mão abaixo das costelas e pronunciar com pressão: ssssss - oh!
- ppp - rrrrrrr, xxxxx, ffffffff.

5.2.1.1.2 Exercícios vocais

Considerando as pesquisas realizadas, compreende-se que a preparação vocal é um


momento importantíssimo para o bom desempenho do coro e transcende a um simples
aquecimento muscular ou técnica vocal com exercícios isolados ou desconexos. Envolve
aprendizagem musical, consciência da saúde vocal e aprendizagem coletiva. Ratificam este
75

mesmo pensamento os regentes: Figueiredo (1990), Fernandes; Kayama (2008), Hauck -


Silva (2012) e Gaborim – Moreira (2015).
A concepção de preparação vocal desenvolvida com cantores no ensaio coral, segundo
Gaborim - Moreira (2015), é bem mais ampla e evidencia muito mais que um simples
aquecimento. Diante do exposto, a preparação vocal no Coral Infantil da UFRN tencionou o
repertório escolhido com ênfase em trechos específicos, controle da respiração, questões de
dinâmica, intervalos ascendentes ou descentes, fraseados, agudos e graves, inflexão vocal e
outras atividades vocais não exclusivamente musicais.
A falta de exercícios e orientação vocal podem causar danos vocais à criança
(CAMPOS, 1997). Neste sentido, depois de terem adquirido conhecimento sobre a extensão
vocal infantil e sobre as características psicológicas das faixas etárias, por meio dos textos, os
licenciandos foram, a cada ensaio, exercitando pequenos repertórios junto com as crianças
sobre preparação vocal, sendo motivados a catalogarem seus materiais.
Os exercícios vocais de preparação do coro bem como todas as atividades previstas
foram planejadas com variações melódicas realizadas nas escalas cromáticas ascendentes e
descendentes, utilizando sílabas, palavras, glissandos, onomatopéias, contos sonoros,
movimentos associados de corpo e voz com deslocamento, buscando atingir os objetivos
traçados para cada aula. Considerando o contexto do Coral Infantil da UFRN, os exercícios
foram realizados observando o curto espaço de tempo, a faixa etária e o repertório escolhido.

 Exercícios de articulação e dicção:

Os exercícios de articulação e dicção foram realizados de forma simplificada. Segundo


Campos (1997), estes exercícios são fundamentais para que seja explorado o ritmo, dando
clareza ao texto cantado e dando naturalidade a voz.
 Estirar a língua o máximo que puder;
 explorar os fonemas: bilabiais, p, b, m; labiodentais: f, v; palatais: j.
 realizar a vibração dos lábios imitando besourinho com brrrrrrrrrrrrrr prolongado;
 mastigação com hummmmmm; e
 fazer uma careta emitindo um som e percebendo a vibração do som tocando a
região do pescoço e garganta.
76

Foto 5 - Crianças do Coral Infantil da


UFRN fazendo o exercício de articulação
(Estiramento da língua)

Fonte: Silva (2016b).

Foto 6 - Crianças do Coral Infantil da


UFRN fazendo o exercício de articulação
(Abertura dos articuladores)

Fonte: Silva (2016c).

Os exercícios de articulação e dicção realizados com crianças na perspectiva de


Gaborim - Moreira (2015) e Behlau; Madazio (2015), preparam a criança para cantar sem
gritar e devem ter características mais lúdicas, apresentando flexibilidade, explorando a
imaginação e realizando associação com fontes de produção sonora que possam emitir
vibrações como carro, motores, elementos da natureza (animais e insetos), dentre outros.
No Canto Coral Infantil, os aspectos como articulação e emissão vocal são deixados,
algumas vezes, à parte. Isso se dá, muitas vezes, em função de um ensaio com tempo curto,
77

talvez os regentes considerem desnecessário trabalhar isso e, em outras situações, haja pouco
conhecimento musical e pedagógico por parte do regente - educador. Andrade (2015) afirma
que o trabalho realizado respeita a extensão vocal da criança, a leveza e a clareza se tornam
perceptíveis, e são as regiões de maior brilho e projeção.
Algumas vezes, as crianças cantavam com os lábios travados, com pouca abertura nos
articuladores, e isso atrapalhava o resultado sonoro, deixando a música pesada e, muitas
vezes, sem cor, sem brilho e sem textura, comprometendo o resultado musical. O desafio do
regente foi conseguir extrair das vozes infantis, o que elas apresentavam de melhor, dando
leveza e suavidade à expressão vocal infantil.
A princípio, quando as crianças ingressaram no Coral, elas consideravam estranhos os
exercícios propostos. Revelaram desconforto, brincaram, acharam engraçado. Entretanto,
quando compreenderam como funciona essa preparação corporal e vocal, foram realizando as
atividades propostas de forma mais espontânea. Por isso, foi importante ilustrar, realizar e
fazê-los experimentar as diferentes atividades de preparação corporal e vocal.

5.2.2 Palavras cantadas

Esta atividade foi desenvolvida para trabalhar a música - As frutas - do compositor


potiguar Diógenes da Cunha Lima (LIMA, [2000a]) com o Grupo de 5 e 6 anos (ANEXO A).
Kashima (2014) defende que as atividades e os jogos associados ao repertório
colaboram para uma aprendizagem mais significativa, não uma atividade lúdica isolada. Desta
forma, cada criança recebeu a ficha com o nome de uma das frutas descritas na música, que
foi impressa em cartolina colorida e improvisou um som associado à palavra. Depois que a
criança ia cantando e improvisando, os colegas repetiam logo em seguida.
 Variação 1: distribuir uma ficha para cada aluno e pedir que reproduza a palavra
emitindo um som vocal e realizando um ritmo com mão ou pé.
 Variação 2: dois coristas, um de frente para o outro, recebem a ficha com o nome
da mesma fruta. O primeiro corista, improvisa uma melodia utilizando o nome da fruta que
recebeu. Já o segundo corista, irá realizar uma improvisação diferente com mesma palavra.
A Figura 1 apresenta o texto da música - As frutas.
78

Figura 1 – Letra da música: As frutas

Oiti, cajá, Caju


Manga espada,
Manga rosa, bacuri
Pitomba, graviola
Limão tem muito aqui.

Nas frondes da carnaúba


O vento é menino mimado
Lãzinha distribui barriguda
Pião-roxo pra curar mau-olhado

Fonte: Lima ([2000b])20.

A Figura 2, a seguir, apresenta os modelos de fichas utilizados com algumas das


palavras descritas na música As frutas, do compositor potiguar Diógenes da Cunha Lima.

Figura 2 - Modelos de fichas para trabalhar inflexão vocal

Fonte: A autora (2016).

20
Documento não paginado.
79

Esta mesma atividade foi realizada com os demais Grupos, porém as palavras foram
substituídas de acordo com o repertório que foi utilizado. Foi interessante verificar a
capacidade de improvisação, entrosamento e afinação das crianças.
Durante a execução das atividades, os licenciandos atuaram na organização das
duplas, na explicação mais detalhadas, realizando pequenas intervenções e observando se os
coristas estavam interagindo uns com os outros.

5.2.3 Conto sonoro

O conto sonoro se constituiu em uma atividade dentro do contexto da preparação vocal


em que as crianças escutaram uma história e à medida que as frases eram lidas pelo locutor,
faziam as pausas no texto com os sons ditados utilizando a voz. Assim, o sinal representado
pelo asterisco (*), no texto lido pelo narrador, indicava o início do som vocal que deveria ser
executado pelas crianças. A Figura 3, a seguir, apresenta o texto criado pela autora desta
Dissertação para o Coral Infantil da UFRN.

Figura 3 – Conto sonoro para explorar os sons vocais


Era um lindo domingo de sol e Maria acordou com o som das galinhas no quintal (*).
Antes de levantar-se, olhou para o relógio e ficou ouvindo o seu tique - taque (*).
De repente, os sinos da igreja começaram a tocar (*).
O cachorro de Maria ficou assustado e começou a latir (*).
Depois de escovar os dentes (*) e se vestir (*), foi para a cozinha tomar café (*).
Logo em seguida, Maria foi lavar a louça do café (*).
Quando terminou de lavar a louça e vinha andando pelo corredor, sem querer Maria
pisou no rabo do gato (*).
O gato deu miado muito alto (*).
A mãe de Maria tomou um susto (*).
Veio correndo de dentro do quarto (*).
Maria pensou que sua mãe ia brigar com ela e começou a chorar (*).
A mãe de Maria disse: - calma filha, não foi nada, só me assustei!
Tenha um lindo domingo, minha filha! UFA!

Fonte: A autora (2016).


80

Esta atividade foi realizada com o Grupo 1 (5 anos), Grupo 2 (6 anos) e o Grupo 3 ( 7
anos). Ao final da atividade - Conto Sonoro - os alunos realizaram uma pequena avaliação
compartilhando suas experiências vocais. A avaliação das crianças foi bastante interessante.
Elas realizaram destaques sobre trechos da história em que ficaram imaginando o som que
deveria ser realizado, riram dos colegas que executaram sons estranhos e manifestaram,
verbalmente, em suas opiniões, que acharam bastante interessante a atividade.

5.2.4 Exercícios melódicos - Vocalizes

Foram utilizados vários exercícios com textos curtos, canções folclóricas, explorando
o fraseado nas escalas cromáticas ascendentes e descentes. A Figura 4, a seguir, apresenta o
que foi cantado durante alguns ensaios com variação de andamentos e tonalidades. As
crianças cantaram andando na sala, gesticulando, olhando para o colega, com os olhos
fechados, andando como se o som estivesse pesando nos ombros, dançando como bailarinos e
voltando ao lugar bem lentamente.

Figura 4 – Vocalizes – Explorar sons destacados e ligados

Fonte: Goulart; Cooper (c2002, p. 20).

Figura 5 – Vocalizes - Explorar abertura e fechamento labial

Fonte: VOCALISES... ([201-])21.

21
Documento online não paginado.
81

5.2.5 Sentindo a voz e aprendendo a perceber a voz do outro para cantar

Todo trabalho realizado com criança requer muito cuidado. Gaborim – Moreira (2015)
enfatiza que independente da metodologia, a preparação vocal, elaborada pelo regente, irá
colaborar para que a criança desenvolva uma memória musical e, desta forma, aprenda a usar
corretamente a sua voz, ao tempo em que desenvolverá uma escuta sensível em relação a si
mesma e aos colegas do grupo.
Um outro ponto, que se considera importante destacar, é que antes de levar a
experiência para qualquer grupo, o professor deve experimentá-la. Durante o processo de
formação dos licenciandos da UFRN, procurou-se evidenciar como os processos aconteciam
na prática antes de levá-las ao Coral Infantil.
Ao considerar essa perspectiva, desenvolveu-se, junto aos licenciandos no Coral
Infantil da UFRN, uma atividade utilizando canos de Policloreto de Vinila (PVC) com dois
joelhos móveis nas extremidades, também em PVC, imitando um telefone para que as
crianças percebessem alguns fatores relacionados à sua própria voz e à do colega. Inserido
dentro deste contexto, foram trabalhados os conteúdos: grave - agudo e timbres vocais. Um
joelho ficou direcionado para o ouvido de um aluno que falou e o outro joelho ficou
direcionado para o ouvido do outro aluno que apenas escutou. Neste momento, eles emitiram
sons falados: - O meu nome é... (informação verbal)22 utilizando o registro grave ou agudo.
Fizeram perguntas: - O que você irá fazer hoje? (informação verbal)23, - Como é nome da
sua mãe? (informação verbal)24. Em seguida, a outra criança virava o cano de PVC que
estava no ouvido, direcionava os lábios e buscava responder às perguntas feitas pelo colega.

22
Palavras proferidas pelos alunos participantes do Coral Infantil da UFRN, na EMUFRN, em Natal – RN, em
abril de 2016.
23
Palavras proferidas pelos alunos participantes do Coral Infantil da UFRN, na EMUFRN, em Natal – RN, em
abril de 2016.
24
Palavras proferidas pelos alunos participantes do Coral Infantil da UFRN, na EMUFRN, em Natal – RN, em
abril de 2016.
82

Foto 7 - Crianças do Coral Infantil da UFRN - Experiências


com sons vocais

Fonte: Freitas (2016b).

Foto 8 - Crianças do Coral Infantil da UFRN – O som da


minha voz! (com a orientação das licenciandas)

Fonte: A autora (2016).


83

Foto 9 - Crianças do Coral Infantil da UFRN – Experiências


vocais com graves e agudos

Fonte: A autora (2016).

Foto 10 – Crianças do Coral Infantil da UFRN experimentando


os sons vocais

Fonte: A autora (2016).

Ao concluir esta atividade, as crianças tiveram a oportunidade de expressar o que


acharam e foi interessante verificar a participação dinâmica de todos. Os licenciandos
estiveram envolvidos na realização da atividade, explicando a cada criança para que todos
participassem, cumprindo o objetivo proposto. As observações realizadas sobre esta atividade
foram positivas.
84

5.2.6 Adivinhe que som é esse?

Esta atividade teve como objetivo desenvolver a memória sonora, estimular a


percepção, a importância do ouvir e a diferenciação de timbres. Alguns instrumentos foram
colocados em cima da mesa e, em seguida, um licenciando foi mostrando, percutindo, tocando
e ensinando os nomes. No segundo momento, as crianças experimentaram tocar os
instrumentos e explorar os sons. Na última etapa, as crianças ficaram sentadas e de costas para
o condutor da atividade. Enquanto ele ia tocando, as crianças tinham que identificar o
instrumento que estava sendo tocado.

Foto 11 – Licenciando apresentando ao Coral Infantil da


UFRN os timbres sonoros - Grupo1

Fonte: A autora (2016).

Foto 12 – Percepção de timbres sonoros

Fonte: A autora (2016).


85

5.2.7 Atividades com copos plásticos – O parâmetro do som intensidade

A atividade com copos plásticos tem sido desenvolvida por alguns educadores
musicais, tais como: Marcos Vieira, Viviane Beineke e o Grupo Palavra Cantada. A inserção
desta atividade no Canto Coral reúne ludicidade e musicalização. A seguir, apresenta-se uma
atividade realizada a partir da canção folclórica Peixe Vivo.

 Peixe Vivo

Sequência da atividade: inicialmente, todos ficaram sentados em círculo. Depois,


cantamos a canção pela primeira vez. Em seguida, batemos palmas marcando a pulsação. À
medida que cantávamos, o copo foi sendo passado para o colega do lado direito, no tempo
forte. Esta atividade foi explorada por meio de outras variações.
Variação1: 2 Grupos: 1 de frente para o outro, sentados, cantando a canção, passam o
copo para o colega da frente, no tempo forte.
Variação 2: todos cantando juntos a Canção, um Grupo marca o pulso e outro repete
um ostinato – PEIXE VIVO - PEIXE VIVO - PEIXE VIVO, batendo o copo suavemente no
chão.

Figura 6 – Marcação rítmica, tempo Forte e Fraco

Fonte: A autora (2016).

Nesta atividade, foi trabalhada a intensidade, o ritmo e a atenção. Também promoveu-


se a cooperação quando os Grupos estiveram interagindo no momento de passar o copo,
estando em frente ao outro colega. Não houve qualquer dificuldade na execução desta
atividade. A participação dos alunos da Licenciatura, na execução das tarefas, foi sempre
dinâmica.
86

5.2.8 Abra a roda: brinquedo cantado tradicional

A atividade Abra a roda consistiu na interpretação de uma melodia que foi


desenvolvida com os Grupos 3 (7 anos) e 4 (8 a 11 anos). Parte dos objetivos do Coral eram a
improvisação, a expressividade e relacionava com a exploração dos parâmetros do som. Desta
forma, os coristas foram organizados em círculo e um dos licenciandos sugeria ações, por
meio de frases e exemplos cantados. Nesse sentido, uma mesma melodia era cantada pelo
licenciando utilizando diferentes textos e gestos a cada repetição. Essa frase melódica,
contendo diferentes textos e gestos, era repetida pelas crianças.
Beineke e Freitas (2006), no livro Lenga la lenga: jogos de mãos e copos, sugerem
várias atividades, brincadeiras e canções tradicionais de regiões do Brasil, com arranjos para
flauta e acompanhamento percussivo de mãos ou copos. Esta atividade foi adaptada pela
autora desta Dissertação para o Coral Infantil da UFRN. De acordo com o planejamento
realizado junto aos licenciandos, no momento da execução, os licenciandos estavam na roda
junto com os coristas, interagindo e dando as coordenadas pedagógicas e musicais.

Figura 7 – Música: Abra a roda

Fonte: Beineke (2006, p. 24)25.

25
Canção procedente da Bahia, registrada por Lydya Hortélio no CD Abra a Roda Tin do lê Le.
87

Figura 8 – Letra da música: Abra a roda Frases Sugeridas

Abra a Roda  Cantando baixo... Tin do le lê


Tin do le lê  Batendo palmas...
Abra a roda.  Cantando forte...
Tin do la, lá  Com as mãos pra cima
Abra a roda  Faça careta...
Tindo le lê
 Devagarzinho...
Tin do le lê, oi
 Mexendo os braços...
Tin do lá lá
 Dando saltos...

Fonte: Beineke (2006, p. 25).

Foto 13 – Licencianda trabalhando a canção: Abra a roda (Grupo 3) com o Coral


Infantil da UFRN

Fonte: A autora (2016).

Considera-se importante destacar que o jogo e a brincadeira são tratados similarmente,


pois há regras para ambos. Neste sentido, no âmbito do Canto Coral Infantil, definir regras é
muito importante, pois, em geral, o ensaio do coro reflete nos resultados de sua apresentação.
Embora tenhamos o momento da brincadeira, ela necessita de um objetivo definido e claro.
Muitos regentes de coros infantis consideram que a ludicidade é importante para se vivenciar
a infância, podendo se constituir num processo de aprendizagem e não apenas uma estratégia
(GABORIM - MOREIRA, 2015). Para Gois (2015), a ludicidade simboliza um modo
construtivo ou relacional por meio do brincar, jogar e receber desafios. Desta forma, as
atividades realizadas no Coral Infantil da UFRN buscaram acrescentar conhecimentos
88

musicais considerando o seu público infantil, desenvolvendo atividades lúdicas.

5.2.9 Adoletá onde é que eu vou sentar?

Este jogo buscou trabalhar a atenção utilizando o ritmo. As crianças ficam em círculo
e cantam a música com o auxílio de um instrumento de percussão (pandeiro). A bola passa de
uma criança a outra, no andamento da música e em sentido horário. Quando a música pára, ao
final da frase - ONDE A BOLA PAROU -, a criança coloca a bola no chão, próximo às costas
da criança situada mais próxima de onde tenha parado no momento em que se pausou a
música. A criança que estava sentada e que recebeu a bola deve levantar-se e continuar a
brincadeira, dando lugar para o seu colega sentar-se.

Figura 9 - Representação das crianças em círculo sentadas na roda

Fonte: A autora (2016).

5.2.10 Som e silêncio

O objetivo desta atividade é desenvolver a compreensão que o silencio é tão


importante quanto o som e que, em alguns momentos na música, é que as pausas surgem. O
papel do regente é indicar com seus gestos que momento devemos fazer este silêncio.
Portanto, todos deveriam estar atentos ao regente e compreender o gesto que determinaria o
momento certo das pausas, que é o silêncio, na execução musical. As crianças foram
organizadas em círculo. Passamos uma folha de papel em branco e pedimos que não fizessem
nenhum tipo de barulho. A folha deveria ser passada em silêncio total. Ao final, todos
89

descreveram a sensação além de termos promovido uma pequena discussão sobre a


importância do som e do silêncio.

5.2.11 "Que é isso, Chiquinha?” - Atividade para explorar o ritmo

Os alunos foram distribuídos em 2 grupos. Os alunos do primeiro Grupo falam o texto


e, os do segundo Grupo, repetem. Em seguida, um Grupo fala e o outro responde.

Figura 10 – Parlenda: A Chiquinha foi à cozinha

Fonte: Nogueira (1992)26.

 Formas de executar a parlenda:

1. Só com palmas ouvindo o texto;


2. Falando e batendo os pés no ritmo;
3. Falando o texto e caminhando; e
4. Falando o texto e estalando os dedos.

Cada frase foi executada com batimentos alternados em parte do corpo.

♪ A Chiquinha (palmas);
♪ Foi a cozinha (pés);
♪ Fazer bolo (estalos);
♪ Para Aninha (joelhos).
Todos Juntos: "QUE É ISSO CHIQUINHA?"

5.2.12 Inflexão vocal: voz cantada e voz falada - Jogos teatrais

O objetivo das atividades de inflexão é desenvolver uma consciência de que a voz é


capaz de transmitir emoções. Depois de refletir sobre alguns personagens dos filmes e das
novelas, as crianças realizaram alguns destaques. Diante disso, foi mostrada algumas cartelas

26
Documento não paginado.
90

com figuras ampliadas, em cartolina tamanho A4, representando algumas emoções e lhes
perguntamos: - O que acham que estão sentindo?. E à medida que foram identificando as
cartelas foram interagindo. Esta atividade foi elaborada pela autora desta Dissertação e
executada pelos licenciandos de acordo com os Grupos.

Figura 11 - Representação das emoções - Expressões Fisionômicas

Fonte: COMPETÊNCIAS... (2016).


Nota: Figura 11 adaptada pela autora (2016).

Kashima (2014) considera que o desenvolvimento destas atividades podem ser


realizadas ainda dentro do aquecimento corporal, quando ganham maior significado, e estão
associadas ao repertório. Estas atividades contribuem também para o desenvolvimento de
coreografias ou gestos corporais mais conscientes.
Considera-se importante destacar que, quando a autora desta Dissertação idealizou
esta atividade, buscou refletir quanto a sua prática enquanto regente e, muitas vezes, deparou-
se com situações em que o texto da música pedia alegria e as crianças não conseguiam
incorporar aquela mensagem ou colocar na voz aquela emoção. Isso a incomodava bastante!
Assim, quando teve a oportunidade de trabalhar no Coral Infantil da UFRN, trouxe não só
esta reflexão, mas também experimentos para que os licenciandos, em sua formação,
compreendessem no contexto do trabalho vocal infantil, a importância de explorar as
possibilidades vocais e reduzir a reprodução das vozes robotizadas tão comuns em coros
infantis. Desta forma, buscou-se desenvolver algumas alternativas lúdicas que foram
compartilhadas e, juntamente com os licenciandos, foram realizadas as experiências.
91

Foto 14 - Crianças do Coral Infantil da UFRN (Grupo 4) expressando emoções e


improvisando situações cotidianas com fantoches

Fonte: Freitas (2016c).

Com a utilização de fantoches, as crianças foram desafiadas a criar personagens.


Tinham que apresentar o nome e criar uma pequena história utilizando a voz de forma
diferente, dando uma vida nova ao seu personagem. O detalhe é que, antes de iniciar a
história, cada um havia recebido uma orientação sobre a emoção ou sentimento que deveria
passar utilizando-se da voz: tristeza, alegria, medo, aborrecido, calma, feliz e com preguiça.
Alguns alunos conseguiram executar a tarefa com simplicidade, outros, se mostraram tímidos
e acabaram desistindo, o que é natural nesta faixa etária.
Quando um aluno desistia de participar, um licenciando procurava saber o porquê, de
forma discreta, em uma conversa de pé - de - ouvido para que o aluno não fosse exposto.
Algumas vezes, depois de escutar a razão da desistência, sendo motivados pelo regente ou
monitor, o aluno sentia-se em condição de participar novamente.

5.2.13 Brincadeira em duplas

Os alunos foram organizados em duplas, uma pessoa da dupla recebeu uma ficha com
o nome de uma emoção: assustado, aborrecido, triste, chorando, medroso, espantado, com
fome, com dor, preocupado, feliz, pensativo, chateado, com calor, com frio. Quando a emoção
era lida para o colega, o outro da dupla criava uma frase interpretando aquele sentimento
como se fosse um personagem, aplicando assim a inflexão vocal correspondente ao
sentimento, explorando corpo e voz.
92

5.2.14 Outras atividades de inflexão

♪ Trava línguas (fichas diferentes para cada dupla);


♪ Exercícios vocais de inflexão com frases repetidas; e
♪ Papéis recortados, em forma de fichas, com frases contendo trava línguas.
O aluno lê e passa para a sua dupla, depois, os dois leem juntos.

5.3 Escolha do repertório

Definir um repertório será sempre desafiador e exigirá do regente muita pesquisa e


considerações acerca dos propósitos do trabalho que será realizado. Oliveira (2012) concorda
que, não é uma tarefa fácil para os regentes. Por meio dele, a criança pode ser estimulada ou
não a aprender música. Para a escolha do repertório do Coral Infantil da UFRN, considerou-se
2 aspectos importantes: a formação dos licenciandos para Regência Coral Infantil e as faixas
etárias dos alunos do Coral. Para facilitar a execução vocal das crianças, algumas músicas
foram adaptadas pela professora Keila Digigow que atuou no Coral Infantil da UFRN como
regente substituta e pianista. Os critérios estabelecidos para escolha das músicas foram:
 músicas com textos curtos e simples, interessantes para ambas as partes
(licenciandos e crianças);
 facilidade para desenvolver as atividades associadas de musicalização; e
 linguagem gestual da Regência desenvolvida de forma clara e precisa tanto para os
licenciandos quanto as crianças.
O repertório do Coral Infantil da UFRN, em 2016.1, foi composto por 23 músicas
sendo subdivididas por Grupos. Sendo assim, 5 músicas para o Grupo 1 (5 anos); 5 músicas
para o Grupo 2 (6 anos); 6 músicas para o Grupo 3 (7 anos); 6 músicas para Grupo 4 (8 a 11
anos) e uma música para o encerramento com todos os alunos. Desta forma, selecionou-se
apenas algumas que foram desenvolvidas pelos licenciandos até o momento da apresentação
no recital. A lista contendo o repertório trabalhado, neste período, está apresentada no Quadro
6 a seguir:
93

Quadro 6 - Repertório trabalhado no Coral Infantil da UFRN - 2016.1


GRUPO 1 (5 anos)
REPERTÓRIO COMPOSITOR
Espantalho Thelma Chan
Bolinhas de Sabão Lourdinha Lima Medeiros
Gran Viaggio Melodia Italiana - 1969
Adivinhe Lourdinha Lima
Camaleão Folclore Brasileiro
GRUPO 2 (6 anos)
REPERTÓRIO COMPOSITOR
Oh, How Lovely Cânone Inglês
Hoy trago una Cáncion Folclore Espanhol
Os Velhinhos Bia Bedran
Faça uma careta Ana Yara Campos
As Frutas (ANEXO A) Diógenes da Cunha Lima
GRUPO 3 (7 anos)
Frère Jacques Cânone do Folclore Francês
Ai, ai, ai doutor Thelma Chan
Ora bolas Paulo Tatit / Edith Derdik
Sakamotosan Thelma Chan
Ai, que saudade doce Vital Farias
Coro cobra Thelma Chan
GRUPO 4 (8 a 11 anos)
Felicidade Lupicínio Rodrigues
Sementes do Amanhã Gonzaguinha / Arranjo de: Patrícia
Costa
Chorinho miudinho Maria Meron
De repente Califórnia Lulu Santos / Nelson Mota
Zum, Gali, Gali Folclore Israelita
Duas cirandas Folclore do Recife
Anel mágico Marcus Viana
Fonte: A autora (2016).
94

5.3.1 Brincando com bolinha de sabão

É uma composição de Lourdinha Lima Medeiros e apresentou-se com grau de


facilidade tanto para os alunos do Coral Infantil, na execução cantada, quanto para os
licenciandos na execução da Regência, compasso binário simples e andamento confortável
para articular as palavras. No compasso 10, no intervalo 5ª descendente com a vogal a com a
ligadura, foi preciso realizar um trabalho de respiração e articulação para que o a não ficasse
tão aberto. A única dificuldade surgida no conjunto foi em relação ao final, entre a fermata e
os sons onomatopaicos. As crianças, às vezes, ficavam inseguras e foi difícil sincronizar a
parte que menciona: Estourou! com o piano e a Regência.

Figura 12 – Música: Brincando com bolinha de sabão

Fonte: Medeiros (2014a, p. 33-34).

5.3.2 Camaleão

É uma música pertencente ao Folclore Brasileiro, de compasso binário simples. Um


dos licenciandos sugeriu uma coreografia e ensaiou com as crianças, que logo interagiram.
Desta forma, enquanto um regia, o outro auxiliava realizando a coreografia. Uma
característica desta idade é as crianças que necessitam de modelos. Muitas vezes, se distraem
95

e se perdem nas músicas, se não estiverem sendo guiados. Quando fazem os movimentos, não
olham para o regente, se olham para o regente, não fazem os movimentos. Em relação à
Regência, como iniciantes, o desafio foi a anacruse e o movimento do braço em relação ao
ritmo, que foi vencido com o treino durante os ensaios.

Figura 13 – Música: Camaleão

Fonte: CAMALEÃO (2000, p. 115-116).

5.3.3 Terra

Uma das propostas do Coral Infantil foi cantar músicas em outros idiomas. Desta
forma, realizamos a tentativa de ensaiar uma pequena canção italiana. Uma particularidade do
Coral Infantil da UFRN é que alguns pais que matricularam seus filhos são de outros países.
Desta forma, as crianças não apresentaram muita dificuldade em aprender músicas em outros
idiomas.
96

Para que as crianças compreendessem melhor a letra foi trabalhada, de forma lúdica,
por uma licencianda, que trouxe um chapéu de pirata e uma luneta de telescópio, tentando
uma aproximação da ilustração com a imagem de uma viagem marítima. Antes de cantar, foi
realizada a tradução para que as crianças compreendessem o significado do que iriam cantar.
A melodia e o compasso da música não apresentaram grandes desafios.

Figura 14 – Música: Terra

Fonte: Lovatto (2006, p. 40).

Foto 15 - Licencianda ensinando ao Coral Infantil da UFRN (Grupo 1) a música:


Terra

Fonte: A autora (2016).


97

5.3.4 Adivinhe

Outra composição de Lourdinha Lima, considerada a música mais desafiadora deste


repertório, para ambas as partes: alunos do Coral e licenciandos. A mudança de compasso
simples para o composto começando com pausas apresentou um grau de dificuldade no início.
Foram necessários vários exercícios para que os alunos entrassem corretamente no compasso
12, na nota Dó3. Em relação ao compasso 29, a frase – TUBARÃO – que é falada, causou, às
vezes, certo atrapalho as crianças que emitiam sons cantados e, no momento de voltar para
nota Dó 4 do compasso 30, havia uma queda na afinação. Neste sentido, foi preciso realizar
alguns exercícios específicos de memorização para não prejudicar este trecho da música. A
Regência precisou de um bom treinamento para iniciar na anacruse e terminar com 3 pausas.
Há uma forte tendência das crianças quererem sustentar o som. Em razão dessa realidade, o
regente de Coral Infantil, muitas vezes, se apropria de gestos não convencionais para indicar
que os lábios devem estar fechados.

Figura 15 – Música: Adivinhe - Lourdinha Lima Medeiros

Fonte: Medeiros (2014b, p. 23-25).


98

5.3.5 Espantalho

Composição de Thelma Chan (ANEXO B). Antes de cantar a música com as crianças,
a preparadora vocal apresentou a letra por meio de slides com detalhamento de figuras. As
crianças, em geral, têm uma concentração curta e necessitam de estímulo visual para
memorizar os textos, realizarem associações e, só depois, se apropriarem das informações e
realizarem a interpretação.

Foto 16 - Preparadora vocal do Coral Infantil da UFRN


apresentando a letra da música: Espantalho

Fonte: Freitas (2016d).

Figura 16 – Partitura da música: Espantalho

Fonte: Chan (1997, p. 6).


99

O objetivo da inserção desta música foi potencializar tanto o Coro Infantil quanto a
Regência dos licenciandos, considerando que o grau de dificuldade dela em relação às demais
foi maior. Não houve problemas em relação à afinação, embora, na tonalidade apareçam notas
alteradas como Fá bequadro e o Sol bequadro. Outro destaque desta música são as palmas,
interrompendo as frases. As interrupções para as palmas colaboraram na respiração,
entretanto, exigiram mais no momento de retomar ao Canto, pois, as crianças, às vezes, se
distraíam e retomavam o Canto com atraso. Outra dificuldade encontrada foi a pronúncia das
palavras no segundo trecho da música TAGARELAVA COM A PASSARADA. Neste
momento, foi preciso realizar o exercício com trava língua, de forma lenta, para que a
pronúncia ficasse clara entre os compassos 12 e 13 e 16 e 17.

Figura 17 – Letra da música: Espantalho


Da cor do céu (palmas).
Da cor do céu (palmas).
Tomava conta lá da horta da vovó
Mas dava dó,
Mas dava dó,
COITADOOOOOOOO!

Ele tinha tão bom coração


Tagarelava com a passarada.

E queria até aprender cantar.


Enquanto o melro distraia o pobre.
Um bando de andorinhas.
Fazia a festa lá na plantação.

Fonte: Chan (1997, p. 6).


Nota: Figura idealizada pela autora (2016).

Figura 18 – Trava Língua - Exercício

Tagarelarei
Tagarelarás
Tagarelará
Tagarelaremos
Tagarelareis
Tagarelarão

Fonte: Mota (2009, p. 15).


Nota: Figura idealizada pela autora (2016).
100

Foto 17- Licencianda representando o Espantalho para o Coral Infantil da UFRN

Fonte: Freitas (2016e).

5.3.6 As frutas

É uma composição do escritor e poeta Norte Rio-grandense Diógenes da Cunha Lima.


Um destaque que precisa ser realizado sobre esta canção foi a dificuldade com a tonalidade
original que é Dó Maior. Joly (1997) ressalta ser importante que o regente respeite os limites
vocais das crianças analisando as dificuldades de uma música e considerando a voz em
desenvolvimento. Então, foi necessário realizar a mudança de tonalidade para facilitar a
execução para as crianças. Na tonalidade original, a partir do segundo compasso, nas frases -
manga espada, manga rosa bacuri - as notas se apresentaram muito graves para voz infantil.
Em função disso, foi necessário realizar a transposição para a tonalidade Mi Maior onde o
registro vocal ficaria mais confortável para as crianças.
101

Figura 19 – Fragmentos da música: As frutas - Diógenes da Cunha Lima

Fonte: Lima (2002)27.

Realizar transposições e arranjos musicais tornou-se uma prática entre compositores e


regentes de corais infantis, em virtude da escassez de materiais existentes para esta faixa
etária (UTSONOMIYA, 2011). No Coral Infantil da UFRN, algumas vezes, foi necessário
que isso acontecesse. Lakschevitz (2006) afirma que a musculatura da voz infantil ainda está
em formação, portanto, não há justificativa para execução de repertório com predominância
nas regiões agudas.
A execução desta peça foi tranqüila para crianças e regente. Por se tratar de uma
música ritmada, as crianças sentiram-se motivadas a exercitarem a expressão corporal
enquanto cantavam. Neste momento, o controle do regente foi importante para que houvesse
expressão corporal e qualidade vocal.

5.3.7 Duas Cirandas

Música do folclore pernambucano com 2 textos diferentes cantados simultaneamente.


Apresentou um grau de dificuldade maior em relação à Regência e sua execução textual,

27
Documento não paginado.
102

interpretada pelas crianças de 8 a 11 anos. Foram organizados, antes da apresentação, 2


grupos separados e ensaiado o texto com a marcação rítmica. Em seguida, foi acrescida a
melodia para melhor compreensão dos alunos do Coral. O maior desafio da Regência, na
execução desta música, foi a marcação das entradas corretas em tempos diferentes e a
realização dos cortes com o direcionamento do olhar para o coro. Como os licenciandos se
apresentam em processo de formação, olhar para a partitura ainda foi hábito intenso. Com
alguns ensaios, foi possível inserir as duas cirandas, uma dentro da outra e a licencianda, que
atuou como regente, conseguiu demonstrar total domínio sobre os gestos e sobre o coro.

Figura 20 – Música: Duas Cirandas

Ora Bolas
Fonte: Mota; Suzigan (c2008, p. 1-2).

É um Rhythm and Poetry (RAP), composição de Paulo Tatit e Edith Derdik, em


compasso quaternário simples. A mesma foi executada com a batida do estilo hip - hop.
Apresenta em sua estrutura melódica uma seqüência de notas repetidas em alguns trechos
103

levando à queda da afinação. É o caso da frase: ONDE ESTÁ O BRASIL? TÁ NA


AMÉRICA DO SUL, NO CONTINENTE AMERICANO, CERCADO DE OCEANO E DAS
TERRAS MAIS DISTANTES DE TODO O PLANETA que apresenta uma seqüência de 41
notas Si 3, simulando uma recitação. Alguns exercícios foram realizados para que as notas
fossem sustentadas e a música não apresentasse monotonia. Um dos exercícios foi andar pela
sala cantando a música e quando chegava no compasso onde se iniciava a repetição da nota Si
3, a partir do compasso 6 até o 8 na seqüência de semicolcheias, os coristas cantavam parados
para lembrar que, naquele instante, iriam cantar a nota Si. Outra atividade desenvolvida para
que o trecho fosse cantado corretamente foi a utilização de gesto com as mãos. As crianças
posicionavam a mão aberta na altura do tórax e, enquanto realizavam o texto cantando,
marcavam o ritmo enfatizando a altura do som.
Durante os ensaios, a licencianda responsável pela Regência desta música, criou uma
coreografia envolvendo as crianças de forma dinâmica, incentivou os alunos do Coral para
que, no dia da apresentação final, viessem vestidos com calça jeans, camiseta preta além de
acessórios, como boné e um par de óculos escuros. Em relação à Regência, a licencianda
dividiu o coro em 2 Grupos (de pergunta e resposta), exigindo atenção redobrada para as
entradas e os cortes.

Figura 21 – Música: Ora bolas - Paulo Tatit e Edith Derdyk

Fonte: Tatit; Derdyk (2000)28.

28
Documento não paginado.
104

Figura 22 – Letra da música:


Ora bolas

Fonte: Tati; Derdyk (1996)29.

5.3.8 Oh, How Lovely

Originalmente, uma canção alemã que ficou popular sendo cantada em inglês. O
compasso é ternário simples. Encontramos esta canção em várias tonalidades. Optamos por
Dó Maior, considerando ser mais adequada à realidade vocal das crianças do Coral Infantil da
UFRN. Experimentamos também, algumas vezes, outras tonalidades, mas as vozes não
apresentaram o mesmo brilho e dinamicidade. A beleza de sua execução está na forma do
cânone, quando as crianças realizam a divisão e a harmonia se estabelece. A execução exige
muita atenção por parte do regente e dos pequenos coristas que, às vezes, se atrapalham
quando escutam a outra voz cantando outro texto. Como estratégia, a regente desta música

29
Documento não paginado.
105

sugeriu que um Grupo de crianças executasse durante toda música o ding, dong a partir do
compasso 13 com o Dó3.

Figura 23 – Música: Oh, How Lovely

Fonte: LOVELY… (2016)30.

Como dito anteriormente, cantar em outros idiomas não foi problema para o Coral
Infantil da UFRN. As crianças brasileiras sentiram-se desafiadas e responderam bem a
possibilidade de cantar em outra língua. E as que já conviviam com a realidade de falar
inglês, francês e espanhol, aceitaram com bastante naturalidade. Evidenciamos que, conhecer
outras culturas, por meio da música, enriquece a convivência entre as crianças, ampliando
assim o repertório.

5.3.9 De repente Califórnia

Música de autoria de Lulu Santos e Nelson Mota, foi escolhida para compor o
repertório do Grupo 4 (8 a 11 anos), compasso quaternário simples, tonalidade Fá Maior.
Antes de cantar a música, foi estudado um pouco sobre a importância dos compositores,
conversado sobre a Música Popular Brasileira (MPB) e sua diversidade. A letra da música foi
apresentada e cantada. Alguns coristas já conheciam a música e esta identificação trouxe certo
entusiasmo aos outros alunos também. Sobre este aspecto, Lakschevitz (2006, p. 49) afirma

30
Documento online não paginado.
106

que, através do repertório, a criança “entra em contato com uma porção de coisas diferentes,
elementos musicais, questões sociais, educativas, culturais, além do mais tem que ser
prazeroso”. A Regência foi desenvolvida destacando todos os aspectos do conjunto: o olhar
atento, a precisão do padrão, a leveza e suavidade rítmica e, sobretudo, a expressividade.

Figura 24 - Fragmento da música: De repente Califórnia – Lulu Santos e Nelson


Mota

Fonte: Santos; Mota (2016)31.

5.3.10 Sementes do Amanhã

Composição de Gonzaguinha, na tonalidade de Ré Maior considerando a extensão


vocal das crianças e o arranjo simplificado para a formação dos licenciandos na Regência com
compasso binário simples.

31
Documento não paginado.
107

Figura 25 - Fragmento da música: Sementes do Amanhã, adaptada por Patrícia


Costa para Coro Infantil

Fonte: Gonzaguinha (2007, v. 4, p. 1).

A música apresenta algumas especificidades que necessitaram de um olhar mais


detalhado. Em relação à Regência, algumas notas sincopadas regulares e irregulares
dificultaram a execução, confundindo, algumas vezes, até o Canto. Para resolver esta
questão, realizamos exercícios com palmas e pés evitando que a música fosse cantada de
forma errada. Na parte da execução cantada, a dificuldade apresentada foi com as notas Si 2
e Lá 2, graves para a voz infantil, contudo, com um trabalho vocal realizado nos ensaios, foi
possível obter o som com qualidade. Desta forma, a escolha do repertório buscou um
número de canções que apresentassem variações rítmicas, melódicas e de idiomas,
ampliando o gosto musical dos alunos e, ao mesmo tempo, que pudessem oferecer desafios
para a formação dos licenciandos.

5.4 Prática da Regência no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN -


Masterclass

Tendo consciência de que não é objetivo exclusivo da Licenciatura a formação de


regentes, já nos primeiros contatos com os licenciandos, foi previsto, no planejamento, a
realização de algumas aulas de Regência para que todos da equipe do Coral Infantil da UFRN
pudessem ampliar os conhecimentos e que, em algum momento, exercitassem, de forma
108

prática, as músicas do repertório escolhido ainda enquanto aprendizes. Sobre este aspecto, no
contexto da formação do regente, Kerr (2006, p. 119) enfatiza "[...] que estudar música
significa estudá-la por toda a vida”. Também Ramos (2003) corrobora com este pensamento
quando afirma que o regente está em constante processo de formação. A graduação é apenas o
processo inicial, a continuação do processo se dá pela busca incessante da qualidade sonora,
do repertório e demais habilidades.
Desta forma, convidou-se o Maestro Emanuel Martinez32 para que trouxesse alguns
conteúdos básicos da Regência Coral aos licenciandos, que foram sistematizados de 2
encontros com 3 horas, nos dias 20 e 27 de maio de 2016, na sala 25 da EMUFRN. O
encontro foi aberto ao público, com inscrição gratuita e divulgado por meio do site da
EMUFRN com apoio da então coordenadora da Licenciatura - Professora Valéria Lázaro de
Carvalho.

Figura 26 - Cartaz de divulgação da Masterclass

Fonte: EMUFRN... (2016)33.

32
Maestro Emanuel Martinez atuou como Regente do Madrigal da UFRN e têm uma vasta experiência em
Regência Coral a nível nacional e internacional. Compositor, escritor e articulista com diversos trabalhos
publicados em revistas e periódicos especializados na área de Regência Coral.
33
Documento online não paginado.
109

É importante destacar que, uma semana antes da realização da Masterclass, o Maestro


Emanuel Martinez presenteou todos os envolvidos no Projeto do Coral Infantil com o livro de
sua autoria – Regência Coral: princípios básicos (MARTINEZ, 2000), considerando a
relevância do Projeto e investindo para que os alunos ampliassem seus conhecimentos acerca
da Regência Coral, uma vez que ainda não haviam cumprido a carga horária das disciplinas
de Regência oferecida na Graduação pela EMUFRN.
O Maestro, de forma clara e didática, ofereceu aos alunos um rico conteúdo,
abordando exatamente o que os licenciandos necessitavam para desenvolver, com mais
propriedade, a Regência Coral Infantil: postura corporal, padrões básicos de Regência,
entradas, tempo antecipatório, cortes, compassos simples e compostos assim como conteúdos
que foram apresentados, através de slides, os quais serão apresentados resumidamente a
seguir.

Foto 18 - Licenciandos do Projeto Coral Infantil da UFRN


recebendo, de presente, o livro: Regência Coral do Maestro
Emanuel Martinez

Fonte: Digigow (2016).

5.4.1 Aspectos abordados na Masterclass

A forma de abordagem dos conteúdos realizada pelo Maestro Emanuel Martinez se


deu por meio de exposição verbal com apresentação de diversos slides. O Maestro considerou
o fato de que os alunos ainda não haviam cumprido a carga horária dos componentes
curriculares referentes à Regência e selecionou os conteúdos cuidadosamente, refletindo que
os licenciandos ainda estavam em processo de formação. Desta forma, enfatizou apenas o
110

que, de fato, seria importante para que os licenciandos pudessem relacionar à prática do Coral
Infantil na UFRN, já colocando em execução o que pudessem, à partir das explicações e
também das práticas de Regência, realizadas na própria Masterclass. Diante disso,
classificou-se a exposição em 3 categorias: 1) Aspectos técnico - musicais da Regência; 2)
Aspectos administrativos e relacionais do regente; 3) Aspectos práticos.
No que concerne aos aspectos técnico - musicais da Regência, o Maestro enfatizou a
importância de se adotar uma linguagem gestual clara e precisa, desenvolver autoridade
enquanto regente, dominar a partitura e desenvolver os processos iniciais da Regência, tais
como: a preparação e o ataque, postura correta do corpo e a posição dos braços. Enfatizou que
o regente deve antecipar as informações por meio da linguagem não verbal, fazendo o
máximo possível com o mínimo de esforço.
Ainda sobre os aspectos técnico - musicais, destacou que, dentro do processo inicial da
Regência, levantar os braços pedindo atenção é o início do ciclo gestual, que desencadeia o
processo sonoro da obra na memória do Maestro – dois tempos antes do início.
1) Preparação: chamar atenção; estado de prontidão;
2) Levare: é o ato de respirar - tempo que antecede o início; e
3) Ataque: início do processo sonoro.
Quanto ao posicionamento corporal, o regente deve manter-se em uma posição
cômoda, de tal forma que, os gestos sejam, claramente, visualizados por todos e executados
por ele sem dificuldades. A altura dos braços deve ser mantida no campo de visão de cada
músico, isto é, na altura dos seus olhos, conforme a indicação das Figuras 27, 28 e 29.

Figura 27 – O olhar direcionado do regente

Fonte: O OLHAR... (2016a)34.

34
Documento não paginado.
111

Figura 28 – Posição dos braços do regente

Fonte: POSIÇÃO... (2016b)35.

Figura 29 – Postura corporal do regente

Fonte: POSTURA... (2016c)36.

No que se refere aos aspectos administrativos e relacionais, o Maestro Emanuel


Martinez, destacou o papel singular desempenhado pelo regente, transcendendo às questões
meramente musicais. A firmeza na execução do planejamento é fundamental. Deixando claro
o que deseja, os coristas irão sentir-se seguros. Ainda sobre este propósito, destacou que o
relacionamento humano agrega um percentual de 60% para a boa produtividade dentro do
trabalho de um Coro. Foi apresentada por ele, uma pirâmide demonstrativa, transformando em
percentuais as áreas da Regência, conforme a representação da Figura 30 extraída de slide e
usada com a permissão do autor para esta Pesquisa.

35
Documento não paginado.
36
Documento não paginado.
112

Figura 30 - Pirâmide da Regência

Fonte: PIRÂMIDE... (2016d)37.

Fica claro, ao observar a estratificação da Pirâmide, que o relacionamento humano está


na base e tem um percentual elevado em relação aos outros aspectos listados. De acordo com
os textos selecionados, confrontando com a revisão de literatura escolhida para o
desenvolvimento desta Pesquisa, aliada às observações dos licenciandos, foi possível perceber
que há uma concordância sobre este aspecto. Em relação a este contexto, Figueiredo (2003),
faz referência ao coro como uma espécie de tribo. Desta forma, o regente, por meio de sua
sensibilidade, suscita o respeito à diversidade, buscando conviver pacificamente, sem perder
seus objetivos, apresentando credibilidade no desenvolvimento do seu trabalho, valorizando
as individualidades e estimulando o crescimento de todo o grupo.
Sobre o aspecto prático, o Maestro Emanuel Martinez evidenciou, de forma clara e
detalhada, os compassos simples e compostos, alguns compassos irregulares, oportunizando
os alunos a estarem treinando a Regência. À medida que apresentou suas explanações verbais,
solicitou que todos os licenciandos se posicionassem em pé para realização das atividades
práticas relativas à Regência, apresentadas a seguir:

37
Documento não paginado.
113

Quadro 7 - Identificando os compassos


REPRESENTAÇÃO DOS BINÁRIOS TERNÁRIOS QUATERNÁRIOS
COMPASSOS
SIMPLES - Unidades de tempo 2 3 4
de subdivisão binária
COMPOSTOS - Unidades de 6 9 12
tempo com subdivisão ternária
IRREGULARES - Unidades de 5 7-8 9 - 10 - 11
tempo de subdivisões binárias e
ternárias no mesmo compasso
Fonte: IDENTIFICANDO... (2016e)38.

Figura 31 - Indicação gestual dos compassos

Fonte: INDICAÇÃO... (2016f)39.

Foto 19 - Maestro Emanuel Martinez


apresentando o padrão gestual dos compassos

Fonte: A autora (2016).

38
Documento não paginado.
39
Documento não paginado.
114

Figura 32 - Treinando o gestual do compasso binário

Fonte: TREINANDO... (2016g)40.

Figura 33 – Ampliando as possibilidades para a Regência do Compasso Binário

Fonte: AMPLIANDO... (2016h)41.

40
Documento não paginado.
41
Documento não paginado.
115

 Entrada e corte;
 Independência das mãos;
 Mudança de compasso; e
 Treinando a Regência.

Figura 34 - Treinar anacruse com tempo preparatório e cortes

Fonte: TREINAR... (2016i)42.

No segundo encontro, o Maestro Emanuel Martinez dedicou-se a parte prática,


motivando os licenciandos a desenvolverem o gestual, corrigindo a postura do corpo, dos
braços e das mãos.

42
Documento não paginado.
116

Foto 20 - Alunos da Licenciatura em Música na Masterclass


de Regência

Fonte: A autora (2016).

Maestro Emanuel Martinez ensinando os limites da zona de Regência43 e a postura


correta dos braços e das mãos, conforme Figura 21 a seguir:

Foto 21 - Aluna da Licenciatura em


Música na Masterclass de Regência

Fonte: A autora (2016).

43
A zona de Regência é caracterizada pelo espaço que o regente utilizará para a movimentação dos braços. Pode
ser definida entre os olhos do regente e a altura da cintura, delimitando a expressão do gesto para facilitar a
visualização do corista. Esta é a região mais comum e apropriada para a Regência Coral, não sendo um padrão
universal. Poderá variar de acordo com o tamanho do Coro.
117

Foto 22 - Aluno da Licenciatura em Música


na Masterclass de Regência

Fonte: A autora (2016).

À medida que os ensaios foram acontecendo, delegou-se a cada aluno, a Regência de


uma música do repertório do Coral Infantil da UFRN. Desta forma, pôde-se acompanhar mais
sistematicamente e realizar algumas correções relacionadas à postura corporal, padrão, zona
de Regência, ataque, entrada e corte. Foi uma experiência enriquecedora para os licenciandos
uma vez que alguns ainda não haviam cumprido a carga horária prevista das disciplinas de
Regência oferecidas pela Graduação.
Após a Masterclass, solicitou-se aos alunos envolvidos na Pesquisa que realizassem
um relatório escrito em que pudessem avaliar os conteúdos ministrados pelo Maestro,
destacando, sobretudo, alguns pontos relacionados ao conteúdo ministrado confrontando com
a prática dos ensaios no Coral Infantil da UFRN. Destes relatos, apresenta-se o depoimento de
uma aluna sob o pseudônimo de Isabel, enfatizando a importância da Masterclass como parte
de sua experiência acadêmica.

Devo relatar aqui a grande importância que esta Masterclass de Regência foi
para mim, pois durante meu curso de Bacharelado não tive a oportunidade de
pagar esta disciplina, porque esta disciplina não é obrigatória para os
bacharelandos, só para os licenciandos, e segundo, por causa do tempo que
foi curto e, no decorrer do curso, eu tive que me dedicar ao instrumento e
outras disciplinas essenciais. Eu considero que a Regência é fundamental
118

para qualquer estudante de música, e esta era uma lacuna na minha formação
(informação verbal)44

Nas palavras de Isabel, é possível perceber que o aluno do Bacharelado em


instrumento se ressente por não ter a experiência da Regência em sua prática. Embora a
disciplina não seja obrigatória aos alunos de instrumento, Isabel teve a oportunidade de
experimentar, na prática, a Regência Coral executando uma música do repertório.
Considerando que os licenciandos envolvidos no Projeto do Coral Infantil da UFRN
ainda estão em processo de formação, considera-se significativo trazer a percepção de outra
aluna acerca da Masterclass para sua experiência pessoal. Sob o pseudônimo de Monique, ela
declara que:

Existem disciplinas de Canto Coral na Graduação e Regência, mas elas não


atendem as realidades que enfrentaremos depois que saímos da
Universidade. Ao participar do Coral Infantil da UFRN, comecei a ter
experiências e conhecimentos essenciais para minha formação enquanto
estudante da Licenciatura em Música. A Masterclass foi, sem dúvida, uma
oportunidade maravilhosa capaz de nos preparar melhor para assumir a
Regência de algumas músicas do Coral e passar mais confiança para as
crianças, contribuíram de forma significativa para minha formação,
conhecimento que me acompanharão o resto da vida (informação verbal)45

O depoimento de Monique aponta para a complexidade de uma formação que atenda


as expectativas da prática profissional de um educador musical. Embora a Masterclass tenha
ocorrido em um curto período de tempo, é importante enfatizar que os licenciandos se
apropriaram da prática para ampliar seus conhecimentos e exercitarem o repertório associado
ao Coral Infantil da UFRN.

5.5 O Recital

Os coristas criam expectativas e aguardam ansiosos pela apresentação dos resultados


dos ensaios e esta é uma das finalidades de um Coral (CHAN, 1997). A apresentação do Coral
Infantil da UFRN foi realizada no Auditório Onofre Lopes da EMUFRN, às 9 horas da
manhã, no dia 12 de junho de 2016 apenas para os familiares dos coristas, ou seja, para os 4
Grupos de idades entre 5, 6, 7, 8 a 11 anos. A perfeição, neste momento, foi o que menos

44
Informação proferida por Isabel (pseudônimo) obtida através de relatório avaliativo sobre a Masterclass
ministrada pelo Maestro Emanuel Martinez, na EMUFRN, em Natal - RN, em maio de 2016.
45
Informação proferida por Monique (pseudônimo) obtida através de relatório avaliativo sobre a Masterclass
ministrada pelo Maestro Emanuel Martinez, na EMUFRN, em Natal - RN, em maio de 2016.
119

importou para as crianças. Percebemos que elas se sentiram valorizadas e a autoestima


elevada. Apesar de ansiosas, procuraram os familiares o tempo todo na plateia. Estabelecer o
equilíbrio emocional das crianças em uma apresentação é muito importante e esta é uma das
tarefas do regente - educador de corais infantis. Apesar da pouca idade, as crianças sempre
tem consciência do seu dever e sempre querem dar o seu melhor (LAKSCHEVITZ, 2006).
Para os licenciandos foi também um momento de muita expectativa, afinal, estariam
regendo algumas canções diante uma plateia pela primeira vez. Embora tivessem ensaiado,
treinado, nas palavras de Soares (2006, p. 125): “As apresentações representam momentos de
forte intensidade para nos lançarmos aos novos desafios". Neste sentido, o Grupo estava
debaixo de um grande desafio que foi cumprido com maestria.
O repertório apresentado no Recital foi divulgado por meio de Programa, em formato
de boletim, contendo o detalhamento da organização (APÊNDICE F) além de também ter
sido filmado e fotografado.
Alguns depoimentos dos licenciandos anotados após o Recital, notadamente, na
reunião de avaliação, registraram que os resultados do Recital foram positivos. Eles
destacaram o apoio dos pais, a seriedade com que as crianças estiveram diante da plateia, a
pontualidade e os elogios que receberam dos pais sobre o trabalho realizado como regentes,
durante o processo. Sobre reger diante da plateia, admitiram insegurança, nervosismo, falhas
na Regência, divergência entre o que estudaram antes e o que conseguiram realizar no dia da
apresentação, mas também se sentiram estimulados com o reconhecimento e a gratidão do
público que compreendeu os objetivos do Projeto.

Foto 23 - Apresentação do Coral Infantil da UFRN no


Auditório Onofre Lopes

Fonte: Oliveira (2016).


120

Foto 24 - Licencianda regendo a música: Terra –


Grupo 1 (5 anos) – com o Coral Infantil da UFRN

Fonte: Reis (2016a).

Foto 25 - Licencianda regendo a música: Ora Bolas – Grupo


3 (7 anos) – com o Coral Infantil da UFRN

Fonte: Reis (2016b).

Foto 26 - Licencianda regendo a música: Sementes do Amanhã -


Grupos 3 e 4 (7 a 11 anos) – com o Coral Infantil da UFRN

Fonte: Reis (2016c).


121

Como palavras finais, a Seção 5 apresentou e discutiu algumas atividades


desenvolvidas pela autora desta Dissertação com o Coral Infantil da UFRN e com os
licenciandos da EMUFRN, visando um processo de formação para atuação com Coral
Infantil.
As atividades de ensino aprendizagem desenvolvidas durante o processo com os
licenciandos foram conduzidas por meio de planejamento, estudos de textos, atividades de
musicalização, estudo de repertório, ampliação de habilidades da Regência Coral por meio de
ensaio e da Mastreclass além da apresentação pública. Considerando o depoimento de alguns
alunos, foi possível perceber, durante o processo, que a prática da Regência tornou-se
significativa para os participantes desta Pesquisa.
Para atingir esta prática, foi proposto um planejamento prévio, executado pelos
licenciandos e demais participantes da Pesquisa, conduzidos dentro de um processo de ensino
- aprendizagem, com troca de experiências, algumas vezes, com autonomia e também com
direcionamentos específicos, de forma que as contribuições para a formação e para atuação
como regentes de coros infantis se tornassem significativas.
Em relação aos licenciandos, considerando a literatura e as observações realizadas,
concorda-se com Leal (2005) que reger é um processo que vai sendo construído durante a
caminhada. A experiência do Projeto de Extensão foi apenas o início da caminhada.
122

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desta Pesquisa voltou-se para a sistematização de conteúdos aplicáveis para


a formação docente na área da Regência de Coral Infantil bem como colocar em prática,
através de um Projeto de Extensão Universitária, envolvendo alunos do Curso de Licenciatura
em Música da UFRN. Quanto aos objetivos específicos, destaca-se: 1) identificar as
habilidades e competência necessárias para a atuação do regente de Coral Infantil; 2) planejar
procedimentos pedagógico - musicais para o ensino de Regência Coral Infantil com alunos do
Curso de Licenciatura em Música da UFRN; 3) realizar procedimentos pedagógico - musicais
para o ensino de Regência Coral Infantil com alunos do Curso de Licenciatura em Música da
UFRN; e 4) avaliar as relações entre o processo de ensino e aprendizagem que relacionem
professores e alunos envolvidos no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN.
Considera-se que os objetivos propostos foram alcançados através do relato dos licenciandos
e das observações realizadas durante a Pesquisa.
Nesse panorama, adotou-se como abordagem metodológica uma pesquisa - ação que
foi apresentada nesta Dissertação, fundamentada na proposta de Tripp (2005) que propõe um
ciclo com diferentes ações divididas em 4 etapas: 1) identificar e planejar ; 2) implantar ; 3)
monitorar (descrever) e 4) avaliar. Fizeram parte do processo 11 pessoas, incluindo a autora
desta Dissertação. Considerando que é proposta da Pesquisa a ação de promover mudanças,
interferindo nas realidades e buscando soluções às questões levantadas como problemas,
procurou-se, junto com a equipe, responder a seguinte questão: como é possível sistematizar
conteúdos e práticas aplicáveis para a formação docente na área da Regência Coral Infantil?
Partindo deste questionamento, foi elaborado o plano estratégico para implantação das ações.
Na perspectiva da implementação das ações, foram realizadas atividades de
planejamento com os licenciandos para o desenvolvimento prático no Coral Infantil. Do
envolvimento no campo empírico, foi possível realizar um diálogo constante com os
licenciandos, descrevendo uma realidade na qual todos estiveram envolvidos e dispostos a
modificá-la por meio de suas experiências, de seus estudos realizados, materiais pesquisados
bem como por meio das intervenções da autora desta Pesquisa.
Ao analisar os relatos escritos dos participantes do Projeto do Coral Infantil, no que se
refere às suas expectativas em relação à formação para a Regência Coral Infantil, foi possível
constatar que o Projeto de Extensão pôde contribuir, de forma significativa, para a formação
profissional e individual de cada partícipe, estabelecendo uma formação mais consolidada e
segura, ampliando as possibilidades para atuação em diversos espaços educativos, com um
123

conhecimento amplo sobre os mecanismos da voz infantil, desenvolvimento de atividades


lúdicas no ensaio de um Coral Infantil, escolha de repertório, habilidades e competências do
regente - educador e organização de uma apresentação.
Do trabalho desenvolvido com os licenciandos da UFRN e com base nas pesquisas
realizadas, verificou-se que há uma exigência mais específica em relação às habilidades
requeridas de um regente de Coral Infantil. Entre essas habilidades, podemos destacar
algumas que puderam ser identificadas e foram desenvolvidas no Projeto de Extensão do
Coral Infantil da UFRN, durante 2016.1, tais como: gostar de crianças; conhecer os limites
vocais da criança e explorá-los em suas mais ricas possibilidades; estudar formas criativas de
realizar os ensaios; ter versatilidade para resolver questões disciplinares; envolver todos
indistintamente; não ter medo de se expor ao ridículo muitas vezes – sentar no chão, deitar,
fazer caretas e corrigir sem ser grosseiro. Estas são apenas algumas das habilidades que o
regente de Corais Infantis pode procurar desenvolver em seu trabalho enquanto regente -
educador e poderá descobrir outras durante sua formação e no exercício de seu ofício:
técnicas, musicais, psicopedagógicas, dentre outras.
Considera-se relevante destacar a importância do Projeto de Extensão Coral Infantil da
UFRN por envolver, de forma dinâmica, a comunidade acadêmica, proporcionando a
articulação entre conhecimentos em várias dimensões: na Licenciatura, com o envolvimento
dos alunos enquanto estagiários; o envolvimento com o Curso Técnico de Canto; o
envolvimento com o Curso de Bacharelado em Música com habilitação em Piano; também a
Pós - Graduação, por meio da participação dos alunos como pesquisadores intervindo e
pomovendo a produção, troca de conhecimentos, contribuindo para uma formação mais
consolidada por parte de todos.
Outro aspecto importante a ser ressaltado nesta Pesquisa, em relação a esse Projeto, foi
a oportunidade de os licenciandos exercitarem seus conhecimentos adquiridos na disciplina
AOS II - Metodologia do Canto Coral e Voz, evidenciando a importância da prática da
Regência Coral Infantil, interligando, de forma dialógica, a teoria com a prática, e
estimulando os processos de ensino - aprendizagem. Desse modo, pode-se salientar que o
Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN se constituiu como um ambiente rico em
possibilidades formativas.
Paralelamente a esta questão, o fato de ter sido regente de corais em escolas, igrejas e
projetos sociais, possibilitou que a autora desta Dissertação pudesse compartilhar suas
experiências anteriores com o Grupo de licenciandos e, ao mesmo tempo, avaliando suas
124

práticas e confrontando com a literatura, ampliando seus próprios conhecimentos teóricos,


pedagógicos, musicais com a convicção de um constante aprendizado.
A formação docente para o exercício do Canto Coral Infantil necessita de um olhar
diferenciado, considerando que, é na infância que acontecem as apropriações mais
significativas do contexto musical. Nesse sentido, defende-se que um aluno de Graduação em
Música que obtiver uma boa formação em Canto Coral poderá desenvolver habilidades e
competências para conduzir, mais eficazmente, qualquer projeto com crianças, seja na escola
pública, privada, projetos sociais, igrejas, Organizações Não Governamentais (ONGs), entre
outros espaços. As lacunas que já foram verificadas anteriormente na formação do professor
de Música e postas em estudos por Amato (2008), Fonterrada (2008) e Grings (2011) não
deveriam ser vistas apenas como pontos de crítica, mas como pontos de reflexão e ação.
O Canto Coral Infantil ainda é um campo de estudo em ascensão, entretanto, com
inúmeras possibilidades entre as produções acadêmicas e com preeminências a influenciar
uma visão nova para formação docente na área de Educação Musical. Defende-se o Canto
Coral Infantil e sua existência, nas escolas e espaços, por compreender que, por meio dele,
teremos uma das mais completas formas de práticas musicais coral. A criança é o instrumento
necessitando de alguém capaz de conduzi-la de forma correta, explorando o que há de mais
lindo no ser humano – a sua voz – aplicando todo o processo de Educação Musical por meio
do Canto, esse alguém: O REGENTE!
Quando alguém se sente habilitado para exercer e multiplicar o que aprendeu, ainda
que esteja no processo, vislumbrando suas práticas, seguindo um planejamento, sem estar
engessado em seu pensamento, traduzindo seus gestos em música viva, conduzindo
atividades, de forma lúdica, sem perder sua autoridade, pode-se dizer que está cumprindo sua
missão enquanto regente - educador.
Ainda no que concerne à experiência vivenciada pelos envolvidos nesta Pesquisa, com
base na coleta de dados, todos concordaram que o fato de participarem de um Projeto de
Extensão no Coral Infantil da UFRN agregou valores à formação de cada um, trazendo um
rico conteúdo que poderá ser aproveitado em suas práticas pedagógicas posteriores; deu-lhes
empoderamento e aumentou sua autoestima.
Por fim, apresenta-se um pensamento congolês que faz parte da caminhada da autora
desta Dissertação há anos: "O homem que toca o tambor, não sabe ao certo aonde o som
chegará!" (O HOMEM..., 2007)46. Jamais teremos o controle de tudo, mas ao plantarmos as

46
Documento online não paginado.
125

sementes, em algum momento, as colheremos. Educar exige investimento pessoal, acreditar


que outro o pode, planejamento, criatividade, entrega. Como educadora musical, a autora
desta Dissertação não se identifica com modelos que apenas situam os problemas. Prefere se
posicionar como alguém que pode colaborar, apresentando soluções e caminhos viáveis. É
fato que são muitos os entraves, contudo a autora desta Pesquisa acredita que temos a
oportunidade de envolver os alunos como parte da solução.
Entende-se que, em um futuro breve, teremos educadores mais decididos a
promoverem mudanças e que, desde a academia, sejam capazes de construir seus caminhos
porque compreendem que são partes do processo, e que é possível. Nem todos, em um Curso
de Licenciatura em Música serão regentes de Corais Infantis, e os campos de atuação na área
de Educação Musical são amplos, entretanto, quanto mais oportunidades de serem habilitados
os licenciandos tiverem, melhor será nossa música, menores serão os erros cometidos. Bréscia
(2012) diz que a história do ensino de Música e do Canto Coral com às crianças brasileiras e
aos jovens ainda está para ser feita. Acredita-se que estamos incentivando novos passos nessa
caminhada.
126

REFERÊNCIAS

ADRIAN. Questionário. Natal, RN, 2016. Questionário aplicado pela autora deste Trabalho
aos licenciandos do Curso de Música da EMUFRN. Documento não paginado. Documento
não publicado.

ALBINO, César; LIMA, Sonia Regina Albano de. A aplicabilidade da pesquisa-ação na


educação musical. Música Hodie: Revista do Programa de Pós-Graduação Stricto-Senso da
Escolade Música e Artes Cênicas da Universidade Federal do Goiás, Goiânia, GO, v. 9, n. 2,
p. 91-104, 2009. Disponível em:<https://www.revistas.ufg.br/musica/article/view/
11251/7394>. Acesso em: 20 maio 2015.

AMATO, Rita de Cássia Fucci. Habilidades e competências na prática da regência coral: um


estudo exploratório. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 16, n. 19, p. 15-26, mar. 2008.
Disponível em:<http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/
revistaabem/article/view/255/186>. Acesso em: 8 mar. 2016.

______.; AMATO NETO, João. A motivação no Canto Coral: perspectivas para a gestão de
recursos humanos em Música. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 17, n. 22, p. 87-96, set.
2009. Disponível em: <http://www.abemeducacaomusical.
com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/229/161>. Acesso em: 25
abr. 2015.

[AMPLIANDO as possibilidades para a Regência do Compasso Binário]. Natal, 2016h. 1


figura, p&b. Figura apresentada através de slides durante a Masterclass ministrada pelo
Maestro Emanuel Martinez, na sala 25 da EMUFRN, em maio de 2016.

ANDRADE, Klesia Garcia. Projeto “Um Canto em Cada Canto”: o coro infantil, seus
ensinos e suas aprendizagens. 2015. 255 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Centro de
Comunicação, Turismo e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, 2015.
Disponível em:<http://tede.biblioteca.ufpb.br/handle/tede/8424>. Acesso em: 25 maio 2015.

ANTUNES, Celso. Como desenvolver as competências em sala de aula. Petrópolis, RJ:


Vozes, 2001.

BAPTISTA, Raphael. Tratado de regência: aplicada à orquestra, à banda de música e ao


coro. 4. ed. São Paulo, SP: Irmãos Vitale, 2000.

BARBIER, Renée. A pesquisa - ação. Tradução de Lucie Didio. Brasília: Liber Livro, 2007.
(Série Pesquisa, v. 3).

BASTIAN, Hans Günther. A pesquisa (empírica) na educação musical à luz do pragmatismo.


Em Pauta: Revista do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, v. 11, n.16-17, p.74-106, abr.-nov. 2000. Tradução de
Jusamara Souza. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/EmPauta/article/
view/9379/5551>. Acesso em: 13 ago. 2015.

BEHLAU, Mara; PONTES, Paulo. Higiene vocal: cuidando da voz. 4. ed. Rio de Janeiro:
Revinter, 2009.
127

BEHLAU, Mara; MADAZIO, Glaucya (Org.). Voz: tudo o que você queria saber sobre fala e
canto. Rio de Janeiro, RJ: Revinter, 2015.

BEINEKE, Viviane; FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro de. Lenga la Lenga: jogos de mãos e
copos. São Paulo: Ciranda Cultural, 2006.

BEINEKE, Viviane. Abra a roda. In: BEINEKE, Viviane; FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro
de. Lenga la lenga: jogos de mãos e copos. São Paulo: Ciranda Cultural, 2006. p. 24-25.

BRAGA, Simone Marques. Canto coral na escola: a prática pedagógica como objeto de
pesquisa. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-
GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 20., 2010, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UDESC,
2010. p. 459-464. Disponível em:<http://antigo.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_
anppom_2010/ANAIS_do_CONGRESSO_ANPPON_2010.pdf>. Acesso em: 13 maio 2015.

______. Canto coral no contexto escolar: definindo conteúdos a serem desenvolvidos.


Revista Musifal: Revista Eletrônica de Música da Universidade Federal de Alagoas, Maceió,
AL, ano 2, v. 2, p. 90-101, 2011. Disponível em:<http://www.revista.ufal.br/musifal/
cantocoral.pdf>. Acesso em: 25 out. 2015.

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do


Adolescente e dá outras providencias. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, ano 128, n. 135, 16 jul. 1990. Seção 1, p. 13563. Disponível em: <
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=16/07/1990&jornal=1&pagina
=1&totalArquivos=80>. Acesso em: 17 fev. 2016.

______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 134, n. 248, 23 dez. 1996.
Seção 1, p. 27833. Disponível em: <http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.
jsp?data=23/12/1996&jornal=1&pagina=1&totalArquivos=289>. Acesso em: 17 fev. 2016.

______. Ministério da Educação. Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei nº


9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a
obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Diário Oficial da União, Ato do
Poder Legislativo, Brasília, DF, ano 145, n. 159, 19 ago. 2008. Seção 1, p. 1. Disponível
em:<http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data
=19/08/2008>. Acesso em: 20 fev. 2016.

______. Câmara dos Deputados. Estatuto da criança e do adolescente: Lei nº 8.069, de 13


de julho de 1990, e legislação correlata. 12. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Centro de
Documentação e Informação, 2014. Disponível em:<http://www2.camara.leg.br/a-
camara/programas-institucionais/inclusao-social-e-equidade/acessibilidade/legislacao-
pdf/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente>. Acesso em: 20 abr. 2015.

______. Lei nº 13.278, de 2 de maio de 2016. Altera o § 6o do art. 26 da Lei no 9.394, de 20


de dezembro de 1996, que fixa as diretrizes e bases da educação nacional, referente ao ensino
da arte. Diário Oficial da União, Atos do Poder Legislativo, Brasília, DF, ano 153, n. 83, 3
maio 2016. Seção 1, p. 1. Disponível em:<http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza
/index.jsp?data=03/05/2016&jornal=1&pagina=1&totalArquivos=84>. Acesso em: 20 fev.
2016.
128

BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva.
2. ed. São Paulo: Átomo, 2012.

BRITO, Teca Alencar de. Koellreutter educador: o humano como objetivo da Educação
Musical. 2. ed. São Paulo: Peirópolis, 2011.

CAMALEÃO. In: ZIMMERMANN, Nilza. O mundo encantado da música: Dó, Si, Lá. São
Paulo: Paulinas, 2000. v. 4, p. 115-116.

CAMPOS, Ana Yara. Técnica vocal. In: SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO (São Paulo,
SP). Canto, canção, cantoria: como montar um coral infantil. São Paulo: SESC, 1997. cap.
3, p. 33-51.

CAROLINA. Questionário. Natal, RN, 2016. Questionário aplicado pela autora deste
Trabalho aos licenciandos do Curso de Música da EMUFRN. Documento não paginado.
Documento não publicado.

CELY, Elena Bautista. Brinquedoteca: espaço lúdico de educação e lazer. In: SANTOS, Santa
Marli Pires dos (Org.). Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. Petrópolis: Vozes,
1997. (Brinquedoteca). p. 125-127.

CESETTI, Durval da Nóbrega. Aulas de musicalização e canto aos membros do Coral


Infantil da UFRN. Natal, RN, 2015. Projeto de Extensão da Escola de Música da UFRN
submetido à Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da UFRN. Documento não publicado.

CHAN, Thelma. Espantalho. In: ______. O melhor de um conto que virou canto: canções
para coral infantil. São Paulo: Fermata Brasil, 1997. p. 6.

CHIARELLI, Lígia Karina Meneghetti; FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. Canto coral:
um levantamento sobre os trabalhos apresentados nos Encontros Nacionais e Congressos da
ABEM entre 1992 e 2009. In: CONGRESSO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL, 19., 2010, Goiânia. Anais... Goiânia: UFG,
2010. p. 551-556. Disponível em: <http://abemeducacaomusical.com.br/sistemas/anais/
congressos/Anais_abemcongresso_2010_parte1.pdf> Acesso: 14 set. 2015.

CLEMENTE, Louise; FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. O estado da arte da pesquisa
sobre Canto Coral no Brasil e os principais temas relacionados à Educação Musical Coral. In:
ENCONTRO REGIONAL SUL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO
MUSICAL, 16., 2014, Blumenau, SC. Anais... Blumenau, SC: FURB, 2014. Não paginado.
Disponível em:<http://www.abemeducacaomusical.com.br/conferencias/index.php/
regional_sul/regional_sul/paper/view/466/26>. Acesso em: 10 mar. 2016.

COMPETÊNCIAS comunicativas: Kinesia. 2016. Disponível em:< http://


competenciascomunicativas194.blogspot.com.br/2016/05/>. Acesso em: 16 mar. 2016.

CRIVELINI, Vladimir. Como conquistar e manter um emprego. 2015. Ebook. Disponível


em:<http://www.elivros-gratis.net/livros-gratis-trabalho-profissao.asp>. Acesso em: 3 maio
2015.
129

D’ASSUMPÇÃO JÚNIOR, José Teixeira. O regente de coro: educador e artista. In:


SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA DA UNIRIO, 1., 2010,
Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UNIRIO, 2010. Não paginado. Disponível em:<
http://www.seer.unirio.br/index.php/simpom/article/viewFile/2685/2017>. Acesso em: 25
nov. 2015.

______. A pedagogia crítica de Paulo Freire e as práticas do regente - educador de corais


escolares. 2011. 269 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Centro de Letras e artes,
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. Disponível
em:<http://www.unirio.br/ppgm/arquivos/dissertacoes/jose-dassumpcao-jr>. Acesso em: 5
dez. 2015.

DELORS, Jacques et al (Org.). Educação: um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO


da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. Brasília: UNESCO, 2012.
Disponível em:<http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. Acesso em:
7 abr. 2015.

DENARDI, Christiane. Professores de Música: história e perspectivas. Curitiba: Juruá, 2008.

DIAS, Leila Miralva Martins. Interações nos processos pedagógico - musicais da prática
Coral: dois estudos de caso. 2011. 226 f. Tese (Doutorado em Música) - Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.

______.. Interações pedagógico - musicais da prática coral. Revista da ABEM, Londrina, v.


20, n. 27, p. 131-140, jan-jun, 2012. Disponível em:<http://www.
abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/166/1
01>. Acesso em: 2 set. 2015.

DIGIGOW, Keila Cristiane. [Licenciandos do Projeto Coral Infantil da UFRN recebendo,


de presente, o livro Regência Coral do Maestro Emanuel Martinez]. 2016. 1 fotografia,
color.

EDUCAR. In: DICIONÁRIO Etimológico. [20--]. Disponível em:<https://www.


dicionarioetimologico.com.br/educar/>. Acesso em: 5 abr. 2015.

EMUFRN promove Masterclass gratuito sobre os princípios básicos da Regência Coral. 2016.
Disponível em:<http://musica.ufrn.br:8080/emufrn/noticias/emufrn-promove-masterclass-
gratuito-sobre-os-principios-basicos-da-regencia-coral>. Acesso em: 27 maio 2016.

ESPERIDIÃO, Neide. Educação Musical e formação de professores: suíte e variações


sobre o tema. São Paulo: Globus, 2012. (Cultura e Educação).

FARIA, Marcio Antonio. Canto Coral: um estudo sobre a prática do canto na escola. 2011.
99 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP, 2011.
Disponível em:<http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/1816/1/Marcio%20
Antonio%20Faria.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2015.
130

FERNANDES, José Ângelo; KAYAMA, Adriana Giarola. A sonoridade vocal e a prática


coral na Renascença: subsídios para a performance da música renascentista. Claves, João
Pessoa, PB, n. 5, p. 35-51, maio 2008. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/
index.php/claves/article/view/2874/2464>. Acesso em: 9 jun. 2015.

______. O regente e a construção da sonoridade coral: uma metodologia de preparo vocal


para coros. 2009. 475 f. Tese (Doutorado em Música) – Instituto de Artes, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2009. Disponível em:<
http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/284707>. Acesso em: 16 jul. 2015.

FIGUEIREDO, Sérgio Luís Ferreira de. O ensaio Coral como momento de aprendizagem:
a prática coral numa perspectiva de Educação Musical. 1990. 138 f. Dissertação (Mestrado
em Música) – Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
1990.

______. A prática Coral na formação musical: um estudo em cursos superiores de


Licenciatura e Bacharelado em Música. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL
DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 15., 2005., Rio de Janeiro. Anais...
Rio de Janeiro: UFRJ, 2005. p. 362-369. Disponível em:<http://antigo.anppom.com.br/anais/
anaiscongresso_anppom_2005/sessao8/sergio_ figueiredo.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2016.

FIGUEIREDO, Carlos Alberto. Reflexões sobre aspectos da prática coral. In:


LAKSCHEVITZ, E. (Org.). Ensaios: olhares sobre a música coral brasileira. 2. ed. Rio de
Janeiro: FUNARTE, Oficina Coral, 2003. Disponível em:<http://www.funarte.gov.br/
projetocoral/wp-content/uploads/2011/05/Ensaios_olhares_sobre_-a_-musica_-
coral_brasileira.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2016.

FLEURY, Afonso; FLEURY, Maria Tereza Leme. Estratégias empresariais e formação de


competências: um quebra-cabeça caleidoscópico da indústria brasileira. São Paulo: Atlas,
2000.

FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. A preparação do regente. In: SERVIÇO


SOCIAL DO COMÉRCIO (São Paulo, SP). Canto, canção, cantoria: como montar um coral
infantil. São Paulo: SESC, 1997. cap. 2, p. 17-30.

______. De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. 2. ed. São Paulo: UNESP,
2008. (Arte e Educação).

FRANCHINI, Rogéria Tatiane Soares. O regente como educador musical: saberes para a
prática do Canto Coral com adolescentes. 2014. 142 f. Dissertação (Mestrado em Música) –
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014. Disponível em:<http://acervodigital.ufpr.br/
bitstream/handle/1884/36118/R%20-%20D%20-%20ROGERIA%20TATIANE%20
SOARES%20FRANCHINI.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 13 mar. 2016.

FRANCO, Maria Amélia Santoro. Pedagogia da pesquisa - ação. Educação e Pesquisa, São
Paulo, v. 31, n. 3, p. 483-502, set.-dez. 2005. Disponível em:<http://150.164.100.248/
profs/reinildes/dados/arquivos/pesqacao-franco.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2015.
131

FREITAS, Carlos Fernando do Carmo Silva. [Crianças do Coral Infantil da UFRN


realizando a verificação do movimento do diafragma: inspiração e expiração]. 2016a. 1
fotografia, color.

______. [Crianças do Coral Infantil da UFRN - Experiências com sons vocais]. 2016b. 1
fotografia, color.

______. [Crianças do Coral Infantil da UFRN (Grupo 4) expressando emoções e


improvisando situações cotidianas com fantoches]. 2016c. 1 fotografia, color.

______. [Preparadora vocal do Coral Infantil da UFRN apresentando a letra da música


Espantalho]. 2016d. 1 fotografia, color.

______. [Licencianda representando o Espantalho para o Coral Infantil da UFRN].


2016e. 1 fotografia, color.

FUCCI-AMATO, Rita; GALATI, Martinho Lutero. Do gesto à gestão: um diálogo sobre


maestros e liderança. São Paulo: nVersos, 2012.

GABORIM – MOREIRA, Ana Lúcia Iara. Regência coral infantojuvenil no contexto da


extensão universitária: a experiência do PCIU. 2015. 574 f. Tese (Doutorado em Música) –
Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível
em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-06092016-113253/pt-br.php>.
Acesso em: 5 jan. 2016.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

______. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GOIS, Micheline Prais de Aguiar Marim. A dimensão lúdica na regência de coro infantil.
2015. 194 f. Dissertação (Mestrado em Música) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
2015. Disponível em:<http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/39152/R%20-
%20D%20-%20MICHELINE%20PRAIS%20DE%20AGUIAR%20MARIM%
20GOIS.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 10 fev. 2016.

GOMES, Solange Maranho. A formação de professores de Música da Faculdade de Artes


do Paraná: concepções filosófico - pedagógicas. 2008. 180f. Dissertação (Mestrado em
Música) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2008. Disponível em:<
http://www.repositorio.ufba.br:8080/ri/bitstream/ri/9131/1/Dissertacao%2520Solange%2520
Maranho%2520Gomes%2520seg.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2016.

GONZAGUINHA. Sementes do Amanhã. In: COSTA, Patrícia (Arranj.). Arranjos fáceis


para Corais. 3. ed. Rio de Janeiro: [s.n.], 2007. v. 4. p. 1-2.

GOULART, Diana; COOPER, Malu. Por todo canto: método de técnica: música popular.
São Paulo: G4, c2002. v. 1. Disponível em:<https://pt.slideshare.net/NandoVoz/por-todo-
canto-vol-1>. Acesso em: 3 set. 2015.
132

GRINGS, Bernardo. O ensino de regência na formação do professor de Música: um estudo


com três cursos de Licenciatura em Música na região sul do Brasil. 2011. 149 f. Dissertação
(Mestrado em Música) – Centro de Artes, Universidade do Estado de Santa Catarina,
Florianópolis, 2011. Disponível em:<http://www.tede.udesc.br/bitstream/handle/
1594/1/bernardo.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2015.

HAUCK - SILVA, Caiti. Preparação vocal em coros comunitários: estratégias pedagógicas


para construção vocal no Comunicantus: Laboratório Coral do Departamento de Música da
ECA - USP. 2012. 179 f. Dissertação (Mestrado em Artes) - Escola de Comunicações e Artes,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em:<http://www.teses.
usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-07032013-143458/pt-br.php>. Acesso em: 8 nov. 2015.

HENTSCHKE, Liane. O papel da universidade na formação de professores: algumas


reflexões para o próximo milênio. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL, 9., 2000, Belém. Anais... Porto Alegre: ABEM,
2000. p. 79-89.

______.; AZEVEDO, Maria Cristina de Carvalho C. de; ARAÚJO, Rosane Cardoso de. Os
saberes docentes na formação do professor: perspectivas teóricas para a educação musical.
Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 14, n. 15, p. 49-58, set. 2006. Disponível
em:<http://abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/
revistaabem/article/view/301/231>. Acesso em: 20 nov. 2015.

[O HOMEM que toca o tambor não tem idéia até onde o som chegará]. 2007. Disponível
em:<https://bethnunes.wordpress.com/2007/11/30/o-homem-que-toca-o-tambor-nao-tem-
ideia-ate-onde-o-som-chegara/>. Acesso em: 3 abr. 2015.

[IDENTIFICANDO os compassos]. Natal, 2016e. Quadro apresentado através de slides


durante a Masterclass ministrada pelo Maestro Emanuel Martinez, na sala 25 da EMUFRN,
em maio de 2016.

[INDICAÇÃO gestual dos compassos]. Natal, 2016f. 1 figura, p&b. Figura apresentada
através de slides durante a Masterclass ministrada pelo Maestro Emanuel Martinez, na sala 25
da EMUFRN, em maio de 2016.

JOLY, Ilza Zenker Leme. O coral infantil. In: SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO (São
Paulo, SP). Canto, canção, cantoria: como montar um coral infantil. São Paulo: SESC, 1997.
cap. 1, p. 10-14.

KASHIMA, Rafael Keidi. A função e o desenvolvimento do jogo didático nos ensaios de


coros infantis. 2014. 109 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Instituto de Artes,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2014. Disponível em:<
http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/285265/1/Kashima_RafaelKeidi_M.pdf>.
Acesso em: 3 dez. 2015.

KERR, Samuel. Carta canto coral. In: FIGUEIREDO, C. A. et al. Ensaios: olhares sobre a
música coral brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: FUNARTE, Oficina Coral, 2006. p. 118-143.
Disponível em:<http://www.funarte.gov.br/projetocoral/wp-content/uploads/2011/05/
Ensaios_olhares_sobre_-a_-musica_-coral_brasileira.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2015.
133

KRÜGER, Susana Ester et al. Dos receios à exploração das possibilidades: formas de uso de
software educativo - musical. In: HENTSCHKE, L.; DEL BEN, L. (Org.). Ensino de
Música: propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003. cap. 10, p.
158-175.

LAGO JÚNIOR, Sylvio. A arte da regência: história, técnica e maestros. Rio de Janeiro:
Lacerda, 2002.

LAKSCHEVITZ, Elza. Reflexões sobre a prática de coro infantil: entrevista. In:


FIGUEIREDO, C. A. et al. Ensaios: olhares sobre a música coral brasileira. 2. ed. Rio de
Janeiro: FUNARTE, Oficina Coral, 2006. p. 29-53. Entrevista realizada por Agnes
Schmeling. Disponível em:<http://www.sisbin.ufop.br/novoportal/arquivos/livros/1.pdf>.
Acesso em: 17 ago. 2015.

LAKSCHEVITZ, Eduardo. Um canto comum: percebendo o coro de empresa como um


mundo artístico. 2009. 216 f. Tese (Doutorado) – Centro de Letras e Artes, Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2009. Disponível em:<
http://www.unirio.br/ppgm/arquivos/teses/eduardo-lakschevitz>. Acesso em: 13 jun. 2015.

LEAL, Ester Rodrigues Fernandes. O acompanhamento ao piano para Coro Infantil.


2005. 99 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, SP, 2005. Disponível em:<http://repositorio.unicamp.br/bitstream/
REPOSIP/284734/1/Leal_EsterRodriguesFernandes_M.pdf>. Acesso em: 23 maio 2015.

LIMA, Diógenes da Cunha. As frutas. Intérprete: Lucinha Lira. In: LIRA, Lucinha. O
alfabeto e outras canções infantis. [Fortaleza]: Stúdio Promídia, [2000a]. 1 CD. Faixa 9.

______. As frutas. Intérprete: Lucinha Lira. In: LIRA, Lucinha. O alfabeto e outras canções
infantis. [Fortaleza]: Stúdio Promídia, [2000b]. 1 CD. Faixa 9. Letra da música transcrita a
partir da audição do CD.

______. As frutas. Editada por Eduardo Taufic. [S.l.]: [s.n.], 2002. 1 partitura. Canto.

LIMA, Maria José Chevitarese de Souza. O canto coral como agente de transformação
sociocultural nas Comunidades do Cantagalo e Pavão - Pavãozinho: educação para
liberdade e autonomia. 2007. 270 f. Tese (Doutorado em Psicossociologia de Comunidades e
Ecologia Social) – Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, 2007. Disponível em:<http://pos.eicos.psicologia.ufrj.br/wp-content/uploads/
mjchevitarese.pdf>. Acesso em: 17 out. 2015.

LOUREIRO, Alícia Maria Almeida. O ensino de Música na escola fundamental. 8. ed.


Campinas, SP: Papirus, 2012. (Coleção Papirus Educação).

LOVATTO, Alberto. Terra. Voci e Radici, Torino, IT, v. 1, p. 38-44, abr. 2006.

LOVELY Evening: 3 part round. 2016. Disponível em:<http://www.themusicjungle.co.uk/


live/2016/12/28/98100-lovely-evening-3-part-round/>. Acesso em: 20 maio 2016.

MARTINEZ, Emanuel. Regência coral: princípios básicos. Curitiba: Dom Bosco, 2000.
134

MATEIRO, Teresa. A formação universitária do professor de música e as políticas


educacionais nas reformas curriculares. Revista Educação, Santa Maria, RS, v. 28, n. 2,
2003. Disponível em:<http://coralx.ufsm.br/revce/revce/2003/02/a2.htm>. Acesso em: 20
maio 2015.

______.; VECHI, Hortência; EGG Marisleusa de Souza. A prática do Canto na Escola Básica:
o que revelam as publicações da ABEM (1992 - 2012). Revista da ABEM, Londrina, v. 22,
n. 33, p. 57-76, jul.-dez., 2014. Disponível em:< http://abemeducacaomusical.com.br/
revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/478/432>. Acesso em: 13 mar. 2015.

MEDEIROS, Lourdinha Lima. Brincando com bolinhas de sabão. In: ______. Cantar é tão
bom! Natal: IFRN, 2014a. p. 33-34.

______. Adivinhe. In: ______. Cantar é tão bom! Natal: IFRN, 2014b. p. 23-25.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29.
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

______. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo:
Hucitec, 2014. (Saúde em debate, 46).

MOREIRA, Marco Antonio. Metodologias de pesquisa em ensino. Porto Alegre: Livraria da


Física, 2011.

MOREIRA, Ana Lúcia Iara Gaborim; RAMOS, Marco Antonio da Silva. Preparação vocal no
coro infanto-juvenil: desafios e possibilidades. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 24., 2014, São Paulo.
Anais... São Paulo: UNESP, 2014. Não paginado. Disponível em:<http://www.anppom.com.
br/congressos/index.php/24anppom/SaoPaulo2014/paper/view/3082/620>. Acesso em: 3 ago.
2015.

MOTA, Fernando; SUZIGAN, Ge. (Arranj.). Duas cirandas: folclore do Recife. São Paulo:
G4 edições, c2008. 1 partitura. Disponíbel em:<http://www.tons.com.br/Partitura_
Duas_Cirandas_Imprimir.pdf>. Acesso em: 26 jan. 2016.

MOTA, Antônio. O livro dos trava-línguas 1. São Paulo: Gailivro, 2009.

NEIVA, Ismael Krishna de Andrade. Educação musical escolar: O Canto orfeônico na


escola normal de Belo Horizonte (1934-1971). 2008. 192 f. Dissertação (Mestrado em
Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,
MG, 2008. Disponível em:<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/
1843/FAEC-84YHBV/disserta__o_ismael.pdf?sequence=1>. Acesso em: 5 maio 2015.

NOGUEIRA, Lourdes. Lenga-Lengas: exercícios rítmicos. Recife: [s.n.], 1992. Apostila


disponibilizada na disciplina Coros Graduados durante o Curso de Bacharelado em Música
Sacra realizado na Faculdade Teológica do Seminário Batista do Norte do Brasil.

[O OLHAR direcionado do regente]. Natal, 2016a. 1 figura, p&b. Figura apresentada através
de slides durante a Masterclass ministrada pelo Maestro Emanuel Martinez, na sala 25 da
EMUFRN, em maio de 2016.
135

OLIVEIRA, Cleodiceles Branco Nogueira de. A prática do canto coral infantil como
processo de musicalização. 2012. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Artes,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012. Disponível em:<http://
repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/284386/1/Oliveira_CleodicelesBranco
Nogueirade_M.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2016.

OLIVEIRA, Loren Carneiro de. [Apresentação do Coral Infantil da UFRN no Auditório


Onofre Lopes]. 2016. 1 fotografia, color.

PAZIANI .Juliana Damaris de Santana. Coro infanto-juvenil nos grupos corais do Projeto
Guri Regional Ribeirão Preto: repertório e formação do regente (educador musical). 2015.
229 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho, São Paulo, 2015. Disponível em:<https://repositorio.unesp.br/handle/
11449/132658>. Acesso em: 27 set. 2015.

PENNA, Maura. Não basta tocar?: discutindo a formação do educador musical. Revista da
ABEM, Porto Alegre, RS, v. 15, n. 16, p. 49-56, mar. 2007. Disponível em:<
http://abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/
291/221>. Acesso em: 14 mar. 2015.

______. Música(s) e seu ensino. Porto Alegre, RS: Sulina, 2008.

PEREIRA, Éliton; VASCONCELOS, Miriã. O processo de socialização no Canto Coral: um


estudo sobre as dimensões pessoal, interpessoal e comunitária. Música Hodie, Goiânia, v. 7,
n. 1, p. 99-120, 2007. Disponível em:<http://www.musicaeeducacao.ufc.br/Para%20o%
20site/Revistas%20e%20peri%C3%B3dicos/Artigos/sobre%20pr%C3%A1ticas%20musicais
%20intrumental%20e%20vocal/Musica%20Hodie7-1%20Socializacao%20no%20canto
%20coral.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2016.

PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Tradução de Bruno


Charles Magne. Porto Alegre: Artmed, c1999.

[PIRÂMIDE da Regência]. Natal, 2016d. 1 figura, color. Figura apresentada através de slides
durante a Masterclass ministrada pelo Maestro Emanuel Martinez, na sala 25 da EMUFRN,
em maio de 2016.

[POSIÇÃO dos braços do regente]. Natal, 2016b. 1 figura, p&b. Figura apresentada através
de slides durante a Masterclass ministrada pelo Maestro Emanuel Martinez, na sala 25 da
EMUFRN, em maio de 2016.

[POSTURA corporal do regente]. Natal, 2016c. 1 figura, p&b. Figura apresentada através de
slides durante a Masterclass ministrada pelo Maestro Emanuel Martinez, na sala 25 da
EMUFRN, em maio de 2016.

PRUETER, Priscilla Battini. O ensaio coral sob a perspectiva da performance musical:


abordagens metodológicas, planejamento e aplicação de técnicas e estratégias junto a corais
amadores. 2010. 134 f. Dissertação (Mestrado em Música) - Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 2010. Disponível em:<http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/
29367/R%20-%20D%20-%20PRISCILLA%20BATTINI%20PRUETER.pdf?sequence=1
&isAllowed=y>. Acesso em: 7 out. 2015.
136

RAMOS, Marco Antonio da Silva. O ensino da regência coral. 2003. 110 f. Tese (Livre
Docência) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
Disponível em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/27/tde-20092010-
113311/pt-br.php>. Acesso em: 8 out. 2015.

REIS, Bráulio Trindade dos. [Licencianda regendo a música Gran Viaggio – Grupo 1 (5
anos) – com o Coral Infantil da UFRN]. 2016a. 1 fotografia, color.

______. [Licencianda regendo a música Ora Bolas – Grupo 3 (7 anos) – com o Coral
Infantil da UFRN]. 2016b. 1 fotografia, color.

______. [Licencianda regendo a música Sementes do Amanhã - Grupos 3 e 4 (7 a 11


anos) - com o Coral Infantil da UFRN]. 2016c. 1 fotografia, color.

RHEINBOLDT, Juliana Melleiro. Preparo vocal para coro infantil: análise, descrição e
relato da proposta do maestro Henry Leck aplicada ao “Coral da Gente” do Instituto
Baccarelli. 2014. 183 f. Dissertação (Mestrado em Música) - Instituto de Artes, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2014. Disponível em:<http://repositorio.
unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/285244>. Acesso em: 19 set. 2015.

RIBEIRO, Cinara Baccili. Levantamento de teses, dissertações e artigos sobre a prática


profissional do regente de coros como educador musical. In: CONGRESSO NACIONAL DA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL, 22., 2015, Natal, RN. Anais...
Natal, RN: EMUFRN, 2015. Não paginado. Disponível em:<http://abemeducacaomusical.
com.br/conferencias/index.php/xxiicongresso/xxiicongresso/paper/viewFile/1202/540>.
Acesso em: 7 mar. 2015.

ROCHA, Ricardo. Regência: uma arte complexa: técnicas e reflexões sobre a direção de
orquestras e corais. Rio de Janeiro: Ibis Libris, 2004

SANTOS, Lulu; MOTA, Nelson. De repente Califórnia. Musicografia realizada por Keila
Cristiane Digigow. 2016. 1 partitura.

SCHIMITI, Lucy Maurício. O coral infantil. In: SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO (São
Paulo, SP). Canto, canção, cantoria: como montar um coral infantil. São Paulo: SESC, 1997.
cap. 7, p. 121-130.

______. Regendo um coro infantil...: reflexões, diretrizes e atividades. Revista Canto Coral,
Brasília, ano 2, n. 1, p. 15-18, 2003.

SENA, Maria Alice da Silva Ramos. Construindo a identidade coral: a formação do


pensamento musical a partir da teoria dos complexos de Vygotsky: um estudo de caso. 2002.
281 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23.ed. São Paulo:


Cortez, 2007.
137

SILVA, Caiti Hauck da; RAMOS, Marco Antonio da Silva; IGAYARA, Susana Cecília. A
preparação vocal no ensaio coral: uma oportunidade para aquecer ensinando e aprendendo.
IN: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
EM MÚSICA (ANPPOM), 20., 2010, Florianópolis, SC. Anais... Florianópolis, SC: UDESC,
2010. p. 268- 273. Disponível em:<https://www.academia.edu/2027958/A_prepara%C3%
A7%C3%A3o_vocal_no_ensaio_coral_uma_oportunidade_para_aquecer_ensinando_e_
aprendendo>. Acesso em: 13 mar. 2015.

SILVA, Luís Eduardo; FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. Prática coral: um panorama
das publicações de Anais de encontros e congressos da ABEM e ANPPOM dos últimos dez
anos (2003-2013). In: CONGRESSO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
EDUCAÇÃO MUSICAL, 21., 2015, Natal, RN. Anais... Natal, RN: EMUFRN, 2015. Não
paginado. Disponível em:<http://abemeducacaomusical.com.br/conferencias/index.php/
xxiicongresso/xxiicongresso/paper/viewFile/1092/508>. Acesso em: 7 maio 2015.

SILVA, Helder Paiva. [Licencianda em Música explicando o funcionamento do


diafragma: inspiração e expiração]. 2016a. 1 fotografia.

______. [Crianças do Coral Infantil da UFRN fazendo o exercício de articulação


(Estiramento da língua)]. 2016b. 1 fotografia.

______. [Crianças do Coral Infantil da UFRN fazendo o exercício de articulação


(Abertura dos articuladores)]. 2016c. 1 fotografia.

SOARES, Gina D. B. Coro infantil: Educação musical e Ecologia Social a partir de ideias de
Koellreutter e Guattari. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
EDUCAÇÃO MUSICAL (ABEM), 13., 2004, Rio de Janeiro, RJ. Anais... Rio de Janeiro, RJ:
UFRJ, 2004. Paginação irregular. Disponível em: <http://abemeducacaomusical.com.br/
sistemas/anais/congressos/ABEM_2004.pdf>. Acesso em: 13 maio 2015.

SOARES, Gina Denise Barreto. Coro infantil: uma proposta ecológica. Serra, ES:
Companhia Siderúrgica de Tubarão, 2006.

SOBREIRA, Silvia (Org.). Desafinando a escola. Brasília, DF: Musimed, 2013.

TATI, Paulo; DERDYK, Edith. Ora bolas. Intérprete: Paulo Tati; Sandra Peres. In: TATI,
Paulo; PERES, Sandra. Canções de brincar: 15 canções inéditas para brincar. São Paulo:
Palavra Cantada, 1996. Coleção Palavra Cantada. Encarte de CD. Faixa 14.

TATIT, Paulo; DERDYK, Edith. Ora bolas. [S.l.]: [s.n.], 2000. 1 partitura.

TEIXEIRA, Lúcia. Espaços de atuação e formação de regentes corais: os desafios do


contexto. In: SOUZA, Jusamara (Org.). Aprender e ensinar música no cotidiano. Porto
Alegre: Sulina, 2012. p. 189-211.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
138

[TREINANDO o gestual do compasso binário]. Natal, 2016g. 1 figura, p&b. Figura


apresentada através de slides durante a Masterclass ministrada pelo Maestro Emanuel
Martinez, na sala 25 da EMUFRN, em maio de 2016.

[TREINAR anacruse com tempo preparatório e cortes]. Natal, 2016i. 1 figura, p&b. Figura
apresentada através de slides durante a Masterclass ministrada pelo Maestro Emanuel
Martinez, na sala 25 da EMUFRN, em maio de 2016.

TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São


Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005, Tradução de Lólio Lourenço de Oliveira.
Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a09v31n3.pdf>. Acesso em: 13 mar.
2015.

TOMÁS, Lia. A pesquisa acadêmica na área de música: um estado da arte (1988-2013).


Porto Alegre: ANPPOM, 2015. (Série Pesquisa em Música no Brasil, v. 4).

UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION


(UNESCO). Declaração mundial sobre educação para todos: satisfação das necessidades
básicas de aprendizagem. 1998. Disponível em:<http://unesdoc.unesco.org/images/0008/
000862/086291por.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2016.

UTSUNOMIYA, Mirian Megumi. O regente de coro infantil de projetos sociais e as


demandas por novas competências e habilidades. 2011. 130 f. Dissertação (Mestrado em
Música) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

VERTAMATTI, Leila Rosa Gonçalves. Ampliando o repertório do coro infanto-juvenil:


um estudo de repertório inserido em uma nova estética. São Paulo: UNESP, 2008.

VOCALISES online avançados – parte 1. [201-]. Não paginado. Disponível em:


<https://musicaeadoracao.com.br/25851/vocalises-online>. Acesso em: 6 out. 2015.

ZANDER, Oscar. Regência Coral. 6. ed. Porto Alegre: Movimento, 2008.


139

BIBLIOGRAFIAS

AMATO, Rita de Cássia Fucci. Breve retrospectiva histórica e desafios do ensino de Música
na Educação Básica brasileira. Opus: Revista eletrônica da ANPPOM, Belo Horizonte, MG,
v. 12, p. 144-165, 2006. Disponível em:<http://www.anppom.com.br/revista/index.php/
opus/article/view/319/298>. Acesso em: 13 mar. 2015.

______. O Canto Coral como prática sócio-cultural e educativo-musical. Opus: Revista


eletrônica da ANPPOM, Goiânia, v. 13, n. 1, p. 75-96, jun. 2007. Disponível em:<
http://www.anppom.com.br/revista/index.php/opus/article/view/295/273>. Acesso em: 17 abr.
2015.

AMATO NETO, João; AMATO Rita de Cássia Fucci. Organização do trabalho e gestão de
competências: uma análise do papel do regente coral. GEPROS: Gestão da produção,
operações e sistemas, Bauru, SP, ano 2, v. 2, p. 89-98, jan.-abr. 2007. Disponível em:<
http://revista.feb.unesp.br/index.php/gepros/article/view/135/97>. Acesso em: 23 fev. 2015.

ARAÚJO, Rosane Cardoso de. Formação docente do professor de música: reflexividade,


competências e saberes. Música Hodie: Revista do Programa de Pós-Graduação Stricto-
Senso da Escolade Música e Artes Cênicas da Universidade Federal do Goiás, Goiânia, GO,
v. 6, n. 2, p. 141-156, 2006. Disponível em:<https://www.revistas.ufg.br/musica/
article/view/1586/12061>. Acesso em: 19 maio 2015.

ARROYO, Margarete. Um olhar antropológico sobre práticas de ensino e aprendizagem


musical. Revista da Abem, Porto Alegre, v. 8, n. 5, p. 13-20, set. 2000. Disponível em:<
http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/
view/448/375>. Acesso em: 7 abr. 2015.

BEINEKE, Viviane. A reflexão sobre a prática na pesquisa e formação do professor de


música. Cadernos de Pesquisa [online], v. 142, n. 145, p. 180-203, jan.-abr. 2012.
Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/cp/v42n145/11.pdf>. Acesso em: 16 abr. 2017.

BELLOCHIO, Cláudia Ribeiro; GARBOSA, Luciane Wilke Freitas. Educação musical na


formação inicial e continuada de professores: projetos compartilhados do Laboratório de
Educação Musical - LEM - UFSM/RS. Cadernos de Educação, Pelotas, RS, v. 37, p. 247-
272, set.-dez. 2010. Disponível em: <https:// periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/
article/viewFile/1586/1473>. Acesso em: 9 abr. 2015.

______ (Org.). Educação musical e pedagogia: pesquisas, escutas e ações. Campinas, SP:
Mercado de Letras, 2014. Disponível em:<http://www.mercado-de-letras.com.br/resumos/
pdf-08-07-14-15-39-36.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2015.

BELLOCHIO, Cláudia Ribeiro; BEINEKE, Viviane. A mobilização de conhecimentos


práticos no estágio supervisionado: um estudo com estagiários de música da UFSM/RS e da
UDESC/SC. Música Hodie: Revista do Programa de Pós-Graduação Stricto-Senso da
Escolade Música e Artes Cênicas da Universidade Federal do Goiás, Goiânia, GO, v. 7, n. 2,
p. 73-88, 2007. Disponível em:<https://www.revistas.ufg.br/musica/article/view/
3303/12260>. Acesso em: 17 fev. 2015.
140

BONA, Melita. A formação do professor de música e o estágio. Revista Nupeart,


Florianópolis, SC, v. 11, p. 14-33, 2013. Disponível em:<http://webcache.googleusercontent.
com/search?q=cache:SFuE8NIiCW8J:www.revistas.udesc.br/index.php/nupeart/article/downl
oad/5722/3838+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 19 abr. 2015.

BORGES, Maria Célia. Formação de professores: desafios históricos, políticos e práticos.


São Paulo: Paulus, 2013. (Educação superior).

BOZZETO, Adriana. Música na palma da mão: ligações entre celular, música e juventude. In:
SOUZA, Jusamara (Org.). Aprender e ensinar música no cotidiano. 2. ed. Porto Alegre:
Sulina, 2012. p. 59-74. (Coleção Músicas).

BRAGA, Simone Marques. Canto coral: saberes musicais e as suas influências no processo
avaliativo. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-
GRADUAÇÃO EM MÚSICA (ANPPOM), 19., 2009, Curitiba, PR. Anais... Curitiba: UFPR,
2009. p. 103-105. Disponível em:<http://antigo.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_
anppom_2009/XIII_Educacao_musical.pdf>. Acesso em: 8 jun. 2015.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Departamento de Ensino Fundamental. O canto


na escola de 1.º grau: uma nova abordagem com proposição de um modelo para
desenvolvimento da expressão músico-vocal de crianças e adolescentes. Brasília: MEC,
Departamento de Documentação e Divulgação, 1978. Disponível em:<http://dominiopublico.
mec.gov.br/download/texto/me002437.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2015.

BÜNDCHEN, Denise Blanco Sant’Anna. A relação ritmo-movimento no fazer musical


criativo: uma abordagem construtivista na prática de canto coral. 2005. 232 f. Dissertação
(Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, RS, 2005. Disponível em:<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/
10183/5808/000520868.pdf?sequence=1>. Acesso em: 29 maio 2015.

CAMPOS, Gilka Martins de Castro. A formação de professores de música na produção da


Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM (1991 a 2003). In: ENCONTRO
ANUAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL (ABEM), 15.,
2006, João Pessoa. Anais… João Pessoa, PB: UFPB, 2006. p. 76-81. Disponível Em:<
http://www.abemeducacaomusical.com.br/sistemas/anais/congressos/ABEM_2006.pdf>.
Acesso em: 12 abr. 2015.

CANDÉ, Roland de. História universal da música. Tradução de Eduardo Brandão. 2. ed.
São Paulo: Martins Fontes, 2001. 2v.

CARNASSALE, Gabriela Josias. O ensino de canto para crianças e adolescentes. 1995.


179 f. Dissertação (Mestrado em Artes) - Instituto de Artes, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, SP, 1995. Disponível em:<http://repositorio.unicamp.br/jspui/
bitstream/REPOSIP/284236/1/Carnassale_GabrielaJosias_M.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2015.

CARPEAUX, Otto Maria. O livro de ouro da história da música: da Idade Média ao século
XX. 5. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
141

CERESER, Cristina Mie Ito. A formação dos professores de música sob a ótica dos alunos
de Licenciatura. 2003. 152 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Instituto de Artes,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2003. Disponível em:<
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2462/000370219.pdf?sequence=1>. Acesso
em: 26 abr. 2015.

CLEMENTE, Louise. Estratégias didáticas no canto coral: estudo multicaso em três corais
universitários da região do Vale do Itajaí. 2014. 168 f. Dissertação (Mestrado em Música) –
Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2014. Disponível em:<
http://www.tede.udesc.br/bitstream/handle/1542/1/115843.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2015.

COTA, Denis Martino. O uso das tecnologias instrumentais na Educação Musical: revisão
bibliográfica. In: CONGRESSO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
EDUCAÇÃO MUSICAL (ABEM), 22., 2015, Natal, RN. Anais... Natal, RN: EMUFRN,
2015. Não paginado. Disponível em:<http://abemeducacaomusical.com.br/conferencias/
index.php/xxiicongresso/xxiicongresso/paper/viewFile/1029/626>. Acesso em: 15 maio 2015.

DEL-BEN, Luciana. Formar o professor / Formar-se professor: idéias de licenciandos para


pensar a Licenciatura em Música. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 20., 2010, Florianópolis, SC. Anais...
Florianópolis, SC: UDESC, 2010. p. 391-395. Disponível em:<http://antigo.anppom.com.br/
anais/anaiscongresso_anppom_2010/ANAIS_do_CONGRESSO_ANPPON_2010.pdf>.
Acesso em: 8 abr. 2015.

______. (Para) Pensar a pesquisa em Educação Musical. Revista da ABEM, Porto Alegre, v.
24, p. 25-33, set. 2010. Disponível em:<http://www.abemeducacaomusical.
com.br/revista_abem/ed24/revista24_artigo3.pdf>. Acesso em: 9 maio 2015.

DIAS, Leila. Regência Coral como Educação Musical: uma revisão de literatura. Enseñar
Música: Revista Panamericana de Investigación, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, ano 3,
n. 1, abr. 2015. Disponível em :<http://www.artesmusicales.org/web/images/IMG/
descargas15/EM.a3n1/10EM3-1RecensionDias.pdf>. Disponível em: 23 jul. 2015.

______. A prática Coral e a formação dos sujeitos: uma reflexão teórica e algumas práticas
pedagógicas. In: ENCONTRO REGIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
EDUCAÇÃO MUSICAL (ABEM) NORDESTE, 9., 2010, Natal, RN. Anais... Natal, RN:
EMUFRN, 2010. Não paginado. Disponível em:<http://files.arquivos300.webnode.
com.br/200000031-378ed3888c/A%20pr%C3%A1tica%20coral%20e%20a%
20forma%C3%A7%C3%A3o%20dos%20sujeitos.PDF>. Acesso em: 8 abr. 2015.

FIGUEIREDO, Sérgio. O processo de aprovação da Lei 11.769/2008 e a obrigatoriedade da


Música na Educação Básica. In: ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE
ENSINO (ENDIPE), 15., 2010, Belo Horizonte, MG. Anais... Belo Horizonte, MG: UFMG,
2010. Não paginado. Disponível em:<http://www.musicaeeducacao.ufc.br/Para%20o%
20site/ Revistas%20e%20peri%C3%B3dicos/Educa%C3%A7%C3%A3o%20Musical/
FIGUEIREDO%20-%20Leis%20musica%20na%20escola.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2015.
142

FONTERRADA, Marisa Trench de O. A música em tempos de mudança: reflexão acerca de


seu papel na educação. Reflexão e Ação: Revista do Departamento de Educação e do
Programa de Pós-Graduação em Educação, Santa Cruz do Sul, RS, v. 22, n. 1, p.18-31,
jan./jun.2014. Disponível em:<https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/
view/4628/3283>. Acesso em: 13 abr. 2015.

GABORIM-MOREIRA, Ana Lúcia Iara; RAMOS, Marco Antonio da Silva. A pedagogia


vocal na regência coral infantojuvenil: conceitos e reflexões. In: CONGRESSO DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 26.,
2016, Belo Horizonte, MG. Anais... Belo Horizonte, MG: UEMG, 2016. Não paginado.
Disponível em:< http://www.anppom.com.br/congressos/index.php/26anppom/bh2016/paper/
view/4267/1372>. Acesso em: 19 jun. 2015.

GARBOSA, Luciane Wilke Freitas. Pesquisa histórica em Educação Musical: 20 anos de


pesquisa em Música. Ictus: periódico do PPGMUS/UFBA, Salvador, v. 4, p.141-156, 2002.
Disponível em:<http://www.ictus.ufba.br/index.php/ictus/article/viewFile/44/51>. Acesso em:
23 mar. 2015.

GAUTHIER, Clermont et al. Por uma teoria da pedagogia: pesquisas contemporâneas sobre
o saber docente. Tradução de Francisco Pereira Lima. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 1998. (Fronteiras da
Educação).

GILIOLI , Renato de Sousa Porto. “Civilizando” pela Música: a Pedagogia do Canto


orfeônico na escola paulista da Primeira República (1910-1930). 2003. 279 f. Dissertação
(Mestrado em Educação) – Faculdade de educação, Universidade de São Paulo, São Paulo,
SP, 2003. Disponível em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-19122012-
143551/pt-br.php>. Acesso em: 25 abr. 2017.

______. Educação Musical antes e depois de Villa-Lobos e os registros sonoros de uma


época. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008. Disponível
em:<https://www.bn.gov.br/sites/default/files/documentos/producao/ pesquisa/educacao-
musical-antes-depois-villa-lobos-registros-sonoros//renatogilioli.pdf>. Acesso em: 5 mar.
2015.

GOMES, Mércio Pereira. Antropologia: ciência do homem: filosofia da cultura. São Paulo:
Contexto, 2009.

GOMES, Solange Maranho. Formando um professor de Música reflexivo e pesquisador. In:


ENCONTRO DO GRUPO DE PESQUISA EM ARTE, EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO
CONTINUADA, 1., 2010, Curitiba, PR. Anais... Curitiba, PR: Faculdade de Artes do Paraná,
2010. Não paginado. Disponível em:<http://www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/extensao/1-
EncontroGrupoPesquisaArteEducacaoFormacaoContinuada/12SolangeMaranhoGomes.pdf>.
Acesso em: 28 mar. 2015.

GROUT, Donald J; PALISCA Claude V. História da música ocidental. Tradução de Ana


Luísa Faria. 5. ed. Lisboa: Gradiva, 2007.

HENTSCHKE, Liane; DEL BEN, Luciana (Org.). Ensino de música: propostas para pensar e
agir em sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003.
143

KOHLRAVSCH, Daniele Barzotti. Prática Coral e motivação: o ambiente coral na


percepção do corista. 2015. 102 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Instituto de Artes,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2015. Disponível em:<
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/122536/000969127.pdf;sequence=1>.
Acesso em: 7 abr. 2015.

KRÜGER, Susana Ester. Educação Musical apoiada pelas novas Tecnologias de Informação
e Comunicação (TIC): pesquisas, práticas e formação de docentes. Revista da ABEM, Porto
Alegre, v. 14, n. 14, p. 75-89, mar. 2006. Disponível em:<http://www.abemeducacaomusical.
com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/314/244>. Acesso em: 9
maio 2015.

KURY, Mário da Gama (Trad.). O melhor do teatro grego: Prometeu acorrentado, Édipo
Rei, Medeia, As Nuvens. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. (Clássicos Zahar).

LEME, Gerson Rios; BELLOCHIO, Cláudia Ribeiro. Professores de escolas de música: um


estudo sobre a utilização de tecnologias. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 15, n. 17, p. 87-
96, set. 2007. Disponível em:<http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/
revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/284/214>. Acesso em: 13 fev. 2015.

LISBOA, Alessandra Coutinho. Villa-Lobos e o Canto orfeônico: música, nacionalismo e


ideal civilizador. 2005. 183 f. Dissertação (Mestrado em Música) - Instituto de Artes,
Universidade Estadual Paulista, São Paulo, SP, 2005. Disponível em:<http://livros01.
livrosgratis.com.br/cp009913.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2015.

MACÊDO, Lino de. Ensaios pedagógicos: como construir uma escola para todos?. Porto
Alegre: Artmed, 2005. (Biblioteca Artmed. Fundamentos da Educação).

MACHADO, Silvia de Ambrosis Pinheiro. Canção de ninar brasileira: aproximações. 2012.


326 f. Tese (Doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada) – Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2012. Disponível
em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-28082012-124302/pt-br.php>.
Acesso em: 22 abr. 2015.

MACHADO NETO, Diósnio. Administrando a festa: música e iluminismo no Brasil


colonial. 2008. 470 f. Tese (Doutorado em Musicologia) – Escola de Comunicações e Artes,
Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2008. Disponível em:<http://www.teses.
usp.br/teses/disponiveis/27/27140/tde-05072009-230904/en.php>. Acesso em: 15 abr. 2015.

MÁRSICO, Leda Osório. A voz infantil e o desenvolvimento músico - vocal. Porto Alegre:
EST Edições, 1979. (Coleção Educação e Realidade, n. 1).

MATEIRO, Teresa; SOUZA, Jusamara (Org.). Praticas de ensinar música: legislação,


planejamento, observação, registro, orientação, espaços, formação. Porto Alegre: Sulina,
2009.

MATEIRO, Teresa. Uma análise de projetos pedagógicos de Licenciatura em Música.


Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 17, n. 22, p. 57-66, 2009. Disponível em:<
http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/
view/226/158>. Acesso em: 13 mar. 2015.
144

MATEIRO, Teresa; EGG, Marisleusa de Souza; VECHI, Hortênsia. A produção acadêmica


sobre o Canto na aula de Música: pesquisas produzidas no período de 1987 a 2012. In:
CONGRESSO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO
MUSICAL, 21., 2013, Pirenópolis, GO. Anais... João Pessoa, PB: UFPB, 2013. p. 380-391.
Disponível em:<http://www.abemeducacaomusical.com.br/sistemas/anais/congressos/
ABEM_2013_p.pdf#page=380>. Acesso em: 19 abr. 2015.

MATHIAS, Nelson. Coral: um canto apaixonante. Brasília: Musimed, 1986. (Musicologia,


9).

MENDES, Jean Joubert Freitas; CARVALHO, Valéria Lázaro de. Ações para a
implementação do ensino de Música na escola: uma experiência
no município de Natal / RN.
Revista da ABEM, Londrina, v. 20, n. 28, p. 118-130, 2012. Disponível em:<
http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/
view/108/90>. Acesso em: 22 mar. 2015.

MENUHIN, Curtis; DAVIS, Curtis W. A música do homem. São Paulo: Martins Fontes,
1990.

MIRANDA, Elvira Glória Drummond. Vivência musical. Fortaleza, CE, 1998. v. 1.

MONTI, Ednardo Monteiro Gonzaga do. Canto orfeônico: Villa-Lobos e as representações


sociais da Era Vargas. 2009. 176 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de
Teologia e Humanidades, Universidade Católica de Petrópolis, Petrópolis, RJ, 2009.

______. Villa-Lobos: harmonias pedagógicas e administrativas. Revista Travessias,


Cascavel, PR, v. 4, n. 2, p. 192-209, 2010. Disponível em:<http://www.unioeste.br/
prppg/mestrados/letras/revistas/travessias/ed_009/arteecomunicacao/villa-lobos[1].pdf.>
Acesso em: 7 ago. 2016.

NORONHA, Lina Maria Ribeiro de. O Canto orfeônico e a construção do conceito de


identidade nacional. ArtCultura, Uberlândia, v. 13, n. 23, p. 85-94, jul.-dez. 2011.
Disponível em:<http://www.artcultura.inhis.ufu.br/PDF23/lina_noronha.pdf>. Acesso em: 5
abr. 2015.

______. Darius Milhaud: o nacionalismo francês e a conexão com o Brasil. 2012. 163 f.
Tese (Doutorado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, São Paulo, SP, 2012. Disponível em:<
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/104021/noronha_lmr_dr_ia.pdf?sequence
=1&isAllowed=y>. Acesso em: 8 abr. 2015.

PENNA, Maura. Professores de Música nas escolas públicas de ensino fundamental e médio:
uma ausência significativa. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 10, n. 7, p. 7-19, set. 2002.
Disponível em:<http://abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/
revistaabem/article/view/427/354>. Acesso em: 9 maio 2015.
145

PEREIRA, Marcus Vinicius Medeiros. Ensino Superior e as Licenciaturas em Música (pós


diretrizes curriculares nacionais 2004): um retrato do habitus conservatorial nos
documentos curriculares. 2012. 279 f. Tese (Doutorado) – Centro de Ciências Humanas e
Sociais, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, 2012. Disponível
em:<https://www.academia.edu/13061464/Ensino_de_Superior_e_as_Licenciaturas_
em_M%C3%BAsica_P%C3%B3s_DCN_2004_um_retrato_do_habitus_conservatorial_nos_
documentos_curriculares>. Acesso em: 25 fev. 2015.

REAL, Márcio Penna Corte. As musicalidades das rodas de capoeira(s): diálogos


interculturais, campo e atuação de educadores. 2006. 346 f. Tese (Doutorado em Educação) –
Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC,
2006. Disponível em:<https://core.ac.uk/download/pdf/30370525.pdf>. Acesso em: 19 maio
2015.

RIBEIRO, Jucélia Cristina. Música na escola: o Canto Coral, possibilidades e limites. 2012.
92 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, PR,
2012. Disponível em:<http://tede.utp.br:8080/jspui/bitstream/tede/505/1/MUSICA%
20NA%20ESCOLA.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2015.

ROCHA, José Leandro Silva. Educador Musical: desafios e perspectivas para a formação
docente. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO E INCLUSÃO, 1., 2014,
Campina Grande, PB. Anais... Campina Grande, PB: Realize Eventos & Editora, 2014. Não
paginado. Disponível em:<http://editorarealize.com.br/revistas/cintedi/trabalhos/
Modalidade_1datahora_10_11_2014_01_00_02_idinscrito_504_e284b64ae136f4d18be547e9
eb97f377.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2015.

SANTOS, Najla Elisângela dos. A prática Coral como atividade extracurricular em


Escolas de Ensino Fundamental: um estudo na cidade de Florianópolis. 2012. 98 f.
Dissertação (Mestrado em Música) – Centro de Artes, Universidade do Estado de Santa
Catarina, Florianópolis, 2012. Disponível em:<http://www.tede.udesc.br/bitstream/
handle/1516/1/NAJLA.pdf>. Acesso em: 15 maio 2015.

SANTOS, Elias Souza dos. Educação Musical escolar em Sergipe: uma análise das práticas
da disciplina Canto Orfeônico na escola normal de Aracaju (1934-1971). 2012. 274 f.
Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo,
São Paulo, SP, 2012. Disponível em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/
tde-29112012-104629/pt-br.php>. Acesso em: 19 abr. 2015.

SANTOS, Bruno Silva. O Canto Coral na Educação Musical: análise e catalogação a partir
das publicações nos anais da ABEM e da ANPPOM, e na revista da ABEM e revista OPUS
(2009 a 2013). 2014. 108 f. Monografia (Graduação em Música) – Escola de Música,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2014. Disponível em:<
https://monografias.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/1394/1/SANTOS%2C%20Bruno%20S
ilva.%20O%20Canto%20coral%20na%20educa%C3%A7%C3%A3o%20musical_2014.1.pdf
>. Acesso em: 7 mar. 2015.
146

SAVIANI, Dermeval. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema


no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 40, jan.-abr.
2009. Disponível em:< http://poseducacaoifbaiano.com.br/wp-content/uploads/2014/11/
Forma%C3%A7%C3%A3o-de-professores-aspectos-hist%C3%B3ricos-e-te%C3%B3ricos-
do-problema-no-contexto-brasileiro.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2015.

SCHMELING, Agnes. Cantar com as mídias eletrônicas: um estudo de caso com jovens.
2005. 168 f. Dissertação (Mestrado em Música) - Instituto de Artes, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2005. Disponível em:<http://www.lume.ufrgs.br/
bitstream/handle/10183/7035/000494371.pdf?sequence=1>. Acesso em: 9 mar. 2015.

______.; TEIXEIRA, Lúcia. Explorando possibilidades vocais: da fala ao canto. Música na


Educação Básica, Porto Alegre, v. 2, n. 2, p. 74-87, set. 2010. Disponível
em:<http://www.abemeducacaomusical.com.br/revista_musica/ed2/pdfs/ MEB2_
artigo6.pdf>. Acesso em: 9 maio 2015.

SILVA, Walênia Marília. Zoltán Kodály: alfabetização e habilidades musicais. In:


MATEIRO, Teresa; ILARI, Beatriz (Org.). Pedagogias em Educação Musical. Curitiba:
InterSaberes, 2012. p. 55-87. (Série Educação Musical).

SILVA, Ana Maris Goulart. O sujeito cantante: reflexões sobre o Canto Coral. 2014. 191 f.
Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo,
São Paulo, SP, 2014. Disponível em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/
tde-08122014-145737/pt-br.php>. Acesso em: 19 abr. 2015.

SILVA, Luiz Eduardo. Prática Coral: um levantamento bibliográfico nos anais da ABEM e
ANPPOM de 2003 a 2013. 2014. 130 f. Monografia (Graduação) - Universidade do Estado de
Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2014.

SOARES, José; SCHAMBECH, Regina Finck; FIGUEIREDO, Sérgio (Org.). A formação


do professor de Música no Brasil. Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2014. (Formação
docente, 9).

SOBREIRA, Silvia Garcia. Desafinação vocal. 2. ed. Rio de Janeiro: Musimed, 2003.

______. Reflexões sobre a obrigatoriedade da música nas escolas públicas. Revista da


ABEM, Porto Alegre, v. 16, n. 20, p. 45-52, set. 2008. Disponível em:<http://www.
abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/247/1
79>. Acesso em: 10 jun. 2015.

______.; BOECHAT, Bruno. A extensão vocal infantil. In: CONGRESSO NACIONAL DA


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL (ABEM), 22., 2015, Natal, RN.
Anais... Natal, RN: EMUFRN, 2015. Disponível em:<http://abemeducacaomusical.com.br/
conferencias/index.php/xxiicongresso/xxiicongresso/paper/viewFile/1024/421>. Acesso em:
19 abr. 2015.

SOUZA, Jusamara. Aprender e ensinar música no cotidiano: pesquisas e reflexões. In:


______. Aprender e ensinar música no cotidiano. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2012. p. 7-
12. (Coleção Músicas).
147

______. Cotidiano, sociologia e educação musical: experiências no ensino superior de música.


In: LOURO, Ana Lúcia; SOUZA, Jusamara (Org.). Educação musical, cotidiano e ensino
superior. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2013. Disponível em:<http://tomoeditorial.
com.br/userfiles/educacao_musical_cotidiano_e_ensino_superior_degustacao.pdf>. Acesso
em: 22 mar. 2015.

______. Sobre as várias histórias da Educação Musical no Brasil. Revista da ABEM,


Londrina, v. 22, n. 33, p. 109-120, jul.-dez. 2014. Disponível em:<http://webcache.
googleusercontent.com/search?q=cache:rA6_V1j7ciUJ:abemeducacaomusical.com.br/revistas
/revistaabem/index.php/revistaabem/article/download/476/435+&cd=1&hl=pt-
BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 25 abr. 2015.

TEIXEIRA, Lúcia Helena Pereira. Coros de empresa como desafio para a formação e a
atuação de regentes corais: dois estudos de caso. 2005. 184 f. Dissertação (Mestrado em
Música) – Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS,
2005. Disponível em:<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/5439/
000470832.pdf?sequence=1>. Acesso em: 7 mar. 2015.

______. Espaços de atuação e formação de regentes corais: os desafios do contexto. In:


SOUZA, Jusamara (Org.). Aprender e ensinar música no cotidiano. 2. ed. Porto Alegre:
Sulina, 2012. p. 189-211. (Coleção Músicas).

TINHORÃO. José Ramos. Os sons que vêm da rua. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2005.

TOURINHO, Cristina. Reflexões sobre a formação do educador musical de agora. Arteriais:


Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes – ICA – UFPA, Belém, v. 1, n. 1, p. 93-98,
fev. 2015. Disponível em:<http://www.periodicos.ufpa.br/index.php/ppgartes/article/
view/2100/2415>. Acesso em: 9 abr. 2015.

VASCONCELOS, Maria Drosila. Pierre Bourdieu: a herança sociológica. Educação &


Sociedade, Campinas, SP, v. 23, n. 78, p. 77-87, abr. 2002. Disponível em:<http://www.
scielo.br/pdf/es/v23n78/a06v2378.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2015.

VECHI, Hortênsia. O Canto na formação e na sala de aula: três estudos de caso. 2015.113
f. Dissertação (Mestrado em Música) – Centro de Artes, Universidade do estado de Santa
Catarina, Florianópolis, SC, 2015. Disponível em:<http://www.tede.udesc.br/bitstream/
handle/1566/1/123249.pdf>. Acesso em: 7 mar. 2016.

VERTAMATTI, Leila Rosa Gonçalves. Ampliando o repertório do coro infanto-juvenil:


um estudo de repertório inserido numa nova estética. 2006. 296 f. Dissertação (Mestrado em
Música) – Instituto de artes, Universidade Estadual Paulista, São Paulo, SP, 2006. Disponível
em:< https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/95134/000467891_20201231.
pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 12 abr. 2015.

VIEGAS, Silvio César Lemos. Questionamentos sobre a atuação do regente: o ensino da


performance. 2009. 130f. Dissertação (Mestrado em Música) - Escola de Música,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2009. Disponível em:<
http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/GMMA-7XNLM3/
disserta__o_final_de_mestrado___revisada.pdf?sequence=1>. Acesso em: 5 maio 2015.
148

ZANDER, Oscar. Regência Coral. 5. ed. Porto Alegre: Movimento, 2003. (Coleção Luís
Cosme, v. 11).
149

APÊNDICE A - TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGENS (FOTOS E


VÍDEOS) PARA MENOR DE IDADE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


ESCOLA DE MÚSICA
PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM MÚSICA

Eu,__________________________________________________________________
AUTORIZO Ana Lúcia Carneiro de Oliveira, aluna do Programa de Pós - Graduação em
Música (PPGMUS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), autora da
pesquisa intitulada: A Regência Coral na formação do licenciando em Música: uma
experiência didática no Coral Infantil da UFRN, a fixar, armazenar e exibir a imagem de:
___________________________________________________________________________
por meio de fotos e vídeos com o fim específico de inseri-las nas informações que serão
geradas na Pesquisa supracitada bem como em outras publicações dela decorrentes, quais
sejam: revistas científicas, congressos e jornais. A presente autorização abrange,
exclusivamente, o uso de imagem para os fins aqui estabelecidos e deverá sempre preservar o
anonimato. Qualquer outra forma de utilização e/ou reprodução deverá ser por mim
autorizada.

Natal, 20 de maio de 2016.

_____________________________________________________________
Assinatura do responsável pelo menor

______________________________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Ana Lúcia Carneiro de Oliveira
Mestranda do PPGMUS – UFRN
Matrícula: 2015102996
150

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


ESCOLA DE MÚSICA
PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM MÚSICA

TERMO DE CONSENTIMENTO

Como aluno (a) da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(EMUFRN), me disponho a participar como voluntário da Pesquisa: A Regência Coral na
formação do licenciando em Música: uma experiência didática no Coral Infantil da UFRN,
em desenvolvimento pela mestranda Ana Lúcia Carneiro de Oliveira, do Programa de Pós -
Graduação em Música (PPGMUS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
sob orientação da professora Drª Amélia Martins Dias Santa Rosa. Assim, autorizo a coleta e
análise de dados, relacionados a mim, por meio de entrevistas, observações em aulas, imagens
fotográficas, registros em áudio / vídeo no primeiro semestre de 2016. O meu nome poderá
ser mencionado e citações obtidas a partir do material coletado desde que seja considerado, o
preceito fundamental da ética na Pesquisa, o que implica o fato de que não haverá qualquer
prejuízo de valor sobre minhas falas, depoimentos, imagens e análise.

Natal, 16 de fevereiro de 2016.

_______________________________________________________
Voluntário (a) participante da Pesquisa

Ana Lúcia Carneiro de Oliveira


Mestranda do PPGMUS – UFRN
Matrícula: 2015102996
151

APÊNDICE C - CONTEÚDOS DA DISCIPLINA – AOS II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


Disciplina: Metodologia do ensino da voz e Canto Coral
Prof: Amélia Martins Dias Santa Rosa – Ana Lúcia Carneiro de Oliveira
CONTEÚDOS DA DISCIPLINA – Segunda-feira - 2015.2.
Horário: 18h45min. às 20h30min. – 100h

CONTEÚDOS DA DISCIPLINA – AOS II

Apresentação do professor.
Apresentação da ementa da Disciplina, organização das atividades
acadêmicas e avaliações.
Dinâmica de apresentação.
Repertório: Frère Jacques (Cânone do Folclore Francês).

Fisiologia da voz
Aparelho fonador, articulatório e respiratório.
Higiene vocal.
Patologias vocais.
Exercícios: aquecimento, relaxamento, desaquecimento.

Slides: Breve histórico do Canto Coral.


Tipos de grupos vocais.
Exercícios de apreciação vocal. Prática.
Repertório: Zum Gali - Gali (Folclore Israelita), Peixe Vivo (Folclore
Brasileiro).
Improvisação vocal.

Slides: O Canto Coral na contemporaneidade: aspectos sociais,


culturais, musicais.
Pregões: o que são?
Como trabalhar este conteúdo em sala de aula? (Organizar um
planejamento didático).
Exercícios de improvisação: Mulher Rendeira.
Repertório: Pregões: Amendoim, Sorvete, improvisação.
152

CONTEÚDOS DA DISCIPLINA – AOS II


Slides: Noções básicas de Regência.
O papel do regente.
Perfil de um regente coral.
Como iniciar um Coral?
Exercícios. Articulação.
Repertório: Syahamba. Canção Africana
Slides: Como selecionar um repertório?
Grupo Infantil, jovem, adulto, terceira idade.
Características de cada grupo.
Exercícios. Posturais e de Respiração.
Repertório: Linda - Roupa Nova (3 vozes).
Slides: Conhecendo os objetivos de um grupo: ONG, Igreja, Escola,
Institucional, etc.
Teatro Musical.
Exercícios: vocalizes, aquecimento e desaquecimento.
Repertório: Banho de Lua.
Seminários e apresentação das atividades práticas.
Correção dos relatórios.
Avaliação coletiva da Disciplina.
Apresentação do grande Coral.

LEITURAS COMPLEMENTARES
Texto Autor
A atividade Coral na realidade das escolas Rita Cássia Moiteiro
públicas brasileiras
A prática Coral e a formação dos sujeitos: Leila Miralva Dias
uma reflexão teórica e algumas práticas
pedagógicas
O movimento no Canto Coral: estética ou Gisele Schwartz
necessidade Daniel Chris Amato
O Canto Coral como prática sócio cultural e Rita Fucci Amato
educativo musical
153

LEITURAS COMPLEMENTARES
Texto Autor
O Canto Coral na terceira idade: o ensaio Mateus Cruz Paz Almeida
como momento de grandes possibilidades
O Canto Coral processo educativo estético Roberta Bassani Federizzi
Regendo um coro infantil Lucy Maurício Schimiti
Coro juvenil nas escolas: sonho ou Patrícia Costa
possibilidade?
O processo de socialização no Canto Coral: Éliton Pereira
um estudo sobre as dimensões pessoal, Miriã Vasconcelos
interpessoal e comunitária
A expressão cênica como elemento Patrícia Costa
facilitador da performance do coro
Processo colaborativo no teatro musical: Amélia Dias Martins Santa
uma educação para a autonomia Rosa
154

APÊNDICE D – PLANEJAMENTO COM OS LICENCIANDOS DO CORAL


INFANTIL DA UFRN - 2016.1

PLANEJAMENTO DOS ENCONTROS COM OS LICENCIANDOS EM


MÚSICA PARA ATUAÇÃO NO CORAL INFANTIL DA UFRN - 2016.1
Nº DO
ATIVIDADES / AÇÃO
ENCONTRO
 Apresentação do Projeto e seus objetivos da Pesquisa;
 organização da Secretaria para o bom andamento do Projeto;
1º Encontro  definir horário e dia dos ensaios;
 marcar reunião com os pais, início das inscrições e das aulas;
 seleção de repertório para cada Grupo.
 Estudo do texto: Duas crianças criadas por um lobo
(SHINIKI SUZUKI) – Livro: Educação é amor (p. 17-18);
2º Encontro  dinâmica: "Isso me lembra!";
 compartilhando experiências.
 Estudo do texto: Regendo um coro infantil: reflexões,
diretrizes e possibilidades - Lucy Maurício Schimiti (p. 15-
18);
3º Encontro  organização das turmas: mapas de cada turma por faixa etária;
 distribuição das atividades nos Grupos 1,2,3 e 4;
 conhecendo e estudando o repertório.
 Estudo do texto: A voz infantil e o desenvolvimento músico
- vocal - Ledo Osório Mársico (p. 14-15);
4º Encontro  estudando, marcando a partitura e tirando dúvidas;
 identificando possíveis problemas e buscando soluções.
 Estudo do texto: Preparação vocal no coro infantojuvenil:
desafios e possibilidades - Ana Lúcia Gaborim Moreira /
5º Encontro Marco Antonio Silva Ramos (p. 8-13);
 sistematização dos ensaios com a distribuição das atividades
de cada licenciando, marcação da partitura.
155

PLANEJAMENTO DOS ENCONTROS COM OS LICENCIANDOS EM


MÚSICA PARA ATUAÇÃO NO CORAL INFANTIL DA UFRN - 2016.1
Nº DO
ATIVIDADES / AÇÃO
ENCONTRO
 Estudo do texto: A preparação do regente - Marisa
Fonterrada – Livro: Canto, canção, cantoria: como montar um
6º Encontro Coral Infantil (p. 17-30);
 organização dos roteiros de ensaios por turma para a
apresentação do Recital.
7º Encontro  Masterclass de Regência.
8º Encontro  Masterclass de Regência.
9º Encontro  Treino individual da Regência para o Recital.
10º Encontro  Treino individual da Regência para o Recital.
11º Encontro  Aplicação do questionário (APÊNDICE G) e avaliação
semestral.
156

APÊNDICE E – PLANEJAMENTO DAS AULAS DO CORAL INFANTIL DA UFRN


- 2016.1

PLANEJAMENTO DE AULAS PRÁTICAS CORAL INFANTIL DA UFRN


Aulas / Encontro
Conteúdos sistematizados
(60 minutos cada Grupo)
 Boas vindas: Música: Bom dia! Como Vai Você?
 Apresentação cantada: Como é seu Nome?
 Conversando na roda: O que faremos?
O que é um Coral?
O que vamos cantar?
1ª Aula Nossas regras
 O que é o som? A voz como fonte sonora!
 Exercício de aquecimento vocal / corporal
 Brincadeira cantada: Enfatizando a pulsação
 Repertório
 Desaquecimento
 Despedida: Música
 Música: Bom Dia! Como vai você?
 Dinâmica de apresentação dos nomes: "O meu nome
é..."
 Conhecendo o outro: O que você gosta de fazer?
2ª Aula  Aquecimento corporal / vocal
 Trabalhando a pulsação - Música: Abre a roda /
Tindolelê / Peixe Vivo
 Desaquecimento
 Música: Bom Dia! Como vai você?
 Aquecimento corporal / vocal
 Pulsação: Adoletá, onde é que eu vou sentar?
3ª Aula  Repertório
 Desaquecimento
157

PLANEJAMENTO DE AULAS PRÁTICAS CORAL INFANTIL DA UFRN


Aulas / Encontro
Conteúdos sistematizados
(60 minutos cada Grupo)
 Música: Bom Dia! Como vai você?
 Aquecimento corporal / vocal
4ª Aula  Parâmetros do som – Forte / Fraco
 Repertório
 Desaquecimento
 Bom Dia!
 Aquecimento corporal / vocal
5 ª Aula  Parâmetros do som - Grave / Agudo
 Repertório
 Desaquecimento
 Bom Dia!
 Aquecimento corporal / vocal
6ª Aula  Parâmetros do som - Grave / Agudo
 Repertório
 Desaquecimento
 Bom Dia!
 Aquecimento corporal / vocal
7 ª Aula  Parâmetros do som - Curto / Longo
 Repertório
 Desaquecimento
 Bom Dia!
 Aquecimento corporal / vocal
8ª Aula  Parâmetros do som - Timbre
 Repertório
 Desaquecimento
158

PLANEJAMENTO DE AULAS PRÁTICAS CORAL INFANTIL DA UFRN


Aulas / Encontro
Conteúdos sistematizados
(60 minutos cada Grupo)
 Bom Dia!
 Aquecimento corporal / vocal
9ª Aula  Som – Silêncio – Ruído
 Repertório
 Desaquecimento
 Bom Dia!
 Aquecimento corporal / vocal
10ª Aula  Som – Silêncio – Ruído
 Repertório
 Desaquecimento
 Bom Dia!
 Aquecimento corporal / vocal
11ª Aula  Memória sonora
 Repertório
 Desaquecimento
12ª Aula Ensaio geral: Grupos 1, 2, 3 e 4 – no Auditório da
EMUFRN
13ª Aula Ensaio geral: Grupos 1, 2, 3 e 4 – no Auditório da
EMUFRN
Recital Encerramento do semestre – Apresentação pública no
Auditório da EMUFRN
159

APÊNDICE F – PROGRAMA DO RECITAL DO CORAL INFANTIL DA UFRN –


JUNHO DE 2016
160
161
162
163

APÊNDICE G - QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN


ESCOLA DE MÚSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA

QUESTIONÁRIO

Para os alunos da Licenciatura atuantes no Projeto de Extensão Canto Coral Infantil da UFRN

Você está participando de uma Pesquisa de Mestrado realizada no Programa de Pós -


Graduação em Música (PPGMUS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Todos os dados serão utilizados apenas para fins acadêmicos.

Nome Completo: ____________________________________________________________


Idade: __________
Período do Curso: __________________________

1. Qual é a sua experiência em Canto Coral?

( ) Componente de grupo.
( ) Regente
( ) Auxiliar
( ) Apenas observador

2. Com suas palavras, tente descrever qual é a importância do Canto Coral?


164

3. Como você avalia sua formação musical de forma geral?

4. Que áreas específicas você identifica que a UFRN ainda apresenta lacunas para a formação
docente?

5. Sobre o Canto Coral:

a) Você acha que a formação para as atividades de Canto Coral realizadas pela UFRN são
suficientes para o desenvolvimento de um bom trabalho?

b) No que se refere ao Canto Coral Infantil ou InfantoJuvenil a Academia tem


colaborado ou contribuído para uma formação mínima?

c) Que lacunas podem ser observadas na formação acadêmica da UFRN (Licenciatura


em Música) que estão relacionadas ao Canto Coral em sua opinião:

( ) conhecimento sobre Canto Coral Infantil


( ) extensão vocal das faixas etárias
( ) escolha de repertório
( ) noções de Regência Coral
( ) desenvolvimento de atividades de Educação Musical
( ) vocalizes
( ) aquecimento corporal e vocal
( ) relaxamento
( ) desaquecimento
( ) jogos e brincadeiras cantadas
( ) características psicológicas das faixas etárias
( ) como interagir e lidar com crianças
165

d) Que sugestões você pode dar para que a formação do regente possa ser mais completa?

6. Sobre o Grupo de Estudos e Pesquisa:

a) Você consegue compreender a importância deste Grupo de Pesquisa?

b) Que contribuições têm sido acrescentadas para sua vida acadêmica?

c) Que aspectos podem destacar como significativos sobre os textos, planejamentos e


dinâmicas apresentadas até agora?

d) Se por acaso, você fosse convidado para assumir um Coral Infantil, se sentiria seguro
(a)? Justifique sua resposta.

e) Em sua opinião, que características devem ter um regente de Coral Infantil?

f) Faça um breve comentário sobre os ensaios do Coral Infantil da UFRN.


166

ANEXO A – MÚSICA: AS FRUTAS

Par
Fonte: Lima (2002)47.

47
Documento não paginado.
167

ANEXO B – MÚSICA: ESPANTALHO

Fonte: Chan (1997, p. 6).

Você também pode gostar