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Centro Cultural A Cultura A Promocao Da Arquitetura 31715112 PDF
Centro Cultural A Cultura A Promocao Da Arquitetura 31715112 PDF
1 – RESUMO
Este artigo tende a apresentar o conceito, a origem, disseminação dos centros culturais e as
atividades exercidas neste espaço, promovendo a união entre a comunidade e os acontecimentos
locais, proporcionando cultura para os diferentes grupos sociais. O objetivo de realizar uma
pesquisa sobre Espaços Culturais está no interesse de compreender a proliferação destes no
mundo, procurando entender seu papel nas políticas públicas bem como sua produção
arquitetônica. Os centros de cultura são espaços onde os mundos da cultura e das artes se
misturam. Porém, no mundo contemporâneo extremamente competitivo, a cultura vem sendo
abordada como um entretenimento por empresários, políticos, agentes culturais, ou seja, vista
como uma mercadoria espetacularizada na imagem da cidade tendo se tornado um “bom
negócio”, iniciando uma nova maneira de “fazer cidade”. O surgimento do Centro Cultural vai,
além disso, provocando modificações nos ambientes construídos, podendo recuperar, revitalizar e
dar uma nova funcionalidade para os espaços considerados degradados. Este enorme interesse
despertado nos centros culturais, transformando-os em edifícios monumentais e emblemáticos,
possuindo a sua importância no contexto global, sua localização em cidades-marca, cujo projeto
arquitetônico é concebido por arquitetos de renome internacional, ou seja, “o objeto-marca na
cidade-marca”.
Palavras-chave: centro cultural; cultura; arquitetura; cidade-marca; cidade espetáculo;
espetacularização.
2 – INTRODUÇÃO
O objetivo desse artigo é apresentar o significado de centro cultural, suas características
formais e funcionais mais recentes e as razões de sua origem e proliferação no mundo. Abordando
itens relacionados ao conceito geral e funções atribuídas a um centro de cultura; a
promoção/divulgação da cultura na cidade.
Através deste, busca-se questionar o conceito, a origem e proliferação, e as atividades
exercidas em um espaço cultural. Os espaços culturais permitem a descoberta do conhecimento e o
acesso às atividades relativas à informação, discussão e criação. O centro de cultura é um espaço
que deve construir laços com a comunidade e os acontecimentos locais, funcionando como um
equipamento informacional, no qual proporciona cultura para os diferentes grupos sociais, buscando
promover a sua integração.
Um espaço cultural, além de exercer atividades culturais diversificadas, deve possuir no
programa de necessidades atributos ambientais essenciais para o seu bom funcionamento e
qualidade de bem-estar do usuário. Esses atributos estão relacionados a democratização do espaço,
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
Centro Cultural: a Cultura à promoção da Arquitetura julho de 2013
acessos, integração do público, comunicação do interior com as atividades exercidas, dentre outros,
por meio de salas de aula, praça e áreas de convivência, iluminação adequada, etc.
Ao longo dos anos, as sociedades vêem sofrendo grandes transformações. Dentre essas
transformações aparecem preocupações, especialmente, dos poderes públicos, relacionadas às
imagens de promoção das cidades. Tendo isso como relação, a cidade constrói centros históricos e
culturais para que sua imagem seja uma “mercadoria a venda”, impulsionada pelas mídias.
Em um mundo extremamente competitivo, a cultura é abordada como uma mercadoria de
espetáculo, no qual utiliza a cidade contemporânea como instrumento de divulgação para além dos
seus limites locais. Esse tipo de divulgação realizada pelas políticas urbanas fixa as questões sociais
relacionados aos espaços renovados, requalificados e readequados, onde são consumidos eventos e
a cultura propriamente dita, dando início a uma nova maneira de “fazer cidade”. Assim, surge um
interesse despertado nos centros culturais, transformando-os em edifícios monumentais e
emblemáticos.
Contudo, esses espaços culturais emblemáticos possuem a sua importância no contexto
global, pois eles estão localizados em cidades-marca, sendo o projeto arquitetônico concebido por
arquitetos de renome internacional, ou seja, “o objeto-marca na cidade-marca”.
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Não existe um modelo para centro cultural, mas sim uma ampla base que permite diferenciá-
lo de qualquer outro edifício (um supermercado, um shopping, uma academia, etc) possibilitando a
discussão e a prática de criar novos produtos culturais. Porém, pode-se ressaltar que, qualquer hall
de banco ou shopping é chamado de centro cultural ou corredor cultural e, qualquer ante-sala é
considerada uma galeria. Mas, quem entra num centro cultural deve viver experiências
significativas e rever a si próprio e suas relações com os demais.
Existe a precisão de assegurar a relação entre centro de cultura e a realidade local, não
havendo a possibilidade de se fazer cultura distanciada e fora da realidade onde se encontram os
grupos sociais, deve-se, portanto, obter vínculos com a comunidade e os acontecimentos locais.
Entretanto, esses espaços precisam estar antenados com as necessidades e formulações culturais
características do mundo contemporâneo, com a importância da informação e do conhecimento,
atuando também como equipamento informacional.
A questão popular pode levar a concepção de um centro de cultura em locais menos
favorecidos, tais como favelas, áreas carentes, já a opção erudita pode condicionar a localização
desses núcleos nos centros da cidade, áreas nobres identificando-os com a “cultura superior”.
Porém, não deve ser um meio que permita a passividade, o comodismo da personalidade e das
emoções.
O centro cultural tem por objetivo reunir um público com características heterogêneas,
promovendo ação cultural, “um espaço que seja a simbiose, o amálgama torturado das relações
humanas, parece ser próprio à Cultura e desejável como proposta” (MILANESI, 2003, p. 172),
evidenciando seus requisitos mais gerais: informar, discutir e criar.
O verbo informar refere-se à ação mais praticada nos centros de cultura e elabora processos
e procedimentos que asseguram ao público o acesso à informação. Atribuída às bibliotecas por meio
de coleção de livros e centros multimídias, disseminando o acervo de informações, fundamentais
para o desenvolvimento da cidadania. Pois, é a partir da interação da informação e do conhecimento
da realidade que o cidadão torna-se mais hábil para discutir e criar.
O segundo verbo, discutir, preconiza que se ultrapasse a organização passiva das
informações e passe a atender a outra necessidade, relacionada à criação de oportunidades de
discussões, reflexões e críticas. O responsável por um espaço divulgador de informação deve criar
alternativas por intermédio de seminários, ciclos de debates, etc; proporcionando potencialização da
informação. Discutir é uma das principais atividades em um centro de cultura.
O verbo criar surge para dar “sentido aos dois outros verbos (informar e discutir). A criação
permanente é o objetivo de um centro de cultura. Ele deve ser o gerador contínuo de novos
discursos e propostas. Ao lado dos acervos e das salas de reuniões e auditórios deverão estar os
laboratórios de invenção, as oficinas de criatividade, espaços essenciais” (MILANESI, 2003, p.
180). Ou seja, a criação é um produto de interação entre a informação e a discussão, através do
conhecimento da realidade existente e da discussão de hipóteses para transformação, gerando novas
idéias e propostas.
Centro cultural não pode ser um espaço que funcione como uma distração, mas sim, ser
conceituado como um local onde há centralização de atividades diversificadas e que atuam de
maneiras interdependentes, simultâneas e multidisciplinares.
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Há indícios que a origem dos espaços culturais pode estar na Antiguidade Clássica, em um
complexo cultural como a Biblioteca de Alexandria ou “museion”. A Biblioteca era conposta por
palácios reais, onde abrigavam variados tipos de documentos com o objetivo de preservar o saber
existente na Grécia Antiga, abordando os campos da religião, mitologia, filosofia, medicina, dentre
outros. Funcionava como um local de estudo e de culto às divindades e armazenava estátuas, obras
de arte, instrumentos cirúrgicos e astronômicos; ela possuía também um anfiteatro, um
observatório, salas de trabalho, refeitório, jardim botânico e zoológico, o que a caracterizaria como
o mais nítido e antigo Centro de Cultura (RAMOS, 2007).
No século XIX foram criados os primeiros centros culturais ingleses, denominados como
centros de artes. Porém, somente no final da década de 1950, na França, surgiram as bases do que,
contemporaneamente, entende-se como ação cultural. Os espaços culturais foram lançados a partir
de uma opção de lazer para os operários franceses, com o objetivo de melhorar as relações entre as
pessoas no trabalho, criando áreas de convivências, quadras esportivas e centros sociais. Mais tarde,
em casas de cultura.
A França atraiu ainda mais os
olhares de todo o mundo após a
construção e divulgação do Centro
Cultural Georges Pompidou, que passou a
ser um incentivo para a explosão de
centros culturais no mundo. Através
dessa obra, a França impôs um novo
estilo e deu um salto qualitativo no que se
considera realmente um trabalho
cultural. Tendo sido a responsável pela
propagação de um novo conceito de
centro cultural, concretizado no George
Pompidou, atribuído à sua grandiosidade
física e à qualidade das ações ali
realizadas. Inspirando no mundo Centro Cultural Georges Pompidou, França
Foto: Renata Ribeiro Neves
inúmeros centros culturais, no qual o
identifica como “modelo” de centro de
cultura.
O Brasil veio a se interessar por
centro cultural a partir da década de
1960, mas só efetivou-se por volta dos
anos 80, com a criação do Centro
Cultural do Jabaquara e do Centro
Cultural São Paulo, ambos em São
Paulo.
O centro de cultura teve um
crescimento gigantesco nos últimos
anos, alimentado por investimentos pelas leis
de incentivo à cultura. Atualmente, o que
Centro Cultural Georges Pompidou, França
Foto: Renata Ribeiro Neves
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Já o verbo criar são necessários espaços como ateliês de produção de obras novas, restauração, ou
ainda de ensino para profissionais e aprendizes, mais conhecidas como oficinas de arte.
Uma instituição ao conceber um espaço cultural deve estabelecer quais os objetivos e
funções desse espaço. O arquiteto ao planejar um centro de cultura deve levar em consideração a
necessidade de espaços para o acesso ao conhecimento, para a convivência e discussão, e criação.
“A riqueza de um projeto está na integração desses elementos e na forma como esses espaços se
relacionam”, explica Milanesi (2003, p. 199).
Para proporcionar um bom funcionamento de um centro cultural deve exercer funções
necessárias como espaços de apoio, contendo dependências administrativas, almoxarifado, reservas
técnicas, sanitários, espaços que proporcione suporte para a realização dos objetivos principais.
Sendo acrescentadas aos espaços “complementares”, estendendo o programa de necessidades,
visando atender a demanda relacionada aos interesses econômicos, tais como: as cantinas,
restaurantes, lanchonetes, livrarias, lojinhas de artesanatos, dentre outros. Ao propor o programa de
necessidades de um centro cultural, o profissional deve ter consciência que enfrentará várias
diversidades programáticas existentes, decorrentes das necessidades culturais que são bastante
variadas no contexto social e saber ao certo o conceito de cultura.
A casa de Cultura, para a maioria, é um local que pode causar estranheza. [...] A recepção é
o local onde ocorre o primeiro contato do visitante com a instituição. Se o acolhimento for
positivo, o ambiente se torna mais generoso e envolente. A ação cultural é feita, essência,
pelas relações humanas a partir da porta de entrada. (MILANESI, 2003, p. 199)
Milanesi (2003) questiona ainda que, a justificativa oscila para a execução de uma
construção de um centro cultural, pois, de uma forma geral, ligam para a importância da Cultura, ou
seja, para alguns é de extrema relevância um espaço com atividades cultura, sendo estes sabendo o
seu valor, para outros é algo que de mau uso dos recursos públicos. No entanto, a edificação
abrigará atividades adequedas a essa idéia, fundamentada para fazer parte de uma coletividade e
possuindo uma vida, cujo prefil do centro constituirá da forma no qual foi concebido e suas ações
ratificarão esses objetivos ou, simplesmente haverá o rompimento com eles.
Os atributos ambientais decorrem do entendimento do conjunto das necessidades e
aspirações humanas relativas ao espaço arquitetônico, que orientam o arquiteto na definição de
soluções, melhorando a forma de condições de uso para o espaço.
As qualidades ambientais genéricas surgem a partir de decisões arquitetônicas tomadas pelos
autores de projetos determinados por situações provenientes de critérios técnicos e ambientais. Com
relação aos centros de cultura, os principais atributos são: possibilidade de vários acessos,
democratização dos espaços, integração das diversas atividades através de visuais livres, adequação
ambiental nas salas de exposições, integração do público.
O primeiro atributo está relacionado às existências de vários acessos, diminuindo a inibição
das pessoas, provocado pelo sentimento de invasão que pode acontecer se um espaço não lhe for
receptivo. A idéia de acessibilidade se estende, deparando-se com acessos em continuidade com os
espaços públicos, assim facilitando a ligação para qualquer parte da edificação. A democratização
dos espaços no centro de cultura advém da sua organização em volta de um espaço central – praça,
traduzido em um local de convívio “democrático e fluído”. O terceiro relaciona-se à integração
visual dos ambientes e suas respectivas atividades, um requisito ambiental muito rico e importante,
já que, provoca a participação no espaço programado.
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5 – Conclusão
No decorrer deste artigo, discutiu-se sobre o conceito de espaços culturais, sendo estes
espaços pensados somente para que a parte culta da população. Porém, não só a cultura, mas
também, o lugar onde ela é exercida deve pertencer à sociedade em um todo, proporcionando
acesso direto aos conhecimentos divulgados pelo centro cultural, girando em torno da informação,
criação e discussão.
No entanto, atualmente, os administradores políticos buscam construir, cada vez mais, a
imagem urbana da cidade por meio de requalificação, renovação e readaptação de áreas degradadas
transformando a cultura em consumo.
As cidades tornam-se “cidades-modelo”, cultivando uma marca urbana e lançando
“tendências” de centros culturais, unindo-se à venda da imagem da cidade no mercado global,
através da mídia, no qual se contempla a espetacularização da cultura. Com isso, na cidade-
espetáculo a cultura é considerada uma mercadoria, gerando um grande número de equipamentos
públicos. As obras são concebidas com o intuito de se transformarem em monumentos
emblemáticos, caracterizando as cidades como vitrines direcionadas à publicidade.
Já no Brasil, os centros culturais nos últimos anos ter ocorrido um “boom”, até mesmo para
promover as cidades, eles são encontrados em locais acessíveis, para que a população possa
ingressar facilmente e, assim poder participar das atividades proporcionadas, pois estes espaços não
estão apenas direcionados para o conhecimento e informação sobre a cultura, mas também para
oferecer lazer e integração entre a população de diferentes níveis de classes sociais.
A grande maioria dos centros culturais estão localizados nos centros urbanos, em locais
estratégicos que visam o crescimento da cidade, proporcionando melhorias para os bairros que o
circundam. Promovendo a renovação de lugares ditos degradados, integrando culturalmente com as
comunidades. Os novos edifícios buscam a sua implantação em locais de fácil acesso, tendo como
observação os fatores históricos e as características do entorno.
A topografia, a localização do terreno, exerce uma forte influência na concepção do partido
arquitetônico, o qual proporciona destaque para as melhores fachadas, implantação de ambientes no
subsolo ou com vistas panorâmicas para o exterior. Com essa influência, os centros culturais
possuem um equilíbrio formal, tanto na horizontalidade quanto na verticalidade, gera um diálogo
com o entorno.
As atividades programáticas exercidas nos espaços culturais resultam em uma composição
de ambientes como: bibliotecas, salas de Internet, teatro, salas de exposição, entre outros (verbo
informar); espaços de convivência e eventos, lanchonetes, salas de reunião, salas de jogos, etc,
(verbo discutir); salas de múltiplo uso, ateliês, oficinas de arte, etc, (verbo criar); podendo contar
também com ambulatórios, consultórios de odontologia, além de quadras de esportes e piscinas.
Para atrair mais freqüentadores, o centro cultural deve se adaptar à tecnologia virtual, com salas de
Internet, cibercáfe, ambientes interativos, galerias multimídias e temáticas.
Para evitar a criação de barreiras que limitam a procura pelo centro cultural, foram propostos
acessos que facilitam a integração do exterior com o interior. Dentro da edificação, a comunicação
entre os ambientes é realizada por meio de circulações horizontais e verticais (corredores de acesso,
escadas, rampas e elevadores).
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em 2007.
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