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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
Edição de imagens e capa: José Timóteo Júnior, Sávio Augusto Lopes da Silva
Júnior.
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
Sumário
Controle Biológico de Pragas Agrícolas
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
Controle Biológico de
Pragas Agrícolas
Angelo Pallini - DBA/Entomologia
Felipe Lemos – DBA/Entomologia
João Alfredo Marinho Ferreira – DBA/Entomologia
1 Conceito
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
2 Estratégias De Controle
Biológico
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
Tabela 1. Exemplos de inimigos naturais introduzidos no Brasil visando o controle biológico clássico de insetos
e ácaros pragas.
Inimigo Natural Praga Alvo
Conchonilha-branca-do-pessegueiro
Prospaltella berlesi (Hymenoptera: Aphelinidae) Pseudaulacaspis pentagona (Hemiptera:
Diaspididae)
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
Tabela 2. Exemplos de inimigos naturais utilizados e comercializados no Brasil e suas respectivas pragas alvo.
Inimigo Natural Praga alvo
Predadores
Lagartas (Lepidoptera) desfolhadoras de
Podisus spp. (Hemiptera: Pentatomidae)
eucalipto
Parasitóides
Parasitóides de larvas
Cotesia flavipes (Hymenoptera: Braconidae) Broca da cana-de-açúcar D. saccharalis
Parasitóides de ovos
Trichogramma pretiosum (Hymenoptera: Traça do tomateiro T. absoluta e outros
Trichogrammatidae) Lepidoptera
Broca da cana-de-açúcar D. Saccharalis e
Trichogramma galloi (Hymenoptera: Trichogrammatidae)
outros Lepidoptera
Percevejos da soja (Hemiptera:
Trissolcus basalis (Hymenoptera: Scelionidae)
Pentatomidae)
Entomopatógenos
Vírus entomopatogênicos
Lagarta da soja Anticarsia gemmatalis
Baculovirus anticarsia
(Lepidoptera: Noctuidae)
Lagarta do cartucho do milho Spodoptera
Baculovirus spodoptera
frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae)
Bactérias entomopatogênicas
Bacillus thuringiensis var. kurstaki Lagartas (Lepidoptera)
Fungos entomopatogênicos
Ácaro rajado Tetranychus urticae (Acari:
Beauveria bassiana Tetranychidae), broca do café, moleque da
bananeira
Metarhizium anisopliae Cigarrinhas da cana e de pastagem e cupins
Percevejo de renda da seringueira
Sporothrix insectorum
Leptopharsa heveae (Hemiptera: Tingidae)
Ácaros predadores
Phytoseiulus macropilis Ácaro rajado Tetranychus urticae
Neoseiulus californicus Ácaro rajado Tetranychus urticae
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
3 Principais Grupos De
Inimigos Naturais
3.1 - Competidores
3.2 - Predadores
• Aranhas
• 4 pares de pernas
• Cefalotórax (tórax e cabeças
fundidos) e abdome bem distintos
• Ácaros predadores:
4 pares de pernas
Cefalotórax e abdome fundidos
Tamanho varia de 0,25 – 0,5 mm
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• Coleoptera:
a) Staphylinidae (Potós):
→ Características:
√ Três ou mais seguimentos
do abdome descobertos pelos
élitros.
√ Vivem sobre e no interior
dos solos.
√ São mais abundantes em
solos ricos em matéria orgânica.
→ Características:
√ Dois seguimentos do abdome
descobertos pelos élitros.
e) Coccinelidae (Joaninhas):
→ Características:
√ Geralmente o corpo é oval.
√ Antenas curtas (setáceas).
√ Geralmente possuem de cores vivas.
√ As espécies de corpo alongado
geralmente possuem o pronoto achatado
dorsoventralmente.
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√ Dermaptera (Tesourinhas):
Características:
→
√ Primeiro par de asas não
recobrindo todo abdome.
√ Cercos em forma de pinças no
final do abdome.
√ Neuroptera:
→ Características:
√ Asas membranosas e quando em
repouso inclinadas.
√ Antenas longas e filiformes.
√ As larvas possuem mandíbulas longas
e às vezes são recobertas por exúvias.
→ Características:
√ Inserção das asas distante do
pronoto.
√ Ninhos de celulose.
√ Abdome globoso.
√ Inserção das asas distante da
cabeça.
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√ Hemiptera:
a) Não Pentatomidae
(Percevejos predadores):
→ Características:
√ Corpo alongado.
√ Aparelho bucal curto e
curvo.
√ Diptera:
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3.3 - Entomopatógenos
√ Nematóides
Exemplo
Das diversas espécies de nematóides pesquisadas podemos destacar os
da família Mermithidae e Rhabditidae, parasitando a cigarrinha da cana
e das pastagens. O ensaio foi realizado com a obtenção dos nematóides
em criação de laboratório, tendo como alimento básico a farinha de carne.
O processo permitiu a utilização dos nematóides em duas semanas. As
condições ideais para o desenvolvimento dos nematóides são umidade
relativa acima de 80 % e temperatura entre 21 e 24° C.
√ Bactérias
Exemplo
O Bacillus comercializado no Brasil é o B. thuringiensis Berliner, produzido
por empresas, contendo normalmente 25 a 30 bilhões de esporos viáveis,
por grama do produto. Usa-se de 300 a 1000 gramas do produto comercial
por hectare, sendo recomendado especificamente para lagartas, atuando
por ingestão. Quando a bactéria é ingerida, em presença de meio alcalino,
ocorre a formação de cristais tóxicos que atuam sobre o inseto.
Recentemente outra raça deste bacilo foi desenvolvida, com ação sobre
larvas de pernilongo. Esta raça recebeu o nome de B. thuringiensis var.
israelensis, Serotipo 14. Os testes já realizados com este produto mostraram
boas perspectivas para o controle, tanto de larvas de Aedes como Culex,
quando aplicados no lago, em águas paradas. Toxinas produzidas por esse
Bacillus também já existem no comércio constituindo-se numa nova forma
de aplicação deste produto. Diversas empresas a nível mundial já estão
comercializando alguns novos bacilos como o: B. brevis, B. cereus, B.
firmus, B. pumilus, B. subtilis, etc.
√ Fungos
Exemplo
Têm sido constatadas, no campo, inúmeras pragas parasitadas por fungos
como Beauveria sp., predominantemente em pragas de solo; Cladosporium
sp., sobre pulgões e moscas; Myriangium sp. e Nectria sp., sobre
cochonilhas; Entomophthora sp., sobre traça das crucíferas e pulgões e
Metarhizium anisopliae, sobre cigarrinhas dos canaviais e das pastagens.
Este último vem sendo industrializado por diversas empresas nacionais e
tem-se constituído num dos principais meios de controle das cigarrinhas
das pastagens, porque ele não apresenta problema de ordem toxicológica,
embora a sua eficiência ainda não seja considerada satisfatória.
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
√ Vírus
Exemplo
Como exemplos, temos o VIROSOFT CP4, empregado para o controle da
Cydia pomonella, no Canadá, o GRANUPOM para a mesma praga e o
VIROSOFT BA4, no combate a lagarta que ataca Canola. No Brasil já foram
testadas algumas viroses específicas para Heliothis virescens e Anticarsia
gemmatalis, com resultados animadores.
3.4 - Parasitóides
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áreas;
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
5 Legislação
1) Requerimento de registro
O requerimento de registro se encontra em anexo (Anexo II) no decreto
nº 4.074 de 2002. Para efeito de registro de Agentes Biológicos de Controle,
é exigido o preenchimento de dos itens de 1 a 11 e mais o item 14 do
mesmo formulário, em duas vias. Posteriormente deverá ser entregue a
cada um dos ministérios (Agricultura, Saúde e Meio Ambiente) as duas vias
devidamente preenchidas do mesmo formulário. Documentos pertinentes
deverão ser anexados ao formulário conforme a exigência dos itens.
Os itens 1 a 4 são referentes ao requerente do registro do agente. O
item 5 diz respeito a finalidade do registro do agente. O item 6 refere-se
a classe de uso, e no caso de registro de agente de controle biológico,
deve ser marcada a opção OUTRO, assim como no item 7 que questiona
o modo de ação. O item 8 faz menção a composição química do produto
a ser registrado, portanto deve ser deixado em branco, quando se trata
do registro de um Agente de Controle Biológico. Os itens 9 e 10 estão
relacionados com a comercialização do agente, questionando sobre o
nome comercial e ao tipo de embalagem. O item 11 lista documentos que
devem ser anexados ao requerimento de registro do Agente Biológico de
Controle. É exigido:
• Relatório Técnico;
• Comprovante de que a empresa requerente está devidamente
registrada nessa modalidade em órgão competente do Estado, do Distrito
Federal ou do Município;
• Documento comprobatório da condição de representante legal da
empresa requerente;
• Certificado de análise física do produto;
• Quando existentes, informações sobre a situação do produto, registro,
usos autorizados, restrições e seus motivos, relativamente ao País de
origem;
• Informações sobre a existência de restrições ou proibições a produtos
à base do mesmo ingrediente ativo e seus motivos, em outros países;
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
preenchidos
2) Os dados e estudos constantes dos anexos I e II da presente
Instrução Normativa
Além da documentação que é comum aos três ministério, o requerente
deverá entregar ainda à ANVISA os seguintes domucentos:
3) Item 19 do Anexo II, do Decreto nº 4.074 de 2002
4) Comprovante de recolhimento da taxa de fiscalização da vigilância
sanitária (TFVS), conforme regulamentação da ANVISA
5) Anexo III da presente Instrução Normativa
Já ao IBAMA o requerente deverá entregar a seguinte documentação:
6) Item 20 do Anexo II, do decreto nº 4.074 de 2002
7) Comprovante de pagamento do Documento de Recolhimento de
Receitas (DR) realizado em qualquer agência da rede bancária autorizada,
segundo códigos da receita e valores definidos pela tabela de preços do
IBAMA
8) Anexos III e IV da presente instrução normativa
1) Requerimento de registro
O requerimento de registro se encontra em anexo (Anexo II) no decreto
nº 4.074 de 2002. Para efeito de registro de Agentes Microbiológicos de
Controle, é exigido o preenchimento de dos itens de 1 a 11 e mais o item 14
do mesmo formulário, em duas vias. Posteriormente deverá ser entregue a
cada um dos ministérios (Agricultura, Saúde e Meio Ambiente) as duas vias
devidamente preenchidas do mesmo formulário. Documentos pertinentes
deverão ser anexados ao formulário conforme a exigência dos itens.
Os itens 1 a 4 são referentes ao requente do registro do agente. O
item 5 diz respeito a finalidade do registro do agente. O item 6 refere-se a
classe de uso, e no caso de registro de agente de controle biológico, deve
ser marcada a opção OUTRO, assim com no item 7 que questiona o modo
de ação. O item 8 faz menção a composição química do produto a ser
registrado, portanto deve ser deixado em branco, quando se trata do registro
de um Agente Microbiológico. Os itens 9 e 10 estão relacionados com a
comercialização do agente, questionando sobre o nome comercial e ao tipo
de embalagem. O item 11 lista documentos que devem ser anexados ao
requerimento de registro do Agente Microbiológico de Controle. É exigido:
• Relatório Técnico;
• Comprovante de que a empresa requerente está devidamente
registrada nessa modalidade em órgão competente do Estado, do Distrito
Federal ou do Município;
• Documento comprobatório da condição de representante legal da
empresa requerente;
• Certificado de análise física do produto;
• Quando existentes, informações sobre a situação do produto, registro,
usos autorizados, restrições e seus motivos, relativamente ao País de
origem;
• Informações sobre a existência de restrições ou proibições a produtos
à base do mesmo ingrediente ativo e seus motivos, em outros países;
toxicológico ou ambiental;
○ Identificação de isômeros e suas proporções;
○ Descrição dos efeitos observados relacionados às impurezas
relevantes (por exemplo, efeitos toxicológicos ou efeitos sobre a estabilidade
do ingrediente ativo);
○ Descrição da metodologia analítica para determinação qualitativa
e quantitativa do ingrediente ativo, das impurezas em concentrações
superiores ou iguais a 0,1% e das impurezas toxicológica ou ambientalmente
relevantes em concentrações inferiores a 0,1%
○ Descrição da metodologia analítica dos principais produtos
de degradação do ingrediente ativo, para fins de monitoramento e
fiscalização.
○ Descrição do processo de produção do produto técnico, contemplando
suas etapas de síntese, seus subprodutos e impurezas, fornecida pelo
fabricante, contendo:
○ fluxograma das reações químicas e rendimento de cada etapa do
processo;
○ identidade dos reagentes, solventes e catalisadores, com seus
respectivos graus de pureza;
○ descrição geral das condições que são controladas durante o processo
(por exemplo: temperatura, pressão, pH, umidade);
○ descrição das etapas de purificação (incluindo as usadas para
recuperar ou reciclar materiais de partida, intermediários ou substâncias
geradas);
○ discussão sobre a formação teórica de todas as possíveis impurezas
geradas no processo de produção.
• Relatório de estudos de propriedades físico-químicas.
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
6 Principais Programas De
Controle Biológico No Brasil
Exemplo
Um dos maiores programas de controle biológico aplicado do Brasil
é da broca-da-cana, Diatraea saccharalis (Lepdoptera: Crambidae),
que é realizado com a liberação massais de duas espécies diferentes
de parasitóides. As espécies utilizadas são o parasitóide de ovos
Trichogramma galloi Zucchi (Hymenoptera: Trichogrammatidae) (Figura
4a) e o parasitóide da lagarta Cotesia flavipes Cameron (Hymenoptera:
Braconidae) (Figura 4b).
Exemplo
Outro programa de controle biológico que teve sucesso no Brasil,
utilizando parasitóides foi com a cochonilha-da-mandioca Phenacoccus
herreni Cox & Williams (Sternorrhyncha: Pseudococcidae). Esse é um
exemplo de controle biológico clássico, que consistiu da importação
de três espécies de parasitóides, das quais duas se estabeleceram
com sucesso: Acerophagus coccois Smith e Apoanagyrus diversicornis
(Howard) (Hymenoptera: Encyrtidae).
Exemplo
Na cultura do trigo, também foi realizado um programa de controle
biológico clássico pela Embrapa Trigo, que teve início na década de
70, para o controle do pulgão-da-folha Metopolophium dirhodum e do
pulgão-da-espiga Sitobion avenae (Homoptera: Aphididae) na cultura
do trigo. Para isso, foram introduzidas no sul do país duas espécies
de parasitóides, Aphidius uzbeckistanicus (Luzhetski) (Hymenoptera,
Aphidiidae) e Praon volucre (Haliday) (Hymenoptera: Braconidae).
Exemplo
Os parasitóides do gênero Trichogramma são os mais importantes como
agentes de controle biológico de pragas agrícolas e florestais. Atualmente
são liberados parasitóides do gênero Trichogramma em mais de 50
países somando mais 32 milhões de hectares cultivados por ano. Das
14 espécies descritas no mundo, 14 se encontram no Brasil, sendo as
mais importantes delas Trichogramma galloi, Trichogramma pretiosum,
Trichogramma rojasi e Trichogramma atopovirilia. Dessas, Trichogramma
pretiosum ganha destaque devido à ampla gama de hospedeiros a qual
está associado. Por exemplo, na cultura do tomateiro, T. pretiosum é
utilizado em liberações inundativas para o controle de duas importantes
pragas, a traça-do-tomateiro Tuta absoluta e da broca-pequena
Neoleucinodes elegantalis. Essas liberações devem ser realizadas
quando aparecerem na lavoura de tomate os primeiro adultos ou ovos da
traça-do-tomateiro.
Exemplo
Na cultura da soja, o parasitóide T. pretiosum também pode ser utilizado
para o controle da lagarta da soja Anticarsia gematalis, que é uma
das principais pragas dessa cultura. A eficiência de controle utilizando
liberações inundativas desse parasitóide pode chegar a 64%.
Exemplo
Na cultura do algodoeiro a principal praga desfolhadora, o curuquerê
Alabama argillacea (Huebner) (Lepidoptera: Noctuidae) e a lagarta-das-
maçãs, Heliothis virescens (Fabricius) (Lepidoptera: Noctuidae), pode ser
combatida com liberações massais de T. pretiosum.
Exemplo
Pragas florestais também podem ser combatidas com a utilização de
parasitóides. Por exemplo, uma das formas de controle da vespa-da-
madeira Sirex noctilio, importante praga de Pinus no sul do Brasil é a
utilização de parasitóides que foram introduzidas no país com essa
finalidade. A espécie Ibalia leucospoides parasita ovos e larvas de 1º e 2º
instar da vespa da madeira.
Exemplo
A mosca-das-frutas é uma importante praga de frutas no Brasil e no
mundo. No Brasil, as mais problemáticas são as espécies do gênero
Anastrepha e a espécies Ceratitis capitata. Para a mosca-das-frutas, uma
eficiente forma de realização de controle biológico é com a utilização
de parasitóides das famílias Braconidae e Figitidae. Dentro da família
Braconidae, o parasitóide Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera:
Braconidae) é o que se mostra mais eficiente.
Exemplo
Ainda na fruticultura, mas agora no controle biológico do minador-do-
citros Phyllocnistis citrella (Lepidoptera: Gracillariidae) a utilização do
parasitóide Ageniaspis citricola logvinoskaya (Hymenoptera: Encyrtidae)
representa um grande caso de sucesso.
Exemplo
Os cultivos de ambiente protegido, como olerícolas e flores, são alguns
exemplos de situações favoráveis para a utilização de parasitóides
no controle de pragas. Por exemplo, para o controle de pulgões em
crisântemos, a utilização de dois parasitóides, Aphidius colemani Viereck
(Hymenoptera: Aphidiidade) e Lysiphlebus testaceipes (Cresson)
(Hymenoptera: Aphidiidae) tem se mostrado muito eficiente.
Exemplo
Para o controle de ovos de M. tanajoa, o principal é exercido por
parasitóides de ovos, principalmente os parasitóides do gênero
Trichogramma. Para o controle de lagartas, os parasitóides dos gêneros
Belvosia e Oxysacodexia são os mais indicados. Contudo, também é
viável a pulverização com Bacillus thuringiensis no início do ataque e
em lagartas pequenas. O uso de vírus de granulose de Erinnyis ello,
multiplicado a partir de lagartas alimentadas com folhas de mandioca,
também é indicado, sendo este produzido e distribuído pela Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (EMPASC/Itajaí) e pelo Instituto
Agronômico do Paraná (IAPAR).
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
A B
Figura 4 - O parasitóide Trichogramma galloi parasitando ovos de Diatraea
saccharalis (A) e uma fêmea do parasitóide Cotesia flavipes parasitando uma
lagarta de broca-da-cana (B).
Exemplo
Dentre as varias espécies de percevejos dessa família encontrados no
Brasil, Brontocoris tabidus (Signoret) (Heteroptera: Pentatomidae) (Figura
6A), Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) (Figura 6B)
e Supputius cincticeps (Stal) (Heteroptera: Pentatomidae) (Figura 6C) são
as espécies mais liberadas em programas de controle biológico aplicado
para a principal praga desfolhadora do eucalipto, Thyrinteina arnobia Stoll
(Lepidoptera: Geometridae) (Zanuncio et al., 1994).
Exemplo
Outras culturas, como as em ambiente protegido, por exemplo, faz-se
uso de insetos predadores para o controle de suas pragas. Em cultivos
de plantas ornamentais, que sofrem com o ataque de tripes Frankliniella
occidentalis (Pergande) (Thysanoptera: Thripidae), utiliza-se percevejos
do gênero Orius para o controle dessa praga.
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
Exemplo
Dentro da família Chrysopidae, a espécie mais estudada no Brasil é
Chrysoperla externa (Hagen) (Neuroptera: Chrysopidae) devido a sua
ocorrência endêmica em ecossistemas naturais e implantadas e a alta
taxa predatória de suas larvas, principalmente sobre pulgões e ácaros.
Chrysoperla externa é considerado um importante agente de controle
natural em programas de controle biológico conservativo.
Como a fase adulta dessa espécie não é predadora, grande parte dos
estudos com C. externa são voltados para testar a longevidade e taxa de
oviposição dos adultos em diferentes fontes de alimento. Esses trabalhos
objetivam selecionar a melhor espécie de planta que pode ser usada em
sistema de consorcio com a cultura principal de forma a prover alimento
para os adultos e contribuir para a permanência dos mesmos no ambiente.
Também é grande o volume de pesquisas para acessar os efeitos letais e
subletais de inseticidas convencionais e alternativos sobre a fauna desses
inimigos naturais.
Exemplo
Outras espécies que importância no Brasil são Chrysoperla carnea
(Stephens) e Ceraeochrysa cubana (Hagen) (Neuroptera: Chrysopidae).
Todos esses crisopídeos são conhecidos como “Bicho Lixeiro”.
Isso porque as fazes larvais costuma carregar sobre seu dorso suas
exúvias e os restos mortais de suas presas. Isso confere as larvas desse
predador um aspecto de um montículo de lixo, que também serve como
proteção desses insetos contra seus predadores.
Exemplo
Outro importante grupo de insetos predadores são as joaninhas. As
joaninhas são coleópteros da família Coccinellidae. As joaninhas são
importantes predadores de pulgões e ácaros. Tanto as fases adultas
quando os instares larvais são predadores, sendo que as larvas,
principalmente de ultimo instar, são muito mais vorazes dos que os
adultos.
Exemplo
Algumas espécies de coccinelídeos de importância como agentes de
controle biológico de pragas no Brasil são: Hippodamia convergens
Guérin-Meneville (Coleoptera: Coccinellidae), Cycloneda sanguinea
(Linnaeus) (Coleoptera: Coccinellidae) e Eriopis connexa (Germar)
(Coleoptera: Coccinellidae). Todas essas espécies são consideradas
endêmicas em praticamente todo o país.
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
Exemplo
Além dos percevejos, outro importante grupo de predadores de ovos de
A. argillacea é dos Neuropteras. Trabalhos realizados em laboratório
mostraram que larvas de terceiro instar de Mallada signata (Schneider)
(Neuroptera: Chrysopidae) e Micromus tasmaniae (Walker) (Neuroptera:
Hemerobiidae).
A B C
Figura 6 - Fêmeas adultas dos percevejos predadadores Brontocoris tabidus (A), Podisus nigrispinus (B) e
Supputius cincticeps (C)
Cortesia: PIRES, E.M; PINTO, R.; SOARES, M.A.; SANTOS, G.P.; ZANUNCIO, T.V. & ZANUNCIO, J.C. 2009.
Produção de Percevejos Predadores. Editora Suprema, 56p
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
Exemplo
Em cana-de-açúcar, na região de Alagoas, o fungo M. anisopliae tem
apresentado melhores resultados devido às condições climáticas do local
e também ao ambiente formado pelas próprias plantas que mantém a
umidade e o calor necessários ao seu desenvolvimento.
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
Exemplo
O fungo Metarhizium anisopliae é bastante utilizando para o controle de
cigarrinhas da cana-de-açúcar e das pastagens, Mahanarva fimbriolata
(Stål) e Mahanarva posticata (Stal) (Hemiptera: Cercopidae).
Exemplo
O fungo Beauveria bassiana também é utilizado para o controle da broca
Cosmopolites sordidus (Germar) (Coleoptera: Curculionidae), conhecida
como moleque-da-bananeira e da broca-do-cafeeiro Hypothenemus
hampei (Ferrari) (Coleoptera: Scolytidae).
Exemplo
Outro fungo utilizado no controle biológico de insetos é Sporothrix
insectorum, que é bastante utilizado em grandes áreas de produção
comercial da seringueira em São Paulo, Mato Grosso e Rondônia, para
controle do percevejo-de-renda da seringueira Leptopharsa heveae Drake
& Poor (Heteroptera: Tingidae).
Exemplo
Para o controle da lagarta-do-cartucho do milho Spodoptera frugiperda
(J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae), estudos de levantamentos a teste
de cepas de B. thuringiensis vem sendo realizados pela Embrapa Milho e
Sorgo.
Exemplo
O programa de controle biológico com o uso de vírus mais comum no
Brasil é o controle da lagarta da soja Anticarsia gemmatalis Hübner
(Lepidoptera: Noctuidae) com o uso do Baculovirus anticarsia.
ajuste pela mistura com caolin. A formulação resultante pode ser misturada
a água, em tanque de pulverização,para aplicação contra a lagarta da soja.
Essa quantidade de lagartas utilizadas é recomendada para um hectare de
aplicação. Após a aplicação do Baculovirus anticarsia no campo, o vírus
precisa de 10 dias para matar as lagartas, mas após 4 dias estas já param
de se alimentar.
Exemplo
O principal programa de controle biológico de pragas com nematóides
entomopatógenicos no Brasil foi desenvolvido pela Embrapa Florestas
e faz uso do nematóide Beddingia (Deladenus) siricidicola (Nematoda:
Neotylenchidae) para o controle da vespa-da-madeira.
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
Exemplo
No Brasil existe apenas um programa de controle biológico com o uso de
ácaros predadores, especificamente na cultura da macieira. Essa também
é atacada por outras pragas, mas com destaque para o ácaro vermelho
Panonychus ulmi (Koch) (Acari: Tetranychidae).
Exemplo
Atualmente, há um programa de controle biológico para P. ulmi baseado
em liberações de ácaros predadores. A principal espécie utilizada para
o controle dessa praga em macieiras é o ácaro fitoseídeo Neoseiulus
californicus (McGregor) (Acari: Phytoseiidae).
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas
7 Referências Bibliográficas
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e Doenças. 1. ed. Belo Horizonte: EPAMIG, v. 1. 360 p.
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