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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Universidade Federal de Viçosa

Luiz Cláudio Costa - Reitor

Nilda de Fátima Ferreira Soares - Vice-Reitora

CEAD - Coodenadoria de Educação Aberta e a Distância

Frederico Vieira Passos - Diretor

PALLINI, A.; LEMOS, F.; FERREIRA, J. A. M. Proteção de Plantas - Controle Biológico de


Pragas Agrícolas. Viçosa, 2010.

Layout: José Timóteo Júnior.

Edição de imagens e capa: José Timóteo Júnior, Sávio Augusto Lopes da Silva
Júnior.

Editoração Eletrônica: Hamilton Henrique Teixeira Reis; José Timóteo Júnior;


Marcelo dos Santos Teixeira; Rômulo Siqueira Santos.

Revisão Final: João Batista Mota.

CEAD - Prédio CEE, Avenida PH Rolfs s/n


Campus Universitário, 36570-000, Viçosa/MG
Telefone: (31) 3899 2858 | Fax: (31) 3899 3352

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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Sumário
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Capítulo 1 - Conceito ............................................................................................................. 4


Capítulo 2 - Estratégias De Controle Biológico ......................................................... 5
2.1 - Controle biológico clássico ............................................................................................... 5
2.2 - Controle biológico aplicado .............................................................................................. 6
2.3 - Controle biológico conservativo ....................................................................................... 8
Capítulo 3 - Principais Grupos De Inimigos Naturais ....................................................... 9
3.1 - Competidores .................................................................................................................... 9
3.2 - Predadores ..................................................................................................................... 9
3.3 - Entomopatógenos .......................................................................................................... 13
3.4 - Parasitóides ................................................................................................................. 14
3.5 - Princípios no uso de inimigos naturais ......................................................................... 16
Capítulo 4 - Produção Massal De Inimigos Naturais ....................................................... 18
Capítulo 5 - Legislação .......................................................................................................... 20
5.1 - Controle Biológico de Pragas ....................................................................................... 20
5.2 - Registro de Agentes Biológicos de Controle .............................................................. 20
5.3 - Registro de Agentes Microbiológicos de Controle ..................................................... 23
Capítulo 6 - Principais Programas De Controle Biológico No Brasil ................... 28
6.1 - Controle Biológico com Parasitóides .......................................................................... 28
6.2 - Controle Biológico com insetos predadores .............................................................. 32
6.3 - Controle Biológico com fungos .................................................................................. 36
6.4 - Controle Biológico com Bactérias .............................................................................. 38
6.5 - Controle Biológico com Vírus ...................................................................................... 39
6.6 - Controle Biológico com Nematóides ........................................................................... 40
6.7 - Controle Biológico com Ácaros Predadores ............................................................. 40
Capítulo 7 - Referências Bibliográficas ........................................................................... 42

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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Controle Biológico de
Pragas Agrícolas
Angelo Pallini - DBA/Entomologia
Felipe Lemos – DBA/Entomologia
João Alfredo Marinho Ferreira – DBA/Entomologia

1 Conceito

Controle biológico é um fenômeno natural de regulação do número de


plantas e/ou animais através do uso de um ou mais organismos vivos/ini-
migos naturais (predadores, parasitas, antagonistas ou patógenos), con-
siderados agentes de mortalidade biótica. É considerado um componente
fundamental do equilíbrio da natureza, baseado no mecanismo da densida-
de recíproca, ou seja, com o aumento da densidade populacional da presa
ou do hospedeiro, os predadores ou parasitos, tendo maior quantidade de
alimento disponível, também aumentam em número. Desta maneira, os ini-
migos naturais causam um declínio na população da praga. Em resumo, to-
das as espécies de plantas e/ou animais têm inimigos naturais que atacam
algum de seus estágios de vida.
Controle biológico pode ser definido de várias maneiras, mas a definição
mais comumente aceita é: “Controle biológico é a utilização de inimigos
natural para suprimir a população de uma espécie de organismo pra-
ga específico, tornando essa menos abundante e menos prejudicial
do que poderia ser”.
Dentre os vários agentes de controle biológico de artrópodes pragas,
podemos citar os insetos, vírus, fungos, bactérias, nematóides, protozoá-
rios, ácaros e aranhas.

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2 Estratégias De Controle
Biológico

Como é possível encontrar diferentes espécies de pragas com diferen-


tes atributos em diferentes ecossistemas, as estratégias de controle que
são mais apropriadas para essas diferentes circunstâncias também variam.
Como o interesse em controle biológico tem crescido, estratégias para a
utilização de agentes de controle biológico das mais variadas formas para
atender a mais variadas necessidades tem sido desenvolvidas. Essas es-
tratégias variam em diferentes fatores como a fonte e o tipo de inimigo
natural a ser utilizado, como os inimigos naturais são liberados ou manipu-
lados caso sejam residentes da área e se o controle deve ser imediato ou
a longo prazo. As estratégias de controle biológico podem ser agru-
padas em quatro diferentes categorias: controle biológico clássico,
controle biológico aplicado, que pode ser subdividido em inundati-
vo e inoculativo, e controle biológico conservativo. Abaixo trataremos
separadamente cada uma dessas estratégias.

2.1 - Controle biológico clássico

O controle biológico clássico pode ser definido como a introdução


intencional de um agente de controle biológico exótico para um esta-
belecimento permanente e controle da espécie praga a longo prazo.
Este método baseia-se na importação e na liberação de inimigos
naturais exóticos (geralmente predadores, parasitóides ou patógenos)
em um novo ambiente com o objetivo de que este se estabeleça e con-
trole a população de praga por um longo período sem necessidade
de intervenções posteriores. Esse método consiste, primeiramente,
na identificação dos inimigos naturais da praga alvo em uma região
do mundo onde normalmente essas espécies co-existam e as popula-
ções da espécie praga estejam em níveis baixos. Após, são avaliados
a especificidade do inimigo natural mais adequado e os métodos de
criação deste. Por último, os indivíduos da espécie selecionada pas-
sam por um período de quarentena para eliminar possíveis hiperpara-
sitas antes na liberação no local desejado.
Geralmente, as liberações dos inimigos naturais neste método de
controle são realizadas de com um número reduzido de insetos, de forma
inoculativa, por uma ou mais vezes na mesma área. Assim, esse controle
é visto como uma medida de controle em longo prazo, com a população
aumentando ao passar do tempo e somente em culturas semiperenes e
perenes.
No Brasil, vários inimigos naturais importados foram introduzidos
visando o controle de pragas exóticas, como mostra a Tabela 1.

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Tabela 1. Exemplos de inimigos naturais introduzidos no Brasil visando o controle biológico clássico de insetos
e ácaros pragas.
Inimigo Natural Praga Alvo

Conchonilha-branca-do-pessegueiro
Prospaltella berlesi (Hymenoptera: Aphelinidae) Pseudaulacaspis pentagona (Hemiptera:
Diaspididae)

Conchonilha das pastagens Antonina


Neodusmetia sangwani (Hymenoptera: Encyrtydae)
graminis (Hemiptera: Pseudococcidae)

Cotesia flavipes (Hymenoptera: Braconidae), Xanthopimpla Broca da cana-de-açúcar Diatraea


stemmator (Hymenoptera: Ichneumonidae) saccharalis (Lepidoptera: Crambidae)

Apanteles gelechiidivorus (Hymenoptera: Braconidae), Traça do tomateiro Tuta absoluta


Trichogramma pretiosum (Hymenoptera: Trichogrammatidae) (Lepidoptera: Gelechidae)

Aphelinus abdominalis, A. asychis, A. flavipes A. varipes


(Hymenoptera: Aphelinidae); Aphidius colemani, A. ervi,
A. picipes, A. rhopalosiphi, A. uzbekistanicus, Ephedrus
Pulgões em trigo
plagiator, Lysiphlebus testaceipes, Praon gallicum, P. volucre
(Hymenoptera: Aphidiidae); Coccinella septempunctata e
Hyppodamia quinquensignata (Coleoptera: Coccinellidae)

Phytoseiulus persimilis, Typhlodromus pyri, Typhlodromalus Ácaros praga em hortaliças, grandes


tenuiscutus, Amblyseius californicus (Acari: Phytoseiidae) culturas e fruteiras

Acarophenax lacunatus (Acari: Acarophenacidae) Pragas de produtos armazenados

Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera: Braconidae) Moscas das frutas

Cephalonomia stephanoderis (Hymenoptera: Bethylidae) Broca do café

Ovos da lagarta do cartucho Spodoptera


Trichogramma atopovirilia (Hymenoptera: Trichogrammatidae)
frugiperda

Podisus maculiventris (Hemiptera: Pentatomidae) Lepidoptera

Epidinocarsis diversicornis, Acerophagus coccois, Aenasius Cochonilha da mandioca Phenacoccus


vexans (Hymenoptera: Encyrtidae) herreni (Hemiptera: Pseudococcidae)

Vespa-da-madeira Sirex noctilio


Deladenus siricidicola (Nematoda: Neotylenchidae)
(Hymenoptera: Siricidae)

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2.2 - Controle biológico aplicado

Este método de controle biológico, também conhecido como controle


biológico aumentativo, é baseado na criação massal e liberação em cam-
po ou casa de vegetação de parasitóides ou predadores provenientes de
laboratório. Visa uma redução rápida da população de determinada praga
alvo para um nível abaixo dos níveis de controle e de dano. Ao contrário
do controle biológico clássico, este método tem uma ação rápida, com-
parada à de alguns inseticidas convencionais. Contudo, o inimigo natural
só deve ser liberado quando a população da praga for maior ou igual ao
nível de controle.
Existem três formas de liberação de inimigos naturais. A primeira, conhecida
como inoculativa, é indicada para sistemas abertos e aplicado a culturas
perenes, semiperenes e florestas. Já a liberação inoculativa estacional é feita
normalmente em casas de vegetação e somente no período de ocorrência da
praga. A liberação inundativa é mais indicada para áreas com variabilidade
temporal de culturas (culturas anuais).

No Brasil, vários inimigos naturais são utilizados e comercializados para o


uso em programas de controle biológico aplicado de pragas agrícolas. Alguns
exemplos destes inimigos naturais são citados na Tabela 2.

Tabela 2. Exemplos de inimigos naturais utilizados e comercializados no Brasil e suas respectivas pragas alvo.
Inimigo Natural Praga alvo
Predadores
Lagartas (Lepidoptera) desfolhadoras de
Podisus spp. (Hemiptera: Pentatomidae)
eucalipto
Parasitóides
Parasitóides de larvas
Cotesia flavipes (Hymenoptera: Braconidae) Broca da cana-de-açúcar D. saccharalis

Parasitóides de ovos
Trichogramma pretiosum (Hymenoptera: Traça do tomateiro T. absoluta e outros
Trichogrammatidae) Lepidoptera
Broca da cana-de-açúcar D. Saccharalis e
Trichogramma galloi (Hymenoptera: Trichogrammatidae)
outros Lepidoptera
Percevejos da soja (Hemiptera:
Trissolcus basalis (Hymenoptera: Scelionidae)
Pentatomidae)
Entomopatógenos
Vírus entomopatogênicos
Lagarta da soja Anticarsia gemmatalis
Baculovirus anticarsia
(Lepidoptera: Noctuidae)
Lagarta do cartucho do milho Spodoptera
Baculovirus spodoptera
frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae)
Bactérias entomopatogênicas
Bacillus thuringiensis var. kurstaki Lagartas (Lepidoptera)
Fungos entomopatogênicos
Ácaro rajado Tetranychus urticae (Acari:
Beauveria bassiana Tetranychidae), broca do café, moleque da
bananeira
Metarhizium anisopliae Cigarrinhas da cana e de pastagem e cupins
Percevejo de renda da seringueira
Sporothrix insectorum
Leptopharsa heveae (Hemiptera: Tingidae)
Ácaros predadores
Phytoseiulus macropilis Ácaro rajado Tetranychus urticae
Neoseiulus californicus Ácaro rajado Tetranychus urticae
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2.3 - Controle biológico conservativo

O controle biológico conservativo ou natural refere-se à adoção de


práticas para a manutenção da população de inimigos naturais que
ocorrem naturalmente. Para que esta população natural mantenha-se
no ambiente, parasitóides ou predadores são preservados e, algumas
vezes, aumentado por meio da manipulação do ambiente de forma
a favorecer os mesmos. Essa manipulação pode ser executada atra-
vés da aplicação de inseticida somente quando necessário, uso de
produtos seletivos e em época correta, aplicação de inseticidas em
reboleiras ou em ruas alternadas, redução de dosagens de produtos
químicos, uso de práticas culturais adequadas e preservação do habi-
tat ou fontes de alimentação para os inimigos naturais, diversificação
de espécies vegetais cultivadas e manutenção de bosques próximos
aos plantios.

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3 Principais Grupos De
Inimigos Naturais

3.1 - Competidores

São organismos de vida livre que competem com os insetos e áca-


ros praga por um fator de sobrevivência, tais como alimento, abrigo,
território ou local de nidificação. Eles também podem modificar as
condições ambientais tornando-as menos adequadas à reprodução,
sobrevivência, crescimento e desenvolvimento dos insetos e ácaros
praga. A seguir são mostradas características dos principais grupos de com-
petidores de importância como inimigos naturais de pragas agrícolas. O caso
mais típico de competidores no controle biológico é o uso do besouro comu-
mente conhecido como “rola bosta”. Este besouro habita as fezes dos bovi-
nos, mesmo local onde as moscas do chifre depositam seus ovos. Além de se
alimentarem das fezes, os besouros também destroem ovos e larvas destas
moscas, controlando a população da praga.

3.2 - Predadores

São organismos de vida livre, geralmente são maiores do que


suas presas. Alguns predadores possuem teias (ex.: aranhas) ou toxi-
nas (ex.: vespas, formigas e percevejos), conseguindo predar indiví-
duos maiores do que eles. O ato de predação tem por objetivo saciar
a fome do predador. Com isso, o predador consumirá diversas presas
durante seu ciclo de vida. Os predadores geralmente atacam e ma-
tam a presa rapidamente, generalistas e se alimentam de presas mais
abundantes no ambiente em que se encontram. Por isso, possuem
ampla capacidade de adaptarem às condições adversas sofrendo me-
nor impacto da ação dos inseticidas aplicados nos agroecossistemas
do que os parasitóides. Eles normalmente são mais importantes no
controle biológico natural do que em programas de controle biológico
aplicado.

• Aranhas
• 4 pares de pernas
• Cefalotórax (tórax e cabeças
fundidos) e abdome bem distintos

• Ácaros predadores:

 4 pares de pernas
 Cefalotórax e abdome fundidos
 Tamanho varia de 0,25 – 0,5 mm

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• Coleoptera:

a) Staphylinidae (Potós):
→ Características:
√ Três ou mais seguimentos
do abdome descobertos pelos
élitros.
√ Vivem sobre e no interior
dos solos.
√ São mais abundantes em
solos ricos em matéria orgânica.

b) Histeridae (Besouro predador):

→ Características:
√ Dois seguimentos do abdome
descobertos pelos élitros.

c) Carabidae (Besouro predador):


→ Características:
√ Cabeça mais fina que o pronoto.
√ Geralmente de cor negra brilhante.
√ Estrias ou pontuações nos élitros.
√ Geralmente maiores que 1 cm.
√ Vivem sobre os solos.
√ São mais abundantes em solos
√ ricos em matéria orgânica.

d) Anthicidae (Besouro predador):


√ Geralmente menores que 3 mm.
√ Cabeça de largura igual ou mais fina que
o pronoto.
√ Vivem na planta.

e) Coccinelidae (Joaninhas):
→ Características:
√ Geralmente o corpo é oval.
√ Antenas curtas (setáceas).
√ Geralmente possuem de cores vivas.
√ As espécies de corpo alongado
geralmente possuem o pronoto achatado
dorsoventralmente.

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√ Dermaptera (Tesourinhas):

­ Características:

√ Primeiro par de asas não
recobrindo todo abdome.
√ Cercos em forma de pinças no
final do abdome.

√ Neuroptera:

Chrysopidae (Bicho lixeiro):

→ Características:
√ Asas membranosas e quando em
repouso inclinadas.
√ Antenas longas e filiformes.
√ As larvas possuem mandíbulas longas
e às vezes são recobertas por exúvias.

√ Hymenoptera (Não predam insetos que produzem fezes


açucaradas):

a) Formicidae (Formiga predadora):


→ Características:
√ Coloração variável.
√ Reentrância não proeminente na
cabeça.

b) Vespidae (Vespa predadora):

→ Características:
√ Inserção das asas distante do
pronoto.
√ Ninhos de celulose.
√ Abdome globoso.
√ Inserção das asas distante da
cabeça.

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√ Hemiptera:

a) Não Pentatomidae
(Percevejos predadores):

→ Características:
√ Corpo alongado.
√ Aparelho bucal curto e
curvo.

b) Pentatomidae (Percevejos predador):


√ Corpo hexagonal.
√ Antenas com 5 segmentos.
√ 1o segmento do aparelho bucal não
fundido.

√ Diptera:

a) Asilidae (Moscas predadoras)


√ Características:
√ Patas raptatórias.
√ Abdome afilado na parte
terminal.

b) Syrphidae (Moscas predadoras)


√ Assemelham-se à abelhas ou
vespas.
√ Geralmente coloridas.

c) Dolichopodidae (Moscas predadoras)


√ Cores metálicas.
√ Manchas nas asas.

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3.3 - Entomopatógenos
√ Nematóides

Exemplo
Das diversas espécies de nematóides pesquisadas podemos destacar os
da família Mermithidae e Rhabditidae, parasitando a cigarrinha da cana
e das pastagens. O ensaio foi realizado com a obtenção dos nematóides
em criação de laboratório, tendo como alimento básico a farinha de carne.
O processo permitiu a utilização dos nematóides em duas semanas. As
condições ideais para o desenvolvimento dos nematóides são umidade
relativa acima de 80 % e temperatura entre 21 e 24° C.

O controle das pragas com estes organismos oferece as


seguintes vantagens: podem ser misturados com produtos
químicos ou com outros microrganismos; possuem boa Atenção
capacidade de disseminação e não afetam as plantas
cultivadas.

√ Bactérias

Exemplo
O Bacillus comercializado no Brasil é o B. thuringiensis Berliner, produzido
por empresas, contendo normalmente 25 a 30 bilhões de esporos viáveis,
por grama do produto. Usa-se de 300 a 1000 gramas do produto comercial
por hectare, sendo recomendado especificamente para lagartas, atuando
por ingestão. Quando a bactéria é ingerida, em presença de meio alcalino,
ocorre a formação de cristais tóxicos que atuam sobre o inseto.

Recentemente outra raça deste bacilo foi desenvolvida, com ação sobre
larvas de pernilongo. Esta raça recebeu o nome de B. thuringiensis var.
israelensis, Serotipo 14. Os testes já realizados com este produto mostraram
boas perspectivas para o controle, tanto de larvas de Aedes como Culex,
quando aplicados no lago, em águas paradas. Toxinas produzidas por esse
Bacillus também já existem no comércio constituindo-se numa nova forma
de aplicação deste produto. Diversas empresas a nível mundial já estão
comercializando alguns novos bacilos como o: B. brevis, B. cereus, B.
firmus, B. pumilus, B. subtilis, etc.

√ Fungos

Exemplo
Têm sido constatadas, no campo, inúmeras pragas parasitadas por fungos
como Beauveria sp., predominantemente em pragas de solo; Cladosporium
sp., sobre pulgões e moscas; Myriangium sp. e Nectria sp., sobre
cochonilhas; Entomophthora sp., sobre traça das crucíferas e pulgões e
Metarhizium anisopliae, sobre cigarrinhas dos canaviais e das pastagens.
Este último vem sendo industrializado por diversas empresas nacionais e
tem-se constituído num dos principais meios de controle das cigarrinhas
das pastagens, porque ele não apresenta problema de ordem toxicológica,
embora a sua eficiência ainda não seja considerada satisfatória.

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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Em cana-de-açúcar, na região de Alagoas, este fungo tem mostrado


melhores resultados, dado as condições climáticas do local e também
devido ao ambiente formado pelas próprias plantas, mantendo a umidade
e o calor necessários ao seu desenvolvimento. Para a multiplicação deste
fungo, emprega-se arroz cozido como meio de cultura. Os conídios obtidos,
após 220 dias de cultivo, são desumificados, triturados e misturados com
inertes, para aplicação no campo. Importante trabalho vem sendo realizado
pelo Departamento de Entomologia da ESALQ através do controle de
cupins de solo com o fungo Beauveria bassiana.

√ Vírus

São conhecidas mais de 300 viroses de insetos, divididas em: poliedroses


nucleares e citoplasmáticas; granuloses e vírus de partículas livres.

Exemplo
Como exemplos, temos o VIROSOFT CP4, empregado para o controle da
Cydia pomonella, no Canadá, o GRANUPOM para a mesma praga e o
VIROSOFT BA4, no combate a lagarta que ataca Canola. No Brasil já foram
testadas algumas viroses específicas para Heliothis virescens e Anticarsia
gemmatalis, com resultados animadores.

Entretanto, o maior problema reside na sua produção


industrial, pois necessita do organismo vivo e específico
para cada espécie, para se desenvolver. Dentre as vantagens
Atenção do controle biológico podemos dizer que não deixam
resíduos; sendo específicos, não acarretam desequilíbrios
biológicos desfavoráveis; custo relativamente mais baixo,
não afetando o ecossistema.

3.4 - Parasitóides

Os parasitóides são organismos que utilizam seus


hospedeiros para se desenvolverem. Diferenciam-se
Atenção dos parasitas comuns, pois sempre levam à morte seu
hospedeiro até o final do seu ciclo de vida.

No meio ambiente existe parasitóides de ovos, da fase jovem (ninfas


e larvas), de pupas e de adultos. Embora não tão freqüentes como os
parasitóides que ocorrem em uma única fase do ciclo de vida do hospedeiro,
existem também parasitóides em mais de uma fase.

Contudo, este grupo de inimigos naturais move-se


comparativamente menos que os predadores e precisam de
Atenção
mais tempo para matar seu hospedeiro.

Podem pertencer a diversas ordens da classe Insecta, entretanto


apenas nas ordens Diptera (moscas) e Hymenoptera (vespas) encontramos
espécies de importância como inimigos naturais de pragas agrícolas. Por
desenvolverem-se no interior do corpo do hospedeiro, possuem certo
grau de especificidade com este, apresentando dificuldades em condições
adversas. Por exemplo, é maior o impacto de inseticidas sobre os
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

parasitóides do que sobre os predadores.


A seguir são mostrados alguns ciclos de vida de alguns parasitóides,
como também são dadas as características dos principais grupos de
parasitóides de importância como inimigos naturais de pragas agrícolas
(Figuras 1, 2 e 3).

Figura 1 - Ciclo de vida de um parasitóide de ovos (Trichogramma sp.) de Lepidoptera

Figura 2 - Ciclo de vida de um Hymenoptera parasitóide de larvas de Lepidoptera

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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Figura 3 - Ciclo de vida de um Hymenoptera parasitóide de pulgão

3.5 - Princípios no uso de inimigos naturais


 Um criterioso estudo deve ser executado antes da decisão em
relação ao controle biológico;

 Evitar ao máximo o rompimento natural do controle biológico


pelo uso de inseticidas e práticas culturais danosas;

 O nível de controle deve ser sempre determinado, já que a eficiência


do controle biológico não é 100%. Assim, a aceitação de prejuízos que não
afetem a qualidade do produto é necessária;

 Crescente educação e conhecimento são essenciais para


manipulação intensiva de inimigos naturais;

 Evitar a morte de todas as pragas quando utilizar inseticida, já que os


inimigos naturais necessitam de hospedeiros ou presas para sobreviver;

 Manter a diversidade na cultura e em áreas sem cultura para refúgio,


alimento e outras necessidades dos inimigos naturais e hospedeiros ou
presas;

 Se o uso do inseticida é realmente necessário, este deve ser seletivo


ou que cause o mínimo efeito sobre os inimigos naturais;

 Conhecer a biologia do inimigo natural e da praga para empregar


técnicas culturais e outros métodos alternativos;

 Manter o equilíbrio em dia, já que é mais fácil tomar medidas de


conservação;

 As avaliações devem ser feitas para cada situação, já que cada


cultura e pragas apresentam diferenças e as condições variam entre
regiões;

 Manejo de populações de pragas em áreas não cultivadas deve ser


feito, já que o uso do controle biológico é importante e econômico nessas

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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

áreas;

 Não abandonar novas pesquisas e técnicas de manejo de inimigos


naturais; e,

O controle biológico não é uma resposta para todos os problemas com


pragas, mas a oportunidade existente para se fazer muito mais do que tem
sido feito com muitas pragas.

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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

4 Produção Massal De Inimigos


Naturais

Basicamente, existem três tipos de criações de insetos, todas aplicáveis


aos inimigos naturais. A primeira delas é conhecida como criação em
pequena escala, onde uma pessoa é suficiente para conduzir as atividades
de criação. Normalmente, essas criações visam o uso dos inimigos naturais
em pesquisas aplicadas. O segundo tipo de criação de insetos é a criação
comercial. Esta é muito comum em países da Europa e Estados Unidos.
Empresas produzem os inimigos naturais e os vendem aos interessados em
controle biológico de uma determinada praga. No Brasil, além do problema
de desconhecimento dessa modalidade, não existe uma legislação vigente
que controle o mercado e poderia fazer diminuir a credibilidade do controle
biológico. O terceiro tipo de criação é a massal. Esta envolve operações
semelhantes às de uma fabrica para servir de suporte a um programa de
controle biológico. Essas criações envolvem produções diárias de milhões
de insetos e assemelham-se a uma linha de produção de um produto.
À medida que se aumenta o numero de insetos produzidos, aumentam
os problemas relacionados a instalações, custos, microrganismos
contaminantes e controle de qualidade dos insetos produzidos sendo assim
necessário pensar em automatização.

Para que o controle biológico possa ser realmente


efetivado em áreas com problemas de ataques de pragas, é
Atenção de fundamental importância que se conheça a biologia dos
inimigos naturais para que eles possam ser manipulados
e multiplicados em laboratório, com objetivo posterior de
liberação dos inimigos naturais no campo.

Para dar início a uma criação massal de inimigos naturais, primeiramente


é necessária a coleta de populações de campo. Contudo, tais coletas
apresentam as desvantagens de não indicarem periodicidade de ocorrência
e apresentarem procedência, nutrição e idade desconhecidas, podendo
limitar determinados tipos de estudos.

Após a coleta dos insetos em campo, os inimigos naturais


podem ser criados de três maneiras: sobre o hospedeiro
Atenção natural, sobre hospedeiros alternativos ou de substituição
e em meios artificiais.

A criação do inimigo natural sobre hospedeiros naturais é a forma mais


utilizada no mundo, apesar da necessidade de se criarem dois insetos, o
hospedeiro e o inimigo natural. E para alguns casos, também é necessária
a manutenção de plantas hospedeiras fáceis de cultivo e manipulação.
Dependendo da região, há a necessidade de dispor de locais com controle
de temperatura, umidade relativa e fotoperíodo.
Existem alguns inimigos naturais que são mantidos e multiplicados em
hospedeiros alternativos ou de substituição. Normalmente são utilizados
hospedeiros de fácil obtenção e manipulação, onde os inimigos naturais
não precisam necessariamente atacar estes hospedeiros, mas estes são
suficientes para promover um bom desenvolvimento do inimigo natural.
O terceiro método de criação de inimigos naturais é sobre meios
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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

ou dietas artificiais. Esta seria a forma ideal de criação, pois reduziria o


custo de produção por eliminar varias etapas das formas anteriormente
citadas. Contudo, são poucos os casos de sucesso de dieta artificial para
parasitóides ou predadores. Essa falta de resultados positivos no uso de
dietas artificiais deve-se principalmente à falta de conhecimento entre as
interações hospedeiro-inimigo natural.
Assim, não existem regras para criação de insetos para controle
biológico de pragas, pois a diversidade e os hábitos são muito variáveis
entre as espécies. Entretanto, as exigências microclimáticas de temperatura,
umidade relativa do ar, luz e ventilação devem ser levadas em consideração
em qualquer criação. Além dessas condições abióticas, é fundamental
que se observem características bióticas das espécies utilizadas, tais
como comportamento de acasalamento, e oviposição e de alimentação de
adultos. E em certas regiões, também é importante observar os períodos
de diapausa dos insetos criados.
Em resumo, para realizar uma criação de insetos para uso em controle
biológico, é necessário ter início em estudos com uma criação de pesquisa,
em pequena escala. A partir da prática obtida neste tipo de criação, é
possível aumentar sua estrutura para produção de uma quantidade maior
de inimigos naturais.

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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

5 Legislação

5.1 - Controle Biológico de Pragas


Não existe no Brasil atualmente uma legislação específica dedicada
exclusivamente ao controle biológico de pragas. Há somente a Instrução
Normativa Conjunta Nº 2 de 23 de Janeiro de 2006 e a Instrução
Normativa Conjunta Nº 3 de 10 de março de 2006. A primeira estabelece
os procedimentos a serem adotados para efeito de registro de Agentes
Biológicos de Controle e a segunda estabelece os procedimentos para
registro de agentes microbiológicos, empregados no controle de uma
população ou de atividades biológicas de outro organismo vivo considerado
nocivo. Ambas as instruções normativas foram criadas para se estabelecer
normas mais específicas para o registro de agentes biológicos e
microbiológicos, tendo em vista o já disposto na lei nº 7.802 de 1989 e no
decreto nº 4.074 de 2002.

Entretanto, como previsto no decreto nº 4.074 de 2002,


define-se agrotóxicos e afins como produtos e agentes
de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados
ao uso nos setores de produção, no armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens,
na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de
Atenção outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e
industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora
ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres
vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e
produtos empregados como desfolhantes, dessecantes,
estimuladores e inibidores de crescimento. Dessa forma,
os agentes de controle biológico são atualmente tratados
como agrotóxicos pela legislação brasileira.

Tudo no que diz respeito a registro, rotulagem, controle de qualidade de


agrotóxicos, seus componentes e afins é competência dos Ministérios da
Agricultura Pecuária e Abastecimento, Ministério da Saúde e Ministério do
Meio Ambiente. Portanto a produção, manipulação, importação, exportação,
comercialização e utilização em território nacional de agrotóxicos, seus
componentes e afins só será permitido se previamente registrados no
órgão federal competente, ou seja, os ministérios da Agricultura Pecuária e
Abastecimento, Saúde e Meio Ambiente.

5.2 - Registro de Agentes Biológicos de Controle

Conforme o previsto no artigo 1º na instrução normativa


conjunta nº 2 de 2006, consideram-se Agentes Biológicos
de Controle os organismos vivos, de ocorrência natural ou
obtida por manipulação genética, introduzidos no ambiente
Atenção para o controle de uma população ou de atividades
biológicas de outro organismo vivo considerado nocivo.
Esses agentes podem abranger os Inimigos Naturais, que
conforme o previsto na mesma legislação pode ser definido
como: os organismos que naturalmente infectam, parasitam
20
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

ou predam uma praga específica, dentre eles os parasitóides,


predadores e nematóides entomopatogênicos.

É abrangida ainda a Técnica de Inseto Estéril, que consiste na


liberação de machos que foram esterilizados por radiação ionizante como
método de controle que pode ser usado na supressão ou erradicação de
pragas. Excluem-se desta regulamentação os agentes microbiológicos de
controle e os organismos cujo material genético tenha sido modificado por
qualquer técnica de engenharia genética.
Uma vez que o organismo que se deseje registrar para posterior
utilização em território nacional tenha atendido as especificações para se
encaixar como Agente Biológico de Controle, o requerente do registro deve
apresentar ao ministério da Agricultura, Ministério da Saúde e ao Ministério
do Meio Ambiente a seguinte documentação:
1) Duas vias do Requerimento de Registro previsto no Anexo II
do decreto nº 4.074 de 2002, com os itens de 1 a 11 e mais o item 14
preenchidos;
2) Dados conforme Anexo da instrução normativa conjunta nº 2 de
2006.
3) Certificado de Registro Especial Temporário (RET)
4) Recibo de recolhimento da Taxa de Fiscalização de Vigilância
Sanitária (TFVS) conforme regulamentação da ANVISA e comprovante de
pagamento do Documento de Recolhimento de Receitas (DR) realizado em
qualquer agência da rede bancária autorizada, segundo códigos da receita
e valores definidos pela tabela de preços do IBAMA.

1) Requerimento de registro
O requerimento de registro se encontra em anexo (Anexo II) no decreto
nº 4.074 de 2002. Para efeito de registro de Agentes Biológicos de Controle,
é exigido o preenchimento de dos itens de 1 a 11 e mais o item 14 do
mesmo formulário, em duas vias. Posteriormente deverá ser entregue a
cada um dos ministérios (Agricultura, Saúde e Meio Ambiente) as duas vias
devidamente preenchidas do mesmo formulário. Documentos pertinentes
deverão ser anexados ao formulário conforme a exigência dos itens.
Os itens 1 a 4 são referentes ao requerente do registro do agente. O
item 5 diz respeito a finalidade do registro do agente. O item 6 refere-se
a classe de uso, e no caso de registro de agente de controle biológico,
deve ser marcada a opção OUTRO, assim como no item 7 que questiona
o modo de ação. O item 8 faz menção a composição química do produto
a ser registrado, portanto deve ser deixado em branco, quando se trata
do registro de um Agente de Controle Biológico. Os itens 9 e 10 estão
relacionados com a comercialização do agente, questionando sobre o
nome comercial e ao tipo de embalagem. O item 11 lista documentos que
devem ser anexados ao requerimento de registro do Agente Biológico de
Controle. É exigido:
• Relatório Técnico;
• Comprovante de que a empresa requerente está devidamente
registrada nessa modalidade em órgão competente do Estado, do Distrito
Federal ou do Município;
• Documento comprobatório da condição de representante legal da
empresa requerente;
• Certificado de análise física do produto;
• Quando existentes, informações sobre a situação do produto, registro,
usos autorizados, restrições e seus motivos, relativamente ao País de
origem;
• Informações sobre a existência de restrições ou proibições a produtos
à base do mesmo ingrediente ativo e seus motivos, em outros países;
21
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Os documentos devem ser apresentados no original, em cópia


autenticada ou acompanhada do original para autenticação pelo órgão
público que a receber.
O item 14 também representa uma lista de documentos, que também
devem ser entregues em anexo, referentes a produtos a base de Agentes
Biológicos de Controle de pragas. Os documentos solicitados são:
• Nome e endereço completo do fornecedor do agente biológico;
• Classificação taxonômica completa do agente biológico e nome
comum;
• Indicação completa do local e referência da cultura depositada em
coleção;
• Declaração do registrante da composição qualitativa e quantitativa do
produto, indicando a concentração mínima do ingrediente ativo biológico
e os limites máximos e mínimos dos demais componentes e suas funções
específicas, acompanhada de laudo laboratorial de cada formulador;
• Informações sobre a possível presença de toxinas microbianas e
outros metabólitos, estirpes mutantes, substância alergênica etc.;
• Indicações de uso (culturas e alvos biológicos), modalidade de
emprego (pré-emergência, pós-emergência, etc.), dose recomendada,
concentração e modo de preparo da calda, modo e equipamentos de
aplicação, estratégia de uso (inoculativa, inundativa, etc.), época, número
e intervalo de aplicação;
• Informações sobre o modo de ação do produto sobre os organismos
alvo;
• Unidade impressa de rótulo e bula do produto, quando existente no
País de origem;
• Modelo de rótulo e bula, em se tratando de produto formulado;
• Descrição de testes ou procedimentos para identificação do agente
biológico (morfologia, bioquímica, sorologia, molecular);
• Informações sobre a ocorrência, distribuição geográfica, local de
isolamento, ciclo de vida do organismo e demais dados que caracterizem
o agente biológico;
• Informações sobre a relação filogenética do agente biológico com
patógenos de organismos não-alvo (humanos, plantas e animais);
• Informações sobre a estabilidade genética do agente biológico;
• Descrição do processo de produção do produto, fornecida pelo(s)
formulador(es);
• Intervalo de segurança e de reentrada quando pertinente.
• Especificação dos equipamentos de proteção individual apropriados
para a aplicação do produto, bem como medidas de proteção coletiva;
• Procedimentos para descontaminação de embalagens e equipamentos
de aplicação;
• Sistema de recolhimento e destinação final de embalagens e restos
de produtos;

2) Dados conforme Anexo da Instrução Normativa Conjunta nº 2 de


2006.
O anexo da Instrução Normativa Conjunta nº 2 de 2006 lista as
informações necessárias para a avaliação e registro de agentes biológicos
de controle. São eles:
• Caracterização biológica → consiste na identificação biológica
detalhada do organismo, distribuição geográfica; local de coleta ou criação
em laboratório, deposição de espécimes em uma coleção reconhecida.
• Efeitos na saúde humana e animal → Informações detalhadas sobre
possíveis riscos à saúde humana e animal quando da introdução do
organismo na área de controle (alergias, irritações, vetores de doenças)
• Destino e comportamento ambiental → Com esse item, deseja-
se obter Identificação de riscos potenciais ao meio ambiente tais como:
22
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

informações disponíveis sobre inimigos naturais do organismo alvo na área


de liberação, alcance e distribuição potencial do hospedeiro na área de
liberação, efeitos a organismos não-alvos, efeitos potenciais indiretos nos
organismos que dependem das espécies alvos e não-alvos, efeitos diretos
ou indiretos causados à espécies ameaçadas ou em extinção, possibilidade
dos organismos tornarem-se vetores de doenças causadas por vírus ou
microrganismos. Além disso, Informações conhecidas a respeito do alcance/
especificidade do hospedeiro, utilização prévia em programas de controle
biológico e efeitos no meio ambiente. Procedimentos a serem seguidos
caso contaminantes ou hiperparasitas forem detectados. Procedimentos
para a destruição do organismo, caso necessário.
• Controle de qualidade dos organismos produzidos em laboratório
→ Descrição do ambiente físico proposto para a criação dos organismos
(instalações). Detalhamento da dieta adotada para a manutenção das
colônias. Capacidade de postura, eclosão, peso de pupas/ formas juvenis
e porcentagem de deformação de pupas/juvenis e adultos em, pelo menos,
2 gerações sucessivas. Apresentação da ficha de controle de qualidade de
populações preenchida com todos os dados, utilizada pelo laboratório.
• Eficiência e Praticabilidade → Propósito de utilização e benefícios
potenciais na utilização do organismo.

3) Certificado de Registro Especial Temporário (RET)


Registro Especial Temporário (RET) é um ato privativo de órgão
federal competente, destinado a atribuir o direito de utilizar um agrotóxico,
componente ou afim para finalidades específicas em pesquisa e
experimentação, por tempo determinado, podendo conferir o direito de
importar ou produzir a quantidade necessária à pesquisa e experimentação.
Um modelo para o mesmo pode ser encontrado em anexo (Anexo III) no
Decreto nº 4.074 de 2002.
O preenchimento desse certificado é simples e exige informações
sobre o requerente e dados simples sobre o organismo ao qual se deseja
registrar.

4) Recibos de recolhimento de taxas


O requerente deverá ainda entregar aos órgãos competentes o
comprovante de recolhimento da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária
(TFVS) e o comprovante de pagamento do Documento de Recolhimento de
Receitas (DR).

5.3 - Registro de Agentes Microbiológicos de


Controle

Conforme estabelecido na Instrução Normativa Conjunta


nº 3 de 2006, considera-se Agentes Microbiológicos de
Controle os microrganismos vivos de ocorrência natural,
bem como aqueles resultantes de técnicas que impliquem Atenção
na introdução natural de material hereditário, excetuando-se
os organismos cujo material genético tenha sido modificado
por qualquer técnica de engenharia genética.

Para efeito de registro de agentes microbiológicos que se encaixem


na definição acima, o requerente deverá apresentar ao Ministério de
Agricultura, Ministério de Saúde e ao Ministério do Meio Ambiente a
seguinte documentação:
1) Duas vias do Requerimento de Registro previsto no Anexo II
do decreto nº 4.074 de 2002, com os itens de 1 a 12 e mais o item 14
23
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

preenchidos
2) Os dados e estudos constantes dos anexos I e II da presente
Instrução Normativa
Além da documentação que é comum aos três ministério, o requerente
deverá entregar ainda à ANVISA os seguintes domucentos:
3) Item 19 do Anexo II, do Decreto nº 4.074 de 2002
4) Comprovante de recolhimento da taxa de fiscalização da vigilância
sanitária (TFVS), conforme regulamentação da ANVISA
5) Anexo III da presente Instrução Normativa
Já ao IBAMA o requerente deverá entregar a seguinte documentação:
6) Item 20 do Anexo II, do decreto nº 4.074 de 2002
7) Comprovante de pagamento do Documento de Recolhimento de
Receitas (DR) realizado em qualquer agência da rede bancária autorizada,
segundo códigos da receita e valores definidos pela tabela de preços do
IBAMA
8) Anexos III e IV da presente instrução normativa

1) Requerimento de registro
O requerimento de registro se encontra em anexo (Anexo II) no decreto
nº 4.074 de 2002. Para efeito de registro de Agentes Microbiológicos de
Controle, é exigido o preenchimento de dos itens de 1 a 11 e mais o item 14
do mesmo formulário, em duas vias. Posteriormente deverá ser entregue a
cada um dos ministérios (Agricultura, Saúde e Meio Ambiente) as duas vias
devidamente preenchidas do mesmo formulário. Documentos pertinentes
deverão ser anexados ao formulário conforme a exigência dos itens.
Os itens 1 a 4 são referentes ao requente do registro do agente. O
item 5 diz respeito a finalidade do registro do agente. O item 6 refere-se a
classe de uso, e no caso de registro de agente de controle biológico, deve
ser marcada a opção OUTRO, assim com no item 7 que questiona o modo
de ação. O item 8 faz menção a composição química do produto a ser
registrado, portanto deve ser deixado em branco, quando se trata do registro
de um Agente Microbiológico. Os itens 9 e 10 estão relacionados com a
comercialização do agente, questionando sobre o nome comercial e ao tipo
de embalagem. O item 11 lista documentos que devem ser anexados ao
requerimento de registro do Agente Microbiológico de Controle. É exigido:
• Relatório Técnico;
• Comprovante de que a empresa requerente está devidamente
registrada nessa modalidade em órgão competente do Estado, do Distrito
Federal ou do Município;
• Documento comprobatório da condição de representante legal da
empresa requerente;
• Certificado de análise física do produto;
• Quando existentes, informações sobre a situação do produto, registro,
usos autorizados, restrições e seus motivos, relativamente ao País de
origem;
• Informações sobre a existência de restrições ou proibições a produtos
à base do mesmo ingrediente ativo e seus motivos, em outros países;

O item 12 do anexo solicita as seguintes informações:


• Declaração única do registrante sobre a composição qualitativa e
quantitativa do produto, elaborada com base no(s) laudo(s) laboratorial(is)
das análises de cinco bateladas de cada fabricante, o(s) qual(is) deverá(ão)
acompanhar a declaração, indicando:
○ O limite máximo do teor de cada impureza com concentração igual ou
superior a 0,1%;
○ O limite mínimo do teor do ingrediente ativo;
○ O limite máximo de subprodutos ou impurezas presentes em
concentrações inferiores a 0,1%, quando relevantes do ponto de vista
24
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

toxicológico ou ambiental;
○ Identificação de isômeros e suas proporções;
○ Descrição dos efeitos observados relacionados às impurezas
relevantes (por exemplo, efeitos toxicológicos ou efeitos sobre a estabilidade
do ingrediente ativo);
○ Descrição da metodologia analítica para determinação qualitativa
e quantitativa do ingrediente ativo, das impurezas em concentrações
superiores ou iguais a 0,1% e das impurezas toxicológica ou ambientalmente
relevantes em concentrações inferiores a 0,1%
○ Descrição da metodologia analítica dos principais produtos
de degradação do ingrediente ativo, para fins de monitoramento e
fiscalização.
○ Descrição do processo de produção do produto técnico, contemplando
suas etapas de síntese, seus subprodutos e impurezas, fornecida pelo
fabricante, contendo:
○ fluxograma das reações químicas e rendimento de cada etapa do
processo;
○ identidade dos reagentes, solventes e catalisadores, com seus
respectivos graus de pureza;
○ descrição geral das condições que são controladas durante o processo
(por exemplo: temperatura, pressão, pH, umidade);
○ descrição das etapas de purificação (incluindo as usadas para
recuperar ou reciclar materiais de partida, intermediários ou substâncias
geradas);
○ discussão sobre a formação teórica de todas as possíveis impurezas
geradas no processo de produção.
• Relatório de estudos de propriedades físico-químicas.

O item 14 também representa uma lista de documentos, que também


devem ser entregues em anexo, referentes a produtos a base de Agentes
Biológicos de Controle de pragas. Os documentos solicitados são:
• Nome e endereço completo do fornecedor do agente biológico;
• Classificação taxonômica completa do agente biológico e nome
comum;
• Indicação completa do local e referência da cultura depositada em
coleção;
• Declaração do registrante da composição qualitativa e quantitativa do
produto, indicando a concentração mínima do ingrediente ativo biológico
e os limites máximos e mínimos dos demais componentes e suas funções
específicas, acompanhada de laudo laboratorial de cada formulador;
• Informações sobre a possível presença de toxinas microbianas e
outros metabólitos, estirpes mutantes, substância alergênica etc.;
• Indicações de uso (culturas e alvos biológicos), modalidade de
emprego (pré-emergência, pós-emergência, etc.), dose recomendada,
concentração e modo de preparo da calda, modo e equipamentos de
aplicação, estratégia de uso (inoculativa, inundativa, etc.), época, número
e intervalo de aplicação;
• Informações sobre o modo de ação do produto sobre os organismos
alvo;
• Unidade impressa de rótulo e bula do produto, quando existente no
País de origem;
• Modelo de rótulo e bula, em se tratando de produto formulado;
• Descrição de testes ou procedimentos para identificação do agente
biológico (morfologia, bioquímica, sorologia, molecular);
• Informações sobre a ocorrência, distribuição geográfica, local de
isolamento, ciclo de vida do organismo e demais dados que caracterizem
o agente biológico;
• Informações sobre a relação filogenética do agente biológico com
25
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

patógenos de organismos não-alvo (humanos, plantas e animais);


• Informações sobre a estabilidade genética do agente biológico;
• Descrição do processo de produção do produto, fornecida pelo(s)
formulador(es);
• Intervalo de segurança e de reentrada quando pertinente.
• Especificação dos equipamentos de proteção individual apropriados
para a aplicação do produto, bem como medidas de proteção coletiva;
• Procedimentos para descontaminação de embalagens e equipamentos
de aplicação;
• Sistema de recolhimento e destinação final de embalagens e restos
de produtos;

2) Dados e estudos constantes dos anexos I e II da presente Instrução


Normativa
O Anexo I da Instrução Normativa nº 3 de 2006 consta do relatório
técnico de eficiência e praticabilidade, que deverá ser composto de:
• Testes sobre a eficiência e praticabilidade → Deve ser apresentado
na forma de relatório técnico contendo título, introdução, material e
métodos, resultados e discussão, conclusões, bibliografia e assinatura do
profissional responsável pela condução do trabalho. O documento deverá
ser apresentado em papel timbrado do órgão oficial ou entidade privada. O
trabalho técnico deverá ser visado ou encaminhado pelo chefe imediato do
pesquisador. Estes testes devem ser conduzidos em condições de campo.
As informações conclusivas sobre o trabalho devem ser relatadas de forma
a não deixar dúvidas sobre a eficiência e praticabilidade do organismo
testado. Qualquer inconformidade frente às instruções acima descritas
deverá ser devidamente justificada pelo pesquisador.

Já o Anexo II se refere as estratégias de uso do Agente Microbiológico


de Controle. Deve ser descrito como ser feita a introdução inoculativa ou
inundativa do organismo, listar os organismos alvos, descrever o modo de
ação do agente, a dose efetiva do produto, além de descrever as formas de
transmissão e informações epizootiológicas. Tal anexo deve constar ainda
do certificado da classificação taxonômica do organismo e nome comum,
obtido junto a instituição de ensino ou pesquisa. Além disso é necessário
uma cópia do certificado de Registro Especial Temporário do produto.

3) Item 19 do Anexo II, do Decreto nº 4.074 de 2002


O requerente deverá entregar ao Ministério da Saúde os documentos
constantes no item 19 do Anexo II do Decreto nº 4.074 de 2002. Tal item
solicita os seguintes documentos:
• Relatório de estudos de propriedades físico-químicas;
• Relatório de estudos de resíduos, intervalo de Segurança e, quando
for o caso, limite dos resíduos estranhos;
• Método analítico e sua sensibilidade para determinação de resíduos
de agrotóxico;
• Resultado das análises quantitativas efetuadas indicando a persistência
dos resíduos em vegetais, animais, na água, no solo e no ar;
• Intervalo de reentrada de pessoas nas áreas tratadas;
• Estudos biológicos envolvendo aspectos bioquímicos e toxicológicos
agudos e crônicos;
• Antídoto ou tratamento disponível no País, para os casos de intoxicação
humana;
• Outros dados, informações ou documentos exigidos em normas
complementares.
• Testes e informações referentes a sua compatibilidade com outros
produtos;
• Informações relativas à bioacumulação, persistência e mobilidade;
26
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

4) Comprovante de recolhimento da taxa de fiscalização da vigilância


sanitária (TFVS), conforme regulamentação da ANVISA

5) Anexo III da presente Instrução Normativa


O Anexo III da Instrução Normativa Conjunta nº 3 de 2006 refere-se
as informações e testes para avaliação toxicológica, ecotoxicológica e de
patogenicidade do Agente Microbiológico ao qual de deseja registrar.
O anexo consta de 4 tabelas que listam as informações e testes
necessários com a agente micribiológico em ocasião.
Tal documento também deverá ser apresentado ao Ministério da
Saúde.

6) Item 20 do Anexo II, do decreto nº 4.074 de 2002

O Item 20 do Anexo II, do decreto nº 4.074 de 2002 lista os documentos


que devem ser apresentados aos Ministério do Meio Ambiente (IBAMA).
São eles:
• Relatório de estudos de propriedades físico-químicas;
• Relatório de estudos de dados relativos à toxicidade para
microorganismos, microcrustáceos, peixes, algas, organismos de solo,
aves, plantas e insetos não-alvo;
• Relatório de estudos de dados relativos à bioacumulação, persistência
e mobilidade;
• Relatório de estudos de dados relativos à toxicidade para animais
superiores;
• Relatório de estudos de dados relativos ao potencial mutagênico,
embriofetotóxico e carcinogênico em animais;
• Método analítico e sua sensibilidade para determinação de resíduos
de agrotóxico;
• Resultado das análises quantitativas efetuadas indicando a persistência
dos resíduos em vegetais, animais, na água, no solo e no ar;
• Outros dados, informações ou documentos exigidos em normas
complementares
• Testes e informações referentes a sua compatibilidade com outros
produtos;

7) Comprovante de pagamento do Documento de Recolhimento de


Receitas (DR) realizado em qualquer agência da rede bancária autorizada,
segundo códigos da receita e valores definidos pela tabela de preços do
IBAMA

9) Anexos III e IV da presente instrução normativa


O Anexo III da Instrução Normativa Conjunta nº 3 de 2006 refere-se
as informações e testes para avaliação toxicológica, ecotoxicológica e de
patogenicidade do Agente Microbiológico ao qual de deseja registrar. O
anexo consta de 4 tabelas que listam as informações e testes necessários
com a agente micribiológico em ocasião.
Já o Anexo IV trata da avaliação de danos sobre organismos não-
alvo e comportamento ambiental do Agente Microbiológico de Controle. O
objetivo é avaliar danos potenciais do agente a organismos indicadores
que representam os principais grupos de organismos não-alvo. O anexo
consta de tabelas que listam a serem realizados.
Ambos os documentos também devem ser entregues aos IBAMA.

27
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

6 Principais Programas De
Controle Biológico No Brasil

6.1 - Controle Biológico com Parasitóides


A grande maioria dos programas de controle biológico no mundo se
baseia na utilização de insetos parasitóides como agentes de controle
biológico de pragas agrícolas. No Brasil não é diferente.

Exemplo
Um dos maiores programas de controle biológico aplicado do Brasil
é da broca-da-cana, Diatraea saccharalis (Lepdoptera: Crambidae),
que é realizado com a liberação massais de duas espécies diferentes
de parasitóides. As espécies utilizadas são o parasitóide de ovos
Trichogramma galloi Zucchi (Hymenoptera: Trichogrammatidae) (Figura
4a) e o parasitóide da lagarta Cotesia flavipes Cameron (Hymenoptera:
Braconidae) (Figura 4b).

Trabalhos recentes têm mostrado que para um eficiente controle


biológico da broca-da-cana a melhor estratégia a ser adotada é associação
entre a duas espécies de parasitóides. Recomenda-se que sejam feitas três
liberações de T. galloi e uma liberação de C. flavipes. As liberações devem
ter início assim que se observarem a presença de broca-da-cana na área. As
três liberações de T. galloi devem ser sucessivas, com um intervalo de uma
semana entre elas. Devem ser liberados em torno de 150.000 a 175.000
parasitóides adultos por hectare, o que corresponde aproximadamente a
quatro cartelas comerciais com 42.000 ovos parasitados. Recomenda-se
que se distribuam essas quatro cartelas ao longo do hectare. É importante
atentar para que não seja feita a liberação quando há previsão de chuva,
pois muitos parasitóides podem morrer e isso reduziria a eficiência de
controle. A liberação de C. flavipes deve ser realizada um mês após a última
liberação de T. galloi. Recomenda-se uma liberação de 6.000 vespas por
hectare. Isso corresponde a quatro copos com 30 massas em cada (Figura
5). A liberação de C. flavipes deve ser realizada no final da tarde, e quando
já tiverem emergido aproximadamente 70% dos adultos das massas. Os
copos devem ser distribuídos na área. Esses parasitóides podem ser
comprados em empresas especializadas (Tabela 3) ou mesmo produzidos
na própria propriedade, que opte por montar sua própria biofábrica.

Exemplo
Outro programa de controle biológico que teve sucesso no Brasil,
utilizando parasitóides foi com a cochonilha-da-mandioca Phenacoccus
herreni Cox & Williams (Sternorrhyncha: Pseudococcidae). Esse é um
exemplo de controle biológico clássico, que consistiu da importação
de três espécies de parasitóides, das quais duas se estabeleceram
com sucesso: Acerophagus coccois Smith e Apoanagyrus diversicornis
(Howard) (Hymenoptera: Encyrtidae).

Essas espécies foram coletadas na Venezuela e Colômbia


respectivamente e trazidos para Embrapa Mandioca e Fruticultura com
sede em Cruz das Almas, BA. Lá foi feita a criação e produção massal
dos parasitóides. As espécies foram introduzidas em três cidades da Bahia
e três de Pernambuco, onde havia a ocorrência da cochonilha. Houve
monitoramento a cada duas semanas para se constatar o estabelecimento
28
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

e dispersão dos parasitóides introduzidos. A eficiência dos parasitóides foi


avaliada através da flutuação populacional da cochonilha e dos parasitóides
nos campos de liberação. Em todos locais avaliados houve drástica redução
da praga.

Exemplo
Na cultura do trigo, também foi realizado um programa de controle
biológico clássico pela Embrapa Trigo, que teve início na década de
70, para o controle do pulgão-da-folha Metopolophium dirhodum e do
pulgão-da-espiga Sitobion avenae (Homoptera: Aphididae) na cultura
do trigo. Para isso, foram introduzidas no sul do país duas espécies
de parasitóides, Aphidius uzbeckistanicus (Luzhetski) (Hymenoptera,
Aphidiidae) e Praon volucre (Haliday) (Hymenoptera: Braconidae).

Em poucos anos esse programa alcançou o sucesso, os parasitóides


se estabelecera, e hoje essas espécies de pulgões já não são mais
problemáticas para o cultivo de trigo no sul do país.

Exemplo
Os parasitóides do gênero Trichogramma são os mais importantes como
agentes de controle biológico de pragas agrícolas e florestais. Atualmente
são liberados parasitóides do gênero Trichogramma em mais de 50
países somando mais 32 milhões de hectares cultivados por ano. Das
14 espécies descritas no mundo, 14 se encontram no Brasil, sendo as
mais importantes delas Trichogramma galloi, Trichogramma pretiosum,
Trichogramma rojasi e Trichogramma atopovirilia. Dessas, Trichogramma
pretiosum ganha destaque devido à ampla gama de hospedeiros a qual
está associado. Por exemplo, na cultura do tomateiro, T. pretiosum é
utilizado em liberações inundativas para o controle de duas importantes
pragas, a traça-do-tomateiro Tuta absoluta e da broca-pequena
Neoleucinodes elegantalis. Essas liberações devem ser realizadas
quando aparecerem na lavoura de tomate os primeiro adultos ou ovos da
traça-do-tomateiro.

Recomenda-se a liberação de 200.000 parasitóides por hectare,


sendo feita três liberações por semana. Em tomate cultivado em ambiente
protegido, devem ser liberados 3.000 parasitóides para cada 10 m lineares
de plantio, também a três liberações por semana. Os experimentos já
realizados mostram que T. pretiosum apresenta uma eficiência de controle
na casa de 87%.

Exemplo
Na cultura da soja, o parasitóide T. pretiosum também pode ser utilizado
para o controle da lagarta da soja Anticarsia gematalis, que é uma
das principais pragas dessa cultura. A eficiência de controle utilizando
liberações inundativas desse parasitóide pode chegar a 64%.

Além do T. pretiosum, outras espécies de parasitóides também podem


ser utilizadas contra a lagarta-da-soja, como por exemplo: Trichogramma
atopovirilia, Trichogramma rojasi, Trichogramma lasallei e Trichogramma
acacioi.
Trichogramma pretiosum também é utilizado para o controle de pragas
de grãos armazenados. A traça do milho Sitotroga cerearella pode ser
eficientemente controlada, chegando-se a se alcançar uma taxa de
parasitismo de 97% quando na temperatura de 30ºC. Os parasitóides
podem parasitar ovos que se encontrem até a 40 cm de profundidade.
29
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Exemplo
Na cultura do algodoeiro a principal praga desfolhadora, o curuquerê
Alabama argillacea (Huebner) (Lepidoptera: Noctuidae) e a lagarta-das-
maçãs, Heliothis virescens (Fabricius) (Lepidoptera: Noctuidae), pode ser
combatida com liberações massais de T. pretiosum.

Recomenda-se uma liberação por semana distribuída em 15 pontos por


hectare.

Exemplo
Pragas florestais também podem ser combatidas com a utilização de
parasitóides. Por exemplo, uma das formas de controle da vespa-da-
madeira Sirex noctilio, importante praga de Pinus no sul do Brasil é a
utilização de parasitóides que foram introduzidas no país com essa
finalidade. A espécie Ibalia leucospoides parasita ovos e larvas de 1º e 2º
instar da vespa da madeira.

Porém seu nível de parasitismo é relativamente baixo, girando em


torno de 25 %. A lagarta desfolhadora de eucalipto Euselasia apisaon
também pode ser controlada por parasitóides. A principal espécie de
parasitóide utilizada no controle dessa espécie de lagarta desfolhadora
é o Trichogramma pretiosum, que parasitas os ovos desse lepidóptero.
Esse parasitóide pode ser encontrado para venda na forma de cartela com
42.000 ovos parasitados (Tabela 3).

Exemplo
A mosca-das-frutas é uma importante praga de frutas no Brasil e no
mundo. No Brasil, as mais problemáticas são as espécies do gênero
Anastrepha e a espécies Ceratitis capitata. Para a mosca-das-frutas, uma
eficiente forma de realização de controle biológico é com a utilização
de parasitóides das famílias Braconidae e Figitidae. Dentro da família
Braconidae, o parasitóide Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera:
Braconidae) é o que se mostra mais eficiente.

O parasitismo por essa espécie se dá ao último instar da mosca,


podendo alcançar taxas de até 90 %.

Exemplo
Ainda na fruticultura, mas agora no controle biológico do minador-do-
citros Phyllocnistis citrella (Lepidoptera: Gracillariidae) a utilização do
parasitóide Ageniaspis citricola logvinoskaya (Hymenoptera: Encyrtidae)
representa um grande caso de sucesso.

Diferentes populações Ageniaspis citricola foram coletadas em países


como Austrália, EUA, Israel, Bahamas, Peru, Argentina, Chile e Venezuela
para a introdução no Brasil. Depois de passarem por quarentena, os
parasitóides foram multiplicados na Embrapa Baiana de Desenvolvimento
Agrário e na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, ambas na Bahia.
Posteriormente os parasitóides foram fornecidos aos produtores de citros
para liberação nos pomares. Três anos após as primeiras liberações,
observava-se que o parasitóide havia se adaptado e estabelecido muito
bem no Brasil. Isso foi comprovado pela redução na população de minador-
do-citros, que passou de ser problema.
30
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Exemplo
Os cultivos de ambiente protegido, como olerícolas e flores, são alguns
exemplos de situações favoráveis para a utilização de parasitóides
no controle de pragas. Por exemplo, para o controle de pulgões em
crisântemos, a utilização de dois parasitóides, Aphidius colemani Viereck
(Hymenoptera: Aphidiidade) e Lysiphlebus testaceipes (Cresson)
(Hymenoptera: Aphidiidae) tem se mostrado muito eficiente.

Principalmente de Lysiphlebus testaceipes sobre o pulgão verde


Aphis gossypii Glover (Homoptera: Aphididae), é em média de 44 % de
parasitismo.
O mandarová da mandioca é outra importante praga dessa cultura.
Essa lagarta se alimenta das folhas da planta, causando intensa desfolha.

Exemplo
Para o controle de ovos de M. tanajoa, o principal é exercido por
parasitóides de ovos, principalmente os parasitóides do gênero
Trichogramma. Para o controle de lagartas, os parasitóides dos gêneros
Belvosia e Oxysacodexia são os mais indicados. Contudo, também é
viável a pulverização com Bacillus thuringiensis no início do ataque e
em lagartas pequenas. O uso de vírus de granulose de Erinnyis ello,
multiplicado a partir de lagartas alimentadas com folhas de mandioca,
também é indicado, sendo este produzido e distribuído pela Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (EMPASC/Itajaí) e pelo Instituto
Agronômico do Paraná (IAPAR).

Essa espécie de lagarta desfolhadora é nativa do Brasil, distribuindo-


se pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. O ataque ocorre principalmente em épocas de pouca pluviosidade
e unidade relativa. O principal inimigo natural utilizado para controle
biológico desta praga é o parasitóide de ovos Trichogramma pretiosum.
Também como forma de controle conservativo, o uso de faixas de mata
nativa adjacentes aos talhões beneficiam as populações deste inimigo
natural anteriormente citado e outros também com condições de controle
desta praga.
A espécie de percevejo Nezara viridula (Heteroptera: Pentatomidae)
– percevejo verde da soja - apresenta coloração verde, com antenas
com tons verdes e marrons. Deposita seus ovos na face inferior das
folhas, em massas de formato hexagonal. As ninfas são escuras com
manchas vermelhas, variando conforme os ínstares. Os indivíduos dessa
espécie sugam a seiva das hastes, ramos e vagens, deixando os grãos
“chochos”. Causam também retenção foliar e soja louca, quando as plantas
desenvolvem-se sem produzir vagens. Nos grãos, causam manchas
escuras, diminuindo o valor dos mesmos. O nível de controle para esta
espécie é de quatro percevejos maiores que 5 mm quando a lavoura tem
destino a produção de grãos e dois percevejos maiores que 5 mm para
lavouras destinadas a produção de sementes. O principal inimigo natural
utilizado para controle de N. viridula é a microvespa Trissolcus basalis
(Hymenoptera: Scelionidae). Cada fêmea deste inimigo natural parasita
em media 250 ovos de percevejo. A EMBRAPA/CNPSo – Londrina (PR)
produz estas vespinhas para liberação em campo. Esta deve ser feita em
períodos de menor insolação e em número de duas no final da floração, em
diferentes locais, num total de 15 mil adultos/ha. Deve-se evitar o uso de
inseticidas durante o período de liberação.

31
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

A B
Figura 4 - O parasitóide Trichogramma galloi parasitando ovos de Diatraea
saccharalis (A) e uma fêmea do parasitóide Cotesia flavipes parasitando uma
lagarta de broca-da-cana (B).

Figura 5 - Copos contendo massas de Cotesia flavipes.

6.2 - Controle Biológico com insetos predadores

Os insetos predadores são organismos que necessitam


de se alimentar de ao menos um indivíduo da presa durante
Atenção
seu ciclo de vida e geralmente são maiores do que suas
presas.

Na natureza existem inúmeras espécies de insetos com hábitos


predatórios e é o grupo mais abundante de entomófagos. Contudo, isso não
se traduz em grande quantidade de organismos predadores utilizados em
programas de controle biológico. E adicionalmente, espécies predadoras
são menos especificas na escolha de suas presas, ou seja, são generalistas.
Freqüentemente são observados movendo-se de uma presa para outra.

Insetos predadores em programas de controle biológico


são mais efetivos em locais em que as populações de presa
são densas ou concentradas. Isto se deve ao fato de que
as fases imaturas dos predadores não são aladas como os
Atenção adultos.
No Brasil, o principal programa de controle biológico
de pragas utilizando insetos predadores é o direcionado a
pragas florestais.

Devido ao grande numero de espécies de pragas desfolhadoras nessa


cultura, estudos apontaram os percevejos da família Asopinae como os
agentes de controle com maior potencial de uso.
32
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Exemplo
Dentre as varias espécies de percevejos dessa família encontrados no
Brasil, Brontocoris tabidus (Signoret) (Heteroptera: Pentatomidae) (Figura
6A), Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) (Figura 6B)
e Supputius cincticeps (Stal) (Heteroptera: Pentatomidae) (Figura 6C) são
as espécies mais liberadas em programas de controle biológico aplicado
para a principal praga desfolhadora do eucalipto, Thyrinteina arnobia Stoll
(Lepidoptera: Geometridae) (Zanuncio et al., 1994).

As principais táticas de utilização dessas espécies são a sua liberação de


forma massal e a sua conservação e aumento nas áreas onde há problemas
com lepidópteros desfolhadores (Freitas et al., 1990). Normalmente há a
ocorrência simultânea de diversas espécies de lagartas desfolhadoras nos
monocultivos de eucalipto. Com isso, fica dificultada a utilização de inimigos
naturais mais específicos, beneficiando o uso desses insetos predadores.
Atualmente, várias empresas florestais brasileiras estão produzindo,
pesquisando e utilizando percevejos predadores no controle de lagartas.
Dentre essas empresas, citamos CAF Florestal, Champion Celulose,
Mannesmann Florestal Ltda., Pains Florestal S.A. e Reflorestadora do
Alto Jequitinhonha. Contudo, mesmo após aproximadamente 10 anos de
utilização deste método de controle biológico, esse programa continua sub-
explorado, necessitando mais pesquisas.

Exemplo
Outras culturas, como as em ambiente protegido, por exemplo, faz-se
uso de insetos predadores para o controle de suas pragas. Em cultivos
de plantas ornamentais, que sofrem com o ataque de tripes Frankliniella
occidentalis (Pergande) (Thysanoptera: Thripidae), utiliza-se percevejos
do gênero Orius para o controle dessa praga.

Em cultivos de crisântemo, recomenda-se liberações inoculativas de


Orius spp. na densidade de 1,5 indivíduos adultos por m² de casa de
vegetação. Essas liberações devem ser feitas no estabelecimento das
mudas na casa de vegetação. Em cultivos de gérberas, recomenda-se
liberação de Orius insidiosus 1,2 indivíduos de por vaso de planta.

Outro grupo de insetos predadores muito importante é


Atenção
dos Crisopídeos.

Os crisopídeos são insetos da família Chrysopidae, que é a maior


família da ordem Neuroptera. As larvas de crisopídeos são predadores
enquanto que na maioria das espécies, os adultos se alimentam de pólen
e/ou néctar das plantas. De forma geral, as larvas de crisopídeos têm sido
relacionadas como predadores de insetos de várias ordens e famílias, como
pulgões, cochonilhas, cigarrinhas, mosca-branca, psilídeos, tripes, ovos e
larvas de lepidóptera e coleóptera, ácaros e díptera.

33
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Exemplo
Dentro da família Chrysopidae, a espécie mais estudada no Brasil é
Chrysoperla externa (Hagen) (Neuroptera: Chrysopidae) devido a sua
ocorrência endêmica em ecossistemas naturais e implantadas e a alta
taxa predatória de suas larvas, principalmente sobre pulgões e ácaros.
Chrysoperla externa é considerado um importante agente de controle
natural em programas de controle biológico conservativo.

Como a fase adulta dessa espécie não é predadora, grande parte dos
estudos com C. externa são voltados para testar a longevidade e taxa de
oviposição dos adultos em diferentes fontes de alimento. Esses trabalhos
objetivam selecionar a melhor espécie de planta que pode ser usada em
sistema de consorcio com a cultura principal de forma a prover alimento
para os adultos e contribuir para a permanência dos mesmos no ambiente.
Também é grande o volume de pesquisas para acessar os efeitos letais e
subletais de inseticidas convencionais e alternativos sobre a fauna desses
inimigos naturais.

Exemplo
Outras espécies que importância no Brasil são Chrysoperla carnea
(Stephens) e Ceraeochrysa cubana (Hagen) (Neuroptera: Chrysopidae).
Todos esses crisopídeos são conhecidos como “Bicho Lixeiro”.

Isso porque as fazes larvais costuma carregar sobre seu dorso suas
exúvias e os restos mortais de suas presas. Isso confere as larvas desse
predador um aspecto de um montículo de lixo, que também serve como
proteção desses insetos contra seus predadores.

Exemplo
Outro importante grupo de insetos predadores são as joaninhas. As
joaninhas são coleópteros da família Coccinellidae. As joaninhas são
importantes predadores de pulgões e ácaros. Tanto as fases adultas
quando os instares larvais são predadores, sendo que as larvas,
principalmente de ultimo instar, são muito mais vorazes dos que os
adultos.

Para esses predadores, a manipulação do ambiente


também deve ser considerada como ferramenta para
Atenção
aumentar a eficiência de controle desses agentes sobre as
espécies praga.

Já se observou que o uso de coentro em consócio com couve contribui


para a conservação de predadores adultos de Coccinellidae na área, pois
as plantas de coentro servem como abrigo para as larvas de joaninha.

Exemplo
Algumas espécies de coccinelídeos de importância como agentes de
controle biológico de pragas no Brasil são: Hippodamia convergens
Guérin-Meneville (Coleoptera: Coccinellidae), Cycloneda sanguinea
(Linnaeus) (Coleoptera: Coccinellidae) e Eriopis connexa (Germar)
(Coleoptera: Coccinellidae). Todas essas espécies são consideradas
endêmicas em praticamente todo o país.

34
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

As joaninhas também desempenham um papel importante como agentes


de controle biológico em programa de controle biológico conservativo.
Além disso, em desempenham um importante em sistemas de agricultura
familiar, mantendo a populações de pragas como pulgões em baixos
níveis. Por isso, é importante alertar para a presença desses organismos
em agroecossistemas e trabalhar para a preservação dos mesmos.
O principal inseto desfolhador do algodoeiro no Brasil é a lagarta Alabama
argillacea, conhecida como “lagarta curuquerê”. Muitos predadores têm
contribuído para a manutenção de sua densidade populacional em níveis,
sendo os predadores mais importantes aqueles pertencentes ao grupo dos
percevejos. Por exemplo, ninfas do percevejo predador Podisus nigrispinus
predam em média 31, 15, 8 e 9 lagartas em segundo, terceiro, quarto e quinto
instares respectivamente. Outra espécie de percevejo predador que tem se
mostrado eficiente como predador de ovos de A. argillacea é Tropiconabis
capsiformis (Germar) (Hemiptera: Nabidae). Em trabalhos em laboratório,
observou-se que ninfas de quinto instar de T. capsiformis predaram em
média 119 ovos de A. argillacea em um período de 48 horas.

Exemplo
Além dos percevejos, outro importante grupo de predadores de ovos de
A. argillacea é dos Neuropteras. Trabalhos realizados em laboratório
mostraram que larvas de terceiro instar de Mallada signata (Schneider)
(Neuroptera: Chrysopidae) e Micromus tasmaniae (Walker) (Neuroptera:
Hemerobiidae).

O bicho-mineiro do cafeeiro Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville)


(Lepidoptera: Lyonetiidae) é predado principalmente por vespas.
As principais espécies de vespas predadoras de L. coffeella são:
Brachygastra augusti (Saussure), Brachygastra lecheguana,
Protonectarina silveirae, Polybia scutellaris, Polybia paulista, Polybia
occidentalis e Synoeca surinama.

Além do bicho-mineiro, outro inseto de grande importância na redução


da produtividade dessa cultura é a broca do café Hypothenemus hampei
(Ferrari) (Coleoptera: Scolytidae). Entre seus inimigos naturais, a formiga
Crematogaster curvispinosus Mayr (Hymenoptera: Formicidae) é citada
como uma predadora ocasional de suas fases imaturas.

A B C

Figura 6 - Fêmeas adultas dos percevejos predadadores Brontocoris tabidus (A), Podisus nigrispinus (B) e
Supputius cincticeps (C)

Cortesia: PIRES, E.M; PINTO, R.; SOARES, M.A.; SANTOS, G.P.; ZANUNCIO, T.V. & ZANUNCIO, J.C. 2009.
Produção de Percevejos Predadores. Editora Suprema, 56p

35
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

6.3 - Controle Biológico com fungos


Têm sido constatadas no Brasil inúmeras pragas parasitadas por
fungos, tais como Beauveria sp., predominantemente em pragas de solo;
Cladosporium sp., sobre pulgões e moscas; Myriangium sp. e Nectria sp.,
sobre cochonilhas; Entomophthora sp., sobre traça das crucíferas e pulgões
e Metarhizium anisopliae, sobre cigarrinhas dos canaviais e das pastagens.
Este último é um deuteromiceto da família Moniliaceae que se caracteriza
por atacar um grande número de espécies de insetos (300 espécies).
Atualmente vem sendo industrializado por diversas empresas nacionais e
tem-se constituído num dos principais meios de controle das cigarrinhas
das pastagens porque não apresenta problemas de ordem toxicológica,
embora a sua eficiência ainda não seja considerada satisfatória.

Metarhizium anisopliae se encontra amplamente


distribuído na natureza, pode ser encontrado facilmente
nos solos, onde sobrevive por longos períodos. Os insetos
atacados tornam-se duros e cobertos por uma camada
pulverulenta de conídios, aspecto proveniente da doença
conhecida como muscardine verde. É uma espécie de
Atenção elevada variabilidade genética, o que resulta em uma grande
diversidade de raças com diferentes graus de virulência,
especificidade, produção de conídios e variados níveis de
resistência à radiação. É um fungo facilmente cultivado em
meio de cultura artificial em Biofábrica, o que caracteriza o seu
potencial como agente controlador de insetos pragas para
as mais diversas condições ambientais e ecossistemas.

Na natureza é uma espécie bastante cosmopolita, encontrada desde a


Rússia até a Argentina, parasitando uma larga gama de insetos hospedeiros
ou vivendo saprofiticamente no solo.
Apesar de existirem algumas pesquisas que mostram altas porcentagens
de controle de cigarrinha das pastagens por Metarhizium anisopliae,
o mais comum é o controle em índices entre 10-60%. Esses resultados
são excelentes, considerando-se que na prática executa-se apenas uma
aplicação do fungo em dosagens muito baixas de conídios por hectare.
A utilização do fungo também pode preservar outros possíveis inimigos
naturais da cigarrinha. Com o aumento desses inimigos naturais ao longo
do tempo, a tendência é uma diminuição da praga e de seus danos. A
eficiência do fungo, em regiões ecologicamente favoráveis, supera o efeito
real dos inseticidas químicos em termos de evolução da praga.

Exemplo
Em cana-de-açúcar, na região de Alagoas, o fungo M. anisopliae tem
apresentado melhores resultados devido às condições climáticas do local
e também ao ambiente formado pelas próprias plantas que mantém a
umidade e o calor necessários ao seu desenvolvimento.

Para a multiplicação deste fungo, emprega-se arroz cozido como meio


de cultura. Após 220 dias de cultivo os conídios obtidos são desumificados,
triturados e misturados com inertes para posterior aplicação no campo.

36
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Exemplo
O fungo Metarhizium anisopliae é bastante utilizando para o controle de
cigarrinhas da cana-de-açúcar e das pastagens, Mahanarva fimbriolata
(Stål) e Mahanarva posticata (Stal) (Hemiptera: Cercopidae).

Esse fungo é aplicado de forma inundativa, na quantidade de


aproximadamente 1 kg do produto comercial por hectare, em área
total.
O fungo M. anisopliae também é utilizado no controle de cupins
de montículo e cupins que atacam o sistema radicular da cana-
de-açúcar, assim como o fungo Beauveria bassiana. A utilização
desses fungos baseia-se na inoculação direta dos fungos nos ninhos
(montículos) ou na utilização de iscas atrativas de papelão corrugado,
impregnadas com suspensões aquosas dos fungos isoladamente ou
em associação com produtos fitossanitário seletivos. Essas iscas
atraem operários dos cupins, que se infectam e levam os propágulos
dos fungos aos outros indivíduos da colônia, já que o ninho é difuso
e subterrâneo, além de se apoiar no comportamento de limpeza e na
trofalaxia dos cupins como eficientes meios de disseminação.

Exemplo
O fungo Beauveria bassiana também é utilizado para o controle da broca
Cosmopolites sordidus (Germar) (Coleoptera: Curculionidae), conhecida
como moleque-da-bananeira e da broca-do-cafeeiro Hypothenemus
hampei (Ferrari) (Coleoptera: Scolytidae).

A utilização do B. bassiana para controle de moleque-da-bananeira foi


um programa já desenvolvido há um bom tempo, com base na utilização de
iscas de pseudocaule da bananeira, que são muito atrativas ao adulto de C.
sordidus. Nessas iscas, que podem ser do tipo “telha” ou “queijo” conforme
o formato é pincelado uma pasta de fungo e arroz moído com água, ou
ainda da formulação comercial do B. bassiana. O inseto então se infecta
com o fungo, e dissemina o mesmo para outros indivíduos, devido ao seu
comportamento de agregação.
Já o programa de controle da broca do café com B. bassiana é
relativamente novo e ainda se encontra em aperfeiçoamento das
metodologias de aplicação. Esse fungo ocorre naturalmente controlando as
populações de broca e por isso tem elevado potencial para ser utilizado no
manejo da praga. A utilização desse fungo pode ser via aplicação direta na
lavoura ou com a utilização de armadilhas. Na aplicação direta é importante
que o produtor consiga com que a calda atinja os locais da planta com
maior concentração da broca, que normalmente são as partes mais
internas e baixas da planta. A dose a ser aplicada deve ser a recomendada
pelo fabricante do produto e normalmente variam de 5 x 108 a 3,7 x 109
conídios viáveis por mL de calda. Um ponto que o produtor deve atentar é
para utilizar a dose por litro de calda e não a dose por área, uma vez que
a cultura do café pode ter plantas de diversos tamanhos e espaçamentos,
em função da idade e cultivar. Já as armadilhas podem ser utilizadas tanto
nas lavouras como nos terreiros, sendo neste último caso, na colheita, para
o controle e contaminação da broca pelo fungo. A armadilha modificada,
utilizando garrafas de refrigerante tipo “PET” de dois litros previamente
lavadas, deve ser construída da seguinte forma: recortar cinco “janelas” de
aproximadamente 4 cm de largura por 18 cm de comprimento, iniciando-
se a 3 cm da base da garrafa. As janelas são espaçadas em 2 cm umas
das outras. No centro da base da garrafa fazer um furto, onde será fixado
37
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

o arame de suporte do difusor de cairomônio (atraente). O difusor pode


ser um tubo de filme ou outro recipiente, de preferência opaco, fazendo-se
um orifício de 2 mm de diâmetro na tampa e deixando a parte superior do
difusor na metade da altura das janelas recortadas. O difusor deve ser cheio
com uma mistura de três partes de metanol e uma de álcool de cozinha. A
armadilha deve ser pendurada com o gargalo para baixo.
Para a captura massal, recomenda-se colocar água e detergente líquido
na parte de baixo das “janelas” onde as brocas cairão e morrerão afogadas.
As armadilhas podem ser modificadas para a utilização com o fungo, com
o objetivo de contaminar e liberar os insetos. Neste caso, a armadilha é
construída do mesmo modo, entretanto, na parte interna da região inferior
da armadilha, do “gargalo” até o início das janelas, que ficaria com água
para a captura massal, deve-se passar uma lixa grossa (nº 80). A região
lixada deve ser impregnada com os conídios do fungo, utilizando-se um
pedaço de esponja limpo e seco. Assim, os insetos atraídos, ao caírem no
fundo da armadilha, entram em contato com o fungo e são contaminados.
Nesse caso também a tampa deve ser retirada quando da colocação da
armadilha no campo, para que os insetos sejam liberados e venham a
morrer na lavoura, ocorrendo a esporulação do fungo sobre os insetos
e promovendo a disseminação do fungo. A armadilha deve ser colocada
em local sombreado para proteger os conídios da radiação solar direta e
aumentar sua vida útil. Recomenda-se o uso de 25 armadilhas por hectare,
espaçadas de 20 m nas linhas e entre as ruas.
Na lavoura as armadilhas podem ser utilizadas durante toda a safra,
fazendo parte de um sistema de manejos para o controle da broca. Na
entressafra, após a colheita, elas também são eficientes na coleta dos
insetos que permaneceram nos furtos caídos ou que ficaram nas plantas.
É importante que as armadilhas sejam colocadas no campo logo após a
colheita e ali fiquem até o início da safra seguinte.

Exemplo
Outro fungo utilizado no controle biológico de insetos é Sporothrix
insectorum, que é bastante utilizado em grandes áreas de produção
comercial da seringueira em São Paulo, Mato Grosso e Rondônia, para
controle do percevejo-de-renda da seringueira Leptopharsa heveae Drake
& Poor (Heteroptera: Tingidae).

Alguns estudos vem sendo realizados para a utilização de fungos


no controle da mosca-das-frutas, mas ainda todos em laboratório. Até o
momento já observou-se que isolados de Paecilomyces fumosoroseus foi
altamente patogênico a mosca-das-frutas, na concentração de 108 conídios
por mL. Outros pesquisadores avaliaram a eficácia de Metarhizium anisopliae
var. anisopliae sobre larvas, pré-pupas, pupas e adultos de Anastrepha
fraterculus (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae) e constataram que houve
mortalidade de 86% para as concentrações mais elevadas de conídios.

6.4 - Controle Biológico com Bactérias

O principal programa de controle biológico com bactérias


é realizado com Bacillus thuringiensis (Bt), que é uma
bactéria Gram positiva, que forma esporos e produz cristal
protéico durante o processo de esporulação. Essa bactéria Atenção
ocorre naturalmente no solo, em insetos mortos, água e em
resíduos de grãos. Esse patógeno vem sendo usado como
bioinseticida há décadas.
38
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Exemplo
Para o controle da lagarta-do-cartucho do milho Spodoptera frugiperda
(J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae), estudos de levantamentos a teste
de cepas de B. thuringiensis vem sendo realizados pela Embrapa Milho e
Sorgo.

Os ensaios com B. thuringiensis tolworthi mostraram que nas


concentrações mais altas, com 108 esporos por mL, a bactéria causou
mortalidade de 100 nas lagartas testadas. Além disso os trabalhos que vem
testando meios de cultura para as bactérias tem chegado a resultados que
mostram que B. thuringiensis pode ser produzido em meios alternativos e
baratos, como por exemplo arroz, que podem ser utilizados por pequenos,
médios e grandes produtores rurais, sem causar queda na produtividade.
O mandarová da mandioca é outra importante praga dessa cultura.
Essa lagarta se alimenta das folhas da planta, causando intensa desfolha.
Para o controle de ovos de Contudo, também é viável a pulverização com
Bacillus thuringiensis no início do ataque e em lagartas pequenas.

6.5 - Controle Biológico com Vírus

São conhecidas mais de 300 viroses de insetos, divididas


em poliedroses nucleares e citoplasmáticas, granuloses e Atenção
vírus de partículas livres.

Como exemplo temos o VIROSOFT CP4, empregado para o controle


da Cydia pomonella, no Canadá, o GRANUPOM para a mesma praga e
oVIROSOFT BA4, no combate a lagarta que ataca Canola. No Brasil já
foram testadas algumas viroses específicas para Heliothis virescens e
Anticarsia gemmatalis, com resultados animadores.

Entretanto, o maior problema reside na sua produção


industrial, pois necessita do organismo vivo e específico
para cada espécie, para se desenvolver. Dentre as vantagens
do uso de vírus no controle biológico podemos dizer que Atenção
esses não deixam resíduos, são específicos, não acarretam
desequilíbrios biológicos, o custo é relativamente mais
baixo e não afetando o ecossistema.

Exemplo
O programa de controle biológico com o uso de vírus mais comum no
Brasil é o controle da lagarta da soja Anticarsia gemmatalis Hübner
(Lepidoptera: Noctuidae) com o uso do Baculovirus anticarsia.

Para obtenção do vírus, o processo se inicia com uma homogeneização


de 50 lagartas grandes, obtidas do campo e mortas pelo vírus, utilizando-
se um liquidificador e um pouco de água. A suspensão aquosa resultante
é filtrada através de um pano ou peneira fina, sendo o filtrado agitado em
misturador com adição de lactose ou caolin. A mistura é colocada sobre
bandejas metálicas revestidas de plástico para secagem em sala provida
de circulação forçada de ar, temperatura de 30-35ºc e aparelhagem para
desumidificação do ar. O material seco é moído através de malha 20,
resultando em um pó com alta concentração do Baculovirus anticarsia.
O pó obtido é padronizado, através de quantificação de poliedros virais e
39
Controle Biológico de Pragas Agrícolas

ajuste pela mistura com caolin. A formulação resultante pode ser misturada
a água, em tanque de pulverização,para aplicação contra a lagarta da soja.
Essa quantidade de lagartas utilizadas é recomendada para um hectare de
aplicação. Após a aplicação do Baculovirus anticarsia no campo, o vírus
precisa de 10 dias para matar as lagartas, mas após 4 dias estas já param
de se alimentar.

Os baculovírus são o grupo mais comum e estudado


dentre os vírus patogênicos a insetos. O que se deve ao
Atenção fato de serem os vírus com o maior potencial de serem
usados como agentes de controle biológico de pragas. Os
baculovírus são específicos em relação ao inseto alvo.

Para o controle da lagarta-do-cartucho do milho Spodoptera frugiperda


a espécie Baculovirus spodoptera é a importante. Esse vírus já se mostrou
eficiente no controle da lagarta-do-cartucho em experimentos de campo e
mesmo via água de irrigação, com o uso de aspersor setorial.
O mandarová da mandioca é outra importante praga dessa cultura.
Essa lagarta se alimenta das folhas da planta, causando intensa desfolha.
Para o controle de ovos de O uso de vírus de granulose de Erinnyis ello,
multiplicado a partir de lagartas alimentadas com folhas de mandioca,
também é indicado, sendo este produzido e distribuído pela Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (EMPASC/Itajaí) e pelo Instituto
Agronômico do Paraná (IAPAR).

6.6 - Controle Biológico com Nematóides

Exemplo
O principal programa de controle biológico de pragas com nematóides
entomopatógenicos no Brasil foi desenvolvido pela Embrapa Florestas
e faz uso do nematóide Beddingia (Deladenus) siricidicola (Nematoda:
Neotylenchidae) para o controle da vespa-da-madeira.

Esse nematóide exótico, da família Neotylenchidae, além de se alimentar


de um fungo que serve também de alimento para a larva da vespa praga
de Pinus, causa esterilização e castração parasitária nos adultos, os quais
fazem a postura de ovos inférteis com a conseqüente redução populacional
da praga.

6.7 - Controle Biológico com Ácaros Predadores

Os principais inimigos naturais de ácaros pragas são


Atenção outros ácaros, porém ácaros predadores.

E em todo o mundo, inúmeras espécies de plantas são atacadas por


ácaros pragas.

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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

Exemplo
No Brasil existe apenas um programa de controle biológico com o uso de
ácaros predadores, especificamente na cultura da macieira. Essa também
é atacada por outras pragas, mas com destaque para o ácaro vermelho
Panonychus ulmi (Koch) (Acari: Tetranychidae).

Esta espécie ataca as folhas das macieiras, perfurando as células


da epiderme foliar e alimentando-se do conteúdo interno dessas células.
Consequentemente, as folhas apresentam manchas e perdem sua
capacidade fotossintética.

Exemplo
Atualmente, há um programa de controle biológico para P. ulmi baseado
em liberações de ácaros predadores. A principal espécie utilizada para
o controle dessa praga em macieiras é o ácaro fitoseídeo Neoseiulus
californicus (McGregor) (Acari: Phytoseiidae).

Tamanho o sucesso no controle dessa praga por N. californicus,


atualmente quatro empresas produtoras de maçã (Agrícola Fraiburgo S.A.,
Fischer Fraiburgo Agrícola Ltda., Pomifrai Fruticultura S.A. e Renar Maçãs
S.A.) em Fraiburgo, Santa Catarina, construíram unidades de criação
de ácaros predadores com a finalidade de implantar o controle biológico
inundativo de P. ulmi.

Tabela 3 - Lista de empresas que comercializam inimigos naturais para o controle


da broca-da-cana no Brasil

EMPRESA IN Web Site Telefone


C. flavipes e
BUG Agentes Biológicos www.bugbrasil.com.br (19) 3435-7435
T. galloi
Biocontrol C. flavipes www.biocontrol.com.br (16) 3945-0384
CEBRASA C. flavipes www.cebrasa.agr.br (19) 3038-3838
CETMA C. flavipes www.cetma.com.br (14) 3263-2851
MEGABIO Produtos C. flavipes e
www.megabio.com.br (34) 3212-7769
Biológicos T. galloi
BioResult Contole Biológico C. flavipes www.bioresult.com.br (18) 3366-2008
Walmon Comercial Ltda Matéria Prima www.walmon.com.br (11) 2243-5655
BioHengel C. flavipes www.hengel.com.br (18) 3324-4801
ITAFORTE Bio Produtos Boveril e Metarril www.itafortebioprodutos.com.br (15) 3271-2971

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Controle Biológico de Pragas Agrícolas

7 Referências Bibliográficas

Eilenberg, J., A. Hajek, et al. (2001). "Suggestions for unifying the terminology in biologi-
cal control." BioControl 46: 387-400.

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cedimentos a serem adotados para efeito de registro de Agentes Biológicos de Controle.
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BRASIL. Instrução Normativa Conjunta nº 3, de 10 de março de 2006. Estabelece pro-


cedimentos a serem adotados para efeito de registro de agents microbiológicos, emprega-
dos no controle de uma população ou de atividades biológicas de um outro organismo vivo
considerado nocivo. Diário Oficial da União de 15/03/2006 , Seção 1 , Página 23.

BRASIL. Instrução Normativa nº 52, de 20 de novembro de 2007. Estabelece a lista


de pragas quarentenárias ausentes (A1) e de pragas quarentenárias presentes (A2) para
o Brasil e aprovar os procedimentos para as suas atualizações. Diário Oficial da União de
21/11/2007 , Seção 1 , Página 31.

BRASIL. Instrução Normativa nº 64, de 18 de dezembro de 2008. Aprova o Regula-


mento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção Animal e Vegetal. Diário Oficial da
União de 19/12/2008 , Seção 1 , Página 21.

BRASIL. Instrução Normativa Conjunta nº 1, de 23 de janeiro de 2006. Estabelece


procedimentos a serem adotados para efeito de registro de produtos semioquímicos que
se caracterizem como produtos técnicos, agrotóxicos ou afins. Diário Oficial da União de
26/01/2006 , Seção 1 , Página 7.

BRASIL. Decreto nº 4074, de 04 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei nº 7.802, de


11/071989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e
rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a
utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro,
a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e
afins, e dá outras providências. Diário Oficial da União de 08/01/2002 , Seção 1 , Página 1.

BRASIL. Lei nº 7802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a produção, a


embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a utilização,
a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a clas-
sificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins,
e dá outras providências. Diário Oficial da União de 12/07/1989 , Seção 1 , Página 11459.

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