Você está na página 1de 27

Manual de produtos para pecuária

Construção de
currais de cordoalha

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 1
Qualidade que faz
a diferença.
Conhecer a qualidade das coisas é saber diferenciá-las. E, assim,
escolher o que há de melhor. Como os inúmeros produtos Belgo
Bekaert Arames, que levam para os mais diversos segmentos as
melhores e mais inteligentes soluções em arames.

Neste manual você vai obter informações importantes para a


correta aplicação do arame e os cuidados a serem tomados na hora
construir seu curral. Fique atento ao passo a passo e lembre-se que
a qualidade do arame é essencial para um curral de qualidade.

Belgo Bekaert Arames.

Parceria entre ArcelorMittal


e a Bekaert, líderes mundiais
em seus segmentos.
1. Construções rurais em arame
A agropecuária brasileira está inserida em uma grande
diversidade de ecossistemas

Cada ecossistema tem um tipo próprio de solo, índice plu- Desde então, o arame tem sido citado na história em suas
viométrico, topografia e outros fatores ambientais. diversas aplicações, na área de instalações rurais, na de-
marcação de territórios, na proteção de propriedades.
Além dos fatores ambientais, devem ser considerados o ta-
manho das propriedades, a capacidade de investimentos, Hoje em dia não se pode falar de pecuária sem se falar de
aspectos culturais e outros. pastejos rotacionados com cercas convencionais e eletrifi-
cadas, manejo animal em currais, telas para caprinos, ovinos,
Essa complexa diversidade impõe ao produtor rural uma emas, avestruzes, javalis, queixadas, pacas, piscicultura, e
busca incessante por tecnologias, produtos e assistência outros sistemas de criação comerciais e de preservação.
técnica para se adaptar ao meio com maior produtividade
e menor custo. E quando o assunto é agricultura encontramos aplicação de
arames em áreas como parreirais, espaldeiras, secadores de
A abordagem sobre tecnologias contida neste material tem o grãos, silos de superfície, condução de frutas, hortaliças, flores
objetivo de orientar o produtor rural sobre a correta aplicação e mudas, estruturas de transporte de frutas, estufas e outros.
de arames em estruturas de contenção e de manejo animal.
Caso tenha alguma sugestão de aplicação ou deseje mais in-
A aplicação de arames na agropecuária vai ao encontro das formações, entre em contato com nossa assistência técnica:
exigências do mundo moderno. Há uma procura incessante
para aumentar a eficiência dos sistemas produtivos, reduzir
os custos de produção e o impacto ecológico, mantendo a
busca pelo aumento da lucratividade.

Historicamente seria difícil precisar a data de início da apli-


cação de arames no meio rural. As cercas de tábuas podem www.belgobekaert.com.br
ser consideradas um dos modelos de cerca mais antigos em
que se fez uso de arame. Nas cercas de tábuas, o arame era 0800 727 2000
usado como prego para afixar as réguas nos postes.

Entretanto, o ponto de partida desse levantamento é a in-


venção do arame farpado por Joseph Gleader há aproxima- A Belgo Bekaert Arames deseja a todos um bom aprendizado.
damente 120 anos.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 3
Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 4
2. Aspectos ambientais e físicos a serem
observados para o correto planejamento
de estruturas rurais

Antes de adquirir o material ou ini- A – Agressividade do ambiente


ciar a construção das estruturas ru-
A agressividade do ambiente é a influência do tipo de solo,
rais, devem ser avaliados alguns as- água e possíveis agentes naturais e químicos levados pelo
pectos que interferem diretamente artrução
que possam reduzir a vida útil do material usado na cons-
das instalações rurais.
na durabilidade, na eficiência e no
Alguns ambientes se destacam pelo alto nível de agressi-
custo das estruturas. vidade. Dentre eles estão as regiões com fontes de águas
salinas, as áreas próximas a lavouras que fazem o uso cons-
tante de adubos e defensivos para controle de pragas, solos
ácidos e outros.

Assim, quanto maior for a agressividade do ambiente e dos


agentes corrosivos, maior será a necessidade de proteção
para o material usado.

A proteção de material é o processo que usa elementos mi-


nerais que dão maior durabilidade ao material, quando são
aplicados como revestimento ou mistura ao próprio material.

Ação do ambiente sobre os arames e


acessórios ferrosos
Existe uma forma de aumentar a vida útil do material de aço
oriundo de arames compostos por aços ferrosos (arames,
balancins, pregos, grampos e acessórios). Basta impedir o
contato com o meio, revestindo o material com zinco sobre
sua superfície. Essa técnica é denominada “Galvanização”.
Quanto mais espessa for a camada de zinco, maior será a
vida útil do material. Também é possível adicionar alumínio
ao zinco (Bezinal), tornando a proteção ainda mais eficien-
te. Em ambientes pouco agressivos, é possível usar arames
com camada “leve” de zinco. Em áreas agressivas, contudo,
o revestimento com zinco leva o arame a ser substituído
em pouco tempo. A consequência é o aumento do custo da
estrutura e a redução da sua eficiência.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 5
Durabilidade x Revestimento
Durabilidade

Qualidade de revestimento

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 6
Material usado na sustentação e na an- Sua resistência depende do formato e da espessura do
material. O custo do plástico varia de acordo com a ma-
coragem de estruturas e processos de téria-prima usada (reciclada ou primeiro uso). O material
conservação reciclado é ecologicamente correto.

O material usado para a sustentação e ancoragem das es- B - Topografia


truturas (postes, estacas, mourões, travesseiros, escoras
e outros) também sofre com a agressividade do ambien-
te e pode ser agressivo aos arames. Os arames podem ser A topografia ou a regularidade da superfície do terreno de-
classificados de acordo com suas composições estruturais, termina a distância entre os postes e mourões intermediários
resistências, o custo e o impacto ecológico: (ou de meio) usados para sustentar e direcionar os arames.

Madeiras de lei – Têm durabilidade alta, alto custo, são A superfície regular é a distância entre os extremos de uma
ecologicamente incorretas e podem liberar resinas corrosi- cerca (local de instalação das estruturas de esticamento
vas para os arames. dos arames). Há dois tipos de superfícies:
- Sem variações de direção (curvas)
Eucalipto – A durabilidade do “cerne” com idade média de - Sem alterações bruscas no relevo (depressões, valos,
15 anos é alta. Quando preservado e tratado de maneira subidas e descidas entre os extremos.)
correta, pode durar mais de 20 anos, independentemente Vale sempre lembrar que os fios de arame devem estar
da idade da planta. A relação custo-benefício é a melhor sempre paralelos ao solo. Dessa forma é possível evitar que
encontrada no mercado. O eucalipto é oriundo de reflores- as cercas fiquem com espaços (vãos) entre o solo e o pri-
tamento, renovável e ecologicamente correto. meiro fio de arame suficientes para a passagem de animais
ou com a altura do fio superior insuficiente para evitar que
os animais possam pular a cerca.

Concreto – Sua durabilidade e resistência dependem da tec-


nologia usada e da qualidade do material. O mais indicado é o
concreto “protendido”. O custo do material também varia de
acordo com a tecnologia usada e é ecologicamente correto.

Aço – A durabilidade depende da proteção que o aço tem.


Sua resistência mecânica depende da forma e da espessura.
O custo é alto e varia de acordo com a tecnologia usada. O
aço é ecologicamente correto.

Plástico – A durabilidade depende da proteção contra


raios UVs e da matéria-prima usada em sua composição.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 7
C - Tipos de solos
O tipo de solo deve ser avaliado antes da aquisição do ma-
terial. A montagem da estrutura que vai suportar a tração
dos arames será dimensionada de acordo com a técnica e a
viabilidade para obter estruturas firmes e estáveis.

Quanto maior for a quantidade e a carga de ruptura dos


arames, maior deve ser a resistência da estrutura (cantos
ou ancoragens) que vai suportar a força exercida pelos ara-
mes, após o esticamento. É esse procedimento que vai de-
finir se a relação custo-benefício será positiva ou negativa.

Para solos firmes, as estruturas devem ser dimensionadas


visando o maior espaçamento entre os mourões/postes de
sustentação intermediários.

Como não é possível alterar a estabilidade do solo, a opção


é escolher arames com carga de ruptura menor para cercas.

Com isso, uma estrutura mais resistente e cara para supor-


te da força exercida pelos arames acaba sendo compensada
pela maior distância entre os postes/mourões intermediá-
rios e pela redução no tempo de construção das estruturas,
no custo da mão de obra e no transporte.

máximo de 10 m

Assim, para a construção de cercas em terrenos acidentados,


solos arenosos e/ou com estruturas curtas, o arame a ser
escolhido deve ter baixa carga de tração. Essa condição per-
mite construir estruturas menos complexas e mais baratas.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 8
D – Carga de ruptura dos arames
Os arames variam também em função da carga de ruptura Exemplo: Os arames mais usados para cer-
ou da resistência à tração que podem suportar.
cas rurais são o arame liso e o arame farpa-
Quanto maior for a carga de ruptura, a quantidade de arames do. Esses dois tipos de arame não variam
e a força a que serão submetidos, maior deve ser a resistência
das estruturas usadas para suportar a força de tração dos ara-
em decorrência da carga de ruptura nem
mes (estrutura de cantos ou ancoragens). da presença ou não de farpas.

O arame liso (carga de ruptura de 700 Kgf) O arame farpado (carga de ruptura de 250 Kgf
não tem farpas. Então requer maior tensão nos a 350 Kgf) não exige uma tensão grande
fios da cerca. A carga de tensão média desejada em sua instalação. A carga de tensão média
para arame liso é de 350  Kgf. Os animais po- desejada para arames farpados é de 150 Kgf.
dem exercer maior força sobre os arames lisos, A carga necessária para tracionar o arame
sem sofrer o incômodo das farpas. farpado é menor. A presença das farpas
provoca incômodo nos animais e os induz a se
afastar das cercas.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 9
Arames Carga de Ruptura

Arame
farpado MOTTO®
350 Kgf

Arame
farpado RODEIO®
250 Kgf

Arame farpado
SUPER VARJÃO®
350 Kgf

Arame farpado
VARJÃO®
250 Kgf

Arame liso Z-700® 700 Kgf

Arame liso ZZ-700 Bezinal® 700 Kgf

Arame liso Z-600® 600 Kgf

Cordoalha CORDAÇO® 2.500 Kgf

Carga de ruptura dos arames Belgo Bekaert Arames.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 10
3. Ferramentas e acessórios a serem utilizados na
construção de cercas e estruturas para fruticultura

A - Marcação de extremos e intermediários


Para iniciar a construção de um lance de cerca, é necessário B - Alinhamento ou balizamento
determinar os extremos do cercamento. São os extremos
que vão determinar o local de instalação das estruturas de
das cercas
esticamento dos arames.
O correto alinhamento dos postes/mourões re-
Tendo como base a avaliação da topografia e das condi- duz a exigência sobre o material, reduz a manu-
ções físicas e climáticas, é importante lembrar que, quan- tenção e aumenta a eficiência das estruturas.
to mais distante estiverem os extremos, menor será o
custo das instalações.

C - Perfuração do solo

De acordo com a textura do solo e os recursos disponíveis


na propriedade, várias ferramentas podem ser utilizadas. A
nomenclatura das ferramentas pode variar de região para
região. Ex: Cavadeira, Boca de lobo.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 11
D - Aprumar os postes E - Compactação do solo

O prumo dos postes/mourões deve ser verificado antes e Deve-se ter uma atenção redobrada na compactação do
durante a compactação do solo. Para esse procedimento, solo em torno dos postes/mourões. Essa tarefa deve ser
deve ser utilizado o prumo de corda e/ou o de ângulo. realizada com ferramenta adequada e que alcance o fundo
do buraco (junto do poste) e permita uma compactação
eficiente de toda a terra usada para preencher o espaço
entre a parede do buraco e o poste. É sempre bom lembrar
que, ao compactar essa área, o solo existente na periferia
do buraco também será compactado.

Deve-se ter uma atenção redobrada nas estruturas de can- É comum ocorrer dúvida sobre o uso de concreto no espaço
to para fruticultura, quando esses cantos forem angulados. entre o poste e a parede do buraco. Para solos extrema-
mente compactos, o uso de concreto pode ser uma alter-
nativa eficiente, mas onerosa.

Na maioria das vezes, o uso de concreto


serve apenas para “aumentar a espessura
do poste/mourão”. Assim, a força aplicada
sobre o poste/mourão será transmitida ao
solo adjacente, que não está compactado.
Com isso, a estrutura vai ceder.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 12
F - Preparação de apoios, travesseiros,
mão-francesa e furos.
Furadeira
Para desempenhar essas atividades, é mais comum o uso
de enxó, serrote, formão, martelo e trado. Essas ferramen-
tas são facilmente encontradas no mercado e nas proprie-
dades, mas proporcionam baixo desempenho, devido ao
manuseio lento. Serra-copo

Motosserra

Martelo
Formão

Serrote

Plaina elétrica

Enxó

No entanto, para quem vai construir somente cercas e es- G - Desenrolamento e passagem do arame
truturas de fruticultura, essas ferramentas são as mais in-
dicadas, porque têm baixo custo. Quando se tem acesso ou Para o desenrolamento do arame liso, deve-se colocar o
o volume de estruturas a serem construídas for grande, o rolo no chão e fixar estacas no interior ou no exterior do
uso de ferramentas mais específicas torna-se viável e mais rolo (perímetro interno e externo do rolo) de acordo com a
rentável, devido à redução do custo de mão de obra. preferência do cerqueiro. O arame pode ser desenrolado de
É preciso estar atento a encaixes, furos e apoios a serem feitos fora para dentro ou de dentro para fora. Todos os rolos de
nos postes/mourões. O procedimento deve proporcionar en- arame possuem apenas duas pontas.
caixe perfeito e passagem dos arames sem muita resistência. Pode-se usar uma máquina de desenrolar própria para ara-
O acúmulo de água e a possibilidade de quebrar ou desen- me liso adquirida no mercado.
caixar são aspectos que devem ser observados para evitar
manutenções precoces.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 13
H - Ferramentas de apoio

Existem ferramentas que auxiliam no manuseio do material


usado na construção e na manutenção de cercas e estrutu-
ras para fruticultura. O uso dessas ferramentas pode reduzir
o tempo de execução e melhorar o acabamento das cercas.

Alicate de corte
Para os arames farpados, deve-se usar uma barra de ferro,
um pedaço de madeira roliça ou uma máquina de desenrolar
arame farpado.

Chave de charrua

É extremamente importante o uso de EPIs nesse processo.


Lesões nas mãos, infelizmente, são comuns, devido à falta
de uso de luvas.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 14
Quadro de referência para esticamento/tensionamento dos fios

Ferramenta Indicação de Características Observações


aplicação

Arames farpados com torção Manuseio pode acarretar


contínua (arames cujas farpas Baixo custo, fácil manuseio e danos ao arame.
passam entre os fios do arame). aquisição. Possibilita esticamento de
Ex.: Varjão lances curtos.

Arame farpado com torção Danifica o arame e reduz a


Fácil manuseio e aquisição.
contínua. capacidade de tração.

Todos os modelos de arame Danifica o arame e reduz a


Fácil manuseio e aquisição.
farpado. Corte e arremate. capacidade de tração.

Proporciona o melhor Algumas ferramentas têm peças


esticamento dos fios e (mordentes/cachorros) para
Todos os arames / lance de cerca
pode ser reutilizada para fixação da farpa nos arames que
acima de 50 m.
o esticamento e a emenda danificam a superfície e/ou a
dos fios. estrutura.

A qualidade e a origem devem


ser observadas em função
Proporciona bom da durabilidade. A catraca e o
esticamento dos fios e “dente” da ferramenta devem
Arame liso / lance de cerca abaixo
facilita a manutenção, proporcionar segurança
de 50 m.
quando associada com a na operação e resistência.
esticadeira de corrente. Alguns modelos destravam,
ocasionando afrouxamento
das cercas.
A qualidade e a origem devem
Proporciona bom ser observadas em função
esticamento dos fios e da durabilidade. A catraca e o
facilita a manutenção, “dente” da ferramenta devem
Arame Eletrix cerca elétrica. quando associada com a proporcionar segurança
esticadeira de corrente. Esse na operação e resistência.
modelo já vem com uma Alguns modelos destravam,
castanha isoladora. ocasionando afrouxamento
das cercas.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 15
Tipo de solo Espaçamento
Tipo de Arame Sistemas de Topografia (cm) de baixo
criação indicado sustentação para cima
Estável Instável
Distância entre
< 300 m < 200 m
esticadores 5 fios, sendo
5 fios de arame Acidentada
Distância entre 30 / 27/22/22/35.
ovalado 3a8m 3a5m
Bovinos e estacas intermediárias A altura total da cerca
Z-700
Bubalinos Distância entre será de 1,45 m na
ou 500 m < 300 m
esticadores ponta do mourão e de
ZZ-700 Bezinal Plana
Distância entre 1,35 m no último fio.
máx. 10 m ≤ 10 m
estacas intermediárias
Distância entre
< 100 < 50 m
esticadores 5 fios, sendo
5 fios de arame Acidentada
Distância entre 30 / 27/22/22/35.
farpado 2a6m 2a6m
Bovinos e estacas intermediárias A altura total da cerca
Motto
Bubalinos Distância entre será de 1,45 m na
ou 100 50
esticadores ponta do mourão e de
Super Varjão Plana
Distância entre 1,35 m no último fio.
máx. 8 m ≤8m
estacas intermediárias
Distância entre
< 80 < 50 m
esticadores 5 fios, sendo
5 fios de arame Acidentada
Distância entre 30 / 27/22/22/35.
Bovinos, farpado 2a4m 2a4m
estacas intermediárias A altura total da cerca
Bubalinos e Varjão
Distância entre será de 1,45 m na
Equinos ou 80 50
esticadores ponta do mourão e de
Rodeio Plana
Distância entre 1,35 m no último fio.
máx. 4 m ≤4m
estacas intermediárias
Distância entre
< 300 m < 250 3 fios, sendo
esticadores
Acidentada 40 / 40 / 45.
Distância entre
Bovinos, 5 a 20 m 5 a 20 m A altura total da
3 fios de arame estacas intermediárias
Bubalinos e cerca será de 1,30 m
Eletrix Distância entre
Equinos* 500 m < 300 m na ponta do mourão
esticadores
Plana e de 1,25 m no
Distância entre último fio.
máx. 30 m ≤ 30 m
estacas intermediárias
Distância entre
< 50 m < 50 m
esticadores
Acidentada A altura final da cerca
Distância entre
Ovinos, 3a6m 3a6m será de 1,30 m. A tela
estacas intermediárias
Caprinos e Tela Campestre deve iniciar rente ao
Distância entre
Suínos < 100 m < 100 m chão, com altura de
esticadores
Plana 1,20 m no último fio.
Distância entre
máx. 8 m ≤8m
estacas intermediárias
* Para gado de leite de origem europeia pode-se usar de um a três fios, dependendo do solo e topografia.
Em espaçamentos entre estacas maior que 4 m, utilizar distanciador Açofix a cada 2 m.
Para maior eficiência, utilize esticador de telas da marca Caçula.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 16
Cordaço®
+ Durabilidade + Valorização
Proteção máxima contra a ação do tempo e de Currais mais eficientes e duradouros;
agentes corrosivos;
+ Economia
+ Eficiência Melhor relação custo-benefício, quando comparada
Melhor contenção dos animais, independente- aos modelos tradicionais;
mente da idade e do sistema produtivo;
+ Garantia
+ Elasticidade Produto desenvolvido e comercializado pela Belgo
Maior capacidade de distensão, reduzindo o efei- Bekaert Arames, líder nacional de vendas e de prefe-
to do impacto dos animais e a necessidade de rência dos consumidores;
manutenção ou de reesticamento;
+ Tecnologia
+ Confiabilidade Facilidade de acesso a técnicas construtivas, a proje-
Maior resistência ao impacto dos animais, permi- tos de instalações rurais, a apoio técnico local, a aces-
tindo maior espaçamento entre os mourões in- sórios e a eventos de difusão tecnológicos. Acesso
termediários; por meio da rede de distribuidores autorizados Belgo
Bekaert Arames.

Cordaço®
Força, resistência, durabilidade e praticidade.
Construção e manutenção muito mais fácil, visibilidade e beleza. Reduz a
quantidade de madeira utilizada em até 60%. Utilizado para a construção e a
manutenção de currais de engorda, manejo e confinamento.

Especificações
Número de fios 7
Comprimento 250 m
Carga mínima de ruptura 2.500 Kgf
Zincagem camada pesada
Diâmetro da Cordoalha 6,40 mm

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 17
Manual de produtos para pecuária

Monte sua cerca


Currais- Passo a passo

Instruções para montagem Trabalho em silencio é importante.


• Retire os cães do local de trabalho.
Currais inadequados de manejo de bovinos afetam as • Elimine o uso de ferrões. O uso de varas com tiras de
atividades diárias e a produtividade do rebanho, além de plástico ou outras distrações na ponta funcionam muito
aumentar os riscos de acidentes com as pessoas e os ani- bem para tocar o gado dentro do curral.
mais. Este manual tem o intuito de contribuir para a cons- • Ocupe, no máximo, ¾ da área da seringa. Os animais ne-
trução e a instalação de manejo de bovinos adequadas à cessitam de espaço para se virar.
atividade pecuária, bem como melhorar a eficiência do •Elimine distrações visuais. Seringa, tronco coletivo e em-
manejo, inclusive com possíveis melhorias no curral exis- barcadouro devem ter cercas inteiriças (réguas justapostas,
tente na fazenda. sem espaçamento).
• O gado pode evitar mover-se de uma seringa iluminada
pelo sol para um tronco sombreado. Estenda o tronco para
Manejo dos animais fora da cobertura ou cubra a área da seringa. Devem-se
evitar contrastes acentuados de cores e de sombra e luz
O nível de estresse de um animal, ao ser manejado, varia
nas instalações.
de acordo com três fatores: genética, diferenças individu-
• Use adequadamente o tronco de contenção, com pressão
ais e experiências. Alguns efeitos de estresse em bovinos
suficiente para conter o animal (sem excesso nem falta). Na
são redução do ganho de peso; baixa performance repro-
medida do possível, cubra as laterais para evitar distrações
dutiva; redução de resistência a doenças, menor qualidade
visuais. O animal deve entrar e sair calmamente do curral
da carne. O modelo de um curral tem forte influência na
para o pasto.
experiência do gado: plantas inadequadas aumentam o es-
• O manejo adequado do gado deve ocorrer desde o nasci-
tresse.Currais de manejo baseados nos princípios de com-
mento. Para qualquer categoria, a primeira experiência em
portamento do bovino resultam em um trabalho muito mais
um curral deve ser a mais tranquila possível.
seguro, eficiente, fácil e menos estressante para o gado e
para as pessoas envolvidas. A reação de um animal pode ser
imprevisível. É preciso entender seu comportamento para Planejando o curral
manejá-lo adequadamente.
As condições mais importantes, quando se planeja um curral
de manejo para as atividades da fazenda (cria, recria, engorda,
Fatores que podem facilitar o manejo etc.) são área disponível, topografia, posição em relação às
pastagens e outras instalações, acesso de veículos, prefe-
• Seja paciente; respeite os animais. Movimente-se com rências pessoais. A topografia deve ser plana ou levemente
calma, evite movimentos bruscos e barulhos, quando estiver ondulada. Evite assim serviços de terraplanagem com má-
entre os animais. quinas. As águas devem ter rápido escoamento. O terreno
• Movimente lotes reduzidos de animais (mais fáceis de deve ser seco e de boa drenagem, evitando assim que o
ser manejados). piso encareça a construção. A posição em relação aos pas-
• Respeite o comportamento natural dos animais, ao ma- tos deve ser a mais equidistante (central) possível. Proprie-
nejá-los. Use o instinto de rebanho no manejo e sempre dades muito grandes exigem mais de um curral. Uma dis-
evite deixar um animal isolado. tância razoável de resistência é recomendável para evitar
• Reduza o barulho. Evite gritos, assovios e estalos de chi- poeira e barulho. É importante ter boas estradas de acesso
cote. Examine o funcionamento de dobradiças, do tronco durante o ano inteiro. O suprimento de água é fundamental,
de contenção, etc. (sons de ferragens assustam os animais). e o de energia elétrica é de grande importância.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 18
Forma Como regra geral, o curral de manejo de bovinos pode ser
construído com a mesma estrutura, independentemente
O mais importante é um bom planejamento do setor de do número de animais a serem trabalhados.
serviço, porém currais circulares são recomendados pela A) Curraletes: Local onde os animais permanecem an-
vantagem da ausência de cantos perdidos, o que permite tes do trabalho a ser feito. Comunicam-se entre si, com o
um fluxo mais rápido dos animais. corredor de circulação (ou diretamente com a seringa) e o
apartadouro.
B) Corredor de circulação: Facilita o encaminhamento
Fórmulas para cálculo de área (s) dos animais do pasto ou dos currais para a seringa e a cir-
Área e número de animais culação entre os curraletes.
• Setor de serviço: É composto pela combinação de di-
ferentes componentes. Precisa permitir um bom fluxo do
A área do setor de serviço (e o corredor de circulação, caso
gado e um fácil acesso aos animais pelos funcionários para
haja) deve ser excluída no cálculo da área em relação ao
atender com eficiência aos objetivos do trabalho. Seu pla-
número de animais a serem manejados. A permanência dos
nejamento deve levar em consideração fatores, como di-
animais por muito tempo no curral é antiprodutiva. Assim,
reção de entrada e saída dos animais, tamanho e tipo da
a não ser em condições específicas, não são necessários
seringa, tronco coletivo, tronco de contenção e balança;
currais muito grandes. Ao trabalhar com gado, não se deve
localização do embarcadouro.
encher o curral com sua capacidade total, pois é necessá-
É fundamental que o espaço seja coberto para permitir traba-
rio deixar um curralete vazio para os animais que passarem
lhar em qualquer clima. Um setor de serviço bem planejado é
pelo setor de serviço. Em propriedades grandes, deve-se
essencial para um curral de manejo adequado à propriedade.
construir mais de um curral.
C) Seringa: Encaminha os animais ao tronco coletivo e/
Usa-se 1,90 m² de área por vaca com bezerro (ou bovino
ou ao embarcadouro. É recomendável que a área seja em
com mais de 540 kg), 1,60 m² por bovino adulto solteiro
forma de trapézio retangular (um lado reto), semicircular
(270 a 540 kg) e 1,30 m² por animal jovem (até 270 kg).
ou ¾ de circulo.
Em fazendas com operações variadas, use a dimensão de
1,90  m² por cabeça. Como citado, o curral deve ser pla-
nejado de acordo com os objetivos e as preferências do
pecuarista. Seguindo-se algumas medidas-padrão reco-
mendadas, as plantas mostradas neste manual podem ser
alteradas e adaptadas quanto a seus componentes, dimen-
sões e material, conforme cada situação.

Componentes dos currais

As seringas em forma retangular ou de trapézio, com am-


bos os lados angulados, dificultam o manejo, pois os ani-
mais podem evitar entrar no tronco.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 19
os animais se assustem com distrações do lado de fora do
tronco. Os troncos podem ter uma seção retangular (lados
retos) ou trapezoidal (lados inclinados, metade ou inteiros).
O segundo modelo é recomendável, quando se trabalha
com animais adultos e jovens, pois evita que o animal jovem
tente se virar para retornar ao tronco. Lados inclinados po-
dem ser um problema com animais agitados, que costumam
deitar-se no tronco.

A seringa em curva com porteira e cercas de réguas jus-


tapostas (sem espaçamento) é a mais efetiva, pois leva o
animal a ver o tronco como única saída da seringa. Pode-
se controlar com a porteira a área da seringa. No entanto,
é importante acentuar que a porteira na seringa em curva
não deve ser utilizada para empurrar os animais. Se um ani-
mal se virar, ele precisa de espaço para direcionar-se nova-
mente para o tronco. Deve-se ocupar no máximo metade a
¾ da área da seringa. Com laterais retas, pode-se adaptar a colocação de pai-
D) Embarcadouro: Geralmente em rampa com saliência, néis de madeira (por exemplo, madeira compensada) para
encaminha os animais para serem embarcados em veículos. estreitar o tronco, quando for trabalhar com animais jo-
Deve ser de cercas sem espaçamento entre as réguas, para vens. Uma alternativa é construir um tronco de menores
impedir distrações visuais, e ter uma passarela na lateral. dimensões para categoria jovens, ligando ao tronco cole-
A localização varia conforme o curral. Por exemplo, após o tivo ou à seringa.
setor de serviço ou diretamente na entrada do tronco co- F) Tronco de contenção (individual, mecânico ou hi-
letivo ou da seringa (dessa forma, os animais movem-se dráulico): Com “braços” de imobilização e portões de
melhor). Um “para-choque” é importante para evitar um acesso ao animal, localiza-se antes do tronco coletivo.
buraco entre o veículo e a rampa. Permite tratamento individual, como cirurgias, diagnós-
E) Tronco coletivo: Pode ser em curva ou em linha reta. ticos de gestação, marcação, etc., quando é necessária
Encaminha os animais para o tronco de contenção individu- uma imobilização do animal. No mercado, encontram-se
al e a balança. É usado para serviço em grupo, como vacina- de diversas marcas comerciais e modelos. Existem tam-
ção, vermifugação injetável, etc. Uma passarela para que o bém modelos tipo ‘balança-tronco”, em que a balança é
funcionário possa ver e acompanhar o gado deve ser cons- integrada ao tronco de contenção, o que aumenta a área
truída na lateral de dentro da área de serviço, desde o início útil do curral e pode facilitar o trabalho de apartação em
da seringa até o final do tronco coletivo. O ideal é trabalhar um curral bem planejado.
com, no máximo, 8 a 10 animais por vez. O mais eficien- G) Balança (mecânica ou eletrônica): Destina-se à pe-
te é o tronco em curva com cercas de réguas justapostas sagem em grupo ou individual. Sua localização varia con-
(sem espaçamento), que facilita e reduz bastante o tempo forme o modelo do curral. A balança individual é mais ade-
de trabalho pelo fluxo mais rápido dos animais. Esse modelo quada, principalmente para o controle de desenvolvimento
tira vantagens de um comportamento natural dos animais- ponderal. Num espaço menor, o animal se movimenta me-
a movimentação em círculo, como se estivessem voltan- nos, o que facilita o trabalho. Pode ser bastante prático o
do ao ponto de onde saíram e impede que eles vejam o uso de balança eletrônica portátil (em geral, com barras de
tronco de contenção (um beco sem saída) até que estejam aço que se encaixam em uma plataforma), inclusive porque
quase em sua entrada. As cercas inteiriças não deixam que pode ser colocada sob o tronco de contenção.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 20
H) Apartadouro (ou ovo): Direciona os animais para di- Pisos
ferentes curraletes, após a passagem pelo setor de serviço.
I) Porteiras: Feitas de ferro ou madeira, podem ser cons-
truídas de diversos tamanhos, em geral, 1,80 m de altura A área de serviço é concretada com acabamento semiáspero e
e largura variável. Devem ser resistentes, com dobradiças e frisos. Em terrenos arenosos, curraletes e corredor de circu-
fechos de boa qualidade. Conforme o modelo do curral, é re- lação, o piso fica ao natural, podendo ser compactado com
comendável instalar porteiras que se abram para os dois la- cascalho. Em terrenos argilosos, abre-se uma caixa de 8 cm
dos, o que é determinado pelo modelo da dobradiça. No caso a 10 cm, onde é colocada uma mistura de areia grossa e cas-
da seringa em curva, a dobradiça deve permitir uma abertura calho. O piso de paralelepípedos, além do risco de acidentes,
de 270º a 360º (¾ a uma volta completa, no mínimo). É tem um custo muito mais alto que o encascalhamento.
importante saber o modelo e as dimensões da dobradiça que
será utilizada para o desenho correto de uma planta. Material básico necessário
Construção de currais com cordoalha Nas cercas externas e subdivisões, recomenda-se o uso
de Cordoalha de aço Cordaço, Parafuso Esticador alça
pré-formada (arremate), esteios e travamentos de madeira.

Esteios

Tradicionalmente sempre foram usados esteios em madeira


de lei, variando o tipo conforme a região. Em função de cus-
tos, leis de preservação ambiental e disponibilidade, hoje é
largamente utilizado o eucalipto tratado, que substitui sem
nenhum problema as madeiras tradicionais. Sua vida útil é
acima de 20 anos e apresenta homogeneidade de formas,
o que evita lapidações ou acertos. Os esteios têm normal-
mente 3 m de comprimento, dos quais 2 m ficam aéreos.
Recomendam-se esteios de seção circular, com diâmetro
de 14 cm a 16 cm. A 10 cm do topo do esteio, abre-se um
buraco (escareamento) para encaixe do travamento (circu-
lar: 8 cm diâmetro x 3 cm profundidade). Para um alinha-
Preparo do terreno e locação mento correto dos encaixes de cada lado, antes fura-se o
• Limpar o terreno, usando trator ou o equipamento esteio a 15 cm do topo.
disponível.
• Localizar o eixo de serviço no sentido leste-oeste (nasci-
mento e pôr do sol), o que permite sombra durante a maior
parte do dia na área coberta.
• Pode ser feito um abaulamento para evitar acúmulo de água
e de barro no setor de serviço. O procedimento possibilita que
a área de serviço fique mais alta (1% da distância) em relação
à cerca externa do curral (em curraletes de 15 m de largura =
0,15 m de declive na altura).
• Na demarcação do curral, defina onde deve ser o em-
barcadouro (uma pequena estaca na posição de cada es-
teio). Usando esse ponto como referência, marque um
segundo ponto de referência (em currais circulares, o
centro do curral). Com a planta na mão e as distâncias
especificadas, marque as cercas externas e internas com
uma faixa de cal, por exemplo.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 21
O furo será referência do ponto central dos encaixes. Em Travamentos
cercas circulares, devem-se fazer os dois encaixes virados
ligeiramente para um lado. Esse serviço deve ser feito antes São travas de madeira roliça de cerca de 10 cm x 2,5 m
de se posicionarem os esteios nos buracos. O uso de fura- encaixadas entre os esteios para dar melhor estabilidade
deira elétrica com um serra de copo (broca tipo serra) facilita longitudinal. Também podem ser usadas réguas para fazer
muito a realização desse trabalho. Os esteios devem ser per- esse travamento (ex.: 4 cm x 10 cm ou 3 cm x 15 cm),
furados a partir de 35 cm do topo para a passagem da cor- mantendo-se a distância de 10 cm do topo do esteio e ob-
doalha Cordaço. São oito furos, um a cada 20 cm, com broca viamente alterando a medida do buraco de encaixe citada.
de 1/2 (furadeira elétrica, motosserra ou trado). Deve-se
usar régua-gabarito, seguindo-se as medidas recomendadas
(espaçamento de baixo para cima: 25/7 x 35 cm). Colocação dos esteios e travamentos
Os buracos dos esteios devem ser feitos com trator ou fer-
ramenta disponíveis nos pontos marcados previamente. O
diâmetro dos buracos deve ser igual ao dos estios, com um
espaço suficiente para socar a terra com um soquete no
momento de compactar (pelo menos 2,5 vezes o diâmetro
do esteio). Quanto mais largo for o buraco, melhor a fixa-
ção do mourão (maior volume de compactação). Conforme
o tipo de terreno, é recomendável não abrir dois buracos
muito próximos (ex.: para os esteios das porteiras corre-
diças do tronco), se estiver utilizado o trator para furar o
terreno, pois a vibração do trator pode desmoronar a terra
entre os dois buracos. Fure o segundo buraco manualmen-
te, com ferramenta própria. Primeiro coloque e fixe os últi-
Os furos podem ser feitos antes ou depois de fixar os es- mos esteios de cada lance de cordoalha (cantos nos currais
teios. É recomendável furar depois para evitar risco de falta retangulares). Para auxiliar a estabilidade, os esteios devem
de alinhamento dos furos por desnível do terreno ou desa- ser calçados usando “travesseiros“ com cerca de 50 cm de
linhamento na colocação dos esteios. Nos esteios em que comprimento. Os travesseiros podem ser feitos com os
houver cruzamento de cordoalhas, deslocam-se os furos 2 travamentos, posicionando-os perpendiculares em relação
cm na vertical para evitar cruzamento com os do outro lance. à direção de maior tração do esteio.
É fundamental que nos esteios onde a cordoalha vai “ retor-
nar” a saída dos furos seja em diagonal para evitar rachadura
da madeira. Se for mourão de eucalipto tratado, é recomen-
dado que utilize uma camada de tinta asfáltica para não ha-
ver reação com os produtos do tratamento do mourão.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 22
Todos os esteios devem ser compactados com pedras ou Para marcar as pernas da alça, retire o excesso com plaina
concretados. Se for concretar, deve-se usar viga baldrame, elétrica ou manual. Depois de encaixados os travamentos ao
pois em volta do concreto não há compactação, o que dimi- longo de todo o lance, devem-se novamente alinhar os es-
nui sua eficiência. A marcação das estacas pode ser feita com teios a partir dos cantos e socar para fixá-los em definitivo.
linha mestre do mourão inicial ao do mourão final. É neces- Esse processo deve ser seguido para cada lance da cerca.
sário sempre usar o prumo para um alinhamento correto. No
caso de cercas circulares, coloque travesseiro de apoio em
todos os esteios intermediários, posicionando-os em relação
Colocação da cordoalha Cordaço®
ao centro do círculo.
Onde for colocado o parafuso esticador, deve-se desbastar
o esteio do lado da rosca para que a porca e a arruela não
fiquem expostas. Pode-se usar furadeira elétrica com uma
broca chata para madeira.
O primeiro passo é colocar os parafusos esticadores em
seus lugares nos esteios de tração e introduzir a alça no
olhal. Devem-se deixar as porcas em posição de aperto ini-
cial para a posterior manutenção da tensão da cordoalha.
A partir do primeiro furo superior, deve-se passar a cordo-

Após fixar os últimos esteios de cada lance de cordoalha,


coloque os outros esteios e alinhe a altura com os cantos,
posicionando-os provisoriamente com um pouco de ter-
ra. A cada dois esteios, deve-se medir a distância entre os
encaixes e acertar o comprimento e o diâmetro da ponta
(trav. circular) do travamento a ser usado. alha por todos os esteios do lance até o último e retornar
pelo furo de baixo, passando por todos os esteios e colo-
cando a extremidade sob a marca colorida da perna menor
da alça pré-formada correspondente.

As marcas da perna menor e da perna maior da alça pré-


Para o comprimento, deixa-se 2 cm a mais. Ao tensionar a -formada devem coincidir. A perna maior deve ser apli-
cordoalha, o excesso auxilia o travamento. Para acertar o cada sobre o cabo até que as pontas estejam completa-
diâmetro, pode-se usar a mesma serra-broca do encaixe. mente encaixadas na cordoalha.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 23
Usando um esticador (A) próprio para cordoalhas preso ao
esteio de retorno, estica-se a cordoalha de baixo. A mesma Construção do setor de serviço
operação deve ser feita com a cordoalha de cima com um
segundo esticador (B) preso ao esteio de arremate. Todo o setor de serviços deve ser de réguas/tábuas
Dessa maneira, evita-se que o curso da rosca de parafu- (15 cm x 3 cm; comprimento variável) de madeira sobre
so seja perdido no tensionamento de arremate, proporcio- esteios de madeira, com cobertura. Seringa, embarcadouro
nando maior curso para a manutenção posterior. A seguir, e tronco coletivo devem ter cercas inteiriças de réguas jus-
confere-se o ponto da cordoalha que coincide com a mar- tapostas para evitar distrações visuais dos animais e facilitar
ca colorida da perna menor da alça superformada corres- o seu fluxo. Para uma cerca de altura de 1,8 m com réguas
pondente, corta-se a cordoalha e segue-se o processo de de 15 cm, são necessárias 11 réguas justapostas (15 cm de
arremate já explicado. Terminando esse arremate, deve- distância do piso). Podem-se usar dez tábuas, deixando-se
-se soltar o esticador (B) do esteio de tração e apertar a um espaçamento de 15 cm abaixo da primeira superior. Se-
porca do parafuso esticador correspondente, mantendo- ringa e tronco coletivo em curvas são os mais eficientes,
-se a tensão. Solte o esticador (A) do esteio de retorno da pois evitam que os animais vejam o final do tronco. Mas é
cordoalha e aperte a porca do parafuso esticador. Serre as importante seguir as medidas recomendadas.
pontas em excesso dos parafusos. Essa operação deve ser
mantida nos furos seguintes.
Seringas
Colocação das porteiras
Na seringa em curva, o raio / a ponteira deve ser de 3,5 m.
As porteiras - previamente construídas - devem ser Deve-se fazer um portão de acesso ao setor de serviço
fixadas com dobradiças resistentes, em geral duas ou (45 cm de largura) logo antes da seringa.
três. Encontram-se diversos modelos de fechos, sendo
mais comuns os de correr. Devem-se evitar modelos Embarcadouro
muito salientes, pois podem ferir os animais. As pontei-
ras devem ter 1,8 m de altura, variando a largura. Em
geral, as larguras externas variam entre 2 m e 3 m, e as
internas, entre 2 m e 2,5 m. O apartadouro tem entre
0,8 m e 1 m, e a seringa em curva, em torno de 3,5 m.
É importante instalar as ponteiras logo após afixar os
“coiceiros“ (esteios de fixação das ponteiras) e antes de
instalar os “batentes” (esteios onde se fecham as pon-
teiras). Caso a instalação seja feita depois que todos
os esteios estiverem fixos, será necessária a retirada
de esteios para ajuste da porteira, caso tenha ocorrido
algum erro na marcação.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 24
O embarcadouro é um tronco com medidas de 3,5 m
(comp.) x 0,75 m (larg.) x 1,8 m (alt.; a mesma do tronco
coletivo). Em terrenos planos, o embarcadouro é feito sobre
uma rampa ascendente de 1 m de altura que pode, entre-
tanto, variar. As laterais da rampa podem ser de alvenaria
de tijolo ou concreto, e o embarcadouro deve ser aterrado
por dentro. O piso deve ser de concreto com acabamen-
to semiáspero e com frisos para um bom apoio dos ani-
mais. Uma opção é adaptar, no final do embarcadouro, uma
plataforma de madeira com altura ajustável para atender
a diferentes veículos. As cercas devem ter uma passarela
lateral. Também pode-se fazer uma porteira (inteiriça) de
correr no final do embarcadouro. O direcionamento do em-
barcadouro pode ser em reta ou em curva (mais eficiente).
Logicamente adaptações de materiais e construção podem
ser feitas. É importante um para-choque (ex.: tira de pneu
velho) no embarcadouro para evitar danos ao veículo e um
vão que pode provocar ferimentos nos animais.

Tronco coletivo
Deve ter comprimento de 6 m a 15 m, largura de 70 cm
para bovinos adultos e de 45 cm para animais jovens de
até 270 kg. Geralmente o animal adulto tem 1,5 m de
comprimento, e o bezerro, 1 m. É recomendável um tron-
co com comprimento para trabalhar com o máximo oito a
dez animais por vez. A parte inferior da cerca deve ter uma
distância de 10 cm a 15 cm do chão. Deve ser feita uma
passarela ao longo da seringa e do tronco coletivo de 45
cm de largura, com 0,9 m a 1 m abaixo da borda superior
da cerca. Para o tronco em curva, o raio em relação à cerca
externa do tronco deve ter entre 2,44 m e 7,32 m, com um
ângulo de 180°. Um animal na entrada do tronco deve ser
capaz de ver de 2 a 3 animais na frente. Se a curva come-
ça logo a partir da seringa, a rês visualiza (como se fosse)
um beco sem saída e hesita em seguir. Os três ou quatro
metros iniciais do tronco devem ser em linha reta para então
iniciar-se a curva. As figuras mostram o corte transversal e
as dimensões de três modelos de tronco.
Devem-se ter portões corrediços na entrada e na saída (o
da saída deve ser inteiriço para bloquear a visão do ani-
mal) do tronco. Os portões devem correr para a área ex-
terna. Troncos comerciais de contenção individual em geral
trazem esse portão, o que permite trabalhar a rês por trás
(diagnóstico de gestação, etc). Caso não exista ou não seja
instalado o tronco individual, deve ser construído um por-
tão no final do tronco coletivo. Pode-se também construir
um lance de cerca no final do tronco como porteira de saída
lateral para tirar animais que não necessitam de tratamento
individual.Na parte inferior do tronco, do lado oposto ao da
área de serviço, pode ser feita uma porta basculante “sal-
va-vidas” utilizada para retirar animais que caiam no tronco.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 25
Troncos de contenção e balança Cobertura
Esses troncos são encontrados facilmente no mercado, de Todo o setor de serviço deve ser coberto, com pé-direito de 3
diversas marcas e modelos. É fundamental saber suas di- m a 3,5 m e área variável conforme a planta. No caso de plan-
mensões e seu modelo no memento de desenhar a plan- tas em que a área de serviço seja central no curral, a área deve
ta do cural. O tronco de contenção deve ser construído ser cercada lateralmente (cordoalha ou régua), instalando-se
logo após o tronco no final da curva. Em geral, o tronco porteiras de acesso aos curraletes. Os esteios podem ser de
de contenção vem com portas corrediças de entrada e saí- madeira ou concreto armado e necessitam dos furos/encaixes
da. Troncos de contenção mais simples também podem ser apropriados, caso o setor seja cercado (o que é recomendado
construídos na própria fazenda, mas o recomendado são os para a segurança dos funcionários).
troncos comerciais que têm um padrão de material e fun-
ções. Escolha o que melhor se aplica ao seu manejo.

Manual de aplicações de arames na pecuária. Construção de currais de cordoalhas - Belgo Bekaert Arames 26
Para agropecuária,
escolha qualidade.

Mais duráveis,
resistentes e inteligentes.
Nossos produtos entendem
de agropecuária tão bem quanto você.

www.belgobekaert.com.br | 0800 727 2000


27

Você também pode gostar