Você está na página 1de 57

Atualização no tratamento das

infecções por bactérias


multirresistentes

Dr. Clóvis Arns da Cunha


Professor de Infectologia da UFPR
Chefe do Serviço de Infectologia do Hosp. N. Sra. das Graças, Curitiba-PR
Especialista em Infectologia pela Universidade de Minnesota, EUA
Tópicos

 Impacto das bactérias multirresistentes (MDR)


 Impacto da escolha do antibiótico correto no
paciente com infecção grave, incluindo novos
critérios de sepse
 Como tratar as bactérias multirresistentes ?
 Stewardship program é o melhor caminho para
enfrentar as bactérias MDRs
Tópicos

 Impacto das bactérias multirresistentes (MDR)


 Impacto da escolha do antibiótico correto no
paciente com infecção grave, incluindo novos
critérios de sepse
 Como tratar as bactérias multirresistentes
 Stewardship program é o melhor caminho para
enfrentar as bactérias MDRs
Consequências da Resistência
Antimicrobiana (AMR = Antimicrobial Resistance)

• Atraso na terapia apropriada


• Aumento da morbidade e mortalidade
• Aumento do tempo de hospitalização (LOS =
length of stay
• Hospital, UTI
• Aumento dos custos de saúde (health care costs)
• Aumento do uso de antibióticos de amplo
espectro
• Interferência em outros tratamentos médicos
Em 2050 as infecções por
patógenos MDR serão a
principal causa de morte no
mundo com 10 milhões de
óbitos

O’Neill J. (Wellcome Trust, UK Government)


Em 2050 ocorrerá uma
infecção por patógeno MDR
a cada 3 segundos !

O’Neill J. (Wellcome Trust, UK Government)


O’Neill J. (Wellcome Trust, UK Government)
United Nations Responds to MDROs

 UN has met only 4 times in


its 70-y history re: health
crisis1
2001: AIDS virus
“It is not that it may happen in the
2011: Noncommunicable future. It is a very present reality—
diseases in all parts of the world...”2
2014: Ebola virus UN Secretary-General, Ban
2016: MDROs Ki-moon
Tópicos

 Impacto das bactérias multirresistentes (MDR)


 Impacto da escolha do antibiótico correto no
paciente com infecção grave, incluindo novos
critérios de sepse
 Como tratar as bactérias multirresistentes
 Stewardship program é o melhor caminho para
enfrentar as bactérias MDRs
Wisdom for a Paradigm Change

 “Everyone prescribing antibiotics should


consider both their clinical and public
health responsibilities.”1

 “The only dose of an antimicrobial proven


to save a patient’s life is the first one.”2
(“golden dose”)

1Dryden M et al. J Antimicrob Chemother 2011;66:2441-2443


2Martin CA et al. Am J Health-Syst Pharm 2011;68:109-110
Impact of Timing of Antimicrobial Agents on
Survival in Sepsis
 Survival in 2,731 patients with septic shock1
82%
77%
70%
61%
57%
Mortalidade de 7,6% POR 50%
43%

HORA, se a escolha do 32%


26%
19%

antibiótico for errada no 9%


5%

choque séptico
Time To Appropriate Antimicrobial Therapy Following Onset of Hypotension (Hours)
 Retrospective analysis in 165 global ICUs with a total of 28,150 patients with
severe sepsis or septic shock2
• Survival benefit demonstrated with prompt antibiotics even in patients
with only severe sepsis without shock
 Systematic review and meta-analysis questioning the above-stated benefits3
1Kumar A et al. Crit Care Med 2006;34:1589-1596
2Ferrer R et al. Crit Care Med 2014;42:1749-1755
3Sterling SA et al. Crit Care Med 2015;43:1907-1915
Sepsis-3: New Criteria for Sepsis
Sepsis = life-threatening disease
qSOFA: melhor critério de SÉPSIS fora da UTI
“SEPSIS = Life-threatening disease !”
Novos critérios de Sepse:
qSOFA = quick SOFA

The Third International ConsensusDefinitions for


sepsis (SEPSIS-3)
 Pelo menos 2 dos 3 seguintes  maior risco de
morte por infecção:
1. Altered mental status (Glasgow coma scale < 15);
2. Fast respiratory rate (RR > 22);
3. Low blood pressure (SBP < 100mmHg)

Assessment of Clinical Criteria for Sepsis: For the Third International


Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3)
JAMA. 2016;315(8):762-774. doi:10.1001/jama.2016.0288.
SOFA: melhor critério de SÉPSIS na UTI

Assessment of Clinical Criteria for Sepsis: For the Third International


Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3)
Sepsis 3 , 2016
JAMA. 2016;315(8):762-774. doi:10.1001/jama.2016.0288
SOFA: melhor critério de SÉPSIS na UTI
Tópicos

 Impacto das bactérias multirresistentes (MDR)


 Impacto da escolha do antibiótico correto no
paciente com infecção grave, incluindo novos
critérios de sepse
 Como tratar as bactérias multirresistentes ?
 Stewardship program é o melhor caminho para
enfrentar as bactérias MDRs
Redefining ESKAPE…as ESCAPE

• Proposed revisions capture additional pathogens

E Enterococcus faecium

S Staphylococcus aureus
Acknowledges the growing virulence of C.
C Clostridium difficile difficile

A Acinetobacter baumannii

P Pseudomonas aeruginosa

E Enterobacteriaceae Captures K. pneumoniae, Enterobacter sp., and


other resistant species including E. coli and Proteus
sp.

Lance R. Peterson , Clin Infect Dis (2009) 49 (6): 992-993


Peterson LR. Clin Infect Dis. 2009;49:992.
“E.S.C.A.P.E.” Bugs: Novos antibióticos no
início dos anos 2000

• Enterococcus faecium (VRE) New drugs


• Staph. aureus (MRSA)
• Clostridium difficile

• Acinetobacter baumanii (MDR)


Few drugs
• Pseudomonas (MDR)
• Enterobacteriaciae (MDR)
Comparação das porcentagens de resistência entre os bacilos
Gram-negativos mais frequentemente notificados como agentes
etiológicos de IPCSL em pacientes adultos hospitalizados em
UTIs (Brasil, 2012-2015)
Carb-R
Acineto

Carb-R
KPC Pseudo

GVIMS/GGTES/ANVISA, 2016.
“E.S.C.A.P.E.” Bugs: Novos antibióticos
chegando no Brasil em 2017

• Enterococcus faecium (VRE)


• Staph. aureus (MRSA) New drugs
• Clostridium difficile

• Acinetobacter baumanii (MDR)


• Pseudomonas (MDR)
New Drugs!!!
• Enterobacteriaciae (MDR)
Antibiótico empírico para neutropenia febril na
realidade brasileira (HC-UFPR)
 Cefepima 2g IV 8/8h OUs

 Piperacilina-tazobactam 4,5g IV 6/6h OU

 Meropenem 1g IV 8/8h

 Quando acrescentar cobertura empírica para estafilococos


resistentes à oxacilina ? Vanco ou dapto?

 Quando acrescentar polimixina B empírico ?

maioria dos pacientes, monoterapia com:


Antibioticoterapia Empírica: quando acrescentar
antibiótico contra Gram-positivos multiR ?

 Vancomicina em situações
específicas A-I
 Suspeita de Resistência:
• Hemocultura
a) MRSA – Vancomicina, + CGP
• Choque
Linezolida, Daptomicina B-III séptico
• Foco pele/tecidos moles
b) VRE - Daptomicina(

c)ESBL – •Carbapenêmico
Inf no local B-III de inserção do

d) Acinetobacter: poli B CVC


• Paciente colonizado por MRSA
e) KPC – Polimixina-colistina,
ou VRE
aminoglicosídeo, tigeciclina
CID 2011;52(4) 56-e93
B-III
Redefining ESKAPE…as ESCAPE

• Proposed revisions capture additional pathogens


Enterococcus faecium
E
(VRE)

S Staphylococcus aureus
Acknowledges the growing virulence of C.
C Clostridium difficile difficile

A Acinetobacter baumannii

P Pseudomonas aeruginosa
Captures K. pneumoniae, Enterobacter sp., and
E Enterobacteriaceae other resistant species including E. coli and Proteus
sp.

Lance R. Peterson , Clin Infect Dis (2009) 49 (6): 992-993


Peterson LR. Clin Infect Dis. 2009;49:992.
Como tratar VRE (enterococo R à
vancomicina) ?

Enterococcus faecalis  ampicilina/amoxicilina/piperacilina-


tazobactam

 Entererococcus faecium: a maioria é R a ampi e vanco

 Urinário, Sítio cirúrgico (intra-abdominal), Sangue


(Bacteremia)

 Escolha do antibiótico depende do sítio de infecção:


daptomicina (bacteremia), tigeciclina (intra-abdominal),
linezolida ou daptomicina (pele e tecidos moles)
Redefining ESKAPE…as ESCAPE

• Proposed revisions capture additional pathogens


Enterococcus faecium
E
(VRE)
Staphylococcus aureus
S
(MRSA) Acknowledges the growing virulence of C.
difficile
C Clostridium difficile

A Acinetobacter baumannii

P Pseudomonas aeruginosa
Captures K. pneumoniae, Enterobacter sp., and
E Enterobacteriaceae other resistant species including E. coli and Proteus
sp.

Lance R. Peterson , Clin Infect Dis (2009) 49 (6): 992-993


Peterson LR. Clin Infect Dis. 2009;49:992.
Opções terapêuticas para MRSA:
IDSA guidelines (2014)

 Vancomicina
 Daptomicina
 Linezolida
 Ceftarolina

Obs. Telavancina (N/D no Brasil); tigeciclina e


teicoplanina não são citadas

IDSA guidelines Clin Infect Dis 2014 Jul 15;59(2):e10-52


Como tratar infecções por S. aureus
resistente à oxacilina (MRSA) ?

 Vancomicina tem sido a referência há quase 6


décadas.
 Continua útil; tem algumas limitações.

 Usar 15mg/kg (e não dose fixa de 1g) IV


12/12h (dose de ataque 25mg/kg ?)

 Vancocinemia: “trough level” de 15-20mg/l


(µg/mL) é o “alvo”

IDSA Guidelines for the treatment of MRSA infections Clin Inf Dis 2011;52:13
Vancomicina: quase 6 décadas depois

 Discrepância dos resultados in vitro e in vivo,


particularmente com falhas em bacteriemia por MRSA
com MIC > 1 µg/ml (NÃO USAR VANCO)

 Nefrotoxicidade da vancomicina: aprox. 10%

 Se MIC = 2 µg/ml, aumentando a dose (para 1g IV 8/8h


ou 2g IV 12/12h)  aumenta a toxicidade e não atinge
¨target farmacológico¨ (total AUC ⁄ MIC > 345)

 Infusão prolongada ou contínua também não parece


ser útil

Kuti et al Clin Microbiol Infect 2008; 14: 116–123


Clin Infect Dis 2006:42 (Suppl 1);S3-57
Indicações da daptomicina (Cubicin): EUA,
Europa e Brasil

 Aprovado no Brasil em 2008 para o tratamento de


IPPMc (4mg/kg IV 1x/dia) causadas por Gram-
positivos, bacteriemia com ou sem endocardite
infecciosa direita(6mg/kg IV 1x/dia) por S.aureus

 Daptomicina (cubicin) não está indicado para o


tratamento de pneumonia1,2

Tendência atual de usar dose maiores para


endocardite ( > 8mg/Kg IV 1x ao dia)
* Posologias aprovadas: IPPM 4 mg/kg; BSA/EID 6 mg/kg
1. Cubist Pharmaceuticals. Cubicin Prescribing Information 2007
2. Novartis Europharm Ltd. Cubicin Summary of Product Characteristics 2007
Eficácia da daptomicina
para pacientes com
malignidades
hematológicas

33
22nd European Congress of Clinical Microbiology and Infectious Diseases
Linezolida (Zyvox) x vancomicina em Infecções
complicadas de Pele e Tecidos moles

END POINT PRIMÁRIO Zyvox


Resposta Clínica TOC Vanco
(população ITT) 94,4% 94,5%

92,9%
92,2%

90,4%
89,7%

88,5%
88%

ITT MITT CE ME
p=0,057 p=0,033 p=0,023 p=0,022
Weigelt J et al AAC 2005; 49(6):2260-2266
Vancomicina x Linezolida (Zyvox) em pneumonia
hospitalar por MRSA (Zephyr 2012)

Linezolida mostrou maior eficácia e menor


nefrotoxicidade do que a vancomicina no tratamento
de pneumonia hospitalar por MRSA
sem as limitações dos estudos anteriores:
 vanco 15mg/kg IV q12h, ajustado pela função
renal e nível sérico ;
 estudo e análise ambas prospectivas (e não
análise retrospectiva de subgrupo): 1º estudo
randomizado (evidência A1)
CID 2012:54 (1 March) R G Wunderink et al
Redefining ESKAPE…as ESCAPE

• Proposed revisions capture additional pathogens


Enterococcus faecium
E
(VRE)
Staphylococcus aureus
S
(MRSA)

C Clostridium difficile Acknowledges the growing virulence of C.


difficile
A Acinetobacter baumannii

P Pseudomonas aeruginosa

E Enterobacteriaceae Captures K. pneumoniae, Enterobacter sp., and


other resistant species including E. coli and Proteus
sp.

Lance R. Peterson , Clin Infect Dis (2009) 49 (6): 992-993


Peterson LR. Clin Infect Dis. 2009;49:992.
Dicas práticas sobre Clostridium difficile

 Todo paciente com diarreia e uso recente ou atual de


antibióticos  pense em C. diff (C antibiotics: clindamicina,
ciprofloxacino, cefalosporinas, carbapenêmicos)

 Melhor método laboratorial: PCR para C. diff nas fezes

 Tratamento: metronidazol oral (casos leves e moderados) e


vancomicina oral (formas graves). Vanco IV não tem ação,
metronidazol IV pode ser usado concomitante com VO.

 Transplante de fezes ou transferência de microbiota fecal


ou fezes em cápsulas
• Verumgruppe

Early termination
Van Nood 2013 NEJM
Redefining ESKAPE…as ESCAPE

• Proposed revisions capture additional pathogens

E Enterococcus faecium

S Staphylococcus aureus
Acknowledges the growing virulence of C.
C Clostridium difficile difficile

A Acinetobacter baumannii

P Pseudomonas aeruginosa

E Enterobacteriaceae Captures K. pneumoniae, Enterobacter sp., and


other resistant species including E. coli and Proteus
sp.

“Bad bugs, no drugs: no ESCAPE¨ !

Peterson LR. Clin Infect Dis. 2009;49:992.


Acinetobacter spp. na UTI

 Patógeno frequente em PAV  bacteriemia


 A maioria das cepas é R a ampicilina-sulbactam e
carbapenêmicos
 Polimixina B IV + por via “aerossolizada” ?
 Polimixina B + tigeciclina ?
 Tige em dose dobrada ? 100mg IV 12/12h ?

Zavascki AP, et al. Expert Ver Anti Infect Ther 2010;8(1):71-93


Berger PJ, et al. Curr Opin Infect Dis 2012; 25(6):626-633.
Boucher HW, et al. Clin Infect Dis 2013; 56(12): 1685-1694
Tratamento de Pseudomonas aeruginosa:
2 antibióticos é melhor que 1 ?

 No tratamento direcionado (patógeno identificado), vale a


regra: “one bug  one drug” !

 Terapia combinada só foi melhor que monoterapia, quando


aminoglicosídeo foi usado como único antibiótico (72% vs.
29%; P < 0,001). Com β-lactâmico, não houve diferença
(72% vs. 71%).

 Se Pseudomonas S a β-lactâmico, use-o em monoterapia !

Pranita DT, Cosgrove SE, Maragakis LS. Combinationation Therapy for Treatment
of Infections with Gram-Negative Bacteria. Clin Microb Reviews 2012;25:450-470.
Tratamento de Pseudomonas: infusão 30min x 4h
APACHE II < 17 APACHE II ≥ 17
N=115 N=79
Mortality in 14 days: 5.2% Mortality in 14 days: 21.5%
Median hospitalization: 18 days Median hospitalization: 22.5 days

INFUSION 4H INFUSION 30 MIN INFUSION 4H INFUSION 30 MIN


N=51 N=54 N=41 N=36
Mortality in 14 days Mortality in 14 days Mortality in 14 days Mortality in 14 days
6.6% 3.7% 12.2% 31.6%
Median hospitalization Median hospitalization Median hospitalization Median hospitalization
18 days 18 days 21 days 38 days

p=0.5 for mortality p=0.04 for mortality 14 days


p=0.5 for hospitalization p=0.02 for duration of hospitalization

Lodise TP Jr, et al. Clin Infect Dis. 2007;44:357-63.


Enterobactérias multirresistentes

1. Enterobactérias produtoras de -lactamase amp C ou


cromossômico-induzíveis (grupo “CESP”: Enterobacter
é a mais comum)

2. Enterobactérias produtoras de -lactamase de espectro


estendido (“ESBL ou BLEE”): Klebsiella spp., E. coli e
Enterobacter spp. são as principais

3. Enterobactérias produtoras de carbapenemase: KPC e


NDM Klebsiella pneumoniae é a principal
BGNs multiR: amp C = grupo CESP ou “SPiCE
bugs”
 Enterobactérias produtoras de β-lactamase
(Cefalosporinases) amp C (portadoras do gen amp C) ou
cromossômico-induzíveis
oCitrobacter
oEnterobacter
oSerratia
oProteus indol + (Proteus vulgaris)
“SPiCE bugs x SPICE girls”
 NÃO USAR CEFALOPORINA DE 3A GERAÇÃO, MESMO QUE
SENSÍVEL IN VITRO

 Cefepima ou piperacilina-tazobactam são os mais usados


Extended spectrum beta-lactamase (ESBL)-
producing organisms ou BGNs produtores de BLEE
(β-lactamase de espectro estendido)
 ESBLs são enzimas que conferem resistência a todas
penicilinas, cefalosporinas e aztreonam.

 São vistos principalmente em Klebsiella pneumoniae,


Klebsiella oxytoca, E. coli e Proteus mirabilis.

 Fatores de risco: hospitalização em instituições com alta


incidência de ESBL e uso de antibióticos recentemente
(últimos 3 meses)

 Aumentando a prevalência em ITUs comunitárias

 Carbapenêmicos: meropenem ou ertapenem são os


antibióticos de 1ª linha
Bacilos Gram-negativos Produtores de
CARBAPENEMASES

Classificação Enzima Bactéria mais comum


Classe A KPC, SME, Enterobacteriaceae
IMI, NMC, (relatos também em P.
GES aeruginosa)

Classe B IMP, VIM, P. aeruginosa


(metalo-β- GIM, SPM, Enterobacteriacea
lactamase) NDM Acinetobacter spp.

Classe D OXA(48) Acinetobacter spp.


Dicas práticas para tratamento de KPC
 MICs para meropenem, gentamicina, polimixina e
tigeciclina são cruciais
 Uso de meropenem em altas dose (2g 8/8h em infusão
prolongada de 3 a 4h) desde que MIC ≤ 8mg/l
Evitar polimixina B em
+
monoterapia
 polimixina B 25.000-30.000 UI/kg dose ataque,
seguida por 12.500-15.000 UI/kg 12/12h), sem ajuste
pela função renal

Expert Ver Anti Infect Ther. 2013;11(2):159-177.


Efeito “suicida” do ertapenem

Terapia com duplo-carbapenêmico para KPC


resistente a polimixinas
CPE, carbapenemase-producing Enterobacteriaceae
Relatos de casos de sucesso com duplo
carbapenêmico para KPC
Reference Source Infection Drugs and MICs (μg/ml)b Days of Therapy &
Outcome
Giamarellou et ERT (1 g q24h IV) + DOR 20-d
Blood, urine, CVC
al. Greece (2 g q8h IV) Recovered 10 m
ERT (1 g q24h IV) + MER 14-d
Blood, urine
(1 g q8h IV) Recovered 3-wk
ERT (1 g q24h IV) + MER 10 d
Urine
(2 g q8h IV) Recovered 6 m
Blood,
Ceccarelli et al. ERT (0.5–1 g q24h IV) + 21-d
endotracheal
Italy DOR (0.25–1 g q8h) Recovered 1 m
aspirate
Oliva et al. ERT (1 g q24h IV) + MER 21-d
Blood
Italy (2 g q8h IV) Recovered
ERT (0.5 g q24h IV) + MER 48 h Death heart failure
Blood
(1 g q12h IV) 4-d
ERT (1 g q24h IV) + MER 24-d
Blood
(2 g q8h IV) Recovered

CVC, central venous catheter; DOR, doripenem; ERT, ertapenem; IV, intravenous; MER, meropenem
Camargo JF, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2015;59:5903-8.
Giamarellou H, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2013;57:2388-90.
Spectrum of New Antibiotics

Falagas et al. Expert Rev Antimicrob Ther. 2016


Ceftolozana/Tazobactam (Brazil)
= ceftotolozane/tazobactam (USA and Europe)

 Novel cephalosporin and beta-lactamase inhibitor with


broad-spectrum activity
 Ceftolozane stable in the presence of the 3 chromosomal mechanisms
of resistance in P aeruginosa

Clinical Cure Rates per Pathogen (cIAI)1 Clinical Cure Rates per Pathogen (cUTI)2

1. Solomkin J et al. Clin Infect Dis. 2015;60(10):1462-1471.


2. Zerbaxa (ceftolozane and tazobactam) [prescribing information]. Whitehouse Station, NJ: Merck Sharp & Dohme Corp;
2015.
Ceftazidime/Avibactam
Phase 3 RECLAIM1 and RECAPTURE2 Trials
(Ceftazidima/avibactam, Brasil)

Indication Design Regimen Outcome


2 identical, randomized, Ceftazidime/avibactam  Noninferior clinical cure rate at
cIAI1 double-blind, trials 2000 mg/500 mg + TOC visit
 Effective in treating
metronidazole 500 mg, ceftazidimenonsusceptible
N=1066 patients each IV q8h for 5 to 14 d pathogens
hospitalized with cIAI vs meropenem 1000 mg  Similar AEs: diarrhea, nausea,
vomiting, fever
IV q8h for 5 to 14 d

Randomized, multicenter, Ceftazidime/avibactam  Noninferior to doripenem for


cUTI2 double-blind, doubledummy, 2000 mg/500 mg IV q8h patientreported
 symptom resolution at Day 5
parallel-group, comparative vs doripenem 500 mg IV and combined symptom
trials Q8h resolution/ microbiological
eradication at TOC
 Highly effective empiric
N=1033 patients Possible antibiotic switch treatment, cUTI
hospitalized with cUTI/ after ≥5 d  Similar AEs: headache, nausea,
acute pyelonephritis constipation, diarrhea)
TOC, test of cure
1. Mazuski JE et al. Clin Infect Dis. 2016; 62(11):1380-1389. 2. Wagenlehner FM et al. Clin Infect Dis. 2016;63(6):754-762..
REPROVE study (CFZ-AVI vs. MEROPENEM in HAP)
Primary efficacy endpoint*
Ceftazidima-avibactam para Pneumonia Hospitalar

Patients, n/N (%)


Difference, %
Ceftazidime–avibactam Meropenem
(95% CI)
Clinical cure at TOC
cMITT population 245/356 (68.8) 270/370 (73.0) –4.2 (–10.76,2.46)
VAP 83/118 (70.3) 95/128 (74.2) –3.9 (–15.11,7.31)
Non-VAP 162/238 (68.1) 175/242 (72.3) –4.2 (–12.41,3.95)
CE population 199/257 (77.4) 211/270 (78.1) –0.7 (–7.86,6.39)
VAP 62/80 (77.5) 63/83 (75.9) 1.6 (–11.55,14.63)
Non-VAP 131/177 (77.4) 148/187 (79.1) –1.7 (–10.30,6.75)

Ceftazidime–avibactam was non-inferior to meropenem for the primary


endpoint of clinical cure at test-of-cure in the cMITT (p=0.007) and
CE (p<0.001) populations
*No formal statistical analysis was performed on subgroups or secondary endpoints
CE, clinically evaluable; CI, confidence interval; cMITT, clinically modified intention to treat; TOC, test of cure;
VAP, ventilator-associated pneumonia. PP-ZVA-GLB-0101
Torres A, et al. OS0603: abstract presented at ECCMID 2017. Vienna, Austria. 22–25 April 2017. Date of preparation: June 2017
What Can We Do ?
Tópicos

 Impacto das bactérias multirresistentes (MDR)


 Impacto da escolha do antibiótico correto no
paciente com infecção grave, incluindo novos
critérios de sepse
 Como tratar as bactérias multirresistentes ?
 Stewardship program é o melhor caminho para
enfrentar as bactérias MDRs
Como tratar e prevenir bactérias
multirresistentes ?
Antimicrobial Stewardship (AMS)

 Higienização das mãos  Álcool 70%

 Stewardship program (uso racional de


antimicrobianos):
 Tratamento empírico, baseado na epidemiologia local;
 Isolado o patógeno, de-escalonar (step down), switch IV-
PO, alta hospitalar (Homecare), reduzir duração de
tratamento
“4 Ds”: Right drug, right dose, right duration, de-escalation
Take home messages

As bactérias multiR (= MDR, ESCAPE bugs)


representam grande desafio quanto ao diagnóstico,
tratamento e prevenção.

BGNs produtores de carbapenemase são


atualmente a MAIOR AMEAÇA

 NOVOS ANTIBIÓTICOS ESTÃO CHEGANDO


(2017 !!)
Temos que usá-los adequadamente
OBRIGADO !

HNSG HC - UFPR
Curitiba - PR Curitiba - PR

Você também pode gostar