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Tratamento

dos Aços

.-, ....
. . . ... "-.- ~ .... ,

CENTROOEDESENVOLVIMENTODEPESSOAL
USINAS SIDER~RGIGAS DE MINAS GERAIS SIA - USIMINAS

DEPARTAMENTO DE RELAÇOES INDUSTRIAIS - UDR


DIVISÃO DE PESSOAL - URD
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFIASIONAL - URDF
DEFINIC~ES............................................................
O AÇO .................................................................
ESTRLTURA CRISTALINA ..................................................
SISTEMAS E RETICULADOS CRIS?hLI?;OS ....................................
ALOTROPIA .............................................................
IMPERFEIÇÕES OU DEFEITOS CRISTALINOS ..................................
PLASTICIDADE DOS METAIS ...............................................
INTRODUÇÁO ............................................................
DEFOKMACÃO ELÁSTICA ...................................................
DEFOWAÇÃO PL.ÁSTZCA ..................................................
RECRISTALIZAÇÃO .......................................................
CRESCIHENTO DE GRÃO ...................................................
MEDIDA DO TAMANHO DO GR.40 .............................................
COXENT~IIOSFINAIS ....................................................
DUREZA ................................................................
INTRODUÇ~O............................................................
DEFIEICOES E EKS.L10s ..................................................
RELAÇÕES ENTRE DUREZ.4 E RESISTÉNCIA A TRAÇÃO ..........................
COMCL~SOES............................................................
SISTEKA FERRO-CARBONO .......................+.........................
O DIAGRArW FERRO-CARBONO .............................................
REAÇÕEs INVrlRIkWTES NO SISTEKA ........................................
ESTRUTURA DOS ACOS RESFRIADOS LENTAKENTE ..............................
OS ELEMENTOS DE LIGA NOS ACOS .........................................
DISTRIBUIÇÃO DOS ELEMENTOS DE LIGA NOS AÇOS ...........................
SOLUÇÕES SÓLIDAS .....................................................
INFLUENCIA DOS ELEMENTOS DE ADIÇÃO .................................... 66

DIFUSÁO NO FERRO E SUAS LIGAS ......................................... 76

D I A G W S TTT ......................................................... 82

SIGNIFICADO E OBTENCÃO DE UN DIAGRAU STT ............................. 82

FATORES QUE ALTERM A POSIÇÃO DAS CURVAS TTT .......................... 86

CURVAS TTT DE AÇOS HIPO E HIPEREUTETÓIOES ............................. 90

T R A N S F O ~ Ç Ã ODD. AUSTENITh EEI RESFXIAXNTO CONTINUO ................... 90

ft4RTENSITh ............................................................ 94

TE.WERABILID!.DE ....................................................... 99

NORMALIZAÇÃO DOS .?L4TERIAIS ............................................ 103

AÇOS AO CARBONO ....................................................... 103

AÇOS LIGADOS .......................................................... 104

AÇOS KANGANÉS DE BAIXA LIGA ........................................... 105

AÇOS DE ALTA VELOCIDADE ............................................. 106

ACOS INOXIDÁVEIS ...................................................... 106

FERRO FUNDIDO ......................................................... 109

AÇOS ALTO WGANES ALTSTENÍTICO ........................................ 115

TX4TAMENTOS TÉRMICOS ............................................... 116

INTRODUÇÁO ............................................................ 116

FATORES DE INFLUENCIA NOS TRATAMENTOS TÉRMICOS ........................ 117

OPERAÇOES DE TRATAMENTO TERNICO ................................. . .... 119

AUSTEMPERA: ........................................................ 125

MARTEMPERA: ........................................................... 125

REVENIXENTO ........................................................... 126

NORKALIZAÇÃO: ......................................................... 132

SOLUBILIZAÇÃO ......................................................... 133


~NDICEALFABÉTICO

AÇOS ALTO KANGANES ALSTEET~TICO........................................ :15

AÇOS AO C-ARBONO ....................................................... 103

ACOS DE ALTA YELOCIDAüE ............................................... 106

AÇOS INOXIDÁVEIS ...................................................... 106

ACOS LIG-mOS .......................................................... 104

AÇOS .?SANGANES DE BAIXA LIGA ........................................... 105

ALOTR0P:b ............................................................ 13
AGSTÈHPERÂ: ........................................................... 125

CEMEXTAC.~~............................................................ 137

COHENT~IOSFINAIS .................................................... 30

CONCLGSOES ............................................................ 54
CRESCIMENTO DE GRÃO .................................................... 27
CURVAS TTT DE ACOS HIPO E HIPEREUTETÓIDES ............................. 90
DEFIXICOES ............................................................ 1

DEFINICOES E ENSAIOS .................................................. 34


DEFORMAÇÃO ELÁSTICA ................................................... 17
DEFOR.UCÃO PLÁSTICA ................................................... 18
DESIDROGENAÇÃO: ....................................................... 134
DIAGRAHAS TTT ......................................................... 82
DIFUSÁO NO FERRO E SGAS LIGAS ......................................... 76
DISTRIBUIÇÀO DOS ELEMENTOS DE LIGA NOS AÇOS ........................... 64
DUREZA ................................................................ 34

ESTRUTURA CRISTALINA ................................................. 8


ESTRUTURA DOS AÇOS RESFRI.4DOS LENTAMENTE .............................. 61

FATORES DE INFLVENCIA NOS TRATAKENTOS TERNICOS ........................ 117

FATORES QUE ALTERM A PoSIÇÁO DAS CURVAS TTT .......................... 86


FERRO -iíh?)lDO ...................................................... 109
IMPERFEICÕES O ~ IDEFEITOS CRISTALINOS .................................. 13
INFLUENCIA DOS ELEKINTOS DE ADIÇÁO .................................... 66

INTRODUC.KO ........................................................ 17

INTRODUÇÃO .......................................................... 34
INTRODUÇÃO ................................................... 116
IIARTk?iPFRA: ........................................................ 125
HARTENSITA ........................................................... 94

MEDIDA w TAMANHO w GRÃO ............................................. 29


NOR.WLIZAÇÃO DOS .?A TERIAIS ............................................ 103

NORMALIZAÇÃO: ......................................................... 132

o Aço ................................................................. 3
O DIAGRAMA FERRO-CARBONO .............................................. 55
OPERAÇÕES DE TRATAENTO TÉRMICO ....................................... 119
OS ELEMENTOS DE LIGA NOS AÇOS ......................................... 64

PLASTICIDADE DOS METAIS ................................................ 17


PRECIPITAÇÃO .......................................................... 134

REACÕES INVARIANTES NO SISTEMA ........................................ 60

RECRISTALIZAÇÃO ...................................................... 25
RELAÇÕES ENTRE DUREZA E RESISTENCIA h TRAÇÃO .......................... 52
REVENIMENTO .................................................... 126

SIGNIFICADO E OBTENÇÃO DE üH DIAGRAHA TTT ............................. 82


SISTEMA FERRO-CARBONO ................................................ 55
SISTE.US E RETICCLADOS CRISTALINOS .................................... 8
SOLUBILIZAÇÃO ......................................................... 133

SOLUÇÕES SÓLIDAS .................................................... 65


..................................................
TEXPERA S U P E R F I C I A L 135

TEELPERMILIDADE ....................................................... 99

TRANSFOWCÁO DA M S T E X I T A LU RESFRiAM.ENT0 CONTINUO ................... 90

TR-'TAKENTOS TÉR%ICOS .................................................. 116


AÇOS CARBONO
Asos ao carbono são ligas de ferro mais carbono, com o teor de carbono
variando de 0,008E ate cerca de 2,OZ.

Os asos ao carbono dividem-se em:

A - acos baixo carbono


B - aços médio carbono
C - acos alto carbono

AÇOS LIGADOS
Aços ligados são aços ao carbono aos quais foram adicionados elementos
de liga em suas composições, visando melhorar as caracteristicas
mecãnicas para um determinado fim.

O teor máximo de elementos de ligasão é em geral de 6%.

Aços inoxidáveis recebem a adição de cromo (Cr) e níquel (Ni), para


resistirem a corrosão, temperatura e corrosão a temperatura.

Por tratamento térmico entendem-se processos aos quais se submetem os


metais no estado sol ido^ a uma ou mais sequencias controladas de
aquecimento e resfriamento , a fim de conferir aos mesmos determinadas
propriedades fisicas. Por esta definisão, está excluído o aquecimento
de metais com a finalidade de trabalhos mecánicos a quente.

É a mudança dimensional aue se verifica no material como resultado de


uma carga aplicada.

Resistencia é a carga ou tensão máxima suportada pelo material dentro


de determinadas condições. Por exemplo, resistência elástica,
resistencia a ruptura, etc.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AGOS

iiuctabilidade corresponde a capaciaade de um material poder ser


deformado apreciavelmente antes de romper.

TENACIDADE
Tenacidade corresponde a auantiaade de energia necessária para romper
um material, podendo portanto, ser medida pela quantidade de trabalho,
por uniaade de volume necessario para elevar o material à ruptura sob a
ação de uma carga estática. k tenacidade pode ser expressa em
Joules/m3.

ALONGARENTO
O alongamento é o aumento de comprimento verificado na tração até a
ruptura do corpo de prova.
Se LO O, O comprimento origina:, L' o comprimento final medido,
colocando-se os dois pedaços do corpo de prova juntos, o alongamento e
dado por:
L' - L0
= x 100; em percentagem. portanto.
L0
PROCESSO DE OBTENÇÃO M I S COMUH
O aso e um produto resultante das seguintes fases:
Fabricaçáo d o gusa através do minério de ferro.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

UNIDADE 1

Refino do gusa bruto no conversor Bessemer ou a oxigênio.

-
Descarregamento &zamenfo Z~trjpaagem
B ~ ~ ~ c s c L . ~aiqierratiçç
:sc%~ dc um roov?;ror Brírrrnr;
Figura 2

No conversar a oxigênio este gás é soprado sobre a superfície do banho.


TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

UNIDADE 1

Após refino do gusa, obten-se o aco. e uma v e z controiada a composicão


química e adicionados os devidos elementos de liga, este aço pode ser:

Fundido em moides.

modelo de areis de
mldasem

r[ snredo de madeira T[I


are&de vazio do vario do BMI
alimentador de wamenro

bacia do canal bacla do canal


do alimemador na1de em&

mera1 Itquido

pega fundida
TWTAMENTO TÉRMIGO DOS AÇOS

UMIDPSE i

Lingotaao ern processo continuo ou convencional para posteriormente ser


larninado.

Por meio de um larninador desbastador

obtemos:

bminados,
planos, chapa

Barras &) a
Perfk estruturais
L. U. 5; 1, H

Tubos sem costura @


Figura 4:.

..
&,.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

UNIDADE 7

Forjado

F METADE DA
ISURRIOR)
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

ESTRVNM CRISTALINA

ESTRUTURA CRISTALINA . .. r
.
.5

0s metais, ao se solidificareg cristalizam, ou seja* os seus átomos


que, no estado liquido, estavam s e mov.ipentando e distribuídos a esmo,
localizam-se e m p o s i ~ õ e srelativamente definidas e ordenadas, que se
repetem em 3 dimensões, formando uma figura geométrica regular que e o
cristal, .,
Existem sete sistemas cristalinos: triclinico, monoelinico,
ortorómbico, hexagonal, trigonal, tetragonal e cúbico.

De acordo com a disposição dos átomos, originam-se desses sistemas 14


possiveis distribuições dos referidos átomos, formando os chamados
reticulados (reticuios ou redes), designados com o nem; de reticulados
Bravais.
.-
Esses 14 reticulados são representados na figura 6.

Cada cristal constituido por apenas um determinado grupo de átomos é


chamado célula unitária ou célula cristalina unitária.

O modelo de cristalização ppde ser melhor compreendido ao verificar-se


o que acontece quando um metal solidifica no interior de um recipiente
(fig 7). As principais células unitárias que se formam, em pontos
diferentes, crescem geralmente pela absorção de outras, até se
encontrarem formando um contorno irregular que delimita uma área onde
estão compreendidas milhares daquelas pequenas células.
TRATAMENTO TÉRMIGO DOS AÇOS

ESTRUTURA CRISTALINA

.- - - -- -
<
.
~
.
-

TR#CLINICO MONOCLIEIICOSIMPLES
. . MONQCLINICÒDE WE
-.~... CENTRADA
. . . .

ORTORf%BICO ORTOROMBICO DE ORTOROMBICO DE ORTOROMBICO DE


SIMPLES BASE CENTRADA FACE CENTRADA CORPO CENTRADO

HEXAGONAL TETRAGONAL TETRAGONAL DE


SIMPLES CORPO CENTRADO

CÜBICO SIMPLES CÚBICO DE CORPO CUBICO DE FACE


CENTRADO CENTRADA
Figura 6 RetuUIrulos cristaiim Brovoir
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

ESTRUTURA CRISTALINA

Figura 7
Um conjunto de células imitarias forma o cristal com contornos
geométricos, o qual, ao adquirir os contornos irregulares pelo seu
crescimento e devido aos pontos de contato de cada conjunto, passa a
chamar-se grao. Esses grãoa são ligados entre si por uma película que
geralmente não se considera mais cristalina, como se verá mais adiante.
(Fig 8)

Figura 8

Em resumo, cada grão é constituido por milhares de células unitárias:


estas por sua vez, consistem em grupos de átomos que se dispuseram em
posições fixas, formando figuras geométricas típicas. Essas disposições
fixas dão, pois, origem aos reticulados ou reticulos, como a figura 6
indicou.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

ESTRUTIJRA CRISTALINA

Os principais reticulados cristalinos, segundo os quaiç cerca de dois


tercos dos metais cristaiizam, são indicados na figura 9.

CÚBIM DE FACE
ENTRADA

HEXAGONAL COMPACTO

Figura 9
São eles:
- Reticulado cúbico centrado, em que os átomos se dispõem em vértices
e
no centro de cada cubo. 0s metais que cristalizam nessa forma são:
ferro a temperatura ambiente (forma alotrópica alfa), cromo, litio,
molibdenio. tântalo, tungstênio e venádio, entre outros. Figura 10
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS
I
ESTRUTURA CRISTALINA

- R)

Figura 10
- Reticulado cúbico de face centrada, em que os átomos se dispõem nos
vértices e nos centros das faces de um cubo. E c caço do ferro acima
de 91Z°C (forma alotrópica gama), alumínio, cobre, niquel, prata,
entre outros:

Figura 11
- Retículo hexagonal cmpacto, em que os átomos se localizam em cada
vértice e no centro das bases de um prisma hexagonal, além de 3
outros átomos que se localizam nos centros de 3 prismas triangulares
compactos alternados. Os metais cujo reticulado é o descrito sâo,
entre outros, o zinco, o magnésio, o cobalto, o cádmio e o berilio.
(Figura 12)
TRATAMENTO TÉRMIGODOS AÇOS

ESTRUTURA CRISTALINA

Figura 12

ALOTROPIA

Alotropia ou poliniorfismo é a propriedade que certos metais, como o


ferro, apresentam de possuírem reticulaaos cristalinos diferentes,
conforme a temperatura. No caso do ferro, por exemplo, aquecendo-se
esse metal a cerca de 912"C, o reticulado cúbico centrado (CC) passa a
reticulado cúbico da face centrada (CFC). A primeira fórmula alotrópica
que ocorre na faixa de temperatura ambiente até 912'C é designada por
"alfa" e a segunda forma, que ocorre acima de 91ZDC, é chamada "gama".
Essa mudanca alotrópica é reversível.
A alotropia do ferro é muito importante sob o ponto de vista prático,
porque a forma alotrópica gama pode dissolver carbono até uma
porcentagem de aproximadamente 2%, ao passo que a forma alfa dissolve
apenas uma quantidade mínima de carbono, da ordem de O,O2'L a 727*C.
Esse fato tem grande significado no tratamento térmico dos aços.
Verifica-se, igualmente, durante a transformação alotrópica, mudanças
no volume especifico, as quais podem ser positivas ou negativas, no
aquecimento ou no resfriamento. As mudanças de volume, na maioria dos
casos, são da ordem de i% ou menos.

IMPERFEIÇÕES OU DEFEITOS CRISTALINOS

PRINCIPAIS IMPERFEIÇÓES
As considerações até agora feitas foram baseadas na existência de um
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

ESTRUWRA CRISTALINA

cristal peréeito, ou seja, numa célula unitária ou conjunto de células


em que os átomos se dispõem regularmente, de acordo com os modelos
estudados. * .,
, . ..
. . .
. '. .
,----
... ., . ,r

E comum, por exemplo,;a presança de átomos que :provocam impurezas, o


que constitui, de certo modo, uma imperfeição cristalina, embora seja
comum adicionar-se propositadamente átomos impuros para modificar as
propriedades do metal.
As imperfeirgões cristalinas cão, em principio, de dois tipos:
"imperfeições de ponto" e imperfeições de linha".

IMPERFEIÇÕES DE PONTO.
Correspondem a falta de um ou mais átomos ou a presença de átomos
extras ou ao deslocamento de átomos.

A..mais simples e a "lacuna", a qual se origina quando falta um átomo no


reticulado normal. Se faltarem dois átomos, o defeito chamar-se-á
bi lacuna.
Outro defeito de ponto é a intersticialidade, que se caracteriza pela
ocupação por um átomo de uma posição intersticia1,dentro do reticulado
cristalino. Se o átomo, por assim dizer. intruso,. for menor que os
átomos restantes do reticulado, o efeito da imperfeiçãi. é pequeno; caso
contrário, haverá uma distorção atômica.
,'

A figura 13 representa os-principais defeitos dc Fonto ..- .


~ . .- . - .
...

Figura 13

IMPERFEIÇÕES DE LINHA
A mais importante é a discorddncia, porque se atribui a esse defeito a
principal responsabilidade pelo fenômeno de escorregamento, segundo o
qual a maioria dos metais se deforma plasticamente ou de modo
permanente.

Cálculos teóricos indicam que para se deformar permanentemente um


cristal perfeito, o esforço cortante ou de cisalhamento necessário e
muito grande.
A figura 14 representa esquematicamente o processo de deformação
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

ESTRUTURA GF.IST&LiíN&

permanente de um cristal.perfeito.
:-

A parte (A) da figura mostra a posição inicial: antes da aplicação ao


esforço de deformação e o deslocamento resultante de um plano atômico
do cristal d+:uma distância intelatcmica peia:aplicação do esforgo de
cisaihamento. c - . * - ..
r-=?=-l !

- . . ,. ., .
( b--
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* T e,
Figura 14 ,-
pqlurr 14 h-& drfomp-o pwmnenre num e p r r r a l ~ e i m
-4 parte (E) da figura-mostrao re~ultadodo esforço de deformação.
. . . . ..
Como a prática demonstrou que o esforço necessário para produzir esse
deslocamen:o'.de planos atómicos e@-Seiasão-a planos vizinhos é muito
menor que o previsto pelos cálculos teóricos, deve-se admitir a
presença de uma imperfeisão.
Essa imperfeição corresponde a um plano extra de átomos no interior da
estrutura cristalina e é chamada discordancia de aresta ou plana e está
representada esquematicamente na figura 15, onde se nota a presença de
uma aresta de um plano extra de átomos, donde a denominação
discordancia de aresta.

Figura i5
ESTRUTURA CRISTALINA

A discordáncia de aresta é acompanhada por zonas de compressão e de


tensão, o que resulta em aumento de energia ao longo da discordáncia.

Submetendo-se o cristal da fig 15 a .&-3'6s%&&à- de cisalhamento


suficientemente elevado E perpendicular à discordáncia se move como
mostra e figura 16, ocasionando uma deformação permanente.

Em ( A ) da figura, mostra-se o arranjo atômico nas vizinhan~as da


discordãncia de aresta, antes de se aplicar, o esforço; em (B),
indica-se o arranjo atômico, depois de aplícado'o esforço que provocru
' o movimento da discordãncia de uma distáncia interatômica; em (C) es.á
indicado o aspecto do cristal, durante e após a aplicação do esforce d
deformação.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

PLASTICIDME DOS METAIS


I

PLASTICIDADE: MJS:METAIS
-. .. .. . .
. . . , ,

Os materiais, quando submetidós a um' esforço de natureza mecânica,


tandem a deformar-se. Coriforme sua nafureza, o seu comportamento,
durante a deformação varia. Assim .é que alguns apresentam uma
deforma@o elásxica ate ocorrera..sua ruptura.

Exemplos: mater'iais plásticos do tipo elastomeros.

Outros, como o+ metars a.os polimeros termoplásticos, podem sofrer uma


considerável deformação permanente antes da ruptura. Essa deformação
permanente é precedida pela deformação elástica.
Os metais assim se comportam devido a sua natureza cristalina que é
caracterizada, como se viu,. pela presença de planos de escorregamento
ou de menor resistência mecãnica no interior do seu reticulado.

Esse caracteristico de deformabilidade permanente é muito importante na


prática, pois permite a realização da conformação mecãnica, ou seja,
das operações mecanico-metalúrgicas muito empregadas na fabricação de
peças metálicas. .... ...~. . .
. - ..
A capacidade dos metais poderem ser defoinados de ~ o d o permanente é
definida como plasticidade.

No caso da "deformação elástica", representada esquemátícamente numa


célula unitária na figura 17, esta muda de dimensões, alongando-se, se
o esforço for de tração, ou comprimindo-se, se o esforço for de
compressão.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

PLASTICIDME DOS METAIS

Figura 17

Cessados os esforços, a celula volta a forma e dlmensóes originais.

Dentro dessa chamada "fase elástica", a deformação é proporcional a


tensão correspondente ao esforço aplicado; a relaçãa entre a tensão e a
deformação é chamada "módulo de elasticidade" (módulo de Young) que é
um característico de cada metal e que, como se viu, é uma propriedade
não sensível ?I estrutura.
O módulo de elasticidade é tanto maior quanto maior a força de atração
entre os átomos.

Ultrapassada a fase elástica ou o limite elástico do metal sob


deformação, este deforma-se permanentemente, dentro da chamada fase
plástica, . .
Um dos significados práticos da deformação plástica j á foi visto, ou
seja, possibilidade do material se submetido, no estado sólido, a
operações de conformação mecánica (laminação, forjamento, estampagem,
estiramento etc).
Outro significado está relacionado com o comportamento dos metais,
quando empregados em estruturas fixas ou móveis, que, ao ficarem
sujeitos aos esforços mecânicos normalmente presentes nessas estruturas
quando em serviço (tração, torção etc), não devem deformar-se em
caráter permanente.

A deformação plástica dos metais efetiva-se por intermédio de dois


processos fundamentais:

- Deformação por escorregamento


- Deformação por maclação.
T R A T A M E N T O T É R M I C O DOS AÇOS
P L A S T I C I D M E DOS META'IS
1
OEFORAAÇÃO POR ESCORREGAXENTO
!
A deformação por escorregamento resulta oe esforços de cisalhamento. O
cisalhamento é um tipo de tensão resultante de esforços de tração ou
compressão, como mostra claramente a frgura 18.
I
O escorregamento resultante dessastensõec decisalhamento ocorre pelo
deslizamento de blocos de cristal, uns sobre outros, ao longo de planos
cristalinos definidos, chamados "planos de .escorregamento". numa
direção cristalográfica, chanada .,!'direção de escorregamento". A
combinação de um- ,-plano de escorregamento e de uma direção de
escorregamento comp6e o chamado "sistema de escorregamento".

Figura 18 & multrmtdde ~ f o r ~ a i & n n F d o ~ ~ ~


. , L

7 . ! : , . - . . .i 3 .' ~ -. .. .
ESCORREGAXENTO AEOIANTE nOVlnENTO DE DISCORDANCIA
Já foi comentado que o mecanismo simples de cisalhamento que leva a
deformação plástica dos setais faria supor que a resistência que esses
materiais oferecem a deformação deveria ser muito maior do que o que se
verifica na prática. Assim, ao procurar-se uma explicação para esse
fato, conclui-se que um mecanismo mais complexo deve estar
interferindo. A experiência levou a consideração de um mecanismo
envolvendo o movimento de discordãncias.

De fato, como o deslizamento de planos internos de átomos significaria


a ruptura simultânea de um enorme número de ligações atomicas, exigindo
forças excessivamente grandes para a deformação, tornou-se mais lógico
admitir que o esc~rregamentoocorre em etapas ou degraus, de modo a
envolver apenas pequenos segmentos de um plano atômico em cada degrau.

A presença ou o aparecimento de discordãncia no cristal permite esse


escorregamento, como mostra a figura 19.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

PLASTICIDADE DOS METAIS

Figura 19

DEFORKACÃO POR MACLAÇÃO

A maclação pode ser descrita como o mecanismo por intermédio do qual


uma parte do cristal adquire uma orientasão que se relaciona com a
orientação do resto do reticulado não maclado de um modo simétrico,
resultando, assim, que a parte maclada do cristal é uma imagem
especular da parte não maclada.
As maclas podem ser produzidas por outros mecanismos, além da
deformação mecânica, como por exemplo, o recozimento posterior a uma
deformação plástica.
As maclas produzidas por deformação mecânica são chamadas macias
mecãnicas. As outras são chamadas maclas de recoziaiento.
As maclas mecánicas são produzidas em metais com reticuiados cúbicos
centrados e hexagonais compactos, mediante a aplicasão de carga de
choque e temperaturas decrescentes. Alguns exemplos incluem o ferro
alfa, o tántaio, metaís de reticulados cúbicos centrados e o zinco, o
cadmio, o magnésio e o titánio, de reticulados hexagonais.
Sob certas condições, a formação de maclas é acompanhada por um estalo
ou série de estalos, chamados comumente "grito de estanho".

Essas maclas podem formar-se em tempo muito curto, da ordem de 30


microssegundos ou menos.

Nos metais de reticulados cúbicos de face centrada, a maclaçZo ocorre


somente em circunstâncias de temperaturas muito baixas -
criogenicas -
e altas velocidades de deformação.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

PLASTICIDADE DOS WETAIS

F i g u r a 20
TRATAMENTO TÉRWIICO DOS AÇOS

PLASTICIDADE DOS BETAIS

DEFORIIA/;ÃO DOS RETA I S POLI CR I S T A L I HOS

A presença de .q6gtornos de grão interfere, coso seria de prever, no


comportamen.to.,,,d.os
@tais, quando yujei-tos a :deformagão. Assim sendo,
nos metais policristalinos, como ocorre geralmente, o tamanho de grão é
um dos fatores ..$-ortantes a considerar na . s u a deformação plástica,
assim como nas suas:$ropriedades mecânicas.

Como já se mencionou, o contorno de grão pode ser considerado como uma


região conturbada da estrutura cristalina dos metais. Sua espessura é
de ap-as elguns díãmetros .at-õmi-cw.. : . .~ . . .

A deformação, quando aplicada nos metais policristaiinos, ocorre no


interior dos grãos, de acordo com os pricipios já estudados. Ao passar
de um grão para outro,, a orientação cristaLográfica muda
; ;

abruptadamente. Os grãos mais favoravelmente orientados em relação a


direção do esforço aplicac&,.defowa-se em primeiro lugar, o que causa
um aumento da resistência para ulterior deformação, devido a um
fenómeno chamado e,ncruanre.Qto, que será estudado mais adiante. Em
seguida, deformqm-.se os g r 4 o menos favoravelmeate orientados. A
deformação, em geral, não prossegue através dos contornos dos grãos.
Numa primeira aproximaçZo, pode-se dizer que essas contornos constituem
uma região de maior resistencia mecânica. Iùa realidade, pode-se
explicar essa maior uesistencia a deformação pelo fato de tratar-se de
uma região extremamente conturbada, devido aQ quase embaralhamento dos
átomos provenientes dos reticulados adjacentes ao contorno. A mudança
de orientação de um grão pqia outro explica igiialmente a maior
resistencia do contorno.

Do mesmo modo que a po1icr;isstalinidad confere aumento: de resistencia a


deformação, o tamanhode g-rão atua de modo identico, no sentido de que,
a medida que diminui o >tanianho d e grão, aumenta a resistência a
deformação mecânica. (Figura 21)

Figura 21
Efeifo do znmmiho de gyfo M m p m de me&,
TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

PLASTICIDAüE LX)S METAIS

De faro. somente a componente da força paralela ao plano de


escorregamento atuante em cada grão é eficiente e quanto menor o
tamanho de - grão mais - :Sf-rerfuenteé à , mudança da direção de
escorregamentu.;e'que +i torna mais difícil a deforma@o.
-,- -~. . : : ' %

Em outras palrvras, senào õ s contoanos de -:'grãos mais resistentes,


'

quanto maior a quantidade. d*. contòrrios - õu;,seja, quanto menor o


tamanho de grão -
maior a resistencia do metal ao esforço de
deformação. . - . : ,
. ~ . . . .. -
Contudo a ruptura dos contornos Pbde ocorrer-em determinadas condijões,
como por exemplo por ação da corrosão.
. .. .
~. ., .
D E F O R ~ A Ç A OA .H?!
O E, D Z f O R n ~ Ã OA QUEKTE'
.- , .. ....
O esforço me&nico que l e v a - & - defòmaçSo e que ,se traduz pela
realização de um trabálho mecãnifo, - pode ser levado a efeito em
condições diferentes de temperatura, desde a temperatura ambiente ati
altas temperatura, inferiores.- entr-@tanto, as de fusão dos metais.
. . . .

Costuma-se distinguira trabalho raecãnico a frio do tiabalho mecânico a


quente, . por uma temperatura.., indicada como temperatura de
recrista:lizaçáo, característica de cada metal e definida como a menor
temperatura na qual uma estruturadeformada de um metal trabalhado a
frio é restztirada-ou é -substituida por umá estrutura nova, livre de
tensões, . apó.s Xpermanenc-ia :nessa temperatura .por um tempo
determinado".
L: deformação~p S á s t i t ~result-ante do- trabalho mecariico a frio abaixo da
temperatura de-zecr.i%tal.fiação -
ainda q u e superior h ambiente -
provoca o chmado:fenõmenù de'-encruamento, cujos efeitos são traduzidos
por uma deformaçãoda estrutura cristalina e modificação das
propriedades mecânicas do material, efeitos esses tanto mais intensos,
quanto maior a intensidade do esforço mecanico a frio.

O trabalho a frio produz, pois, uma deformação geral dos grãos, como
esta demostrado na figura 22.

Figura 22

Os grãos alongam-se na direção do esforço mecânico aplicado, menos


TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

PLASTICLDADE DOS METAIS

intensamente (lamínado a frio) ou mais intensamente (severamente


estirado).
, ~.,. . . . .
Como resultado da deformacão mecânica a f r i o intensa, ocorrem
apreciáveis movi,mentps . das iaperfeições cristalinas, principalmente
discordáncias, ao,Jongo.dos planos de deslizameato. Forma-se como que
um rendilhado triaimensional de discordáncias que, juntamente com a
distorção dos planos de escorregamento impedidos de avançar pelos
contornos dos grãos adjacentes,. provoca uma desordem no modelo
cristalino narmal,.tornarAp mais difícil o escorregamento ulterior e
afetando assim as -proriedades mecanicas. É . esse o fenõmeno de
encruamento.

A tabela i . mostra o eíeito-. do encruamento . sobre alguns dos


característicos ?~eca~icos
.de;.diversos metais e..-ligas metálicas.
, ,

EFEITO DO ENCRUAMEN~OSOBRE CARACTERÍSTICOS MEC&ICOS


DE ALGUNSMETAIS E LIGAS

Aço doos
Normsl
Trabathaio a trio. 9048

Aço ~noxidáwil
Normal
Slmtamenm lanhado

Alumínio
puro Normal
Sasranenta
rrebalhado a frb

Tabela 1

Do mesmo modo que as propriedades mecânicas, certos outros


caracteristicos físicos são alterados pelo encruamento. A
condutibilidade elétrica, por exemplo decresce.

No estado encruado, verifica-se aumento da energia interna do material,

- 24 -
TRATAMENTO TÉRM~CO DOS AÇOS

PLASTICIDADE DOS METAIS

o que leva a um+ ciiminui~ãogzra? da resisténcia a corrosão. Em certas


ligas, pode-se verificar um fenõmeno de fissuração chamado fissuração
sob tensao por corros%o.

Finalmente, resdta no material encruado um esbado de elevadas tensões


internas, explicado pelo aumento cio número :de;discordáncias e sua
. .
interaçãa.

Admite-se, de fato; que um metal no estado normal (recozido; contém


cerca de 10' a 10' Oiscordáncias por centimetro quadrado, enquanto que
um metal severamente encruado contém cer'ca de 10'' discordáncias por
centimetro quadrado.

A figura 23repre>f?*ta esquematicamente a variagão das propriedades de


resis téncia a-Zragào e de ductabilidade (alongamento e estricção) , em
função do encruamento.

As propriedades e a estrutura do metal alteradas pelo trabalho a frio


podem ser recuperadas ou devolvidas ao e5tado anterior ao encruamento
mediante um tratamento térmico de recristalização ou recozimento.

De fato, a medida que se aumenta a temperatura, o estado encruado


torna-se cada vez mais instável: a condição de elevada energia interna
tende a desaparecer e o metal tende a voltar a condição livre de
energia, resultando num amolecimento (queda de dureza) e insenção
TWTAMENTO TÉRMIGO DOS AÇOS

PLASTICIDPSE DOS METAIS

paulatina das tensões internas.


Na realidade, o processo de recozimento compreende 3 etapas:

- Recuperação
- Recristalização
- Aumento do tamanho de grão.
O principal efeito de r&uperação é o a1 ívio d à s tensões internas.
restaurando-se ao mesmo t,empo certus caracteristicos-físicos alterados,
sem que a microestrutura do metal sofra- qualquer modificação; a
condutibilidade elétrica aumenta rapidamente.

Embora não haja modificacão estrutural sensível durante a recuperação,


nota-se aparer~temente um pequeno rearranjo das discordâncias e
configurações mais estáveis, sem muita modificação no número total de
d~scordânciaspresentes.
O alivio de tensões mencionado corresponde principalmente as
macrotensões ou seja, as tensóes elásticas que éxistem, em estado de
equilíbrio, em grandes áreas do metal. Se esso equilíbrio e rompido,
haverá uma redistribuição das tensões, representada, na prática, por um
empenamento. Um tubo estirado a frio, se for cortado, abre no corte,
aumentando de diâmetro.

Metais encruados e aquecidos na faixa de recuperação sofrem o


tratamento térmico conhecido com o nome de recozimento para alívio de
tensões.
Na etapa da recristalízação, decresce a densidade das discordâncias e
as propriedades relacionadas com a resistência mecânica, inclusive a
dureza, caem, rapidamente, a ductabilidade melhora e todas as tensões
são totalmente eliminadas. A estrutura é inteiramente reconstituida
(recristalizada).
A tabela 2 mostra a temperatura de recristalização de alguns metais, em
comparação com sua temperatura de fusão.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

PLASTICIDADE DOS METAIS

TEMPERATURA DE RECRISTALIZACÀO DE ALGUNS METAIS

Tmprnturz.de r a r i n a i i l - i
- .-
Tsmpaarnr.de fumo
l b a i o r n aby>lut'r %I

abaixo 0.60
cama 0.51
abaixo 0.50
0.43
0.45

. .
. . .. ..
Tabela 2 . . .

CRESCIMENTO DE GFÚi0

A temperatura continuando a aumentar, os grãos cristalinos, agora


inteiramente livres de tensões, tendem a crescer. Esse crescimento de
grão é também favorecido pela permanencia de temperaturas acima da de
recristalização. Um excessivo aumento de grão pode afetar as
propriedades dos metais, pois, como se viu, grãos grandes são
desfavoráveis.

A figura 24 esquematiza o efeito do recozimento sobre a estrutura do


metal encruado.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

P L M I C I D E S E DOS METAIS

Figura 24

h força que leva ao crescimento de grão e a energra que é libertada a


medida que os atomos se movimentam através dos contornos de grão.

Essa movimentação de átomos se dá à s;perficie cõncava onde e:es são


mais estáveis. Em consequencia, h& uma tendencia do contorno de grão
movimentar-se em direção ao centro de curvatura do grão, como a figure
25 mostra esquematicamente.

- MOVIMENTO D<)S
AToMm

MOYIMENTO'
;,DO W T O R N O

Figura 25

Como os grãos menores tendem a apresentar surperficies de convexidade


mais aguda do que os grãos maiores, eles temdem a desaparecer,
alimentando assim os grãos maiores figura 26.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS ACOS

PLASTICIDADE 005 METAIS

Figura 26
Do mesmo modo que o tempo a temperatura, um a m e n t o desta acelera a
vibração térmica dos átomos, o,que fac-lita a sua transferenoia dos
grãos menores para os maiores,através da interface.
. . ..-
Um decréscimo da temperatura diróinui a -Gelocidade ou interrompe o
processo,mas não o inverte:
Desse modo, a única maneira de diminuir ou refinar o tamanho de grão
consiste em deformar plasticamente os grãos existentes e iniciar a
formação de novos grãos.

MEDIDA DO TAMANHO DO GRÃO

Devido a importancia do tamanho de grão sobre as propriedades mecanicas


dos metais, foi necessário estabelecer-se parâmetros indicativos do
tamanho do grão.
A American Society for Testing Materials (ASKT) criou um índice de
tamanho de grão, que é universalmente adotado, sobretudo em relação ao
tamanho de grão austenitico dos aços.
O número de tamanho de grão ASTM é obtido mediante a seguinte equação:
TRATAMENTO TÉRMICODOS AÇOS

PLASTfCIDbDE DOS METAIS

.
.. ......
. .
, .
. . , ..*.
Onde N é o número de grãos observados por polegacia quadrada quando o
metal é examinadoao microscópio com um aumento.Jinear de 100 vezes. Com
uma rede comparadora adaptada ao microscópio.: o observador pede
rapidamente determinar o tamanho de grão. . . , .

A tabela 3 indica as faixas de tamanho do grão ASTH.

FAIXAS DE TAMANHO DE GRÃO + S i M

Tabela 3

COMENTÁRIOSFINAIS

O fenõmeno de recristalização está representado na figura Z i .

- 30 -
TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

PLIISIICIDAiYE W S METAIS

Figura 27
Quando a temperatura a t i ~ g eáreas possuindo energia suficiente para
ultrapassar a rigidez do reticulado encruado distorcido, formam-se
3,
núcleos" que promovem o aparecimento de novos cristais, livres de
tensões. Quanto mais alta a temperatura, um maior número de áreas fica
sujeito a formacão de núcleos. A primeira área a formar um núcleo é a
que se caracteriza por possuir a mais elevada concentração de energia.
A recristalizaçâo é afetada pelos seguintes fatores:

- Quantidade de deformação (ou encruamento) inicial;


- Temperatura;
- Tempo a temperatura;
- Tamanho de grão inicial;
- Composi~ãoquímica (do metal ou liga)
- Quantidaae de recuperação inicial.
Em relação a essas variáveis, pode-se estabelecer os seguintes fatos:

- Para ocorrer recristalização, e suficiente uma quantidade mínima de


encruamento; entretanto, quanto menor o encruamento inicial mais
elevada deve ser a temperatura para promover a recristalização;

- Aumentando o tempo, diminui a temperatura de recristalizaçáo; a


temperatura contudo, é fator mais importante do que o tempo;

- Quanto maior o grau de encruamento e quanto menor a temperatura de


aquecimento, menor o tamanho de grão resultante;

- A temperatura de recristalização diminui a medida que o metal é mais


PLASTICIDAüE 00% METAIS

puro: assim, ligas do tipo "solucão sólida" apresentam maiores


temperaturas deirecristalizagão. .-.
. .
.. -
. ..-
. -. ,. ;~*S. .. , ..
...
A grande importãncia-do recozimento dos.metais encruados reside no fato
de que as operacões de conforma.;ão mecânica podem ser Levadas a
extremos, interpondo-se operagões-. de recozimento que restauram a
ductabilidade do material ou sua capacidade de deformação.

TRABALHO A QUENTE
Sendo o trabalho a quente realizado a temperatura acima da de
recristalizacão, os fenômenos de aumento de dureza devido a deformacão
e amolecimento, devido ao recozimento, ocorrem simultaneamente. A
estrutura cristalina, em outras palavras, deforma-se e permanece
deformada somente enquanto o metal esta sendo submetido ao trabalho
mecãnico, ficando totalmente restaurada assim que esta cessar. E o
mesmo ocorre com as propriedades mecânicas.

A importância prática do "tabalho a quente" reside no fato de que ele


constitui a primeira etapa do processo metalúrgico de conformação
mecânica. As razões, muitas das quais Óbvias, são as seguintes:
- A energia necessária para deformar é menor:

- O metal adquire maior capacidade de deformar-se sem fissuraçáo;


Alguns heterogeneidades das peças (ou lingotes) como porosidade, bolhas
etc, são praticamente eliminadas pelo trabalho a quente;

- A estrutura granular "dendritica", ou seja, grosseira, colunar e


pouco unifirme, tipica de peças fundidas, e rompida e transformada em
grãos menores;
- Alguns metais dificilmente são deformados a frio sem fissurar;
exemplos, tungstenio, molibdenio e outros.
O trabalo a quente, embora não exerça a mesma influencia que o trabalho
a frio sobre a estrutura e as propriedades mecãnicas, produz uma
estrutura superior a correspondente de peças fundidas.

A temperatura para o trabalho a quente não deve situar-se muito acima


da temperatura de recristalizaçáo da liga, principalmente no que diz
respeito a temperatura de "fim de trabalho". Isso porque, durante o
resfriamento posterior, pode-se verificar crescimento de grão, enquanto
o metal estiver a uma temperatura superior a de recristalização.

Do mesmo modo, a temperatura de "fim de trabalho" não pode cair abaixa


da temperatura de recristalizaçáo, sob pena de a partir desse instante,
o materialestar sendo submetido a trabalho mecânico a frio e, se sua
plasticidade não íor suficientey ele poderá romper.

Existem pois, temperaturas limites - máxima e minima para que o


trabalho a quente seja aplicado com exito.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

PLASTICIDADE DOS METAIS

Dir-se-ia que o limite inferior de temperatura para o trabalho a quente


é a menor temperatura para a qual a ve1ocidade':de recristalizacão é
suficientemente rápida, para eliminar o encruamento, enquanto o
metalestá sendo-trabalhado'á temperatura c5nr;idéiadci:
.. .. .~ . .
O limite superior Ldeterminado pela temperatura na qual pode começar a
ocorrer excessiva oxidapáo.<Formação de carepas)
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Este capitulo será inteiramente dedicado ao estudo da dureza dos


materiais, bem como dos seus respectivos ensaios.

O ensaio de dureza, por diversos motivos, é o mais realizado nas


oficinas de tratamentos térmicos, pois, de modo geral, as outras
propriedades mecánicas estão relacionadas com a dureza; os métodos de
ensaios são rápiaos,:simples-e seguros;além d o que, o ensaio dispensa
corpos de provas padronizados, podendo-se ensaiar a própria peça, pois
não há destruição da mesma, ficando apenas pequenas marcas.

A maioria dos métodos de ensaio baseiam-se na penetração, portanto


utilizam um penetrador submetido a uma carga.

DEFINICÓES E ENSAIOS

De maneira geral a conceituaçáo de dureza é difícil, dadas as


diferentes interpretações que lhe podem ser atribuídas.
.. ..
~

Existem diversas definições, que podem-.inclusive servir de base para


alguns ensaios. Algumas delas são as seguintes:
- Resistencia a penetração.

- Capacidade de a'osorçáo de energia sob cargas dinâmicas.


- Resistencia a ação do risco.
- Resistencia à abrasão.
- Resistencia ao corte.
A determinacão da dureza dos metais constitui um método rápido e não
destrutivo que permite avaliar as condições de fabricação e tratamento
das ligas metálicas, as diferenças estruturais locais e a influencia de
elementos de liga, embora não sirva como parametro para o projeto de
peças, correlaciona-se com razoável aproximação com algumas
propriedades mecânicas, como a resistência a tração, particularmente no
caso dos aços.

Esta correlação está representada na figura 28 para dois dos diversos


métodos de determinacão da dureza.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

.- . ,, ~ -c, - .... .....


A existênc:; da mencionada correlação pode ser explicada pela geometria
das impressões nos ensai3s de dureza..
A.figura 29, corresponde a u m impressão esférica. permite compreender
melhor esse fato.

Figura 29

Na figura, a linha cheia indica a impressão original obtida e a linha


pontilhada a forma da impressão final, o que revela que houve uma
região de deformação elástica, dentro da deformação total de natureza
plástica.

Isto significa que o esforço necessário para produzir a impressão


dependerá da tensão de escoamento e da velocidade de encruamento após
ter sido ultrapassado o limite de escoamento.

Sabe-se que o limite de resistencia a tração depende tanto do limite de


escoamento, como do encruamento do metal, de modo que se deve esperar a
existencia da correlação entre a resistência mecanica e a dureza.

Geralmente a dureza é determinada pela resistência a penetração, como


já foi mensionado. Para isso utiliza-se um penetrador, na forma de
esfera, ou de pirãmide ou de tronco de cone, confeccionado de aço
temperado, metal duro, ou diamante, o qual é forçado a penetrar no
material cuja dureza se quer medir pela aplicação de uma carga de
I natureza estática.

Resulta uma deformação que provoca o aparecimento-de uma "impressão" na


superfície do material. As dimensõ0E;"&u profundidade relativas dessa
. ...a . apuração de'iiàlores
impressão constitsesti 'a base para .... . representativos
da dureza* . . .. #

I
. ' . , , , '
Diversos são,.os ens.aios.&e.pene;Eração para medição de dureza dos metais

Vamos agora, descreve-Los.re;umidamente:

METODO DE ENSAIO ROCKWELL

Baseia-se na profundidade da penetração.


.. . . ... . .
A realização do ensaio obedece a seguinte ordem:
>, .;. , .. +c,.;:

A - Um penetrador esférico ou 'cònico conectado a um comparador


micrométrico. .. . ., . :

B - Este penetrador e submetíão a uma pré-carga (?I) para que haja seu
perfeito apoio na peça qtie'está sendo ensaiada, nesta operação o
ponteiro devera cheiar ao n g 100 (que também é o zero da escala.)

I C
D
- Uma segunda carga
-
é adclonada para completar a carga nomlnal.

Ao ser aplicada a oa~ai...-$.


.:p<jnteiro do comparador deslocará no
sentido anti-horário$ parando jantesde completar uma volta.

E - Após alguns segundos retira-se â-casga, provocando o retorno do


ponteiro, portanto no sentido horário e paranao em um determinado
ponto da escala indicando diretamente no mostrador a Dureza
Rockwell.

O método Rockwell possui várias escalas, as quais são numeradas em


ordem alfabética:

Escala (A) - empregadas para pecas duras caso temperado) e delicados,


utiliza um penetrador cõnico, de diamante com ângulo de 120' submetido
a uma carga nominal de 10kg.
Escala (6) - empregada para peças macias (aco sem tempera) utiliza um
penetrador de esfera de aço temperado 0 1/16", submetida a uma
carganominal de 100kg.

Escala (C) - empregada para materiais mais duros, (aços de alta


resistencia), na qual se emprega como penetrador a ponta de diamante da
escala A e uma carga de 150kg.

O penetrador cònico de diamante é conhecido com o nome de "penetrador


de Brale".

A tabela abaixo traz outras combinaç0es de cargas e penetradores


resultando em outras escalas de dureza Rockell. como a tabela 4 mostra.
ESCALA DE DUREZA ROGUWELL

Acos naCn, igsnãofenaar duna


Ide mhra e alumfniol

Pdumfni?, chumbo, xinw

Tabela 4

ROCKWELL SUPERFICIAL
Para determinar a dureza de peças muito finas e para melhor
caracterizar a dureza de peças com camada superficial dura e de pequena
espessura (cementadas, nitretadas etc), emprega-se o método de dureza
Rocwell dito "superficial.".

A máquina utilizada opera nos mesmos princípios da Rockwell comum, ou


seja, aplica-se uma carga inicial, no caso de apenas 3kgf e em seguida,
a carga real.

Neste método de dureza superficial, as duas principais escalas são:


N. com penetrador de diamante Píále e cargas de 15, 30 ou 45kgf,
originando as escalas 15N, 30N, 45N.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

DUREZA

T, com penetrador esférico de 1/16'' de diámetro e cargas de 15;


45kg, originando as escalas 15T, 30T, 45T.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

WREZA

Figura 30
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Este processo é empregado amplamente em trabalhos de pesquisas porque


fornece uma escala continua da dureza para uma determinada carga,
podendo determinar a dureza desde materiais muito moles com dureza
Vickers correspondente a 5 ate materiais extremamente duros, com dureza
Vickers correspondente a 1500.
-
O penetrador consiste numa ponta de diámetro com forma de pirámlde de
.
base quadrada e ãngulo ao vértice de 13b0 As cargas variam de 10 a
120kgf. h dureza Vickers é dada pelo quociente da carga com a área da
impressão.

Sendo P a carga aplicada , L a diagonal da impressão e O o ãngulo entre


as faces opostas do penetrador de diámetro 136' e chamando-se Hv a
dureza Vickers, esta e dada pela seguinte expressão:
2 Psen E / 2 )
Hv =
L'

Do mesmo modo que no método Brinell, a diagonal C da impressão é medida


com o auxilio de uma pequena Luneta, devendo-se tomar para L a média de
duas diagonais perpendiculares, com uma aproximação de 0,Olmm.
Há tabeias apropriadas nas quais, a partir dos valores de P e L
obtém-se diretamente a dureza em números Vickers.
O gráfico da fig 31 apresenta uma relação aproximada entre números de
dureza Rockwell e Vickers.
TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

Figura 31 .
Como no ensaio da dureza Brinel?, as impressões Fickers não
perfeitamente quadradas, apresentam formas como as indicadas na figura
32.

Tipor de i m p ~ Vickm:
~ o (o1 perfeira; (b) em memU remrido+ /c) crn
metais encninios ..

Figura 32

O nÉT0DO DE ENSAIO BRINELL


É o primeiro ensaio grandemente aceito e padronizado. Devido a J. A.
Brinell que o divulgou em 1901, rapidamente tornou-se popular devido a
relação entre os valores resultantes e a resistência a tração.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Figura 33

Uma esfera e aço ou outra liga, de diãmetro D, e forçada, pela


aplicação de uma carga P, a penetrar no material, resultando uma
impressão em forma de calota esférica, de diãmetro d, a qual serve para
determinar um número que corresponde ao valor da dureza Brinell.
A dureza Brinell, representada por HF corresponde ao quociente da carga
aplicada pela área da itnpressão obtida e é expressa por:

O cálculo da dureza é simplificado pelo uso de tabelas, as quais dão


diretamente a dureza em função da carga aplicada e dos diámetros da
esfera e da impressão obtida. O valor do diâmetro da impressão é
geralmente adotado como a média dos valores de 2 diametros
perpendiculares entre si.

A expressão acima faz supor que qualquer carga e qualquer diâmetro de


esfera possam produzir, num mesmo material, valores idénticos de
dureza. Isso, contudo, não ocorre na prática, pois a deformação durante
a aplicação da carga e a calota esférica obtida, pode não ser
rigorosamente esférica.

Esses fatos foram profundamente analizados por Neyer, o qual após


diversas experiências, mostrou que:

- Variando os diâmetros das esferas mas com mesmas cargas, os números


de dureza obtidos eram idênticos desde que a relação P/D2 fosse
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

DUREZA

constante.

- Utilizando a mesma esfera, os números obtidos de dureza sofriam a


minima variação, quando as cargas produziam impressões de diãmetros d
compreendidos entre 0,30D e 0,600, pnde D é o diámetro da esfera.

Portanto, no ensaio de dureza Erinell, deve-se escolher cargas P e


diâmetro$ 3 de esferas tais que se veriffquem as seguintes relações:
P/D2 = constante
0,3D < d < 0,óD
Resultaram, assim, os valores indicados na tabela 5, onde também se
mostram alguns dos metais e ligas ensaiados.
VALOR& DE DUREZA EM FUNÇAO DA RELAÇÃO PIO"
NO ENSkiO DE DUREZA BRINELL

p/02 MIIo..w/aun2 bt.uMINU.DI>o*


-
30 snua La e 415 Açofs fsnafundaor
10 anue 30 e 140 Cobre. atuminio e w a Imas m a s duras
5 .nua 15e 7 0 t.&s mtifriqáo, cobra aluminio o suas 1.w
. - . mais mo^
2.5 . ' stb 313 :. Chumm, stanho, anfimónb a metais patants
. . -
.. . . ., ... > -. , .
Tabela 5
Além dos fatores menci.onados, outros que;podem influir nos resultados
dos ensaios são:
- Distancia entre o centro da impressão e a extremidade da peça sob
ensaio;
- Relação entre oa'da impressão e a espessura da peca.

No primeiro caso, se a impressão é feita muito próxima da borda, a


falta de suporte lateral ocasionará a deformação maior do material
nessa extremidade, alterando os resultados.

No segundo caso. se a espessura da peça sob ensaio for muito pequena, a


deformação do material é influenciada pela base sobre a qual a peça se
apoia, pela sua contribuição a resistência a deformação, o que também
pode afetar os resultados.

Outra limitação do ensaio Erinell, é que não é aplicável em materiais


muito duros, devido a resistência das esferas.

Temos abaixo, uma tabela que nos fornece as relações usuais de diãmetro
de esferas, espessuras e cargas.
Tabela 6

O sistems Brinell é usado especialmente para metais nãoferrosos, ferro


fundidc, aço, produtos sidezúrgicos em geral e peças não temperadas. E
largamente emprega60 pela-'facilidade de aplicação, ..pois pode ser
efetuado em qualquer máquina de ensa;o de compressão e mesmo por
aparelhos portáteis de baixo custo. Sua escala é continua e sempre
usada como referência d e d u r e z a . Mesmo durezas. de certas peças
temperadas s50 expressas pela.escala Brinell. . .i

Cuidados especiais.
- A espessura da peça a ser medida deve ser no minimo igual a 2 vezes o
diâmetro da impressão obtida.
- A superfície a se medir deve ter ur; raio de curvatura minimo de 5
vezes o diâmetro da esfera utilizada.
- Cada impressão deve estar distante de uma impressão vizinha, no
minimo 2,5 vezes o seu diâmetro (distancia de centro a centro).

- A carga de ensaio deve ser mantida sobre a peça a ser medida no


minimo durante 30 segundos.

Excessões: para materiais em que HB > 300, este pode ser reduzido a 10
segundos. Para materiais moles em que H0 < 60 a carga deve ser mantida
durante 60 segundos.

Pelo exposto acima vemos que certas ligas podem ser ensaiadas usando-se
diferentes valores de P/DZ .
Os resultados obtidos pelo sistema Brinell devem ser expressos sempre
acompanhados das condições do ensaio, salvo que se usa esfera de 1 0 m e
carga de 3000kg. O uso do método Brinell é limitado pela dureza da
esfera empregada. Assim, usando-se esferas de aço temperado, só e
TRATAMENTO TÉRMICQ DOS AÇOS

possivel medir durezas até.S5O..+gf/mm'. Nos primeiros semi-automaticos


usam-se esferas - de metal duro. P a r a metais excessivamente ádros,
substitui-se a esfel-a'de aço por outra de carboneto de tungsienio para
minimizar deformação da esfera, e .conseqilentamente a deforma;ão da
impressão.

Verificacão da calibração das máquinas-

Existem 2 metooos de calibração que são:

A - verificação individual da capacidade de carga, do penetrado: e oa


medida microscopica do diâmetro da impressão.

B - verificação pelo método de teste em blocos padronizados.


Devido a disponibilidade e a rapidez de uma medição, a verificação da
calibração das máquinas em blocos padronizados é a mais utilizaria pelo
usuário do equipamento.

Alguns dos testes recomendados são os seguintes:


- Uma máquinade ensaio de dureza-Brinell será considerada em condiçóes
de USO se o diametro médi'o de qualquer impressão no-bloco padrão for
maior do que 32 do diâmetro médio-corresponden@ea determinado valor
de dureza ;do-.blocopadrão.
.. .
- Uma máquinade ensaios de dureza-Brinel? usada para ensaios de rotina
deve ser examinada,. perioCicãmente, fazendo-se uma série de
impressões no bloco padrão.

BLOCO P A D G O

A - Fabricação.
Devem atender aos seguintes requisitos de fabricaçáo:
- A espessura do bloco deve variar em função do diâmetro da esfera,
na forma como se segue:
Espessura > 1 6 m para esfera com l0mm de diâmetro.

- Desmagnetização, se o bloco Eor de aço.


- De acabamento superficial, onde a superfície de teste deve ser
livre de riscos e com tolerâncias de rigosidade.

- - Homogeneidade e estabilidade de sua estrutura cristalina através


de tratamento térmico.

- De identificação da superficie de teste.


TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

E - Padronização. . ., - -
- -
'

A dureza dos blocos padronizados deve ser medida numa máquina de


ensaio de dureza Brinell qwe tenha sido aferida segunao o método
ASTM E4.

C - tdentificação.
Cada bloco deve- ter estampado nos s.eus corpos as seguintes
identificações: . .
~.
.,
. .

- Hédia aritmética dos valores de dureza encontrados na calibrasão.


- Nome ou marca do forneceder.
- Número de série do bloco.
- A espessura do bloco ou uma marca padronizada na superfície do
teste.

Normalizaçao do método
Os métodos de ensaios para determinação da dureza Brinell, de
verificação das máquinas e de calibração dos blocos padrões, estão
normalizados pelo método do ASTM E 10.

RETODO DE ENSAIO POLDI


A dureza da peça a se-ensaiada é obtida por comparação com uma barra de
dureza previamente conhecida. A escala de dureza POLDI é exatamente
igual a dureza BRINELL.
TWTAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

DUREZA

Figura 34 - Durõmetro Poldi

O aparelho Poldi oferece muitas vantagens, entre as quais é sua


simplicidade e é portátil.

O aparelho se compõe das seguintes partes. Fig 34


I - Um tubo (1) contendo um cursor (21, que é pressionado a
barra-padráo por meio de uma mola ( 3 ) .

2 - Barra-padrão de dureza conhecida com as dimensões de 12 x 12mm por


150mm aproximadamente de comprimento;

3 - Uma escala com lente pra medir as impressões deixadas na B. Padráo


e na peça (a qual se deseja conhecer a dureza).

Para se conhecer a dureza devemos colocar a Barra-padráo no aparelho,


apoiar a esfera sobre a peca e dar uma martelada no cursor (2) com um
martelo de aproximadamente 250g e aplicar a fórmula seguinte:
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

DUREZA

BP x D (D - Dz - d12) '
Dureza Brinell = , onde:
D(D- Da-dS2
1 - BP = Dureza da Barra-Padrão em Brinell;
2- D = Diámetro da esfera, normalmente = lh;
3 - dl = Diámetro da impressão na.3arra-Padrão;
b - d2 = Diámetro da impressão na peça.

Geralmente o aparelho já vem acompanhado de uma tabela para todos os


valores de dl e d2 para uma BP com dureza em torno de 200 Brinell.

DUREZA ESCLEROSC~PI
CA
É um método dinámico para determinação de dureza, utilizando-se o
aparelho conhecido como " e d e roscópio Shore", desenvolvido em 1906 por
SHORE. 5

A dureza e determinada pela altura do rebote de um pequeno martelo com


ponta de diamante, colocado no interior de um tubo de vidro graduado
com certa de 3/4" de comprimento e 1 / 4 " de diãmetro e peso equivalente
a 1/12 onças. Esse martelo é deixado cair livremente sobre a superfície
da peça cuja dureza se deseja medir. A alrura do rebote é medida n a
escala graduada do tubo de vidro, dividida em 100 partes. Este número
100 representa o número de dureza de aço de alto carbono temperado.

É um ensaio de certo valor para controle de produção em peças acabadas,


sobretudo endurecidas superficialmente. Não deixa marcas apreciáveis.
Para realização do ensaio Shore, necessita-se das seguintes condições:
1 - A peça a ser ensaiada deva estar isenta de óxidos e bem limpa (de
preferencia retificada), nivelada e perfeitamente estável.
2 - O aparelho deve ficar bem a prumo.
DUREZA

a Shcre

Figura 35
TRATAMENTO TÉRMIGO DOS AÇOS
DUREZA

ENSAIOS DE BICRODUREZA

As limitações dos métodos de dureza expostos, principalmente no que se


refere a precisão, de verificar a dureza dos microconstituintes das
ligas, assim como de cristais simples, levaram ao desenvolvimento de
ensaios de "microdureza".
W l Ç & O OE W E R A ç h o

Os aparelhos utilizados empregam 2 princípios: o de riscs e o de


penetração.
Este último é o preferido pelos metalurgistas, principalmente poroue,
no primeiro, há dificuldades de medir-se com precisão a largura do
microcorte originado pelo risco.

O tipo de aparelho de microdureza mais utilizado é o que emprega o


"penetrador Knoop", introduzido em 1939 pelo American National Bareau
o£ Standards" (61).
A carga varia desde poucas gramas até Ikgf e é aplicada durante 15
segundos. O penetrador e a impressão resultante estão representados na
figura 94.

A impressão apresenta uma medida em comprimento L cerca de 7 vezes


maior que a largura b e cerca de 30 vezes a profundidade d.

O comprimento da impressão é medido em milímetros e o numero de dureza


é calculado dividindo-se a carga pela área A projetada da impressão.
TRATAMENTO TÉRMIco DOS AÇOS

DUREZA

Assim, se

HK = dureza Knoop
L = coúlprimeritl 4a ircpressSo sm m
P = carga en; kgí

visto que

As vantagens desse processo são aparentemente as seguintes:

- A recuperação elástica fica confinada Quase que inteiramente na


iargura b da impressão;
- Devido ao longo comprimento de L, sua medida é mais precisa para
determinadas condições de carga, o que permite medir com maior
precisão a área projetada.
A "Wilson Hechanical Instrument Co" desenvolveu um tipo de aparelho de
microdureza, chamado "Tukon", o qual utiliza o penetrador Knoop e onde
podem ser aplicadas cargas de 25 gramas a 3,6 kg. O aparelho é
inteiramente automático e funciona sob controle elétrico num ciclo
sincrono. O operador escolhe a área para ensaio sob microscópio, coloca
o penetrador sobre i área., produz a impressão e novamente com o
microscópio 1e a diagonal longa da impressão, a partir da qual o número
de dureza Knoop é calculado.
O dispositivo Tukon-knoop aplica-se só na determinação da microdureza
dos constituintes das ligas metálicas e de cristais simples, como
também de pequenos fios, peças diminutas de relógios etc.

Relaçáo de conversão de dureza

Existem tabelas de conversão das várias escalas de dureza, o que é


muito prático, porque frequentemente uma determinada dureza - Brinell,
por exemplo - deve ser conhecida, quando apenas se determinou a dureza
em outra escala - Rockwell, por exemplo.

Não se pode, contudo, confiar demasiadamente nos valores de dureza


obtidos por conversão de escalas, pois há diversos fatores que impedem
precisão nos resultados, tais como cargas e penetradores diferentes,
impressões de formas diversas, comportamento do material ensaiado sob a
ação da carga (condições do encruamento resultante) etc.

De qualquer modo e considerando que o ensaio de dureza não determina


TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

uma propriedade bem definida, as tabelas de conversão, embora consistam


de relações empiricas, são de grande utilidade prática.

RELAÇÓES ENTRE DUREZA E RESISJÊNCIA A TRAÇÁO

Existe, uma relação.muito útil também sob o ponto d e vista prático,


entre a dureza Brinell e a resistencia a tração. Essa relação, contudo,
determinada empiricamente, é válida somente para acos-carbono e
aços-liga de médio teor em liga.
Essa relação é a seguinte:
- 0,36H
Onde
r-
Ft = limite de resistência a tração
H = dureza Brinell

A figura 37 apresenta uma relação aproximada entre números de dureza e


limites d+ resistencia á tração para aços estruturais.
TMTAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS
DUREZA

A r

LIMITE DE RESISTENCIA A TRAÇAO. Irgflmm'

Figura 37 - Relações aproximadas entre a resistência a tração e


diversas durezas para aços estruturais.

Essas relações, são na verdade, muito aproximadas, como vários estudos


e pesquisas a respeito comprovaram. Assim, as curvas apresentadas devem
ser analizadas com certa reserva, ao mesmo tempo que sua aplicação é
limitada apenas a aços estruturais.

A tabela 7 indica as relações aproximadas de dureza e resistência a


tração para aço.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

A determinacão da dureza dos metais é rm.--m.&t3.d0 de. controle de


qualidade muito importante na engenharia e na indústria, para
verificação das condiçiies de fabricação, tratamentos térmicos,
uniformidade de materiais etc.

Para peças fundidas e forjadas emprega-se geralmente o método de ensaio


Brineli, a partir de amostras retiradas de varias partes das peças para
conferir sua uniiormidade,

Para peças usinadas acabadas, utiliza-se o método Rockwell.

Em peças rompidas. em serviço* o ensaio de dureza é muito útil, devido a


relação existente entre dureza e resisténcia a tração e a
impossibilidade de, geralmente,-não se poder confeccionar corpos de
prova pare ensaio de tração, a p a r t i ~ ~ dpedaçr>sda:peça
e £r-aturada.

Tabela 7
TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

O SISTEMA FERRO-CARBONO

SISTEMA FERRO-CARBONO
-
O DIAGRAMA FERRO-CARBONO

O diagrama de fases do sistema ferro-carbonc É mostrado na figura 38,


para teores de carbono até 6 , 6 X , composição do composto intermetálico
Fe3C (cementitaj.. irata-se de um riiagrama de equillbiio aetaestável,
uma vez que, sendo a grafita mais estável do que a cementita, o
equilibrio e5-tAve;i~erádescrito pelo diagrama feíro-grafita. No caso
dos aços, crtntudc;é e cementlta que.se forma ordinariamente e, por
essa razão, e o diagraica ferro-cementita o q u e s e "tiliza para prever
as mudanças dctfases .nas ligas farro-carbono submetidas a variaçòes
graduais de temperaiura,
%. .
U

3.0 '.^r 5,: iO 6.7

% Carbono
- DiaSiama de equllibrio Fe-C
TMTAMENTO TERM~CODOS AÇOS

O SISTEMA FERRO-UIRBWVD
X Y

X C0,3%> Y ll.l%i
X Corbono
Figura 38
- Diagrama de quilibrio Fe-C para feorer de carbono
- enrre 0 5 e 2.115.
Observa-se a existencia de 4 fases: as solu~òessólidasd Yd e o
composto intermediário Fe3C. I f
A fase d a solução sólida de carbono em ferro-d , de estrutura cúbica
de corpo centrado, é chamada +emita. A solubilidade do carbono na
ferrita é baixa: alguns átomos de carbono ocuparão os sítios
octaédricos da estrutura cúbica de corpo centrado. A figura 39 mostra
as dimensões relativas dos átomos de carbono e dos sítios
intersticiais. O átomo de carbono tem um diâmetro aparente de 1,541.4.
Como o espaço livre para acomodá-lo é de apenas 0,385A, a presenca de
um átomo de carbono na rede da ferrita implica na introdução de uma
forte deformação na estrutura.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

O SISTEMA FERRO-CARBONO

Figura 3 9 - O carbono na estrutura da ferrita: dimensões do sitio


intersticial e do átomo de soluto.

A figura 39, mostra ainda a natureza anisotrópica dessa deformaçào:


Dos seis átomos de ferro que envolvem o soluto, quatro estão separados
por uma distancia de 1 , 5 7 2 A e os outros dois por 0 , 3 8 5 A . Assim, a forte
deformação se concentra ao longo de uma direção. O resultado global é
que a rede, na vizinhança do átomo intersticial, estará tão
intensamente deformada que a introdução do outro átomo de carbono só
será possível a uma longa distancia do primeiro. Resulta disso a
solubilidade extremamente baixa do carbono na ferrita: a temperatura
ambiente encontra-se um átomo de carbono para cerca de 10' átomos de
ferro, o que equivaleria a uma separação média de cerca de 100 átomos
de solvence entre,um átomo intersticial e outro. A medida que a
temperatura se eleva, essa solubilidade aumenta. A variação do teor de
carbono na ferrita, com a temperatura, é dada pela equação:
I TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

O SISTEMA FERRO-CARBONO
I

I Onde, 1
Cc
R -
= concentração em átomos de carbono
constante uriversai dos gases
T temperatura em graus absolutos
=
2 cal/rn~l/~k
=

A 723OC a concentração do carbono na ferrita atinge seu valor máximo,


iguai a O,rS2% em peso. Isso equivale a cerca de un átomo de carbono
para 1000 átomos de ferro, o que corresponderia a uma separação media
de 10 átomos solventes entre os intersticiais. A fig 40 mostra a
solubilidade do carbono na ferrita entre a temperatura ambiente é
723'C. . . <

A Eerrita é mais macia e dútil das fases mostradas no diagrama. À


temperatura ambiente. apresenta como valores típicos um limite de

-
resist0ncia da ordem de 30 kg/mm2 , 70% de redução de área na fratura e
dureza entre 50 e 100 Brinell. É um material ferromagnético a
temperaturas inferiores a768T.
8 727°C

2 -
=&L-MPESODEC
Figura 40 - Solubilidade do carbono na ferrita.
A fase .
solugão sólida de carbono em ~ e - y, de estrutura cúbica de
face centrada, é chamada austenita. Nos asos-carbono comuns só é
estável acima de723O C. E uma solução sólida intersticial, em que os
átomos de carbono ocupam sítios octaédricos da rede de ferro- . O
arranjo espacial e a relação entre as dimensões do átomo de soluto e as
do sitio são mostradas na figura 41.

Os sitios intersticiais são aqui maiores que no caso da ferrita. Em


consequencia, a solubilidade do carbono será muito mais elevada na
austenita do que na ferrita. Mesmo assim, o espaço vazio em cada sitio
e insufuciente para acomodar o soluto sem que haja deformação nele.
Essa deformação e isotrópica e muito intensa, mas suficiente para
limitar a solubilidade a um máximo de apenas 2?O%C (8,7% em porcentagem
atômica), que ocorre a 1130°C.
O SISTEMA FERRO-CARBONO

Figura 41 - O carbono na estrutura.& a~~stenitar-


dimensões do sitio
iatersticiai e do á t w do soluto.
-.
.. . - ~

As propriedades mecânicas da austenita dependem do teor de carbono.


É geralmente uma fase macia e ductil, embora menos que a ferrita; é
tenaz e tem -limites de resistência entre 70 e 100 kgímm2. É não
magnética:
4 fases , às vezes chaaada ferritad , é semelhante à f a s e d .
h
..solubilidade do carbono é pequena, mas consideravelaente maior que na
fase&devido a temperatura mais elevada, e atinge O,lmC a 1493-C.

h cementita é o carbono de ferro metaestávei Fe3C. Sua estrutura


cristalina é ortorrõmbica, com parametros:

O arranjo espacial é mostrado na figura 42.

(o) (bl
Figura 42 - Estrutura cristalina da cementita.
(A) a rede ortorrõmbica.
(B) arranjo dos átomos de Fe em torno do átomo de C.
I TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

O SISTEMA FERRO-CARBONO

Cada átomo áe caTbúno e-stx envol.jldo por 6 .$Tomos -de ferro nos vértices
de um prisma trim@Tar:levemente distorcido.' A distancia entre os
átomos de ferro P de carbbm varia. 'de 1,97 a. 2,06A.
,, -

A cementita e extremamente dura (cerca de 6 5 0 Brinell) frágil e tem uro


limite de resistencia superior a 200 kg/mm" E Éeir5magnética abaixo
de 2 E 0 C.

R E A G E S INVARXAKTES NO SISTEMA

O dlagrama ferro-cementlta mostra a ocorrência de 3 reações


rnvarzantes, caracterrzadas pelos pontos
- Peritético, a 0,18%C e 1496-C
- Eutético, a 4,3%C e 1147OC
- Eutetóide, a 0,8% C e 723'C.
A transfcrmação peritética, que concerne a solidiíicação dos
contendo até 0,50%C, está mostrada na figura L?.
I2
1534

Figura 43 - Região peritética do diagrama Fe-Fe3C.


0 diagrama mostra que no resfricmento desses aços, a 1496'C, ocorre uma
reação isotérmica onde a fase d já solidificada, contendo então
OtlO%C, se combina com o liquido remanescente, contendo 0,54ZC, para
produzir austemita com 0,lSZC. No aquecimento ocorre a reação inversa,
decomposição da austenita em liquido mais delta. A reação peritética
corresponde, assim a transformação:

A segunda reação invariante observada no diagrama - reação eutética -


ocorre na solidificação das ligas contendo de 2,O a 6,67%C, chamadas
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

O SISTEMA FERRO-CARBONO

ferros-fundidos. &mação. se .passa ít 11309 C.-e.envolve a decomposi~ão


do liquido, cgntendo .4,-3%C,em 2 fases sólidas,.-austenita com 2.O%C e
cementita. Essa misttirã eutética recebe o nprne de iedeburita e a
equação pode ser escrita:

A reação eutetóide, que determina a estrutura dos aços-carbono,


corresponde a decomposição isotérmica . no resfriamento (ou a
transformação inversa no aquecimento) da austenita, contendo 0,8%C a

-
723'C em mistura das fases ferrita (com O,Z%C) e cementita.
. . . ..
723°C . ..-, .
. .
2(0,8%C +-- 4 0,2%~+ Fe3C

Essa mistura eutetóide e chamada p e r l i t a . A estrutura da perlita


consiste de tias matriz de ferrita em que se encontram regularmente
distribuídas placas de cementita. Esse arranjo aparece ao microscópio
como composto de placas alternadas de ferrita e cementita.
A perlita não é uma fase, mas uma mistura de duas fases. É, contudo, um
constituinte, pois apresenta um aspecto característico ao microscópio e
pode ser distinguida claramente em uma estrutura composta de vários
constituintes.
O arranjo de fases produzido pela reação eutetóide em condições
próximas ao equiltbrio apresenta proporções definidas: a perlita será
composta de 87,5% de ferrita e de 12,5X de cementita, as lamelas de
ferrita aparecendo sete vezes mais espessas que as lamelas de
cementita.

ESTRUTURA DOS AÇOS RESFRIADOS LENTAMENTE

Os aços são rotulados, com relação a reação eutetóide, em 3 categorias:

- Aços hipoeutetóides - contendo < 0,8%C


- Aços eutetóides - contendo O,P%C
- Aços hipereutetóides - contendo > 0,8%C
Nos aços eutetóides (ver diagrama eq~ilíbrio)~após a fomação da
austenita uma única reação se passará no estado sólido: a decomposição
eutetóide da austenita em perlita. Assim, quando resfriado lentamente a
partir da solidificação, um aço contendo 0,8%C apresentará a
temperatura ambiente uma estrutura inteiramente perlítica.

Nos casos dos aços hipoeutetóides a evolução estrutural está ilustrada


TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

O SISTEMA FERRO-CARBONO

na figura 4 4 .

Figura 44 - Representação esquemática das mudanças de micro-estrutura


durante o refriamento lento de um aço hipoeutetóide.
Xo ponto "a" o aço apresenta uma única fase: a austenita. A sua
transformação, durante o resfriaaento lento, se inicia quando é
atingido o ponto "b", em que começa a precipitação de Eerrita. Nesse
caso, quando a liga atinge a temperatura de reação eutetóide estará
formada pela mistura de duas fases: austenita e ferrita. Os grãos de
austenita, contendo agora 0,8%C, estarão envolvidos pelos grãos de
ferrita produzidos ao longo do resfriamento. A austenita sofreri,
então, a decomposição eutetóide, transformando-se em perlita, enquanto
a ferrita já presente não sofrerá modificação. O resfriamento
subsequente até a temperatura ambiente não produzira mudanças visíveis
na microestrutura. A única modíficação se dará no teor de carbono de
ferrita, progressivamente mais baixo a medida que a temperatura
diminui. Essa modificação é, contudo, difícil de ser acompanhada devido
a pequena quantidade de carbono envolvida. O aço hipoeutetóide
apresentará, assin uma estrutura composta de grãos de ferrita e noduios
de perlita a temperatura ambiente. [Figura 44)

Durante o resfriamento lento de um aco hipereutetóide ocorrerá a


precipitação de cementita previamente a reaçáo perlitica. A figura 45
ilustra esse procedimento.
Figura 45 - Representagao esquemática das mudancas de micro-estrutura
durante o resfriamento lento de um aço hiperteutóide.

No ponto " f " a liga se apresenta no estado austenitico. Quando se


atinge o ponto "g" começa a precipitação de cementita, que se
desenvolve até atemperatura eutetóide. Quando essa temperatura é
atingida, ri liga é composta da mistura de aus:enita, com O,S%C, e
cementita. Ocorre então a decow?osição eutetóide da austenita em
perlita. A estrutura do aço hipereutetóide lentamente resfriado
consistir&, assim, a temperatura ambiente, de dois constituintes:
cementita Sperlita. Deviao a pequena quantidade de cementita presente
nesses aços a microestrutura mostra sm aspecto característico, onde
cada região per:itica está envolvida por uma fina rede de cementita.
Figura 45.
TRATAMENTO TERMIGO DOS AÇOS

O5 ELEMENTOS DE LIGA NOS AÇOS

OS ELEMENTOS DE LIGA NOS AÇOS

> .-
Os elemenios &.liga modificam .as propriedades do aço através das
mudanças que introduzem na sua estrutura. Para se compreender essas
modificações é preciso conhecer a forma segundo a qual cada elemento
adicionado vai-se apresentar: se:vai entrar em solução sólida com o
ferro, ou se dissolver na; cementita, ou formar um composto
intermetáiico com o ferro, ou ainda se mostrar como óxido ou outra
inclusão não-metálica. E importante notar que, embora um elemento não
se localize nunca em um único constituinte, mas se distribua sob várias
formas, cada elemento manifesta, em geral, uma preferencia marcada por
um constituinte determinado. Otiserve-se ainda que a repartição precisa
dos elementos, em um caso concreto, depende da concentração em outros
elementos e da nistória ao materinr. Como resultado, o problema que se
coioca é o de prever as tendências gerais de repartição dos elementos.
A tabela 8 descreve essas tendências em alguns casos importantes.
Observa-se que certos elementos, como o níquel, silício, alumínio,
cobre, são frequentemente encontrados em solução solida. Outros, como o
cromo, molidéncio, tungstenio, se apresentam normalmente como
carbonetos, e em menor grau, em solução sólida; quando em teores
elevados podem formar compostos intermediários com e ferro (FeCr,
Fe3W2, Fe3W, Fe2Mo2, Feito). a l ~ u n s elementos podem estar presentes
ainda como inclusões não-metálicas (&O, MnS, Si02 , Fg4N).
TENDENCIAS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO DOS ELEMENTOS NO AÇO

Em inclisões Em
ELEMENTO sólida na não compostos
Eerrita carbonetos metálicas inrermetáiicos

VXNY
TIN4CZ, TIXNY

Tabela 8
TRATAMENTO TÉRNIICO DOS AÇOS

OS ELEMENiOS DE LIGA NOS AÇOS

Em uma solução sólida o átomo de soluto pode se localizar iztersticial-


mente ou substitucionalmente na rede do solvente.

Em geral, devido ao tamanho restrito dos sitios disponíveis, apenas os


solutos de,pequen0,raio at.õmico podem se . dissolver intersticialmente.
Os eiemeatos que; usua1mente:se apresentam sob essa forma estão
mostrados natabela.9. A tabela mostra ainda alguns dados relativos i
solubiiidade desses elementos nas formas alotrópicas alfa (cúbica de
corpo centrado) e gama (cúbica de face centrada) do ferro.

SOLUTOS INTERSTICIAIS NO FERRO ( 2 . 3 )

1 1 Sol. max. no ~ e 4 f ! 1
Sol. max no ~ e - X

TABELA 9

As solubil-idades dependem da fase com a qual a soluçãu-só-fida está em


equilíbrio e variam amplamente com a presença de outros solutos.
Os valores mostrados na tabela 9, devem ser tomados,assim, apenas como
indicativos. Esses valores mostram, contudo, que somente em dois casos
- o nitrogénio e o carbono - as quantidades dissolvidas são
relativamente grandes. A baixa solubilidade do oxigénio e
principalmente devida a natureza eletronegativa desse elemento, que
resulta na formação de Óxidos estáveis no lugar de soluções sólidas. A
quantidade de hidrogênio dissolvida no ferro sólido é proporcional a P,
onde P é a pressão, o que indica que o hidrogênio se dissolve na forma
atõmica. Uma razão da reduzida solubilidade do hidrogênio no ferro e
que em geral esse elemento se apresenta composto quase inteiramente de
moléculas H2, dispondo de poucos átomos simples para entrarem em
solução sólida. O boro apresenta uma situação especifica, uma vez que
seu raio atômico é pequeno demais para facilitar a formação de soluções
sólidas substitucionais, mas é grande demais para soluções sólidas
intersticiais. Resulta dai a sua baixa solubilidade ao ferro.

A tabela mostra ainda que, para um dado elemento, a solubilidade é


sempre maior no sistema cúbico de face centrada do que no sistema
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

05 ELEMENTOS DE LIGA NOS ACOS

cúbico de corpo centrado, o que está de -acordo com os tamanhos


relativos dos intersticios nas duas estruturas.

As soluções solidas ao ferro com os demais .elementos são do tipo


substitucional, onde átomos do solcto ocupam o lugar de átomos de ferro
na estrutura cristalina. Valores elevados da solubilidade podem ser
encontrados, como no caso de ligas com metais de transição vizinhos do
ferro @ i , Co, Kn, Cr$ V?, enquanto em outros casos a solubilidades
pode ser restrita (?io Cu, P, s!. as solutilidades r'.& um dado elemento
são diferentes em cada uma das estruturris alotrópicas do ferro e' além
disso! dependem do teor de cada um dos outros elementos presentes. A
titulo de exemplo dos -valores envolvidos, a tabela 10 mostra a
solubilidade máxima de alguns elementos no ferro-4 , i temperatura
ambiente, no caso das principais ligas binázias de ferro.

SOLUBILIDADE DE ALGiJNS ELEMEXTOS h0' FERRO- A TEEIFERATURA AMBIEEITE

TABELA 10
Alguns dos elementos podem apresentar solubilidade sólida completa com
o ferro em determinadas faixas de temperatura. É o que ocorre, por
exemplo, com o cromo e o vanádio no ferro- ou com o niquel no
ferro-y. Na maior parte dos casos, porém, encontra-se uma solubilidade
limitada.

INFLUENCIA DOS ELEMENTOS DE ADIÇÃO

INFLUENCIA DOS ELEMENTOS DE ADIÇÃO NAS TRANSFORMAÇÕES ALoTRÓPICAS DO


FERRO

NO ferro puro, como visto no capitulo I, as transformagões alotrópicasd~j


(denominada "~4'3e g-4 (denominada A31 ocorrem a temperaturas
constantes, respectivamente 1410°C e 910°C. Quando um segundo elemento
entra em solução com o ferro cada uma delas passa a ocorrer em um certo
TRATAMENTO TÉRN11GO DOS ACOS

OS ELEMENTOS DE LIGA NOS AÇOS

intervaio de temperatura;.como.determina-a.-rGg?a das fases. Segundo a


natureza do soluto-ínttoduzido; jodemos obsetvir,,aocorrencia de dois
tipos de efeito. No primeiro, o efeito do soluto é de elevar a
temperatu?a.de tranSEormagão 8 4 - e abaixar 2 de A3: ampliando o domizio
de existénciarde fase b/. .
Tais solutos são chamcdos "iestabiiizadoresde
austenita" ou "ganrageneos". No segundo tipo. a presenga do soluto
abaixa a traníform~ção A4 e eleva a '3, aumentando o campo de
existéncia da:fasecC. Os solutos que produzem esse efeito são cnamados
estabilizadoces de ferrita ou-a!fageneos. Cada cai-desses tipos comporta
duas classes,~distintaí,tomo mostra >a fig 46.
-.
., . .

Os efeitos dos solutcs podem ser assir5 precisados:

Tipo A, Classe I - O soiuto amplia o.dominio de estabilidade da


fase r abaixando a temperatura de t r a n s f o r m a ~ ã o a ' t i " Ã r g l ' e : $ / e ~ & a
temperatiira.de-transforoia$ão a -f=Zd.
Para teores elevados de
soiuto.

Liquido

Figura 46 - Esquemas do tipo A e B e das classes I e I1 dos diagramas


de equilíbrio binários do ferro.

A fase pode ser estável à temperatura ambiente, formando-se o que é


TWTAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

OS ELEMEMOS DE LIGA NOS APS

chamado "campo 1/ aberto".

Exempio: Mn, Ni, Co

Tipo A , classe I I - existe também uma ampliação cio campo 8 mas esta
ampliação é limitada; para teores elevados do soluto ocorre o
aparecimento de uma segunda fase.

Exemplos: Cu, Zn, Au, N , C.

Tipo 8, classe I - o eiemento de adição reduz o dominio de estabilidade


da fase e, finalmente. a suprime, formando-se um "campod fechado":
acima de um teor, a liga pode se-encontrar sob a forma em todas as
temperaturas.

Exemplos: Si, Cr, W, Mo, P, V' Ti, Be, Sn, Sbj AS, A!
Tipo 8, classe I I - ocorre também uma contração do campo f
, mas a
solubilidade restrita do elemento de adição gera o aparecimento de
compostos intermetáiicos ou soiucões sólidas que interrompem aquele
dominio.

Exemplos: Ta, Zr, B, Ce, Nb.

Os efeitos descritos acima não foram ainda expii,cados. Pode-se notar,


contudo, que muitos dos esiabilizadores de fase são cúbicos de face
, Au, Cu) e muitos dos estabilizadores de fase d são
centrada ( ~ iMn,
cúbicos de corpo centrado (Cr, W, Mo, V, Ta, Nb).

A figura 47 a 50 mostram alguns dos diagramas binários importantes do


ferro. A utilização desses diagramas deve ser feita com prudência, uma
vez que mostram somente fases de equilíbrio e no caso de um único
elemento dissolvido no ferro. Ora, o aço contém sempre vários elementos
em presenca, que interagem modificando os domínios previstos pelos
diagramas binários. Além disso, nem sempre se lida com as fases de
equilíbrio e será preciso levar em conta as fases metaestáveis que se
produzem durante a manutenção do aço, a uma temperatura dada- por tempo
determinado. Ainda assim, esses diagramas podem fornecer informaç6es
preciosas e guiarem a interpretação das estruturas encontradas na
prática.
TR~TAMENTO TERMICO DOS AÇOS

OS ELEMENTOS DE LIGA NOS ACOS

NIÇIUEL I%EM PESO1

Figura 47 - Diagraaa d e equilíbrio das ligas binárias ferro-


OS ELEWEiiTOS DE LIGA NOS AÇüS

Figtira 48 - Diagrama de equilibrio das ligas binárias ferro-cromo ( 5 )


TRATAMENTO TÉRMIco DOS AÇOS

OS ELEMENTOS DE LIGA NOS AGOS

Figura 49 - Diagrama de eauilibrio binário das ligas ferro


TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

OS ELEMEKFOS DE LIüA NOS AGOS

[%EM PESO 1
sILÍc~o

Figura 50 - Diagrama de equilíbrio das ligas ferro-ciiicio


TMTAMENTO TERMICO DOS AÇOS

OS ELEMEWOS DE LIGA NOS AÇOS

Figura 51 - Influência de diversos teores de manganes sobre a extensão

Figura 52 - Influencia de diversos teores de cromo sobre a extensão


campo austenitico (1). do
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

OS ELEMENTOS DE LIGA NOS AÇOS

Figura 53 - Influencia de diversos teores de silicio sobre a extensão

Figura 54 - sobre
TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

OS ELEMEMOS DE L I G A NOS AÇOS

TEOR DE ELEMENTO DE 80l&


Figura 55 - Influencia de diversos elementos de adição sobre a
composição e a temperatura eutetóides ( 1 ) .
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

OS ELEMEKTOS DE LIGA NOS Aços

I N F L U E N C I ADOS ELEUENTOS DE ADIÇÃO SOBRE D D I A G R A M FERRO-CARBONO.


A presença de um terceiro elemento no sistema fer.ro-carbonomodifica os
dominios de existencia das fases previstas no diagrama Fe-Fe3C. Em
alguns casos foram construidos diagramas ternários para descrever essas
modificações. E possivel em muitos casos, contudo, trabalhar com
diagramas mais,simples e se levar em conta O.efeito dos elementos de
adição sobre parãmetros de intesesse. Um efeito especialmente
importante diz respeito as alterações introduzidas no domínio de
existencia da fase 8. As figuras 54 a 56 mostram essas modificações
para teores variáveis do elemento de adição, nos casos do cromo,
manganes, silicio e molibdenio. Observa-se que teores crescentes de
cromo, molibdenio e silício elevam a temperatura da reaçõo eutetóide,
diminuem o tear de carbono da austenita eutetoide e diminuem
solubilidade de carbono na austenita. Como resultado, teores crescentes
desses elementos reduzem progressivamente a extensão do campo
austenitico. A adição de manganês tende a diminuir a temperatura e a
composição eutetóides.

O efeito dos elementos, individualmente, nos aços de baixa liga, pode


ser mais bem visualizado na fig 55, onde são mostradas as variações da
temperaturae composição eutetóides em alguns casos importantes.

A difusão no estado sólido -


processo pelo qual se dá o transporte de
matéria dentro da matéria, através do movimento de átomos individuais
com relação ao cristal - tem grande importãncia na determinação da
estrutura das ligas metálicas.

Os movimentos atômicos na difusão dependem do tipo de sistema


considerado. No caso dos metais puros ou das ligas substitucionais,
este movimento deve conduzir o átomo de uma para outra posição de
equilíbrio na rede (fig 56). Nesse caso, o processo é facilitado pela
presença de sítios vazios - as lacunas -
na estrutura cristalina: um
átomo vizinho de uma lacuna pode saltar para esse sitia vazio,
criando-se uma nova lacuna no ponto deixado vago. Um novo átomo pode
saltar para essa lacuna e o processo prossegue.
i TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

OS ELEMENTOS DE LIGA NOS AGOS

Figura 56 - Movimento dos átomos na difusão em metais puros e ligas


suòstitucionais: (a)- troca direta; : fb> movimento de
lacunas. . .

No caso de ligas intersticiais o movimento do soluto ocorre


simplesmente pelo saito de um intersticio a outro.

Figura 57 - Movimento de átomos intersticiasi na difusão.

Influencia da ttmperatura
A difus5o E extremamente sensível a temperatura: i medida que a
temperatura se eleva, cresce a velocidade com que os átomos se
movimentam.

No processo unitário da difusão, um átomo, que vibra em torno de sua


posição de equilíbrio, efetua um salto para outra posi;ão. O processo
global de difusão é o resultado de todos os saltos que ocorrem no
cristal, envolvendo assim um grande número de átomos. O tempo médio que
decorre entre saltos consecutivos feitos por um átomo é dado por:
T M T A M E N T O TÉRMICO DOS AÇOS

OS ELEMENTOS DE LIGA NOS A W S

Onde a exp (- d H/RT) é a probabilidade de.queum átomo tenha uma energii


AH devido ao movimento térmico, durante. uma vibração; h H é a energia de
ativação para o salto; Y e a frequencia de vibração (número de
vibrações térmicas por segundo): h é o fator de -probabilidade, que
inclui as caractoristlcas estruturais do processo; R é a constante
universal dos gases i= 2 cal/mol 'R) e T é a temperatura absoluta do
sistema !'K = 'C A 2 7 3 : .L :

h equação (1.1 coloca em relevo a grande influência da temperatura,


mostrando que o tempo médio entre saltos de um átomo decresce
expontaneamente com a temperatura.

O coeficiente de difusão
h anaiise matemática da difusão, como formulada por Fick, estabelece
que o fluxo de matéria é proporcional ao gradiente de concentração no
sistema considerado ( l a Lei de Fdck):

J é o fluxo de matéria em uma dada direção e pode ser expresso pela


massa (ou pelo n e de átomos) que atravessa um plano normal a essa
direção, por uniclade de aiea e por unidade de tempo; (dc/dx) & o
gradiente de concentração na direção considerada, a concentração sendo
geralmente expressa em gramas/cm3 (ou número de átonos/cm3 1 .
A constante de proporcionalidade "D" é o coeficiente de difusáo. D é
geralmente dado em cm2/s.

Observe-se que a primeira Lei de Fick, dada pela equação (B), encontra
sua aplicação ideal no caso de regime, isto'é, quando a concentraçáo em
cada ponto é invariante com o tempo. Para o caso mais geral em que a
concentração varia com o tempo, o processo de difusão é mais
adequadamente descrito pela segunda Lei de Fick:

que, quando D constante, fica:

3~
-=
$.C
D-

Essas equações indicam que o fluxo de massa e igual a uma constante D


multiplicada pelo gradiente de concentração. O valor de D caracteriza
TRATAMENTO TÉRMIGO DOS AÇOS

OS ELEMENTOS DE LIGA NOS AGOS

assim, em cada caso, a maior ou menor facilidade de transporte de


matéria por por aiiusão. A influência da temperatura se manifesta
também aqui, através do-grande efeito que exerce sobre o valor de D.
. ,.
Observa-se que,.numa aproximação grosseira, o caefidienie de difusão
num dado sistema dobra a cada aumento.de vinte graus na temperatura.
Xais precisamente, o coeficiente de difusão está relacionado com a
temperatura absoluta : pela equação:

Q
D = Do EXP - (----I

Onde,
.. .
D = coeficiente de difusão doelemento (cm2/s)
Do = constante, chamada "fator de frequência" (cm2Js)
Q = energia de ativação para a difusão ícal/mol)
R = constante universal dos gases (= 2 cal/mol/* k)
T = temperatura em graus absolutos ( = O C + 273).

Alguns dados obre a difusão no ferro são apresentados na tabela 11.


Esses resultados são fruto de vários trabalhos experimentais e devem
ser apreciados levando-se em conta as disposições devidas a pureza
variável do ferro e as imprecisões inerentes aos vários processos de
medição. Algumas características gerais podem, contudo ser observadas.
Entre elas,é:importante.notar que, numa temperatura determinada, os
valores do:çoeficiente. de difusão são sempre maiores para o f e r r o - d do
que para o ferro- )( , o que se deve fundamentalmente a natureza menos
compacta da estrutura cúbica de corpo centrado (ferro a).
Além disso,
as energias de ativação para difusão são sempre maiores para os
substitucionais do que para os intersticiais. Em consequencia, a
difusão dos intersticionais será sempre ordens de grandeza mais rápida
do que a difusão dos substitucionais. a uma dada temperatura. Essa
diferença de conportamentopreciuz uma importante consequência prática:
quando se ieva.em conta o tempo geralmente envolvido nas reações
reacões de estado sólido dos acos, podem-se aistinguir 3 faixas de
temperaturas:
A) T c -lOO°C: os intersticiais, exceto o H tornam-se praticamente
imóveis.

B) -lOO°C < T < * 350°C: os intersticiais são imóveis, os


substitucionais são praticamente imóveis.

C) T > 35OVC: os intersticiais e os substucionais são móveis.


TRATAMENTO TÉRMIGO DOS AÇOS

OS ELEMENTOS DE LIGO. W S AGOS

DADOS SOBRE A D I F U S Ã O NO FERRO


SOLYENTE

Fe- 6
Fe-tr
Fe-
Fe- 9:
~ e - 6
FE-r
Fe-$
Fe-d
FE-$
Fe-
Fe- I(
Fe- 4.
Fe-d
Fe-d-
?e-d
Fe-h
~ e - L
Fe-d
Fe-6.

Tabela 11

Em um sistema de dois componentes, a composição dc sólido difere da


composição do liquido a partir do qual está se cristalizando. Assim, em
uma liga binária de composição Co, a uma temperatura T1 o sólido terá
uma composição Cs diferente da composição C1 do liquido com que está em
equilíbrio.

Figura 57 - Setor de um diagrama binário, mostrando- se a diferença de


composicão entre o sólido e o liquido em uma temperatura
determinada.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

OS ELEMENTOS DE LIGh NOS AÇOS

Essa diferença de Coricentrogão ;ez impoctSnc;a decisiva nos processos


de soiiaificação sãs-ligas metalicas. Um parâmerro conveniente para
expressá-la é o fator Ko, chamadc coeficiente de distribuição do scluto
em equilíbrio ( 7 ) :

f)

O valor de ko pode ser menor do que 1, como no casa da fig 57 ou maior


do que 1, quando as temperaturas dos liquldos e dos solutos crescerem
com o aumento da composição.

h tabela 12 dá o valor de ka =o caso da solidificagão de algumas ligas


binárias importantes de ferro.

COEFICIENTES DE CISTRIBUIÇÃO DO SOLUTO EM LIGAS


BINÁRIAS DE FERRO

soLurO j Ko (com Fe; 7 Ho (com Fe-Yj


Aluminio 0,92
Boro !o, 05)
Carbono 0,13
Crono 0,05
Cobal to
Cobre
Eldrogenia
1 0.90
0,56
O,?2
Hanganes
Holibdenio
Piiquel
Nitrogenio
Oxigenio (O,02)
Fósforo
Silicio
Enxofre (0,02)
iitánio O, 14
Tungstenio
Vanádio 0,90

Tabela 12
TRATAMENTO TÉRMIGO DOS AÇOS

DIAGRAMAS TTT

SIGNIFICADO E OBTENÇÁO DE VM DIAGPAMA T i T

O diagrama TTT (tempo, temperatura, transformação) de um aço e, de


certa forma, um diagrama de fases do aço, porém de fases obtidas pela
decomposição isotérmica da austenita. Envolve aspectos ci néticos da
formação de fases, enquanto que ui diagrama de equilíbrio de fases e um
diagrama terntodinãn>ico. As curvas ttt de um aço são o lugar geométrico
dos pontos de inicio e de fim de transformação da austenita super
resfriada (resfriada abaixo do ponto de equilibrio Arl). Para a
obtenção destes pontos, aquecem-se pequenas aixostras do aço a uma
temperatura em que a austenita seja estável e resfriam-se rapidamente
estas amostras ate uma temperatura abaixo de Arl, por exemplo, 650°C.
Apos permanecerem nesta temperatura durante tempos bem determinados tl,
t2, etc, as amostras são resfriadas em água a temperatura ambiente. O
grau de decomposição da austenita é então deferminado por metalografia
das amostras, ou por outros métodos., obtendo-se os pontos de inicio e
de fim de transformação austenita - ferrita + cementita. Repetindo-se o
procedimento para outras temperaturas (60f1°C, 55f1°C, 500aC, etc) se
obtém os vários pontos de inicio e de fim de transformação que,
ligados, constituem as curvas TTT do aço. A fig 58 apresenta um
diagrama a part.ir das curvas de fração de austenita transformada em
perlita (curvas sigmoidais), para cada temperatura.

cARACTER ST I CAS DO O I AGRAIUI iri

O exame do diagrama da fig 58 mostra que existe um período inicial,


variável para cada temperatura, durante o qual não ocorre nennuma
transformação observável. Após este período de incubaçao e que se
detectam os primeiros indícios da transformação austenita d,
perlita. Observa-se ainda que o tempo de inicio de transformação
austenita - perlita passa por um minimo a uma temperatura en torno de
55f1°C para o aço-carbono eutetóide), aumentando novamente para
temperaturas mais baixas. Este comportamento decorre de uma competição
entre os fatores termodnãmico e cinético . responsáveis pela
transformação. Resfriando-se a austenita a uma temperatura T, abaixo de
Arl, esta fase se torna termodinãmicamente instável, aumentando
estabilidade com o grau de super-resfriamento, isto e, com a diferença
entre a temperatura Ar1 e a temperatura T a que foi resfriada a
austenita. Esta instabilidade é medida pela diferença entre a energia
livre do constituinte estável a temperatura (perlita) e a energia livre
da fase instável a esta temperatura (austenita). Entretanto, a
transformação austenita perlita ocorre por difusão, isto é, por
movimentos atômicos dentro do sólido. A mobilidade atômica ou a
velocidade de difusão diminui rapidamente com o abaixamento de
TRsTnMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

temperatura. Pode-se perceber, então, que da atuação conjunta dos dois


fatores - a diminuição de energia livre do sistema, que e a força
impulsora ("driving force"! da transformação, e a necessidade de
difusão para se efetivar a transformacão -resulta a existéncia de um
minimo no di

Figura 58 - Construção de um diagrama TTT (1)

Se o aço, após austenitizado, for resfriado ra~idamente uma


temperatura inÍerior a um valor Mi, bem definido para-cada aço (cerca
de 220°C para o aço-carbono eutetóide), já não ocorrerá a transformação
difusional austenita -+ mistura ferrita-cementita, devido a baixa
mobilidade atõmica a essas temperaturas. Entretanto, sendo uma fase
alternada instável, a austenita iniciará sua transformação em uma nova
fase de menor energia iivre, a martensita, de que se apresenta uma
micrografia. As principais propriedades e características desta fase
serão introduzidas mais tarde, no capitulo referente a tempera. A uma
temperatura denominada Mf. Também variável para cada aço, atinge-se o
final da reação, permanecendo uma certa fração de austenita não
transformada, denominada austenita retida ou residual. A fig 59 indica
esta evolução em função da temperatura. A fig 60 representa o diagrama
TTT de um aço eutetóide comercial, com 0,7?ZC e 0,76%Mn.

Constituintes resultantes da decomposição isotérmica da austenita

Utilizemos, como referência para ilustrar o presente tópico, o diagrama


apresentado na fig 60 para um aço eutetóide. Na faixa de temperaturas
em que a austenita se decompõe por difusão (72Z°C até cerca 220°C para
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

..

o aço em questão), o produto da transformação isotérmica é sempre uma


mistura de duas fases-ferrita e cementita. Entretanto, do ponto de
vista microestruturat há diferenças-notáveis entre os constituintes que
se formam, em.funçSo da temperatura em que ocorra a transformafão. .Z
razão para isso é que, em função da temperatura, haverá diferntes
valores para a velocidade de nucleaçã3 e para a velocidade de
crescimento dos cristai,s das novas fases.

TEMPERATURA, *C

Figura 59 - Curva esquemática da transformação austenita-martensita.


(i)
Para temperaturas próximas de Arl, a força impulsora (diminuida da
energia livre) para nucleação das novas fases é pequena, pois o sistema
está bem próximo do equilibrio. Portanto a velocidade de nucleação é
pequena. Por outro lado, estando o sistema a uma temperatura
relativamente eleveda, a velocidade de difusão será alta, dai
resultando alta velocidade de crescimento dos cristais das novas fases.
Dai resulta o fato de que, as temperaturas próximas de Arl, o produto
de transformação isotérmica da austenita é uma perlita grosseira, isto
é, formada por lamelas espessas de ferrita e cementita. Sua dureza é da
ordem de 10 a 20 HRc, para o aço em análise.

Se a transformação da austenita ocorrer a temperaturas um pouco mais


baixas, próximas ao "joelho" da curva (cerca de SSO0C para o
aço-carbono eutetóide), a velocidade de nucleação crescerá bastante,
resultando uma perlita fina, formada por lamelas bem mais finas de
ferrita e cementita, com dureza bem maior, da ordem de 30 a 40 HR c.
TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

DIAGRAMAS TfT
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

E;a faixa 50O0C - 22fl0C, o constiruinte que' s e forma - deniminado


bainita - com dureza que varia de 40 à ' % ü Ka. c, apresenta
características muito peculiares, intermediárias-'entre a perlita e a
martensita. Se bem que tanto a bainita c o m a gerl.ita sejam misturas de
ferrita e cementita, o grau de finura (ou de dispersão) da estrutura
bainiticaé muit.0 maior, não podendo as fases que formam a bainita ser
resolvidas em microscópio ótico. Esse elevado grau da dispersão da
cementita na ferrita é resultado da baixa mobilidade atomica presente
as temperaturas elr. que se foraia e bai-neta, não sendo possível ocorrer
redistribuição dos átsmos de carbono da' austenita ao longo de grandes
distancias. h kiansformac"ao em baini.fa'fe dá por difusão do. carbono,
que converge paia algunras regi-ões do met-al, dando origem a cementita,
deixando uma matriz praticamerite sem carbono,que se transforma em
ferrita. É interessante notar que se a austenita contiver elementos de
liga em solução sólida, não ocorre praticamente nenhuma redistribuição
destes elementos durante a reação aus tenita-bainita, isto è, os teores
dos elementos de liga nas novas fases, que formam a beinita (ferrita e
cementita) serão os mesmos que os da austenita. Com relação, pois, a
elementos de liga presentes, há uma semelhanga entre a reação Bainitica
e a reação martensitica: durante estas reações não ocorre difusão de
elementos de liga porventura presentes na austenita. Outra semelhança
com a reação martensitica é a ocorréncia de distorcões superficiais
causadas no material pelo constituinte microestrutura?, indicando que
provavelmente ocorre cisalhamento da estrutura cristalina durante a
formação das placas de bainita. Metalograficamente hátambem semelhança
entre a bainita e a martensita como como se pode observar comparando as
micrografias anexas.
Em função da temperatura de transformação, a bainita pode apresentar
também variagões na sua microestrutura. Se formada a temperaturas mais
altas (da ordem de 350 a 450°C), apresenta-se como um agregado de
ferrita em forma de pena. Se a temperatura da reação for inferior a
300aC, as placas de ferrita tomam a forma de agulhas.

FATORES QUE ALTERAM A POSIÇÃO DAS CURVAS TTT

A composição química da austenita, a homogeneidade da austenita e o


tamanho do grão austenitico são fatores que alteram de modo
significativo a posição das curvas TTT.

Dos 3 fatores, o mais importante é a composição quimica. Quase todos os


elementos de liga (exceto cobalto, titâneo e alumínio), quando
dissolvidos na austenita diminuem sua velocidade de transformação na
faixa de temperaturas em que ocorre a transformação austenita - ferrita
+ cementita. As figs 61,62 e 63 ilustram a influencia de elementos com
o cromo, molibdénio e boro. Comparando estes diagramas com o da fig 60
(aço carbono eutetóide) pode-se observar como os tempos de incubação da
austenita e de fim de reação austenita - ferrita - cementita são mais
longos no caso dos aços ligados.

Uma característica importante de muitos aços ligados e que pode ser


TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

observada =a Eig.ã3.&a existência de um segundo joeiho no diagrama,


indicando uín aumwtc de - instabilidade da austenita na faixa de
temperaturas e n o produto de transformação é bainita. Este segundo
mínimo da cu.rva?stá provavelmente associado ao fato de que nestas
temperaturas--ais baixas não ocorre redistribuição dos elementos de
-
liga durante.a rea&iolau.stenita bainita sendo, pois, requerida apenas
difusão dz oa.rbono. .: . ;- . ~. -
. . . .
C)tamanho do grão,aqste.riit,'go -tamb.& altera a posição tias curvas TTT.
Par, explioar esta- inflqGncia, - basta iembrar..que a transformação
- -2errit-s+ cew&ita é u m reaç3o que ocorre por nucieagão e
sustenita-~
crescimento e q u e e. nucleqão. da perlita s e . d á heterogeneamente junto
aos heterogGni~coscantopios dos grãos austeniticos.

Figura 61 - Diagrama TTT do aço O,l%C-12%Cr (tipo A I S 1 410)


0,11%C-0,44%Mn-O,372Si-O,16%Ni-i2,18%Cr(2).

A velocidade de crescimento da perlita, por sua vez, não é


sensivelmente modificada pelo tamanho do grão austenitico. A velocidade
de nucleação será tanto maior quanto mais fino for O grão austenitico,
pois maior superfície total estará disponivel pare a nucleação da
perlita. E importante observar que não se usa esta propriedade quando
se deseja alterar a instabilidade da austenita em tratamentos térmicos
TRATAMENTO TÉRMICO DOS ACOS

como se mostrará mais tarde): se por um lado um grão austenitico


grosseiro diminui a instabilodade. da austenita, este efeito é
acompanhado por variações desfavoráveis en! outras propriedades, como
aumento da fragilidade do aço, ocorréncia:de trincas, etc.

~. -- . . ~.
.-- . .
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58
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-
TEMPO SEGUNDOS

Figura 62 - Diagrama TTT do aço 0,4%C-3,5Ni-O,7Ko (2)


De maneira s m e l h m t e se pode explicar a infiuència da homogeneidade da
austenita sobre sua instabilidade abaixo de Arl. Como a reacão
austenita -ferr.it!a - .cernentita ocorre por nucleação heterogenea,
quanto menos -&omogenea for a austenita, isto é, quanto maior a
quantidade de carbonetos não dissolvidos ou de áreas mais ricas em
carbono, maior sera o número de regiões capazes de se construirem em
núcleos das novas fases. Em resumo, quanto maior a heterogeneidade da
austenita, menor será o tempo de incubação e mais rápida será a
decomposição da austenita.

TEMPO -SEGUNDOS

Figura 63 - Diagrama TTT do aço 0,5%C-0,83%Mn-I,15%Ni-l,01%Cr


0,48%fio ( 2 ) .
TRnTAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Nos aços de composição não eutetóide, a decompasição da austenita se


inicia pela formação de Eerríta ou de cementita, correspondendo,
respectivamente aos pontos A3 (aços hipoeutetoides) e Acm (aços
hrpereutetóides) .

Estas transformações são também observadas durante a decomposição


isotérmica da austenita. como se indica nas figs 6b e 65, antes de se
iniciar a transformação em perlita (fig 64) ou cementita (fig 65).

Esta formação preliminar de uíz constituinte pro-eutetóide, contudo, só


ocorre a temperaturas relativamente elevadas. Abaixc da joelho da
curva, pode-se observar que é suprimida a curva de tramformação
austenita - constituinte pro-eutetóide + austenita enriquecida,
transformando-se, pois, a austenita diretamente na mistura
ferrita-cementita. Isto significa que as temperaturas mais baixas, o
produto de transformação da austenita de um aço não eutetóide ser* um
constituinte do tipo perlitico, porém com composição idêntica a do aço
e portanto diferente de O,8%C.

TRANsFoRMA$&O DA AUSTENITA EM RESFRIBMEe0 WNTXNUO

Como se viu, os diagramas TTT indicam a transformaç&~ da austenita a


uma temperatura constante. Entretanto, na maioria dos casos, os aços
são submetidos a tratamentos térmicos em que a temperatura da austenita
decresce continuamente.
Figura 64 - Diagrama TTT do aço 0,5%C - O,91ZMn (2)
Surge então a pergunta: e possível utilizar os diagramas TTT para
prever o comportamento do aço nestes casos?

Uma análise simples permite responder a esta questão e é feita a seguir


a partir do diagrama TTT do aço eutetóide.

O percurso a-b-c corresponde ao tratamento clássico, realizado para


obter o ponto c da curva TTT: a austenita é resfriada rapidamente
(idealmente de forma instantanea) a 60°C e mantida e esta temperatura
até que ocorra a transformação. Já o percurso a-c corresponde a um
resfriamento continuo da austenita.
TWTAMENTO TÉRM~CO DOS AÇOS

D I ~ m
M

Figura 65 - Diagrama TTT do aço 1,13%C - 0,30ZEn (2)


Imaginemos que o percurso possa ser aproximado pela série de degraus
indicada na fig 66, o que é razoável se tomarmos 4 t suficientemente
pequeno. Pode-se dizer que a contribuiç3o do resfriamento continuo para
o inicio da reação austenita-perlita é a somatiria das contribuiçóes de
cada pequeno intervalo b t. Comparemos, por outro lado, qualquer a
do percurso a-c com o correspondente & t do percurso a-b-c- Vê-se que
t
a austenita é mais instável a temperatura de 6 5 0 ° C . Que a qualquer
temperatura correspondente aos degraus indicados (por causa do maior
grau de super-resfriamento), portanto um tempod t a 650°C contribui
mais para o inicio de transformação que o tempofj t as temperaturas
correspondentes aos degraus.
Figura 66 - Diagrama TTT do aço carbono eutetoide , superpondo-se a ele
uma curva do resfriamento continuo da austenita.

Portanto, a somatoria cios vários dt acima de 65OoC (curva de


resfriamento continuo: será monos eficaz para iaiciar a transformagão
que a permanmcia a 650' :d;.compurr-,ão isotermica). Com isto fica
demonstrado que ao atingir a austenita o ponto c com o resfriamento
continuo a-c, não terá decorrido tempo suficiente para o inicio da
reação. Entretanto, como em resfriamento continuo um aumento no tempo
representa uma queda de temperatura, o ponto em que a transformação de
fato se inicia estará um pouco abaixo e um pouco a direita do ponto c.
As curvas de transformação em resfriamento continuo estão indicadas em
traço cheio na fig 66.

Não se deve depreender, das condições feitas, que a5 curvas TTT não
podem ser utilizadas na análise de tratamentos térmicos em que ocorrem
resfriamentos continuos. Compreendida a limitação acima, as curvas TTT
são uma ferramenta poderosa para o engenheiro, desde que utilize as
informações corretamente.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Na figura 67 se apresentam as curvas TKC - transfowação em


resfriamento continuo - do aço SAE 4340.

Figura 67

A martensita do aço, resultante da transformação da austenita ao ser


resfriada a uma velocidade igual ou superior a velocidade crítica, e
uma solução nuper-saturada de carbono em ferro .
A estrutura cristalina da martensita e tetragonal de corpo centredo,
constituido uma estrutura intermediãria entre as fases "normais" do
aço, que são a cúbica de face centrada (ferrox) e a cúbica de corpo
centrado (ferrod). Esta situação e melhor compreendida através da
análise da dístorçáo de Bain, ílustrada na fig 68. Os pequenos circulos
pretos representam as posições que podem ser ocupadas, na estrutura do
ferro, pelos átomos de carbono. 0s círculos brancos representam os
átomos de ferro.
Figura 68 - A distorção de Bain na transformação martensitica dos aços.
Os pontos pretos representam posições que podem ser
ocupadas por átomos de carbono. (A) cúbico de face
centrada. (B) representação tetragonal da austenita. (C)
martensita tetragonal. (D) cúbico de corpo centrado.

A figura 68a, mostra que a austenita pode ser visualizada como uma
estrutura tetragonal de corpo centrado, com os átomos de carbono
situados ao longo do eixo vertical e nos centros das faces normais a
este eixo. Esta calula está indicada novamente na fig 68b. A estrutura
martensitica, por sua vez, indicada a figura 68c, observa-se que a
tegragonalidade (relação c/a) é bem menor que no caso da figura 68b. Os
átomos de carbono na martensita, contudo, ocupam as mesmas posições que
na austenita.
A estrutura da martensita é tetragonal por causa da presença dos átomos
de carbono nas posições indicadas, que impedem que a transformaçao
norma: da auçtenita em uma estrutura cúbica de corpo centrado (fig 68d)
se complete. Pode-se imaginar que a presença dos átomos de carbono na
estrutura deforma a rede cristalina causando uma tetragonalidade, que é
variável com o teor de carbono da martensita, conforme indicado na fig
64. Os pontos Hi e Hfo de inicio e de fim de transformação da austenita
em martensita não dependam da velocidade de resfriamento, sendo função
unicamente da composição química do aço.
TWTAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

DI- rn

Figura 69 - Variação dos parâmetros de rede da austecita e da


martensita, em função do teor de carbono presente na liga
(4).

A figura 70 mostra como variam Xi e Xf com o teor de carbozo da liga.


t d

Figura 70 - Efeito do teor de carbono sobre os pontos de inicio e de


fim de transformação da austenita em martensita.
0 efeito dos elementos de liga sobre a temperatura Hi tem sido estudado
i
por vários pesquisadores, destacando-se a expressão proposta por Stevan
e Haynes, para estimar o valor de Xi em função da composição química do
aço.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Aplicável com precisão de . d l + 20°C, nas seguintes faixas: 0 , l até


0155XC; 0 até 5:!Ni; 0 , l até 0,35%Cr; 0 , 2 At€,l-,7XKn;0 até l%Mo.

A transformação de ausienita em martensita se inicia pela formaçáo


quase instantânea (o tempo de formação de una placa é da ordem de 10
segundos) de placas (agulhas) de martensita, pelo escorregamento de
deslocações de trsnsformação que provocam um cisalhamento no material
(OU, mais rigorosamente, produzem uma deformação plana invariante). A
transformação prossegue pelo aparecimento de novas placas ou agulhas e
não pelo crescimento dos cristais já formados. As primiras agulhas tem
um comprimento igual a menor aimensão do grão d e austenita, porém as
agulhas formadas posteriormente Cem o seu desenvolvimento limitado
pelas primeiras agulhas, apresentando* por isso, tamanhos bem menores.
Os primeiros cristais se dispõem segundo ãngulos de 60' ou 120* entre
si, enquanto que os cristais formados posteriormente se formam
paralelamer.te ou e~ ziguezagrte.

Devido a enorme velocidade da'transformação austenita-martensita, não


há tempo para saída dos átomos de carbono da solução solida, com o
resultado de que a copposição da martensita é identica a da austenita
de que se sriginou.

A dureza da martensita nos aços depende principalmente de seu teor de


carbono. A figura 71 mostra como varia a dureza da martensita com o
tecr de carbono, apresentando também, para comparação, as durezas que
são obtidas em ayos normalizados e em aços esferoidizados.
A dureza da martensita varia pouco com a presença de elementos de liga
no aço, que são adicionados não com a finalidade de influir nesta
propriedade, massim para retardar o inicio da transformação
austenita-perlite (des~ocandoassim as curvas TTT para tempos mais
longos) e desta forma facilitando a tempera.
I TEOR DE CARBONO, %

Figura 71 - Dureza de aços carbono, em função do teor de carbono e da


microestrutura. (6)
Entretanto, em aços de teor de carbono relativamente baixo, alguns
elementos de liga, se presentes em teor elevado, podem aumentar a
dureza dc modo sensível, como relatado por Bain e Paxton, com os dados
reproduzidos na fig 72.

A alta dureza da martensita nos aços pode ser associada a duas causas
principais. A primeira é a elevada densidade de deslocações existente
na estrutura, da ordem de 10" a 1 O X 2 deslocações/cmz , comparável i
densidade que se encontra em um metal severamente deformado a frio.
Este emaranhado de deslocações constitui uma importante barreira ao
movimento das proprias deslocações, sendo, por isso, um forte
componente no aumento da dureza do metal após tempera. A outra causa de
grande dureza é a presença dos átomos de carbono na martensita.
TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

2 OU Mo,%
TEOR C€ c
I
Figura 72 - Efeito do cromo e do molibdenio na dureza máxima da
martensita em aços com 0,35%C.

Estes átomos, em solução intersticial na estrutura do ferro, causam uma


deformação na rede, que tende a ser aliviada por uma redistribuição dos
próprios átomos de carbono para posições favoráveis junto as
deslocações. Isto, por sua vez, estabelece ligações relativamente
fortes entre as deslocações e os átomos de carbono, ancorando as
àeslocações e dificultando o seu movimento quando sob a ação de tensões
aplicadas. A influência deste segundo fator -
interação de átomos de
carbono e deslocações - é proporcional ao teor de carbono do aço,
contribuindo, no caso de um aço 0,4%C, com aproximadamente 2 / 3 da
dureza da martensita, sendo a sub-estrutura de deslocações responsável
pela outra parcela.

A fig 73 representa o diagrama TRC de um aço eutetóide, juntamente coro


curvas de resfriamento, em salmoura, de duas barras de diámetcos DA e
DB deste aco.
TRATAMENTO TÉRMIGO DOS AÇOS

DIAGRAMAS n?

TEMPO
r>

Figura 7 3 - Diagrama TRC de um aço eutetóide e curves de resfriamento


do centro e da superficie de barras de diâmetros
hipotéticos DP. e DB
Após o resfriarnento rápido da barra A, observação das curvas 1 e 2 na
fig 7 3 , mostra que a estrutura da barra será martensitica tanto na
superficie como no centro. Diz-se neste caso que houve uma penetração
total na tempera. Já no tratamento da barra B, após o resfriamento em
salmoura, a superficie da barra será martensitica, porém o centro terá
um constituiate do tipo perlitico. Isto sigiifica que, tendo a barra B
um diametro DB significativamente maior que DA, não foi possível
resfriar o seu centro a uma velocidade tal que ali também produzisse
martensita.

O exemplo simples acima nos serve para introduzir o conceito de


temperabilidade, isto é, a profundidade a que, numa dada peça, se
consegue obter estrutura martensitica por tempera.

É importante distinguir aqui entre dois conceitos, o de temperabilidade


e o de máxima dureza do material tratado. Enquanto a dureza máxima de
uma peça temperada depende, como já se viu, quase que somente do teor
de carbono de aço, a profundidade de endurecimento dependerá da
possibilidade de a peça ser resfriada, em suas camadas mais internas, a
uma velocidade de resfriamento superior a crilica. A velocidade de
resfriamento de uma peça de aço, fixado o meio de resfriamento, depende
apenas da condutividade térmica do aço, que é uma propriedade física na
qual se pode atuar muito pouco (varia pouco com a composiç~o do aço,
para aços ligados de baixo e médio teor de elementos de liga). A única
forma prática, pois, de se aumentar a profundidade de endurecimento
será pela alteração da cinética da transformação austenita - ferrita +
cementita: quanto maior for o período de incubação desta reação, menor
será a velocidade critica de resfriamento e maiores profundidades de
TRATAMENTO TÉRMIcO DOS AÇOS

endurecimento serão obtidas, em um dado meio de resfriamento.

Voltemos a barra b do exemplo apresentado acima. A variação da


microestrutura desta barra, após tempera, de martensita na superficie
até perlitz no centro, é acompanhada de uma correspondente variação de
dureza. A figura 74 mostra esta variação ao Longo do diamctro da barra,
medida em uma seção transversal afastada das extremidades da barra.

a -lüD% Morlenrita

50% Marlenrita

Figura 7 4 - Variação da dureza ao longo do diâmetro de uma barra de aço


eutetóide temperada em salmora
Observa-se que a dureza cai de um valor máximo igiiai a 65HRC junto a
superficie, para um valor 40KRÇ no centro da barra, correspondendo,
respectivamente, as estruturas martensitica e perlíiica.
É usualmente aceito definir como profundidade de penetração de tempera
a posição na barra temperada que apresenta uma microestrutura formada
por 501 de martensita e 50% de perlita. Esta região da barra temperada
é denominada zona semi-martensitica. Esta escolha não é arbitraria: ela
corresponde, aproximadamente, a tomar como profundidade de tempera a
posição em que a dureza sofre uma variação brusca, indicada na fig 74
pela horizontal pontilhada, que corresponde a 54KRC.
A dureza da zon3 semi-martensítica é ben deterainada em função da
composição química do aço. A figura 75 apresenta a variação de dureza
de aços-carbono em função do teor de carbono, para várias porcentágens
de martensita na micro-estrutura, inclusive a proporção 50% martensita
- 50% perlita (curva L).
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Figura 75 - Variação da dureza de aços-carbono em função do teor de


carbono, -para várias porcentagens de martensita na
microestrutura.
A profundidaae da zona semi-martensitica é, pois, usualmente tomada
como um índice de temperabilidade do aço. Esta profundidade depende do
diametro da Darra, do meio de tempera e da cinética da transformação
austenita-ferrita+cement;ta. Esta cinetica, por sua vez, depende da
composição química da austenita, de sua homogeinidade e do seu tamanho
de grão.

i;nou-
Anafizamos inicialmente a influencia do tamanho da barra. A análize a
seguir apresentada é a do método de Grossmann de medida de
temperabilidade. Barras do mesmo aço, de diferentes diâmetros, são
-
temperadas em salmoura e a seguir se mede a variação da dureza ao longo
do diámetro, em cada barra, obtendo-se gráficos como os indicados na
fig 76, denominados curvas m U.

i
t
. .. =30
20
! -21 -3L 1' I -2
i i----

Figura 76 - Variação de dureza, ao longo do diãmetro, em barras de aço


eutetóide de vários diametros temperadas em salmoura.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

NORMALIZA@~O DOS MATERIAIS

AÇOS AO CARBONO

Xá atualmente uma grande variedade de aços. e existem diversas normas


para classificá-los:

i - Norma DIW : Norma Industrial Alemã;


2 - Norma ASTE1 : Associação Americana de Teste e Materiais;
3 - Norma MSI : Instituto Americano do Ferro e .Aço;
4 - Norma JIS : Norma Industrial Japonesa
5 - Norma SAE : Sociedade de Engenheiros putomotrizes.

O sistema de classificação mais generalizado é aquele que considera


como base a composição química.
A Sociedade de Engenheiros Automotrizes "S4X" hi muito tempo, adotou um
sistema para classificar os aços, tão prático que bcje é adotado em
quase todo mundo. Os a p s de acordo com sua composição química, estão
divididos em vários grupos. Para designar os aços usa-se uma numeração
convencior.al conforne o esquema abaixo.
Exemplo: SAE 1006, 1010, 1015, 1020, 1030, 1040, 1050, 1080, etc.
SAE 1020: O primeiro número da esquerda indica o grupo a Pertence o
aço' bem como o predomínio de m determinado elemento
químico.

O segundo número mostra a zona aproximada dos teores de


liga contido no aço.

Os dois Últimos números mostram o teor médio de carbono


em centésimos por cento.

Exemplo: SAE 1020

O primeiro número indica aço carbono.


O segundo número é zero não tem elementos de liga.
0s dois últimos números (20) significa 0,2O2 de carbono.

OBSERVAÇÃO

,&'.S ABNT, AIS1 são iguais, sendo que AIS1 classifica acrescentando a
letra C antes do número para indicar aços produzidos em forno
SEMENS-MARTIN.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Um aço ao careoao é uma liga ferrosa com um teor mínimo de 0,5% e um


máximo de 2 , 1 % de carbono.

Os aços carbonos podem ser classificados como:

1 - Aços Baixo Carbono - 0,5 a 0.30% de carbono


2 - Aços Bedio Carbono - 0 , 3 1 1 a 0,492 de carbono
3 - Aços Alto Carbono - 0 , 5 0 a 2 , 1 % de carbono
AÇOS BAIXO CARBONO
Podemos encontrar em qualquer indústria, cantoneiras chapas, arames,
pregos, algumas partes de máquina, etc e como característica principal
podemos destacar que este aço não e temperavel.

AÇOS RÉDIO CARBONO


Como o teor de carbono aumenta, este aço tem melhores propriedades que
o de baixo carbono e são encontrados nas industrias em forma de peças
como eixos,engrenagens, rodas, pinhões, guinchos, rotores, alguns tipos
de molas, etc.

AÇOS ALTO CARBONO


Estes aços são geralmente empregados para a fabricação de matrizes,
mandris,ferramenEas mecsnicas e manuais, brocas, moias, facas,
cossinetes, serras, e partes de máquina onde se requeira resisténcia
maior.

AÇOS LIGADOS

Devido as limitações que tem, aos aços carbono foram adicionados alguns
elementos de liga em sua composição para melhorar as características
mecânicas.

Estes elementos são adicionados em pequenas quantidades e quando o são


em maiores quantidades os aços recebem outros nomes como aços manganés,
aço inox, aço ferramenta, etc. Podemos adicionar até 6% de elementos de
liga, acima de 6% torna-se alto ligante.

Para melhor trabalhar com os aços ligados foi elaborada uma


classificação pela Sociedade dos Engenheiros Automotrizes.

Esta classificação consta de 4 a 5 algarismos, e o que vamos saber


agora é o que cada um deles representa.

Exemplo: SAE 4 1 4 0 , 3120, 2130, 5 1 1 0 0 , 8640, etc.


TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Primeiro Algarismo
Representa o elemento principal de liga e poderá ser:
K' 1 - carbono
No 2 - níquel
Na 3 - niquel-cromo
?P 4 - cromo molibdenio
K n 5 - cromo
N o 6 - vanáÉio
N o 7 - tungsténio
No 8 - cromo-niquei molibdênio
No 9 - silício manganés

Seguneo Algarismo
Representa as quantidades aproximadas dos elementos de liga no aço.

Terceiro e Quarto Algarismos


Representam o teor aproximado de carbono no aço. Se nos aparecer um aço
Li2iO:

A - Sabemos que o algarismo 4 corresponde a tabela cromo-molibdenio.

B - Sabemos que o segundo algarismo representa a porcentagem do


cromo-molibdenio que no caso é 22.

C - Sabemos que os 2 últimos representam o teor de carbono que no caso


é 0,10%

Nesse caso temos um aço CROMO-HOLIBDENIO com 22 de cromo-molibdenio e


0,10% de cariiono podemos então partir para o Tratamento Térmico.

Aços tipo SAE 50100, 51100, 52100 são produzidos em aciaria elétrica
usados para rolacentos.

O manganes atua nos aços como desoxidante e desulfurante.

Abaixo de 1%o manganes não prejudica a soldabilidade, mas dá uma


tendência ao endurecimento.

Acima de 1% o aumenta a tendência a trincas. O manganes tem influência


de endurecimento 4 vezes menor que o carbono. Um aço manganes de baixa
TRATAMENTO TÉRM~CODOS AÇOS

W W L I Z A G Ã O DOS biATERIAIS

liga tem um teor de 1 , 9 % o que dificulta a soldabilidade. Este aço e


principalmente usado como chapa anti-desgaste em equipamento de
mineração etc. O teor de carbono pode ser de 0,202 até 0,452.

A classificação deste aço manganés de baixa liga segundo a norma SAE:


SAE 1320, 1330, 1135, 1340.

AÇOS DE ALTA VELOCIDADE

São aços com uma adição de fósforo ou enxõfre para facilitar a


usinagem, que favorece o corto nas .máquinas ferramentas a grandes
velocidades. Os valores normais J E ' 5 são 0,047. máximo. Para
facilitar a usinagem o teor de fósforo e pode ser de 0,lZX máximo e o
teor de enxofre de 0,15% máximo.
Segundo a norma SAE são classificados em SAE 1111, 1112.

São ligas ferrosas com adição de elementos (9-Ni) cromo e niquel, para
dar propriedades de resistir a corrosão. temperatura e corrosáo a
temperatura.
Nos casos de aços comuns a corrosão atmosférica se dá pela resção entre
ferro e o oxigênio do ar, formando óxido de ferro (Fe.0 ) que é chamado
de ferrugem. 2 3

Nos aços inoxidáveis esta formação de óxidos superficiais é a


responsável pela resistência a corrosão e a temperatura dos asos. O
cromo é o principal responsável por essa formação que seria o óxido de
cromo. O cromo somente em teores acima de 10% dá aos aços inoxidáveis
as propriedades de resistir a corrosão e acima de 20% as propriedades
de resistir as temperaturas.
O níquel para proteger o inoxidável contra a corrosão deverá estar
acima de 7%.
Para entender bem os aços inoxidáveis é importante estudar a norma AIS1
e conhecer cada tipo. Os aços inoxidáveis foram divididos em 3 grupos:
200 - 300 - 400.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

NORMALIZAÇÃO DOS MATERIAIS

GRUPO 200
AISI ou S.@ 200 6 a classe dos aços inoxidáveis austeniticos.

Composiçáo quimica: Cr, Ni, Mn.


Estes aços sáo menos empregados nas indústrias brasileiras.

GRUPO 300

AISI ou SAE são os aços inoxidáveis mais usados na indústria


brasileira. Graças as propriedades de resistir a corrosáo e
temperaturas.

Composi:so química: 16 a 254 Cr - 6 a 22% Ni - máximo 0,23% C

A - náo sáo temperáveis


B - náo sáo magnéticos
C - endurecem com o trabalho
-
D resistem a corrosão e a temperatura
E - resistem a tração
F - resistem ao impacto
G - temperatura critica entre 400° e 900°C
H - náo sáo bons condutores de calor e eletricidade
I - são problemáticos para soldar quando há corrosão inter-granular
(precipitações de carbnneto de cromo).

PRINCIPAIS TIPOS DE AÇO INOX 300

TIPO CROMO NÍQUEL APLICAÇÃO

302 18% 9% Aplicados, onde se necessitam de resistência


304 19% 10% a corrosão ambienta1 e oxidacáo a quente -
308 20% 11% ácido sulfúrico e a frio - ácido clorídrico.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOÇ

NORMALIZAÇÃO W S MATERIAIS

Como forma de se evitar o carboneto de cromo são adicionados aos asos,


elementos que tenham uma maior afinidade com o carbono do que com o
cromo. Estes elementos são:

Nióbio (Nb)
Titinio (Ti)
Tanta10 (Ta)

A eles dá-se o nome de estabilízantes. Desta maneira não se forma


carboneto de cromo, mas sim. zarboneto de nióbio, titánio ou tântalo e
evita-se a descronização do aço.

OS TIPOS DOS AÇOS ESTABILIZ-WS MAIS COMUNS SÃO:

AÇOS INOX DA CLASSE 400


Sau acos incxid5veir que em sua composiçác o elementc principa: é
samc~tcCROYO. E ci.,iaen-se em: FERR:iiCOS e .%LQTE~'S!TICOS

~OMPOSIÇÃO de 12% a 272 de CROHO


DOS FERRÍTICOS : máximo de 0,35% de carbono.

A - Não sáo temperaveis


6 - São magnétl c o s
9

C - Boa resistencia a corrosão


D - Boa resistência a tração
E - Boa resistencia ao impacto
F - Boa resistencia ao desgaste
G - Bom aiongamento
H - Temperatura critica 47S°C (fica frágil).
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AQOS

PRINCIPAIS TIPOS E APLICAÇÕES W S ACOS INOX 40:: - FEKRÍTICOS

Resistencia à corrosão por ácido nitrico e écifns orghnitos, aolicados


em pecas de bombas, turbinas hiaroelétrica, eixos propulsores de
navios, etc.

São a:os inoxidáveis com o cromo e carbono rlto.

Composição: i22 a 18% de cromo


O, l j X a 1 , 2 0 de carbono
Estrutura martensitica

C m X T E R f S ~ : C ~ ~PRIliCI?AIS DOS ACOS IWOX 400 - .XARTEKS:TICOS

A - São temperáveis
B - São magnsticcs
C - Boa ras;s:encia a tração
D - Boa resistência a corrosZo
E - Boa r s ~ i ~ t i n cao
i desgaste
F - São usináveis somente com ferramentas especiais.

PRXCIPAIS TIPOS DE AÇOS INOX 400 MARTENSITICOS (APLICAÇÕES)


403 - Lãminas forjadas ou usinadas de turbinas e compressores;
* 413 A 414 - assentos de válvulas - carcaças de bombas, hélices,
rotores;
* 4416 - Cutelaria e instrumentos cirúrgicos
k 420 - Instrumentos cirúrgicos

FERRO FUNDIDO

E uma liga ferrosa com teor de carbono, que varia entre 2 , i a 6,7%c.

O ferro fundido se obtém da refinasão do ferro gusa num forno chamado


CUBILOT. Este é um forno vertical todo em chapa de aço, revestido no
seu interior com material refratário, no qual se carrega carvão ferro
gusa, calcário e sucata; pela parte inferior se acende e injeta ar para
-
acelerar a combustão e poder fundir o gusa e a sucata até obter o ferro
fundido, ajustando-se a análise de cada um dos componentes.

Este sistema de obtenção do ferro fundido é o mais econõmico, mas o


ferro assim obtido não é de muito boa qualidade, pelo fato de ainda
estar em contato o ferro fundido com o carvão.
TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

O carbono é o elemento mais importante. As formas nas quais se deposita


o carbono no ferro são duas:

1 - Ligado quimicamente com o ferro formando carboneto de ferro (Fe3C).


2 - Completamente livre, formando grafite.
Para obter o carbono ligado ou livre, deve-se considerar 3 fatores
durante a faúricação das peças, que são:
A - Velocidade de resfriamento da peça moldada;
B - Análise winica do ferro em fusão;
C - Tratamento térmico depois de moldada;
D - Yodiiicando alguns desses fatores, pode-se modificar a estrutura do
ferro fundido.

Os ferros fundidos mais usados são:


" FE Fundido Branco " FE Fundido Nodular
" FE Fundido Cinza " FE Fundido Ligado
" FE Fundido Haleável
FEFU BRANCO

Este FEFu se obtém do cubilot. O seu molde e de grafite ou metal


resfriado a água. Este FEFU é muito duro, portanto não é soldavel. O
nome do FEFU branco é devido o composto de cor branca no momento da
fratura em alguns lugares.
TWTAMENTO TERMICO DOS ACOS

FEFC CINZA
Este FEFD apresenta carbono livre usinável, fácil para trabalhar. O seu
molde é de areia, para evitar pontos duros adiciona-se entre 32.5 "
3 , 5 % silicio (Si) para agir como catalizador impedindo a formação do
carboneto de ferro.

O nome FEFD CINZA deve-se a fratura apresentar uma cor cinza


combinação do preto do grafite e O branco da periita.
Pode-se dizer que este FEFU é o mais usado nas indúdtrias. Sua
resistencia a tracão é de 12 a ZOkg/mm , sua elasticidade é zero.
Composição química: C = 3 3,4%
h = 0,0,7%
Si = 1.2.2X

FEFU MALEAVEL
Todo carbono está livre, o seu molde na fabricação é grafite ou metal
refrigerado a água. Após a moldagem leva-se a peça a um forno até
atingir 900°C. Mantém-se esta temperatura por um período de 90 a 20
horas. Depois desliga-se o forno a uma velocidade de resfriamento de
20" por hora para separar o carbono do ferro. Este FEFU, assim obtido é
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

NORMALIZACÃO DOS MATERIAIS

muito dúctil e maleavel com alta resistencia. Facilmente usinável.

FERRO NODULAR
Este FEFU é igual ao FEFU cinza ou maleável, tem todo carbono livre,
seu molde é de areia. Para ter todo o carbono livre adiciona-se césio
ou magnésio para agir como aglomerador de carbono.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

~ o ~ ~ a i r z a cnos
Ao TE RI AIS

.- -FWZO fundido ~tiaieabflliado<ie nada> branco. Femra. wllia e Mulas smdondador


de mata. Notam.se -& nmer- wusbes de suil;lrelo$. A"<-: picriw. 1 % ~ .

Figura 80 - Boa resistencia a tração e temperatura

FEFU LIGADO

E o FEFU ao qual, adiciona-se novos elementos para aumentar suas


propriedades meoãnicas.

Canposiçâo: ~ t 17%
é Ni - para aumentar a resistencia mecánica.

Até 3 3 % Mo - para aumentar a resistencia ao calor e


pressão

Até 7% Cr - para aumentar a resistencia a corrosão.


TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

w w L r z n ç B o DOS TE TE RI AIS

Figura 81

FEFU MAIS USADO - NAS DIVERSAS NORMAS


A) F E F U CINZA

JIS /
I
DIN
2
SAE

6) F E F U NODULAR
TRATAMENTO TERIWICO DOS AÇOS

N ~ A L I Z P . @ O DOS MATERIAIS

O aço manganes austenitico, desenvolvido por Sir Robert HadfiId


metalurgista inglês, no ano de 1882, é um aço de alta iiga para
suportar fortes desgastes por impactos produzidos nos equipamentos de
mineraçáo, de construção, movimentaçSo de terra, etc. Este aço tem
composição bass que e de 12% a 145 de manganés e O a 1,42 de
carbono. Em geral este aço é usado só para peças fundidas de formas
simples. A peça, depois de fundida, e submetida a um tratamento térmico
que consiste em aquecer-se até 1050°C e resfriar em água. O aço
manganés austenitico em condição de fundido é muito quebradiço. Depois
do tratamento termico, o aço tem uma dureza só de RC 10, mas qualquer
trabalho a frio, martelamento, impacto, proporciona uma dureza
superficial de 45 RC mantendo o núcleo tenaz. A grande tenacidade deste
aço ajuda a suportar grandes impactos. Este tipo de aco não é apto para
trabalhar a guente, pois a 400°C ele apresenta uma grande fragilidade,
o que prejudica também a soidabilidade.

Em alguns cacos, se adiciona a estes aços. 4% de niquel ou 62 de


molibidénio para aumentar a tenacidade. O tipo de molibidenio tem um
alto limite elástico.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

TRATMENTOS TÉRMICOS

TRATAMENTOS TÉRMICOS

A construção mecãniça exige peças metáiicas de determinados requisitos,


de modo a torná-las aptas a suportar satisfatoriamente as condições de
serviso a que estão sujeitas. Esses requisitos relacionam-se
principalmente com completa isenção de tensões internas e propriedades
mecãnicas compatíveis com as cargas previstas.

Os processos do produção nem sempre fornecem os materiais de construsão


nas condições desejadas: as tensões que se originam nos processos de
fundição, conformação mecânica e mesmo na usinagem criam sérios
problemas de distorções e empenamentos e as estruturas resultantes não
são, frequéntemente, as mais adequadas, afetando, em consequéncia, no
sentido negativo, as propriedades mecânicas dos materiais. Por esses
motivos, há necessidade de submeter as pecas metálicas, antes de serem
deiinitivamente colocadas, a determinado; tratamentos que objetivem
minimizar ou eliminar aqueles incovenientes.

Os tratamentos mencionados são os chamados "tratamentos térmicos", os


quais envolvem operações de aquecimento e resfriamento subsequente,
dentro de condições controladas de temperatura, tempo a temperatura,
ambiente de aquecimento e velocidade ae resfriamento.
Os objetivos dos tratamentos térmicos podem ser resumidos da seguinte
maneira:

- Remoção de tensões internas (oriundas de resfriamento desigual.


trabalho mecánico ou outra causa)
- Aumento ou diminuição da dureza
- Aumento da resistencia mecãnica
- Helhora de ductabilidade
- Melhora da usinabilidade
- Melhora da resistência ao desgaste
- Helhora das propriedades de corte
- Melhora da resistencia a corrosão
- Helhora da resistencia ao calor
- Modificação das propriedades elásticas e magni
Os materiais metálicos mais comumente submetidos a tratamentos térmicos
são as ligas Fe-C, sobretudo os aços. Entretanto, muitas ligas e metais
não ferrosos devem ser tratados termicamente, embora, via de regra, os
tratamentos térmicos sejam de natureza mais simples.

É comum verificar-se que a melhora de uma ou mais propriedades mediante


um determinado tratamento térmico é conseguida com prejuízo de outras.
Por exemplo, quando se procura aumentar a resistência mecaníca e a
dureza dos aços, obtém-se, simultaneamente, uma diminuição da sua
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

ductabilidade. Assim sendo, é necessário que o tratamento térmico seja


aplicado criteriosamente, para que as distorcões verificadas sejam
reduzidas ao mínimo.

Por outro lado, os tratamentos térmicos normais, correspondentes a


operações de aquecimento e resfriamento, modificam geralmente e apenas
a estrutura dos metais, sem qualquer efeito na sua composi';ão química.

Há contudo, tratamentos térmicos, realizados em ambientes que promovem


uma modificaçZo parcial, superficial da composiçãoquimica dos metais -
caso particular dçs aços - ao mesmo tempo que modificac6es estruturais
podem ocorrer. Esses tratamentos térmicos sãc chamados "termoquimicos".

FATORES DE INFU~EMC?A
NOS iRATAMENTOS TiRMICOS

Como tratamento térmico envolve um ciclo aquecimento-temperatura, os


fatores a considerar são os seguintes: aquecimento. tempo de
permanencia i temperatura, ambiente do aquecimento e resfriamento.

Aquecimento
Considerando uue o objetivo fundamental do tratamento térmico é a
modiEicaçZo das propriedades mecânicas do material, verifica-se que
issi só e conseguido mediante uma alteração de sua estrutura, para o
que é necessário que a liga considerada seja aquecida a uma temperatura
que possibilidade aquela modificação.

Essa temperatura corresponde geralmente a temperatura acima da de


recristalização do material; no caso dos aços é a "temperatura
critica". O resfriamento subsequente completa as alterações estruturais
e confere ao material as propriedades mecãnicas desejadas.
Verifica-se ainda que as diversas ligas
- metálicas apresentam
temperaturas de recristalização (ou temperaturas criticas) muito
diferentes, desde relativamente baixas até muito elevadas, próximas do
ponto de fusão ac material

Neste último caso, no aquecimento deve ser considerado o fator


"velocidade de aquecimento". Esta não pode ser muito lenta, do
contrário haverá crescimento de grão. Por outro lado, materiais em
elevado estado de tensóes internas não podem ser aquecidos muito
rapidamente, o qiie poderá provocar empenamento ou mesmo aparecimento de
fissuras.

Em certos casos, portanto, de temperaturas finais muito elevadas, é


comum subdividir o aquecimento em duas ou tres etapas, quer para evitar
tempo muito longo de aquecimento, com excessivo crescimento de grão,
quer para evitar choque térmico, na hipótese de colocar o material
diretamente da temperatura ambiente a temperatura muito elevada.
TRBTAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

Temperatura de Aquecimento

Depende da composição da liga metãlica. Quanto mais alta esta


temperatura acima da de recristalização ou critica, maior segurança se
tem na obtenção das modificações estruturais desejadas; mas por outro
lado, tanto maior será o tamanho de grão final, fato esse que, como se
sabe, pode prejudicar as qualidades do material.

O conhecimento dos diagramas de equiiibrio das ligas é fundamental,


aliado á prática do tratador térmico, para que não ocorra aquecimento
insuficiente ou excessivo.

De um modo geral, como se verá no decorrer da exposição sobre ligas


especificas, as teaperaturas de aquecimento, no tratamento térmico,
variam desde pouco acima da temperatura ambiente até próximas das
temperaturas de início de fusão das ligas. Issi significa que há
necessidade de dispor-se de equipamento ou "fornos" e instrumentação
adequados para o aquecimento, o controle e o registro das temperaturas.

Tempo de permanencia à temperatura


A influencia do tempo de permanencia á temperatura de aqdecimento é
mais ou menos identica a influencia da máxima temperatura de
aquecimento, ou seja, o tempo a temperatura deve ser o suficiente para
que as peças se aqueçam de modo uniforme, através de toda sua secção.
Deve-se evitar tempo além do estritamente necessário, pois pode haver
indesejável crescimento de grão, além de, em determinadas ligas, maior
possibilidade de oxidação.

Ambiente de aquecimento

Em certas ligas metálicas, a atmosfera comum pode provocar alguns


fenómenos prejudiciais. E o caso do aços, onde duas reações muito
comuns podem causar sérios aborrecimentos: a "oxidaçXo" que resulta em
formação de uma película oxidada "casca de óxido" e a "descarbonetação"
que resulta na formação de uma camada mais mole na superfície do aço.
As reações de oxidação mais comuns são:

ZFe + Oz = 2FeO 9 Provocada pelo oxigênio


Fe + Coa = FeO + C0 -> Provocada pelo anidrido carbonioo
Fe + F2 O = FeO + H2 -> Provocada pelo vapor de água.
A descarbonetação, que pode processar-se simultaneamente com a
oxidação, pode ser considerada como uma oxidação do carbono e ocorre
geralmente mediante as seguintes reações:

Esses fenõmenos são evitados pelo emprego de uma atmosfera protetora ou


controlada no interior do forno.

As atmosferas protetoras maís comuns são as obtidas pela combustSo


total ou parcial do carvão, Óleo ou gás, pelo emprego de hidrogénio.
nitrogenio, amônia dissociada, e eventualmecte. do vácuo. ?lanhos de sal
constituem, igdalmente, um ambiente protetor.

Resfriasenta
Para certas ligas. entre as quais os aços sãc as mais importantes ao
ponto de vista do tratamento térmico, é esse o fator mais importante.

Nessas ligas. modificando-se a velocidade de resfriamento, após a


permanencia adequada a temperatura de aquecimento, pode-se obter
mudanças estruturais gue promove= o aumento da ductilidade ou elevação
da chreza e da resistência mecânica.

A escolha do meio de resfriamento é, pois, fundamental, no processo.


Contudo, a forma da peça, no que se refere a grandes alterações
aimensionais, secções muito finas etc, pode levar a escolha dos meios
de resfriamento diferentes dos que teoricamente seriam os mais
indicados. De fato, un meio muito drástico de resfriamento, como
solução aquosa,, pode levar ao aparecimento dselevadas tensões internas
que prejudicam a qualidade final do material, obrigando a seleção de um
meiomais brando, o qual pode, por outro lado, não representar a
solução ideal, po.is.impede que as modificagões estruturais visadas se
realizem completamente.
Nas condições, procura-se frequentemente uma nova composição da liga
que possa admitir o emprego de um resfriamento menos severo, sem
prejudicar a estrutura final ao material,

Os meios comumente empregados para o resfriamento, a partir do mais


rápido, são os seguintes:

- Solução aquosa a 10% de NaC1 ou NaOH ou Na2C03.


- Água
- Óleos de várias viscosidades
- Ar
- vácuo
Por outro lado, conforme esses meios estejam em agitação ou circulação
ou tranquilos, a sua velocidade é igualmente alterada, de modo que a
prática dos tratamentos térmicos deve levar em conta esse fato.

OPERAÇÕES DE TRATAMENTO TÉRMICO

Os tratamentos comuns das ligas metálicas são os seguintes:


recozimento, normalização, témpera, revenido, tratamentos isotérmicos
(nos aços), coalescimento, endurecimento por precipitação e tratamentos
TRATAMENTO TÉRWIICO DOS AFOS

t ermoquimi cos .
A execução desses tratamentos requer o conhecimento dos diagramas de
equilíbrio das ligas metálicas; no caso particular aos aços, o estudo
do efeito da velocidade de resfriamento sobre as trans:onuações
estruturais.

O objetivo da tempera e endurecer o aço. Para atingir esse objetivo, o


as0 deve ser aquecids a temperatura de austenitização e em seguida
resfriado bruscamente.

Figura 82 - Resfriamento rápido (água, óieo, polimero)


Com essa operação obtêm-se estrutura martensitica. O constituinte
martensita é o que se obtem na tempera.
O operação de tempere é relativamente simples. No entanto, devido a uma
série de efeitos indesejáveis que aparecem, como por exemplo, oxidação
da superfícieo descarbonetação, empenamentos, trincas e outros, a
tempera se torna uma operação que exige cuidados para se chegar a
resultados satisfatórios.

A - Proteçáo da superficie: se o aço ao ser levado para receber


tratamento de témpera já está transformado em peças acabadas, não
pode sofrer variação de medidas. nem poderá sofrer oxidação (criar
casca na superfície).

Para proteger a superficie existem diversos meios, porém, o mais


utilizado é o aquecimento das peças em um banho de sal fundido. 0s
banhos de sais para proteção das peças durante o aquecimento
oferecem múltiplas vantagens:

- Proteção perfeita contra a descarbonetação e a oxidação. As peças


aquecidas em banhos de sais conservam as superfícies brancas e
isentas de Óxidos.
TRATAMEMTO TÉRMICO DOS AÇOS

- As peças ficam suspensas e totalmente envolvidas pelo sai,


facilitando o aquecimento uniforme da peça.

Facilidade em colocar e retirar peças de dentro da cadinho sem


prejudicar as outras que estão sendo aquecidas.

- Facilidade de limpeza das peças, pois os sais são totalmente


solúveis em água.

Os banhos de sais para têmpera são fundidos em um forno tipo poço (fig
83). provido de uii cadinho de aço aquecidc, a chama ou eletricamente,
por eletrodos imersos ou cadinho ceramico; aquecido ~letricamente por
eletrodos imersos. (Fig 8 4 )

COM AQUECIMEXTO POR C W A . - Para tempera e cementação.


Por
termo- elétrico

de sal. Aquecimento por chama


Eletrodos de aquecimento
Por termo-elbtrico
TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

RATA?áEWOS TÉWICQS

G.19 - FORNO ELÉTRICO, com aquecimento por eletrodos imersos em banho


de sal - para tempera,

I Figura 84 - Forno para banho de sal. Aquecimento elétrico.

As peças para serem introduzidas e mantidas no banho de sal, são


geralmente amarradas com arame de aço recozido preto (sem
.
galvanização) Fig 85

- 122 -
TRATAMENTO TERMICO DOS AÇOS

TRATMEWOS TERMICOS

Figura 85 - Xétodos d e amarrar pegas para aquecimento em banho de sal


B - Aquecisento do aso a temperatura de tfmpera, em banhos de sais:
Todas as pesas, antes de serem introduzidas nos banhos de sais,
precisam ser pré-aquecidas até a temperatura de 400°C. Este
pré-aquecimento é feito em um forno a parte ou em uma cámara
especial, geralmente acnplada ao forno principal.

C - Temperatura de témpera:
Aços hipo-eutetóides - são aquecidos até aproximadamente 50°C acima
da zona critica - linha A3.

Asos eutetóides e hiper-eutetóides - são aquecidos a ate


aproximadamente 50°C acima do limite inferior da zona critica -
linha Ai.
Aços-liga: a temperatura de tempera destes aços varia de acordo com
o tipo e teores de liga.

Permanencia na temperatura de tfmpera:


O aquecimento em banhos de sal é relativamente mais rápido do que
no forno Xufla, pois as peças estão envolvidas pelo liquido,
portanto, tomam-se os seguintes valores: 20min para 25mm de
espessura, mais l0min para cada 25mm a mais.
Ccnvém lembrar que as peças devem permanecer apenas o tempo
suficiente, nem mais nem menos. Pois, tempo insuficiente faz com
que o aquecimento não chegue ao núcleo da peça e tempo em excesso
provocará crescimento da granulação do aço.

Resfr i amento:
Para que ocorra e transformagão da "austenita" em "martensita" é
necessário que o aço depois de aquecido e permanecer na temperatura
de têmpera, seja resfriado bruscamente. A velocidade de
resfriamento varia de acordo com o tipo de ago. (Está entre 5 e
15'C/segundo).
Na prática interessa saber como se realiza este esfriamento rápido:
- As peças devem ser mergulhadas em um tanque contendo liquido com
quantidade suficiente;
- As peças devem ser mergulhadas sempre em sentido vertical para
diminuir empenamentos;

- As peças devem ser movimentadas no sentido horizontal a fim de


evitar a formação de bolhas de ar junto da superficie da peça,
prejudicando o resfriamento;
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

- AS peças não podem sair do liquido enquanto não estiverem


totalmente frias, pois se saírem, o resfriarnento será incanpleto;

- Aços-carbono até0.502 de C: são resfriados em "salmore" (água +


10Z de sall, para resfriar cada ouilo de peças são necessários no
mínimo 5 litros de salmoura;

- Aços-carbono com mais de 0,50h de C: são resfriados em óleo


mineral puro. para resfriar cada quilo de peças são necessários
no minimo 10 litros de óleo;

- Aços-liga: são resfriados em óleo mineral puro ou em banho de sal


quente, neste caso, o tratamento se chama tempera isotérmica.

Há dois tipos de tempera isométrica:

E um metodo de tempera isotérmica empregado Industrialmente. Consiste


em aquecer o aço a tenperetura como para tempere comum, e em seguida
esfriá-lo em um banho de sal mantido a uma temperatura entre 250 e
315'L e depois ao ar livre até a temperatura ambiente.
Eeste tratamento não se obtem o constituinte martensita, mas a Bainita.
Esta estrutura apresenta uma elevada dureza aliada a uma tenacidade
também elevada.
A austempera dispensa. tratamentos posteriores. Este tr;.tamento, no
entanto, só oferece resultados positivos para aços de elevado teor de
carbono e aços-liga.

É outro txpo de tempera de emprego generalizado na indústria, Visa


neste caso obter fiartensita, como na tempere comum.

Consiste em aquecer o aço até a temperatura de tempera, como na tempera


comum, e em seguida resfriá-lo em banho de sal quente mantido a 180°C.
permanecer neste banho de 15 a 30 min e dai resfriar ao ar livre até a
temperatura ambiente.
Todos os aços temperáveis em óleos, podem ser martemperados, no
entanto, este tratamento é empregado comumente em peças de aços-liga
"cementados".

A martensita assim obtida é visivelmente homogenea, muito d ~ r a ;


necessita porém, como em todo tipo de tempera, exceto no caso da
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

austempera, de um tratamento posterior, ou seja, um Revenimento.

REVENIMENTO

Consiste em reaquecer e aço temperado a uma temperatura sempre abaixo


da zona critica.
d
I 3

Esta temperatura é escolhida de acordo com as proprredades mecânicas


desejadas, sempre levando em conta o tipo de aço. No entanto, as
temperaturas de revenimento estão dentro da faixa que vai de 150 a
650°C.
As diversas propriedades mecânicas do aço tratado estão relacionadas
com a dureza, portanto, escolhemos a temperatura de acordo com a dureza
desejada.
A - Objetivo do Revenimento:

1 - Eliminar tensões internas, originadas na têmpera;


2 - Abrandar a dureza, istoé, fazer com que esta fique no valor
desejado, consequentimente, ao baixar a dureza do aço temperado
há também, uma redução da fragilidade.
B - Escolha da Têmperatura de Revenimento:
Quanto mais alta a temperatura de revenimento, mais baixa será a
dureza do aço e vice-versa.
Por exemplo:

Revenindo-se a uma temperatura de 15O0C, durante uma hora, uma peça de


aço-carbono, cuja dureza após a tempera era 60RC, sua dureza,
praticamente não diminuirá, haverá porem, uma redução das tensões
internas. Ao contrário, se esta peça for revenida na temperatura máxima
de revenimento, 650°C, durante uma hora, sua dureza que era 60RC, cairá
para menos de 20RC.
I TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

TRATAMENTOS TÉRMICOS

Esta redução de dureza depende da composbcão química do aço. Os aços


carbonos são muito sensiveis ao revenimento, enquanto que os aços ligas
sâo pouco sensiveis.

C - Gráfico do Revenimento:
Podemos preparar um gráfico para cada tipo de aço, coiocamos no
eixo das cocrdenadas as durezas em RC e nas abscissas as
temperaturas de revenimento. Figura 87 mostra o gráfico de
revenimento dos aços-carbono.

Figura 87 - Efeito da temperatura de Revenimento sobre a dureza dos


Aços Carbono.

D - Execução do Revenimento

O revenimento deve ser executado imediatamente após a operação de


tempera. A não observãncia deste prescrito pode trazer surpresas
desagradáveis. Conforme o tipo de peça e a qualidade do aço, podem
ocorrer trincas capazes de inutilizar a peça, devido a concentração
de tens6es em algumas partes da mesma.

A peça ou peças para o revenimento devem ser colocadas em forno com


circulação de ar forçada, para que haja temperatura uniforme em
I TWTAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS
I
todo o interior do mesmo. O forno para REVENI.'IENTO, como todos os
fornos para tratamento térmico, deve ter controle automático de
temperatura.
O revenimento poae tanbem ser feito em banho de sal. O tempo de
permanéncia na temperatura de revenimento é "uma hora" para a
maioría das peças (até aproximadamente 1 0 h de espessura). Podendo
no entanto ser aumentado proporcionalmente de acordo com a
espessura.
O rrsfriamento sere feito ao ar livre. Podesdo no entanto, em casos
Ce ur~encxa,ser feito em óleo.
E - Beneficiamento:
Diversas peças de máquina são beneficiadas. O benefioiamento poae
ser aplicado a peças semi-acabadas, acabadas ou no material em
brvto.
O objetivo do beneficiamento é dar ao aço máxima tenacidade, aliada
a uma resisténcia a tração também elevada.
Consiste em temperar o aço e reveni-10 a uma temperatura entre 450
a 650°C. O tempo de permanéncia deve ser um pouco superior ao do
revenimento normal, cerca de 1,s vezes.
F - Tratamento dos aços-liga:
Podemos, para efeito dos tratamentos térmicos. dividi-los em 3
grupos :
" Aços-liga de baixa liga - para construções mecânicas;
" Aços-liga de média liga - para construções mecanicas;
" Aços-liga de alta-liga - para ferramentas.

Os aços de baixa liga e baixo carbono, bem como os de média liga e


baixo carbcno são empregados para peças cementedas.

Os aços de baixa liga, médio e alto carbono e os aços de média


liga, médio carbono, são empregados para peças temperadas.
G - Temperatura de Aquecimento:
São tomadas pelo teor de.carbono, ou seja, a temperatura de têmpera
do aço 8640, 4340 é exatamente aquela do aço 1040.
O tempo de permanénica é o mesmo que para aços-carbonos.

O resfriamento porém, é feito exclusivamente em Óleo mineral puro


ou em banho de sal quente. Somente em casos excepcionais é que se
resfria aços-liaa em salmora.
H - Revenimento dos aços-liga para construções mecánicas:
Estes aços são poucos sensíveis ao revenimento, pois só começam a
diminuir a dureza de têmpera, nas temperaturas acima de 300QC.
- 128 -
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

H - Revenimento dos aços-liga para constr.uçóes mecdnicas:

Terzperature en oC
Figura 88 - Efeito da temperatura de revenimento sobre a dureza dos
agos-liga.
Recozimento Pleno
O recozimento consiste cc aquecimento de uma liga ferrosa até uma
temperatura acima da região critica, mantê-la a essa temperatura por um
tempo adequado e, em seguida resfria-la lentamente (por exemplo, dentro
do forno), até uma temperatura abaixo da região. Fig 89
0

Besfriarrento l e n t o (por exemplo, den


t r o do forno)

~;ie@ãoc r í t i c a
TRATAMENTOS TÉRMICOS

h. - Objetivos do recozimento:
- Aliviar tens0es internas;
- Diminuir a dureza;
- Corrigir a microestrutura;
- Melhorar a usinabilidade.

B - Fatores importantes no processo:


- Aquecimento uniforme das peças;
- Temperatura correta de recozimento;
- Tempo de encharque correto;
- Atmosfera do forno;
- Resfriamento lento.

C - Apiicaçdes:
- Aços forjados (alto carbono, alta liga);
- Aços ferramenta;
- Aços fundidos.

D - Recozimento em caixa:
Quando se necessita recozer peças acabadas, isto e, peças que não
podem sofrer oxidação da superfície, -faz-se o recozimmto dentro
das seguintes conliç0es:
1 - As peças são colocadas em caixas (fig 91) contendo substáncias,
tais como cavacos de ferro-fundido ou carvão vegetal granulado,
para impedir o contato com o oxigênio; em seguida essas caixas
devem ser tampadas e calafetadas;
2- Colocar as caixas preparadas no forno tipo "Mufla";
3 - Ligar o forno para aquecer até a temperatura entre 600 e 700°C;
4- Deixar permanecer no minimo durante 5 horas em temperatura;
5 - Deixar resfriar dentro e junto com o forno.

E - Coalescimento:
Consiste em refazer o aço, geralmente hiper-eutetóide fazendo a
temperatura oscilar em torno da linha A1 (fig 90). Tem a finalidade
de fazer com que a cementita obtenha a forma de esfera para
facilitar a usinagem. O constiruinte assim obtido recebe o nome de
esferoidita,
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

-Figura 90 - Representação esquematica do Coalescimento.

- -

Figura 91
F - Recozimento para alivio de tensóes
Consiste em aquecer o aço a uma temperatura abaixo da zona critica
- linha A 1 - em torno de 650T, durante uma a tres horas para cada
25mm de seção, seguido de resfriamento lento. Quando se trata de
aços de alta liga a temperatura pode chegar até 870 graus Celcius.

O objetivo deste tratamento é aliviar as tensões originadas em


peças que sofreram transformações mecânicas a frio, tal como
estapagem profunda ou endireitamento; soldagem, corte por chama,
usinagem pesada, ou outra causa capaz de produzir tensões internas
no aço.
TRATAMENTO TÉRMIGO DOS AÇOS

TRATAMENTOS TÉIW%COS

C- - Estabilização:
Consiste em aquecer lentamente as peças, geralnente semi-minadas,
ate m a temperatura entre 500 e 5 5 0 ° C , permanecer a temperatura ate
que o calor atinja toda a massa da peça, 30 minutos para cada 25m
de espessura, mais 15 minutos para cada 25m a mais.

Resfriamento bastante lento: 1 O 0 C por hora ate abaixo de 10O0C e


dai ao ar livre.

Para este tratamento emprega-se um forno do tipo poço corc


circulação de ar forçada, Objetiva-se com este tratamento extinguir
tensões de peças de ferrofundido de máquina de precisão.

A normalízação consiste no aquecimento de uma liga ferrosa ate uma


temperatura acima da região critica, mantê-la a essa tempratura um
tempo adequado e, em seguida resfriá-la ao ar ate temperatuias abaixo
da região critica.

Figura 92
A - Objetivos da normal izaçao:
- Refino e homogeinização das microestruturas (fig 93).

B - Fatores importantes no processo:


- Aquecimento uniforme das peças;
- Temperatura de normalização correta;
- Tempo de encharque correto (45 minutos a 1 hora por polegada de
espessura das peças) ;
- Resfriamento ao ar uniforme.

- Aços forjados (baixo carbono e baixa liga);


TRATAMENTO TERMlCO DOS AÇOS

- Aços fundidos.

&tas; do . : '~Forjsdo Rornfilizado


~orjamento
Figura 93 - Aspectos da granulação do aço forjado.

A solt~bil.izição consiste na aquecimento de umaliga iferrosa ou não


ferrosa), até uma temperatura acima da região critica, manté-ia a essa
temperatura por um tempo adequado e em seguida resfriá-la rapidamente
(normalmente na água). (Fig 94)
Resfrimento rápido. (água)
I t
A
3
Fíegião c r í t i c a

v
Figura 94

A - Objetivo aa solubilizaçao:
- Homogeneizar as fases metalurgicas presentes em uma liga.
B - Fatores importantes no processo
- Aquecimento uniforme das peças;
- Temperatura correta de solubilização;
- Temperatura de encharque correta;
- Atmosfera do forno;
- Resfriamento rápido.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

TRATMENYOS YERMICOS

C - Aplicações
- Aços ao manganes (Austeniticos):
- Acos inoxidáveis austeniticos ( AIS1 304, 310)
- Ligas de cobre (cobre-cromoo cobre-berilo).

A precipitação consiste no aquecimento de uma liga (ferrosa ou não


ferrosa) até uma temperatura abaixo da região czitica, mante-ia a essa
temperatura por um tempo adequado e em seguida resfriá-la (normalmente
no ar). Fig 95
I

4 Região crít~ca

Figura 95

A - Objetivo da precipitaçao:
- Aumentar a dureza e a resistência mecánica da liga.
6 - Fatores importantes no processo:

- Aquecimento uniforme das peças;


- Temperatura correta de precipitação;
- Tempo de encharque correto;
- Atmosfera do forno;
- Resfriamento.
C - Aplicação:
- Ligas de cobre (cobre-berilo, cobre-cromo), etc.

A desidrogenação consiste na aplicação sucessiva de normalização e


recozimento a uma liga ferrosa. ( ~ i g96)
TRATAMENTOS TÉRMICOS
/

t
100 horas
t OU mal8

5 g u r a 96

A - Objetivos da desidrogenação:
- Reduzir o teor de hidrogénio nas peças (principal);
- Corrigir a microestrutura;
- Aliviar tensões internas.
B - Farores importantes no processo:
- Enfornamento a quente das peças forjadas;
- Aquecimento uniforme das peças;
- Temperaturas corretas;
- Tempos de encharque corretos;
- Resfriamentos uniformes.

C - Aplicações:
- Aços forjados (ligados com Ni, principa:mente) ;
I
- ~ ç o sfundido (peças de grande ~orte).

&este caso, há necessidade de se empregar outros métodos:


I
h - Têmpera por chama:
Aplica-se maçaricos especialemnte preparados para isto. Há um
I
rápido aquecimento até atingir a temperatura de têmpera e
resfriamento por meio de chuveiro de grande pressão; as vezes, a
peça tem movimentos circular e axial. A chama pode ser
oxi-acetilenica ou oxi-propanica.

Há em alguns países, fabricantes especializados em equipamentos pra


têmpera por chama.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

B - Tèmpera por indução:


O aquecimento é sais rápido do que no método anterior,
possibilitando camadas endurecidas mais finas, até cerca de um
milimetro de espessura. A peça a ser temperada é envolvida, na
superfície onde se deseja o endurecimento por uma "bobina de
indugão" .
O aquecimento é produzido pela indução de correntes de alta
frequencia, da ordem de 0 , 5 a 2000 KH. Para controlar a
profundidade do aquecimento, fazem-se variar:

- A forma da bobina;
- h distancia entre a bobina e a superficie a ser aquecida:
- A potencia elétrica:
- Às vezes e possível variar a frequencia.
Na figura 98, ve-se o esquema da têmpera por inducão, bem como,
mostramos abaixo uma tabela de valores recomendáveis, conforme a
espessura desejada.

misturo
combusrívei

chuveiro
Porte
temperodo

- r-
,enpera por &ZZB.

Figura 97
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS
TRATAMENTOS TÉRMICOS

<!
oquecido

Figura 98

CEMENTAÇÃO:

É o tratamento mais empregado nas peças de máquina de precisão.


Consiste, portanto, em carbonetar a superfície de um aço de baixo
carbono e aços especiais de baixo teor de liga.

I Esta carbonetação pode atingir até a profundidade de 2,5mm em condições


industriais, o que satisfaz a qualquer tipo de aplicação prática.
Para que ocorra a cementação, é necessário produzir-se condições
favoraveis para que o carbono transfira e combine com a superfície do
aço.
A

Cezontaçgo (930-933'~) Seqera


iieslrlaxesto ( ó l e o , á,gs
3r, b m k o de sí;is)

Regiãs Crítica

-
L
Os fatores seguintes são os responsáveis pelo sucesso da cementação:
- Qualidade do aco:

E indispensável que o aço seja de baixo teor de carbono, de baixa ou


media liga, e baixo teor de impurezas (enxofre, fósforo, etc);

- Temperatura:
Sc ocorrera cementaçáo efetivamente se o aço estiver a temperatura
acima da zona critica, entre 900 e 1000°C;

- Gniformidade da temperatura:
A temperatura deve ser uniforme e constante durante o peiodo de
cementação;

- Tempo de permanencia:
O aço deve permanecer o tempo suficiente para que atinja profundidade
desejada, de acordo com a temperatura utilizada (fig 100) e a
substância cementante.

- Substancia cementante:
Constitui fator de maior importância na qualidade do material
empregado na cementação, deve oferecer equilibrio suficiente para que
o teor de carbono da camada cementada fique dentro da faixa de 0,9 a
1,1% de carbono. Teor menor não produz dureza suficiente, enquanto
teor mais elevado provoca fragilidade da superfície, fazendo aparecer
pequenas escamas superficiais, além de outros defeitos.
TMTANIENTO TÉRMICO DOS AÇOS

horas

Figura 100 - Curvas mostrando a influencia da temperatura sobre a


velocidade de penetração do carbono.

- também chamada "cementação em banho de sal",


A) Cementação l í q u i d a
constitui um dos mais eficientes processos de cementação. Consiste
em colocar as pegas em um banho de sal fundido, produto ativo ou
seja, aquele que doa carbono, é um cianeto, geralmente o cianeto de
sódio NaCX.

Há duas classes de banhos de sais para cementagão: sem aditivos


ativadares e banhos ativados.

Os banhos não ativados são para pequena profundidade, até 0,6mm. Contém
até 30% de cianeto de sódio, o restante é um sal a base de cloreto de
sódio.

Os banhos ativados são para grandes profundidades, até 2,5mm.


Contém: cianeto de sódio fcementante) = 10%
Cloreto de bário (ativador) = 50 %
Sal a base de cloreto de sódio = o restante.

Em ambos os casos, os sais são fundidos no cadinho de um forno tipo


TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

poço, o mesmo empregado para têmpera, fig 83.


Estes sais atingiram eficiencia extraordinária e são encontrados nc
comércio especializado em produtos para tratamentos térmicos. O emprego
destes sais deve obedecer rigorosamente as prescriçóes do fabricante.

A cementação em banhos de sais oferece uma série de vantagens, as quais


sãc próprias dos banhos de sais.

I - Proteção absoluta contra a oxidação; pecas tratadas em banhos de


sais, conservam as superfícies brancas e isentas de óxidos;

2 - Cementacão sempre uniforme, permitindo repetir a qualquer tempo a


profundidade desejada;

3 - Possibilidade do controle do-teor de carbono da camada cementada,


entre 0,9 e 1,lX; pois nos banhos de sais pode-se variar sua
composição para chegar ao teor C correto;

4 - Rapidez da cementação; grandes profundidades podem ser obtidas em


curto tempo, aumentando assim o rendimento dos fornos;

5 - As peças são mantidas livremente suspensas dentro ao cadinbo (fig


101); ficando uniformimente aquecidos, pois o banho de sal possui
boa movimentação na temperatura acima de 900'C.
6 - Facilidade na imersáo e retirada das peças sem prejudicar aquelas
que devem permanecer no banho;

7 - Facilidade de limpeza das peças; os sais são perfeitamente solúveis


em água ;
8 - Proteção das peças, quando não são temperadas imediatamente após a
cementação; pois o sal adere as peças protegendo-as.
Para se realizar a cementação em banho de sais, segue-se o roteiro
seguinte:

1 - Prepara-se o banho de sais, pesando, de acordo com a tabela


(geralmente fornecida pelo fabricante de sais); se o banho já está
em uso, basta acrescentar sais para reabastecimento;
2 - Põe-se o forno em funcionamento, ligando os eletrodos se o forno é
elétrico, ou então acendendo a chama, se assim for;

3 - Preparação das peças, amarracão com arame recozido conforme fig 6


4 - Colocar a3 peças para pré-aquecimento na cámara própria ou em forno
a parte;
5 - Depois que o sal estiver fundido e a uma temperatura acima de
850°C, colocar as peças no banho de sal e aguardar que atinja a
temperatura de cementação, 930°C:
Figura i01 - f o r n o para cementacào l i q u i d a .
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

TRATMENTOS TÉWXWS

6 - Marcar o tempo de acordo com a profundidade desejada; para isso


vaie-se do gráfico da fig 102.

7 - Colocar para cementar junto com as pecas, um ou mais corpos de


prova;
8 - Fazer a tempera conforme informações dadas.

Bf Controles na cernentaçao liquida:

1 - Temperatura:
Deve ser constante, controlada por pirometros registradores
controladores;

2 - Tempo:
Contar o tempo correspondente;

Gráfico para determinar o tempo de permanência no banho de Cementação


ativado, em função da profundidade desejada.
Para banhos de sais ativados e para temperatura de 930°C.

O 1 2 4 6 8 10 horas
lbservações: A curva A refere-se a aços de fácil cementação.
A curva B refere-se a aços de dificil cementação.
Figura 102
TFtATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

3 - Teor de carbono:

Para verificar o teor de C está sendo transferido para as


peças, mergulha-se no banho de sal, uma tira de aço de 0105mm
de espessura, por 20-30mm de largura, por I 5 h de comprimento,
com teor de 0,12 de C na temperatura de 930°C, bastam 15mtn.de
permanência; em seguida determina-se o teor de C da fita em
Laboratório químico. Caso o teor esteja acima do limite, basta
reduzir a quantidade òe sal ativador, se estiver abaixo,
aumenta-se o sal ativador. A quantidade de sal ativador ppde
variar de 0,75 a 1'5 vezes a quantidade de sal è.%-&~.i&j'~
UdiV .
4 - Teor de cianeto:
Nos banhos ativados o teor de cianeto é de 10%; a cada 8 (oito)
horas de trabalho deve-se fazer a verificação, mediante a
análise química descrita abaixo:

bterial necessário:

- 2 Frascos de vidro branco:


- 1 Funil de vidro;
- 1 ALmofariz com pilão;
- 1 Balança calibrada para uma grama;
- 1 Caixa de papel de filtro;
- 1 Garrafa com 1 litro de solução de nitrato de prata;
- 1 Garrafa com 1 litro de solução indicadora.

Realização da analise:
1 - Colocar todos os pertences sobre uma mesa;
2 - Suspender a balanca de maneira que ela possa oscilar
livremente;

3 - Colocar água em um dos frascos até a metade e acrescentar


5cm' de solução indicadora;
4 - Retirar do cadinho de cementação, uma pequena quantidade de
s a l ! para isso mergulha-se no banho uma haste de aço limpa
e seca (pré aquecida), o sal liquido nela adere e
sciidifica instantaneamente;
5 - Colocar o sal solidificado no aimofariz e amassá-lo até
virar pó bem fino;

6 - Colocar o sai em pó na balança até que ela se equilibre,


pois éla esta preparada para ficar equilibrada ao conter
uma grama;
7 - Colocar o sal já pesado fl grama) no frasco contendo os
5cm3 de solução indicadora, agitando-o durante um minuto
aproximadamente, até que e os resíduos não se dissolvam
mais;
T W A M E N T O TÉRMICO DOS AÇOS

TRATAMENTOS TERHICOS

8 - A solução assim obtida é filtrada através do papel de


filtro e do funil de vidro, escoando no segundo frasco,
limpo e seco; esta solu~ãodepois de filtrada deve estar
clara , transparente e completamente isenta de resíduos;

9 - Encher a bureta maior com nitrato de prata;

10 - Juntar pouco a pouco a solução de nitrato de prata a


solução filtrada, agitando o frasco continuamente.
Notar-se-á logo de inicio um pequeno turvamento tia solu~ão,
turvamento este que desaparecerá ao agitar-se o frasco.
Continuando adicionar a solução de nitrato de prata, haverá
um momento em que mesmo agitando o frasco, o turvamento
permanecerá (a solução esta saturada).

Neste ponto verifica-a quantos cm' de nitrato de prata foram gastos ate
o turvamento definitivo. Cada ctn3 gastos equivale a I % de cianeto,
contido no banho de cementação.
Por exemplo:

Se foram gastos 6 cmo de nitrato de prata para turvar a solução, então


o banho de cementação contém 6% de cianeto.
Se o resultado for inferior ao valor do banho, então precisa-se
reabastece-10, acrescentando apenas cianeto, se o banho não é ativado;
cianeto e ativar, se for banho ativado. Para esta adição devemos seguir
as tabelas do fabricante dos sais. Abaixo apresenta-se uma tabela para
banhos ativados, com teor normal ae 10% de cianeto de sódio e ativador
proporcional.
TRATAMENTO TÉRMIGO DOS AÇOS

TRATAMENTOS TÉRMC
IOS

Sal iemetante
em kg

2,5

7,2

11

13,5

CONVENÇÕES: - Diámetro / P - Profundidade


TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

TRATMEKTOS TÉRMICOS

REABASTECIELENTO

RESULTAM DA ANALISE EM Z DE CIfiNETO


SAIS
4% 5% 61

ACRESCENTAR EM RG

CONVENÇÕES: C - Cementante, Cianeto / A - Ativador

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