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WIRE
ALEXANDRE PONCE
2a Edição Revista e Atualizada
Niterói - Abril/2010
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ÍNDICE
CAPÍTULO 1 O APARELHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Características Individuais dos braquetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Prescrição dos tubos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Seqüência de montagem do aparelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
ALEXANDRE PONCE
STRAIGHT WIRE
Características Individuais dos Braquetes
Prescrição dos Tubos
Seqüência de Montagem do Aparelho
O APARELHO
HISTÓRICO
O aparelho ortodôntico é composto pelo mecânica ortodôntica utilizada na época. Este estudo,
conjunto braquetes, fios e ligaduras. Tem sido assim realizado entre 1965 e 1971, o levou às conclusões
desde que Edward H. Angle3 criou o seu terceiro descritas nas seis chaves para a oclusão ideal, o que
modelo, que conhecemos como aparelho de Edge- trouxe objetivos claros que deveriam ser perseguidos
wise, em 1928. O que o diferenciava dos outros pelos ortodontistas a fim de se criar uma oclusão mais
dois aparelhos anteriores – o arco E (o seu primeiro estável e funcional. Este estudo também o levou a
protótipo) e o Arco e Cinta – era o fato de que concluir que, durante as fases iniciais dos tratamentos
neste o fio é adaptado frontalmente dentro do slot com o aparelho de Edgewise, as raízes dos dentes se
dos braquetes e mantido aí devido à ação das moviam para posições não desejáveis devido à falta
ligaduras metálicas ou elásticas. de controle mecânico, e na última fase de tratamento
Apesar de Angle não ter utilizado amplamente o este erro precisaria ser corrigido através de dobras e
aparelho Edgewise, ele buscava neste novo modelo torques de difíceis obtenção. Após chegar a estas
facilitar a obtenção das inclinações vestíbulo-linguais conclusões, Andrews se aprofundou no estudo de um
que conhecemos como movimento de torque, as novo sistema de tratamento ortodôntico que pudesse
quais eram muito difíceis de serem obtidas e de se facilitar a obtenção de uma oclusão ideal, com menos
controlar no aparelho arco e cinta. Com o esforço e com resultados mais estáveis, e o nomeou
aparecimento do aparelho Edgewise, a ortodontia de Straight-wire (arco reto). Passados mais de trinta
entrou em um novo momento, que perdurou por anos de sua criação, sabemos que a maioria dos
vários anos, no qual os clínicos controlariam os ortodontistas do mundo utilizam alguma variação do
movimentos nas três dimensões do espaço, apoiados aparelho Straigth-wire. Dentre estas variações existe
principalmente em sua habilidade manual, já que a prescrição de Alexander, que tem sido a nossa
seria necessário realizar dobras verticais e escolha por apresentar as seguintes características:
horizontais, alem de torções nos fios, a fim de se
alcançar os objetivos mecânicos propostos pelo 1. Braquetes simples e geminados
plano de tratamento.
Utilizamos braquetes geminados nos incisivos
Nos anos 1970, L. Andrews percebeu que havia centrais e laterais superiores; e simples nos demais
uma diferença significativa entre a oclusão dos dentes. Os geminados proporcionam mais
pacientes que foram tratados ortodonticamente e a estabilidade aos movimentos dos dentes anteriores
oclusão normal encontrada na população que não superiores; enquanto os simples possuem maior
havia se submetido a tratamento. A percepção desta distância inter-braquete, o que proporciona a
diferença o levou a estudar profundamente a oclusão diminuição da força aplicada. Outra vantagem do
normal e compará-la à oclusão que resultava da braquete simples é que ele proporciona maior
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STRAIGHT WIRE ALEXANDRE PONCE
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ALEXANDRE PONCE STRAIGHT WIRE
arcadas muito próxima do que chamaríamos de ideal, das cúspides em uma visão oclusal. Para corrigir
na maioria dos casos, e os torques proporcionam um este problema, nas prescrições mais modernas,
encaixe excelente entre os dentes superiores e os as espessuras das bases dos braquetes são
inferiores. Uma das principais razões para individualizadas.
continuarmos utilizando os braquetes de Alexander
em nossos casos é a ótima engrenagem final que O in/out dos braquetes pode ser observado
conseguimos obter através das trocas dos arcos. principalmente na diferença de espessura entre o
incisivo central superior, o lateral e o canino. Por já
estarem incorporados aos braquetes, os in/outs
facilitarão bastante a obtenção da linha de oclusão
para um encaixe mais fácil do dentes superiores com
os inferiores.
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STRAIGHT WIRE ALEXANDRE PONCE
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ALEXANDRE PONCE STRAIGHT WIRE
Seqüência de montagem
do aparelho
Normalmente montamos os aparelhos seguindo
uma seqüência básica:
1a consulta:
- colagem dos dentes superiores, do 15 ao 25;
- adaptação do fio de nitinol .012", do 15 ao 25;
- colocação de separadores nos molares
superiores.
2a consulta: Plano de mordida colado
- adaptação de bandas nos 1os molares
superiores;
- separadores nos 2os molares superiores.
3a consulta:
- adaptação de bandas nos 2os molares
superiores;
- adaptação do fio termo .016" x .022".
4a consulta:
- colagem dos dentes inferiores, do 35 ao 45;
- adaptação do fio de nitinol .012"; Paciente antes da adaptação do plano de mordida
- colocação de separadores nos molares
inferiores.
5a consulta:
- adaptação de bandas nos 1os molares
inferiores;
- separadores nos 2os molares inferiores.
6a consulta:
- adaptação de bandas nos 2os molares
inferiores;
- adaptação do fio termo .016" x .022". Depois da adaptação do plano de mordida
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REFERÊNCIAS
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117, n. 5. St. Louis:, 2000, pp.604-605. Orthodontic appliance design. Am J Orthod. v. 131, n.1. St. Louis.
2007, pp. 76-82.
3. ASBELL, M.B. A brief history of orthodontics. Am J Orthod. v. 98,
n.3. St. Louis, 1990, pp. 206-213.
4. BERNSTEIN, L. Edward H. Angle versus Calvin S. Case: Extraction
versus nonextraction. Part I. Historical revisionism. Am J Orthod. v.
102, n. 5. St. Louis. 1992, pp. 464-470.
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STRAIGHT WIRE
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COLAGEM DIRETA 2
E INDIRETA
JAIRO GROSS
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Determinação do Posicionamento dos Braquetes
Materiais de Colagem
Técnica de Colagem Direta
Técnica de Colagem Indireta
Possíveis Erros de Colagem
COLAGEM DIRETA E INDIRETA
A colagem dos braquetes de maneira precisa e anteriores e pré-molares e na metade das cúspide
personalizada é determinante na excelência da mésio-vestibular dos molares. Esta indicação, no que
prática ortodôntica nos dias atuais. Colar com se refere ao posicionamento mésio-distal, ainda é
precisão é uma meta a ser alcançada e para isto, mantida por nós.
além de muito treino, necessitamos conhecer as
características morfológicas de cada dente e buscar Determinação da altura
observá-lo em mais de um plano.
Quanto à altura da colagem, preferimos utilizar
Se trabalhamos com uma técnica de arco reto, uma tabela com valores definidos previamente, ao
com braquetes pré-angulados e pré-torqueados, o invés de simplesmente colar na metade da coroa
ideal também é minimizar a necessidade de dobras, clínica, a qual, como já explicado, pode sofrer
a fim de agilizar as consultas. Outro aspecto a ser alterações na sua altura. Se o paciente apresentar a
considerado é a possibilidade de delegação de gengiva irritada e hiperplásica, a coroa clínica
algumas funções, dentro da dinâmica que requer a aparecerá diminuída; por outro lado, se ele apresentar
prática clínica atual. Se pudermos diminuir nosso retração gengival, a coroa clínica poderá se apresentar
trabalho e dividir com nossa equipe uma parte dele, aumentada.
sem dúvida nossa tarefa diária será mais agradável.
O gráfico abaixo apresenta uma média de altura
Concordamos com a afirmação do Dr. Roth, que pode ser utilizada na maioria dos casos.
segundo a qual a finalização começa quando colamos
os braquetes. Se os braquetes forem colados com
precisão, as etapas seguintes serão executadas com
maior facilidade e a oclusão ideal será obtida mais
facilmente no momento de finalizarmos os casos.
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poderemos posicionar os braquetes fora deste padrão, c) Coroas clínicas proporcionalmente longas ou
como naqueles casos nos quais os dentes não curtas no sentido vertical
irrupcionaram totalmente, mordidas abertas
Apesar de não ser muito freqüente, é possível
anteriores, coroas de dentes muito longas, coroas
encontrar pacientes que apresentam dentes com coroas
de dentes muito curtas, coroas com cúspides muito
clínicas muito longas em relação à média. Quando isto
afiladas, bem como dentes fraturados, os quais
ocorre, se a colagem for realizada no padrão (tabela 1),
comprometem a altura da coroa do dente caso não
isto poderá acarretar um posicionamento errado, que
estejam devidamente restaurados .
funcionalmente criará interferências com os dentes
a) Infra-oclusão antagonistas. Nestes casos, é indicado acrescentar em
todos os dentes 0,5 mm para compensar o maior
Em casos nos quais os dentes estão parcialmente tamanho da coroa clínica. Entretanto, se as coroas
irrupcionados e não têm sua coroa clínica totalmente clínicas se apresentarem muito diminuídas, será
evidenciada, sugerimos esperar a completa irrupção necessário diminuir em 0,5 mm o valor na altura verti-
para depois posicionar os braquetes. Gengivas cal de colagem dos braquetes em todos os dentes, para
hiperplásicas e inflamadas também diminuem o adequar a relação da altura dos braquetes à coroa
comprimento da coroa clínica. As hiperplasias clínica, visto que os dentes ficariam fora de oclusão se
devem ser removidas cirurgicamente e o processo o padrão fosse seguido (tabela 1). Quando necessários,
inflamatório deve ser extinto, para que a gengiva esses procedimentos podem melhorar a estética e
adquira o seu aspecto normal. diminuir os procedimentos na fase de finalização.
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Materiais de colagem
A colagem de braquetes tornou-se realidade na adesividade, um imbricamento mecânico. A escolha
Ortodontia a partir da década de 70, com a técnica do material de colagem no caso dos braquetes e
de condicionamento ácido do esmalte4, que criou a tubos, está condicionada ao tipo de estrutura na qual
adesão mecânica, significativamente maior, entre estes acessórios serão fixados. No entanto, a prática
esmalte e o material adesivo. Na superfície do clínica nos leva a escolher o material que nos parece
esmalte condicionado criam-se irregularidades, ter melhores condições de trabalho e adesão, em
abrindo poros microscópicos através dos quais o detrimento às pequenas variações existentes nos
material adesivo pode penetrar criando, além da diversos tipos de materiais disponíveis no mercado.
Colagem em esmalte
O esmalte dentário é considerado a melhor superfície para colagem de peças
e acessórios, devido à possibilidade e efetividade do condicionamento com
ácido fosfórico a 37%, variando de 15 a 60 segundos sem perder a
efetividade, além dos adesivos e resinas de última geração (Consise® 3M, Fuji
Ortho LC® GC Corp, Transbond XT® 3M, Fill Magic Ortodontic® Vigodent,
Lite Cure® Ortho Surce, OrtoFix® Biodinâmica), alguns tendo valores de
resistência ao arrancamento por tração (MPa) variando entre 4,68 e 7,63, o
que facilita o procedimento, além de torná-lo mais efetivo e seguro para o
ortodontista7.
Colagem em cêramica
Em determinadas situações nos deparamos com dentes reabilitados com
coroas de cerâmica. Esse tipo de material necessita de procedimentos
diferenciados: primeiramente a asperização da superfície com uma ponta
diamantada ou jateamento da superfície, seguida de condicionamento com
ácido fluorídrico de concentração variando entre 8 e 20% durante 1 a 3
minutos. A segunda é a aplicação de um agente silanizador8, conforme é
recomendado, para que aumente a resistência de união deste material à
resina composta de colagem.
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Técnicas de colagem
Colagem direta
A colagem direta dos braquetes facilitou em muito a capacidade do
ortodontista trabalhar de forma mais rápida e, ao mesmo tempo, de
posicionar os seus acessórios. No entanto, este tipo de procedimento é
realizado diretamente no paciente, o que dificulta o acerto de todos os
itens descritos anteriormente neste capítulo. Todavia , mesmo não sendo
a técnica de eleição por nós preconizada, temos de lembrar que usamos
este tipo de procedimento quando existe a necessidade de recolagem de
braquetes soltos ou mal posicionados. Para proceder a este tipo de
colagem, seguimos esta seqüência clínica:
Colagem indireta
A colagem indireta de braquetes tem se destacado na montagem dos
aparelhos, considerando-se a melhora no posicionamento e facilitando a fase
de finalização, além da possibilidade de se delegar funções na nossa clínica
diária, como já falamos anteriormente.
Antes de descrever a técnica que utilizamos, faremos uma breve revisão da
literatura para compreender sua evolução.
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I) FASE LABORATORIAL
Essa fase é a do posicionamento de maneira correta segundo cada prescrição
ortodôntica dos braquetes, acessórios e confecção dos guias de transferência e
preparo para a colagem nos dentes do paciente:
1) Obtenção de bons moldes do paciente, seguida de um vazamento de
gesso de maneira adequada, evitando bolhas nos dentes e bases muito
grandes. Caso os modelos tenham um formato grande, terão de receber
um desgaste no recortador de gesso previamente à colagem nos modelos.
Posteriormente, devem-se remover as bolhas positivas e negativas, lavar e
aguardar a secagem total do modelo de gesso.
2) Iniciar a marcação
das alturas conforme
a tabela, riscando o
gesso com a estrela
de bone e depois
com a lapiseira.
Traçar o longo eixo
do dente. Modelos com longo eixo e altura traçados
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3) Após a secagem, o esmalte ficará com aspecto de giz e estará pronto para
receber uma camada de adesivo para esmalte ou outro adesivo,
dependendo da superfície, conforme mencionado anteriormente neste
capítulo.
4) Insere-se uma fina camada de resina fotoativada em cada braquete, leva-se
o conjunto em contato com os dentes de vestibular para lingual e o
mantém pressionado de um lado pela ponta do fotopolimerizador e do
outro com a ponta dos dedos, a fim de não haver movimentação na hora
da polimerização. Acreditamos que este é um detalhe fundamental para o
sucesso desta técnica de colagem, pois além de manter o braquete na
posição ideal, não deixa que a camada de resina se torne muito espessa.
Durante a
polimerização, a
placa deve ser
mantida sobre
pressão
Fio adaptado
nos braquetes
recém-colados
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Erro horizontal
A visão do posicionamento mésio-distal deverá ser respeitada, pois se isto
ocorrer quando o braquete for colado mais para mesial, haverá rotação
indevida para distal; inversamente, se colado mais para distal, a rotação será
Braquete para mesial. Para evitar este tipo de erro, recomendamos a simulação do
colado para longo eixo vertical, desenhando esta linha com um lápis. Outro auxiliar
distal, em
relação ao importante é a visualização do dente por incisal ou oclusal, para verificar
centro da coroa esta posição.
Erro vertical
Este tipo de erro é minimizado se o profissional seguir o padrão da tabela 1.
Isso facilita o tratamento.
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REFERÊNCIAS
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homogeneização prévia das pastas. Rev Dent Press. v. 6, n. 6.
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parte II - Sistemas adesivos resinosos. Rev Dent Press. v. 7, n. 3.
Maringá. 2002 pp.121-128.
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BIOMECÂNICA DOS
FIOS ORTODÔNTICOS
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utilizados atualmente na fase de nivelamento, já que, à quantidade de movimento que ocorrerá. Quanto
uma vez adaptados nos braquetes, irão oferecer por mais fricção (atrito), menor é o movimento e maior
muitas semanas uma força leve e contínua, a perda de ancoragem. Um exemplo clássico é o do
proporcionando uma movimentação mais próxima sistema que utilizamos para retrair o canino, em
do ideal biológico. casos de extração dos primeiros pré-molares.
Retraímos os caninos sempre no fio de aço inox,
5) Deflexão elástica que é o menos friccional e possibilita o
Também conhecida como “alcance de deflexão”, tracionamento sem forçar muito os dentes
é a relação de força de rendimento ao módulo de posteriores para mesial.
elasticidade do fio15.
A quantidade de movimento obtido dependerá
Na prática, se o fio apresenta uma deflexão elástica diretamente da quantidade de fricção causada du-
grande, é possível realizar ativação que proporcione rante a retração. Se utilizamos um sistema de baixa
maior tempo de trabalho, fazendo com que o aparelho fricção, o movimento será conseguido mais fácil e
permaneça ativado por mais tempo. Deflexão elástica rapidamente, e com necessidade de menos força.
também é uma medida de como o fio pode ser A fricção depende de vários fatores: materiais que
inclinado sem sofrer deformações. constituem o fio, forma dos fios (redondo,
quadrado ou retangular), tipos de ligadura, tipos
6) Fricção de braquetes e angulação mésio-distal dos dentes
Durante o fechamento de espaços, a fricção que estão sendo tracionados (ver capítulo V, sobre
(atrito) entre os fios e os braquetes será proporcional sistema de retração).
Tipos de fios
I. Aço inox
Um dos primeiros fios utilizados em Ortodontia, fase laboratorial. Se destemperarmos o fio de aço,
o aço inox é encontrado em todas as formas e ele ficará excessivamente maleável e não será
tamanhos. O aço se caracteriza por sua ótima utilizável nem durante a fase de nivelamento, nem
biocompatibilidade e rigidez acentuada, o que o como aparelho auxiliar. Por isso, quando soldamos
qualifica para uso em todos os finais de o fio de aço nas bandas (como, por exemplo, na
nivelamento, além de ser o fio mais adequado para confecção do Botão de Nance), não podemos deixar
realizar todas as mecânicas de deslize, tais como a chama do maçarico atingir o fio além de sua área
mesialização de molar, distalização e retração de de solda; a chama só pode atingir o fio na região
caninos e incisivos. que será coberta com a solda, e então, ao
confeccionar qualquer aparelho auxiliar,
Utilizamos fios mais espessos de aço inox
precisaremos proteger o fio com gesso ou
também para a confecção de aparelhos auxiliares,
revestimento no momento da solda.
como arco vestibular, botão de Nance, barra
transpalatina, barra de intrusão e arco vestibular. O procedimento que chamaremos de “temperar
o fio” diz respeito ao que alguns ortodontistas
Os fios de aço sofrem alterações térmicas que
conhecem como revenido. Sempre que realizamos
precisam ser observadas, para isto precisamos
dobras (ômega ou alça de Bull), ou quando
entender o que significa “temperar ou destemperar”
formatamos no diagrama o fio de aço, mudamos
os fios.
permanentemente a forma do fio, promovendo um
Destemperar o fio é o que acontece quando deslocamento dos átomos na grade espacial. Após
aquecemos o fio além do seu ponto de fusão, esse deslocamento, os átomos tendem a voltar à sua
fazendo com que ele fique “rubro”. Isso é o que posição de origem e o fio tende a voltar à sua forma
geralmente não queremos que aconteça durante a inicial. Esse fenômeno caracteriza a memória que
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II.Cromo-cobalto
Antes de adaptar o
O cromo-cobalto foi introduzido na década de nitinol termo .016" x .022"
70, pela Rock Mountain, com o nome comercial de
Elgiloy®. Esse fio logo se tornou popular como o fio
ideal para fazer helicóides e alças. É um fio bastante
maleável, com ótima tenacidade e hoje o utilizamos
na dentição mista, para confecção de arcos com alças
e dobras, como o arco base de Ricketts e suas
variações.
Se necessário, o Elgiloy® pode ser endurecido
por meio de tratamento térmico, quando o fio é
aquecido “ao rubro” a uma temperatura em torno Depois de adaptar o
de 480ºC. Isso torna o Elgiloy® quase tão rígido nitinol termo .016" x .022"
quanto o aço inox.
III. Níquel-titânio
A Liga de níquel-titânio foi introduzida na
ortodontia por Andreasen3 em 1971, seguindo as
pesquisas originais de Buehler5, e ficou conhecida
como Nitinol (“NI” de níquel, “TI” de titânio e NOL
de Naval Ordinance Laboratory, lugar onde a liga
foi desenvolvida originalmente). O nitinol termoativado, além da grande
elasticidade e memória de forma, que é característica
Com o início do uso desta liga, a ortodontia
das ligas de nitinol, quando mantido no congelador
experimentou mudanças significativas na mecânica
se torna incrivelmente maleável, permitindo sua
ortodôntica. Devido à sua grande elasticidade e
adaptação mesmo entre dentes efetivamente
memória de forma, este fio se tornou o ideal nas
desalinhados, sendo ativado pelo calor da cavidade
fases iniciais do nivelamento.
oral (36ºC). Esse fio também pode ser encontrado
Essa liga demonstra significativas mudanças em com as seguintes variações:
suas propriedades mecânicas e arranjo
Tipo I (15º C): age com força e velocidade,
cristalográfico, causadas por alterações térmicas.
ou seja, fica rígido na temperatura de 15ºC;
Através dessas observações desde sua descoberta o
nitinol tem sido desenvolvido e seu uso, ampliado. Tipo II (27º C): intermediário;
Seguindo uma ordem cronológica, podemos separar Tipo III (35º C): é o mais usado. Libera
didaticamente em: forças leves em descargas constantes;
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Tipo IV (40º C): o fio só atinge a sua rigidez quais será necessário diminuir a força durante o
total quando a cavidade oral atinge esta tracionamento.
temperatura. Quando isso acontece, produz
uma força intermitente com movimento
mais lento, e por esta razão seria o fio mais
indicado para pacientes com problemas
periodontais, para quem a movimentação
deve ser lenta, utilizando forças leves.
4ª Geração
COPPER NITI® e BIOFORCE IONGUARD®
Comparação entre as ligas metalicas utilizados atualmente
COPPER NITI® em Ortodontia e as suas características
O copper é um tipo de nitinol termoativado
com a adição de cobre, com o objetivo de
tornar a liga ainda mais maleável.
Forma e tamanhos
Clinicamente é possível notar a maior dos arcos
flexibilidade desse fio, o que proporciona
Quase todos os tipos de fios, sejam de Nitinol,
mais conforto ao paciente com um ótimo
Aço Inox, T.M.A.® ou Elgiloy, podem ser encontrados
nivelamento.
em quase todos os tamanhos e formas, dependendo,
BIOFORCE IONGUARD® entre outras coisas, do tipo de slot (.018" ou .022")
O bioforce ionguard é um fio de nitinol escolhido. Como trabalhamos com o slot .018", o
termoativado que passa por um processo de maior fio que utilizamos é o .017" x .025".
bombeamento de íons de nitrogênio, tornando
a superfície do fio mais lisa e com menor
coeficiente de fricção.
IV - Beta-titânio
O fio de beta-titânio também é conhecido como
T.M.A.® (liga de titânio molibdênio), nome comercial
Forma e tamanho dos arcos utilizados na técnica
dado pela Ormco, companhia que o introduziu no
mercado. Pode ser utilizado em vários momentos: Utilizamos o Aço Inox .016" x .022" para:
em aparelhos auxiliares como o Pendex; como um • mesialização de molares;
dos arcos de transição na seqüência mecânica du- • distalização de molares;
rante o nivelamento e alinhamento; ou ainda para a • retração de caninos; e
confecção da alça. Caracteriza-se por ser mais rígido • retração de incisivos (alça de Bull).
que os arcos de nitinol e mais maleável que os arcos
de aço inox. Apesar destas qualidades, o T.M.A.® As medidas dos fios geralmente são feitas em
apresenta um alto coeficiente de fricção, o que o polegadas, no entanto, os fios de aço inox .024", 028"
desqualifica para ser utilizado durante o fechamento e .036" são mais conhecidos por 0,6 mm; 0,7 mm; e
de grandes espaços na mecânica de deslize. 0,9 mm, e são utilizados nos aparelhos auxiliares.
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conduta de padronização da seqüência está a maleável o suficiente para que seja adaptado ao
possibilidade de se conhecer os efeitos da mecânica, braquete do dente rotacionado.
um controle de estoque mais simples e a facilidade O arco intermediário de nivelamento é o Niti-
do pessoal auxiliar em seguir o tratamento sugerido. nol termoativado .016" x .022", que deverá ser
Por isso, essa técnica já é utilizada há vários anos. mantido no congelador para ficar bem flexível e
ser retirado de lá apenas na hora de ser adaptado
Seqüência sem Extração
aos braquetes.
• Nitinol .012";
Uma das vantagens desta técnica está em iniciar
• Nitinol Termo Ativado .016" x .022";
o controle de torque precocemente, e com isto
• Nitinol .017" x .025";
destravar a oclusão e facilitar a obtenção da classe I.
• Aço .017"x.025".
Final de nivelamento
Início de nivelamento Nos dois meses finais do nivelamento, os arcos
O início de nivelamento é um momento deverão ser ligados aos braquetes com amarrilho,
importante para o tratamento, pois é o momento em para conseguirem completar o torque que está
que o paciente terá de se adaptar à presença do proposto no braquete. Completar o torque é de
aparelho fixo. Após essa consulta, normalmente os grande importância para que a intercuspidação ideal
dentes apresentam um pouco de mobilidade e o seja obtida.
paciente sente um pequeno desconforto ao mastigar. Outra importante função é completar a forma
A função dos arcos iniciais de nivelamento é levar dos arcos. Só com arcos mais rígidos e de maiores
o movimento dentário rumo ao alinhamento e espessuras, adaptados de forma bem “justa” nos
nivelamento, e por isto, devem ser muito flexíveis e slots dos braquetes, é que se define uma forma
resilientes, para promover uma força leve e ideal de arco.
constante, diminuindo a sintomatologia com o início Os arcos finais de nivelamento são o de Nitinol
de movimento. .017" x .025", que serve para preparar o arco para a
adaptação do aço .017"x .025".
O arco mais indicado para este início é o Nitinol .012".
O aço .017" x .025" é o último arco a ser adaptado
Intermediário - O objetivo do arco intermediário nas arcadas, para finalizar o nivelamento. Por ser
de nivelamento é continuar o nivelamento, iniciar de aço inox, para ser adaptado a arcada esse arco
os torques (já que é retangular) e começar o necessita ser preparado, diferentemente dos outros
movimento de rotação dos dentes que tenham que são de nitinol. Esta preparação se refere a:
braquetes com aletas de giro. Para utilizar tais aletas,
a) confeccionar o ômega, com o objetivo de amarrar o
será necessário encaixar completamente o arco de arco no tubo da banda após fecharmos todos os
nitinol termoativado no slot dos braquetes e amarrar diastemas, para manter o arco consolidado e impedir
com amarrilho. Este procedimento é mais facilmente a protrusão dos incisivos. Assim ficará até o final do
realizado com a ajuda de um instrumento que tratamento;
denominamos de “polar”, o qual é mantido no
b) formatar o arco no diagrama, com o objetivo de lhe
congelador e, quando em contato com o arco, o torna
dar uma forma final ao arco, coordenando as duas
arcadas e evitando a expansão excessiva da distância
intercanina;
c) temperar, ou seja, aquecer o arco, para reorganizar a
grade molecular, evitando assim que ele volte á sua
forma inicial e altere as formatações nele realizadas e
d) fazer o tie-back, isto significa amarrar o ômega do
arco no tubo com amarrilho .030" para que não abra
Utilizando o “polar” mais diastemas na arcada e não protrua os incisivos.
53
Função das
espessuras
e objetivo
da
utilização
dos arcos
54
obtenção da classe I. Se o paciente já era classe I, inferiores; extrusão dos dentes posteriores na maxila
iniciaremos a fase de finalização. ou mandíbula ou a combinação dessas opções.
Enquanto autores que trabalham com arco
Podemos resumir nossos objetivos de acordo
seccionado7 sugerem a intrusão de incisivos como
com os seguintes critérios:
a mecânica de escolha, outros sugerem que a
I. Realizar a 1a fase em, no máximo, oito extrusão dos posteriores seria mais estável17,11.
meses, ou seja, iniciar com o fio nitinol .012" e
A ação do arco de curva reversa é a
terminar com o aço .017" x .025";
verticalização do molar, extrusão dos pré-molares
II. Dependendo de cada caso, obter a relação e intrusão de incisivos 18. Se o segundo molar
molar e canino por meio de avanço mandibu- também estiver bandado, será possível obter
lar, avanço maxilar, distalização superior, também extrusão do primeiro molar. A força gerada
extração de pré-molares ou cirurgia pelo arco é distribuída ao redor das raízes dos
ortognática; molares e incisivos10.
III. Completar o tratamento com a fase de A planificação da curva na arcada superior
finalização, que normalmente pode ter a acontece com mais facilidade do que na arcada in-
duração de até seis meses. ferior. A maxila apresenta um trabeculado ósseo
com grandes espaços medulares e com muita
irrigação; a mandíbula é constituída de osso mais
Planificação da curva cortical com menor vascularização, o que dificulta
de Spee a diferenciação dos osteoclastos e, conseqüen-
A curva de Spee foi descrita por F. Graff Spee em temente, a movimentação dentária. Clinicamente isso
1890 e representa uma curva formada por uma linha explica o fato de que, se chegamos ao fio .017" x
que se inicia na borda incisal dos incisivos inferiores .025" de aço após seqüência de fios de nivelamento
e termina na cúspide disto-vestibular do último na maxila, tal seqüência é suficiente para nivelar a
molar inferior. Sua profundidade varia de uma curva, enquanto na mandíbula será necessário fazer
superfície plana a ligeiramente côncava, algo em a curva reversa para que a planificação seja obtida.
torno de 1,5 mm, mas entre 0 (zero) e 2,5 mm ainda A planificação da curva de Spee tem uma
pode ser considerada normal. tendência protrusiva para os incisivos4 na razão de
1/1, ou seja, para cada milímetro de nivelamento da
curva de Spee será necessário 1mm de ganho no
Arco de curva reversa perímetro do arco, ou acontecerá 1mm de protrusão
nos incisivos inferiores. Quando a planificação é
realizada com fios retangulares, essa tendendência
A curva de Spee pode se apresentar plana, invertida de vestibularização pode ser diminuída2.
ou acentuada. Uma curva acentuada, que se apresenta
Quando utilizamos a curva reversa conseguimos
como um travamento oclusal, constitui um obstáculo
controlar a tendência protrusiva dos incisivos devido
e pode impedir o movimento funcional normal da
madíbula, tanto para os movimentos verticais quanto a três fatores:
para os laterais e os ântero-posteriores. Por esta razão, a) Os braquetes de Alexander têm torque
indicamos a planificação da curva de Spee ainda na negativo de -50, e ela será confeccionada no
primeira fase do tratamento. aço .017" x .025", que é retangular, isto tende
A curva de Spee acentuada tem sido amplamente a lingualizar os incisivos inferiores.
relacionada aos casos de sobremordida e sua b) O arco está amarrado no ômega, e para
planificação, descrita como forma de corrição desse haver protrusão ele teria de deslizar para
problema. A sobremordida pode ser corrigida anterior, mas não existe possibilidade disso
basicamente por intrusão dos incisivos superiores e acontecer.
55
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56
FORMA 4
DOS ARCOS
ALEXANDRE PONCE
57
O estudo a respeito de como deveria ser a forma uma curva catenária. Se observarmos apenas os
das arcadas dentárias dos seres humanos teve início autores citados, a arcada pode se apresentar de forma
com Bonwill 2 em 1885. Na época, buscava-se elíptica, semi-elíptica em forma de parábola, de U
entender qual era a forma de arcada mais freqüente. ou, ainda, em forma de uma curva catenária. O fato
é que quando estudamos estas figuras geométricas,
Nos anos seguintes, esse tipo de busca foi
observamos que elas ainda apresentam variações:
ampliada, representando parte significativa de uma
podem ser mais largas ou mais estreitas. Ainda hoje
época em que se tentava consolidar as informações
tem sido difícil encontrar unanimidade nesse assunto.
referentes à oclusão e à morfologia dos dentes e
Na realidade, a arcada humana pode apresentar-se
arcadas. Já nessa época, os achados de diferentes
com muitas variações e está sujeita a muitas
autores eram conflitantes. Segundo Bonwill 2, “a
variáveis, tais como etnia e tipologia facial. Já que
mandíbula forma um triângulo equilátero com a base
não podemos descrever uma forma mais frequente,
voltada de um côndilo ao outro e os lados se
talvez devêssemos perguntar: Existe alguma forma
estendendo de cada côndilo até a linha média entre
de se estabelecer uma arcada mais estável? Construir
os incisivos”. Black9 (1902) dizia que “os dentes
um arco personalizado para cada paciente trará mais
superiores são arranjados em forma semi-elíptica e
estabilidade do que utilizar arcos pré-formados?
os dentes mandibulares em forma similar ou de uma
curva menor”. Já para Hawley8 (1905), “o arco ideal Em um estudo sobre os tipos de arcos mais
apresenta um triângulo equilátero com base comuns encontrados à venda no Estados Unidos,
apresentando a largura dos côndilos, os dentes Felton 7 e colaboradores (1987) descreveram 17
anteriores inferiores dispostos no arco de um círculo diferentes modelos. Analisando as técnicas
com o raio determinado pela largura combinada dos ortodônticas mais utilizadas no Brasil, percebemos
incisivos inferiores e caninos, tendo os pré-molares que cada autor tem uma escolha nesse sentido. Os
e caninos alinhados com os segundos molares arcos da Técnica de Roth são mais abertos
voltados para o centro”; enquanto Broomell4 (1905) anteriormente e Ricketts13 utiliza os arcos chamados
achava que “os dentes são arranjados nos maxilares “pentamórficos”, que são escolhidos de acordo com
em forma de duas curvas parabólicas, com o arco o formato da face do paciente. Na técnica de Edge-
superior apresentando um círculo maior que o infe- wise personalizam-se os arcos por meio da
rior, resultando em uma arcada na qual os dentes utilização do diagrama de Hawley-Bonwill 2.
superiores ficam um pouco mais expandidos em Alexander 7 utiliza um arco mais estreito
relação aos inferiores”. Para Izard10 (1927), as formas anteriormente e largo posteriormente. Quem está
dos arcos encontrados nas arcadas humanas são 75% certo, então? Nesse ponto não existe o certo e o
elípticas; 25% parabólicas e 5% em forma de U e, errado; cada autor tem seus motivos para fazer uma
para Burdie & Lilie5 (1966), elas se apresentam como escolha.
61
62
Diagrama
Maxila
Mandíbula
Ponce
63
Escolha do Diagrama
ESTREITO - É utilizado principalmente para
pacientes adultos com retrações gengivais, os quais
não serão tratados nem com expansão nem com
disjunção assistida cirurgicamente. Nesses casos
aceitamos uma arcada mais atrésica.
64
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65
EXTRAÇÃO EM ORTODONTIA
71
72
milímetro de retração
dos incisivos
superiores aumenta-se
1.630.
Angulo nasolabial
73
Casos Borderline
Casos bordeline são aqueles que podem ser
tratados com ou sem extração. Sem dúvida são os mais
Sorriso gengival
difíceis de se planejar, porque estão no limite entre as
duas opções. Quando o paciente apresenta classe I,
grande apinhamento (maior que 10mm), grande
Os melhores tratamentos para grandes sorrisos
biprotrusão (ângulo interincisivo menor que 100o), falta
gengivais ainda são os cirúrgicos, já que é difícil
de vedamento anterior e lábio inferior à frente do plano
realizar grandes intrusões com controle na arcada
estético, é fácil observar a necessidade de extração.
superior. Recentemente, foram publicados na
Por outro lado, se ele apresenta apinhamento ou
literatura científica alguns casos de sorriso gengival
pequena biprotrusão, provavelmente será tratado sem
tratados com intrusão de dentes superiores
extração; se apresenta um pouco de biprotrusão,
utilizando-se mini-implantes para ancoragem (ver o
pequeno apinhamento e, ainda, canino ectópico,
capítulo sobre ancoragem com mini-implantes).
talvez ele possa ser tratado com ou sem extração.
Temos tido a oportunidade de observar o
Vedamento labial
desenvolvimento de vários ortodontistas e
A falta de vedamento labial quando em repouso percebemos que existe entre eles uma tendência,
também pode ser resultado da biprotrusão e indica quando estão no início da carreira, de lutar com todas
tratamento com extração. as forças para não realizar extrações. Com o passar
É importante ainda ressaltar que, mesmo que uma do tempo, descobrem que é muito mais fácil fazer
boa oclusão não determine uma boa estética, algumas as extrações, criar espaço e realizar o tratamento.
más oclusões, como biprotrusão, apinhamentos, Sinceramente esta também tem sido a nossa
experiência. Em casos bordeline, desde que não traga
dentes muito inclinados para lingual ou para vesti-
prejuízos à estética, normalmente temos optado pela
bular, irão influenciar negativamente a estética.
extração: é mais fácil de se tratar e de se obter uma
boa posição para os incisivos inferiores.
74
Sistema de
retração
75
O braquete de Alexander utilizado nos caninos Os incisivos devem ser retraídos com a alça de Bull,
é uma modificação dos braquetes de Lang no fio TMA® .016"x .022". A alça deve ter um tamanho
utilizados anteriormente, e a vantagem de sua ideal entre 10 e 11 mm e ser confeccionada fechada.
utilização é o total controle de rotação do canino Para se ativar a alça, deve-se puxar o fio com o alicate
durante a retração do mesmo. Weingart na distal do tubo do molar superior até a alça
abrir 2mm. Esta ativação vai proporcionar uma força
media de apenas 100 grama ( 25 grama por dente).
76
Classe I
Em nossa técnica, na maioria das vezes, dos primeiros pré-molares inferiores, devido à
realizamos extrações em pacientes classe I quando força dos lábios contra os dentes inferiores
encontramos casos de biprotrusões e apinhamentos, anteriores, haverá grande tendência de o canino
nos quais o perfil está claramente convexo e ser direcionado para o espaço onde estava o
desagradável. Assim, como as extrações são primeiro pré-molar que foi extraído.
realizadas com o objetivo de retruir o perfil,
extraímos os quatro primeiros pré-molares e
trabalhamos com um sistema de baixa fricção,
buscando não permitir a perda de ancoragem dos
dentes posteriores durante a retração dos caninos
e incisivos. Utilizamos, assim, todo o espaço obtido
com as extrações para a melhora do perfil do
paciente, dentro dos conceitos observados
anteriormente.
OBS: É importante observar que quando
realizamos o tratamento com as extrações dos
quatro primeiros pré-molares, os segundos A arcada inferior antes da extração apresenta apinhamento
anterior e completa falta de espaço para o nivelamento
pré-molares deverão estar fixados com a altura
de 4,5mm e não com a altura de 4mm, como
fazemos em casos sem extração, para que os
caninos não fiquem muito extruídos em
relação aos pré-molares.
Tendência de Movimentação
Espontânea dos Dentes
Quando se realiza a extração dos primeiros pré-
molares superiores, é indicado adaptar o Botão de
Nance o mais rápido possível, para que não
aconteça mesialização dos dentes posteriores. Na
Após a extração dos 1os pré-molares inferiores, os caninos
mandíbula, a tendência de mesialização dos vão espontaneamente para distal e ocupam o local da
posteriores é muito pequena em relação à extração
distalização dos dentes anteriores, principalmente
nos casos em que existem apinhamentos nos
incisivos e caninos mandibulares. Com a extração
77
Classe II
Normalmente só realizamos extrações em os caninos em chave de classe I e os molares
“pacientes classe II” quando apresentam classe II engrenados em classe II.
maxilar, ou seja, a maxila posicionada anteriormente. O espaço da extração é utilizado para diminuir
Também podemos extrair quando as bases ósseas o overjet e a mecânica de retração é a mesma da
estão equilibradas, ou quando os dentes posteriores classe I. Poderemos ainda optar pela extração do
mesializaram. Nesses casos, extraímos os primeiros segundo pré-molar inferior, para obtermos também
pré-molares superiores e terminamos os casos com a chave de classe I de molar.
1 2
3 4
78
Classe III
Em “pacientes classe III” são realizadas extrações Esse tratamento só poderá ser realizado em
apenas quando se busca corrigir a mordida cruzada pacientes com pequeno overjet negativo ou em topo,
anterior e colocar os caninos em classe I. Em casos quando as bases ósseas estão próximas.
nos quais os incisivos inferiores estão compro-
O tratamento de “pacientes classe III” adultos é
vadamente vestibularizados, será possível optar pela
muito limitado e só deve ser feito em situações em
extração dos primeiros pré-molares inferiores.
que o paciente já está devidamente esclarecido sobre
as mudanças estéticas, que serão suaves. Tais
pacientes geralmente demonstram muita expectativa
de mudança estética com o tratamento, o que, muitas
vezes, só a cirurgia ortognática pode oferecer.
Se os incisivos inferiores estão vestibularizados pode-se Se os incisivos inferiores estão lingualizados, o tratamento
tentar a “camuflagem” com a extração dos 10 pré-molares através de extração na arcada inferior é contra-indicado
79
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desvios mais simples, basta utilizarmos o elástico de de classe II de um lado e classe I do outro. Se
linha média anterior 1/4" ou 3/16" médios, que deve encontrarmos desvio de linha média e classe III do
ser posicionado de um canino superior ao canino in- lado oposto ao desvio, provavelmente o desvio será
ferior do lado oposto. Devido a sua posição muito tratado com elástico de classe III de um lado e classe
anterior no arco, esse elástico pode ser utilizado I do outro.
apenas à noite.
É importante lembrar que a rotação da mandíbula
Quando o paciente apresenta grande desvio de só será obtida se o paciente for destravado tanto
linha média mandibular, normalmente o lado para o transversal quanto verticalmente. Então, antes de
qual ocorre o desvio se encontra em classe II. utilizarmos esses elásticos, precisaremos corrigir as
Quando isso acontece, devemos utilizar o elástico mordidas cruzadas posteriores e as sobremordidas.
Antes do tratamento
Rotacionando a mandíbula com elástico de classe II do lado esquerdo, e de classe III do lado direito
Após o tratamento
d) Elástico de classe II
O elástico de classe II se posiciona
do primeiro molar inferior até o canino
superior do mesmo lado. Para um
tratameto ideal, devemos aplicar uma
força de 200 a 250 gramas, com elásticos
1/4" ou 3/16" médios. Existem duas
utilizações básicas dessa mecânica: para Elástico de classe II
avanço mandibular ou para aumentar a (1/4" ou 3/16"
ancoragem na maxila. médios)
87
1. Avanço Mandibular
Podemos fazer a tentativa de avanço
em duas situações: quando estamos
tratando pacientes jovens (o
crescimento ósseo pode ser
estimulado) e nos casos de pacientes
Antes do
adultos que estão com a mandíbula avanço com
travada posteriormente, o que pode elástico de
classe II
ser percebido pela cefalometria,
através do fator posição do ramo e/
ou pela radiografia transcraniana ou,
ainda, pela tomografia das ATMs.
Quando formos avançar a man-
díbula, devemos corrigir a arcada
verticalmente, utilizando para isso a
curva reversa no arco inferior, antes Depois do
avanço com
de iniciarmos o avanço. elástico de
classe II
Reforço de
ancoragem com
elástico de classe II,
durante a retração
dos incisivos com a
alça de Bull
88
89
Utilização do elástico
de finalização
Após a finalização
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94
95
HISTOFISIOLOGIA DO
AVANÇO MANDIBULAR
O avanço mandibular tem sido proposto para o perior e mesialização dos dentes na mandíbula, e
tratamento da classe II desde o início do século por isso, a estabilidade do avanço tem sido
passado. Na Europa seu desenvolvimento ocorreu questionada por diversos autores. Com o objetivo
precocemente com o surgimento de alguns aparelhos de entender melhor a remodelação nessas estruturas
ortopédicos funcionais, como o ativador de Andresen e os aspectos relacionados à estabilidade do avanço,
e o monobloco de Pierre Robin15. será preciso estudar os tecidos e células envolvidas
nesse processo.
Temos utilizado os aparelhos ortopédicos para
avanço mandibular em muitas crianças entre 7 e 11 Quando observamos o côndilo histologicamente,
anos de idade para a correção das classes II verificamos a superposição de quatro camadas
mandibulares e podemos constatar sua eficácia não só distintas à primeira; a superfície articular é de tecido
na correção desse tipo de má oclusão, como também conjuntivo denso fibroso (TCDF) e contém
na manutenção do ganho ortopédico obtido por eles. fibroblastos, fibrócitos e um grande número de fibras
colágenas entrelaçadas, apesar de apresentar muito
Após experimentarmos vários propulsores
mais fibras colágenas do que células (fibroblastos e
mandibulares, atualmente utilizamos em nossa
fibrócitos). O TCDF é o tecido que melhor suporta
clínica o Aparelho Propulsor Mandibular (APM),
as pressões que a articulação está sujeita, e por isso
criado por Coelho Filho, no qual efetuamos algumas
protege as outras camadas subjacentes. Outra função
poucas modificações para atingirmos objetivos
desse tecido é nutrir e oxigenar as camadas
específicos. A montagem do APM, indicações, tempo
cartilaginosas que estão abaixo dele, já que o tecido
de uso e todas as demais informações sobre ele estão
cartilaginoso não possui vasos e nervos. A segunda
no capítulo XVIII.
camada é de proliferação de células mesenquimais
ou indiferenciadas, as quais possuem grande
Função e remodelação quantidade de células que irão formar o tecido
do côndilo cartilaginoso. Logo abaixo podemos observar a zona
A utilização dos aparelhos para avanço mandibu- de pré-condroblastos, seguida de zona de
lar, sejam eles de uso contínuo ou intermitente, condrócitos hipertróficos na área de fibrocartilagem
provoca aumento tecidual tanto nos côndilos quanto e redução na matriz cartilaginosa; e nas camadas
na fossa mandibular, além de efeitos relativos aos mais inferiores ocorre mineralização da cartilagem,
deslizes dos dentes no osso alveolar, com a seguida da apoptose (morte programada) dos
tendência de distalização dos dentes da arcada su- condrócitos, abrindo espaço para o início da
97
98
retrodiscal superior, com suas fibras elásticas, claro que quanto mais jovem for o paciente e quanto
tensionam o periósteo anterior, promovendo estímulo mais posteriormente e rotacionado estiver o côndilo,
para que os osteoblastos depositem matriz óssea não- mais fácil será a correção e melhor a estabilidade
mineralizada na área adjacente. Pelo fato de o pós-tratamento. Entretanto, se o paciente tiver mais
estiramento do periósteo e das fibras de Shapey serem idade e tiver o côndilo centralizado na fossa, ou
mantidos por vários meses distendidos, o tecido não- posicionado anteriormente, ele poderá não re-
mineralizado, basicamente colágeno começa a se sponder de forma positiva à mecânica com o
mineralizar com a deposição dos sais de cálcio em propulsor mandibular.
torno dos osteoblastos, isolando-os no meio da matriz
óssea agora mineralizada e fazendo com que os
osteoblastos, antes células em grande produção,
Estabilidade do avanço
transformem-se nos osteócitos que passam a ser mandibular
nutridos não mais em função do periósteo, mas através A estabilidade do avanço mandibular induzido a
dos seus prolongamentos (gap junction) pela matriz partir do uso do propulsor ou dos aparelhos
óssea mineralizada. ortopédicos tem sido largamente estudada. Para que
haja mineralização da matriz óssea não-mineralizada,
Com base nessas afirmações, podemos supor que
a estabilidade do crescimento na fossa estaria precisaremos observar alguns fatores:
relacionada à manutenção do avanço por tempo
1. Manutenção da posição anteriorizada da
suficiente para ocorrer a mineralização da matriz
mandíbula
óssea. Outros autores relacionam ainda a
Após o avanço mandibular, a mandíbula
manutenção do avanço por no mínimo um ano e a
deverá ser mantida em uma posição mais
estabilidade oclusal pós-tratamento ao sucesso
avançada por pelo menos um ano. Se o
clínico dessa opção terapêutica16,18. Apesar de o
paciente estiver utilizando o propulsor ou o
crescimento na fossa não ser muito grande, ele
elástico de classe II após a obtenção da
colabora para o aumento póstero- anterior e para a
posição ideal, iremos mantê-lo com elástico
obtenção da classe I.
triangular até que seja completado um ano de
avanço. Se o avanço foi feito com aparelho
Indicação do avanço ortopédico funcional, devemos continuar seu
uso pelo mesmo tempo.
mandibular
Indicamos o tratamento com propulsores 2. Manter a estabilidade oclusal
mandibulares para todos os casos de classe II man- Para isso, precisaremos checar se existe
dibular. Nessas situações clínicas, os pacientes alguma interferência na área dos incisivos ou
geralmente estão submetidos a algum tipo de algum contato prematuro logo após o avanço
travamento dentário transversal ou vertical, o qual e, caso haja, teremos de retirá-los.
precisa ser corrigido antes do uso dos propulsores. A instabilidade oclusal pós-avanço tem sido
Rotineiramente, pedimos radiografias transcranianas descrita como a maior causa de recidiva do
da ATM ou tomografia computadorizada, buscando avanço.
observar a posição em que se encontra o côndilo. 3. Contenção específica
Em um paciente com o côndilo mais Pacientes que foram submetidos a avanço
posteriorizado, o simples fato de destravar a mandibular deverão utilizar uma placa de
mandíbula pode ser o suficiente para que ele alcance acrílico superior com batente nos incisivos
a posição de classe I. Se o paciente apresenta o inferiores ou aparelho de Planas durante a fase
côndilo posicionado mais anteriormente, ou de contenção.
centralizado, a possibilidade de remodelação será
maior, devido ao contato do côndilo com a superfície
da eminência articular. Clinicamente, nos parece
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PROPULSOR MANDIBULAR
A maior parte dos pacientes que buscam O propulsor promove, durante a terapia de
tratamentos ortodônticos apresentam má oclusão correção da classe II, um distanciamento entre
classe II, a qual pode ser o resultado de inúmeras os pontos de apoio, proporcionando uma
combinações de componentes esqueléticos e dento- alteração da postura da mandíbula para anterior
alveolares15. pela ação da força muscular e a distalização dos
A maioria dos indivíduos com uma relação dentes da maxila.
esquelética de classe II possuem um componente
de deficiência mandibular causado por uma Histórico
mandíbula pequena ou por uma mandíbula de Em 1905, Emil Herbst6 apresentou, no Congresso
tamanho normal localizada posteriormente. Uma Internacional de Odontologia de Berlim, um aparelho
possibilidade de tratamento pressupõe a utilização fixo funcional para tratamento da classe II com
de aparelhos funcionais que irão estimular o retrognatia mandibular, que se propunha a manter a
crescimento mandibular17. mandíbula em uma posição continuamente
Por mais paradoxal que possa parecer, até a protruída.
década de 1970 as más oclusões classe II eram, via Em 1934, Herbst e Schwarz6 apresentaram uma
de regra, tratadas apenas com exodontia ou AEB, série de artigos, nos quais o aparelho era usado com
independentemente do componente afetado, o qual mais freqüência: em indivíduos com classe II por
passou a ser identificado a partir dos anos 1980, retrusão mandibular; para facilitar a cicatrização após
para direcionar a terapia. fratura do ramo, como estímulo na formação de uma
Ao longo da história, uma série de sistemas de nova articulação, após cirurgia da cabeça do côndilo
aparelhos fixos e removíveis para correção desse tipo mandibular.
de má oclusão tem sido indicada. Entretanto, após 1934 muito pouco foi publicado
Alguns autores justificam a utilização de ou mencionado sobre o Aparelho de Herbst, e então
aparelhos funcionais fixos (Herbst, APM, Jasper seu método de tratamento foi esquecido. Somente
Jumper), por acreditarem que eles podem em decorrência das investigações e publicações de
proporcionar um crescimento mais harmônico en- trabalhos de autores como Pancherz e Hagg6 (1985),
tre as bases ósseas. Muitas vezes também atribui- entre outros, é que a partir de 1979 houve maior
se a esses dispositivos a capacidade de divulgação e utilização desse aparelho. Esses
redirecionar e estimular o crescimento mandibu- trabalhos parecem ter incentivado a criação de
lar, proporcionando uma sensível melhora no diversos outros tipos de aparelho que utilizam a
perfil facial3,14,19. mesma concepção mecânica.
105
106
Detalhes importantes:
• As bandas precisam estar bem adaptadas para
suportar as cargas que incidirão sobre elas;
• Reforçar as soldas nos tubos superiores;
• Jatear as bandas por dentro com óxido de
alumínio, para aumentar a retenção.
Marcar a haste na mesial do helicóide inferior
Componentes do propulsor
O propulsor é composto de: Dobra-se a ponta da haste mandibular em 90º e
a introduz no helicóide, no sentido línguo-vestibu-
a) Haste mandibular confeccionada com fio de aço lar, medindo-a com a haste maxilar para cortá-la e
de 1,0mm, de comprimento aproximado de inserindo-a posteriormente na mesma.
30mm, no qual se adiciona solda prata em uma
das extremidades. Uma dobra de 90o será feita e
servirá para adaptá-la ao helicóide do fio de aço
.017"x .025" inferior;
Componentes do propulsor
107
108
Adaptação do propulsor
109
Face pós-tratamento
Oclusão pós-tratamento
Oclusão inicial
Adaptação do propulsor
Face pós-tratamento
Oclusão pós-tratamento
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ARCO VESTIBULAR
A expansão maxilar é prática muito comum na ainda, os aparelhos para expansão rápida da maxila,
Ortodontia e tem sido utilizada há muitos anos. O que são ativados com mais freqüência e utilizados
primeiro tratamento com expansor, que era um tipo em casos nos quais se deseja a abertura da sutura
de arco lingual, foi realizado por Lefoulon10 em palatina mediana.
1841.Quando Angle1, em 1890, apresentou o “arco
A maioria dos aparelhos expansores tem a
E”, ele sugeriu que o mesmo fosse ativado
tendência de vestibularizar os dentes em que estão
transversalmente, no sentido de expandir as arcadas
apoiados durante suas ativações e, com isso criar
e corrigir discrepâncias transversas.
prematuridades nos dentes posteriores. Outro
Entre as discrepâncias transversas encontramos a problema que afeta a maioria dos expansores é a
atresia maxilar e a mordida cruzada posterior. A recidiva da expansão, cuja quantidade pode variar
correção dessas más oclusões deve ser realizada dependendo do protocolo que foi utilizado, mas
ainda na primeira fase do tratamento na dentição sempre alguma recidiva é esperada.
permanente. Se necessário, em conjunto com a
O expansor que utilizamos com mais
correção dos problemas verticais, mas sempre antes
freqüência é o Arco Vestibular, que se caracteriza
da correção dos problemas ântero-posteriores.
por ser de confecção bastante simples e muito
Existem vários tipos de aparelhos fixos e eficiente. Na realidade, ele pode ser comparado à
removíveis capazes de realizar esse tipo de parte interna do arco do aparelho extra-oral, com
tratamento: entre os removíveis, os mais utilizados algumas poucas modificações. Esse também é o
são as placas com torno expansor, que são motivo desse aparelho ser tão pouco divulgado,
estabilizadas com grampos; e entre os expansores uma vez que muitos ortodontistas utilizam o arco
fixos, temos o Porter, o Quadrihélice, o Bihélice ou, interno do extra-oral para fazer expansão.
117
Descrição
Indicação
O arco vestibular é confeccionado com
fio de aço 1.0mm contornando o maxilar O arco vestibular é para pacientes em
aproximadamente 3mm acima da cervical dentição permanente com atresia maxilar
dos dentes. Na mesial do tubo do primeiro acompanhada ou não de mordida cruzada
molar superior serão realizadas duas posterior uni ou bilateral, durante a fase de
dobras de 90 0: a primeira para baixo nivelamento, logo após a adaptação do arco
(oclusal) e a segunda para trás (distal), com de nitinol .017" x .025", principalmente em
a finalidade de facilitar a adaptação no pacientes que apresentam a base da maxila
tubo extra-oral (.051") dos tubos triplos ampla (sem palato ogival) e os molares
superiores, os quais têm a respectiva inclinados para lingual.
entrada posicionada mais para oclusal.
118
119
Mordida cruzada posterior funcional do lado direito e desvio de linha média inferior para a direita
MINI-IMPLANTES COMO
ANCORAGEM ORTODÔNTICA
127
Densidade óssea
Podemos utilizar cabeças de qualquer formato, A densidade óssea é um fator determinante para
desde que adequado para a necessidade do caso. Os a estabilidade primária13. Se a densidade óssea for
primeiros mini-implantes utilizados apresentavam a baixa e a cortical muito fina, o mini-implante não
cabeça muito grande e provocavam mais ulcerações suportará cargas sobre ele, e o sucesso do caso estará
na mucosa em contato com a cabeça, depois comprometido.
surgiram alguns com a cabeça extremamente
A densidade óssea foi classificada em cinco
pequenas, que também causavam o mesmo
grupos, chamados D1, D2, D3, D4, D5. O osso com
problema. O ideal é utilizar um mini-implantes de
densidade D1 é um osso que apresenta uma cortical
cabeça média e bem arredondada. Quanto ao perfil
bastante espessa, com trabeculado ósseo denso e
transmucoso, optamos pelos curtos e médios. Em
pouca irrigação. Uma vez obtida a estabilidade
relação à ponta ativa, escolhemos as mais agudas,
primária, suporta grandes cargas, por ser altamente
denominadas autoperfurantes, o que dispensa, a
mineralizado.
utilização de brocas para sua instalação.
O osso D2 apresenta a cortical densa e porosa.
Os implantes são fixados e mantidos no osso
Com boa vascularização e ótima cicatrização, é o
através da osteointegração, enquanto os mini-
melhor tipo de osso para realizar o mini-implante e
implantes são mantidos por estabilidade primária,
obter uma estabilidade primaria satisfatória.
que é a quantidade de fixação do implante ao osso
conseguida logo na sua adaptação. Estudos com No osso D3, a cortical é fina e o trabeculado é
animais16 sugerem que um osteointegração parcial composto de trabeculado fino também no seu inte-
pode acontecer em alguns casos de microimplante, rior. Apresenta-se muito poroso, e, por isso, com
mas sem chegar a dificultar a retirada do mesmo, na maior risco de não se obter estabilidade após a
maioria dos casos. Observamos que quanto mais implantação do mini-implante.
128
Carga
O mini-implante tem várias aplicações clínicas
que iremos descrever em nosso protocolo e suporta
cargas de até 450g. Entretanto, em ortodontia, forças
intra-bucais, não devem exceder a 300g, portanto,
Densidade óssea iremos trabalhar com forças abaixo deste limite.
129
Mesmo em casos onde o profissional vai "abrir Elástico em cadeia ou da mola fechada de nitinol
mão" do guia cirúrgico, fazer uma radiografia peri-
Apesar de o elástico em cadeia ser mais
apical antes do procedimento cirúrgico é obrigatório.
barato e simples de se colocar, ele produz forças
Em alguns casos não existe nenhum espaço possível
mais pesadas, que declinam rapidamente em
para a inserção do mini-implante.
poucas horas, devido à degradação do elástico
pelos componentes da saliva. A mola fechada
Anestesia
de nitinol proporciona uma força mais leve e
Como na maioria dos procedimentos cirúrgicos constante, no entanto, os dois sistemas podem
intra-orais, inicialmente aplicamos o anestésico ser utilizados, dependendo das características
tópico e, em seguida, a anestesia infiltrativa. pessoais de cada caso.
Geralmente com pouco anestésico (1/3 do tubo)
será possível anestesiar o tecido mole no local de
inserção, o que é o nosso objetivo. O anestésico
deverá ser injetado até que haja uma isquemia do
tecido gengival. Se durante a inserção houver dor
por parte do paciente, provavelmente o mini-
implante pode estar tocando no ligamento periodon-
tal ou está muito próximo dele. Se isto ocorrer, o
melhor é reavaliar a posição de inserção. O paciente
deve ser informado antes do procedimento que
130
131
132
133
4. Verticalização e desimpacção de
molares
Em casos de inclinação dos segundos molares por
perda precoce dos primeiros, podemos verticalizar
estes dentes, utilizando um mini-implante na distal
do segundo molar e um botão colado na vestibular
dos mesmos.
Verticalização de molares
134
Após a intrusão
135
Inicial
Início da intrusão
136
Este protocolo que acabamos de apresentar é o Os locais de inserção sugeridos nesse capítulo
que indicamos para o ortodontista que está iniciando foram feitos de acordo com a experiência de muitos
no uso de mini-implantes. Inúmeras variações profissionais citados na literatura, como também em
podem ser feitas a partir destas idéias propostas. nossa prática diária. Portanto, o local de inserção e
Algumas variações serão exigidas pelas limitações o nível de força podem variar de paciente para
dos casos. Por exemplo, algumas vezes sugerimos a paciente, dependendo do tipo de densidade óssea
inserção na mesial dos primeiros molares superiores, de cada indivíduo e o nível de perda óssea que
mas em certos casos após o rx inicial percebemos porventura seja encontrado.
que não existe espaço suficiente para inserção neste
nicho, o que fazer ? provalvelmente vamos optar
por inserir o mini-implante na distal do primeiro
molar e não na mesial como está proposto no
protocolo.
Ao ler este protocolo, é fácil observar que em
nenhum caso sugerimos a inserção pelo palato por
considerarmos este procedimento um pouco mais
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Em 1889 Angle classificou o primeiro molar ou restaurações extensas, com lesões periapicais,
permanente como dente “Chave de Oclusão”, com próteses e até mesmo com sua ausência. Sendo
certamente por se tratar do dente mais importante assim, devemos avaliar a possibilidade de extrair
para a estabilidade da dentição e também por servir esses dentes comprometidos, ao invés dos primeiros
de guia para a irrupção dos demais dentes pré-molares saudáveis, desde que seja executado um
permanentes. A perda deste elemento dentário pode diagnóstico minucioso e observando-se as indicações
trazer conseqüências sérias para o desenvolvimento para cada caso.
da oclusão.
Existem, entretanto, casos em que a perda
Há muito tempo fala-se em extrações de molares prematura dos primeiros molares permanentes
permanentes para tratamento ortodôntico, mas induzirá à migração dos dentes adjacentes para o
devemos considerar a condição clínica deste dente espaço do dente perdido, com extrusão dos dentes
e sua má oclusão. Existem poucos relatos na antagonistas, aumento da curva de Spee, contatos
literatura a respeito desse assunto: se indicava a prematuros, problemas periodontais etc.
extração dos primeiros molares permanentes
Muitas vezes o fechamento desse espaço por
quando os mesmos apresentavam cáries – e as
meio de tratamento ortodôntico é viável e favorável
extrações deveriam ser realizadas em época ideal,
para o paciente, uma vez que não haverá necessidade
antes da irrupção do segundo molar permanente,
de implantes ósteo-integrados e próteses.
porque estes assumiriam rapidamente a posição
do primeiro molar, facilitando assim a mecânica Serão abordadas a seguir as indicações, contra-
ortodôntica – ou em casos discrepantes, com indicações, vantagens e desvantagens de tais
grandes apinhamentos e na presença de mordida procedimentos, além da técnica para o fechamento
aberta anterior. do espaço, na qual o principal fator a considerar será
a oclusão final balanceada e funcional, aliada a um
No tratamento ortodôntico no qual são
resultado facial satisfatório.
necessárias extrações, normalmente os dentes
extraídos são os primeiros pré-molares permanentes.
Entretanto, algumas situações deveriam ser
consideradas, principalmente no que diz respeito à
condição de saúde dental do indivíduo. Muitas vezes
nos deparamos com os primeiros molares com cáries
143
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ANÁLISE 12
CEFALOMÉTRICA
JOÃO BOSCO VAZ LANNA
ALEXANDRE PONCE
149
O Orbitário: o ponto mais inferior do rebordo 4. Gn Gnátio (virtual): intersecção entre o plano
facial e o plano mandibular;
orbital;
5. Xi Centro geométrico do ramo mandibular;
Pt Pterigóideo: localizado na interseção da borda
inferior do forame redondo do esfenóide com 6. Go Goníaco (virtual): intersecção entre o plano
a parede posterior da fossa pterigomaxilar; mandibular e a tangente à face posterior
do ramo mandibular.
P Pório: ponto localizado na porção mais supe-
rior do conduto auditivo externo;
Planos
Ba Básio: ponto mais inferior e posterior da região
1. Plano de Frankfurt – Plano passando pelos
anterior do forame magno do occipital;
pontos pório e orbitário;
Po Pogônio: ponto mais anterior da sínfise man-
2. Plano Pterigóideo Vertical – Plano perpendicu-
dibular;
lar a Frankfurt passando por Pt;
Pm Protuberância Mentoniana: um ponto 3. Plano de Base de Crânio – Plano passando
selecionado na borda anterior da sínfise, en- pelos pontos básio-násio;
tre os pontos B e Po, onde a curvatura passa
4. Plano Facial – Násio ao pogônio;
de côncava para convexa;
5. Plano A-Po – Plano dento-maxilar entre ponto A
Ena Ponta da espinha nasal anterior da maxila;
e pogônio;
Enp Espinha nasal posterior da maxila;
6. Plano Estético – Plano que tangencia a ponta do
Me Mentoniano: ponto médio inferior situado nariz e o mento (tecidos moles);
sobre a curvatura da sínfise; 7. Plano Mandibular – Plano que tangencia a
Go Gônio: ponto mais inferior e posterior do ramo borda inferior da mandíbula na sua porção mais
ascendente. posterior, passando pelo ponto mentoniano;
153
8. Plano do Eixo Facial – Plano que passa entre Planos que utilizam o ponto Xi
gnátio virtual e pt;
16. DC – Xi: Eixo do côndilo mandibular;
9. Plano Oclusal Funcional – Plano que passa pela
17. Xi – PM: Eixo do corpo da mandíbula;
intercuspidação dos segundos pré-molares e
primeiros molares; 18. Xi – ENA;
Campo I
O Problema Dentário
1. Relação molar
É a distância entre as superfícies distais dos molares superiores e inferiores,
medida ao longo do plano oclusal.
Norma Clínica: CL I = -3 mm;
CL II = maior que 0 mm;
CL III = -6 mm.
DC = ±3.0 mm
Interpretação: Define se o molar está em classe I, II ou III. Se o
molar está de topo é = 0, o que já é considerado classe II.
154
2. Relação canina
É a distância entre as cúspides dos caninos superiores e inferiores,
medida ao longo do plano oclusal.
Norma Clínica: CL I = - 2.0 mm;
CL II = +1.0 mm;
CL III = - 5.0 mm.
DC = ±3 mm
Interpretação: Define a relação canina; infelizmente em pacientes jovens esta medida
dificilmente é visualizada, devido à posição muito alta do canino.
3. Overjet
É a distância entre as borda incisais dos incisivos, medida ao longo do plano oclusal.
Norma Clínica: 2.5mm.
DC = ±2.5 mm
Interpretação: Um valor negativo indicará uma mordida cruzada anterior.
4. Overbite
É a distância vertical entre as bordas incisais dos incisivos,
medida perpendicularmente ao plano oclusal.
Norma Clínica: 2.5mm.
DC = ±2.0 mm
Interpretação: Valores negativos indicam mordida aberta anterior;
valores positivos indicam sobremordida.
6. Ângulo interincisivo
É o ângulo formado pelo longo eixo dos incisivos centrais superior e inferior.
Norma Clínica: 130º – Caucasianos
120º – Negros
125º – Latinos
DC = ±6 mm
< 124 º = Biprotrusão
> 136º = Biretrusão
155
Campo II
O Problema Esquelético
7. Convexidade
É a distância do ponto A ao plano facial, medida perpendicularmente ao mesmo.
Norma Clínica: 2.0 mm (diminui 0.2 mm ao ano)
DC = ±2.0 mm
Interpretação: Medida aumentada indica padrão esquelético de classe II.
No entanto, na classe II maxilar, quando a profundidade facial se
apresentar normal, esta medida será importante para definir se
a maxila está avançada.
O ponto A, por ser alveolar, pode ser modificado por:
1. torque e inclinação dos incisivos e
2. atresia maxilar (4/4 diminuído)
Campo III
Relação Dentes / Maxilares
9. Posição do molar superior
É a distância do PTV à superfície distal do molar superior.
Norma Clínica: Idade +3.0 mm.
Idade Limite: Masculino até 18.5 anos;
Feminino até 15.5 anos
DC = ±3 mm
156
157
Campo IV
O Problema Estético
16. Protrusão do lábio inferior
É a distância linear entre o lábio inferior e o plano estético de Ricketts.
Norma Clínica: -2.0 mm (diminui 0.2 mm/ano).
DC = ±2.0 mm
158
Campo V
Relação Crânio / Face
19. Profundidade facial
É o ângulo formado entre o Plano de Frankfurt e o Plano Facial.
Norma Clínica: 87º aos 9 anos (aumenta 1º a cada 3 anos)
DC = ±3º
159
160
Campo VI
Estruturas Internas
26. Desvio craniano
Ângulo formado pelos Planos BA–NA e Frankfurt.
Norma Clínica: 27º
DC = ±3º
Interpretação: O ângulo aumenta quando o ponto
Pório “sobe”; se o Pório sobe, também
leva consigo a fossa mandibular e, conseqüentemente,
o côndilo. Neste caso, teremos a mandíbula retroposicionada.
Ângulo aumentado: Classe II estrutural;
Ângulo diminuído: Classe III estrutural.
161
162
Interpretação da análise
cefalométrica de Ricketts
Em 1960, quando Dr. Robert M. Ricketts iniciou isso, devemos buscar dentro dos dados cefalomé-
a publicação de seus artigos que iriam em conjunto tricos apenas os fatores relacionados aos problemas
formar sua cefalometria nos moldes atuais, ele tinha encontrados no modelo de estudo e que, na sua
como preocupação principal que ela fosse uma quase totalidade, podem ser divididos em três
ferramenta importante no diagnóstico e plano de grupos distintos:
tratamento de seus pacientes, bem como um
1. Problemas horizontais: alterações na relação
mecanismo que o ajudasse a realizar uma análise
entre o arco superior e inferior no sentido
do padrão de crescimento. Por ter sido aluno do Dr.
ântero-posterior. Ex.: chave de molar e
Willian Downs por um ano e fazer parte de seu staff
overjet.
por mais quatro, ele seguiu uma das idéias de
Downs, que dividira a cefalometria em duas: análise 2. Problemas verticais: diferenças no
dos problemas dentários e análise dos problemas relacionamento entre as arcadas no sentido
esqueléticos. Desta forma, Ricketts divide sua vertical. Ex.: sobremordida exagerada e
cefalometria em seis campos de avaliação, com trinta mordida aberta anterior.
e dois fatores. 3. Problemas transversos: apinhamento e
Ao nos depararmos pela primeira vez com uma atresia.
cefalometria que possui trinta e duas medidas
Para uma melhor compreensão dos dados
diferentes normalmente ficamos confusos, pois é
cefalométricos relacionados aos problemas
evidente que são dados demais. No entanto,
encontrados nos modelos de estudo e nas fotografias,
entendemos que a cefalometria não deve ser o ponto
dividimos a interpretação da análise cefalométrica
de partida do diagnóstico, mas uma ferramenta
de Ricketts em três partes:
auxiliar para definição dos problemas encontrados
através da análise descritiva das más oclusões vis- 1. Análise dentária: avaliação dos fatores
tas nos modelos de estudo, bem como dos seus relacionados à análise descritiva das más
efeitos sobre os tecidos moles do perfil do paciente, oclusões apresentadas nos modelos de
avaliados através da análise das fotografias. Por estudo.
163
164
No entanto, afirmar que o paciente possui Diante das afirmações acima chegamos a algumas
biproinclinação ou birretroinclinação quando conclusões:
encontramos alteração do ângulo interincisivo não Devemos avaliar a inclinação dos incisivos su-
é correto, pois essas alterações podem ser causadas perior e inferior para definir a causa da variação no
por alteração na inclinação do longo eixo de apenas ângulo interincisivo ou se sua normalidade está
um dos incisivos. Da mesma forma, quando o correta. Podemos observar as seguintes situações:
ângulo interincisivo expõe seu valor dentro da faixa
a. Ângulo interincisivo aumentado causado
de normalidade, não significa que tanto o incisivo
pela diminuição da inclinação dos longos eixos
superior quanto o incisivo inferior estejam com
dos incisivos superior e inferior:
suas inclinações de longo eixo normais. Sendo
birretroinclinação verdadeira;
assim, concluímos que a avaliação da medida do
ângulo interincisivo deve estar sempre associada b. ângulo interincisivo aumentado causado pela
aos fatores 12 e 13 (inclinação do longo eixo do diminuição severa da inclinação do longo eixo
incisivo inferior e superior). de somente um dos incisivos: retroinclinação
superior ou inferior;
4. Inclinação do incisivo inferior
c. ângulo interincisivo diminuído causado pelo
Esse ângulo mede a quantidade de inclinação aumento dos valores da inclinação dos longos
dos incisivos inferiores para vestibular e lingual. eixos dos incisivos superior e inferior:
Ângulo aumentado: proinclinação; ângulo biproinclinação verdadeira;
diminuído: retroinclinação. Seus valores de
d. ângulo interincisivo diminuído causado pelo
normalidade variam de acordo com a etnia e
aumento dos valores da inclinação de somente
tipologia facial do paciente.
um dos incisivos: proinclinação superior ou
a) Paciente dolicofacial severo: até 15o e inferior e
braquifacial severo: até 27o;
e. o ângulo interincisivo pode estar com seus
o o
b) Indivíduos caucasianos: 22 ; negros: 26 e valores normais, mas com proinclinação
misto: 24o. superior e retroinclinação inferior ou, ao
contrário, retroinclinação superior com
5. Inclinação do incisivo superior
proinclinação inferior; em ambos os casos,
Esse ângulo mede o grau de inclinação do incisivo devemos avaliar as arcadas isoladamente.
superior para vestibular e lingual. Ângulo aumentado:
proinclinação; diminuído: retroinclinação. Também II. Avaliação dos problemas verticais
possui variação de normalidade de acordo com a
1. Overbite
etnia e a tipologia facial.
Essa medida define em milímetros a relação en-
a) Indivíduos caucasianos: 28o; negros: 34o e
tre o incisivo superior e o inferior no plano vertical.
misto: 31o;
Valores maiores que a faixa de normalidade
b) o longo eixo do incisivo superior significam sobremordida exagerada, enquanto que
normalmente está paralelo ao eixo facial, valores negativos significam mordida aberta anterior
ficando mais retroinclinado nos indivíduos e ambos devem confirmar o que foi observado nos
dolicofaciais e proinclinado nos indivíduos modelos de estudo.
braquifaciais.
Quando encontramos valores alterados tanto para
Pacientes que apresentam variação no sobremordida quanto para mordida aberta, devemos
posicionamento ântero-posterior da mandíbula ou verificar o fator cinco da cefalometria de Ricketts,
da maxila poderão gerar alteração nos valores de ou seja, a extrusão do incisivo inferior – a qual serve
inclinação e protrusão dos incisivos superiores e para avaliar se o problema da sobremordida ou
inferiores. mordida aberta é causado pelo incisivo inferior –,
165
através da relação entre a incisal do incisivo inferior mordida aberta; mas, caso esteja diminuído,
e o plano oclusal. Valor aumentado significa significa uma infra-oclusão do molar superior,
sobremordida, valor negativo, mordida aberta. Em podendo ser causa de sobremordida.
caso de valor normal, concluímos que a má oclusão
de sobremordida ou mordida aberta foi causada pelo Análise Esquelética
incisivo superior.
I. Problemas ântero-posteriores (horizontais)
Entretanto, para que o valor encontrado na
Para melhor compreensão dos problemas
extrusão do incisivo inferior seja válido, precisamos
esqueléticos do paciente no plano horizontal
ter certeza de que o plano oclusal se encontra numa
dividimos esta avaliação em três áreas:
posição normal; para isso, devemos observar três
fatores da cefalometria de Ricketts que avaliam o 1ª) Perfil esquelético;
plano oclusal de diferentes formas: 2ª) Avaliação maxilar e
3ª) Avaliação mandibular.
1- Inclinação do plano oclusal
Avalia a inclinação do plano oclusal em relação
ao plano do corpo da mandíbula. Valor 1. Perfil esquelético
diminuído significa que o plano oclusal está Um dos pontos mais importantes da montagem
inclinado para baixo; do diagnóstico ortodôntico é a relação do perfil do
2- distância Xi-plano oclusal paciente – aquele que tanto o profissional quanto o
Mostra a posição vertical do plano oclusal. Valores paciente observam e que costumeiramente é a queixa
abaixo do ponto Xi mostram o plano oclusal principal – com o perfil ósseo. Qual a relação entre
muito baixo na região posterior, que é a base óssea e os tecidos que a recobrem? Qual o
característico de infra-oclusão dos molares reflexo nos tecidos moles de um problema ósseo?
inferiores e Qual a responsabilidade da posição das bases ósseas
sobre um problema do perfil mole do paciente?
3- relação estômio/ plano oclusal
Nossas áreas de atuação são dentes, maxila e
Determina a posição do plano oclusal na região
mandíbula. Por isso, precisamos relacionar a análise
anterior. Plano oclusal muito baixo em relação
cefalométrica com a análise do perfil.
ao estômio é característico de curva de Spee
acentuada, causada por inclinação dos molares Entre os fatores da cefalometria de Ricketts, a
e segundos pré-molares. medida que melhor define o perfil esquelético é a
convexidade. Ela é verificada através da distância
Observação:
entre o ponto A, que se localiza na maxila, e o plano
a) Através da medida da extrusão do incisivo facial, que é formado por outros dois pontos: o ponto
inferior e os fatores relacionados à avaliação da násio (localizado na base do crânio) e o ponto
posição do plano oclusal, podemos ter um pogônio (localizado na parte mais anterior da sínfise
diagnóstico diferencial entre a sobremordida da mandíbula). Através dessa medida podemos
causada por supra-oclusão dos incisivos observar a relação entre três pontos de regiões
inferiores ou pela infra-oclusão dos molares distintas da face, que podem ou não mostrar a har-
inferiores. monia do perfil esquelético do paciente.
b) As mordidas abertas e sobremordidas podem Dentre os possíveis resultados dos valores da
ser causadas pela supra-oclusão ou infra- convexidade, podemos classificá-los em três tipos
oclusão dos molares superiores. O ápice das de perfis ósseos:
raízes dos molares superiores deve estar 2 a
1º) Tipo I: perfil reto, característico de classe I, em
3mm abaixo do véu palatino, sendo observado
que o valor da convexidade está normal e existe
facilmente através da radiografia de perfil. Se
harmonia entre a base do crânio, a maxila e a
esse valor estiver aumentado, significa uma
mandíbula;
supra-oclusão do molar, podendo causar
166
2º) Tipo II: perfil convexo, característico de classe II C. perfil tipo III mandibular: protrusão da
e biprotrusão, em que o valor da convexidade maxila, mas com protrusão mais severa da
está aumentado e existe desarmonia entre as bases mandíbula, a qual deixa o perfil côncavo e
ósseas e D. perfil tipo III maxilar: boa posição da
3º) Tipo III: perfil côncavo, característico de classe mandíbula com a maxila retruída.
III, biretrusões severas e mordida cruzada simples Observação: Para concluirmos a classificação do
anterior, em que o valor da convexidade está perfil ósseo do paciente, precisamos realizar análise
negativo e existe desarmonia entre as bases ósseas. isolada da maxila e mandíbula, sem negligenciar seu
No entanto, após descobrirmos o tipo de perfil posicionamento ântero-posterior.
do paciente, ficamos com alguns questionamentos:
perfil tipo I, harmônico, significa boa posição das
Avaliação Maxilar
bases ósseas? Em casos dos tipos II e III, qual das 1. Profundidade maxilar
bases ósseas seria a causadora da desarmonia? Define a posição da porção anterior da maxila
Buscando respostas, podemos subdividir os três através do ângulo formado entre o plano Na/ ponto
tipos de perfil da seguinte forma: A e o plano de Frankfurt. Valores aumentados
significam protrusão maxilar, e valores diminuídos
Perfil Tipo I: significam retrusão maxilar.
A. Ortoinclinado: maxila e mandíbula bem
2. Distância 6-PTV
posicionadas em relação à base do crânio;
Medida linear entre a distal do 1o molar superior
B. retroinclinado: maxila e mandíbula
e o plano PTV; define a posição posterior da maxila.
retroposicionadas, mas com boa harmonia
no perfil esquelético e Observação: Embora essa medida seja dentária,
C. proinclinado: maxila e mandíbula protruídas, podemos considerá-la uma forma de avaliação
mas com boa harmonia no perfil ósseo. ântero-posterior da posição posterior da maxila,
quando não observarmos no modelo de estudo
Observação: Os casos de perfil retroinclinado e
migrações mesiais das hemiarcadas superiores.
proinclinado podem gerar, na avaliação dos tecidos
moles, aparência de tipos II e III, respectivamente.
Avaliação Mandibular
Perfil Tipo II: 1. Profundidade facial
A. Perfil tipo II mandibular: boa posição da Ângulo formado entre o plano facial e o plano de
maxila com retrusão mandibular; Frankfurt; define a posição da sínfise mandibular
B. perfil tipo II misto: maxila protruída com (pogônio) no sentido ântero-posterior. Valores
retrusão da mandíbula; aumentados significam protrusão mandibular e
valores diminuídos significam retrusão mandibular.
C. perfil tipo II mandibular: retrusão da maxila,
mas com retrusão mais severa da mandíbula, Observações:
o que deixa o perfil convexo e a) Numa avaliação horizontal da mandíbula,
D. perfil tipo II maxilar: boa posição da quando temos valores normais de profundidade
mandíbula com a maxila protruída. facial, não existe necessidade de observarmos
outros fatores que avaliam outras regiões da
Perfil tipo III: mandíbula no plano horizontal.
A. Perfil tipo III mandibular: boa posição da b) Alterações na profundidade facial podem
maxila com protrusão mandibular; estar associadas à rotação tanto anterior quanto
B. perfil tipo III misto: maxila retruída com posterior da mandíbula, as quais serão
protrusão da mandíbula; confirmadas através do fator 29 (posição do
167
168
Valor aumentado indica base óssea mandibular Observação: Não podemos dizer que a altura maxilar
e maxilar divergentes, o que caracteriza a mordida maior ou menor serve como diagnóstico de mordida
aberta; já valor diminuído significa bases ósseas aberta ou sobremordida, respectivamente.
convergentes, o que é uma característica das Acreditamos que o ângulo da altura maxilar serve
sobremordidas. para comparar uma harmonia entre o terço médio e
inferior da face.
Observações:
1ª) Quando temos mordida aberta anterior ou
3. Avaliação vertical mandibular
sobremordida exagerada, devemos fazer avaliação
da maxila e da mandíbula no plano vertical, para Ângulo do plano mandibular: medida angular
que possamos determinar qual das bases ósseas é a entre os planos mandibular e de Frankfurt, que nos
causadora da má oclusão e, no caso da mandíbula, mostra a relação vertical entre a mandíbula e a base
determinar se o problema é causado por rotação do crânio.
mandibular ou por crescimento alterado. Observações:
2ª) De acordo com o resultado das avaliações da 1ª) Quando o valor está aumentado significa que a
maxila e mandíbula podemos chegar aos seguintes mandíbula está inclinada para baixo, o que é uma
resultados: característica das mordidas abertas esqueléticas
a. Mordida aberta ou sobremordida causada mandibulares. No entanto, quando os valores estão
pela inclinação da maxila; diminuídos, significa que a mandíbula está inclinada
b. mordida aberta causada por rotação poste- para cima, o que é uma característica das
rior da mandíbula; sobremordidas esqueléticas mandibulares.
c. mordida aberta causada por crescimento 2ª) Valor aumentado relacionado com dolicofacial
vertical mandibular; e diminuído característico de braquifacial.
d. sobremordida causada por rotação anterior
da mandíbula; Arco mandibular: medida angular entre o eixo
e. sobremordida causada por crescimento do corpo da mandíbula e o eixo do côndilo man-
horizontal mandibular e dibular. Esse fator mostra a relação de crescimento
f. mordida aberta ou sobremordida mista, entre o corpo e o ramo mandibular.
causada por problemas mandibulares e
Observações:
maxilares.
1ª) Quando o valor está diminuído temos uma
mandíbula em que houve crescimento com
2. Avaliação vertical maxilar
predominância vertical entre o corpo e o ramo, tendo,
Inclinação do plano palatino: ângulo medido en- dessa forma, o ângulo goníaco mais aberto e
tre o plano palatino e o plano de Frankfurt; indica a podendo levar à mordida aberta esquelética. Isso
inclinação da maxila. Valor aumentado indica maxila também está relacionado à tipologia dolicofacial.
inclinada para cima, o que é uma característica das
mordidas abertas; valor diminuído indica maxila 2ª) Quando o valor está aumentado houve
inclinada para baixo, característica das crescimento de corpo e o ramo com predominância
sobremordidas maxilares. horizontal, levando a ângulo goníaco mais fechado
e à característica de sobremordida esquelética. Essa
Altura maxilar: ângulo formado pelos planos Na- alteração também é característica da tipologia
Cf e Cf-ponto A; esse fator mostra a relação entre a braquifacial.
maxila e a base do crânio no sentido vertical. Valores
aumentados mostram a maxila mais baixa e terço Conclusões sobre a análise vertical mandibular:
médio da face maior, que é característico dos a. As alterações na inclinação do plano man-
pacientes dolicofaciais; valores diminuídos mostram dibular nos mostram que existe mordida
a maxila mais alta e terço médio da face menor, aberta ou sobremordida exagerada esquelética
encontrado nos pacientes braquifaciais. devido à posição vertical da mandíbula;
169
177
analisados separadamente talvez não pareçam tão e mordida cruzada posterior unilateral ou que
evidentes, já que muitos dos nossos pacientes apresentam muitas prematuridades oclusais tem
apresentam estas más oclusões e não tem sintomas maior possibilidade de apresentar DTM. Entre os
de DTM. Por outro lado, são coincidentes com dolicofaciais apenas os classe III, principalmente
muitos de nossos achados clínicos. Pacientes os candidatos a cirurgia ortognática, apresentam
braquifaciais ou que fazem apertamento dental e sintomas quando submetidos ao exame clínico pré-
apresentam: classe II segunda divisão, sobremordida tratamento4.
178
CASO 1
Lado cruzado
179
CASO 2
Fotos da oclusão
180
181
Placa oclusal
confeccionada de forma
errada. A placa não cobria
a superfície dos segundos
molares inferiores e nem
dos incisivos
Após utilizar a placa por 1 ano, houve a extrusão dos segundos molares e a mandíbula
rotacionou para baixo e provocando a mordida aberta
Teleradiografia de perfil:
(1) antes da placa e
(2) após utilizar as placas
182
A extrusão dos segundos molares, posicionaram os côndilos mais para baixo. Quando foi solicitada esta radiografia da ATM, a
paciente apresentava: capsulite, sinovite e espasmos musculares
Os músculos mastigadores não reagem bem aos côndilos superiormente na fossa, o masseter e o
aumentos repentinos na dimensão vertical posterior. pterigóideo medial anterosuperiormente e os
Outro fator sugestivo deste posicionamento ideal nos pterigóideos laterais posicionam os côndilos
é revelado pela ação conjunta dos músculos horizontalmente contra o disco na parede posterior
mastigadores, na qual os temporais posicionam os da eminência articular.
183
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Da Descrição da Má Oclusão
ao Diagnóstico Final
Definindo os Objetivos do Tratamento
Fases do Tratamento sem Extração
na Dentição Permanente
Duração do Tratamento Ortodôntico
187
DIAGNÓSTICO E PLANO
DE TRATAMENTO
Fazer o plano de tratamento e cumpri-lo é, talvez, As fotos de frente e lados direito e esquerdo servem
uma das mais importantes metas que precisamos para verificar se o paciente é classe I, II ou III, se ele
observar no nosso dia-a-dia de clínica ortodôntica. apresenta mordida cruzada anterior e problemas
Esse processo tem início a partir do momento em verticais ou transversais. Dentre as extra-orais, as
que o paciente entra em nossa clínica, quando, então, fotografias da face de frente servem para observarmos
observamos sua face, sua postura e seu sorriso. Con- as assimetrias faciais; a do paciente sorrindo é
tinua quando descrevemos sua má oclusão e termina imprescindível para observarmos a linha média e se
com a execução de um plano de tratamento que a exposição do dente e gengiva estão normais. Já a
requer monitoração durante todo o tratamento. Nosso fotografia do perfil é muito importante para definir
objetivo ao iniciar um tratamento é poder saber qual se o caso será tratado com ou sem extração.
será seu resultado e para isso precisamos também O estudo de modelos é outra ferramenta que
prever detalhadamente cada fase. podemos e devemos utilizar no processo de
Começar o procedimento ortodôntico sem um diagnóstico. Entre os tipos de estudos mais comuns
planejamento adequado é o mesmo que construir temos a Análise de Moyers, que serve principalmente
uma casa sem um projeto arquitetônico. Pode ser para quantificar o apinhamento existente na arcada
feito, mas, com certeza, o custo será maior e o e que ajuda muito na decisão contra ou a favor das
resultado não será o mesmo. Mesmo na fase de extrações; a Análise de Chateau, que se refere à
nivelamento necessitamos definir objetivos claros necessidade de expansão dos arcos e ainda a Análise
antes de realizar as trocas de cada fio. No final da de Bolton, que é importante na determinação da
primeira fase precisamos definir quando a arcada está discrepância dento-dentária, a qual, por sua vez, será
realmente destravada, para prosseguirmos para a de grande utilidade na decisão de se aumentar dentes
segunda etapa. com resina ou diminuí-los através de desgaste inter-
proximal. Apesar de reconhecermos essas
importantes análises, descrevemos outros métodos
Da descrição da má oclusão diretos com objetivos semelhantes, que utilizamos
ao diagnóstico final rotineiramente em nossa clínica.
Todo diagnóstico tem início com a descrição da Após a observância de todos esses fatores,
má oclusão e quanto mais detalhistas formos, melhor. estaremos aptos a descrever a má oclusão.
Para isso utilizamos fotografias intra e extra-orais. Didaticamente, iniciamos a descrição pela
Dentre as fotografias intra-orais, as oclusais superior classificação de Angle: se nosso paciente apresenta
e inferior servem para observarmos o alinhamento má oclusão de classe I, II ou III. Provavelmente os
dos dentes, apinhamentos, atresias e forma do arco. casos mais fáceis que iremos tratar serão os de
189
pacientes classe I que, devido à supressão da segunda Quando a descrição é finalizada e somada à anamnese
fase (obtenção da relação de classe I), tendem a ser os e a cefalometria, chamamos de Diagnóstico Final.
casos tratados em menor tempo, enquanto os do tipo
classes II e III serão tratados em três fases.
Definindo os objetivos do
Após a classe, descreveremos os problemas
ósseos, porque alguns tipos de má oclusão podem
tratamento
estar relacionados a problemas ósseos, dentre os Nessa etapa de estudo do caso, provavelmente
quais destacamos a mordida aberta, a sobremordida já devemos estar certos de como iremos tratar o
e a mordida cruzada posterior. Na seqüência paciente. Se vamos ou não realizar extrações,
descreveremos os problemas dentários, tais como avançar ou recuar a mandíbula e/ou a maxila, ou
apinhamento, giroversão, dentes ectópicos, se vamos preparar o caso para a cirurgia ortognática.
biprotrusão, agenesias etc. Muitas perguntas já estarão respondidas, mas não
todas; precisaremos agora estabelecer os objetivos
As radiografias também serão de grande utilidade
a serem alcançados e dividir o tratamento em duas
para a descrição. As panorâmicas serão úteis para
ou três fases.
observar se todos os dentes estão presentes na
arcada, se o paciente apresenta os terceiros molares Definir os objetivos do tratamento nada mais é
inclusos, ou ainda para pesquisar a presença de do que descrever de maneira clara como iremos tratar
alguma lesão, como cistos e tumores. As periapicais os principais problemas encontrados no caso que
de toda a arcada (radiodôntica) serão fundamentais estamos trabalhando. O principal motivo de
para observar a saúde periodontal, principalmente procurar definir o objetivo é poder, a qualquer
para avaliar perda óssea e reabsorção radicular. Nos momento durante o tratamento, olhar o plano
casos de classes II e III, as radiografias da ATM estabelecido previamente e tirar qualquer dúvida
deverão ser utilizadas para conhecermos a posição sobre como prosseguir com o paciente.
dos côndilos. Essa informação sem dúvida aumentará Para facilitar a definição desses objetivos,
nossas possibilidades terapêuticas, além de fornecer podemos nos questionar:
informações relacionadas à estabilidade da posição
1) A má oclusão é uma classe I, II ou III?
mandibular, quando a associamos à cefalometria.
2) O problema é ósseo, dentário ou ambos?
A radiografia cefalométrica servirá como princi-
pal diretriz na tomada de decisões relacionadas ao 3) O problema é principalmente na mandíbula
plano de tratamento, tanto no que diz respeito ao ou na maxila?
tratamento de problemas ósseos, quanto 4) Os caninos estão em classe I?
simplesmente ao dos problemas dentários.
5) Se os caninos não estão em classe I, como
Durante a descrição da má oclusão, naturalmente vou fazer para corrigi-los?
começamos a pesquisar as diferentes possibilidades que 5.a) Distalizando molares?
teremos para tratá-la. Essa descrição ainda será somada 5.b) Avançando a mandíbula?
às observações resultantes da anamnese, a qual deve 5.c) Extraindo pré-molares?
abordar principalmente a análise funcional e enfatizar
os aspectos relacionados ao tipo de respiração (bucal 6) Existe algum travamento que possa estar
ou nasal), deglutição (normal ou atípica) e hábitos provocando deslocamento da posição do
deletérios que o paciente possa apresentar. côndilo na fossa mandibular?
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PLANO DE TRATAMENTO
Mordida aberta A mordida aberta anterior pode ser subdividida
em dois tipos: aquelas que atingem apenas incisivos
A mordida aberta, nas dentições decídua e mista,
e caninos; e as que só os pré-molares e/ou molares
tem origem em problemas funcionais relacionados
se tocam na máxima intercuspidação. Com a
a hábitos como a sucção digital, chupeta ou
finalidade de simplificar esse estudo, classificamos
respiração bucal. Qualquer uma dessas situações
como mordida aberta anterior simples e mordida
clínicas, se mantidas por longo período, irá interferir
aberta anterior complexa.9
na irrupção dos dentes anteriores, podendo gerar
uma mordida aberta anterior. É interessante notar A mordida aberta anterior simples está
ainda que o papel da deglutição atípica nesse relacionada a hábitos como sucção e chupeta, e é
processo parece ser mais o de manter a mordida mantida, na maioria das vezes, pela deglutição
aberta e atrapalhar a irrupção dos dentes anteriores atípica que impede a irrupção normal, fazendo com
do que propriamente gerá-la. Concluímos, assim, que os incisivos e/ou caninos fiquem intruídos em
que a correção da mordida aberta anterior nos relação à linha de oclusão. Como já observamos,
pacientes jovens se dá muitas vezes pela esses hábitos precisam ser interceptados
interceptação – o mais precocemente possível – precocemente.
desses hábitos. A mordida aberta anterior complexa está
O tratamento da respiração bucal precisará ser relacionada a fatores como extrusão de molares, atre-
mais amplo. A principal causa é a obstrução das vias sia maxilar e rotação póstero-inferior da mandíbula.
aéreas superiores, por problemas como rinite alérgica, Um exemplo claro dessa seqüência de eventos é o
desvio de septo e aumento das adenóides. Em alguns que acontece em pacientes com respiração bucal. A
casos, a resolução do problema só será possível através obstrução de vias aéreas superiores por rinite
de cirurgia. Alguns autores têm sugerido a expansão alérgica, desvio de septo ou adenóide faz com que o
rápida da maxila, com o intuito de aumentar a paciente abra a boca para poder respirar e assuma
passagem de ar pelas vias aéreas superiores. Apesar uma posição mais baixa da língua. Se esse quadro
de fazer parte da rotina da ortodontia, o ideal parece for mantido por longo período, iremos observar três
ser conjugar essa mecânica a outros tipos de tipos de conseqüências: atresia maxilar, rotação
tratamentos, para se obter maior sucesso. É importante póstero-inferior da mandíbula e rotação ântero-su-
a inter-relação com profissionais da medicina, como perior da maxila. A sucção digital por longo período
um otorrinolaringologista e um alergista. também poderia trazer conseqüências semelhantes.
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201
Outro aspecto importante da sobremordida é que ômega que já estávamos utilizando no final do
ela é a má oclusão mais relacionada à DTM, pois nivelamento, dando a ele uma inclinação em
tende a provocar uma prematuridade anterior e, se o torno de 5mm no total. Adaptamos na arcada
paciente for braquifacial, essa tendência irá aumentar inferior e avaliamos novamente em trinta dias. Se
a possibilidade de rotação posterior da mandíbula e necessário, podemos aumentar um pouco mais na
os sintomas de DTM muscular e/ou articular. segunda consulta, até obtermos o overbite ideal.
No que se refere à inclinação dentária, podemos É muito importante entender os componentes do
observar que quanto mais retroinclinados os incisivos arco de curva reversa e suas características:
estiverem, maior será a tendência de verticalização. 1. Ser confeccionado em um fio retangular
É importante ainda observar que casos tratados (.017"x.025") para realizar o controle de torque,
com extração de pré-molares têm maiores evitando a tendência de vestíbulo-versão dos
tendências a aumentar as sobremordidas, incisivos, já que o torque é negativo (-50).
principalmente na classe I.7 2. Ter ômega na mesial do molar para que seja feito
o tie-back (amarrar o fio ao tubo), evitando assim a
Diagnóstico diferencial
protrusão dos incisivos.
A sobremordida pode ser causada por infra-
3. Temperar o fio para reorganizar a grade molecu-
oclusão dos dentes posteriores, rotação ântero-su-
lar e evitar que a memória dele diminua sua ação.
perior da mandíbula e extrusão excessiva dos dentes
Cada vez que ativamos a curva de Spee devemos
anteriores, e ser agravada pela retroinclinação dos temperar o fio.
incisivos. Antes de realizar nossa escolha terapêutica,
precisamos entender quais dessas possibilidades Em casos de sobremordida, bandamos sempre
estão gerando o problema. os segundos molares inferiores. O segundo
molar inferior geralmente (por estar mais perto
O tratamento da sobremordida poderá ser do ramo) irrupciona mais inclinado e tende a
realizado basicamente pela extrusão dos dentes ficar mais extruído em relação ao primeiro.
posteriores ou intrusão dos dentes anteriores, ou pela Assim, só em bandá-lo e incluí-lo no arco já
combinação de ambos. estaremos diminuindo a sobremordida.
204
BIPROTRUSÃO, APINHAMENTOS
E CANINOS ECTÓPICOS
Quando observamos as más oclusões que afetam superior, pode significar perda de espaço para
o perfil e a arcada na sua região mais anterior, o posicionamento de todos os dentes no arco.
percebemos que existem alguns tipos que são apenas
uma manifestação da falta de espaço nas arcadas. Quando encontramos casos que apresentam esses
Dentre estes problemas, podemos destacar a tipos de má oclusão, precisamos observar os fatores
biprotrusão, o apinhamento e os caninos ectópicos cefalométricos descritos abaixo, para podermos
e inclusos. As etiologias relacionadas a estas más completar nosso diagnóstico e estabelecer um plano
oclusões geralmente são: de tratamento seguro.
205
Biprotrusão Apinhamento
A biprotrusão dentária caracteriza-se pela O apinhamento ocorre quando o espaço
inclinação axial dos incisivos superiores e inferiores requerido para o alinhamento dos dentes excede o
e é demonstrada pela diminuição do ângulo espaço disponível no arco dentário.
interincisivo, o qual, em pacientes caucasianos, pode
O apinhamento dentário anterior pode estar
variar entre 125º e 135º; em pacientes negros sua
associado a diferentes fatores, como discrepância
norma clínica pode variar em torno de 120º. Como
entre o tamanho dos dentes e das arcadas, pressão
já observado anteriormente, diminuição acentuada
póstero-anterior durante a irrupção dos terceiros
desse fator afeta negativamente o perfil e impede o
molares, diminuição da distância intercanina, e
vedamento natural dos lábios. Quanto ao perfil, o
diminuição do perímetro da arcada1. Infelizmente
plano estético de Ricketts irá servir como uma
alguns desses fatores não podem ser controlados
referência, uma vez entendido que o lábio inferior
pelo ortodontista, principalmente as mudanças que
deve se posicionar sempre atrás desse plano: com o
ocorrem na arcada inferior dos 12 anos até a
passar dos anos ele tende a se posicionar mais atrás,
maioridade4.
visto que o tecido mole do nariz e do mento
continuam crescendo. Procurando minimizar a necessidade de
extrações para solucionar os apinhamentos,
Outro fator preocupante nesses casos de
principalmente os inferiores, podemos optar por
biprotrusão está relacionado à posição dos incisivos
desgaste interproximal, expansões das arcadas,
inferiores nas bases ósseas. Desde que Tweed10 criou
inclinação vestibular dos incisivos e verticalização
sua cefalometria, em 1946, uma de suas maiores
dos molares8. Muitas vezes esses tratamentos serão
preocupações era estabelecer parâmetros para o
suficientes para resolver os apinhamentos, desde
posicionamento dos incisivos inferiores, devido à
que estes sejam pequenos ou médios (de 3 a 7 mm).
importância deles na estabilidade pós-tratamento. O
Em apinhamentos maiores que 10mm, geralmente
que foi observado, e ainda é uma referência para
os casos são tratados com extração, a fim de se
nós, é que se os incisivos inferiores terminarem mais
obter melhor harmonia na arcada.
protruídos que o normal, enfrentaremos sérios
problemas de estabilidade. Quando há apinhamento associado à biprotrusão,
também indicamos extrações, porque, na maioria dos
O que temos percebido na prática ortodôntica
casos, além de colocar cada dente ao lado do outro
é que se há pequena biprotrusão que não esteja
no arco, também devemos corrigir a inclinação ves-
afetando muito o perfil do paciente, podemos criar
tibular excessiva e, para isso, precisamos de muito
espaço na arcada e tentar corrigir o problema com
mais espaço.
expansões e desgaste interproximal. No entanto,
se o ângulo interincisivo do nosso paciente for Após a correção do apinhamento e a retirada do
menor que 100º, o melhor tratamento é optar pelas aparelho, verifica-se6 melhora acentuada da condição
extrações, a fim de não comprometer a estética e gengival.
a estabilidade.
206
CASO CLÍNICO
Retração dos caninos superiores. Extração dos pré-molares inferiores com o objetivo de esperar a movimentação espontânea dos
caninos para estas posições
207
Curva reversa na mandíbula para aumentar o overjet e permitir a retração dos incisivos superiores.
Oclusão final.
208
Dente incluso
O dente que mais sofre alteração na sua trajetória computadorizada em cortes transversais, frontais e
durante a irrupção na maxila é o canino superior. sagitais da maxila11. O mesmo método de diagnóstico
Quando o espaço necessário para sua irrupção natu- pode ser utilizado também na mandíbula. Por ser o
ral não se encontra na arcada, o canino fica incluso, último dente a irrupcionar antes dos segundos
em geral com sua coroa na direção do espaço entre molares, o segundo pré-molar inferior é o dente que
o lateral e o primeiro pré-molar, ou, ainda, na direção mais sofre desvio de irrupção ou fica incluso.
do incisivo lateral. A
posição do canino
incluso na maxila
aumenta conside-
ravelmente o risco
de reabsorção radi-
cular dos incisivos
laterais e centrais,
respectivamente,
devido à pressão
exercida pela coroa
do canino contra a
raiz dos incisivos, e
essa reabsorção
pode inclusive atin-
gir a polpa desses
dentes5. As radiogra-
fias periapicais não
são suficientes o
bastante para eviden-
ciar esse quadro;
assim, o exame mais
indicado atualmen-
te é a tomografia
209
210
Canino ectópico
Quando iniciamos o tratamento do canino e abriríamos a mordida nessa região. Com o by pass,
ectópico, a pergunta que devemos fazer é: Como obtemos melhor controle no tracionamento sem
abrir espaço para os caninos e posiciona-los em perder o alinhamento da arcada. O espaço para o
classe I? O tratamento será baseado na relação mo- canino poderá ser obtido mais facilmente pela
lar, inclinação dos incisivos e perfil. extração do primeiro pré-molar.
Se o canino está ectópico e o paciente está em Em casos de classe II mandibular com caninos
classe II maxilar, podemos imaginar que houve uma ectópicos, pode ter acontecido o travamento man-
mesialização do segmento posterior, o que explicaria dibular devido à linguoversão dos incisivos
a falta de espaço, neste caso, devemos distalizar superiores. Nestes casos, o ideal é vestibularizar
utilizando micro-implante até abrir espaço para os os incisivos e fazer o by pass, após abrir espaço
caninos ou realizar a exodontia dos primeiros pré- para os caninos e corrigir a classe II com auxilio
molares superiores. A retração do canino superior do elástico de classe II ou propulsor mandibular.
deverá ser realizado utilizando-se o sistema by pass, De acordo com a idade que o paciente apresenta,
que pode ser descrito da seguinte maneira: e com o seu perfil, poderemos ainda optar pela
extração dos primeiros pré-molares, camuflando
1. Fazemos o nivelamento da arcada superior
a classe II.
sem incluir o canino até a adaptação do fio de
nitinol .017"x .025"; Se os incisivos superiores estiverem com a
inclinação diminuída (linguoversão), devemos
2. Retraímos o canino para a sua
vestibularizar os incisivos com a mola aberta de
posição utilizando o fio de nitinol .012",
nitinol .010"x.030" e depois tracionar os caninos
posicionado dentro do braquete, sobre o fio
com o by pass, após abrir espaços. Se os Incisivos
nitinol .017"x .025".
superiores estiverem vestibularizados (perfil
Nesse sistema, todos os dentes são utilizados para convexo), optaremos pela extração dos primeiros
estabilizar o arco, enquanto o fio nitinol .012" pré-molares.
deflexiona, tracionando o canino para a sua posição.
Poderíamos colocar apenas um fio para tracionar o
canino, mas isso provocaria muito mais
desnivelamento na arcada até o canino se posicionar
211
212
I. Desvio Tipo 1 (inferior): linha média c) Recuperação do espaço perdido através de mola
superior coincidente e inferior desviada em Esse tipo de tratamento é muito trabalhoso e
relação ao plano sagital mediano. É importante requer muito tempo e cuidado. Por isto, só o
lembrar que nosso ponto anatômico principal escolhemos quando o perfil não permitir os dois
é o filtro labial. tratamentos citados anteriormente. Então,
seguiremos os seguintes passos:
II. Desvio Tipo 2 (superior): linha média
superior desviada e inferior coincidente com o Aço .016" x .022" diagramado, temperado e
plano sagital mediano. dobrado atrás do tubo do molar+mola aberta de
nitinol .010" x .030" entre o canino e incisivo
III. Desvio do Tipo 3 (combinado): linha média
lateral (fazer slice entre os incisivos para “criar”
superior para um lado e inferior para o outro.
mais espaço). Após protruir os incisivos,
De acordo com o tipo de desvio, escolhemos o corrigindo a linha média, faremos um novo aço
protocolo de tratamento para o problema. É impor- .016" x .022" diagramado, temperado e com
tante ressaltar que os tratamentos a seguir são para “stop” na distal do braquete do lateral. Após isso,
os casos de desvios significativos. faremos a mesialização dos posteriores.
213
214
ATRESIA MAXILAR
A etiologia da atresia maxilar pode estar compressão unilateral da maxila por hábitos e não
relacionada a fatores ósseos, dentários ou ambos. existe desvio da linha média inferior. Quando a
Sempre que falta algum dente no alinhamento da mordida cruzada posterior está acompanhada de
arcada superior, provoca-se diminuição do desvio de linha media inferior, chamamos de
perímetro do arco e do tamanho da maxila. Dentre mordida cruzada posterior unilateral funcional
as situações mais comuns, podemos destacar os (MCPUF). A MCPUF é encontrada em
desvios de irrupção (dentes ectópicos), dentes aproximadamente 70 a 80% dos casos de mordida
inclusos e agenesias. O desequilíbrio entre a língua, cruzada posterior unilateral7,1,16, na maioria das vezes
lábios e bucinador também pode estar presente em acompanhada por posição assimétrica dos côndilos
casos de respiração bucal, deglutição atípica e nas fossas mandibulares, localizando-se para distal
sucção digital, aumentando a possibilidade de atre- e para cima no lado cruzado. No lado não-cruzado,
sia maxilar. os côndilos podem se localizar mais para mesial e
para baixo ou permanecer no centro da fossa, como
Existe significativa relação entre a mordida cruzada
ocorre na maioria dos casos10,14,19,11,5. Se os côndilos
posterior e desvio de linha média e a atresia maxilar.
vão para distal e para cima no lado cruzado, temos
Esta pode causar aumento na dimensão vertical, pode
toda a mandíbula se deslocando para distal, o que
deslocar a mandíbula lateralmente e causar, além de
leva o paciente para uma classe II do lado cruzado,
mordida cruzada posterior unilateral funcional, o enquanto o lado não-cruzado, na maioria das vezes,
desvio da linha média inferior. irá se apresentar em classe I. Observando-se a
seqüência dos eventos, podemos perceber que a
MCPUF é nada mais que resultante da atresia
MORDIDA CRUZADA maxilar moderada que provoca aumento nos
POSTERIOR contatos posteriores anormais (cúspide-cúspide) e
aumento repentino na dimensão vertical posterior e
A mordida cruzada posterior pode ser classificada
termina por deslocar o côndilo para distal em um
em uni ou bilateral. Sua etiologia está intimamente
dos lados, provocando assim a MCPUF. Esse
relacionada à atresia maxilar com suas diferentes
conceito é corroborado por Planas15, a qual sugere
causas. Quando a atresia maxilar é severa,
que “o sistema neuromuscular busca sempre a menor
normalmente encontramos mordida cruzada poste- dimensão vertical”.
rior bilateral e grande diminuição no perímetro do
arco. Em casos nos quais a atresia maxilar é menor, Uma vez entendido que a MCPUF é apenas uma
geralmente nos deparamos com mordida cruzada acomodação funcional que resulta em uma posição
posterior unilateral. Classificamos como mordida posterior dos côndilos no lado cruzado, precisamos
cruzada posterior unilateral os casos onde houve também entender o efeito dessas alterações a longo
215
prazo, no que se refere à adaptação muscular e à medial e o não-cruzado para lateral, como uma
remodelação da fossa e côndilo mandibular. tentativa de reposicio-namento funcional dos mesmos.
Langberg e colaboradores8, analisando a assimetria Apesar de a MCPUF promover o deslocamento
e os contatos dentários em adultos com mordida do côndilo na fossa, isso não provoca o
cruzada posterior, perceberam que nesses pacientes deslocamento do disco, pois este tende a
os côndilos não se apresentam deslocados ântero- acompanhar o côndilo. Trabalhos recentes 12
posteriormente nas fossas, o que sugere a utilizando crianças com mordida cruzada
remodelação de ambos. Outros efeitos da MCPUF demonstraram não haver relação direta entre a
estão relacionados à assimetria nas atividades dos MCPUF e a DTM; como já explicamos, na maioria
músculos: masseter, pterigóideos, temporal e das vezes má oclusão, sozinha, não é causa de DTM.
digástrico4,15,6,2 Para haver sintoma de DTM, geralmente será
Myawaki e colaboradores 11 analisaram os necessário estar presente um outro componente,
movimentos dos pólos laterais dos côndilos durante como o apertamento dental ou alguma parafunção.
a mastigação em pacientes com mordida cruzada A mordida cruzada posterior uni ou bilateral
posterior e concluíram que durante os movimentos poderá ser tratada por pelo menos duas opções
no lado cruzado os côndilos se moviam mais para terapêuticas: Arco Vestibular ou Disjuntor Palatino.
Seqüência de eventos que podemproduzir a MCPUF: (A) maxila normal, (B) atresia maxilar e (C) MCPUF
216
A classe II é uma das más oclusões mais bula menor que o normal ou, ainda, a rotação poste-
frequentes entre os pacientes que buscam rior da mandíbula, em resposta a problemas
tratamento ortodôntico e por isso, vários dis- anteriores de prematuridades anteriores.
positivos com a finalidade de auxiliar nesse Inversamente, a classe II maxilar caracteriza-se pela
tratamento têm surgido. Dentre os mais conhecidos posição mais anterior da maxila na face em relação
poderíamos citar os aparelhos extra-orais, os à mandíbula, que está normal; esta pode ser
elásticos, os distalizadores, os propulsores observada nos casos em que houve mesialização
mandibulares e, recentemente, os microimplantes. dos dentes superiores e/ou da maxila. Por fim, a
Outra opção bastante divulgada é a possibilidade classe II mista ocorre quando a maxila ou os dentes
de tratar esta má oclusão por meio da extração dos superiores estão posicionados anterior-mente e a
pré-molares e da retração dos caninos e incisivos. mandíbula se encontra posicionada posteriormente
Entretanto, antes de escolhermos quais os auxiliares ou é menor que o normal.
que iremos utilizar, é
FATORES RELACIONADOS A CLASSE II
necessário que obser-
vemos de maneira PROFUNDIDADE COMPRIMENTO DO COMPRIMENTO DO RAMO
bem clara qual tipo FACIAL CORPO
de classe II estamos
tratando: para um
diagnóstico criterioso,
não podemos abrir
mão da cefalometria e
da análise facial.
Existem basicamen-
te três tipos de classe II:
a mandibular, a maxilar POSIÇÃO DO RAMO DISTÂNCIA 6-PTV PROFUNDIDADE
MAXILAR
e a mista. A classe II
mandibular caracteriza-
se pela localização
mais posterior da man-
díbula na face em rela-
ção à maxila; sua causa
pode ser uma mandí-
217
218
os incisivos superiores durante a irrupção. Temos percebido, ainda, que é possível ter
Freqüentemente, a inclinação dos incisivos para estabilidade nesse avanço, desde que ele seja
palatina está acompanhada de extrusão e aumento mantido por, no mínimo, 1 ano e, posteriormente, o
da sobremordida. Como já citado, o aumento da paciente obtenha bom equilíbrio oclusal,
sobremordida rotaciona a mandíbula para trás e principalmente sem prematuridades nos dentes
desloca o disco para frente, nessa que é uma das anteriores durante a máxima intercuspidação.
relações da ATM com as más oclusões mais citadas
Se estamos diante de paciente adulto que não terá
na literatura científica. Esse posicionamento poste-
mais remodelação, podemos optar pela camuflagem,
rior do côndilo pode provocar uma série de
extraindo os primeiros pré-molares superiores. No
transtornos articulares que se iniciam com o
entanto, um cuidadoso estudo do perfil deverá ser
deslocamento anterior do disco com redução,
feito, para que este não fique comprometido. Uma
podendo passar a sem-redução e, em alguns casos,
outra opção para esses casos é o avanço cirúrgico
evoluir até à ósteoartrite da ATM. Como efeitos
da mandíbula.
dessa classe II, os pacientes pode descrever dores
na face, ouvido e limitação de abertura da boca.
Como visto anteriomente, o paciente que
apresenta classe II mandibular geralmente tem algum
tipo de travamento vertical (sobremordida e curva
de Spee acentuada) ou transversal (atresia ou mordida
cruzada posterior).
O tratamento da classe II mandibular deve ser
realizado, se possível, através de avanço mandibu-
lar. Se o paciente é colaborador e apresenta face meso
ou dolicofacial, podemos optar pelo elástico de
classe II. Em pacientes braquifaciais, principalmente, Na classe II mandibular, os côndilos geralmente se
e quando precisamos de avanço mandibular maior, apresentam posteriores na fossa
a melhor opção é o propulsor mandibular (ver
capítulo 7 e 8). Em ambos os casos será necessário,
Classe II Mista
na primeira fase, promover o destravamento, A classe II mista se apresenta quando o paciente
expandindo e nivelando as arcadas até chegar ao fio tem a mandíbula travada posteriormente ou menor
de aço .017"x.025". Em praticamente todos os casos que o normal, e a maxila está posicionada
de classe II mandibular será necessário fazer a curva anteriormente.
reversa no arco inferior, para promover o Nesses casos, a melhor opção de tratamento é,
destravamento vertical. sem dúvida, o propulsor mandibular, porque, ao
Em nossa experiência, costumamos avançar a mesmo tempo, avança a mandíbula e distaliza todos
mandíbula em pacientes adultos com até 30 anos. os dentes posteriores.
219
CASO CLÍNICO
Após a curva reversa inferior e com o início do uso do elástico de classe II a mandíbula já começou a se posicionar mais anteriormente.
220
A idade do paciente e a influência hereditária têm Entre as classes III, as maxilares representam a
importante relação no prognóstico da classe III. grande maioria dos pacientes que buscam tratamento
ortodôntico e, apesar da maior possibilidade de tratá-
A classe III maxilar que apresenta deficiência
las sem cirurgia, sua correção não se torna mais
óssea no desenvolvimento da arcada superior
simples e necessita de um bom planejamento.
geralmente está relacionada à atresia maxilar óssea
e a fatores de desenvolvimento (como as fendas Nos casos de classe III maxilar óssea, em pacientes
palatinas) que tornam a maxila subdesenvolvida, jovens optamos por disjunção palatina, seguida de
quando comparada à mandíbula. Já a classe III máscara facial. A disjunção palatina com disjuntor
maxilar dentária acontece devido à diminuição do de Haas ou Hyrax deve ser realizada na primeira
perímetro do arco, resultante de agenesias ou perdas fase do tratamento, antes mesmo da colagem dos
dentárias precoces. braquetes.
221
Aço .017"x .025"na maxila com ômega e tie-back. Na mandíbula nitinol termoativado .016"x .022".
A máscara foi
adaptada no gancho
do canino superior.
Com o uso contínuo da máscara facial o paciente foi sobretratado até ficar de topo.
Após o uso do elástico triangular 3/16"médio, foi atingida a relação de classe I de molar e canino.
224
O disjuntor deve ser ativado duas vezes ao dia, tratamento com rotação posterior utilizando-se
com ¼ de volta pela manhã e outro à noite, até que mecânica com elástico de classe III. Nesta opção,
apareça um diastema em torno de 4mm entre os sugerimos que o tratamento seja precedido de uma
incisivos superiores. Quando chegamos nesse análise da posição dos côndilos. Para observarmos
momento da disjunção, travamos o parafuso com o aspecto rotacional, poderíamos utilizar o fator
resina fotopolimerizável. Após ocorrer a abertura da “posição do ramo” na cefalometria de Ricketts. Se
sutura, o disjuntor deverá permanecer instalado por ela estiver aumentada, significa que a mandíbula está
noventa dias, até que o osso imaturo (colágeno, rotacionada para frente e para cima; se diminuída,
proteoglicano e glicoproteína) comece a ser estaria para trás e para baixo. Utilizando as
mineralizado. Uma vez travado o disjuntor com re- radiografias transcranianas das ATMs, podemos
sina, adaptamos a máscara facial de Petit nos ainda observar se os côndilos estão para frente, para
ganchos externos do disjuntor. trás ou no centro da fossa; se estiverem para frente,
podemos posicioná-los para trás, até que cheguem
O ideal é que a adaptação da máscara facial seja
ao centro da fossa.
realizada logo após a disjunção maxilar. O disjuntor
deverá ter ganchos soldados na direção da distal dos Quando optamos pela retração da mandíbula com
caninos superiores. Nos ganchos, aplicaremos uma elástico de classe III, precisamos, antes, nivelar as
força elástica inicial de 450g e final de 600g, para, arcadas, até chegar ao fio de aço .017"x.025". Não
assim, realizarmos a protração da maxila e podemos esquecer que o elástico de classe III tende
conseqüente correção da classe III. Uma outra opção a rotacionar a mandíbula para trás e para cima.
é realizar a disjunção, nivelar e alinhar até o aço Temos tido ótimos resultados no uso dessa mecânica
.017"x.025" com ômega e tie back e adaptar a nos casos de classe III com mordida aberta.
máscara diretamente nos ganchos dos caninos
Um grande número de pacientes classe III chega
superiores. Se o over jet negativo não for muito
à nossa clínica com dores articulares e musculares
grande, esta poderá ser a nossa escolha terapêutica.
nas ATMs. O desarranjo do complexo côndilo-disco
As classes III mandibulares podem ter sua origem e as pressões anormais dentro da fossa já seriam
tanto no crescimento mandibular excessivo quanto suficientes para provocar inflamações e edemas,
na rotação mandibular para frente. Se for mandibu- isso sem relacionar o aspecto muscular, no qual a
lar por crescimento excessivo, o tratamento sobrecarga no músculo temporal poderia gerar
provavelmente passará por preparo ortodôntico, fadiga e até inflamação do mesmo, com dores
seguido de cirurgia ortognática. Se a classe III for por localizadas ou irradiadas para outras áreas da
rotação mandibular para frente, existe a opção de um cabeça e da face.
Quando o paciente chega à clínica apresentando
sintomas de DTM, precisamos primeiramente
promover o alívio dos sintomas, através de
medicamentos, placa estabilizadora ou fisioterapia.
Quando ele já estiver sem qualquer sintoma,
iniciamos a montagem do aparelho, e o tratamento
ortodôntico propriamente dito. Temos percebido que
os pacientes cirúrgicos de classe III, principalmente,
apresentam sinais e sintomas de DTM. Essa situação
clínica pode ser evidenciada com um simples exame
das ATMs, através de palpação no pólo lateral do
côndilo e nos músculos mastigadores.
O côndilo nas classes III normalmente está posicionado mais As classes III maxilar ou mandibular podem ser
anterior e tem o formato longo e estreito. Se o côndilo estiver
nessa posição, haverá uma boa resposta para o uso de apenas dentárias. O que caracteriza esses casos é a
elástico de classe III presença de bases ósseas bem posicionadas, dentes
225
1 2
Pode ser tratado É contra- indicado
com extração de o tratamento com
pré-molar inferior. extração inferior.
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229
Travamentos Mandibulares
Tendências Rotacionais da Mandíbula
Efeito da Mecânica Ortodôntica na Rotação
da Mandíbula
Rotações Indesejáveis da Mandíbula
Durante o Tratamento Ortodôntico
233
TRAVAMENTOS MANDIBULARES
Quando descrevemos a má oclusão que iremos terá como objetivo a obtenção da relação de classe I
tratar, normalmente o fazemos observando-a de de molar e canino e a coincidência da linha média.
forma estática em máxima intercuspidação; no
entanto, precisamos estudá-la também de maneira Tendências rotacionais
dinâmica, simulando as guias do canino, incisiva, da mandíbula
abertura máxima e lateralidade. Muitas más oclusões
1. Crescimento Rotacional
que tratamos representam travamentos mandibulares
nos quais, por contatos dentários irregulares no A direção do crescimento da mandíbula e da
fechamento, a mandíbula se desloca do seu trajeto maxila foi descrito por Enlow 4 como um
habitual e termina se encaixando mais para poste- deslocamento para baixo e para frente, resultante de
rior, para anterior ou para um dos lados, durante o um crescimento para cima e para trás do côndilo e
movimento rotacional final dos côndilos. Um da maxila. Em 1969, Bjork1descreveu o crescimento
pequeno deslocamento do côndilo dentro da fossa rotacional da maxila e mandíbula, no qual o
talvez não cause nenhuma irregularidade nestas crescimento mandibular teria maior resultante.
estruturas, mas pode representar um deslocamento Depois relacionou esta rotação ao crescimento
no encaixe dentário e gerar más oclusões. condilar em relação à base do crânio. Proffit 8
acrescentou que a posição dos incisivos e o tipo fa-
Constatamos que os tipos mais comuns de
cial também influenciariam nesta rotação. Schudy11
travamentos mandibulares são os transversais,
relacionou a rotação à extrusão do molar e ao
causados por atresias maxilares e mordidas cruzadas
crescimento condilar.
posteriores; os verticais, causados por curva de Spee
acentuada ou extrusão de incisivos superiores; os Entre os fatores que influenciam a rotação man-
causados por linguoversão de incisivos superiores e dibular podemos destacar o crescimento condilar, o
vestíbuloversão de incisivos inferiores. Por esse tipo facial e os contatos dentários anteriores e
motivo, quando realizamos a primeira fase do posteriores. Apesar de alguns destes fatores não
tratamento ortodôntico, preocupamo-nos priorita- estarem sujeitos à mecânica ortodôntica, outros terão
riamente em promover o destravamento da oclusão, relação direta com nossas escolhas terapêuticas.
nivelando e alinhando os dentes, planificando a
curva de Spee, expandindo as arcadas atrésicas, 2. Tipologia Facial
descruzando mordidas cruzadas posteriores e, ainda, Os tipos faciais são morfologicamente divididos
diagramando a arcada superior, para que tenha um em Mesofacial, Dolicofacial e Braquifacial, aos
encaixe coordenado com a inferior. Após destravar, quais chamaremos de meso, dólico e braqui,
passamos para a segunda fase, que, em alguns casos, respectivamente.
235
Várias outras diferenças entre os tipos faciais anteriores e os de ramos curtos tendem a rotações
foram observadas, como, por exemplo, o côndilo posteriores. É preciso observar que, na maioria das
nos braquifaciais cresce mais para trás durante o vezes, as rotações posteriores dos dólicos de ramos
avanço mandibular do que no dólico 6 ; e os curtos podem estar associadas à perda de dentes
braquifaciais permitem maior expansão durante o posteriores ou, ainda, a degenerações no tecido
tratamento10,15. conjuntivo denso fibroso que reveste o côndilo, ou à
Quando observadas em relação à tendência deformação na matriz cartilaginosa, de origem infecciosa
rotacional, as tipologias faciais podem ser ou adaptativa regressiva. Nesses casos, a rotação pos-
subdivididas em braqui, dólico de ramo curto e dólico terior parece estar intimamente relacionada à direção
de ramo longo. de inserção das fibras superficiais do masseter.
Os mesos podem sofrer rotações mandibulares Profitt e Fields 8 observaram ainda que os
anteriores ou posteriores, mas na dependência de outros dólicos , por terem a força de mordida diminuída,
fatores. Os dólicos de ramos longos tendem a rotações têm maior tendência de rotação posterior.
236
Alguns autores6 acreditam que a pequena força mandíbula rotaciona para trás, provocando aumento
de mordida do dólico permite a extrusão dos na altura facial posterior13.
dentes posteriores, resultando na rotação da
mandíbula no sentido horário; já os braquifaciais 4. Prematuridades nos dentes anteriores e
parecem resistir ao crescimento dentoalveolar dos rotação posterior
dentes posteriores2,13,14 , apresentando tendência A relação dos incisivos com a rotação posterior
rotacional anterior. da mandíbula é bastante conhecida. Em casos de
Os dolicofaciais também são classificados como classe II2 essa relação é muito clara, como já falamos
hiperdivergentes – ou ângulos altos – e os braquifaciais anteriormente, mas existem outras situações clínicas
como hipodivergentes – ou ângulos baixos. muito comuns que favorecem a rotação posterior,
dentre as quais podemos citar: aumento da curva de
3. Crescimento do côndilo e
Spee, vestibularização descontrolada dos incisivos
extrusão do molar
inferiores e verticalização excessiva dos incisivos
Quando o crescimento condilar é maior que o superiores. Cada uma delas pode surgir em
crescimento na região do molar, a mandíbula conseqüência do tratamento ortodôntico rotineiro e
rotaciona para frente, resultando em maior dificultar sobremaneira a obtenção da classe I, já que
movimento horizontal do mento e diminuição da a mandíbula pode se encontrar travada mais
altura facial anterior; quando o crescimento condilar posteriormente. O quadro abaixo apresenta algumas
é menor que o crescimento na região do molar, a situações clínicas que resultam nestes erros:
237
Em uma classe III, na qual temos o paciente com a ainda – e aumento da mordida cruzada anterior,
mandíbula rotacionando anteriormente, após destravá- podendo, assim, dificultar o tratamento. Em casos como
la poderá haver uma piora nesse quadro e será inevitável esse, será de grande importância observar a posição
que haja aumento do overjet –tornando-o mais negativo dos côndilos para definir o plano de tratamento.
238
Rotação da mandíbula para baixo e para trás causada pela extrusão dos segundos molares superiores
O fio foi cortado na distal do primeiro molar superior; foram adaptados a barra de intrusão e o elástico de classe II
para reposicionar a mandíbula mais anteriormente
b) Em pacientes com tendência rotacional anterior, a extrusão dos molares e o aumento da dimensão
vertical posterior poderão causar a rotação anterior e baixar o côndilo na fossa.
Oclusão inicial
Após a adaptação do termo .016"x.022", as prematuridades nos molares provocaram aumento da mordida aberta. Observando
os molares no lado direito, é possível perceber que houve pequena rotação também no sentido anterior
239
Oclusão inicial
Durante a mesialização do molar inferior, aconteceu o contato prematuro com o molar superior. A mandíbula
rotacionou para trás e para baixo
240
CASO CLÍNICO
Optamos por continuar o nivelamento com a adaptação de fios retangulares mais rígidos, buscando a obtenção do torque
vestibular dos incisivos superiores e torque lingual (-5) dos incisivos inferiores
241
Oclusão final
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247
249
250
classe I. Faremos a correção da curva como num 7. Colocar todos os dentes alinhados no arco
tratamento convencional, ou seja, com o nivelamento
Todos os dentes deverão ser alinhados e
adequado, até chegarmos ao aço .017"x.025" com
nivelados. Dentes ectópicos, precisarão ser
curva reversa.
tracionados para o perímetro normal do arco.
Para avaliarmos a quantidade de correção
necessária, devemos moldar e articular os modelos
em classe I. Repetiremos a moldagem quantas vezes
forem necessárias, até que o objetivo seja alcançado.
Foi realizada a extração do 34. Retração do canino com mola de nitinol e dos incisivos com alça de Bull ativada apenas do lado
inferior esquerdo para corrigir a linha média
251
Cirurgia Ortognática
No momento da cirurgia, alguns cirurgiões
discutem a necessidade da presença do ortodontista.
Temos percebido que a questão será decidida de
acordo com a relação dos profissionais durante o
preparo. Assim, se o ortodontista e o cirurgião
estiveram juntos (pessoalmente ou não) durante a
preparação, ou seja, mantiveram um contato pelo
menos de quatro em quatro meses, com certeza não
haverá necessidade do ortodontista na cirurgia.
Entretanto, se isso não aconteceu, é bom que os dois
estejam juntos, a fim de definirem o caminho
adequado para o paciente.
252
RECUO MANDIBULAR
253
FINALIZAÇÃO DO TRATAMENTO
ORTODÔNTICO
A fase de finalização tem sido considerada pela mesmas. Se estivermos diante de más oclusões como
maioria dos ortodontistas como a mais difícil do classe II e III, iniciaremos logo após a obtenção da
tratamento. Engrenar perfeitamente a oclusão na classe I, desde que o tratamento já esteja
etapa final é muito mais do que um simples desejo: estabilizado.
é um desafio! A não observância de certos critérios Se nosso paciente realmente se encontra na fase
dificulta esta fase. Temos percebido que alguns de finalização, ela terá início pela observação
casos não finalizam bem devido a fatores como detalhada de sua oclusão, através de modelos
duração excessiva do tratamento nas outras fases, superiores e inferiores, nos quais iremos realizar uma
não cumprimento dos objetivos e falta de motivação série de checagens para que possamos definir por
por parte do paciente, do profissional ou de am- onde iniciá-la. Podemos lançar mão também de uma
bos. Se demorarmos muito para trocar os arcos, radiografia panorâmica, com o objetivo de verificar
recolar os braquetes mal posicionados ou para o paralelismo radicular.
utilizarmos os auxiliares que nos ajudarão na
obtenção da classe I, como poderemos iniciar a
última fase? Talvez esses também sejam os motivos Lista de verificações
do por quê de alguns tentarem em vão finalizar os 1. Exame das inclinações das raízes
casos, sem chegarem a tal momento.
Os dentes, quando observados através da
O momento certo para iniciar a fase de finalização radiografia panorâmica ou da radiodôntica, devem
precisa ser observado a partir de certos critérios: se estar paralelos ou ligeiramente divergentes. A
nosso paciente apresentava má oclusão de classe I, importância destas radiografias está na possibilidade
por exemplo, iniciaremos a finalização quando os de observar, através das convergências radiculares,
principais problemas ósseos, dentários ou funcionais pequenas inclinações das coroas, as quais não
já tiverem sido resolvidos. Ou, se o paciente poderiam ser percebidas clinicamente; pequena
apresentava mordida aberta, sobremordida, mordida inclinação na coroa pode ser o suficiente para
cruzada posterior ou grandes problemas dentários atrapalhar o encaixe do dente com o seu antagonista.
(como canino ectópico, apinhamentos, Pequenas inclinações nos incisivos, que poderiam
biprotrusões), iniciaremos a terceira fase tão logo passar despercebidas apenas observando-se os
esses problemas estejam solucionados. Se estivermos modelos, ficam mais evidentes quando comparamos
tratando um caso de quatro extrações, iniciamos a o paralelismo radicular na panorâmica.
fase logo após fecharmos todos os espaços das
261
(a) raízes paralelas, (b) inclinação errada do primeiro pré-molar, (c) incisivo central errado, (d) inclinação errada do primeiro pré-
molar, (e) raízes paralelas.
262
Auxiliares de finalização
Dobras nos arcos
As dobras nos arcos podem ser divididas em
horizontais (1ª ordem), verticais (2ª ordem) e o torque
(3ª ordem). Apesar de não serem muito utilizadas
por nós, realizar dobras nos arcos pode facilitar o
caminho em busca da finalização ideal. Se um
braquete for colado mais para incisal ou para cervi-
cal e quisermos extruir ou intruir o dente no qual
Observando a linha vestibuloclusal percebe-se que os pré- está colado, poderemos recolá-lo ou fazer pequena
molares precisam ser um pouco vestibularizados e o molar dobra vertical para corrigí-lo.
lingualizado
As dobras horizontais podem ser utilizadas para
aumentar ou diminuir o in/out, especificamente em
5. Curva de Spee acentuada
casos nos quais foi aplicado adesivo em excesso, ou
Se quando chegamos a última fase do tratamento naqueles em que os dentes apresentam alterações
a curva de Spee ainda está acentuada, precisamos anatômicas e modificam essa relação.
corrigí-la através da curva reversa, para que o
Para realizar as dobras perfeitamente o
paciente tenha overbite normal e possa ter as guias
ortodontista precisará de muito treinamento.
restabelecidas durante as excursões mandibulares.
Se a curva de Spee está aumentada, a guia do canino
não será possível.
263
264
265
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267
ALEXANDRE PONCE
BRAQUETES AUTOLIGADOS:
O QUE MUDA NA ORTODONTIA
273
QuicKlear®
Em 2008 surgiu o QuicKlear®: é a versão estética Vista Oclusal: Observe que o espaço para o
do BioQuick®. Este braquete é fabricado em cerâmica lateral, foi criado espontaneamente durante o
translucente e proporciona ótimo efeito estético. nivelamento.
(a) inicio
274
Sequência de Fios
Acompanhando a evolução dos braquetes
autoligados, sugiram novos fios com características
que também permitem diminuir o atrito. Estes fios
são chamados de BioStarter® e Titanol Low Force®.
Iniciamos o nivelamento com o BioStarter® 0.012",
que é um fio de nitinol redondo termoativado com
tratamento antiatrito. A função deste fio é iniciar o
nivelamento e o alinhamento dos dentes.
A base do QuicKlear® apresenta retenção invertida Se possível, os fios termoativados devem ser
e, por isto, quando é descolado, a resina tende a armazenados na geladeira para fornecer mais
ficar no dente, evitando assim as micro-fraturas do “tempo de trabalho”. Este fio começa a ficar rígido
esmalte, que são um dos principais problemas dos quando a temperatura está em torno de 35ºC;
braquetes cerâmicos. assim, quando adaptados nos braquetes, iniciam
sua ação.
Estes fios são bastantes flexíveis e liberam forças
Prescrição dos Braquetes suaves e intermitentes. Por serem termoativados
Quando começamos a utilizar os braquetes variam a força de acordo com a temperatura, o que
autoligados pedimos a Forestadent que nos permite sua inserção mesmo em casos com grandes
fornecesse uma prescrição Straigth Wire, de acordo desnivelamentos. Quando deflexionados, liberam
com o que consideramos ideal. Assim foi produzida uma força de apenas 30 grama.
a prescrição, por nós denominada BioQuick® Ponce, Em casos de pacientes com problemas
a partir de outras prescrições existentes. Utilizamos periodontais ou quando vamos tracionar dentes
nesta prescrição os braquetes com os seguintes muito distantes em relação ao arco, podemos utilizar
torques e ângulos: o BioStarter® 0.010" que fornece força de apenas 10
grama quando deflexionados.
Se o paciente apresenta a arcada já bem nivelada
antes de iniciar o tratamento, podemos iniciar com
BioStarter® 0.012" para adiantar o nivelamento.
O fio intermediário é o Titanol Low Force® 0.016"
x 0.022", que também é um fio de nitinol retangular
termoativado. Este é o principal fio do nivelamento;
além de grande memória, este fio, por ser retangular,
inicia o torque e prepara a arcada para a adaptação
do fio de aço.
O fio final é o Aço 0.017" x 0.025", o qual será
utilizado para formatar a arcada. Antes de ser
adaptado na arcada, é necessário formatá-lo no
diagrama, temperar na mesa de têmpera da
máquina de solda e fazer uma dobra de 90o na
distal do molar.
Em todos os casos em que se faça necessário
mecânica de deslize, utilizamos o fio de Aço 0.016"
x 0.022".
275
Sequencia de Fios
276
By pass
277
a) Início d) Renivelamento
278
279
necessária para iniciar o movimento enquanto o entalhes no fio, causando um tipo de efeito é
dinâmico é a força existente num determinado objeto conhecido como notching.
em relação a uma superfície em situação de
Se o dente que será movimentado não estiver
movimento13. desnivelado ou desalinhado em relação aos outros
Podemos descrever “atrito” como uma força natu- dentes, a nossa única preocupação será com os
ral que atua apenas quando um objeto (fio) está em fatores relacionados ao atrito clássico.
contato com uma superfície (slot do braquete) e sofre O atrito não é propriamente um vilão quando nos
ação de outra força que tende a colocá-lo em referimos à mecânica de deslize. Será necessário
movimento. Durante o tratamento ortodôntico estas algum atrito para que aconteça o binário de forças
forças podem ser obtidas com elásticos ou molas . entre braquete e fio e se controle o torque durante o
Se houver uma grande quantidade de atrito entre tracionamento.
o slot do bracket e o fio será necessário aplicar uma Como já afirmamos anteriormente, os
força maior para podermos deslocar o dente. Este autoligados interativos possuem maior atrito que
tipo de atrito é chamado de atrito clássico. Para se os passivos pela ação do clipe durante a mecânica
ter um movimento ortodôntico mais eficiente é de deslize, no entanto possui melhor controle de
importante controlar este tipo de atrito, torque durante a retração. Como optamos pelo slot
principalmente durante as mecânicas de deslize que 0.018", o fio que sugerimos para as mecânicas de
utilizamos para abertura ou fechamento de espaços deslize (retração de caninos e incisivos e
já existentes ou que surgiram devido a extração de mesialização de posteriores) será sempre o fio de
dentes permanentes. aço 0.016" x 0.022", o qual nos fornece algum
Entre os fatores relacionados ao atrito clássico torque, mas sem preencher o slot completamente e
podemos citar: o tamanho dos braquetes, a distância provocar muito contato angular. Esta combinação
interbraquetes, os materiais que constituem os seria a melhor alternativa entre controle razoável e
braquetes (metálicos, cerâmicos, policarbonatos ou menor contato angular 13.
compósitos); os materiais que constituem os fios -os Para diminuir o atrito, o BioQuick® possui quatro
quais apresentam variações quanto a textura, dureza apoios internos que serão os únicos lugares onde os
e rugosidade- (cromo-cobalto, aço, nitinol, titânio- fios irão tocar. As bordas arredondadas diminuem
molibidênio); os tipos de ligaduras utilizadas os atritos tipo binding e notching.
(metálicas ou elásticas) e a dimensão dos fios em
relação aos braquetes .
A resistência ao deslocamento é causado não só
por este tipo clássico de atrito, mas também pelas
angulações ou pequenos torques que eliminam a
folga entre o braquete e o fio. Este tipo de efeito é
conhecido como binding13. Para tracionar um dente
que está muito angulado seria necessário aumentar
muito a força e, ainda assim, o resultado não poderia
ser totalmente favorável. Por isto, quando iniciamos
o tratamento, realizamos primeiramente o
nivelamento e alinhamento e, na segunda fase,
utilizarmos as mecânicas de deslize.
Efeito de atrito “Binding” e “Notching”. No BioQuick® os
O mesmo conceito pode ser utilizado quando
degraus internos diminuem o efeito “Binding” e as bordas
temos o fio inclinado dentro do slot. Se forçamos o arredondadas diminuem o efeito “Notching”.
deslizamento de um fio rígido contra a superfície
interna do slot, este pode se deformar e produzir
280
281
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283
ANTES DE CHAMAR
A ASSISTÊNCIA TÉCNICA...
Nossos alunos estão cientes de que, sempre que Temos percebido que algumas das dificuldades
precisarem, podem se comunicar conosco, o que apresentadas são basicamente as mesmas. Por isso,
geralmente acontece por e-mail, telefone, ou quando separamos este último capítulo para descrever, o
voltam à nossa escola trazendo seus primeiros motivo que as ocasionou e as soluções que devem
casos,para que os auxiliemos a planejar ou a ser empregadas.
solucionar algum problema.
“Após a retração do canino, este 1) Houve excesso de força no Recolar o braquete do canino
se apresentou muito momento da retração com atenção à inclinação e
verticalizado e houve um renivelar a partir do termo .016"
2) Erro na inclinação do
aumento de tecido gengival entre x.022"
braquete do canino
o canino e o pré-molar”
“Não consigo mais retrair os 1) O paciente não tem overjet 1) O overbite excessivo tem de
incisivos com a alça de Bull e suficiente para continuar a ser corrigido antes do overjet.
ainda existe um espaço entre o retração Fazer uma curva de Spee reversa
canino e o incisivo lateral.” 2) Pode haver discrepância de no aço 017" x.025" inferior,
tamanho dos dentes anteriores. diagramado, temperado,com
ômega amarrrado na mesial do
molar, até criar overjet suficiente
2) Slice na arcada inferior
(somente do 33 ao 43) +
elástico em cadeia para retrair
um pouco os inferiores.
289
”Quando coloquei o arco vestibu- Todo expansor tem a tendência Se estava no fio termoativado,
lar, os molares vestibularizaram de vestibularizar os molares. O adaptar o fio de nitinol .017"
muito e o paciente está com que diminui esta tendência é x.025" para dar mais torque
mordida aberta” controlar o torque, utilizando um negativo no molar. Se já estava
fio não muito flexível no tubo do no nitinol .017"x .025", adaptar
molar, para se obter o torque de - o aço .017"x .025"
100. Provavelmente o fio não está
adequado ou a ativação do
expansor foi excessiva
“Já estou no último fio (aço O ômega não foi feito no aço 1) Se foi causado pelo amarrilho
.17”x.025") e encontro diastemas .017"x.025" ou não foi que não estava bem justo,
entre os incisivos” devidamente amarrado com devemos ativar os ômegas,
amarilho .030" pressionando-os contra as
bandas e depois amarrando sem
deixar “folga”
2) Fazer novo aço 017"x.025"
diagramado, temperado,com
ômega amarrado
3) Voltar ao nitinol .017"x.025"
juntamente com um elástico em
cadeia
“Terminei o nivelamento e o caso 1) Os fios de aço não foram Registrar os contatos oclusais
está cheio de prematuridades” formatados no diagrama ou não com carbono em classe I, com
foram temperados linhas médias coincidentes.
2) Erros na colagem Moldar o paciente e transferir os
contatos encontrados para o
modelo, para visualizar os
contatos prematuros. De acordo
com o resultado:
a) Diagramar e temperar
adequadamente os fio de aço e
voltar a adaptá-los
b) Recolar os braquetes que
estão errados e voltar ao
termoativado
290
“Ao retrair os incisivos “Toda retração tem tendência Adaptar o aço .017"x.025"
superiores, aumentou o sorriso extrusiva” diagramado, temperado com ômega
gengival” amarrado e curva acentuada
“Estou na finalização e ainda não 1) Ainda há atresia maxilar 1) Utilizar o arco vestibular
há overbite adequado, ou seja, a 2) Algum dente superior pode 2) Reposicionar mais para oclusal o
mordida está tendendo a abrir estar extruído ou lingualizado braquete do dente que está extruído
anteriormente” 3) Os Incisivos inferiores podem ou fazer dobra no aço para intruir
estar vestibularizados e/ou vestibularizar
4) Hábitos deletérios, como por 3) Desgaste interproximal do 33 ao
exemplo deglutição atípica 43, seguido de elástico em cadeia
4) Iniciar o tratamento com
fonoaudiólogo para controlar o
hábito.Após realizar um dos
tratamentos acima:Elástico triangu-
lar 3/16” médio ou elástico em box
(1/4") por dois meses
“Os incisivos ainda apresentam Erro na angulação durante a Reposicionar braquetes dos
um diastema, porém na cervical colagem ou o incisivo tem um incisivos superiores seguindo o
está fechado” formato anômalo longo eixo, ou desgaste na cervical
destes incisivos com lixa, seguido
de elástico em cadeia.
“Perdi ancoragem no momento Não usou ancoragem, que é Distalizar os dentes superiores
em que usei a alça de Bull” obrigatória na retração dos
incisivos, como por exemplo o
elástico de classe II, ou não havia
overjet suficiente.
“Coloquei o chain e ocorreu Não havia espaço entre os Fazer desgaste interproximal entre
apinhamento dos incisivos” dentes os dentes apinhados e amarrá-los
individualmente com amarrilho
.025"
“Os caninos e pré-molares já O molar deve estar girado ou há Girar a banda do primeiro molar
estão em classe I e o molar não” discrepância de tamanho dos superior, a fim de que o tubo fique
molares ou dos pré-molares mais para mesial, ou recontorno na
mesial do molar ou pré-molar, para
depois mesializá-lo
291
“Adaptei a mola aberta de nitinol A mola pode estar muito grande Sempre que adaptar a mola aberta,
e o dente ao lado girou” para o espaço ou gerou muita amarre o dente que está antes e o
força que está depois da mola com
amarrilho individual
292