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UM BOLO DE ANOS

Mana, vamos fazer um bolo para a mãe? – Perguntou o Pedro.


– Boa ideia. Um bolo feito por nós é uma bela prenda. Sabes onde está o
livro de receitas da mãe? – Respondeu a Ana.
– É aquele grosso, com letras pretas.
Os dois irmãos começaram a procurar uma receita. Bolo de bolacha, Bolo
de anjo, Bolo de mel, Bolo podre, Bolo preto, Bolo vaidoso, Bolo balalaica…
Não se deram ao trabalho de ler a receita do bolo podre, pois acharam que com
um nome tão feio o bolo não devia ser bom. Também acharam que um bolo
vaidoso não ia agradar à mãe. Se ela não gostava de pessoas vaidosas, também
não iria gostar de um bolo vaidoso…
– Ana, este parece bom… tem chocolate… Mas diz aqui que precisamos
de “duas colheres de sopa de açúcar”. Açúcar temos… mas sopa de açúcar o que
será?
– E este diz “duas colheres de café de mel”. Café de mel? Nunca ouvi
falar…
– E para este precisamos de umas varas de arame para bater as claras! –
Disse a Ana, quase a desistir.
– Sopa de açúcar, café de mel, varas de arame… Não haverá uma receita
que não peça coisas estranhas?
– Encontrei! – Disse a Ana. Salame de chocolate!
O Pedro não estava convencido. A palavra “balalaica” não lhe saía da
cabeça. Balalaica era uma palavra tão doce!

Corina S. (pseudónimo), texto inédito, 2016.

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