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PSICOLOGIA ARGUMENTO ARTIGO

doi: 10.7213/psicol.argum.32.077.AO09  ISSN 0103-7013


153 Psicol. Argum., Curitiba, v. 32, n. 77, p. 153-158, abr./jun. 2014

[T]

Dificuldades encontradas pelos profissionais da


saúde ao realizar diagnóstico precoce de autismo
[I]
Difficulties encountered by health professionals in the early diagnosis of autism

[A]
Céres de Oliveira Jendreieck
[R]

Resumo
Pedagoga, especialista em Saúde O presente artigo é resultado de uma pesquisa que teve como objetivo conhecer as dificulda-
Mental pela Universidade Positivo
des encontradas pelos profissionais da saúde ao realizar o diagnóstico precoce de autismo.
e Hospital Espírita de Psiquiatria
Bom Retiro, acadêmica do curso Foram entrevistados oito profissionais da saúde responsáveis pelo diagnóstico ou que par-
de Psicologia da Universidade ticipam dele (pediatras, psiquiatras, psicólogos e neuropediatras). Foi utilizado um método
Federal do Paraná, professora
qualitativo, de forma que não se buscou uma amostra representativa, mas sim a descoberta
da Rede Municipal de Educação
de Curitiba, Curitiba, PR - Brasil, de indicadores dessas dificuldades de diagnóstico precoce presentes na prática clínica dos
e-mail: ceres_oj@yahoo.com.br entrevistados. Os resultados das entrevistas foram organizados conforme os temas a que se
referiam e depois discutidos. Esses resultados permitiram compreender que muitas das difi-
Recebido: 26/04/2012 culdades apontadas podem ser enfrentadas por esses profissionais por meio de estudos apro-
Received: 04/26/2012 fundados e atualização constante, práticas que possibilitem conhecer melhor o paciente e sua
Aprovado: 18/11/2012
família, além de práticas interdisciplinares. O diagnóstico precoce e apropriado é importante
Approved: 11/18/2012 para que se inicie o tratamento o mais cedo possível, com o objetivo de possibilitar melhores
condições de vida para a criança autista. #]
[P]

Palavras-chave: Transtorno autístico. Pessoal de saúde. Diagnóstico precoce. [#]

[R]

Abstract
This article is the result of a research that aimed to meet the difficulties found by health profes-
sionals when performing early diagnosis of autism. Eight health professionals responsible for
or involved in the diagnosis (pediatricians, psychologists, psychiatrists and neuropediatricians)
were interviewed. A qualitative method was used, since the goal was not obtaining a representa-
tive sample, but discovering indicators of these difficulties in the clinical practice of respondents.
The results of the interviews were organized according to topics to which they referred and then
discussed. These results allowed understanding that many of the difficulties pointed out may be
faced by these professionals through deeper studying and constant updating, knowing the pa-
tient and his family better, and also through interdisciplinary practice. Early and appropriate
diagnosis is important to start treatment as soon as possible in order to provide better living
conditions for the autistic child.[#]
[K]

Keywords: Autistic disorder. Health personnel. Early diagnosis.[#]

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Introdução educação especializada, o que certamente resultará


em melhores condições para seu desenvolvimento.
O presente artigo é resultado de uma pesquisa re- Wing (1996, p. 26) defende que “crianças com
alizada com profissionais da saúde responsáveis pelo qualquer tipo de atraso de desenvolvimento ou per-
diagnóstico de autismo ou que participam dele. O ob- turbação necessitam educação e ajuda especial ade-
jetivo desta pesquisa foi encontrar indicadores que quada ao seu problema ou problemas específicos”. A
apontassem para as principais dificuldades encontra- importância da estimulação é também evidenciada
das por esses profissionais ao realizar o diagnóstico por Brown (1996, p. 41) ao escrever que “quando o
precoce de autismo (antes dos três anos de idade). desenvolvimento espontâneo falha, o treinamento é
Durante o estudo da bibliografia, percebeu- a próxima e melhor alternativa. Qualquer que seja
-se que essas dificuldades provêm inicialmente da a extensão da incapacidade da criança, precisamos
própria história do autismo. Diferentes estudiosos intervir precocemente no autismo, com um positivo
utilizaram o termo tanto para descrever sintomas programa, pessoal e planejado de atuação”.
de outros problemas mentais quanto para nomear Compreendendo a importância do diagnóstico
síndromes diferentes. Esses problemas de definição precoce surgiu a preocupação com a existência de
geraram dificuldades para o processo de diagnósti- dificuldades que possam atrapalhá-lo ou atrasá-lo.
co da doença. Hoje os instrumentos de diagnóstico, De acordo com Albores-Gallo et al. (2008), é
como o DSM-IV e a CID-10, proporcionam melhor comum o diagnóstico errado. As famílias dessas
clareza sobre a síndrome; entretanto, as dificulda- crianças recebem frequentemente três ou quatro
des de diagnóstico permanecem, principalmente pré-diagnósticos. Isso gera custos elevados para
quando se trata de crianças com menos de três anos. os prestadores de serviços nas áreas de medicina e
O termo autismo foi usado para descrever o iso- educação. Por várias razões os profissionais da saú-
lamento social de adultos esquizofrênicos e, mais de responsáveis pelo diagnóstico encontram nume-
tarde, começou a ser usado por psiquiatras que es- rosos obstáculos na avaliação. Evidenciar quais são
tudavam crianças com comportamentos peculiares essas dificuldades certamente ajudará na busca de
e com dificuldades em estabelecer relações sociais recursos para enfrentá-las.
normais. Essa falta de consenso entre os pesquisa-
dores resultou nas dificuldades em se estabelecer
critérios de diagnóstico e testes de avaliação. Essas Método
variedades de descrição geraram muitas discussões
e transformaram o autismo num conceito amplo, A coleta de dados foi realizada através de entre-
chamado hoje de espectro autista, que engloba di- vistas com profissionais da saúde  responsáveis ou
ferentes síndromes, e mesmo dentro dessas síndro- que participam do diagnóstico do autismo. Foram
mes ocorrem variações de severidade (Wing, 1996). entrevistados oito profissionais, sendo três pe-
Atualmente a síndrome do autismo não é, por- diatras, dois psicólogos, um neuropediatra e dois
tanto, definida com precisão, e não há um acordo psiquiatras. Foi utilizada uma entrevista semies-
total sobre os testes permitindo medi-la (Leboyer, truturada, com questões abertas e fechadas. As
1995). entrevistas foram gravadas com a autorização dos
As formas mais graves dos transtornos do es- participantes. A análise dos dados iniciou-se com a
pectro do autismo são diagnosticadas nos primei- transcrição e leitura das entrevistas. A partir dessa
ros anos de vida, enquanto formas moderadas são leitura foram separados indicadores nas falas dos
identificadas apenas a partir da entrada na escola entrevistados. Esses indicadores foram seleciona-
(Mandell, Novak & Zubritsky apud Albores-Gallo et dos pela repetição e organizados em temas para que
al., 2008). fosse possível uma apresentação mais didática.
A dificuldade de diagnóstico tem como con-
sequência um atraso na busca dos recursos ne-
cessários ao atendimento e educação da criança. Resultados
Consideramos que o diagnóstico precoce é impor-
tante porque propicia que a criança autista seja Os resultados dessa pesquisa estão apresen-
encaminhada o mais cedo possível para terapias e tados a seguir, a partir dos seis principais temas

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levantados nas entrevistas – os que se repetiram na ou ausência de alguns sintomas. Além disso, alguns
fala de diferentes profissionais. dos profissionais entrevistados afirmaram que uti-
O primeiro tema foi “Encaminhamento”. Esse lizam, quando necessário, instrumentos traduzidos
tema refere-se a como as crianças com suspeita de de avaliação e observação.
autismo geralmente são encaminhadas aos profis- Ao falar sobre o quarto tema, “Fatores que di-
sionais da saúde entrevistados. Conforme as entre- ficultam o diagnóstico precoce”, os profissionais
vistas, na maioria dos casos esse encaminhamento entrevistados apontaram para: 1) a dificuldade
se dá pela própria mãe, pela escola ou por outros de conhecer melhor a criança e a família, uma vez
profissionais da saúde. As mães normalmente pro- que as consultas são muito curtas e o ambiente do
curam o pediatra e este, quando suspeita de autis- consultório é muito diferente do ambiente ao qual
mo, encaminha a criança para outros especialistas a criança está acostumada; 2) a falta de maior co-
(neuropediatra, psiquiatra, psicólogo, fonoaudió- nhecimento da família sobre o autismo; 3) a neces-
logo, etc.). Entretanto, algumas vezes a família não sidade de observar a criança por mais tempo; 4) a
percebe os sintomas ou não procura ajuda e so- falta de elementos importantes para o diagnóstico
mente na escola o problema será notado e então na entrevista com os pais; 5) a demora na realiza-
encaminhado. ção dos exames; 6) a existência de diferentes graus
Sobre o segundo tema, “Procedimentos utiliza- de comprometimento dentro do espectro autista; 7)
dos pelos profissionais para realizar o diagnóstico a necessidade do diagnóstico diferencial; 8) a ne-
de autismo”, os profissionais entrevistados citaram cessidade de cuidado ao informar a família sobre o
que no processo de diagnóstico de autismo utilizam diagnóstico.
a observação, a entrevista com os pais, a anamnese, Sobre o quinto tema, “Sugestões para superar
a exclusão de outras doenças e os exames. De acor- as dificuldades de diagnóstico”, os profissionais
do com esses profissionais, o diagnóstico de autis- entrevistados colocaram a importância de estudar
mo é um diagnóstico clínico, ou seja, depende da ob- mais sobre o autismo, procurar apressar os exames,
servação do comportamento da criança e de ouvir solicitar aos pais que retornem brevemente para a
as queixas da família. É partindo dessa observação e próxima consulta e fazer que essas consultas sejam
dos relatos dos pais que se faz a anamnese. mais prolongadas, proporcionando uma observação
O diagnóstico de autismo é também um diagnós- mais cuidadosa e mais oportunidades para conhe-
tico de exclusão, pois há necessidade de ter certeza cer melhor a família e o paciente, fazer supervisão
de que os sintomas não estão sendo causados por com profissionais mais experientes e fazer um tra-
algum outro problema. Por isso os profissionais en- balho interdisciplinar.
trevistados identificam a importância de solicitar Quanto ao sexto tema, “Funções do diagnóstico
avaliações oftalmológica e fonoaudiológica, além de precoce”, os profissionais entrevistados falaram da
exames como ressonância magnética, tomografia importância de uma estimulação precoce do desen-
computadorizada e eletroencefalograma. O objetivo volvimento cognitivo, afetivo e emocional da crian-
dessas avaliações e exames é descobrir se a criança ça, assim como de sua fala. Outra função do diag-
tem problemas de visão ou audição e também veri- nóstico precoce foi a de preparar a família para a
ficar se há más-formações no cérebro ou convulsões “luta constante”, conforme disseram os entrevista-
associadas ao autismo. dos. Quando há uma criança autista na família, há
Quanto ao terceiro tema, “Instrumentos que uma mudança em seu cotidiano. Isso inclui idas e
podem auxiliar o diagnóstico de autismo”, foram vindas de diferentes médicos, laboratórios de exa-
citados pelos profissionais entrevistados jogos e mes, terapias etc., além de estarem o tempo todo
brincadeiras, questionários e instrumentos de ob- atentos à criança autista e suas necessidades. Os en-
servação. Os entrevistados enfatizaram a importân- trevistados citaram também a importância do acon-
cia de observar a criança enquanto ela brinca, por selhamento genético, ou seja, avisar a família que
isso vários entre eles afirmaram ter brinquedos podem ocorrer outros casos de autismo nas futuras
e jogos simples que são oferecidos à criança para gerações e que as chances de recorrência de autis-
que eles possam observar como ela reage quando é mo entre irmãos são ainda maiores. Outra função
chamada para brincar e de que forma ela brinca; as- do diagnóstico precoce, segundo os entrevistados,
sim, esses profissionais podem verificar a presença é possibilitar o encaminhamento para instituições

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especializadas no tratamento de autismo e orientar suspeita de que a criança tenha alguma síndrome do
todos os profissionais que irão trabalhar com essa grupo dos transtornos invasivos do desenvolvimen-
criança. Todas essas funções têm o objetivo de dar to, as dificuldades perduram. Diferentes síndromes
mais qualidade de vida para a criança autista e sua possuem muitas características semelhantes, ha-
família. vendo necessidade de um diagnóstico diferencial
que exige muitos detalhes e para tanto é necessário
conhecer bem a criança.
Discussão Conforme Costa e Nunesmaia (1998, p. 25), “o
diagnóstico do autismo infantil é baseado principal-
Os pais são geralmente as pessoas que têm um mente no quadro clínico do paciente, não havendo
convívio mais intenso com a criança e por isso cos- ainda um marcador biológico que o caracterize”.
tumam ser os primeiros a perceber comportamen- Isso significa que não existe um exame que compro-
tos estranhos e procurar um pediatra. Entretanto, há ve se é autismo ou não, por isso são tão importan-
vezes em que os próprios pais demoram a perceber tes o tempo para observação da criança, a conversa
os sintomas e declaram que a criança teve um de- com os pais, a busca de informações na escola, a
senvolvimento normal nos primeiros anos de vida. supervisão com profissionais mais experientes e o
O desenvolvimento motor geralmente se dá dentro trabalho interdisciplinar.
do esperado e por isso as famílias demoram a perce- Além disso, uma criança pode ter sintomas mais
ber que há algo errado com a criança, o que só acon- ou menos severos que outra, mesmo estando dentro
tece quando percebem o atraso na fala. Essa ques- de uma mesma categoria. Por exemplo, uma das áre-
tão é apontada por Campos (2005, p.21), quando as do desenvolvimento prejudicadas pelo autismo é
afirma que “O desenvolvimento motor normalmen- a da comunicação; logo, a fala estará prejudicada.
te se processa dentro das etapas previstas, porém a Há crianças autistas com a linguagem tão compro-
criança é mais quieta e desinteressada em explorar metida que não falam nenhuma palavra enquanto
o ambiente ao seu redor, bem como fixar o olhar e outras, mesmo com alguma dificuldade, conseguem
acompanhar as pessoas. Há extrema ansiedade com falar e até mesmo ler e escrever.
situações novas ou mudanças de ambiente”. Não é típico do desenvolvimento da fala seu sur-
Esse desinteresse pelo mundo ao redor e pelas gimento antes dos dois anos de idade. Entretanto,
pessoas muitas vezes passa despercebido pelos uma inabilidade na comunicação certamente po-
pais, que podem achar que é apenas uma caracterís- derá ser notada desde cedo, pois mesmo antes de
tica própria da criança ou timidez, como relatou um falar as crianças normais se comunicam utilizan-
dos profissionais entrevistados. do outros meios (choro, sorrisos, gestos, olhares,
Mesmo entre pesquisadores há controvérsias brincadeiras).
quanto à idade do aparecimento dos sintomas. Uma opção para buscar lidar com a dificuldade
Leboyer (1995) explica que Kanner sugeriu o cará- do diagnóstico precoce seria que os pediatras orien-
ter inato do autismo desde a sua primeira publica- tassem os pais para fazerem observações sobre a
ção, mas anos depois Eisenberg e Kanner observa- comunicação da criança em casa.
ram que essa síndrome podia aparecer mais tarde. Principalmente quando se trata de autismo, o
Quando os pais não percebem “algo estranho” olhar do profissional para a família também é mui-
e não encaminham o filho para o pediatra, os pro- to importante. Como os profissionais entrevista-
fessores percebem que há algum problema. Jordan dos declararam, há famílias que se desestruturam
(1996) aponta que algumas vezes os problemas de quando recebem o diagnóstico. Uma família deses-
crianças autistas brilhantes não são aparentes até truturada dificilmente contribuirá para o tratamen-
que elas estejam no ambiente social de uma esco- to da criança autista e o profissional tem que estar
la. Nesse caso, alguns elementos importantes para consciente disso. Sprovieri (2005) aponta para os
o diagnóstico acabam faltando na entrevista reali- problemas enfrentados pelas famílias dos autistas e
zada pelos profissionais, como foi apontado pelos afirma que muitas vezes ter uma criança com trans-
entrevistados. torno invasivo do desenvolvimento significa para a
Depois que se percebe que há algo de diferen- família um luto, pois morre a fantasia daquela crian-
te no desenvolvimento da criança e que surge a ça saudável, cheia de energia e perfeita com a qual

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os pais sonharam. Pais emocionalmente perturba- expressão dos sintomas ao longo do desenvolvimen-
dos não poderão dar o apoio necessário a seus fi- to. Eles descrevem apenas os critérios apresentados
lhos, por isso o trabalho dos profissionais acaba se para a idade de quatro ou cinco anos, tornando-se
estendendo à família. difícil reconhecer o autismo em crianças entre 18
O trabalho do profissional que busca realizar o meses e três anos.
diagnóstico precoce também pode ser facilitado co- Por isso, considera-se que práticas que possibili-
nhecendo melhor o paciente e sua família, observan- tem conhecer melhor o paciente e sua família, como
do ambos dentro do consultório e fora dele. Visitar a consultas mais prolongadas e frequentes, conversas
escola da criança e conversar com seus professores com os professores e também as práticas interdisci-
permitirá que mais informações possam ser coleta- plinares e supervisão com seus colegas mais expe-
das para a anamnese do paciente. rientes nesses transtornos, poderão auxiliar muito
Percebendo o quanto é complexo para o pro- no trabalho.
fissional realizar o diagnóstico, direcionar o tra- As questões que foram explicitadas e discutidas
tamento, orientar a família, percebe-se que o tra- a partir desta pesquisa não se esgotam aqui. Pelo
balho interdisciplinar é muito importante. Grillo contrário, o tema surgiu a partir da prática cotidia-
e Silva (2004, p.37) apontam para esse aspecto na dos profissionais, das diferentes posições teóri-
quando dizem que “nenhum modelo teórico, so- cas e das realidades das crianças com transtornos
zinho, explica de forma abrangente e satisfatória invasivos do desenvolvimento, portanto essas ques-
a complexidade desta síndrome”. Diferentes áreas tões permanecem abertas para novas reflexões so-
do conhecimento contribuem para uma melhor bre o diagnóstico de autismo.
compreensão sobre o transtorno autístico e seu
tratamento. O diálogo, a troca de experiências e
o trabalho conjunto poderão proporcionar a am- Referências
pliação do conhecimento dos profissionais que
Albores-Gallo, L. A., Guzmán, L. H., Pichardo, J. A. D. &
dele participam e um trabalho mais completo que
Hernández, B. C. (2008). Dificultades en la evalua-
auxiliará o indivíduo autista nas suas diferentes
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Os resultados desta pesquisa permitiram com- mo infantil. In W. Camargos Jr. (Org.), Transtornos
preender que muitas das dificuldades apontadas Invasivos do Desenvolvimento: 3º Milênio (2a ed., pp.
pelos profissionais da saúde entrevistados podem 21-23). Brasília: Presidência da República, Secretaria
ser enfrentadas por meio de estudos aprofundados Especial dos Direitos Humanos, Coordenadoria
e atualização constante. A experiência é também Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
um fator de grande importância, pois o profissional Deficiência.
não pode prender-se a descrições. Cada criança tem
Costa, M. F. & Nunesmaia, H. G. S. (1998). Diagnóstico
suas peculiaridades, sua individualidade, sua histó-
genético e clínico do autismo infantil. Arquivos de
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março de 2012, de http://www.scielo.br
De acordo com Charman e Baird (apud Albores-
Gallo et al., 2008) as classificações do DSM-IV e CID-
10 não são suficientes para enfatizar a mudança na

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