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CDU: 51
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Dedicatória
Dedico este trabalho a toda minha família, especialmente ao meu pai Ginair Francisco Pires, à
minha mãe Cátia Deus Fernandes, às minhas irmãs Iêla Fernanda e Ingrid Nayara, e, a minha
Agradecimentos
Agradeço a minha esposa Keina, por acreditar em mim e nunca me deixar desanimar.
Aos meus pais Ginair e Cátia, por não medirem esforços para eu chegar até aqui.
Ao professor Vinícius Vieira Faváro, pela paciência e compreensão na orientação desse trabalho.
À professora Marcela Luciano Vilela de Souza e ao professor Ariosvaldo Marques Jatobá, por
terem aceito o convite para fazerem parte da banca de defesa deste trabalho.
Ao meu primo Mário Sergio e aos amigos Rafael Fernandes, João Victor e Thiago Alves.
PIRES, I. F.Um estudo sobre bases de Schauder em espaços de Banach e aplicações do princípio
de seleção de Bessaga-Pelczynski. 2013. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de
Uberlândia, Uberlândia-MG.
Resumo
Neste trabalho faremos um estudo detalhado da teoria básica de bases de Schauder em es-
tudaremos também algumas aplicações deste princípio tais como a existência de sequências
básicas em espaços de Banach e o Teorema de Pitt para operadores compactos entre espaços
de sequências.
PIRES, I. F. A study about Schauder`s basis in Banach spaces and applications of the Bessaga-
Pelczynski selection principle. 2013. M. Sc. Dissertation, Federal University of Uberlândia,
Uberlândia-MG.
Abstract
In this work, we will study the basic theory of Schauder basis of Banach spaces. More precisely,
we will study the main results involving (unconditionally) Schauder basis, (unconditionally)
basic sequences and we will prove an important result of the Banach space theory, the Bessaga-
Pelczynski selection principle. We will also study some applications of this principle such that
the existence of basic sequences in Banach spaces and the Pitt's Theorem for compact operators
Keywords : Banach spaces, Schauder basis, basic sequences, the unconditional basis problem,
Resumo vii
Abstract viii
Introdução 1
ix
Introdução
A área do conhecimento na qual essa dissertação se insere é a Análise Funcional, mais precisa-
e usual é o de base de Schauder. Bases de Schauder são muito úteis para se entender o com-
portamento e a estrutura dos espaços de Banach. Dizemos que uma sequência (xn )∞
n=1 é base
de Schauder de um espaço de Banach E se cada x∈E pode ser escrito de maneira única como
X∞
uma série do tipo an xn , onde an são escalares no corpo. Como veremos neste trabalho,
n=1
é fácil provar que todo espaço de Banach com base de Schauder é separável. Entretanto, a
pergunta de que todo espaço de Banach separável tem base de Schauder permaneceu em aberto
por vários anos. A resposta a esse problema veio com Eno em 1973, em sua negativa.
A busca de condições para que um espaço de Banach tenha base de Schauder foi objeto de
que todo espaço de Banach tem um subespaço com base de Schauder. A solução desse problema
Bessaga-Pelczynski. Esse resultado é importante não só devido a sua aplicação para a solução
desse problema, mas também em diversos outros problemas. Nesta dissertação, mostraremos
a demonstração de que todo espaço de Banach tem um subespaço com base de Schauder. Além
que é a demonstração do Teorema de Pitt (essas aplicações serão feitas no capítulo 4).
O Teorema de Pitt tem diversas aplicações e ele caracteriza operadores compactos entre es-
paços de sequências somáveis. Este teorema é usado, por exemplo, na obtenção de operadores,
denidos entre espaços de sequências somáveis, que atingem a norma e problemas de lineabi-
lidade envolvendo tais operadores (veja por exemplo [14] para os problemas de lineabilidade e
operadores que atingem a norma e [12] como referência para resultados sobre operadores que
atingem a norma).
Nesta dissertação, faremos também um estudo sobre bases de Schauder incondicionais, isto
1
2
dicional. Tais bases são muito úteis na teoria dos espaços de Banach, entretanto não é verdade
nem que espaços de Banach possuem algum subespaço com base de Schauder incondicional.
Este problema é conhecido como o problema da base incondicional (trataremos desse problema
com mais detalhes no capítulo 3). Entretanto, daremos uma caracterização para que uma base
(i) No capítulo 1, daremos os principais conceitos e notações que usaremos ao longo do trabalho
(ii) No capítulo 2, devotaremos uma seção ao estudo de séries em espaços de Banach e depois
(iv) Finalmente, no capítulo 4, faremos as duas aplicações do princípio de seleção que nos
Durante todo o texto, K denotará o corpo R dos números reais ou o corpo C dos complexos.
Denição 1.0.1. Seja E um espaço vetorial sobre K. Uma norma em E é uma função
k · k: E → R tal que
por
d(x, y) = kx − yk com x, y ∈ E.
BE = {x ∈ E : kxk ≤ 1} .
Denição 1.0.3. Dizemos que um espaço normado E é um espaço de Banach se E for completo.
Denição 1.0.4. Se K é um espaço métrico compacto, denotamos o espaço vetorial de todas
as funções contínuas denidas no compacto K a valores em R por espaço C(K), o qual torna-se
um espaço de Banach com a norma
3
4
Um caso que estamos particularmente interessado é quando K é o intervalo compacto [a, b].
Nesse caso, denotamos C(K) por C[a, b].
c0 = {(an )∞
n=1 : an ∈ K para todo n∈N e an → 0}
k (an )∞
n=1 k∞ = sup {|an | : n ∈ N} .
Denição 1.0.6. Seja 1 ≤ p < +∞. O espaço vetorial das sequências absolutamente p-
somáveis é dado por
( ∞
)
X
`p = (an )∞
n=1 : an ∈ K para todo n∈N e |an |p < ∞ ,
n=1
∞
! p1
X
k (an )∞
n=1 kp = |an |p .
n=1
k (an )∞
n=1 k∞ = sup |an |.
n∈N
enumerável.
Proposição 1.0.9. Um espaço normado E é separável se, e somente se, E possui um sub-
conjunto enumerável A ⊂ E tal que span {A} é denso em E , onde span {A} denota o espaço
gerado pelo conjunto A.
(a) A expressão
kT k = sup kT (x)k
x∈BE
(a) Os espaços (`p )0 e `p0 são isometricamente isomorfos, onde p0 denota o conjudado de p,
isto é, p é tal que
0
1 1
+ = 1.
p0 p
Teorema 1.0.16 (Teorema de Baire). Seja (M, d) um espaço métrico completo e (Fn )∞
n=1 uma
∞
sequência de subconjuntos fechados de M tais que M = Fn , então existe n0 ∈ N tal que Fn0
[
n=1
tem interior não vazio.
denida por
está bem denida. Além disso, é fácil ver que Te é linear, Te(x) = T (x) para todo x∈D e que
kTek = kT k.
Denição 1.0.23. Seja T ∈ L(E, F ) um operador linear contínuo entre espaços normados. O
operador adjunto de T é o operador T 0 : F 0 → E 0 dado por
Denição 1.0.25. A topologia fraca num espaço normado E, será denotada por σ (E, E 0 ) e
∞ w
quando a sequência (xn )n=1 de E convergir para x ∈ E na topologia fraca, escreveremos xn → x.
Teorema 1.0.27. Um espaço de Banach E é reexivo se, e somente se, a bola unitária BE é
compacta na topologia fraca.
completamente contínuo
w
se xn → x em E implicar que T (xn ) −→ T (x) em F.
(xn )∞
n=1 em BE por
zn
xn = ,
kzn k
para todo n ∈ N. Como E BE é fracamente compacta,
é reexivo, segue do Teorema 1.0.27 que
∞ ∞ w
o que implica a existência de uma subsequência (xnk )k=1 de (xn )n=1 tal que xnk → x ∈ BE .
w
Mas por hipótese xnk → x em BE implica T (xnk ) → T (x) em F , logo T (BE ) é compacto.
Portanto T é compacto.
8
(a) A é equicontínuo, isto é, para todo t0 ∈ K e ε > 0, existe δ > 0 tal que |f (t) − f (t0 )| < ε
para todos t ∈ K com d(t, t0 ) < δ e f ∈ A,
Antes de iniciarmos o estudo das bases de Schauder, faremos um breve apanhado sobre
∞
• somável
X
se a série xn é convergente.
n=1
∞
• absolutamente somável
X
se kxn k < ∞.
n=1
∞
• incondicionalmente somável
X
se xσ(n) é convergente para qualquer bijeção (permuta-
n=1
ção) σ : N −→ N.
É fácil ver que vale o critério de Cauchy, análogo ao da reta, para séries num espaço de
∞
X
Banach. Mais precisamente, uma série xn é convergente se, e somente se, dado ε > 0, existe
n=1
Xm
n0 ∈ N tal que xj
< ε, sempre que m > n ≥ n0 .
j=n
É claro que toda sequência incondicionalmente somável é também somável. Dirichlet provou
9
10
en = (0, 0, . . . , 0, 1, 0, 0, . . .),
dimensão innita, existe uma série incondicionalmente convergente que não é absolutamente
convergente. Mais ainda, será que convergência incondicional implicar em convergência absoluta
E tem dimensão nita. Não entraremos em detalhes, mas a demonstração deste resultado pode
Mesmo assim, o resultado a seguir mostra que tais conceitos ainda estão fortemente relaci-
onados.
Proposição 2.1.3. Um espaço normado E é um espaço de Banach se, e somente se, toda
sequência absolutamente somável é incondicionalmente somável.
Demonstração: Primeiramente, suponha que E seja Banach e considere (xn )∞
n=1 uma sequên-
(yn )∞
n=1 é absolutamente somável em R, logo também é incondicionalmente somável em R e
X∞ X∞
yn = yσ(n) , para qualquer permutação σ : N −→ N. Com isso
n=1 n=1
∞
X ∞
X
kxσ(n) k = yσ(n) < ∞.
n=1 n=1
11
Pn
Então denindo Sn = j=1 xσ(j) , ε > 0 dado, existe n0 ∈ N tal que
temos que para
Xm n
X
X m
Xm
kSm − Sn k =
xσ(j) − xσ(j)
=
xσ(j)
≤ kxσ(j) k < ε
j=1 j=1 j=n+1 j=n+1
Logo
∞
X ∞
X
kxnk+1 − xnk k ≤ 2−k = 1
k=1 k=1
∞
P
o que implica que a série xnk+1 − xnk é absolutamente convergente, logo convergente.
k=1
k
(xnk )∞ (xn )∞
P
Como xnk+1 = xn1 + xnj+1 − xnj , então segue que a subsequência k=1 de n=1 é
j=1
∞
convergente. Como (xn )n=1 é de Cauchy e possui subsequência convergente, segue que (xn )∞
n=1
é convergente, garantindo assim que E é completo.
espaços de Banach.
(b) Para cada ε > 0, existe
nε ∈ N
tal que, quando M é um subconjunto nito de N com
X
minM > nε , temos que
xn
< ε.
n∈M
∞
é , ou seja, a série xkn é convergente para qualquer sequência
∞
X
(c) (xn )n=1 subsérie somável
n=1
estritamente crescente de inteiros positivos (kn )∞
n=1 .
∞
é , ou seja, a série εn xn é convergente quaisquer que sejam
∞
X
(d) (xn )n=1 sinal somável
n=1
εn ∈ {−1, 1}, n ∈ N.
∞
O operador T : `∞ −→ E dado por T ((λn )∞ λn xn é contínuo.
X
(e) n=1 ) =
n=1
Demonstração: A prova de que o item (e) é equivalente aos demais não será feita aqui, mas
leva cada inteiro do intervalo [min Mn , min Mn + |Mn |) em Mn . Note que é possível denir
tal bijeção pois o número de inteiros do intervalo [min Mn , min Mn + |Mn |) é igual |Mn | e os
n
P
(b) ⇒ (a): Sejam σ : N −→ N uma bijeção qualquer e xσ(k) . Dado ε > 0 tome
Sn =
k=1
nε de acordo com (b). Então existe mε ∈ N sucientemente grande tal que {1, . . . , nε } ⊂
{σ(1), . . . , σ(mε )}. Para p, q ∈ N com q ≥ p + 1 ≥ mε temos que σ(p + 1), σ(q) > mε e portanto
q
X
X
kSq − Sp k =
xσ(k)
=
xj
< ε,
k=p+1 j∈M0
tado.
X
(b) ⇒ (c): Dado ε > 0, por hipótese existem nε ∈ N e M ⊂N nito tal que xn
<
n∈M
ε, sempre que min M > nε . Considerando (kn )∞
n=1 uma sequência estritamente crescente de
inteiros positivos temos kn ≥ n para todo n∈N e para p, q ∈ N tais que q ≥ p + 1 > nε temos
13
n
P
kq ≥ q > nε e kp+1 ≥ p + 1 > nε . Denindo então a sequência Sn = xkj segue que
j=1
q p
q
X X
X
kSq − Sp k =
xkj − xk j
=
xkj
= kxkp+1 + · · · + xkq k
j=1 j=1 j=p+1
X
=
xkn
< ε.
n∈M0
(xkn )∞
n=1 é somável.
n
X
(c) ⇒ (d): Seja Sn = εj xj com εj ∈ {−1, 1}, para todo n ∈ N. Considerando os con-
j=1
juntos N + = {n ∈ N; εn = 1} e N − = {n ∈ N; εn = −1} ordenados de maneira crescente, segue
∞
X X
da hipótese de (xn )n=1 ser subsérie somável que as séries xn e xn são convergentes.
n∈N + n∈N −
X n n
X
Logo as sequências (An ) e (Bn ) são de Cauchy, onde An = xj e Bn = xj , para todo
j=1 j=1
j∈N + j∈N −
n ∈ N. Assim, para cada ε > 0, existe n+
ε ∈ N tal que
q
X
ε
kAq − Ap k =
x j
< .
j=p+1
2
j∈N +
q
X
ε
kBq − Bp k =
< .
xj
j=p+1
2
j∈N −
q
X
kSq − Sp k =
εj xj
= kεp+1 xp+1 + . . . + εq xq k
j=p+1
q q
q
q
X X
X
X
=
xj − xj
≤
xj
+
xj
j=p+1 j=p+1
j=p+1
j=p+1
j∈N −
j∈N +
j∈N +
j∈N −
ε ε
< + = ε,
2 2
∞
X
sempre que q > p > nε . Logo (Sn ) é de Cauchy, implicando assim que a série εn xn é
n=1
convergente.
14
∞
Então (Sn )n=1 não é uma sequencia de Cauchy, logo diverge, pois E é espaço de Banach. Com
X∞ X∞
isso, xn ou εn x n é divergente (ou ambas), o que é um absurdo.
n=1 n=1
O conceito de base que trataremos no decorrer deste texto é o de base de Schauder, conceito
este que não é o mesmo de base algébrica (de Hamel) de espaços vetoriais. E um dos motivos de
geralmente não se trabalhar com bases algébricas em espaços de Banach de dimensão innita
Proposição 2.2.1. Todo espaço de Banach com dimensão innita possui base algébrica (base
de Hamel) não enumerável.
Demonstração: Seja E um espaço de Banach com dimensão innita e suponhamos que exista
vazio, mas isto é uma contradição devido ao Teorema de Baire, 1.0.16. Portanto não existe
∞
X
x= an x n ,
n=1
onde an ∈ K para todo n ∈ N. É fácil ver que tal unicidade nos permite denir, a sequência de
∗
funcionais lineares xn : E −→ K dada por
∞
!
X
x∗n aj x j = an ,
j=1
∞
X
Logo xn en = x e daí (en )∞
n=1 é base de Schauder de c0 . De maneira análoga prova-se que
n=1
(en )∞
n=1 é base de Schauder de `p , 1 ≤ p < ∞.
Uma pergunta natural é se `∞ também possui base de Schauder. O próximo resultado nos
diz que ser separável é uma condição necessária para que um espaço de Banach tenha base
n0 n0 ∞ n0
X
X
X
X ε ε
x − q n xn
≤ |an − qn | kxn k +
an x n
< kxn k + ≤ ε.
n=1
n=1
n=n +1
n=1
2n0 M 2
0
( k )
X
Logo qn xn ; qn ∈ Q, k ∈ N é denso em E, concluindo assim que E é separável. O caso
n=1
K=C segue usando o conjunto Q + iQ ao invés de Q e sua densidade em C.
Vejamos que o espaço das funções contínuas denidas no intervalo [0, 1] possui base de
p0 = f (0)x0 ,
p1 = p0 + (f (1) − p0 (1)) x1 ,
1 1
p 2 = p 1 + f ( ) − p 1 ( ) x2 ,
2 2
1 1
p 3 = p 2 + f ( ) − p 2 ( ) x3 ,
4 4
3 3
p 4 = p 3 + f ( ) − p 3 ( ) x4 ,
4 4
1 1
p 5 = p 4 + f ( ) − p 4 ( ) x5 ,
8 8
.
.
.
Agora, como para qualquer t ∈ C[0, 1] temos p0 (t) = f (0)x0 (t) = f (0) então p0 coincide com f
no ponto 0 e como
então p1 coincide com f nos ponto 0 e 1 e o seu gráco é o segmento de reta com extremidade
(0, f (0)) e (1, f (1)). Com um raciocínio análogo verica-se que p2 coincide com f nos pontos
0, 1 e 21 e o seu gráco é a união dos segmentos de reta com extremidades em (0, f (0)) e 21 , f ( 12 )
1
, f ( 21 ) e (1, f (1)). Continuando com este raciocínio para n ∈ N, temos que pn coincide
e em
2
0, 1, 21 , 14 , 43 , 18 , 38 , 58 , · · · ⊂ [0, 1] e
com f nos n + 1 primeiros pontos do subconjunto D =
seu gráco é a justaposição dos segmentos de reta cujas abscissas das extremidades estão no
conjunto D.
Para cada inteiro não negativo m, seja am o coeciente de xm na equação que dene pm . Então,
Xn
para cada n ∈ N, teremos pn = am xm . Como f ∈ C[0, 1] é uniformemente contínua segue
m=0
que para ε>0 dado, existe δ>0 tal que
ε
se t1 , t2 ∈ [0, 1], |t1 − t2 | < δ então |f (t1 ) − f (t2 ) | < 2
.
1 δ
Considere m∈N tal que
2 e tome n0 ∈ N sucientemente
<
2m grande de modo que f e pn0
m
2 − 1
coincidam no conjunto D = 0, 1, 21 , 14 , 43 , 18 , 83 , 58 , . . . , . Com isso, se t ∈ [0, 1], então
2m
18
k
existe k ∈ {1, . . . , 2m − 1} tal que |t − 2m
| < δ. Logo, se k 6= 2m , segue que
k k
|f (t) − pn (t)| ≤ f (t) − f
m
+ f m
− pn (t)
2 2
ε k
< + f m
− pn (t)
2 2
ε k
= + pn − p n (t)
2 2m
ε k k + 1
≤ + pn − pn
2 2m 2m
ε k k + 1
= + f −f
2 2m 2m
< ε,
para todo n > n0 . Se k = 2m o resultado segue de maneira similar. Portanto, limn→∞ kpn −
X∞
f k∞ = 0, ou seja, é válida a representação f= an x n .
n=0
Vejamos agora que tal representação é única. Considere uma sequência de escalares (bn )∞
n=1
X∞ ∞
X ∞
X
tal que f = bn x n . Como an xn (t) = f (t) = bn xn (t), para todo t ∈ [0, 1], temos que
n=0 n=0 n=0
∞
X ∞
X
(an − bn )xn (t) = 0 para todo t ∈ [0, 1]. Para t = 0, temos a0 − b 0 = (an − bn )xn (0) = 0,
n=0 n=0
∞
X
implicando assim que a0 = b 0 . Com isso (an − bn )xn (t) = 0 e, para t = 1, temos
n=1
∞
X ∞
X
a1 − b 1 = (an − bn )xn (1) = 0 que implica a1 = b 1 . Assim (an − bn )xn (t) = 0 e apli-
n=1 n=2
1
cando t = 2
obtemos a2 = b2 . Procedendo com este raciocínio para os demais valores de
1 1 3 1 3 5
t = 0, 1, , , , , , , . . . , obtém-se an = bn para todo n ∈ N.
2 4 4 8 8 8
Nosso próximo objetivo é mostrar que os funcionais coecientes de uma base de Schauder
n
X
ηE : VE −→ R; ηE ((an )∞ ) = sup a x
n=1
j j
n∈N
j=1
19
é um isomorsmo.
uma
n
norma:
X
(i) SeηE ((an )) = 0 então sup
aj x j
= 0 . Logo dado n ∈ N temos 0 ≤ kan xn k ≤
n∈N
n
j=1
X
aj xj
= 0. Daí an xn = 0 e como xn 6= 0 segue que an = 0. Como n∈N é arbitrário segue
j=1
que (an ) é nula. Por outro lado, é claro que se (an ) é nula, então ηE ((an )) = 0.
(ii) Para λ ∈ K temos
que
Xn
Xn
ηE (λ(an )) = sup
λaj xj
= |λ| sup
aj xj
= |λ|ηE ((an ))
n∈N
n∈N
j=1 j=1
(iii) Para todo (an ), (bn ) ∈ VE temos
X n
ηE ((an ) + (bn )) = sup
(aj + bj )xj
n∈N
j=1
X n
Xn
≤ sup
aj xj
+ sup
bj x j
n∈N
n∈N
j=1 j=1
= ηE ((an )) + ηE ((bn )) .
n ∞ ∞
Vejamos agora que VE é um espaço de Banach. Seja (yn )∞
n=1 = ((ak )k=1 )n=1 uma sequência de
Xn Xn−1
|akn − ajn |kxn k = k(akn − ajn )xn k =
(aki − aji )xi − (aki − aji )xi
n
i=1
n−1
i=1
X
X
≤
(aki − aji )xi
+
(aki − aji )xi
i=1
i=1
Xn
Xn−1
≤ sup
(aki − aji )xi
+ sup
(aki − aji )xi
n
n
i=1 i=1
= 2ηE (yk − yj )
2ηE (yk − yj )
e assim |akn − ajn | ≤ , para cada n ∈ N. Como (yj )∞
j=1 é de Cauchy em VE , para
kxn k
kxn k
ε > 0 dado, existe jε ∈ N tal que se k, j ≥ jε temos ηE (yk − yj ) < ε. Logo, para
2
2ηE (yk − yj )
k, j ≥ jε segue que |akn − ajn | ≤ < ε, concluindo assim que (akn )∞
k=1 é de Cauchy
kxn k
k
em K, logo convergente. Para cada n ∈ N, digamos que an → an quando k → ∞. Denindo
20
y = (an )∞
n=1 , vejamos que y ∈ VE e que (yj )∞
j=1 converge para y em VE . Novamente pelo
∞ ε
fato de (yn )n=1 ser de Cauchy, segue que existe nε ∈ N tal que ηE (yk − yj ) < , sempre que
4
X n
ε
k j
k, j ≥ nε Assim,
(ai − ai )xi
< , para todo n ∈ N e k, j ≥ nε e, fazendo k → ∞, segue
4
i=1
X n
ε
que
(ai − aji )xi
≤ , para todo n ∈ N e todo j ≥ nε . Em particular, para m, n ∈ N, com
4
i=1
m > n, temos
m m n
ε ε
X
nε
X
nε
X
nε ε
(ai − ai )xi
≤
(ai − ai )xi
+
(ai − ai )xi
≤ + = .
4 4 2
i=n+1 i=1 i=1
m
X
ε
Como ynε = (ank ε )∞ ∈ VE , existe n0 ∈ N tal que
nε
ai x i
< , sempre que m > n ≥ n0 .
k=1
2
i=n
Logo, para m > n ≥ n0 , segue que
m n
m
m
X X
X
X
nε nε
ai x i − ai x i
=
ai x i
=
(ai + ai − ai )xi
i=1 i=1 i=n+1 i=n+1
X m
X m
nε nε
≤
(ai − ai )xi
+
ai x i
i=n+1 i=n+1
ε ε
< + = ε,
2 2
n
! ∞
X
concluindo assim que ai x i é de Cauchy em E e, portanto, convergente. Assim y =
i=1 n=1
m
∞
X
n
ε
(an )n=1 ∈ VE e ηE (yn − y) = sup
(ai − ai )xi
≤ < ε, sempre que n ≥ nε . Portanto,
m
i=1
4
yn → y , concluindo assim que (VE , ηE ) é completo.
X∞
Finalmente vejamos que a aplicação TE : VE −→ E ; TE ((an )) = an xn é um isomorsmo.
n=1
Para (an ), (bn ) ∈ VE e λ ∈ K, temos
∞
X ∞
X
TE ((an ) + λ(bn )) = (an + λbn )xn = (an xn + λbn xn )
n=1 n=1
X∞ ∞
X
= an x n + λbn xn = TE ((an )) + λTE ((bn )) ,
n=1 n=1
ou seja, TE é linear.
∞
X ∞
X
Agora se (an ), (bn ) ∈ VE são distintos tem-se TE ((an )) = an xn 6= bn xn = TE ((bn ))
n=1 n=1
(devido a (xn )∞
n=1 ser base de Schauder), logo TE é injetor. É claro que TE é sobrejetor, pois
∞
X
para todo x∈E existe (an ) ∈ VE tal que x= an xn = TE ((an )). Agora, como
n=1
X∞
Xn
Xn
kTE ((an )) k =
an xn
= lim
ai xi
≤ sup
ai xi
= ηE ((an ))
n→∞
n∈N
n=1 i=1 i=1
21
segue que TE é contínua e do Teorema da Aplicação Aberta (Teorema 1.0.18) segue que TE é
−1
uma aplicação aberta. Portanto TE é contínua.
∞
X ∞
X
an xn é convergente se, somente se, an y n é convergente.
n=1 n=1
Não é difícil provar que vale a seguinte caracterização para sequências equivalentes (veja [3,
Teorema 10.3.11]):
respectivamente. Então (xn )∞ n=1 ≈ (yn )n=1 se, e somente se, existe um isomorsmo T : E → F
∞
Xn Xn−1
∗ ∗
|xn (x)|kxn k = kxn (x)xn k = kan xn k =
ai x i − ai xi
i=1
i=1
X n
X n−1
X n
≤
ai x i
+
ai xi
≤ 2 sup
ai x i
n∈N
i=1 i=1 i=1
= 2ηE ((an )∞ −1
n ) = 2ηE (TE ) (x)
≤ 2kTE−1 kkxk.
2kTE−1 k
Ou seja, |x∗n (x)| ≤ kxk para todo x ∈ E. Logo x∗n é contínuo.
kxn k
∞
! n
X X
Pn : E −→ E; Pn (x) = Pn aj x j = aj x j ,
j=1 j=1
∞
projeções canônicas
X
onde x= aj x j ∈ E . Os Pn são chamados de associadas a base (xn )∞
n=1 .
j=1
22
x n
1
kPn k = sup kPn (x)k ≥
Pn kxn k
= kxn k kPn (xn )k
kxk≤1
n
1
X ∗
1
= xj (xn )xj
= kxn k = 1.
kxn k
j=1
kxn k
∞
! n n n
X X X X
Pn (x) = Pn an x n = aj x j = x∗j (x)xj = x∗j ⊗ xj (x) .
n=1 j=1 j=1 j=1
n
X
Ou seja Pn = x∗j ⊗ xj , concluindo que Pn é contínua.
j=1
∗
xj ⊗ xj
= sup
x∗j ⊗ xj (x)
= sup
x∗j (x)xj
= sup x∗j (x) kxj k =
x∗j
kxj k .
kxk≤1 kxk≤1 kxk≤1
∞ ∞
! n
Demonstração:
X X X
Para cada x= an x n ∈ E , como Pn an x n = aj x j e a sequência
n=1 n=1 j=1
n
!∞
X
aj x j converge para x, segue que a sequência (kPn (x)k)∞
n=1 é limitada. Logo, para
j=1 n=1
cada x ∈ E , supn∈N (kPn (x)k) < ∞. Como E é Banach e cada Pn é contínua segue do Teorema
(xn )∞
n=1 , segue que
X k k−1
X
1 = kx∗k (xk )k ≤ kx∗k k kxk k = kx∗k ⊗ xk k =
x∗j ⊗ xj − x∗j ⊗ xj
j=1 j=1
X k
X k−1
≤
x∗j ⊗ xj
+
x∗j ⊗ xj
= kPk k + kPk−1 k ≤ 2 sup kPn k = 2K(xn )∞ .
n=1
n
j=1 j=1
(a) sup kxn k < ∞ se, e somente se, inf kx∗n k > 0.
n∈N n∈N
(b) inf kxn k > 0 se, e somente se, sup kx∗n k < ∞ .
n∈N n∈N
Demonstração: Faremos o caso (a), pois (b) segue de maneira similar. Chamando K =
2K(xn )∞
n=1
segue do Teorema anterior que 1 ≤ kx∗k kkxk k ≤ K , para todo k ∈ N. Primeiramente
suponha que sup kxn k < ∞. Assim, 1 ≤ kx∗k k sup kxn k < ∞, para todo k ∈ N. Logo 0 <
n∈N n∈N
1
≤ kx∗k k para todo k∈N e segue da denição de ínmo que
sup kxn k
n∈N
1
0< ≤ inf kx∗n k.
sup kxn k n∈N
n∈N
Reciprocamente, temos que kxk k inf kx∗n k ≤ kx∗k kkxk k ≤ K e como inf kx∗n k > 0, segue que
n∈N n∈N
K K
kxk k ≤ , para todo k ∈ N. Da denição de supremo segue que sup kxn k ≤ <
inf kx∗n k n∈N inf kx∗n k
n∈N n∈N
∞.
E,0
respectivamente.
∗ ∞
Dizemos que (yn , yn )n=1 é um sistema biortogonal ∗
se yi (yj ) = δij para
(x∗n )∞
n=1 é a sequência dos seus funcionais coecientes,
∗ ∞
então (xn , xn )n=1 é um sistema
∞
! ∞ ∞ ∞ ∞
!
X X X X X
x∗n (x) = x∗n aj x j = aj x∗n (xj ) = aj δnj = aj yn∗ (xj ) = yn∗ aj x j = yn∗ (x).
j=1 j=1 j=1 j=1 j=1
Demonstração:
n
X
lim x∗j (x)xj = lim Pn (x) = x,
n→∞ n→∞
j=1
operadores (Pn )∞
n=1 .
25
m
X
é denso em E. Assim para aj x j = y m ∈ D , se n≥m temos que
j=1
n
X m
X n
X m
X
Pn (ym ) = x∗j (ym )xj = x∗i (ym )xj + x∗j (ym )xj = aj xj + 0 = ym .
j=1 i=1 j=m+1 j=1
< ε.
∞
X ∞
X
Note ainda que a representação z = x∗n (z)xn é única, pois se z = bn x n então
n=1 n=1
∞
X
(x∗n (z) − bn )xn = 0. Logo, para cada j ∈ N, temos
n=1
∞ ∞
!
X X
x∗j (z) − bj = (x∗n (z) − bn )x∗j (xn ) = x∗j (x∗n (z) − bn )xn = x∗j (0) = 0
n=1 n=1
então (xn )∞
n=1 é uma base de Schauder de um subespaço fechado de E .
26
(xn , x∗n )∞
n=1 é um sistema biortogonal de F ∞
com (Pn |F )n=1 sendo as projeções canônicas associ-
∗ ∞
adas a (xn , xn )n=1 em F . Além disso,
Vimos no capítulo anterior que todo espaço de Banach com base de Schauder é separável.
Um problema que permaneceu em aberto por vários anos é se a recíproca deste resultado é
Análise Funcional, também cou conhecido por uma história curiosa. Nos anos de 1930 e 1940,
para, dentre outras coisas, discutirem matemática. Eles usavam um livro cedido pela esposa
de Banach e que cava no bar (o qual cou conhecido como Scottish Book) para escreverem
suas soluções. Geralmente, aos problemas propostos mas não resolvidos, eram oferecidos prê-
mios, tais como uma garrafa de vinho ou de conhaque. Mas o problema de número 153 do livro,
que é justamente a pergunta sobre a validade da recíproca acima, foi proposto por Mazur, em
Em um artigo de 1973, P. Eno mostrou que a recíproca é falsa, ou seja, existem espaços
de Banach separáveis que não possuem base de Schauder. De fato, Eno provou mais do que
isso, ele construiu um espaço de Banach reexivo e separável que não tem a propriedade da
que todo espaço de Banach tem a propriedade da aproximação. A demonstração de Eno utiliza
assuntos esses que fogem do escopo deste trabalho. Para um leitor interessado, sugerimos a
Quanto a premiação, Eno viajou a Varsóvia e recebeu o ganso das mãos do próprio Mazur,
Todo espaço de Banach de dimensão innita contém um subespaço de dimensão innita com
base de Schauder.
27
28
Pelczynski e, como uma das aplicações do princípio de seleção, provaremos o resultado enunciado
acima. Faremos também, neste capítulo, um estudo sobre bases incondicionais e sequências
de Schauder de span {xn ; n ∈ N}, onde span A denota o espaço gerado por A.
O resultado a seguir nos dá uma caracterização útil na decisão de que uma sequência num
n=1 .
para qualquer sequência de escalares (an )∞
Demonstração: Para a implicação direta, suponha que (xn )∞
n=1 é uma sequência básica em E.
∞
Assim, (xn )n=1 é base de Schauder de span {xn ; n ∈ N}. Considerando (x∗n )∞
n=1 como a sequên-
∞ ∗ ∞
cia dos funcionais coecientes de (xn )n=1 , segue que (xn , xn )n=1 é um sistema biortogonal em
span {xn ; n ∈ N}. Logo, segue do Teorema 2.2.22(b) que a sequência (Pn (x))∞ n=1 converge em
∞
span {xn ; n ∈ N}, qualquer que seja x ∈ span {xn ; n ∈ N}, onde (Pn )n=1 são as projeções canô-
∗ ∞
nicas de ((xn , xn ))n=1 . Pelo mesmo resultado (agora usando (d)) segue que M := sup kPn k < ∞.
n∈N
∞
Assim, para toda sequência de escalares (an )n=1 e para n ≥ m, temos que
n
! n n m
X X X X
Pm ai x i = ai Pm (xi ) = ai x∗j (xi )xi
i=1 i=1 i=1 j=1
n
X m
X Xn X
m
= ai δij xi = ai δij xi
i=1 j=1 i=1 j=1
n
X m
X
= (ai δi1 xi + . . . + ai δim xi ) = ai x i .
i=1 i=1
!
Xm
n
X
Xn
Xn
a i i
=
Pm
x ai xi
≤ kPm k
ai x i
≤ M
ai x i
.
i=1 i=1 i=1 i=1
29
Agora vejamos a recíproca. Seja F = span {xn ; n ∈ N}. Devemos mostrar que (xn )∞
n=1 é base
Xn
0 ≤ ka1 x1 k ≤ M
aj x j
= 0
j=1
Xn
0 ≤ ka2 x2 k = ka1 x1 + a2 x2 k ≤ M
aj xj
= 0,
j=1
por:
k
! k
! n
X X X
x∗n aj x j = an e Tn aj x j = aj x j ,
j=1 j=1 j=1
se n≤k e
k
! k
! n
X X X
x∗n aj x j =0 e Tn aj x j = aj x j ,
j=1 j=1 j=1
!
n
k
X
X
Xk
T a x = a x ≤ M a x
j j
.
n j j
j j
j=1 j=1 j=1
e se n > k, então
!
k
k
X
X
Tn aj x j
=
aj x j
.
j=1 j=1
kTn k = sup kTn (x)k ≤ sup max{M kxk, kxk} = max{M, 1}.
kxk≤1 kxk≤1
n
X
Note que se n ≤ k, então para todo x ∈ F, x = ai x i , temos
i=1
X n Xn−1
∗
|xn (x)|kxn k = |an |kxn k =
ai x i − ai x i
i=1
i=1
X n
X n−1
X n
≤
ai x i
+
ai xi
≤ 2M
ai x i
i=1 i=1 i=1
= 2M kxk.
Logo
2M
|x∗n (x)| ≤ kxk,
kxn k
garantindo assim que x∗n também é contínua. E como os contradomínios K de x∗n e F de Tn
são espaços de Banach e F é denso em F, da Proposição 1.0.20 segue que, para cada n existem
∗
únicas extensões lineares e contínuas fn e Rn de xn e Tn , respectivamente, tais que kx∗n k = kfn k
e kTn k = kRn k.
Agora é fácil ver que, como
n
X
Tn (z) = x∗i (z)xi ,
i=1
n
X
Rn (x) = fi (x)xi ,
i=1
para todo x ∈ F.
m
X
E agora dados x∈F e ε > 0, como F é denso em F , existe y = aj xj ∈ span {xn ; n ∈ N}
i=1
tal que
ε
kx − yk < .
1 + kTn k
Assim, para todo n > m, temos
Resta agora vericar que a representação de x acima é única. Para isto, é suciente mostrar
que
∞
X
ai xi ⇒ ai = 0,
i=1
Xn
aj xj
< ε,
j=1
Xm
aj xj
≤ M ε,
j=1
Xm m−1
X
|am |kxm k =
aj x j − aj xj
< 2M ε,
j=1 j=1
para todo m ∈ N. Como ε > 0 foi escolhido arbitrariamente, segue que am = 0 para todo
m ∈ N.
∞
!
n
m
X
X
X
kPn (x)k =
Pn aj x j
=
aj x j
≤ M
aj x j
j=1 j=1 j=1
e daí
Xm
X∞
kPn (x)k ≤ M lim
aj x j
≤ M
aj xj
= M kxk .
m→∞
j=1 j=1
Logo kPn k ≤ M, para todo n∈N e assim sup kPn k ≤ M. A desigualdade K(xn )∞
n=1
≥1 segue
n∈N
da Observação 2.2.13.
espaço de Banach é uma sequência básica. O exemplo a seguir mostra que não.
32
fácil ver que {xn ; n ∈ N} ⊂ `p é linearmente independente. Além disso, para todo n ∈ N, temos
n
X
1
xj
= .
n
j=1 p
Portanto (xn )∞
n=1 não é sequência básica em `p .
Exemplo 3.1.2. ∞
A base de Schauder (en )n=1 dos espaços c0 e `p , 1 ≤ p < ∞ é incondicional.
∞ ∞
De fato, primeiramente considere (xn )n=1 ∈ c0 , εn = ±1 e dena em c0 a sequência (sn )n=1 por
X n
sn = εj xj e j . Para ε > 0, existe n0 ∈ N tal que |xn − 0| < ε sempre que n ≥ n0 . Assim,
j=1
para m > n ≥ n0 temos
Xm
ksm − sn k =
εj xj ej
= k(0, . . . , 0, εn+1 xn+1 , . . . , εm xm , 0, 0 . . .)k∞
j=n+1 ∞
Ou seja, (sn )∞é uma sequência de Cauchy no espaço de Banach c0 , logo é convergente.
n=1
∞ ∞
Assim (xn en )n=1 é sinal somável e pelo Teorema 2.1.4(d) podemos concluir que (en )n=1 é base
incondicional de c0 .
n
X ∞
X
∞
Agora para (xn )n=1 ∈ `p dena Sn = εj xj e j , n ∈ N e εn = ±1. Como |xn |p converge,
j=1 n=1
m
X
então dado ε>0 existe n0 ∈ N tal que para todo m > n ≥ n0 temos |xj |p < εp . Daí,
j=n
m
p
X
kSm − Sn kpp =
εj xj ej
= k(0, . . . , 0, εn+1 xn+1 , . . . , εm xm , 0, 0 . . .)kpp
j=n+1 p
m
X
= |xj |p < εp ,
j=n+1
(en )∞
n=1 é base incondicional de `p .
(a) Se (xn )∞
n=1 é base de Schauder de E , então (T (xn ))n=1 é base de Schauder de F ;
∞
(b) Se (xn )∞
n=1 é base incondicional de E , então (T (xn ))n=1 é base incondicional de F .
∞
Demonstração:
∞
! n
! n
!
X X X
y=T an x n =T lim aj x j = lim T aj xj =
n→∞ n→∞
n=1 j=1 j=1
Xn ∞
X
= lim aj T (xj ) = an T (xn ).
n→∞
j=1 n=1
∞
X
Portanto, y= an T (xn ) ∈ F. Vejamos que tal representação é única, o que nos levará
n=1
a concluir que T (xn )∞
é base de Schauder de F . Para isso suponha que exista uma
n=1
X ∞
∞
sequência de escalares (bn )n=1 tais que y = bn T (xn ). Um argumento análogo ao que
n=1
X∞
foi feito, mostra que T
−1
(y) = bn xn , e como (xn )∞ n=1 é base de Schauder de E , isso
n=1
∞
contraria a unicidade dos escalares (an )n=1 .
∞
X
(b) Devemos vericar que an T (xn ) converge incondicionalmente. Para isso, considere
n=1
n
X
σ : N −→ N uma bijeção qualquer e em F dena a sequência sn = aj T (xσ(j) ). Como
j=1
∞
X
an x n converge incondicionalmente em E, segue que para ε > 0, existe n0 ∈ N tal que
n=1
se m > n ≥ n0 , então
m
X
ε
aj xσ(j)
< .
kT k
j=n+1
Assim,
X m Xn
X m
ksm − sn k =
aj T (xσ(j) ) − aj T (xσ(j) )
=
aj T (xσ(j) )
j=1 j=1 j=n+1
!
X m
X m
=
T aj xσ(j)
≤ kT k
aj xσ(j)
< ε,
j=n+1 j=n+1
Este resultado nos traz uma lembrança do critério de Banach-Grunblum que trata de sequências
∞
Existe uma constante K tal que se an xn converge, então para quaisquer sinais εn = ±1,
X
(c)
n=1
temos
∞
∞
X
X
ε n an x n
≤ K
an x n
.
n=1 n=1
∞
! ∞
! ∞
!
X X X
lim akn = lim x∗n akn xn = x∗n lim akn xn = x∗n an x n = an ,
k→∞ k→∞ k→∞
n=1 n=1 n=1
lim akn = an ,
k→∞
lim akn = bn ,
k→∞
X X
PN (x) = an x n = bn xn = y.
n∈N n∈N
contrário. Assim,
X
X ∞
kPN (x)k =
an x n
=
λn an xn
≤ Lx k(λn )∞
n=1 k∞ = Lx
n=1
n∈N
e, portanto,
sup kPN k ≤ L.
N ⊂N
donde resulta
X
X∞
an x n
≤ L
an x n
.
n∈N n=1
36
∞
X
∞
logo (an xn )n=1 é subsérie somável. Assim, segue do Teorema 2.1.4(d) que ε n an x n é conver-
n=1
gente. Logo, para N + = {n ∈ N; εn = 1} e N − = {n ∈ N; εn = −1} segue que
X ∞
X
X
X ∞
ε n an x n
≤
an x n
+
an xn
≤ 2L
an x n
.
n=1
+
−
n=1
n∈N n∈N
∞
X X X ∞
X X X
ε n an x n = an x n − an x n e an x n = an x n + an x n
j=1 n∈N n∈N
/ n=1 n∈N n∈N
/
e, consequentemente,
∞
X ∞
X X
εn an xn + an x n = 2 an x n .
n=1 n=1 n∈N
Logo,
∞ ∞
X
1
X X
an x n
=
ε n an x n + an x n
2
n∈N
n=1
n=1
∞ ∞
1
X
1
X
≤
εn an xn
+
an x n
2
n=1
2
n=1
∞ ∞
K
X
1
X
≤ an x n
+
an x n
2
n=1
2
n=1
∞
K +1
X
= an x n
.
2
n=1
37
k+1
Portanto, para M= , obtemos
2
X
X ∞
an x n
≤ M
an xn
,
n=1
n∈N
∞
m
X
X
X
an x n
≤ M
an x n
= M
an x n
,
n∈N n=1 n=1
ou seja,
n
X
Xm
aj x j
≤ M
aj x j
.
j=1 j=1
Até o momento, estudamos caracterizações para decidir se uma sequência num espaço
de Banach é ou não sequência básica ou, se é ou não sequência básica incondicional. Vimos
Banach é uma sequência básica. Entretanto, duas perguntas fundamentais ainda estão sem
resposta:
Veremos que a resposta para a primeira pergunta é sim e a resposta para a segunda é não.
A prova de que todo espaço de Banach de dimensão innita tem sequência básica será feita
samente, o Teorema de Banach-Mazur diz que todo espaço de Banach com dimensão innita
contém um subespaço fechado com dimensão também innita que tem base de Schauder (este
resultado será provado adiante). Assim, surge um questionamento natural, que é conhecido
"É verdade que todo espaço de Banach com dimensão innita contém um subespaço fechado
A solução desse problema foi dada em sua negativa, nos trabalhos de W. T. Gowers e B.
Maurey. Eles resolveram este problema, juntamente com a solução de um outro importante
problema proposto por Banach em seu livro [1] de 1932, que é conhecido como o problema do
espaço homogêneo. A solução desses problemas garantiram a Gowers uma medalha Fields em
1998.
ções:
E = E1 + E2 .
espaço de Banach de dimensão innita como soma direta topológica de dois subespaços de
resolveram a questão proposta por Lindenstrauss. Como os espaços construídos por Gowers e
Maurey eram essencialmente os mesmos, eles publicaram, em 1993, o artigo [8] onde introduzi-
de espaço hereditariamente indecomponível , que cou conhecido por espaço XGM (ou simples-
innita.
construção é extremamente difícil e técnica, além de utilizar ferramentas que não são tratadas
níveis não possuem sequência básica incondicional é simples. O trabalho árduo de criar as
∞
X ∞
X
y= a2n−1 x2n−1 e z= a2n x2n
n=1 n=1
∞
X ∞
X ∞
X
an x n = a2n−1 x2n−1 + a2n x2n ,
n=1 n=1 n=1
∞
X
x= an x n ∈ F 1 ∩ F 2 .
n=1
que a2n = 0, para todo n ∈ N. Da mesma forma, como x ∈ F2 , segue que a2n−1 = 0, para todo
E é hereditariamente indecomponível.
Teoria dos espaços de Banach e, como já dissemos, provaremos a partir dele que todo espaço de
Banach possui sequência básica. Como provaremos também outras aplicações de tal princípio,
deixaremos todas essas aplicações para o próximo capítulo. Começaremos com os pré-requisitos
para todo x ∈ E.
40
para todos x, y ∈ E, x 6= y existe ϕ ∈ N tal que ϕ(x) 6= ϕ(y). De fato, como N é normante
para todos y ∈ F e a ∈ K.
Demonstração: O resultado será provado primeiramente com o enunciado valendo para veto-
res unitários v ∈ F. Depois faremos o caso y∈F arbitrário. Façamos por absurdo. Suponha
que não vale a tese, ou seja, existem 0 < ε < 1, k ∈ N e F subespaço de dimensão nita de E
tais que, para todo n≥k existem an ∈ K e vn ∈ F unitário tais que
todo nj ≥ k , temos
Logo,
2−ε 2−ε
|anj | < ≤
kxnj k inf{kxi k; i ≥ k}
∞
e isto implica que anj j=1
é limitada. Utilizando este fato, juntamente com a hipótese, a
∞
convergência de vnj j=1
e a continuidade de ϕ, segue que
lim ϕ vnj + anj xnj = lim ϕ vnj + lim anj ϕ xnj = ϕ (v0 ) + 0 = ϕ (v0 ) .
j→∞ j→∞ j→∞
Como N é normante e
então existe ϕ0 ∈ N tal que kϕ0 k ≤ 1 e |ϕ0 (v0 )| > 1 − ε. Mas, para todo nj ≥ k , temos
1 − ε > kvnj + anj xnj k = sup ϕ vnj + anj xnj ≥ ϕ0 vnj + anj xnj .
ϕ∈BE 0
Logo
1 − ε ≥ lim ϕ0 vnj + anj xnj = ϕ (v0 ) > 1 − ε
j→∞
ky + axn k ≥ (1 − ε) kyk.
p n = a1 · . . . · an ,
para cada n ∈ N.
∞ ∞
(1 − an ) converge se, e somente se, an converge.
Y X
n=1 n=1
Procedendo indutivamente obtemos n1 < n2 < · · · < nk tais que, para quaisquer a1 , . . . , ak ∈ K,
vale
ka1 xn1 + · · · + ak xnk k ≥ (1 − εk−1 )
a1 xn1 + · · · + ak−1 xnk−1
.
a1 xn1 + · · · + ak+1 xn
≥ (1 − εk ) ka1 xn1 + · · · + ak xn k .
k+1 k
Portanto,
k
k+m
X
X
aj x n j
≤ L
aj x n j
,
j=1 j=1
onde !−1
∞
Y
L= (1 − εk ) ,
n=1
tados envolvendo tal conceito, já que o mesmo aparecerá no Princípio de Seleção de Bessaga-
Pelczysnki.
kn
X
yn = bj x j ,
j=kn−1 +1
com cada bj ∈ K.
Grunblum. Ele garante que toda sequência de blocos básica é também uma sequência básica.
K(xn )∞
n=1
.
43
kn
X
yn = bj x j ,
j=kn−1 +1
que
p
p
k1 k2 kp
X
X Xkn
X X X
an y n
=
an bj x j
=
a1 b j x j + a2 b j x j + · · · + ap b j x j
n=1
n=1
j=1
j=kn−1 +1 j=k1 +1 j=kp−1 +1
k1 kp kp+q
X X X
≤ K(xn )∞
n=1
a 1 b j x j + · · · + a p b j x j + · · · + a p+q b j x j
j=1 j=kp−1 +1 j=kp+q−1 +1
p+q
p+q kn
X
X X
= K(xn )∞ a b x = K a n n
.
y
∞
n j j
(xn )n=1
n=1
n=1
j=kn−1 +1
n=1
seguinte proposição.
Proposição 3.2.12. Sejam E um espaço de Banach e T ∈ L(E, E), kT k < 1. Então existe a
inversa de I − T , a qual é contínua e é dada por
∞
X
(I − T )−1 = T j.
j=0
Demonstração: Essa demonstração é simples e usual em Análise Funcional, por isso não a
∞
X
kxn − yn k · kx∗n k < 1,
n=1
Demonstração: Chame
∞
X
λ= kxn − yn k · kx∗n k.
n=1
44
n
n n
!
n
n
!
X
X X
X X
ai (xi − yi )
=
x∗i aj xj (xi − yi )
≤
x∗i aj xj (xi − yi )
i=1 i=1 j=1 i=1 j=1
n
n
! n
n
X
X
∗ X X
∗
= x a x kx − y k ≤ kx k a j j
kxi − yi k
x
j j
i i
i i
i=1 j=1 i=1 j=1
Xn
X n
X n
∗
= kxi − yi kkxi k
aj x j
= λ
ai x i
,
i=1 j=1 i=1
então
n
n
n
n
X
X
X
X
a x − a y ≤ a (x − y ) ≤ λ a x
i i
i i
i i i
i i
i=1 i=1 i=1 i=1
n
n
n
X
X
X
(1 − λ)
ai x i
≤
ai yi
≤ (1 + λ)
ai x i
, (3.2)
i=1 i=1 i=1
Grunblum e da desigualdade acima que existem uma constante M ≥1 tal que, se m∈N e
m ≥ n, então
X n
X n
X m
ai yi
≤ (1 + λ)
ai xi
≤ M (1 + λ)
ai xi
i=1 i=1 i=1
m
M (1 + λ)
X
≤ ai yi
.
1−λ
i=1
Agora, utilizando a desigualdade (3.2) juntamente com o critério de Cauchy para séries, segue
X∞ X∞
diretamente que xn converge se, e somente se, an yn converge. Portanto, (xn )∞
n=1 é
n=1 n=1
∞
equivalente a (yn )n=1 .
∞
X
T (x) = x∗n (x)(xn − yn ),
n=1
para todo x ∈ E. Como E é Banach, para garantir que T está bem denida, basta mostrar
∞
X
que para todo x∈E a série x∗n (x)(xn − yn ) converge absolutamente. Para x ∈ E, temos que
n=1
∞
∞
X
X
∗
x (x)(x − y ) ≤ kx∗n k · kxk · k(xn − yn )k = λkxk < ∞.
n n n
n=1 n=1
45
Note que a desigualdade acima também garante que T é contínua com kT k ≤ λ < 1. Então
pela Proposição 3.2.12 segue que a aplicação (I − T ) é invertível (em particular, isomorsmo).
Por m,
∞
X
(I − T ) (xn ) = I(xn ) − T (xn ) = xn − x∗j (xn )(xj − yj )
j=1
∞
X
x∗j (xn )xj − x∗j (xn )yj
= xn −
j=1
X∞ ∞
X
= xn − x∗j (xn )xj + x∗j (xn )yj
j=1 j=1
= xn − xn + yn = yn ,
para todo i ∈ N, então (yn )∞ n=1 contém uma subsequência básica equivalente a uma sequência
n=1 .
de blocos básica relativa a (xn )∞
Demonstração: Primeiramente, note que como lim x∗i (yn ) = 0
n→∞
para todo i ∈ N, então
k
X
lim x∗i (yn )xi = 0, para todo i ∈ N. Consequentemente lim x∗i (yn )xi = 0, qualquer que
n→∞ n→∞
i=1
seja k ∈ N. Considere ε = inf kyn k > 0, n1 = 1 e escolha m1 ∈ N satisfazendo
n∈N
∞
4K(xn )∞
X
1
n=1
x∗i (yn1 ) xi
≤ 3
ε
2
i=m +1 1
e n2 > n1 satisfazendo
m1
4K(xn )∞
X
∗
1
n=1
xi (yn2 ) xi
≤ 3 .
ε
2
i=1
Tome agora m2 > m1 e n3 > n2 tais que
∞
m2
4K(xn )∞ 4K(xn )∞
X
∗
1
X
∗
1
n=1
xi (yn2 ) xi
≤ 4 e
n=1
xi (yn3 ) xi
≤ 4 .
ε
2 ε
2
i=m +1 2 i=1
naturais satisfazendo
∞
mk
4K(xn )∞ 4K(xn )∞
X
1
X
1
x∗i (ynk ) xi
≤ k+2 x∗i ynk+1 xi
≤ k+2 .
n=1 n=1
e
ε
2 ε
2
i=m +1k i=1
46
mk+1
X
zk = x∗i (ynk+1 )xi ,
i=mk +1
então
mk
X ∞
X
ynk+1 = x∗i (ynk+1 )xi + zk + x∗i (ynk+1 )xi
i=1 i=mk+1 +1
m
X k
∞
X
∗ ∗
kynk+1 k ≤
xi (ynk+1 )xi
+ kzk k +
xi (ynk+1 )xi
.
i=1
i=mk+1 +1
Logo,
m
Xk
∞
X
∗
∗
kzk k ≥ kynk+1 k −
xi (ynk+1 )xi
−
xi (ynk+1 )xi
i=1
i=mk+1 +1
ε ε
≥ε− −
4K(xn )∞n=1
2k+2 4K(xn )∞ n=1
2k+3
ε ε ε
≥ε− k+4
− k+5
≥ ,
K(xn )∞
n=1
2 K(xn )∞
n=1
2 2
(zk∗ )∞
k=1 os funcionais coecientes de (zk )∞
k=1 . Aplicando o Teorema 2.2.18 juntamente com a
ε
e como kzk k ≥ , segue que
2
2K(xn )∞ 4K(xn )∞
kzk∗ k ≤ n=1
≤ n=1
,
kzk k ε
47
∞ ∞
X X 4K(xn )∞
kzk∗ kkzk − ynk+1 k ≤ n=1
kzk − ynk+1 k
k=1 k=1
ε
∞
mk ∞
X 4K(xn )∞
n=1
X
∗
X
∗
= xi (ynk+1 )xi + xi (ynk+1 )xi
k=1
ε
i=1 i=mk+1 +1
∞ mk ∞
X 4K(xn )n=1
∞
X
∗
X
∗
≤ xi (ynk+1 )xi
+
xi (ynk+1 )xi
ε
k=1 i=1 i=mk+1 +1
∞
4K(xn )∞
X ε ε
≤ n=1
+
k=1
ε 4K(xn )∞n=1
2k+2 4K(xn )∞ n=1
2k+3
∞ X ∞
X 1 1 1
= k+2
+ k+3 < k+1
< 1.
k=1
2 2 k=1
2
∞
Assim, segue do Teorema 3.2.13 que ynk+1 k=1
é equivalente a (zk )∞
k=1 .
Demonstração: Pela Proposição 1.0.9, temos que Y = span {yn ; n ∈ N}, é um subespaço
subespaço de C[0, 1], ou seja, existe um isomorsmo isométrico T : Y −→ C[0, 1]. Do fato de T
ser isometria, segue que
Bessaga-Pelczynski
Teorema 4.1.1. Todo espaço de Banach de dimensão innita contém um subespaço de dimen-
são innita com base de Schauder.
Demonstração: Pelo fato de E ter dimensão innita, segue que E contém um subconjunto A
enumerável e innito que é linearmente independente. Assim spanA é um subespaço separável
de E com dimensão innita. Logo, basta mostrar o teorema para subespaços separáveis.
3.2.15, podemos supor, sem perda de generalidade, que E é um subespaço de dimensão innita
funcionais coecientes.
É claro que
k
\
(ker x∗j ∩ E).
Nk =
j=1
−1
Como ker x∗k = x∗k ({0}) é fechado em C[0, 1] (pois é a imagem inversa do conjunto fechado
48
49
TK (E) ⊂ Kk tem dimensão menor ou igual a k, segue que o núcleo Nk de Tk tem dimensão
N1 ⊇ N2 ⊇ · · · ⊇ Nk ⊇ · · · .
Como, para todo j ≥ n0 , temos Nj = Nn0 , segue que x ∈ Nj e daí x∗j (x) = 0 para todo j ≥ n0 .
X∞
Logo x∗j (x) = 0, para todo j∈N e segue da unicidade da representação x = x∗j (x)xj , que
j=1
x = 0. Portanto a sequência (Nk )∞
k=1 nunca cará estacionária e, consequentemente, existem
são todas estritas. Por m, para cada k ∈ N, tome zk ∈ Njk − Njk+1 e dena
zk
yk = .
kzk k
yk ∈ Njk ⊂ Njn ⊂ Nn .
Logo x∗n (yk ) = 0, para todo k≥n e fazendo k→∞ segue que x∗n (yk ) → 0, qualquer que seja
para operadores compactos entre espaços de sequências somáveis. Começamos com alguns
pré-requisitos.
Observação 4.2.2. Se o espaço de Banach E possui base de Schauder, então sempre é possível
obter uma base de Schauder normalizada. De fato, basta notar que se (xn )∞
n=1 é uma base de
∞
Schauder de E e (an )n=1 uma sequência de escalares não nulos, então (an xn )∞
n=1 também é base
1
de Schauder de E. Agora, basta tomar an = , para cada n ∈ N.
kxn k
Proposição 4.2.3. Seja E igual a c0 ou `p , 1 ≤ p < +∞. Se (yn )∞
n=1 é uma sequência de
blocos básica normalizada relativa a base de Schauder canônica (en )∞
n=1 de E . Então
(i) (yn )∞
n=1 é equivalente a (en )n=1 ;
∞
Demonstração: Façamos o caso de `p , pois para c0 segue de maneira similar. Para cada
n ∈ N, seja
kn+1
X
yn = bj ej .
j=kn +1
Como (yn )∞
n=1 é normalizada então
kn+1
X
1= kyn kpp = |bj |p ,
j=kn +1
da igualdade acima das normas é fácil ver que T : span {yn ; n ∈ N} −→ E, dada por
m
! m
X X
T ai y i = ai e i ,
i=1 i=1
é isomorsmo isométrico.
Teorema 4.2.4 (Pitt) . Se 1 ≤ p < q < ∞, então todo operador linear contínuo T : `q −→ `p
( ou T : c0 −→ `p ) é compacto.
∞
! ∞
X X
T ak xnk = ak T (xnk ) ∈ `p .
k=1 k=1
∞
X
Logo |ak |p < ∞, ou seja, (an )∞
n=1 ∈ `p , o que é uma contradição já que (an )∞
n=1 ∈ `q \ `p .
k=1
Portanto, T : `q −→ `p é compacto.
Agora vejamos que T : c0 −→ `p é compacto. O adjunto de T pode ser visto como um operador
Press, 1995.
[6] P. Eno. A counterexample to the approximation property in Banach spaces, Acta Math.
[8] W. T. Gowers e B. Maurey. The unconditional bases problem, J. Amer. Math. Soc. 6
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[11] E. Kreyszig. Introductory Functional Analysis with Applications, John Wiley & Sons, 1978.
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[14] D. Pellegrino, E. Teixeira Norm optimization problem for linear operators in classical Ba-
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52