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Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não no corpo, a

sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro...”


Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala

PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA: EDUCAÇÃO NÃO TEM COR.

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO:

Tema: Educação não tem cor.


Tempo de execução: Novembro de 2012.
Culminância: Dia 23 de novembro – Dia nacional da consciência negra.
Característica: Projeto interdisciplinar, envolvendo História, Língua
Portuguesa, Matemática, Ciências, Inglês, Geografia, Artes, Educação Física e Educação Religiosa.

1.1. BLOCO TEMÁTICO:

• História, Cultura e Diversidade: Quais as coisas que fazem parte da nossa


cultura que adquirimos por influência africana?

• Ser humano, Direitos humanos e Igualdade: Como o negro é visto dentro da nossa sociedade?

• Educação, ética e etnia: Valorização e respeito da nossa própria identidade.

1.2. CONTEÚDO FOCO:

O conteúdo foco é a educação voltada para consciência da importância do negro para a constituição e
identidade da nação brasileira e principalmente, do respeito à diversidade humana e a abominação do
racismo e do preconceito, desenvolvido por meio de um processo educativo do debate, do entorno, buscando
nas nossas próprias raízes a herança biológica e/ou cultural trazida pela influência africana.

1.3. CICLO E SÉRIE A QUE SE DESTINA:

Este projeto se destina aos alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental.

2. PROBLEMA:

Historicamente, o Brasil, no aspecto legal, teve uma postura ativa e permissiva diante da discriminação e do
racismo que atinge a população afro-descendente brasileira até hoje. Nesse sentido, ao analisar os dados que
apontam as desigualdades entre brancos e negros, constatou-se a necessidade de políticas específicas que
revertam o atual quadro. No campo da educação, promover uma educação ética, voltada para o respeito e
convívio harmônico com a diversidade deve-se partir de temáticas significativas do ponto de vista ético,
propiciando condições desde a mais tenra idade, para que os alunos e alunas desenvolvam sua capacidade
dialógica, tomem consciência de nossas próprias raízes históricas que ajudaram e ajudam a constituir a
cultura e formar a nação brasileira, pois, o preconceito e o racismo são uma das formas de violência, diante
disso, quais as situações que temos possibilidades de mudar? Qual seria a nossa contribuição concreta para
viabilizar a conscientização das pessoas?

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3. JUSTIFICATIVA:

Para promover a releitura da História do mundo africano, sua cultura e os reflexos sobre a vida dos
afro-brasileiros em geral, rompendo com o modelo vigente na sociedade brasileira, garantindo a cidadania e
a igualdade racial.
A Lei nº 9.394/96 – Artigo 26-A (c/ redação determinada pela Lei nº 10.639/03)–"Nos
estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino
sobre História e Cultura Afro-Brasileira."em si não basta, é preciso que modifiquemos o ensino-
aprendizagem para que tenhamos um resultado eficaz, valorizando conhecimentos dessa cultura, fazendo
acontecer mudanças necessárias.
Aprendemos a História dos outros, ou parte dela, no entanto a cultura universal inclui feitos Afros de
grande importância, entretanto, estes são desconhecidos ou desprezados pela educação brasileira. Uma
sociedade democrática e justa inclui todos os setores da população, não admitindo a existência de distorções,
diferenças ou dominação.
Comemorar o 20 de novembro – Dia da Consciência negra, dedicando o mês de novembro, para
debater e refletir sobre as diferenças raciais e a importância de cada um no processo de construção de nosso
país, estado e comunidade. Com este trabalho espera se que a consciência de valorização do ser humano
ultrapasse as fronteiras da violência, do preconceito e do racismo.

4. OBJETIVOS:

• Valorizar a cultura negra e seus afro-descendentes e afro-brasileiros, na escola e na sociedade;


• Entender e valorizar a identidade da criança negra;
• Redescobrir a cultura negra, embranquecida pelo tempo;
• Desmistificar o preconceito relativo aos costumes religiosos provindos da cultura africana;
• Trazer à tona, discussões provocantes, por meio das rodas de conversa, para um posicionamento mais
crítico frente à realidade social em que vivemos.

4.1- OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

1- Identificar tempo e espaço da origem dos grupos africanos que vieram para o Brasil.
2- Reconhecer que o tráfico humano foi uma atividade fundamental para o capitalismo mercantilista.
3- Reconhecer que o Brasil foi o País que mais importou escravos negros.
4- Perceber os diferentes tipos de religiões, costumes e línguas.
5- Despertar para a africanicidade brasileira em manifestações na arte, esportes, culinária, língua, religião,
como elementos de formação da cidadania.
6- Reconhecer o papel do negro na definição e na defesa do território, os Quilombos rurais e urbanos, o
negro na periferia e na questão da posse de terras.
7- Despertar para a questão do trabalho no campo e na cidade.
8-Proporcionar condições para o conhecimento sobre questões relativas a saúde e doenças.
9-Comparar o relacionamento entre africanos na era pré-colonial, no período de dominação européia e na
atualidade.
10-Discutir e conhecer as personalidades negras que deixaram ou estão deixando sua contribuição nos
diversos setores da sociedade, como expressões culturais, desportivas, artísticas, políticas, musicais,
religiosas etc...

5. DESENVOLVIMENTO:

O desenvolvimento do projeto estará em consonância com os blocos temático-citados e será feito de acordo
com as necessidades da turma e a realidade local, estabelecendo o problema e a proposta de conteúdo para a
classe. O tema será desenvolvido na sala de aula por meio de atividades para a sua exploração,

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sistematização e para a conclusão dos trabalhos. Os alunos devem fazer observações diretas no entorno
familiar, observações indiretas em ilustrações e/ou vídeos, experimentações e leituras. Para tanto podemos
utilizar as seguintes sugestões.

Livro: “Menina bonita do laço de fita” de Maria Helena Machado, Ed. Ática,2007;
Livro: “Declaração Universal dos direitos humanos” – adaptação Ruth Rocha e Otávio Roth, 2003;
• Estudo de alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos;
• Exibição de vídeo (clipes): ”Missa dos quilombos” – música de Milton Nascimento;
• Promover reflexões positivas de reportagens jornalísticas e textos da atualidade que tratam sobre o tema;
• Audição, análise e ilustração da música de Milton Nascimento “Uakti – lágrimas do sul”;
• Ilustrações dos trabalhos de Candido Portinari – “Menina com tranças e laços”fazendo uma analogia com o
livro “Menina bonita do laço de fita” e “cabeça de negro”.
• Estar em contato com músicas da cultura africana como o samba, a batucada;
• Produção em artes com sucatas;
• Se possível, assistir e participar de uma apresentação de capoeira – a confirmar;

ATIVIDADES

• Hora da história: leitura e análise de alguns artigos do livro “Declaração Universal dos Direitos Humanos”
e “Menina bonita do laço de fita”;
• Verificação do caminho geográfico feito da África para o Brasil por meio do mapa mundi;
• Estudos de música, fazendo releituras e transformando-os em ilustrações pedagógicas para uma amostra
cultural;
• Confeccionar cartazes – recorte, pintura e colagem - com fotos de revistas que tratam da diversidade étnica
brasileira e a cultura do negro;
Realizar brincadeiras e jogos infantis:
• Construção de uma máscara africana com saco de pão;

6- AÇÕES DO PROJETO:

1- Questionar os alunos sobre o que sabem, que idéias e opiniões, dúvidas ou hipótese sobre o tema em
debate, valorizando seus conhecimentos.
2- Propor novos questionamentos.
3- Fornecer novas informações.
4- Desenvolver atividades com diferentes fontes de informações em livros, jornais, revistas, filmes, fotos,
visitas, passeios e confrontar dados e abordagem.
5- Trabalhar com documentos variados, edificações, plantas urbanas, mapas, instrumentos de trabalho,
rituais, adornos, meios de comunicação, vestimentas, textos, imagens e filmes.
6- Ensinar procedimentos de pesquisa, consulta em fontes bibliográficas, organização de informações
coletadas, como obter informações de documentos, como proceder em visitas e estudos.
7- Promover estudos e reflexões sobre diversidade de modo de vida e de costumes dos afros brasileiros.
8- Promover estudos e reflexão sobre a presença na atualidade de elementos afro brasileiros na localidade.
9- Debater questões do dia- a- dia dos afros brasileiros.
10- Propor estudos sobre a diversidade étnico racial da comunidade e suas relações.
11- Construir com os alunos: resumos orais, em forma de textos, gráficos, linha de tempo, criação de
brochuras, murais, teatros, danças, coreografias, comidas, vestimentas, instrumentos utilizados no trabalho,
nos rituais, nas danças, exposições e estimular a criatividade expressiva.
12- Propor pesquisa específica envolvendo rituais e superstições hoje concebidas que percorreram tempo e
espaço na sociedade brasileira envolvendo a etnia afro brasileira.
13- Propor pesquisa científica envolvendo a culinária afro-brasileira e sua inclusão no dia-a-dia do povo
brasileiro e em especial da comunidade.
14- Propor a culminância dos trabalhos em forma de feira pedagógica com apresentações de todas as
atividades planejadas.

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6. FECHAMENTO DO PROJETO:
6.1. RESULTADOS ESPERADOS:

• Apropriação de diversos saberes, além da conscientização sobre temas


relevantes como legislação, tolerância, direitos e deveres etc.;
• Desenvolvimento de valores – conceitos e procedimentos;
• Apropriação de novas aprendizagens, a partir de reflexões e esclarecimentos sobre outras culturas.
No final, sempre com a orientação do professor, os alunos deverão organizar os conhecimentos que
adquiriram, fazendo registros de suas atividades, com desenhos, esquemas, confecções e etc. E durante essas
atividades várias atitudes e valores éticos e humanos podem ser trabalhados para a consolidação do conteúdo
foco.
Montaremos uma exposição com os materiais coletados e produzidos pelas crianças em conjunto com o
professor para que sejam apresentados no mural que faremos na escola.

7. AVALIAÇÃO:

Será considerada satisfatória se todas as etapas dessa atividade Temática forem desenvolvidas, de modo a
aperfeiçoar a democracia representativa, a construir consciência de igualdade e percebermos que todos
cooperativamente podem construir uma sociedade mais fraterna e justa. Também que se consiga organizar a
culminância marcada para o dia 23 de novembro de forma a congregar todas as turmas e suas produções.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O trabalho de educação anti-racista deve começar cedo. A criança negra precisa se ver como negra e
aprender a respeitar a imagem que tem de si mesmo e ter modelos que confirmem essa expectativa.
O projeto visa à alegria e à majestade da cultura africana, tudo como deve ser sem constrangimentos nem
equívocos.
Portanto, este projeto trata-se de uma proposta construída, mas não acabada e estará sujeito a mudanças de
acordo com o cotidiano em sala de aula.

9. REFERÊNCIAS PARA DESENVOLVIMENTO DO TEMA COM AS CRIANÇAS:

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico–Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial. Brasília: MEC, 2005. 35p.
MACHADO. Maria Helena. Menina bonita do laço de fita. São Paulo-SP. Ed. Ática, 2007.
Revista Nova Escola. Vários autores. São Paulo-SP – edição de Nov. 2004 e 2005.
ROCHA. Ruth. ROTH. Otávio. Declaração universal dos direitos humanos. São Paulo-SP, 2004.

Poema Consciência Negra

Sou a alma que ontem nasceu no mundo.


Sou filha da África,
Dos olhos de pérolas,
Do sorriso de marfim,
Dos sons dos atabaques em noite de luar,
Da roda de capoeira,
Do jongo ao maculelê.

Sou da raça que irradia perfume de alegria.


Sou semente da história humana,

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De vida apesar de tanta dor.

Dos canaviais e senzalas,


Das mãos calejadas, exploradas e injustiçadas.

Podem tirar a minha vida,


Menos o direito de sonhar,
De ter esperança...
De lutar por dignidade e respeito,
Nem que seja em grito mudo,
Clamando por igualdade e justiça,
E de acreditar num amanhã melhor.

de Sarah Janaína Leibovitch

Consciência negra

Chega de racismo
De história mal contada
Chega de hipocrisia
De mentira esfarrapada
Esse preconceito infeliz
Que por aí diz
Que negro não vale nada.
O negro também precisa
Ser privilegiado
Chega de arrogância
Branco tenha cuidado
Com o preconceito em alta
Pois quem muito se exalta
É sempre humilhado.
Preto, branco e mulato
Vamos nos unir
O preconceito é horrível
E não é para existir
Já que todos somos irmãos
Essa grande nação
Espalhada por aí.

A consciência negra
Quer exatamente
Provar que somos iguais
E não diferentes
São lutas populares
Como as de Zumbi dos Palmares
Que morreu pela sua gente.

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É preciso desde já
Com amor todo gentil
Acabar com o preconceito
E ver em nosso Brasil
O negro sorrindo tanto
Como a Daiane dos Santos,
Pelé e Gilberto Gil.

de Francisco Carneiro Barbosa


Trairi - CE - por carta

Ser Consciente

C onsciência não se compra


O que precisa é saber conquistar
N ão há paz no mundo
S e não soubermos o valor de amar
C omo construir um mundo melhor?
I luminado pela luz do amor
Ê xito é o que queremos
N este mundo de lutas, de dor.
C onviver com todos na harmonia,
I gualdade, sem preconceitos
A mando uns aos outros, como Deus nos ensinou.

N egro não é defeito, é uma linda cor


E xistem muitas inteligências
G ostos, preferências
R esponsabilidades, amor.
A ntes de tudo somos gente:
gente que ama
gente que luta
gente que sofre
gente que sente: alegria e dor.

Negritude e Liberdade

O povo negro muito já sofreu


Uns ainda continuam sofrendo
Preconceitos, discriminação
Por gente ignorante, ateu
Pessoas desumanas, sem coração.
A negritude não é um defeito
É apenas uma das milhões de cores
Que deus coloriu o mundo
Nessas cores, não há jeito que dê jeito
Só o preto é que dá o retoque final
A toda a beleza natural
Do paraíso que foi feito.
Liberdade de fachada
Não é o que se quer

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Queremos mesmo é ser livres
Como deus determinou
Amar e ser amados
Pelos irmãos de outra cor
Viver em paz, sem discórdia
Num mundo de sonhos e de amor.

de Maria Dionésia Santos da Silva

Castigado pela cor

Vivemos em um mundo racista,


Ainda enxergamos preconceito seja por atitudes, classes ou cor
Os negros muito sofreram
Até que houve a abolição
Onde enxergaram a liberdade
De tanto sofrimento e humilhação
O sonho virou realidade
Vamos ter consciência e reflexão
Porque ser negro não é feio
Feio é ter preconceito
O dia da Consciência Negra
Faz-nos lembrar
Que no fundo, somos todos iguais.

de Rafaela da Silva Bertoldo

Consciência do valor da cultura negra

Experimente ser negro... Tirem as máscaras!!!

Liberdade, liberdade...
Onde estarás... Entre nós???
Liberdade, igualdade...
Será, um suspiro de vós???
Quem se atreverá??? A máscara tirar...
Portas e janelas...
Portão e cerca de ferro...
Cadeados, monitor...
Cães famintos...
Quem estará aprisionado?
Previsões, limites, cotas...
Cores, corpos, almas enfermas...
Minimizar, maximizar, enquadrar...
Experimente ser... Ou melhor, sinta-se...
Sem roupa... Sem sapato...
Sem teto, sem quase nada...
Sem ter o que comer...
Sem poder maquilar as relações...
Sem más caras...
Sem raça...

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Sem cor...
Sem pré-conceitos...
E tudo ser só dor...
Só dor... E com ela despertar...
E mesmo assim conseguir amar e sorrir!!!
Isto é ser pobre e ser negro de verdade!!!

de Gérson Alves

A Consciência é da Humanidade

De que vale a “consciência negra” quando é


oculta a consciência de uma ao menos cinza da sociedade.
O hino do negro vai eternizar com melodias sem rimas,
quase insuperáveis aos refrões
que há mais de quinhentos anos ecoam sem sucesso.
Paz, justiça, liberdade, direitos...
Sua bandeira são cinco cores com a da pele.
Ordem, em situações que discrimine sua cor.
Progresso, então, nem pensar.
Este lábaro representa um braço estendido e mão levantada.
Imagem de humildade ora por clamor.
Na geometria de sua forma
Destaca-se o verde, sua nobre esperança
Do amarelo, uma linda flor que tal qual no outono, cai,
mas a cada primavera está a brilhar.
No azul, sonho que todas as estrelas são iguais,
quando no branco, almeja a Paz.
Quiçá haverá o dia da consciência da humanidade
E as correntes se desatarão, enfim.

de Marlene da Conceição de Sousa

Zumbi vive

Ouviram dos palmares o heroico brado


Nas senzalas retumbante ecoado
E o sol da liberdade que viria
Ainda que tardia
Brilhou no céu da Pátria naquele dia!
O penhor dessa igualdade
Ainda que até hoje
Seja um tanto desigual
Conseguistes conquistar com braços fortes
Em teu seio
A liberdade nasceu
Cresceu e foi forjada
A ferro e fogo no peito dos homens
Que em seu nome desafiaram

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A própria morte
Por aquele sonho intenso
Vívido como um raio!
E o eco do teu grito de guerra ainda zumbe
Em nossos ouvidos
E para sempre será ouvido
Enquanto um homem ou um povo
Clamar por liberdade!

A IMPORTÂNCIA DO NEGRO PARA A HUMANIDADE

Essa é a história de um garoto chamado Theo que acordou um dia e perguntou a sua mãe:
"Mãe, o que aconteceria se não existissem pessoas negras no mundo?"

Sua mãe pensou por um momento e então falou: "Filho, siga-me hoje e vamos ver como seria se não
houvesse pessoas negras no mundo".

E, então, disse: "Agora vá se vestir e nós começaremos". Theo correu para seu quarto e colocou suas
roupas e sapatos. Sua mãe deu uma olhada nele e disse: "Theo, onde estão seus sapatos? E suas
roupas estão amassadas, filho, preciso passá-las".Mas quando ela procurou pela tábua de passar, ela
não estava mais lá. Veja, Sarah Boone, uma mulher negra, inventou a tábua de passar roupa. E Jan E.
Matzelinger, um homem negro, inventou a máquina de colocar solas nos sapatos

"Então... - ela falou - Por favor vá e faça algo em seu cabelo." Theo decidiu apenas escovar seu cabelo,
mas a escova havia desaparecido. Veja, Lydia O. Newman, uma mulher negra, inventou a escova. Ora,
essa foi uma visão... nada de sapatos, roupas amassadas, cabelos desarrumados. Mesmo o cabelo da
mãe, sem as invenções para cuidar do cabelo feitas por Madame C. J. Walker... Bem, vocês podem
vislumbrar.. .

A mãe disse a Theo: "Vamos fazer nossos trabalhos domésticos e, então, iremos ao mercado". A tarefa
de Theo era varrer o chão. Ele varreu, varreu e varreu. Quando ele procurou pela pá de lixo, ela não
estava lá. Lloyde P. Ray, um homem negro, inventou a pá de lixo. Ele decidiu, então, esfregar o chão,
mas o esfregão tinha desaparecido. Thomas W. Stewart, um homem negro, inventou o esfregão. Theo
gritou para sua mãe: "Não estou tendo nenhuma sorte!" Ela responde: "Bem, filho, deixe-me
terminar de lavar estas roupas e prepararemos a lista do mercado". Quando a lavagem estava
finalizada, ela foi colocar as roupas na secadora, mas ela não estava lá. Acontece que George T.
Samon, um homem negro, inventou a secadora de roupas.

A mãe pediu a Theo que pegasse papel e lápis para fazerem a lista do mercado. Theo correu para
buscá-los, mas percebeu que a ponta do lápis estava quebrada. Bem... ele estava sem sorte, porque
John Love, um homem negro, inventou o apontador de lápis. A mãe procurou por uma caneta, mas ela
não estava lá, porque William Purvis, um homem negro, inventou a caneta-tinteiro. Além disso, Lee
Burridge inventou a máquina de datilografia e W. A. Lovette, a prensa de impressão avançada. Theo e
sua mãe decidiram, então, ir direto para o mercado.

Ao abrir a porta, Theo percebeu que a grama estava muito alta. De fato, a máquina de cortar grama
foi inventada por um homem negro, John Burr. Eles se dirigiram para o carro, mas notaram que ele
simplesmente não sairia do lugar. Isso porque Richard Spikes, um homem negro, inventou a mudança
automática de marchas e Joseph Gammel inventou o sistema de supercarga para os motores de
combustão interna. Eles perceberam que os poucos carros que estavam circulando, batiam uns contra
os outros, pois não havia sinais de trânsito. Garret A. Morgan, um homem negro, foi o inventor do

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semáforo.

Estava ficando tarde e eles, então, caminharam para o mercado, pegaram suas compras e voltaram
para casa. Quando eles iriam guardar o leite, os ovos e a manteiga, eles notaram que a geladeira havia
desaparecido. É que John Standard, um homem negro, inventou a geladeira. Colocaram, assim, as
compras sobre o balcão.

A essa hora Theo começou a sentir bastante frio. Sua mãe foi ligar o aquecimento. Acontece que Alice
Parker, uma mulher negra, inventou a fornalha de aquecimento. Mesmo no verão eles não teriam
sorte, pois Frederick Jones, um homem negro, inventou o ar condicionado.

Já era quase a hora em que o pai de Theo costumava chegar em casa. Ele normalmente voltava de
ônibus. Não havia, porém, nenhum ônibus, pois seu precursor, o bonde elétrico, foi inventado por
outro homem negro, Elbert R. Robinson. Ele usualmente pegava o elevador para descer de seu
escritório, no vigésimo andar do prédio, mas não havia nenhum elevador, porque um homem negro,
Alexander Miles, foi o inventor do elevador. Ele costumava deixar a correspondência do escritório em
uma caixa de correio próxima ao seu trabalho, mas ela não estava mais lá, uma vez que foi Philip
Downing, um homem negro, o inventor da caixa de correio para a colocação de cartas e William Berry
inventou a máquina de carimbo e de cancelamento postal.

Theo e sua mãe sentaram-se na mesa da cozinha com as mãos na cabeça. Quando o pai chegou,
perguntou-lhes: "Por que vocês estão sentados no escuro?". A razão disso? Pois Lewis Howard
Latimer, um homem negro, inventou o filamento de dentro da lâmpada elétrica. Theo havia aprendido
rapidamente como seria o mundo se não existissem as pessoas negras. Isso para não mencionar o caso
de que pudesse ficar doente e necessitar de sangue. Charles Drew, um cientista negro, encontrou uma
forma para preservar e estocar o sangue, o que o levou a implantar o primeiro banco de sangue do
mundo. E se um membro da família precisasse de uma cirurgia cardíaca? Isso não seria possível sem o
Dr. Daniel Hale Williams, um médico negro, que executou a primeira cirurgia aberta de coração.

Então, se você um dia imaginar como Theo, onde estaríamos agora sem os Negros? Bem, é
relativamente fácil de ver. Nós ainda estaríamos na ESCURIDÃO.
Fonte:
http://maralanez.spaces.live.com/blog/cns!
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Z7l8dbcB6ek#t=9s

"É preciso entender que a desigualdade no Brasil tem cor, nome e história. Esse não é um problema
dos negros no Brasil, mas sim um problema do Brasil, que é de negros, brancos e outros mais".

A cultura africana oferece elementos relacionados a todas as áreas do conhecimento. Se a escola não inclui
esses conteúdos no planejamento, cada professor pode colocar um pouco de África em seu plano de ensino:

Língua Portuguesa:

- Para mostrar a influência dos falares africanos no Brasil, você pode usar as palavras de origem banta já
incorporadas ao nosso vocabulário.

- Leve para sala de aula lendas africanas e histórias que tratem de diversidade.

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- Use livros como Menina Bonita do Laço de Fita, de Ana Maria Machado, O Pássaro-da-Chuva, de Kersti
Chaplet, e o gibi Zumbi dos Palmares (produzido em 2001 pela Editora Lake e é distribuído gratuitamente)
para atividades de leitura e escrita.

- Familiares dos alunos afrodescendentes podem ser convidados para contar histórias de sua vida,
informações que serão transformadas em texto.

Artes:

- Podem ser trabalhados conceitos de arte abstrata e geometrismo, danças, mitos, adereços e máscaras,
relacionando essas produções às manifestações artísticas do continente europeu.

O desafio é não resvalar no preconceito nem cair no encantamento do exótico.

Educação Física:

- Usar o iitop, o mbube-mbube (ou o tigre e o impala) e a mamba, e jogos como o yote e a mancala. Iniciar
contando a história do jogo e os valores da cultura africana presentes em cada um.

Língua Estrangeira:

- Mesmo quando o idioma a ser aprendido é o inglês ou o espanhol, é possível inserir a cultura africana e
afrodescendente. Uma boa ideia é levar para suas turmas letras de músicas do afrodescendente jamaicano
Bob Marley e de outros cantores negros e textos em inglês sobre a vida de lideranças como os Malcom X e
Martin Luther King.

Ciências:

- Mencionar a evolução das espécies, esclarecendo que biologicamente todos os seres humanos são
parecidos e que as pequenas diferenças físicas não interferem na capacidade intelectual.

História:

- É fundamental fazer a comparação com o modo de vida do negro no nosso país, na época da escravidão,
nos quilombos e nos dias de hoje.

Atualidade:

- Miséria, epidemias e guerras civis existem hoje nos diversos países da África. Mas também estão presentes
em outros lugares. Usando notícias de jornal e livros, discutir com as turmas as guerras civis em Angola e
em Ruanda, a fome e a epidemia de AIDS.

Geografia:

- Localize em mapas os diversos povos que vieram para o Brasil e as riquezas de cada região,
principalmente as minas de ouro e diamantes, para a turma entender os motivos da exploração.

- Ao falar sobre os diversos povos, é possível destacar as contribuições de cada um para a economia do
Brasil Colônia.

Educação Infantil:

- Pesquisa em jornais e em revistas das palavras: Trabalho, escravo, Brasil, Portugal e África;

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- Identificação de palavras pesquisadas através de caça-palavras;
- Leitura do texto “Zumbi Pensava Diferente”;
- Observação do mapa mundi para localização do Brasil, África e Portugal;
- Decomposição da palavra PALMARES para a formação de novas palavras;
- Roda de conserva enfocando a diferença entre o dia 13 de maio e o dia 20 de novembro;
- Tentativa de escrita de palavras;
- Registro de numerais comparando quantidades;
- Exploração do calendário mensal;
- Exploração do calendário anual com observação de datas que marcam a história de negro;
- Construção de um glossário com palavra de origem africana;
- Rodas de conversa enforcando a irmandade dos homens, que todos somos iguais;
- Exposição de ervas presentes principalmente na cultura afro;
- Contagem de número de letras das palavras;
- Localização identificando distâncias: Perto ou longe a partir da fala do narrador ao afirmar que os negros
cativos vinham de muito longe;
- Pesquisa de gravuras ou fotos que demonstrem atos fraternos entre brancos e negros;
- Audição da música “O Conto das Três Raças” (Clara Nunes), entre outras;
- Exploração de sons afros: tambor, atabaque, berimbau;
- Ilustração da História Tempo de Escravidão (através de pintura com guache);
- Confecção de fantoches com perfil afro;
- Construção de retrato étnico da turma: produção de mural com fotos e frases que traduzem as
características étnicas e culturais das crianças;
- Formação de painel coletivo com personalidades negras que alcançaram a fama;
- Construção de maquete de um quilombo;
- Confecção de chocalhos, atabaque e berimbau.

Literatura:

- Sugerimos as histórias: O Ratinho Branco e o Grilo sem Asas, Menina Bonita do Laço de Fita e a lenda
Negrinho do Pastoreio.

“A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei.”

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