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IX – Barbárie e Civilização

Este capitulo faz uma passagem pela evolução da sociedade, começando


como o comunismo primitivo ao início da propriedade privada que por sua vez
se correlaciona com o início do Estado, devido ao natural surgimento de divisão
de classes.

O autor - Friedrich Engels – inicia sua síntese histórica em uma época de


barbárie inferior, na qual, tomando como exemplo uma tribo indígena, que ao
perceberem que suas produções estavam excedendo suas necessidades
diretas, começaram a trocá-las entre os membros das tribos.

Em uma fase média da barbárie, na qual, ao longo do tempo e pela natural


ambição por riqueza, começa a deixa de lado o conceito de propriedade comum
passando as gens a terem suas posses e patrimônios privados. Como por
exemplo, com o surgimento do pastor e a aparição dos rebanhos como fonte de
alimento e utilidade domésticas.

Já em uma fase superior da barbárie, começa a surgir a primeira divisão


de classes, devido à grande divisão do trabalho que foram as classes dos
senhores e dos escravos. Em um segundo momento, também como fator de
grande divisão social do trabalho, o artesanato separa-se da agricultura. Em um
terceiro momento, surgem os comerciantes, que na visão do autor é a classe
mais útil da sociedade, porém ao mesmo tempos, formam-se de aproveitadores
e parasitas sociais.

Dessa forma, devido ao progresso da divisão do trabalho está formada a


civilização com suas classes sociais e com o surgimento do “dinheiro-metal”,
uma vez que tudo é passível de ser comercializado ou penhorado, inclusive a
terra.

A partir dessa evolução da sociedade e das condições econômicas gerais


de sua existência, ficou claro que sua existência não poderia existir sem que
houvessem lutas abertas entres as classes sociais ou sob o domínio de uma
terceira classe, situada aparentemente acima das classes em luta e que
permitisse apenas a luta de classes no campo econômico, numa forma dita legal.
Dessa forma estava criado a figura do “Estado”, que não é de forma
alguma algo imposto nem tampouco uma ideia de moral ou razão e sim um
produto natural da sociedade devido a ter atingido um certo grau de
desenvolvimento. Esse Estado, distinguisse da organização gentílica do
passado, pela: divisão territorial, pela força pública ou força de polícia e
impostos.

O autor, faz então uma crítica à noção de Estado, uma vez que segundo
o mesmo, tendo sido o Estado nascido pela necessidade de conter o
antagonismo das classes devido a um conflito entre ela, o Estado pertenceria à
classe economicamente dominante adquirindo poderes que vão, segundo o
autor, reprimir e explorar a classe oprimida, não se colocando assim como uma
“classe” neutra e imparcial.

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