Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estudos realizados na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostram que o ácido
pomólico, substância purificada do Chrysobalanus icaco, conhecido como abajeru, não apenas
mata linhagens de células tumorais de várias origens, mas também linhagens tumorais que
expressam o fenômeno de resistência a múltiplas drogas (MDR). Em virtude destes resultados,
uma patente da atividade anti-MDR do ácido pomólico foi depositada no Tratado Internacional de
Patentes (PCT), com cobertura para 122 países.
O chá de folhas de abajeru é utilizado na medicina popular para tratamento de diabetes, mas
pouco se conhece sobre suas propriedades farmacológicas. Este desconhecimento levou Rachel
de Oliveira Castilho e Maria Auxiliadora Coelho Kaplan, do Núcleo de Pesquisas em Produtos
Naturais (NPPN), da UFRJ, a investigar as propriedades químicas da planta.
A maioria dos quimioterápicos exerce sua ação induzindo a morte celular por apoptose. Alguns
tumores multirresistentes apresentam evasão ao processo apoptótico e não, necessariamente,
aos diversos quimioterápicos utilizados. Mas, em geral, quase todos os mecanismos envolvidos
na multirresistência resultam na redução da interação droga-alvo. Por esse motivo, um dos
aspectos mais bem estudados da MDR é o que resulta da ativação ou superexpressão de
moléculas capazes de exportar os quimioterápicos para fora da célula ou para outros
compartimentos celulares. Neste grupo, inclui-se uma série de proteínas transportadoras como a
glicoproteína P (Pgp), a proteína associada a multirresistência (MRP) e a proteína relacionada à
resistência a mitoxantrona (MXR, também conhecida como BCRP ou ABCP1). Essas proteínas
funcionam como bombas de efluxo, translocando uma variedade de drogas quimioterápicas para
o exterior da célula e, desse modo, reduzem sua concentração intracelular para níveis subletais.
A atividade das proteínas transportadoras P-gp e MRP é um dos aspectos mais bem estudados
da MDR. A resistência múltipla induzida pela superexpressão da Pgp ou da MRP pode ser
revertida tanto em pacientes quanto em animais experimentais (ensaios in vivo) e também em
cultura de células tumorais (ensaios in vitro) por uma série de substâncias não relacionadas,
estrutural e funcionalmente, conhecidas como reversores da MDR, agentes moduladores ou
quimiossensibilizantes. Estes reversores bloqueiam a bomba de efluxo, permitindo o acúmulo
intracelular do quimioterápico. As substâncias podem ser utilizadas em terapias combinadas a
quimioterápicos, mas podem apresentar variados graus de toxicidade que resultam da ação
farmacológica da droga ou da expressão da P-gp ou MRP em tecidos normais onde se
desconhece o papel fisiológico dessas proteínas. Atualmente, há um grande interesse na busca
de novos quimioterápicos que não sejam substratos de transportadores MDR e/ou na
identificação de substâncias reversoras com baixa toxicidade.
DIVERSIDADE QUÍMICA
NOVAS DROGAS