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Literatura

AUTORES CARACTERÍSTICAS

1500 Valorização do homem (antropocentrismo); paganismo;


QUINHENTISMO 1° Documento escrito em terras superioridade do homem sobre a natureza; objetividade;
brasileiras: Carta a D. Manuel. racionalismo; universalidade; saber concreto dos valores
Gêneros: poesia lírica e épica, teatro greco-romanos; rigor métrico e rítmico: equilíbrio e
harmonia.
Crônicas
 Pero Vaz de Caminha.
Teatro
 José de Anchieta.
1601 Arte dos contrastes; antinomia homem/céu; homem/terra;
Bento Teixeira: Prosopopeia. visualização e plasticidade; fugacidade; irracionalismo;
unidade e abertura (perspectivas múltiplas para o
Padre Antônio Vieira observador); luta entre o profano e o sagrado. Culto a
BARROCO

 oratória (sermões) elementos evanescentes (água/vento). Movimento ligado ao


espírito da Contrarreforma; jogos de metáforas; riqueza de
Gregório de Matos imagens; gosto pelo pormenor; malabarismo verbal – uso de:
(Boca do Inferno) hipérbato, hipérbole, metáforas e antíteses.
 poesia satírica
 poesia sacra (religiosa)
 poesia amorosa
1768 Arte do equilíbrio e da harmonia; busca do racional, do
Cláudio Manuel da Costa: verdadeiro e da natureza (Bucolismo); retorno às concepções
Obras Poéticas. de beleza do Renascimento; poesia objetiva e descritiva;
aurea mediocritas; o objetivo arcádico de uma vida serena e
ARCADISMO

Poesia lírica bucólica; pastoralismo; valorização da mitologia; técnica da


 Cláudio Manuel da Costa simplicidade.
 Tomás Antônio Gonzaga Leitura linear e regrada: inutilia truncat (cortar o inútil),
 Silva Alvarenga carpe diem (aproveitar o dia), fugere urbem (fugir da cidade).
 Alvarenga Peixoto
Poesia épica
 Basílio da Gama
 Santa Rita Durão
1836 1ª Geração: nacionalismo, ufanismo, natureza, religião
Gonçalves de Magalhães (cristianismo), indianismo/medievalismo.
Suspiros Poéticos e Saudades. 2ª Geração: mal do século, evasão, solidão, profundo
pessimismo, anseio de morte, Ultrarromantismo, Byronismo,
Poesia saudosismo.
1ª Geração 3ª Geração: Condoreirismo, liberdade. Oratória
 Gonçalves Dias reivindicatória, literatura social e engajada. Hipérbole.
2ª Geração Geral: imaginação, fantasia, sonho, idealização, sonoridade,
 Álvares de Azevedo simplicidade, subjetivismo, sintaxe emotiva, liberdade
ROMANTISMO

 Casimiro de Abreu criadora, idealização da mulher, cor local, fuga da realidade,


 Fagundes Varela bem X mal, final feliz.
 Junqueira Freire
3ª Geração
 Castro Alves

Prosa
Urbano
 Joaquim Manuel de Macedo
 Manuel Antônio de Almeida
Regional
 Bernardo Guimarães
 Visconde de Taunay
Indianista/Histórico/Regional/Urbano
 José de Alencar.

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Literatura

BARROCO
Nessa mesma figura, eu imagino,
“Pecado contrito aos pés do Cristo crucificado”. Tens minha liberdade; pois ao passo
“Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade, Que cuido que estou livre do embaraço,
Verdade é, meu Senhor, que hei delinquido, Então me prende mais meu desatino.
Delinquido vos tenho, e ofendido, Em um contínuo giro o pensamento
Ofendido vos tem minha maldade. Tanto a precipitar-me se encaminha,
Maldade, que encaminha a vaidade, Que não vejo onde para o meu tormento.
Vaidade, que todo me há vencido, Mas se fora menos mal esta ânsia minha,
Vencido quero ver-me e arrependido, Se me faltasse a mim o entendimento
Arrependido a tanta enormidade. Como falta razão a esta avezinha.”

Arrependido estou de coração, Texto I


De coração vos busco, dai-me abraços,
Abraços, que me rendem vossa luz. “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado,
Luz, que claro me mostra a salvação, De tosco trato; de expressões grosseiro,
A salvação pretendo em tais abraços Dos frios gelos e dos sois queimado.
Misericórdia, amor, Jesus, Jesus!” Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia. Das brancas ovelhinhas tiro o leite
“A cada canto um grande conselheiro, E as mais finas lãs, de que me visto.
Que nos quer governar cabana e vinha; Graças, Marília bela,
Não sabem governar sua cozinha, Graças à minha estrela!”
E podem governar o mundo inteiro.
Texto VII
Em cada porta um bem frequente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha “Os seus compridos cabelos,
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha, Que sobre as costas ondeiam,
Para levar à praça e ao terreiro. São que os de Apolo mais belos,
Mas de outra cor não são.
Muitos mulatos desavergonhados, Têm a cor da negra noite,
Trazidos sob os pés os homens nobres, E com o braço do rosto
Posta nas palmas toda a picardia, Fazem, Marília, um composto
Estupendas usuras nos mercados, Da mais formosa união.”
Todos os que não furtam muitos pobres: Texto VIII
E eis aqui a cidade da Bahia.”
“Os teus olhos espelham a luz divina,
Moralidade sobre o dia de quarta-feira de cinzas. A quem a luz do sol não se atreve;
Papoila ou rosa delicada e fina
“Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te, Te cobre as faces, que são da cor da neve.
Te lembra hoje Deus por sua Igreja; Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
De pó te faz espelho, em que se veja Teu lindo corpo bálsamo vapora.”
A vil matéria, de que quis formar-te.
Lembra-te Deus, que és pó para humilhar-te, ROMANTISMO
E como o teu baixel sempre fraqueja Canto da Morte
Nos mares da vaidade, onde peleja,
Te põe à vista a terra, onde salvar-te. “Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Alerta, alerta, pois, que o vento berra Sou filhos das selvas,
Se assopra a vaidade e incha o pano, Nas selvas cresci;
Na proa a terra tens, amaina e ferra. Guerreiros, descendo
Todo o lenho mortal, baixel humano; Da tribo tupi.
Se busca a salvação, toma hoje terra, Da tribo pujante,
Que terra de hoje é porto soberano.” Que agora anda errante
Por fado inconstante,
ARCADISMO Guerreiros, nasci:
Soneto XLVI Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
“Não vês, Nise, brincar esse menino Meu canto de morte,
Com aquela avezinha? Estende o braço; Guerreiros, ouvi. (...)”
Deixa-a fugir; mas apertando o laço
A condena outra vez ao seu destino.

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A Maldição do Pai Em pálpebra demente.


E nem desfolhem na matéria impura
“Tu choraste em presença da morte?
A flor do vale que adormece ao vento:
Na presença de estranhos choraste?
Não quero que uma nota de alegria
Não descende o cobarde do forte;
Se cale por meu triste pensamento.
Pois choraste, meu filho não és!
Possas tu, descendente maldito Eu deixo a vida como deixa o tédio
De uma tribo de nobres guerreiros, Do deserto, o poento caminheiro
Implorando cruéis forasteiros, - Como as horas de um longo pesadelo
Seres presa de vis Aimorés.(...)” Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
(...)Descansem o meu leito solitário
Canção do Exílio
Na floresta dos homens esquecida,
“Minha terra tem palmeiras, À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Onde canta o Sabiá; Foi poeta - sonhou - e amou na vida.”
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá. Meus Oito Anos
Nosso céu tem mais estrelas, “Oh! Que saudades que tenho
Nossas várzeas têm mais flores, Da aurora da minha vida,
Nossos bosques têm mais vida, Da minha infância querida
Nossa vida mais amores. Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Em cismar, sozinho, à noite,
Naquelas tardes fagueiras
Mais prazer encontro eu lá;
À sombra das bananeiras,
Minha vida tem palmeiras,
Debaixo dos laranjais!
Onde canta o Sabiá.
Como são belos os dias
Minha terra tem primores,
Do despontar da existência!
Que tais não encontro eu cá;
- Respira a alma inocência
Em cismar - sozinho, à noite -
Como perfumes a flor;
Mais prazer encontro eu lá;
O mar é - lago sereno,
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá. O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
Não permita Deus que eu morra,
A vida - um hino d’amor!
Sem que eu volte para lá;
Que auroras, que sol, que vida,
Sem que desfrute os primores
Que noites de melodia
Que não encontro por cá;
Naquela doce alegria,
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Naquele ingênuo folgar!
Onde canta o Sabiá.” (Coimbra, julho 1843)
O céu bordado d’ estrelas,
A terra de aromas cheia,
Se Eu Morresse Amanhã
As ondas beijando a areia
“Se eu morresse amanhã, viria ao menos E a lua beijando o mar!
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Oh! Dias da minha infância!
Minha mãe de saudades morreria
Oh! Meu céu de primavera!
Se eu morresse amanhã!
Que doce a vida não era
Quanta glória pressinto em meu futuro, Nessa risonha manhã!
Que aurora de porvir e que manhã! Em vez de mágoas de agora,
Eu perdera chorando essas coroas Eu tinha nessas delícias
Se eu morresse amanhã! De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã! Livre filho das montanhas,
Não me batera tanto amor no peito Eu ia bem satisfeito,
Se eu morresse amanhã! Da camisa aberto o peito,
- Pés descalços, braços nus -
Mas essa dor da vida que devora
Correndo pelas campinas
A ânsia de glória, o dolorido afã ...
À roda das cachoeiras,
A dor no peito emudecera ao menos
Atrás das asas ligeiras
Se eu morresse amanhã!”
Das borboletas azuis!”
Lembrança de Morrer
“Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima

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Cântico do Calvário Iracema (José de Alencar)


À memória de meu filho
Pousando a criança nos braços paternos, a
morto a 11 de dezembro de 1863
desventurada mãe desfaleceu como a jetica, se lhe
“Eras na vida a pomba predileta arranca o bulbo. O esposo viu então como a dor tinha
Que sobre um mar de angústias conduzia consumido o seu belo corpo; mas a formosura ainda
O ramo da esperança. - Eras a estrela morava nela, como o perfume da flor caída do manacá.
Que entre as névoas do inverno cintilava Iracema não se ergueu mais da rede onde a
Apontando o caminho ao pegureiro. pousaram os aflitos braços de Martim. O terno esposo,
Eras a messe de um dourado estio. em que o amor renascera com o júbilo paterno, acercou
Eras o idílio de um amor sublime. de carícias que encheram sua alma de alegria, mas não a
Eras a glória, - a inspiração, - a pátria, puderam tornar à vida: o estame de sua flor se rompera.
O porvir de teu pai! - Ah! No entanto, O doce lábio emudeceu para sempre; o último
Pomba, - varou-te a flecha do destino! lampejo despediu-se dos olhos baços.
Astro, engoliu-te o temporal no norte!
Poti amparou o irmão na grande dor, Martim
Teto, - caíste! – Crença, já não vives!”(...)
sentiu quanto um amigo verdadeiro é precioso na
desventura: é como o outeiro que abriga do vendaval o
Boa noite
tronco forte e robusto do Ubiratã, quando o cupim lhe
“Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora. broca o âmago.
A lua das janelas bate em cheio. O camucim que recebeu o corpo de Iracema,
Boa-noite, Maria! É tarde... é tarde... embebida em resinas odoríferas, foi enterrado ao pé do
Não me apertes assim contra teu seio. coqueiro, à borda do rio. Martim quebrou um ramo de
murta, a folha da tristeza, e deitou-o no jazigo de sua
Boa noite!... E tu dizes - Boa noite,
esposa. A jandaia pousada no olho da palmeira repetia
Mas não mo digas assim por entre beijos...
tristemente:
Mas não mo digas descobrindo o peito,
– Iracema!
- Mar de amor onde vagam meus desejos.(...)”
Desde então os guerreiros potiguaras que passavam
perto da cabana abandonada, e ouviam ressoar a voz
Vozes d’África (trecho)
plangente da ave amiga, afastavam-se com a alma cheia
“Deus! ó Deus! Onde estás que não respondes? de tristeza do coqueiro onde cantava a jandaia. E foi
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes assim que um dia veio a chamar-se Ceará o rio onde
Embuçado nos céus? crescia o coqueiro, e os campos onde serpeja o rio.
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito... O Guarani
Onde estás, Senhor Deus?... (José de Alencar)
Qual Prometeu tu me amarraste um dia Cecília abriu os olhos e vendo seu amigo junto
Do deserto na rubra penedia dela, ouvindo ainda suas palavras, sentiu o enlevo que
- Infinito: galé!... deve ser o gozo da vida eterna.
– Sim?...murmurou ela, viveremos!... lá no céu,
Por abutre - me deste o sol cadente,
no seio de Deus, junto daqueles que amamos!...
E a terra de Suez - foi a corrente
O anjo espanejava-se para remontar o berço.
Que me ligaste ao pé...
– Sobre aquele azul que tu vês, continuou ela,
(...)
Deus mora no seu trono, rodeado dos que O adoram.
A Europa é sempre Europa, a gloriosa!...
Nós iremos lá, Peri! Tu viverás com tua irmã, sempre!...
A mulher deslumbrante e caprichosa,
Ela embebeu os olhos nos olhos do seu amigo,
Rainha e cortesã.
e lânguida reclinou a loura fronte.
Artista - corta o mármor de Carrara;
O hálito ardente de Peri bafejou-lhe a face.
Poetisa - tange os hinos de Ferrara,
Fez-se no semblante da virgem um ninho de
No glorioso afã!...
castos rubores e lânguidos sorrisos: os lábios abriram
(...)
como asas purpúreas de um beijo soltando o voo.
Hoje em meu sangue a América se nutre
A palmeira arrastada pela torrente impetuosa
- Condor que transformara-se em abutre,
fugia...
Ave da escravidão,
E sumiu-se no horizonte...
Ela juntou-se às mais ... irmã traidora
Qual de José os vis irmãos de outrora
Venderam seu irmão.
Tarefa Mínima
Basta, Senhor! De teu potente braço 1. (PUC-RJ) Quais dessas afirmações caracterizavam a
Role através dos astros e do espaço poesia realizada no Brasil no século XVIII?
Perdão p’ra os crimes meus!... 01. Preocupa-se em descrever uma atmosfera
Há dois mil anos... eu soluço um grito... denominada locus amoenus.
Escuta o brado meu lá no infinito, 02. A poesia seguia o tema de “cortar o inútil” do texto.
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!...” 04. As amadas eram ninfas lembrando a mitologia
grega e romana.
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Literatura

08. Os poetas da época não se expressaram no gênero a) Barroco.


épico. b) Arcadismo.
c) Romantismo.
2. (UFPR) d) Parnasianismo.
“Enquanto pasta, alegre, o manso gado, e) Modernismo.
minha bela Marília, nos sentemos
à sombra deste cedro levantado. 6. (FUVEST-SP)
Um pouco meditemos “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Na regular beleza, Depois da luz, se segue a noite escura,
Que em tudo quanto vive nos descobre Em tristes sombras morre a formosura,
A sábia natureza. Em contínuas tristezas a alegria.”
Atente como aquela vaca preta
O novilhinho seu mais separa, Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de matos
e o lambe, enquanto chupa a lisa teta. Guerra, a principal característica do Barroco é
Atente mais, ó cara, a) o culto da natureza.
Como a ruiva cadela b) a utilização de rimas alternadas.
Suporta que lhe morda o filho o corpo, c) a forte presença de antíteses.
e salte em cima dela.” d) o culto do amor cortês.
e) o uso de aliterações.
Com relação ao fragmento acima, de uma lira de Tomás
Antônio Gonzaga, podemos afirmar que: 7. (PUC-SP)
01. Apresenta uma expressão poética altamente “Que falta nesta cidade? – Verdade.
subjetiva. Que mais por sua desonra? – Honra.
02. Apresenta uma nítida concepção de poesia de cunho Falta mais que lhe ponha? – Vergonha.
pedagógico, ao gosto barroco. O demo a viver se exponha,
04. Apresenta a clareza, a simplicidade e a Por mais que a fama a exalta,
verossimilhança como características evidentes. Numa cidade onde falta
08. Apresenta, como característica pré-romântica, uma Verdade, honra, vergonha.”
preocupação idealizante em relação à natureza.
16. Apresenta um clima pastoral, convenção poética Pode-se reconhecer nestes versos, de Gregório de
árcade que tematiza a naturalidade e o equilíbrio Matos:
como formas ideais das relações humanas. a) O caráter de jogo verbal próprio do estilo Barroco, a
serviço de uma crítica, em tom de sátira, do perfil
3. (PUC-PR) Nos romances Senhora e Lucíola, José de moral da cidade da Bahia.
Alencar apresenta como qualidade mais importante: b) O caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa
a) Exame psicológico das personagens femininas; do século XVI, sustentando piedosa lamentação pela
b) Análise do contexto social e político do Brasil do falta de fé do gentio.
segundo império; c) O estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio
c) Estudo das transformações sociais e seu reflexo da qual o poeta se investe das funções de um
sobre o comportamento das personagens; autêntico moralizador.
d) Estudo do problema amor X dinheiro e sua crítica; d) O caráter de jogo verbal próprio do estilo Barroco, a
e) Verificação das diferenças entre o interior e a capital, serviço da expressão lírica, do arrependimento do
considerando que as personagens mais importantes poeta pecador.
são originárias do interior do Brasil. e) O estilo pedagógico da poesia neoclássica,
sustentando em tom lírico as reflexões do poeta
4. O padre Antônio Vieira celebrizou-se sobre o perfil moral da cidade da Bahia.
a) no século XVII, pela sua extraordinária parenética
barroca. 8. (FAUS-SP) O indianismo de nossos poetas
b) no século XX, pela riqueza e beleza de seus ensaios. românticos é:
c) no século XIX, por ser historiados e cronista dos a) Uma forma de apresentar o índio em toda a sua
tempos coloniais. realidade objetiva. O índio como elemento étnico da
d) no século XVIII, pelo jornalismo lúcido e futura raça brasileira.
equilibrado que fez na Colônia. b) Um meio de reconstruir o grave perigo que o índio
e) no século XVI, por suas atitudes vacilantes em representava durante a instalação da capital de São
relação ao invasor holandês protestante. Vicente.
c) Um modelo francês seguido no Brasil. Uma
5. (FUVEST-SP) necessidade de exotismo que em nada difere do
“Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te modelo europeu.
Te lembra hoje Deus por sua Igreja; d) Um meio de eternizar liricamente a aceitação, pelo
De pó te faz espelhos, em que se veja índio, de nossa civilização que se instalava.
A vil matéria, de que quis formar-se.” e) Uma forma de apresentar o índio como motivo
estético. Idealização com simpatia e piedade.
Pelas características do quarteto acima podemos dizer Exaltação da bravura, do heroísmo e de todas as
que ele se enquadra no: qualidades morais superiores.

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o espiritual (Texto I); para os poetas ......., era sobretudo


9. (UFJF-MG) Em relação ao Romantismo brasileiro, o cenário idealizado, dentro do qual se podia ser feliz.
quais afirmações são verdadeiras? (Texto II).
01. Expressão do nacionalismo através da descrição dos
costumes e regiões do Brasil. a) românticos – parnasianos
02. Expressão poética de temas confessionais, b) parnasianos – simbolistas
indianistas e humanistas. c) árcades – românticos
04. Desenvolvimento do teatro nacional. d) simbolistas – barrocos
08. Análise crítica e científica dos fenômenos da e) barrocos – árcades
sociedade brasileira.
16. Caracterização do romance como forma de 14. Sobre o Arcadismo brasileiro, pode-se afirmar que:
entretenimento e moralização. 01. Tem suas fontes nos antigos grandes autores gregos
e latinos, dos quais imita os motivos e as formas.
10. (UFRGS) A produção de Álvares de Azevedo é, no 02. Teve em Cláudio Manuel da Costa o representante
Brasil, a maior expressão: que, de forma original, recusou a motivação bucólica
a) do culto à natureza. e os modelos camonianos da lírica amorosa.
b) do cientificismo 04. Nos legou os poemas de feição épica Caramuru (de
c) da arte pela arte Frei José de Santa Rita Durão) e O Uraguai (de
d) do culto ao “bom selvagem” Basílio da Gama) e na poesia satírica Gregório de
e) do mal-do-século Matos.
08. Norteou, em termos dos valores éticos básicos, a
11. (FUVEST-SP) Sobre o romance indianista de José produção dos versos de Marília de Dirceu, obra que
de Alencar, pode-se afirmar que: celebrizou Tomás Antônio Gonzaga e que destaca a
a) Analisa as reações psicológicas da personagem como originalidade de estilo e de tratamento local dos
um efeito das influências sociais. temas pelo autor.
b) É um composto resultante de formas originais do 16. Apresentou uma corrente de conotação ideológica,
conto. envolvida com as questões sociais do seu tempo,
c) Dá forma ao herói amalgamando-o à vida da com a crítica aos abusos do poder da Coroa
natureza. Portuguesa.
d) Representa contestação política ao domínio
português. 15. (FMABC-SP) Assinale a alternativa em que se
e) Mantém-se preso aos modelos legados pelos encontram três características do movimento literário ao
clássicos. qual se dá o nome de Romantismo:
a) Predomínio da razão, perfeição da forma, imitação
12. (UFSC) Considere as afirmativas sobre o Barroco dos antigos gregos e romanos.
e o Arcadismo e some as corretas sobre o Arcadismo. b) Reação anticlássica, busca de temas nacionais,
01. Simplificação da língua literária – ordem direta – sentimentalismo e imaginação.
imitação dos antigos gregos e romanos. c) Anseio de liberdade criadora, busca de verdades
02. Valorização dos sentidos – imaginação exaltada – absolutas e universais, arte pela arte.
emprego de vocábulos raros. d) Desejo de expressar a realidade objetiva, erotismo,
04. Vida campestre idealizada como verdadeiro estado visão materialista do universo.
de poesia – clareza – harmonia. e) Preferência por temas medievais, rebuscamento de
08. Emprego frequente de trocadilhos e de perífrases – conteúdo e de forma, tentativa de expressar a
malabarismos verbais – oratória. realidade inconsciente.
16. Sugestões de luz, cor e som – antítese entre vida e
morte – espírito cristão antiterreno. 16. (UCP-PR) Livros indianistas de José de Alencar:
32. Bucolismo – Epopeia – Pseudônimos. a) Iracema, Ubirajara, Inocência.
b) O Guarani, Iracema, A Escrava Isaura.
13. (UNIFOR-CE) Assinale a alternativa que preenche c) A Moreninha, Iracema, Lucíola.
corretamente as lacunas da frase apresentada. d) Memórias de um Sargento de Milícias, O Guarani, O
Tronco do Ipê.
TEXTO I e) Ubirajara, O Guarani, Iracema.
“É a vaidade, Fábio, nesta vida
Rosa que, da manhã lisonjeada, 17. (UFPR) Com relação ao Barroco, é correto afirmar
Púrpuras mil, com ambição dourada, que:
Airosa rompe, arrasta presumida.” 01. Os princípios da analogia, transformação e
contrastes são as principais matizes que subjazem
TEXTO II aos diversos processos estilísticos do movimento.
“Fatigado de calma se acolhia 02. Como estado de espírito o movimento reflete
Junto o rebanho à sombra dos salgueiros, angústia e tensão existencial.
E o sol, queimando ásperos oiteiros, 04. É um movimento pós-romântico que se desenvolveu
Com violência maior no campo ardia.” principalmente nos países da Península Ibérica.
A natureza, para os poetas ......., era a fonte de símbolos
(rosa, cristal, água), que transcenderam do material para

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08. Esteticamente o movimento apresenta duas b) da sociedade mineira do século XVIII - Cláudio
tendências principais e o conceptismo que enfatiza o Manuel da Costa
conteúdo e a complexidade das ideias. c) da Bahia do século XVII - Gregório de Matos
16. Historicamente o movimento está intimamente d) do ciclo da cana-de-açúcar - Antônio Vieira
relacionado à contrarreforma que atuou de modo e) da exploração do ouro em Minas - Cláudio Manuel da
marcante no campo da literatura, da arquitetura e da Costa.
música.
21. SONETO
18. (UCPelotas –RS) Leia os textos seguintes, compare- Ardor em firme coração nascido;
os e assinale a opção correta sobre eles:
Pranto por belos olhos derramado;
“Por morto, Marília Incêndio em mares de águas disfarçado;
Aqui me reputo: Rio de neve em fogo convertido:
Mil vezes escuto
Tu, que em um peito abrasas escondido;
O som do arrastado,
Tu, que em um rosto corres desatado;
E duro grilhão
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Mas ah! que não treme,
Quando cristal em chamas derretido.
Não treme de susto
O meu coração. Se és fogo como passas bradamente,
Se és neve, como queimas com porfia?
“Se penso que posso
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Perder o gozar-te,
E a glória de dar-te Pois para temperar a tirania,
Abraços honestos, Como quis que aqui fosse a neve ardente,
E beijos na mão. Permitiu parecesse a chama fria.
Marília, já treme,
já treme de susto Leia o poema de Gregório de Matos:
O meu coração.”’ I - O par fogo e água, que figura amor e contentação,
(Tomás Antônio Gonzaga) passa por variações contrastantes até evoluir para o
oxímoro.
a) O primeiro corresponde a uma situação trágica
II - O poema evidencia a "fórmula da ordem barroca"
presente, e o segundo aos sucessos do passado.
ditada por Gérard Genette: diferença transforma-se
b) O poeta e Marília são personagens de um idílio,
em oposição, oposição em simetria e simetria em
distantes um do outro por fatores de saúde.
razão.
c) O medo é um elemento comum nas duas estrofes,
III - O poema inscreve, no âmbito da linguagem, o
sendo a causa do desespero do poeta.
conflito vivido pelo homem do século XVII.
d) A segunda estrofe é a fundamental porque
identifica a amada do poeta. De acordo com o poema, pode-se concluir que estão
e) O poeta não teme a violência, mas, sim, a corretas:
possibilidade de ficar privado do amor. a) I e II d) apenas uma delas
b) I e III e) todas elas
19. Sobre Padre Anchieta, é incorreto afirmar que: c) II e III
a) Cultivou especialmente os autos, buscando, na
alegoria, tornar mais acessíveis às mentes indígenas 22. Assinale a alternativa em que os dois versos
os conceitos e os dogmas do cristianismo. indicados da 1a estrofe apresentam metáforas de
b) No teatro, o "Auto de São Lourenço" destaca-se lágrimas.
como obra catequética de influência medieval. a) versos 1 e 2 d) versos 3 e 4
c) Na poesia lírica encontram-se suas mais belas b) versos 2 e 4 e) versos 1 e 3
composições, expressivas de uma fé profunda. c) versos 2 e 3
d) Apesar de pautada na língua e na cultura do índio, sua
produção literária não se caracteriza como literatura 23. Leia o soneto a seguir, de autoria de Gregório de
já tipicamente brasileira. Matos:
e) Sua obra teatral, marcadamente alegórica e
antirreligiosa, moldou-se nos padrões renascentistas. Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
20. Assinale a alternativa cujos termos preenchem Porque quanto mais tenho delinquido,
corretamente as lacunas do texto inicial. Como bom Vos tenho a perdoar mais empenhado.
barroco e oportunista que era, este poeta de um lado
lisonjeia a vaidade dos fidalgos e poderosos, de outro Se basta a vos irar tanto pecado,
investe contra os governadores, os "falsos fidalgos". O A abrandar-vos sobeja um só gemido,
fato é que seus poemas satíricos constituem um vasto Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
painel .................., que ............... compôs com rancor e Vos tem para o perdão lisonjeado.
engenho ainda hoje admirados pela expressividade.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
a) do Brasil do século XIX - Gregório de Matos Glória tal e prazer tão repentino
7
Literatura

vos deu, como afirmais na Sacra História: b) ARCADISMO, propondo um retorno à ordem
natural, como na literatura clássica, na medida em
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, que a natureza adquire um sentido de simplicidade,
Cobrai-a, e não queiras, Pastor divino, harmonia e verdade.
Perder na vossa ovelha a vossa glória. c) REALISMO, fugindo às exibições subjetivas e
mantendo a neutralidade diante daquilo que era
Assinale a alternativa incorreta: narrado; as referências à natureza eram feitas em
a) No jogo de antíteses, o poeta vê-se como culpado, terceira pessoa.
mas também ovelha indispensável ao Pastor Divino. d) BARROCO, movimento que valorizava a tensão de
b) O argumento do poeta, arrependido, constrói-se pelo elementos contrários, celebrando Deus e a forma.
jogo de ideias, ou seja, o cultismo. e) SIMBOLISMO quando estes escritores se mostravam
c) O poeta recorre ao texto bíblico para justificar, mais emotivos, transformando as palavras em
perante Deus, a necessidade de ser perdoado. símbolos dos segredos da alma. A natureza era puro
d) Segundo o poeta, o perdão de sua culpa favorecia a mistério.
ambos: tanto ao culpado, quanto ao Pastor Divino.
e) O poeta busca, em sua linguagem dualista, conciliar, 25. Considere as seguintes afirmações sobre a obra de
poeticamente, fé e razão. José de Alencar. Quais estão corretas?
I - Em IRACEMA, narram-se as aventuras e desventuras
24. Texto de Martim Francisco, português, e Iracema, a
"Além do horizonte, deve ter indígena dos lábios de mel, casal que simboliza a
Algum lugar bonito para viver em paz união dos dois povos nas matas brasileiras
Onde eu possa encontrar a natureza inexploradas.
Alegria e felicidade com certeza. II - Em SENHORA, Aurélia herda uma fortuna que a
Lá nesse lugar o amanhecer é lindo salva da pobreza e lhe permite comprar um marido,
com flores festejando mais um dia que vem vindo Seixas, de quem já fora namorada e com quem
Onde a gente possa se deitar no campo manterá um casamento perturbado por conflitos e
Se amar na selva, escutando o canto dos pássaros." acusações mútuas.
Roberto e Erasmo Carlos estão falando de um lugar III - Em O GUARANI, as aventuras de Peri, bravo
ideal, de um ambiente campestre, calmo. guerreiro indígena, são norteadas pela necessidade
de servir e proteger a jovem virgem loira Ceci, cuja
Qual das afirmações abaixo que faz referência a essa integridade física é ameaçada por malfeitores e
música? indígenas perigosos.

a) ROMANTISMO, para quem encontrar-se com a a) Apenas I d) Apenas II e III


natureza significava alargar a sensibilidade. b) Apenas III e) I, II e III
c) Apenas

AUTORES CARACTERÍSTICAS
1881 Realismo: preocupação com a verdade exata, observação
Machado de Assis e análise, personagens tipificadas, preferência pelas
Memórias Póstumas de Brás Cubas/ camadas mais altas da sociedade. Objetividade.
NATURALISMO

Realismo Descrições pormenorizadas. Linguagem correta, no


entanto é mais próxima da natural, maior interesse pela
Aluísio Azevedo
caracterização que pela ação – tese documental.
O Mulato/ Naturalismo.
PARNASIANISMO

Naturalismo: visão determinista do homem (animal,


Década de 80 presa de forças fatais e superiores – meio, herança
Definição do ideário parnasiano. genética, fisiologia, momento). Tendência para análise
Prosa dos deslizes de personalidade. Deturpações psíquicas e
 Machado de Assis físicas. Preferência por camadas menos privilegiadas.
 Aluísio Azevedo Patologia social: miséria, adultério, criminalidade, etc. –
REALISMO

 Raul Pompeia. tese experimental.


Parnasianismo: arte pela arte, objetividade, poesia
Poesia (Parnasianismo) descritiva, versos impassíveis e perfeitos, exatidão e
 Olavo Bilac economia de imagens e metáforas, poesia técnica e
 Alberto de Oliveira formal, retomada dos valores clássicos, apego à
 Raimundo Correia mitologia greco-romana.
 Vicente de Carvalho

8
Literatura

1893 Simbolismo: reação contra o Positivismo, o Naturalismo


Cruz e Souza e o Parnasianismo; individualismo, subjetivismo, atitude
Missal (1º semestre) irracional e mística, respeito pela música, cor, luz;
SIMBOLISMO Broqueis (2º semestre) procura das possibilidades do léxico, aliteração,
sinestesia, sugestão da palavra, musicalidade, eco, apuro
Poesia formal.
 Cruz e Souza
 Alphonsus de Guimaraens
 Pedro Kilkerry
 Augusto dos Anjos
 Emiliano Perneta
Primeiras décadas do séc. XX – Pré- Pré-Modernismo: tendências das primeiras décadas do
MODERNISMO

Modernismo. século XX, sentido mais crítico, fixando diferentes


facetas da realidade social, política ou alterações na
PRÉ-

Prosa paisagem e cor local.


 Monteiro Lobato
 Euclides da Cunha Obs.: Não é considerado como escola literária.
 Lima Barreto
 Graça Aranha.

PARNASIANISMO Profissão de fé (trechos)


(...)
A um poeta “Invejo o ourives quando escrevo:
“Longe do estéril turbilhão da rua, Imito o amor
Beneditino, escreve! No aconchego Com que ele, em ouro, o alto relevo
Do claustro, na paciência e no sossego, Faz de uma flor.
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua
Imito-o . E, pois nem de Carrara
Mas que na forma se disfarce o emprego A pedra firo:
Do esforço; e a trama viva se construa O alvo cristal, a pedra rara,
De tal modo, que a imagem fique nua, O ônix prefiro.”(...)
Rica mas sóbria, como um templo grego.
SIMBOLISMO
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Antífona
Sem lembrar os andaimes do edifício: “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Porque e Beleza, gêmea da Verdade, Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Arte pura, inimiga do artifício, Incensos dos turíbulos das aras...
É a força e a graça na simplicidade.”
Formas do Amor, constelarmente puras,
Vaso chinês De Virgens e de Santas vaporosas...
“Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o Brilhos errantes, mádidas frescuras
Casualmente, uma vez, de um perfumado E dolências de lírios e de rosas...
Contador sobre o mármor luzidio,
Indefiníveis músicas supremas,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Harmonias da Cor e do Perfume...
Fino artista chinês, enamorado, Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Nele pusera o coração doentio Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...”(...)
Em rubras flores de um sutil lavrado,
REALISMO
Na tina ardente, de um calor sombrio.
O Cortiço
Mas, talvez por contraste à desventura -
Aluísio Azevedo
Quem o sabe? - de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura: Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava,
abrindo, não os olhos, mas sua infinidade de portas e
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a janelas alinhadas.
Sentia um não sei quê com aquele chim Um acordar alegre e farto de quem dormiu de
De olhos cortados à feição de amêndoa.” uma assentada, sete horas de chumbo. Como que se
sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras
notas da última guitarra da noite antecedente,
dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um
suspiro de saudade perdido na terra alheia.

9
Literatura

A roupa lavada, que ficara de véspera nos Mora, entre feras, sente inevitável
coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um fartum acre Necessidade de também ser fera.
de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas
no lugar da lavagem e em alguns pontos azulados pelo Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
acumulações de espumas secas. A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se alguém causa inda pena a tua chaga,


Quincas Borba
Machado de Assis Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!”
“– Não há morte. O encontro de duas expansões,
ou a expansão de duas formas, pode determinar a Tarefa Mínima
supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há
morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição 26. Em relação ao Realismo e ao Naturalismo, podemos
de sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o afirmar que:
princípio universal e comum. Daí o caráter conservador 01. Analisam o homem como objeto de investigação
e benéfico da guerra. Supões tu um campo de batatas e religiosa.
duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para 02. São ambos anticlericais, antirromânticos e anti-
alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para burgueses.
transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há 04. Preocupam-se em descrever ou narrar
batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem minuciosamente personagens e cenas.
em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se 08. Ambos mantêm pontos comuns, sendo que o
suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse primeiro analisa o homem em seus aspectos
caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das biopatológicos, enquanto o segundo em seus
tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a aspectos psicossociológicos.
alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas 16. Ambos enfocam o real.
públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se
a guerra não fosse isso, tais demonstrações não 27. Afastando-se de uma concepção religiosa mística e
chegariam a dar-se pelo motivo real que o homem só transcendental da existência, o naturalismo:
comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e a) Criou uma literatura intimista, valorizando aquilo
pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza que é fortemente pessoal, em detrimento de
uma ação que virtualmente o destroi. Ao vencido, ódio preocupações sociais, que aborda de maneira mais
ou compaixão; ao vencedor, as batatas. tênue.
b) Cultivou a proximidade da natureza e desenvolveu o
Dom Casmurro gosto bucólico, pelo pastoril, pelas coisas do campo.
(Machado de Assis) c) elegeu, além de uma visão do mundo que valorizava as
Enfim, chegou a hora da encomendação e da leis científicas, uma ótica determinista para a explicação
partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero do comportamento humano.
daquele lance consternou a todos. Muitos homens d) Fez a apologia de tudo que é terreno e material,
choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, apegando-se à vida breve para usufruir todos os
amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. prazeres possíveis.
Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era e) Criou uma “torre de marfim” em que se refugiavam
geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o seus autores, valorizou as emoções fundas e pôs em
cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira relevo as peculiaridades que individualizam cada ser
lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas... humano.
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver a delas;
Capitu enxugou-as depressa, olhando de furto para a gente 28. (PUC – PR)
que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e “Eu amo os gregos tipos de escultura:
quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Pagãs nuas no mármore entalhadas;
Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o Não essas produções que a estufa escura
defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras Das modas cria, tontas e enfezadas.”
(“Plena Nudez”. Raimundo Correia)
desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora,
como se quisesse tragar também o nadador da manhã. É um poema tipicamente parnasiano, porque revela:
a) a concepção de “arte pela arte”, a sensibilidade
PRÉ-MODERNISMO emotiva do poeta, a ruptura do discursivo.
b) o evasionismo, o fascínio pela Grécia antiga, o
Versos Íntimos
engajamento histórico.
“Vês! Ninguém assistiu ao formidável
c) o fascínio pela Antiguidade Clássica, a concepção de
Enterro de tua última quimera.
“arte pela arte”, o culto da liberdade.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
d) o paganismo, o retorno aos modelos clássicos, o uso
Foi tua companheira inseparável!
acentuado de símbolos.
Acostuma-te à lama que te espera! e) a concepção da “arte pela arte”, o fascínio da
O homem, que, nesta terra miserável, Antiguidade Clássica, a descrição objetiva.

10
Literatura

29. Some as alternativas corretas com respeito ao 08. Sublimação, através dos astros, de toda a dor que a
Parnasianismo. alma clama.
01. Assimilação dos ideais das artes plásticas: arte pela 16. Predomínio da sugestão e uso de símbolos para a
arte. representação do mundo.
02. Gosto pelos poemas de forma fixa: balada, soneto, 32. (UFPR) Com relação à estética simbolista no Brasil,
etc. podemos afirmar que:
04. Subjetivismo afastado do sentimentalismo 01. Entre seus poetas, destacam-se Cruz e Souza,
romântico. Alphonsus de Guimaraens e o paranaense Emiliano
08. Objetivismo. Perneta.
16. Forte tendência para o narrativo, desprezando-se os 02. Em seus versos, os poetas transmitiram toda a
outros tipos de composição. homologia existente entre a vida social e a literatura.
32. Verbalismo intenso: culto das palavras, linguagem 04. Os poetas enfatizaram a percepção intuitiva da
trabalhada. realidade em vez de buscá-la de maneira lógica.
08. Entre os recursos utilizados pelos poetas para
30. (UFPR) Sobre Dom Casmurro, romance de aproximar a poesia da música destaca-se o uso de
Machado de Assis, é correto afirmar que: aliterações.
01. O narrador apresenta-se como um defunto-autor, 16. Foi um movimento literário que primou por versos
condição que lhe garante distanciamento e isenção descritivos e pela perfeição formal.
quanto aos fatos narrados.
02. A narração de uma história sobre o convencional 33. (PUC-RS)
triângulo amoroso permite ao autor investigar “Esta de áureos relevos trabalhada
camadas profundas da psique humana. De divas mãos, brilhante copo, um dia,
04. As personagens secundárias não são delineadas com Já de aos deuses servir como cansada,
precisão e não há referências à atmosfera cultural e Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.”
do cotidiano da época.
08. A proposta de “atar as duas pontas da vida” que A poesia que se concentra na reprodução de
ocasiona a construção da casa do Engenho Novo, objetos decorativos, como exemplifica a estrofe
copiada da casa da Rua de Matacavalos, também se de Alberto de Oliveira, assinala a tônica da:
materializa na elaboração do próprio livro. a) Espiritualização da vida.
16. Com o retorno do filho Ezequiel, já adulto, Bentinho b) Visão do real.
reconhece a falta de fundamento para as suas c) Arte pela arte.
suspeitas e reconcilia-se com o passado. d) Moral das coisas.
32. É o agregado José Dias quem, inadvertidamente, e) Nota do intimismo.
revela a Bentinho a sua paixão por Capitu. É dele
também a definição que melhor a caracteriza: “olhos 34. (UFV-MG) Assinale a alternativa em que todas as
de cigana oblíqua e dissimulada”. características de estilo são do Simbolismo.
a) Impassibilidade, vida descrita objetivamente,
31. (UFVIÇOSA) ecletismo.
Eternas, imortais origens vivas b) Hermetismo intencional, alquimia verbal,
da Luz, do Aroma, segredantes vozes musicalidade.
do mar e luares contemplativas c) Favor da forma, expressões ousadas, fidelidade nas
vagas visões volúpicas, velozes. observações.
d) Atmosfera de imprecisão, realismo cru, religiosidade
Aladas alegrias sugestivas e) Complexidade, ressurreição dos valores humanos,
de asa radiante e branda de albornozes, materialismo pornográfico.
tribos gloriosas, fúlgidas, altivas,
de condores e de águias e albatrozes. 35. (FUVEST-SP)
Espiritualizai nos Astros louros, I
do Sol entre os clarões imorredouros “Longe do estéril turbilhão da rua,
toda esta dor que minh’alma clama... Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Quero vê-la subir, ficar cantando, Trabalha, e teima, e sofre, e sua!”
nas chamas das estrelas, dardejando II
nas luminosas sensações da chama. “Ó formas alvas, brancas, Formas claras
(Cruz e Souza)
De luares, de neves, de neblinas!
Some as alternativas que correspondem a
Ó formas vagas, fluídas, cristalinas...
características interpretativas do poema:
Incensos dos turíbulos das aras...”
01. Valorização da sinestesia, acentuando a
correspondência entre imagens acústicas, visuais e As estrofes acima são, respectivamente, dos poetas:
olfativas. a) Manuel Bandeira e Olavo Bilac.
02. Preferência por uma luminosidade que torna os b) Vinícius de Moraes e Fagundes Varela.
elementos nebulosos e imprecisos. c) Olavo Bilac e Cruz e Souza.
04. Visão objetiva da realidade, em que a técnica se d) Cruz e Souza e Castro Alves.
sobrepõem à imaginação. e) Castro Alves e Alphonsus de Guimaraens.
11
Literatura

36. (PUC-SP) Cruz e Souza e Alphonsus de 41. (UFPR) Eça de Queirós afirmava:
Guimaraens são poetas identificados com um “O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do
movimento artístico cujas características são homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos –
a) o jogo de contrastes, o tema da fugacidade da vida e para nos conhecermos, para que saibamos se somos
fortes inversões sintáticas. verdadeiros ou falsos, para condenar o que houve de
b) a busca da transcendência, a preponderância do mau em nossa sociedade.”
símbolo entre as figuras e o cultivo de um Para realizar esta proposta literária, quais os recursos
vocabulário ligado às sensações utilizados no discurso realista?
c) a espontaneidade coloquial, os temas do cotidiano e o 01. Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de
verso livre. combate.
d) o perfeccionismo formalista, a recuperação dos ideais 02. Imaginação criadora.
clássicos e o vocabulário precioso. 04. Personagens frutos da observação, tipos concretos e
e) o jogo dos sentimentos exacerbados, o alargamento da vivos.
subjetividade e a ênfase na adjetivação. 08. Linguagem natural, sem rebuscamento.
16. Preocupação com mensagem que revela concepção
37. Na figura de........, Monteiro Lobato criou o símbolo materialista do homem.
do brasileiro abandonado ao seu atraso e miséria pelos 32. Retorno ao passado.
poderes públicos. 64. Determinismo biológico e social.
a) Cabeleira d) Blau Nunes
b) Jeca Tatu e) Augusto Matraga 42. (UFPG) Em O Alienista, Simão Bacamarte verifica
c) João Miramar que quatro quintos da população de Itaguaí estavam
38. A Obra pré modernista de Euclides da Cunha situa- internados na Casa Verde. Diante disso, reformula a sua
se entre a ...... e a ......: teoria das moléstias cerebrais, nos seguintes termos:
a) História e Psicologia a) Devia-se admitir como normal e exemplar o
b) Geografia e Economia desequilíbrio das faculdades mentais.
c) Literatura e Sociologia b) O equilíbrio ininterrupto das faculdades mentais
d) Arte e Filosofia seria prova de normalidade.
e) Teologia e Geologia c) Os comportamentos desequilibrados seriam anormais
e, portanto, desaconselháveis.
39. Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima d) Todos os homens são loucos.
Barreto, é e) Quatro quintos da humanidade é mentalmente
a) um livro de memórias em que a personagem título doente.
através de um artifício narrativo conta as
atribulações de sua vida até a hora da morte. 43. (Vunesp-SP) Assinale a alternativa em que se
b) a história de um visionário e nacionalista fanático caracteriza a estética simbolista.
que busca ingenuamente resolver sozinho os males a) Culto ao contraste, que opõe elementos como amor e
sociais de seu tempo. sofrimento, vida e morte, razão e fé, numa tentativa
c) uma autobiografia em que o autor sob a capa do de conciliar pólos antagônicos.
personagem título expõe sua insatisfação em relação b) Busca do equilíbrio e da simplicidade dos modelos
à burocracia carioca. greco-romanos através, sobretudo, de uma
d) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e linguagem simples, porém nobre.
fanático que lidera um grupo de oposição no início c) Culto do sentimento nativista, que faz do homem
dos tempos republicanos. primitivo e sua civilização um símbolo de
e) o retrato da vida e morte de um humilde burocrata independência espiritual, política, social e literária.
conformado a contragosto com a realidade social de d) Exploração de ecos, assonâncias, aliterações, numa
seu tempo. tentativa de valorizar a sonoridade da linguagem,
aproximando-a da música.
40. (CEFET-PR) Considerando a estética realista, e) Preocupação com a perfeição formal, sobretudo com
assinale a alternativa correta. o vocabulário carregado de termos científicos, o que
a) Ligada a teorias marxistas pretendeu transformar a revela a objetividade do poeta.
realidade a partir da palavra literária.
b) Presa a teorias positivistas, distorce a realidade, 44. (UCP – PR) Assinale a alternativa correta.
idealizando a pátria e a natureza a) O Romantismo é consequência do surto de
c) Embasada em ideias nacionalistas, buscou cientificismo e da fadiga da repetição das fórmulas
revalorizar o passado colonial brasileiro. subjetivas.
d) Objetivando democratizar a literatura, optou por b) O poeta parnasiano deixa-se arrebatar pelo conflito
retratar a cultura popular de modo idealizador. entre o mundo real e o imaginário, expresso num
e) Condicionada por ideias científicas, tentou sentimentalismo acentuado.
aproximar ciência e ficção. c) O Realismo é consequência do surto de cientificismo
e da fadiga da repetição das fórmulas subjetivas.
d) No Romantismo, o escritor mergulha no interior das
personagens, mostrando ao leitor seus dramas e sua
agonia.
e) No Simbolismo, predominou a prosa.
12
Literatura

45. (UM-SP) Assinale a(s) alternativa(s) que se 48. (SUPRA) “Adultério ainda é crime” é o título de um
aplica(m) à estética parnasiana. artigo publicado na revista VEJA (Cartas), no dia
01. Constante presença da temática da morte. 03/05/2000. Nele, encontramos informações como: “...o
02. Tentativa de superar o sentimento romântico. ex-ministro José Carlos Dias defendeu a tese de que
04. Predomínio da forma sobre o conteúdo. crimes como sedução e adultério deveriam sair do
08. Correta linguagem, fundamentada nos princípios dos Código Penal diretamente para a área do comportamento
clássicos. pessoal”. Mais adiante, o mesmo artigo traz: “adultério
16. Predileção pelos gêneros fixos, valorizando o soneto. ainda é crime - cuja pena varia de quinze dias a seis
meses de detenção, segundo o artigo 240 do Código
46. (UFRGS) Uma atitude comum caracteriza a postura Penal Brasileiro, em vigor desde 1940.”
literária de autores modernistas a exemplo de Lima O comportamento social sempre foi tema de romances
Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da na literatura de todos os países. Destaca-se o tema
Cunha. Pode ser ela definida como “adultério” que, na literatura brasileira, é apresentado
a) a necessidade de superar em termos de um programa em obras de diversos autores.
definido as estéticas românticas e socialistas Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente,
b) a pretensão de dar um caráter definitivamente obras cuja trama envolve o adultério e o seu autor:
brasileiro à nossa literatura, que julgavam por demais a) Lucíola e Encarnação - José de Alencar.
europeizada. b) Lucíola e Senhora - José de Alencar.
c) uma preocupação com o estudo e com a observação c) Memórias de um Sargento de Milícias e A Viuvinha -
da realidade brasileira. Manuel Antônio de Almeida.
d) a necessidade de fazer crítica social, já que o d) Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás
realismo havia sido ineficiente nessa matéria. Cubas - Machado de Assis.
e) o aproveitamento estético do que havia de melhor na e) Dom Casmurro e Memorial de Aires - Machado de
herança literária brasileira, desde suas primeiras Assis.
manifestações.
49. (SUPRA). Leia o texto da Revista VEJA, de
47. (UFPR) “Enfim chegou a hora da encomendação e 08/03/2000, e responda à questão proposta.
da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o
desespero daquele lance consternou a todos. Muitos CRIME PRECOCE
homens choravam também, as mulheres todas. Só "Às 10 horas de terça-feira passada, um garoto de 6
Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si anos chegou à escola Buell Elementary, em Flint, no
mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A Estado americano do Michigan, com um revólver calibre
confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns 32 escondido nas calças. Na frente de cinco coleguinhas
instantes para o cadáver, tão fixa, tão apaixonadamente de classe, sacou a arma e fez um disparo. O tiro acertou
fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas Kayla Renee Rolland, também de 6 anos, no pescoço. A
poucas e caladas.” menina morreu meia hora depois. Mesmo para os
A partir do fragmento acima, de Dom Casmurro, de Estados Unidos, um país aturdido por um surto de
Machado de Assis, assim como de informações gerais crimes violentos e gratuitos nas escolas, o incidente
sobre esse romance, é correto afirmar que: surpreende pela pouca idade dos envolvidos. O menino
01. A cena descrita é tipicamente romântica, em nem sequer pode ir a julgamento, pois a
consonância com o estilo da obra, que tematiza os responsabilidade penal no Michigan começa aos 7 anos.
infelizes amores de Bentinho e Capitu. A polícia ainda não tem explicação para o crime. Ao que
02. Como os fatos posteriores comprovarão, entre parece, as crianças tiveram uma briga no dia anterior.
Escobar e Capitu, não houve qualquer Filho de pais separados, o menino vive com um tio
relacionamento além de uma sólida amizade. materno, traficante de crack. O pai está preso por porte
04. O momento descrito é crucial para o de cocaína. Desde 1993, 39 crianças foram mortas em
relacionamento de Bentinho e Capitu. Instalada a escolas americanas."
dúvida na mente do marido, o casamento se É possível constatar, no texto dado acima, o íntimo
deteriorará, encaminhando-se para a inevitável relacionamento das influências do ambiente em que vive
separação. o garoto com os seus atos. Essa relação foi explorada
08. O fragmento acima comprova que Sancha é uma nos romances da escola literária denominada
personagem trágica, pois após a morte dos filhos, ela ___________ que, no Brasil, tem como principal
perde o marido num naufrágio. representante _____________.
16. Para Bentinho, a irrefutável prova de traição de
Capitu, será a semelhança de Ezequiel com o amigo A alternativa que completa as lacunas, em sequência, é:
morto. a) Parnasianismo - Raimundo Correia
32. Conforme observamos pela linguagem do b) Realismo - Machado de Assis
narrador Dom Casmurro, a atitude de Capitu diante c) Naturalismo - Aluísio Azevedo
do cadáver testemunha apenas a amizade que ela d) Pré-Modernismo - Monteiro Lobato
sentia por Escobar. e) Romantismo - Visconde de Tauna

13
Literatura

50. (ACAFE) Texto: existem de que ele seja entregue tão cedo. Enquanto
“ Inicia-te, enfim, Alma imprevista, entra no seio dos isso, cidades procuram criar seus hinos, como
viciados. Esperam-te de luz maravilhados, os Dons aconteceu recentemente em Balneário Camboriú e
que vão te consagrar artista.” agora em Blumenau, para comemorar os 150 anos de
(Cruz e Souza) fundação da cidade.
Hinos parecem fazer parte da vida das pessoas e
Assinale a afirmativa que não corresponde ao texto: identificam clubes de futebol, cidades, estados e
a) O verbo no imperativo, no primeiro verso, é usado países. No Brasil, além do Hino Nacional, temos
para conclamar a “alma imprevista”, que pode ser outros hinos, que fazem parte do cotidiano das pessoas
um candidato a artista, a uma ação. ou são lembrados apenas em ocasiões especiais. Um
b) “Alma imprevista” (o candidato a artista) terá que se deles, o Hino à Bandeira, tem como autor de sua letra
iniciar, isto é, instruir-se na arte simbolista, para Olavo Bilac, poeta que se destacou também pela
poder entrar no seio dos iniciados, fazendo parte do defesa do serviço militar obrigatório, ocasião em que
grupo simbolista. fez conferências por todo o país. Na poesia, destacou-
c) Quando a “alma imprevista” instruir-se na arte se como poeta parnasiano, formando a “tríade
simbolista, receberá os Dons da arte. parnasiana” com os poetas:
d) O uso do verbo consagrar remete-nos à sacralização
da arte, achando-se que o poeta é um ser diferente, a) Castro Alves e Augusto dos Anjos.
excepcional, cuja obra só pode ser entendida por b) Alberto de Oliveira e Manuel Bandeira.
iniciados. c) Raimundo Correia e Alphonsus de Guimaraens.
e) Os dons de luz maravilhados são atribuídos aos que d) Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
iniciam a escrever. e) Raimundo Correia e Alberto de Oliveira.

51. (SUPRA) Há meses, um programa diário da Rede


Bandeirantes manda seus repórteres às ruas, tentando
descobrir alguém que cante, corretamente, o Hino
Nacional. Embora o prêmio seja tentador (já passa dos
dez mil reais!), até agora ninguém conseguiu cumprir a
tarefa. A expectativa é grande, mas o prêmio continua
sendo aumentado diariamente e poucas chances

AUTORES CARACTERÍSTICAS
MODERNISMO

1922 linguagem coloquial, cotidiano, negação da tradição cultural


SEMANA DE ARTE MODERNA antipurista, antiacademicista, antiparnasianismo, verso livre,
1ª FASE

 Mário de Andrade nacionalismo crítico, ironia, sarcasmo, irreverência, poema-


(Papa do Modernismo) piada, liberdade de criação, direito à pesquisa – folclore
 Oswald de Andrade
 Manuel Bandeira
1930 REGIONALISMO DE 30
 Jorge Amado engajamento religioso e social – literatura de denúncia das
 Rachel de Queiroz condições humanas; tendência neorrealista; coloquialismo;
MODERNISMO

 Graciliano Ramos nacionalismo; cotidiano; romance psicológico


 José Lins do Rego Temas apresentados por região: Coronelismo, Cacau na
2ª FASE

 José Américo de Almeida Bahia, Cana-de-açúcar, Seca no Ceará e em Alagoas,


 Erico Verissimo Misticismo e candomblé, Cangaço, Os pampas gaúchos
 Carlos Drummond de Andrade POESIA
 Cecília Meireles Ampliação da temática: Social nacional para o Universal,
 Vinícius de Moraes Poemas de tendência mística, Revalorização de estilos
anteriores, neossimbolismo
1945 poesia
 João Cabral de Melo Neto Retomada dos aspectos formais da poesia.
 João Guimarães Rosa Culto à forma e à linguagem (geração de 45 e poetas
MODERNISMO

 Clarice Lispector concretistas).


Concretismo: Prosa
3ª FASE

 Décio Pignatari o domínio do conto e da crônica, análise e observação do


 Haroldo de Campos cotidiano; as “linhas” do fantástico, literatura psicológica /
 Augusto de Campos intimista, tendências a reflexões metafísicas.
No campo regional = investigação de novas possibilidades
linguísticas (universalidade); Importante o desenvolvimento
do teatro psicológico e social.

14
Literatura

52. O Romantismo e o Modernismo representam, no 16. O Modernismo brasileiro, segundo Mário de


panorama literário brasileiro, momentos de renovação e Andrade (o seu mais importante líder), derivaria de
intensa criatividade. Assinale a opção que aponta três princípios fundamentais: o direito permanente à
problemática trabalhada anteriormente pelos pesquisa estética, a atualização da inteligência
românticos e que foi retomada pelos modernistas. artística brasileira e a estabilização de uma
a) lrreverência. consciência criadora nacional.
b) "Arte pela arte".
c) Nacionalismo idealizado. 55. Assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s)
d) Visão ufanista-irônica. quanto aos princípios básicos divulgados pelos
e) Criação de uma identidade brasileira. participantes da Semana da Arte Moderna:
01. Desejo de expressão livre e a tendência para
53. Assinale a opção que preenche correta e transmitir, sem os embelezamentos tradicionais do
adequadamente os espaços do excerto a seguir. academismo, a emoção e a realidade do país;
"É com o (.......) que se inicia (.......) da arte: a literatura 02. Rejeição dos padrões portugueses, buscando uma
passa a ser divulgado pela imprensa; escolhem-se expressão mais coloquial, próxima do falar
temas e conteúdos acessíveis a todos; substitui (em)-se brasileiro, associado ao vocabulário dicionarizado
(........) pelos mitos nacionais; valoriza-se a cultura 04. Combate a tudo que indicasse o "statu quo", o
popular; e a literatura é utilizada como arma de ação conhecido;
política e social mediante romances (........) e poesia 08. Manutenção da temática simbolista e parnasiana;
(.......)." 16 Valorização do prosaico e do humor, que, em todas
as suas gamas, lavou e purificou a atmosfera
(1) Modernismo sobrecarregada pelos acadêmicos.
(2) Realismo
(3) Romantismo 56. Um escritor classificou "Vidas secas como
(4) a idealização "romance desmontável", tendo em vista sua
(5) a revolução composição descontínua, feita de episódios
(6) a democratização relativamente independentes e sequências parcialmente
(7) os símbolos cristãos truncadas. Essas características da composição do livro
(8) a mitologia clássica a) constituem um traço de estilo típico dos romances de
(9) o escapismo Graciliano Ramos e do Regionalismo nordestino.
(10) indianista(s) b) indicam que ele pertence à fase inicial de Graciliano
(11) regionalista(s) Ramos, quando este ainda seguia os ditames do
(12) de teses sociais e de costumes primeiro momento do Modernismo.
(13) saudosista(s) c) diminuem o seu alcance expressivo, na medida em
(14) reformista(s) que dificultam uma visão adequada da realidade
(15) revolucionári(o)(a) sertaneja.
a) 3 - 6 - 8 - 12 - 15. d) revelam, nele, a influência da prosa seca e lacônica
b) 2 - 5 - 7 - 10 - 14. de Euclides da Cunha, em Os sertões.
c) 3 - 5 - 7 - 11 - 9. e) relacionam-se à visão limitada e fragmentária que as
d) 1 - 6 - 4 - 11 - 13. próprias personagens têm do mundo.
e) 1 - 4 - 8 - 13 - 10.
57. Assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s) sobre
54. Esta questão versa sobre aspectos gerais da o romance SÃO BERNARDO, de Graciliano Ramos.
Literatura brasileira. 01. D. Glória, mulher egoísta como o filho Paulo
01. Como qualquer outra arte, a Literatura, inclusive no Honório, vinga-se de Padilha e de João Nogueira,
Brasil, é um fenômeno social. É a expressão proibindo a veiculação de seus artigos nos jornais
artística, criativa e original (por meio da escrita) da locais.
vida e do relacionamento com outros homens, com 02. Nessa obra, o foco narrativo modela sua verdadeira
o meio em que vive e com sua época. força, porque projeta o nível de consciência da
02. No Brasil, o Romantismo representou a importação personagem em primeira pessoa, exemplificando no
das ideias do luxo, da pompa da vida social trecho a seguir: "Uma tarde subi à torre da igreja e
francesa. fui ver Marciano procurar corujas. (...) Eu desejava
04. Com a vinda da Família Real para o Brasil, em assistir à extinção daquelas aves amaldiçoadas".
1808, houve modificações profundas no ambiente 04. É uma obra cujo enredo trata da canonização de
cultural e social, recebendo mais diretamente as São Bernardo, padre nordestino, morto pelos
influências européias. E isto repercutiu no jagunços de Lampião.
movimento romântico brasileiro. 08. Após a morte de Madalena, Paulo Honório tenta
08. No Brasil do final do Século XIX, através dos retornar o ritmo de sua vida, na fazenda São
escritores realistas, o objetivo não era mais divulgar Bernardo, mas a lembrança da mulher morta tira-
os padrões burgueses importados da Europa. Era lhe todo o entusiasmo.
transformar a literatura em um "instrumento de 16. Entre Paulo Honório, personagem principal, e sua
luta" contra as distorções provocadas pela mudança mulher Madalena há, praticamente, uma
na forma de produção de riqueza que atingia uma impossibilidade de comunicação.
industrialização acelerada na Europa.
15
Literatura

58. Assinale a afirmação correta sobre o Romance de


30. Vinícius de Moraes, nos versos transcritos, mostra
a) Predominou, entre os autores, uma preocupação de como, na separação amorosa, uma coisa se transforma
renovação estética seguindo os padrões da vanguarda em outra. Em que verso(s) NÃO há registro de tal
literária européia. transformação?
b) Na obra de José Lins do Rego, predomina a a) v.2 e 6.
narrativa curta na recriação do modo de vida dos b) v.1.
senhores de engenho. c) v. 5.
c) Os autores, em suas obras, tematizaram os d) v.3 e v.4.
problemas sociais com o intuito de denunciar as e) v.7 e 8.
agruras das populações menos favorecidas.
d) O caráter regionalista dos romances deste período 62. Texto
deve-se à reprodução fiel do linguajar típico de cada "Quando eu nasci, um anjo torto
região. desses que vivem na sombra
e) A obra de Jorge Amado pode ser considerada uma disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida"
exceção, no conjunto da época, porque seus romances Assinale a alternativa que identifica, corretamente,
apresentam uma grande inovação na estrutura autor e característica dos versos citados.
narrativa. a) João Cabral - versos brancos
b) Carlos Nejar - inserção do indivíduo na sociedade
59. Texto c) Drummond de Andrade - desajustamento do
Chega! indivíduo no mundo
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos. d) Ferreira Gullar - questionamento sobre o sentido da
Minha boca procura a "Canção do Exílio". vida
Como era mesmo a "Canção do Exílio"? e) Mário Quintana - alusão à ordem sobrenatural
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras 63. A respeito da poesia de Vinicius de Moraes,
onde canta o sabiá! assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada afirmação
(Carlos Drummond de Andrade, "Europa, França e Bahia", a seguir.
ALGUMA POESIA)
(___) Sob a forma de soneto, privilegia temáticas
Neste excerto, a citação e a presença de líricas, sobretudo o amor e sua múltiplas
trechos.............. constituem um caso de.............. manifestações.
(___) Celebra a sensualidade com versos que
Os espaços pontilhados da frase acima deverão ser apresentam imagens a respeito do sexo e do corpo.
preenchidos, respectivamente, com o que está em: (___) O cunho erótico dos poemas exclui a experiência
a) do famoso poema de Álvares de Azevedo / discurso mística do amor.
indireto.
b) da conhecida canção de Noel Rosa / paródia. A sequência correta é:
c) do célebre poema de Gonçalves Dias/ a) V - F - F.
intertextualidade. b) V - V - F.
d) da célebre composição de Villa-Lobos/ ironia. c) F - V - F.
e) do famoso poema de Mário de Andrade / d) V - F - V.
metalinguagem. e) F - F - V.

60. A segunda fase do nosso Modernismo (1930-1945) 64. Sobre Carlos Drummond de Andrade, é correto
mostrou o amadurecimento de várias linhas temáticas e afirmar que:
de processos artísticos. Firmou-se neste período a a) É o nome inquestionável na consolidação da poesia
poesia de moderna no Brasil, pela síntese que logrou realizar
01. Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes. entre várias contradições históricas do país.
02. José Lins do Rego e Vinicius de Moraes. b) Predomina, em seus poemas, uma linguagem
04. Augusto dos Anjos e Cruz e Sousa. erudita, com termos raros, compatível com os
08. Cecília Meireles e Jorge de Lima. tópicos existenciais mas inadequada para os temas
16. Emiliano Perneta e Cassiano Ricardo. do cotidiano.
c) Publicou uma série de livros de poesia e de crônicas
61. Texto que tratam predominantemente de temas
provincianos, o que localiza sua obra na vertente
1 De repente do riso fez-se o pranto regionalista da literatura brasileira.
2 Silencioso e branco como a bruma d) Se dedicou à construção de uma linguagem objetiva
3 E das bocas unidas fez-se a espuma e rigorosa, voltada para a expressão literária da
4 E das mãos espalmadas fez-se espanto. paisagem tropical.
e) Sua poesia se caracteriza pelo lirismo de tom
5 De repente da calma fez-se o vento irônico e melancólico, registro de um inconformismo
6 Que dos olhos desfez a última chama em relação à escassez de leitores de poesia no Brasil.
7 E da paixão fez-se o pressentimento
8 E do momento imóvel fez-se o drama.
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Literatura

65. O mais importante para a Literatura não é provar o e) Clarice Lispector vai além do regionalismo, além do
que acontece, mas mostrar uma realidade sob o ponto realismo do mundo físico.
de vista do autor. Focalizada sob os mais diversos
ângulos, a MULHER inspira poetas e artistas: 67. João Guimarães Rosa, em Sagarana, permite ao
leitor observar que:
01. "Sois anjo que me tenta, e não me guarda". - Verso a) Explora o folclórico do sertão.
de Gregório de Matos, delineando, pelo paradoxo, a b) Em episódios muitas vezes palpitantes surpreende a
figura da mulher como apelo aos sentidos. realidade nos mais leves pormenores e trabalha a
02. "Eu vi uma mulher verdadeiramente bela. Seus linguagem com esmero.
cabelos são negros e luzidios como azeviche (...) c) Limita-se ao quadro do regionalismo brasileiro.
Sua fronte branca, elevada e lisa..." - Fragmento do d) É muito sutil na apresentação do cotidiano banal do
escritor romântico Manuel Antônio de Almeida, jagunço.
traçando um perfil psicológico profundo do e) É intimista hermético.
personagem feminino, sem a idealização própria da
Escola Romântica. 68. A respeito de Clarice Lispector, nos contos de
04. "E estas, sem se desunharem, tinham já mordeduras Laços de Família, seria correto afirmar que:
por todo o busto." - Fragmento de Aluísio Azevedo, a) Parte frequentemente de acontecimentos
mostrando que as personagens são de condição surpreendentes para banalizá-los.
inferior, vistas na sua condição animal. b) Elabora o cotidiano em busca de seu significado
08. "Porque a Beleza, gêmea da verdade, / Arte pura, oculto.
inimiga do artifício, / É a força e a graça na c) É altamente intimista, vasculhando o âmago das
simplicidade." - Versos de Olavo Bilac, contando personagens com rara argúcia.
que à mulher, mesmo sendo bela, compete viver um d) É regionalista hermética.
vida que não escolheu e cujo destino lhe escapa. e) Opera na área da memória, da autoanálise e do
16. "Como a senhora, comadre, / pode manter o seu devaneio.
lar." - versos de João Cabral de Melo Neto,
voltando-se para a condição social da mulher 69. Em MORTE E VIDA SEVERINA, podem-se
nordestina. reconhecer as seguintes características da poesia de
João Cabral de Melo Neto:
66. Assinale a proposição incorreta. a) Sátira aos coronéis do Nordeste e versos inflamados.
a) Monteiro Lobato faz retratos pitorescos, fortes e b) Experimentalismo concretista e temática urbana.
irônicos do homem do campo. c) Memorialismo nostálgico e estilo oral.
b) Mário de Andrade não foi além dos limites d) Personagens da seca e linguagem disciplinada.
paulistanos. e) Descrição de paisagens e intenso subjetivismo.
c) Oswald de Andrade, poeta e prosador, quis destruir
para construir.
d) Vinícius de Moraes escreveu desde o soneto
camoneano até letras de canções de sabor popular.

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