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PROF.

ANA
SIMBOLISMO BRASILEIRO

 MARCO: MISSAL E BROQUÉIS DE CRUZ E SOUSA


SIMBOLISMO BRASILEIRO
 Misticismo;
 Espiritualidade;
 Subjetividade;
 Sugestão;
 Musicalidade: aliterações, assonâncias;
 Sinestesia;
 Uso de símbolos;
 Hermetismo;
 Sonho;
 Psicologia;
 Transcendência espiritual;
 Comunhão com o universo;
 Morte como libertação da alma;
 Imagens e símbolos.
CRUZ E SOUZA
 Cruz e Sousa era chamado de “O cisne negro” ou “Dante
negro”. Por ser negro foi vítima de muitos preconceitos.
 Partindo de seus sofrimentos enquanto homem negro,
alcançou a dor e o sofrimento do ser humano. Suas poesias
eram marcadas por um forte misticismo e religiosidade, na
busca de um mundo mais espiritualizado. Outra
característica interessante de sua obra é a recorrência direta e
indireta à cor branca, vista na maioria das vezes como
símbolo da pureza. Cruz e Sousa escrevia muito sobre “véus
brancos”, “neve”, “luar”, “virginais brancores”, entre outras
sugestões.
TEMAS
 A obsessão pela cor branca
 O erotismo sublimado
 O sofrimento da condição negra
 O sofrimento da condição humana
 Espiritualização e religiosidade
 Linguagem metafórica e musical
VELHAS TRISTEZAS
Diluências de luz, velhas tristezas
das almas que morreram para a luta!
Sois as sombras amadas de belezas
hoje mais frias do que a pedra bruta.

Murmúrios incógnitos de gruta


onde o Mar canta os salmos e as rudezas
de obscuras religiões — voz impoluta
de todas as titânicas grandezas.
Incógnitos- Desconhecidos
Passai, lembrando as sensações antigas,
paixões que foram já dóceis amigas,
na luz de eternos sóis glorificadas.

Alegrias de há tempos! E hoje e agora,


velhas tristezas que se vão embora
no poente da Saudade amortalhadas! ...
ANÁLISE
 Considerando o aspecto formal, este poema é um
soneto (14 versos disposto em dois quartetos e dois
tercetos) – rimas alternadas (a b a b) ricas e pobres.
Quanto ao aspecto estilístico – temático, desde o título
já ocorre uma postura subjetiva, revelando um desejo
supremo, em que o adjetivo não tem uma definição
rigorosa.
A primeira é aparente - o emprego das rimas , que
brota da influência clássica do Parnasianismo e que
não foi abandonada por Cruz e Sousa quanto aos
aspectos formais do poema. Devemos notar que ele
emprega rimas. No caso, adjetivo e substantivo, entre o
primeiro e o quarto versos, e substantivo e adjetivo,
entre o segundo e terceiro.
 A segunda nasce do emprego de uma figura de
construção, a assonância, muito utilizada no
Simbolismo, que consiste na repetição da vogal, no
caso a vogal "a", como podemos perceber no primeiro
verso:

"Diluências de luz, velhas tristezas"


 Cruz e Sousa deixou patente sua obsessão por essa cor,
chegando, em certos momentos, a tornar evidente para
os leitores a sugestão de vazio. Essa era a pretensão do
Simbolismo enquanto estética: chegar ao vago
absoluto, à imprecisão completa.

"na luz de eternos sóis glorificadas".


No verso "onde o Mar canta os salmos e as rudezas" a
palavra "Mar" ganha um significado transcendente,
absoluto, com maior expressividade ao ser grafada com
a maiúsculas alegorizantes que é um recurso simbólico
muito utilizado pelos simbolistas para personificar
coisas, objetos entre outros.
 O vocabulário foi cuidadosamente trabalhado através de
palavras e expressões que acentuam a sugestão mística:
"almas", "sombras", "religiões", "amortalhada", "eternos".

 A tendência para a personificação ou prosopopeia aparece


também em vários versos do poemas com o intuito de
atribuir qualidades humanas ao emprestar às coisas
inanimadas poder de ação peculiar aos seres vivos.

"Murmúrios incógnitos de gruta" "onde o Mar canta os


salmos e as rudezas"
A fuga da realidade leva o poeta simbolista ao mundo
espiritual. É uma viagem ao mundo invisível e
impalpável do ser humano mostrando influencia de
Charles Baudelaire nos poemas de Cruz e Sousa.

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