Você está na página 1de 25

EDIÇÃO

TIPO DE DOCUMENTO Nº
ANTERIOR ATUAL
MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO
PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE
SERVIÇOS DE SAÚDE SUS CONTAGEM
INFECÇÃO URINÁRIA

Manejo e Tratamento da
Infecção Urinária

Histórico das Revisões


Revisão Data Descrição
01 Junhol/09 Publicação Inicial

Elaborado por: Comissão Municipal de Controle de Infecção em Serviços de Saúde de


Contagem (CMCISS)- cmciss@contagem.mg.gov.br
Verificado por: Guilherme Augusto Armond; José Carlos Matos; Marcelo Silva de
Oliveira; Gabriela Araújo Costa, Débora Beatriz de Paiva Silva, Francelli Aparecida
Cordeiro Neves
Aprovado por:

Eduardo Caldeira de Souza Penna


Secretário Municipal de Saúde
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
MANUAL DE ORGANIZAۥO SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO
PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE
SERVI€OS DE SAƒDE SUS CONTAGEM
INFECÇÃO URINÁRIA

ABREVIATURAS

CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar


EAS Elementos anormais e sedimentos
ITU Infecção do trato urinário
MRSA Sthaphylococcus aureus meticilina-resistente
SVD Sonda (cateterismo) vesical de demora
UFC Unidade formadora de colônia

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
1
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
MANUAL DE ORGANIZAۥO SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO
PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE
SERVI€OS DE SAƒDE SUS CONTAGEM
INFECÇÃO URINÁRIA

SUMÁRIO
Introdução
Instruções Normativas
Infecção Urinária Adquirida na Comunidade
Infecção Urinária Hospitalar
Medidas Preventivas
Bibliografia

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
2
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
MANUAL DE ORGANIZAۥO SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO
PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE
SERVI€OS DE SAƒDE SUS CONTAGEM
INFECÇÃO URINÁRIA

INTRODUÇÃO

As infec…†es do trato urin‡rio (ITU) estˆo entre as doen…as infecciosas mais


comuns na pr‡tica cl‰nica, particularmente em crian…as, adultos jovens e mulheres
sexualmente ativas, sendo apenas menos freqŠente que as do trato respirat‹rio. No
meio hospitalar sˆo as mais freqŠentes entre as infec…†es nosocomiais em todo o
mundo, sendo considerada a principal causa de bacteremia por Gram negativos.
As ITU sˆo causadas, em geral, por bactŒrias gram-negativas aer‹bias
presentes na flora intestinal. Existem tr•s rotas potenciais para os microorganismos
atingirem os rins: difusˆo linf‡tica, hematog•nica e ascendente, sendo esta Žltima via
respons‡vel por 95% das ITU.
Do ponto de vista pr‡tico, por conven…ˆo, define-se como ITU tanto as infec…†es
do trato urin‡rio baixo (cistites) e como as do trato urin‡rio alto (pielonefrites).

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
3
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
MANUAL DE ORGANIZAۥO SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO
PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE
SERVI€OS DE SAƒDE SUS CONTAGEM
INFECÇÃO URINÁRIA

INSTRUÇÕES NORMATIVAS
Instrução
DESCRIÇÃO
Normativa
Infecção Urinária Adquirida na Comunidade
SMS-SE-001 Criança
SMS-SE-002 Adulto
Instrução
DESCRIÇÃO
Normativa
Infecção Urinária Adquirida no Hospital
SMS-SE-003 Infecção Urinária Associada à Sondagem Vesical
Instrução
DESCRIÇÃO
Normativa
Medidas Preventivas
SMS-SE-004 Medidas Preventivas de ITU não associadas à sondagem vesical
SMS-SE-005 Medidas Preventivas de ITU associadas à sondagem vesical

DESCRIÇÃO

Bibliografia

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
4
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO INFECÇÃO URINÁRIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URINÁRIA CRIANÇAS

Infecção urinária adquirida na comunidade


Crianças

Epidemiologia

A bacteriŽria pode variar de 0,1 a 1,9% dos neonatos a termo, alcan…ando 10% nos
prematuros, sendo a incid•ncia maior nos meninos atŒ os tr•s meses de idade e
freqŠentemente acompanhada de bacteremia. A partir dos tr•s meses, as meninas
passam a ser mais acometidas e as infec…†es principalmente nos prŒ-escolares estˆo
associadas a anormalidades cong•nitas. Nesta faixa et‡ria, o risco para a menina Œ de
cerca de 4,5% e para o menino de 0,5%. A preval•ncia das ITU em crian…as menores
de 2 anos apresentando febre a esclarecer varia de > 1 a 16%, dependendo da idade,
ra…a, sexo e entre os meninos, presen…a de fimose ou nˆo. Estas infec…†es sˆo
freqŠentemente sintom‡ticas e acredita-se que os danos renais resultantes das ITUs
ocorram durante este per‰odo da vida.
Em crian…as maiores de 2 anos, com sintomas urin‡rios e/ou febre, a preval•ncia
global de ITU Πaproximadamente 8%, estando possivelmente subestimada. Nos
escolares, a preval•ncia de bacteriŽria Œ de 1,2% nas meninas e de 0,03% nos
meninos, sendo em geral assintom‡tica. As pacientes do sexo feminino com bacteriŽria
assintom‡tica apresentam um risco de atŒ 50% de desenvolverem infec…ˆo sintom‡tica
quando iniciam a atividade sexual ou durante a gravidez. Portanto a presen…a de
bacteriŽria na inf•ncia define a popula…ˆo de risco em rela…ˆo ao desenvolvimento de
ITU na fase adulta.

Diagnóstico

1. História e Exame Físico:


Neonatos e lactentes: irritabilidade; diminui…ˆo da amamenta…ˆo; menor
desenvolvimento pondero-estatural; diarrŒia e v•mitos; febre e apatia. Cerca de 7% dos
casos podem estar acompanhados de icter‰cia e de hepato-esplenomegalia.
Crian…as maiores j‡ podem relatar sintomas como disŽria, freqŠ•ncia e dor
abdominal.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
1
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO INFECÇÃO URINÁRIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URINÁRIA CRIANÇAS

Sinais e sintomas sist•micos (n‡useas, v•mitos, prostra…ˆo) sugerem


acometimento de trato urin‡rio alto.
Sempre examinar genit‡lia para distin…ˆo com patologias de trato genital pois
balanopostite, vulvovaginite ou leucorrŒia acompanhada de eritema, edema ou
exulcera…ˆo da regiˆo periuretral, em 50% dos casos, tem sintomas Urin‡rios, que
melhoram com tratamento t‹pico. S‹ cerca de 8% dos casos evoluem com ITU.
FreqŠentemente est‡ associado ‘ oxiur‰ase.

2. Exames Complementares

2.1 EAS:

 Alterado em mais de 80 % dos casos nos primeiros surtos de ITU.


 Quando h‡ poliŽria, torna-se menos expressiva e atŒ mesmo normal, mesmo na
vig•ncia de ITU. Nestes casos deve-se valorizar mais os sintomas, mesmo com
pouca leucocitŽria.
 LeucocitŽria, hematŽria e cilindrŽria sugerem ITU, mas nˆo permitem seu
diagn‹stico definitivo. Podem ocorrer por inflama…†es nˆo relacionadas a ITU
(vulvovaginite, balanopostite, virose, rea…ˆo p‹s-vacinal, gastroenterocolite,
desidrata…ˆo, manipula…ˆo instrumental ou cirŽrgica do trato urin‡rio ou digestivo).

PiŽria: A presen…a de leuc‹citos na urina nˆo Œ espec‰fica de ITU. Entretanto, ITU


verdadeira sem PiŽria (ex: estearase leucocit‡ria ≥ 5 leuc‹citos por campo) nˆo Œ
usual.

A aus•ncia de piŽria, na presen…a de bacteriŽria significativa pode ocorrer nas


seguintes circunst•ncias:

 Exame colhido precocemente no curso da ITU (antes que se desenvolva a resposta


inflamat‹ria)

 Contamina…ˆo bacteriana da amostra coletada.

 Coloniza…ˆo do trato urin‡rio (Exemplo: bacteriŽria assintom‡tica)

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
2
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO INFECÇÃO URINÁRIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URINÁRIA CRIANÇAS

Considerar:
Sedimentoscopia/Elementos anormais: pi‹citos, hem‡cias, flora aumentada, rea…ˆo de
nitrito positiva.

2.2 Gram de gota não centrifugada: considerar possibilidade de contamina…ˆo se


identificado mais de uma colora…ˆo de bactŒria ou se visualiza…ˆo de poucos
microorganismos de mesma espŒcie.
A associa…ˆo de nitrito positivo, leucocitŽria e gram com visualiza…ˆo de bactŒrias
apresentam 99,8% de sensibilidade e 70% de especificidade.

2.3 Urocultura

 “ o exame que confirma a ITU.


 Confiabilidade depende da coleta adequada.

A melhor defini…ˆo de Infec…ˆo do Trato Urin‡rio (ITU) Œ bacteriŽria significativa em um


paciente com resposta inflamat‹ria (isto Œ, piŽria na an‡lise por fita ou microsc‹pica).

Bacteriúria Significativa – Depende do mŒtodo de coleta e identifica…ˆo do


microrganismo isolado. Lactobacillus spp, Staphylococcus coagulase negativo, e
Corynebacterium spp nˆo sˆo considerados uropat‹genos clinicamente relevantes em
crian…as de 2 meses a 2 anos de idade.

Modo de coleta:
 Saco coletor pl‡stico: Ap‹s assepsia dos genitais, troca-se no m‡ximo a cada 30
minutos com nova assepsia. “ pouco confiável, mesmo com tŒcnica correta (85%
dos casos sˆo falsos positivos), mas o resultado negativo torna ITU pouco prov‡vel
(tem valor preditivo negativo)
 Pun…ˆo supra-pŽbica ou sonda vesical: indicado para crian…as < 18 meses ou sem
controle esfincteriano. LeucorrŒia Œ indica…ˆo de coleta da urina por pun…ˆo
suprapŽbica ou sondagem vesical
 Jato mŒdio: Crian…as maiores com controle esfincteriano, exceto se apresentarem-
se com vulvovaginite ou balanopostite.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
3
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFEC€•O INFEC€•O URIN‚RIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URIN‚RIA CRIAN€AS

Tabela 1 – Defini…†o de bacteri‡ria significativa por modo de coleta


Modo de Coleta Bacteri‡ria Significativa

Jato mŒdio Crescimeto de uma Žnica espŒcie bacteriana com isolamento


≥100.000 UFC/mL. “ a mesma defini…ˆo usada para adultos

Cateterismo vesical Crescimento de uma Žnica espŒcie bacteriana com isolamento


≥50.000 UFC/mL.

Amostra colhida por cateterismo vesical apresentando crescimento de 10.000 a


50.000 UFC/Ml – fazer nova coleta, sendo significativa se o crescimento desta for
≥10.000 UFC/mL e piŽria e presente no EAS por fita ou exame microsc‹pico

Pun…ˆo SuprapŽbica Crescimento de qualquer numero de bactŒria gram negativa


uropatogenica. Em caso de gram positivo, pelo menos 1000
UFC/Ml sˆo requeridos.

Quando h‡ sintomas de pielonefrite, com febre, dor no flanco e calafrios, e


crescimento de pelo menos 104 col•nias/mL, h‡ 95% de sensibilidade e de
especificidade de se tratar de uma ITU.
Escherichia coli Œ respons‡vel por 90% das ITU em pacientes em tratamento
ambulatorial e em mais da metade dos pacientes internados.
Proteus sp; mais freqŠente em meninos e est‡ associada ‘ presen…a de fimose e
contamina…ˆo pelo esmegma.
Klebsiella sp e Streptococcus do grupo B sˆo mais freqŠentes em adolescentes.
Sthaphylococcus saprophyticus sˆo mais freqŠentes em adolescentes sexualmente
ativas.

3 Exames de imagem

Em todas as crian…as, o primeiro epis‹dio de infec…ˆo urin‡ria deve ser investigado


atravŒs de exames de imagem para descartar a possibilidade de malforma…†es do trato
urin‡rio. A ultrassonografia deve ser realizada ap‹s a confirma…ˆo da infec…ˆo e, nos
menores de 2 anos, deve ser realizada uretrocistografia miccional.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAƒDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
4
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO INFECÇÃO URINÁRIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URINÁRIA CRIANÇAS

 Frente a altera…†es em hist‹ria e exame f‰sico e EAS/gram nˆo sugestivos de ITU


considerar afec…†es abdominais cirŽrgicas (ex: apendicite), nefrolit‰ase ou nefropatias
(glomerulonefrite p‹s infecciosa, mediadas por auto-imunidade).

Tratamento

Indicações de Hospitalização

 Idade menor de 2 meses

 Quadro cl‰nico de sepsis de foco urin‡rio ou bacteremia em potencial

 Paciente imunocomprometido

 Vomitos ou incapacidade de tolerar medica…ˆo por via oral

 Falha de tratamento ambulatorial

 Doen…a concomitante grave

 Incapacidade da fam‰lia de tratar o paciente no domic‰lio

 Sinais de pielonefrite (dor lombar, febre alta, prostra…ˆo)

“ necess‡rio tratamento precoce e adequado (isto Œ, dentro das primeiras 72 horas do


inicio dos sintomas) para prevenir dano renal.

Tratamento ambulatorial

Antimicrobiano Tempo de Dose Observa…†es


tratamento
Cefalexina 7-10 dias 25-100 mg/kg/dia

”cido nalid‰xico 7-10 dias 60 mg/kg/dia

Amoxicilina+clavulanato 7-10 dias 45 mg/kg/dia

Sulfametoxazol+trimetoprim 7-10 dias 40mg+8mg/kg/dia Avaliar troca de


ATM se urocultura
positiva para
bactŒria nˆo E. coli
.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
5
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO INFECÇÃO URINÁRIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URINÁRIA CRIANÇAS

Recém-nascidos

Antimicrobiano Tempo de Dose Observa…†es


tratamento
Ampicilina+ 14 dias Ampicilina: Sepse precoce
gentamicina < 2kg < 7d 50 mg/kg/d (primeiros tr•s
<2kg >7d 75 mg/Kg/d dias de vida)*
> 2Kg <7d 75 mg/Kg/d
> 2Kg > 7d 100 mg/k/d

Gentamicina:
3-5 mg/kg/d
Oxacilina ou 14 dias Oxacilina: Usar oxacilina
vancomicina 50-100 mg/kg/d se isolamento
+amicacina Vancomicina: de estafilococos
< 1,2 Kg < 7d 15 mg/kg/d ou enterococos
1,2-2 Kg < 7d 20 mg/kg/d Avaliar
> 2kg < 7d 30 mg/kg/d vancomicina
como 1•
< 1,2 Kg > 7d 15 mg/kg/d escolha se
1,2-2 Kg > 7d 20-30 paciente grave
mg/kg/d ou conforme
> 2kg > 7d 45 mg/kg/d perfil de
sensibilidade da
Amicacina: institui…ˆo
< 2kg < 7d 15 mg/Kg/d
> 2kg < 7d 20 mg/kg/d
> 7d 30 mg/kg/d
Fluconazol 3-6 mg/kg/d
Anfotericina B 14 dias 0,5-1 mg/kg/d
 Ap‹s tr•s dias de vida – considerar flora predominante da unidade neonatal

 Ap‹s resultado de urocultura direcionar a terapia para o germe isolado (nˆo Œ


necess‡rio manter terapia dupla para sepse).

Pielonefrite comunitária

Antimicrobiano Tempo de Dose Observa…†es


tratamento
Gentamicina 14 dias 3-5 mg/kg/d Usar dose Žnica
di‡ria
Ceftriaxona 14 dias 50-100 mg/kg/d
Amoxicilina-clavulanato 14 dias 50 mg/Kg/d
de amoxicilina

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
6
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO INFECÇÃO URINÁRIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URINÁRIA ADULTOS

Infecção urinária adquirida na comunidade


Adultos

Epidemiologia

A terap•utica espec‰fica inicial das cistites comunit‡rias nˆo complicadas deve


ser dirigida para o combate ‘ Escherichia coli, realizando-se modifica…†es no esquema
terap•utico quando necess‡rio e, preferentemente, de acordo com o resultado da
urocultura, quando o resultado deste exame Πexigido.

Diagnóstico

Tipo de Manifestação Microrganismo isolado Diagnóstico e


Infecção clínica contagem de
Trato Urinário Alto

colônias (UFC/ml)
5
Aguda: febre, EnterobactŒrias: E. coli e outros ≥ 10
Pielonefrite n‡usea, grams negativos, Enterococcus e
calafrios, Staphylococcus aureus
v•mito, dor no
flanco
Cr•nica:
assintom‡tica
5
DisŽria e Escherischia coli e outros grams ≥ 10
Urinário
Baixo

polaciŽria, negativos, S. saprophyticus,


Trato

Cistite
urg•ncia Enterococcus
miccional

Em mulheres jovens com cistite nˆo complicada, feito o diagn‹stico cl‰nico, a


terapia pode ser institu‰da sem a exig•ncia da realiza…ˆo de cultura de urina e de teste
de sensibilidade aos antimicrobianos; apenas o encontro de leucocitŽria (> 5 p/c) e,
freqŠentemente, de hematŽria (5 p/c), no exame dos elementos anormais e sedimento
da urina sustenta a conduta terap•utica (emp‰rica) a ser indicada.

1. História e Exame Físico


 Adultos: disŽria, polaciŽria e urg•ncia miccional sugerem acometimento de
trato urin‡rio baixo (cistite). A presen…a de febre, calafrios, dor abdominal ou
lombar, anorexia e prostra…ˆo falam a favor de pielonefrite.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
1
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO INFECÇÃO URINÁRIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URINÁRIA ADULTOS

Quando a hist‹ria, exame f‰sico e o EAS/Gram nˆo forem sugestivos de ITU,


deve-se considerar afec…†es abdominais cirŽrgicas (ex: apendicite) ou afec…†es do
trato genital masculino e feminino (ex: prostatite, doen…a inflamat‹ria pŒlvica),
especialmente se acompanhadas de leucorrŒia, eritema e edema de regiˆo periuretral.

2. EAS e gram
A) Sedimentoscopia/Elementos anormais. Achados sugestivos de infec…ˆo:
pi‹citos > 5 p/c; hem‡cias > 5 p/c; flora aumentada e rea…ˆo de nitrito
positiva.
B) Colora…ˆo de Gram. Achados de bactŒrias cor‡veis ao Gram sugerem
infec…ˆo. Considerar possibilidade de contamina…ˆo se houver isolamento
de mais de um g•nero de bactŒria ou se visualiza…ˆo de poucos
microorganismos de mesma espŒcie.
A amostra de urina com nitrito positivo, leucocitŽria e Gram com visualiza…ˆo de
bactŒrias apresenta 99,8% de sensibilidade e 70% de especificidade para ITU.

3. Urocultura
5
Considera-se positiva a cultura com crescimento bacteriano de pelo menos 10
unidades formadoras de col•nia por ml de urina (100.000 ufc/ml) colhida em jato mŒdio
de maneira assŒptica. Isto significa que a bacteriŽria Œ significativa e a probabilidade de
ITU Œ muito alta. Recomenda-se ainda, que diagnostique ITU quando h‡ sintomas de
cistite e crescimento de 103 col•nias/mL, com 80 % de sensibilidade e 90 % de
especificidade. Quando h‡ sintomas de pielonefrite, com febre, dor no flanco e
calafrios, e crescimento de pelo menos 104 col•nias/mL, h‡ 95 % de sensibilidade e de
especificidade de se tratar de uma ITU, o diagn‹stico tambŒm Œ recomendado.
A Escherichia coli Œ respons‡vel por 90 % das ITU em pacientes em tratamento
ambulatorial e em mais da metade dos pacientes internados.
Outras bactŒrias gram-negativas mais freqŠentes sˆo: Enterobacter aerogenes,
Proteus mirabilis, Acinetobacter species, Serratia marcences, Providencia stuartii e
Providencia rettgeri. As gram-positivas sˆo o Staphylococcus aureus e Staphylococcus
saprophyticus p, Enterococcus sp e Corynebacterium urealyticum.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
2
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO INFECÇÃO URINÁRIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URINÁRIA ADULTOS

4. Exames de imagem
Importantes nos casos sem resolu…ˆo e ITU complicadas. Considerar na
primeira ITU de homens e em ITU recorrente.

Tratamento

O tratamento deve ser diferenciado de acordo com o sexo do paciente. Mulheres


jovens com uma infec…ˆo prim‡ria, ocasional, sem fatores agravantes da cistite podem
ser submetidas a curtos per‰odos de terapia (3 dias). Para os demais pacientes o
tempo m‰nimo de tratamento deve ser de 7 dias.
Indicação de Hospitalização
 Presen…a de qualquer critŒrio cl‰nico de gravidade;
 Falha da terap•utica ambulatorial;
 Doen…a concomitante grave;
 Sinais de pielonefrite (dor lombar, febre alta, prostra…ˆo) – em pacientes nˆo
graves considerar tratamento ambulatorial se houver possibilidade de
reavalia…ˆo em 48-72h.

Cistite não complicada

Antimicrobiano Tempo de Dose Observa…†es


tratamento
Sulfametoxazol- 3 dias Adultos: 800+160 mg Avaliar a troca se
trimetoprim 7 dias 12/12h isolar outro germe
que nˆo seja
Escherichia coli
Cefalexina 7 dias Adultos: 500 mg 6/6h Nˆo indicada
para tratamento
curto (3 dias).
Norfloxacina 3 dias 400 mg 12/12h Contra indicado
7 dias em gr‡vidas
Ciprofloxacino 3 dias 500mg 12/12h Contra indicado
7 dias em gr‡vidas
Nitrofuranto‰na 7 dias 100 mg 6/6h
* Nˆo utilizar tempo curto de tratamento em pacientes idosos, diabŒticos e
imunossuprimidos.

Pielonefrite comunitária

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
3
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO INFECÇÃO URINÁRIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URINÁRIA ADULTOS

Antimicrobiano Tempo de Dose Observa…†es


tratamento
Gentamicina 14 dias 3-5 mg/kg/d 1• escolha – considerar terapia
seqŠencial oral ap‹s melhora
cl‰nica(1)
Ceftriaxona 14 dias 1g/dia
Ciprofloxacino 14 dias 500 mg
12/12h
Amoxicilina- 14 dias 500 mg 8/8h
clavulanato
(1)
Para terapia seqŠencial oral: sulfametoxazol-trimetoprim, quinolonas ou cefalexina.

Se recorr•ncia (> 3 epis‹dios em 1 ano) considerar cultura com antibiograma, profilaxia


ap‹s tŒrmino do tratamento atŒ avalia…ˆo urol‹gica do trato urin‡rio.

Situações especiais

1. Bacteriúria assintomática
Defini…ˆo: Pelo menos duas uroculturas com crescimento bacteriano > 105 UFC/ml,
com isolamento da mesma bactŒria, sem sintomas cl‰nicos.
Tratar apenas pacientes de alto risco:
 Transplantados
 Neutrop•nicos
 Gr‡vidas
 PrŒ-operat‹rio de cirurgias urol‹gicas e coloca…ˆo de pr‹teses
Seguir protocolo j‡ exposto acima para o tratamento.

2. ITU na gravidez

A infec…ˆo do trato urin‡rio representa uma das doen…as infecciosas mais


comuns durante a gesta…ˆo, com freqŠ•ncia variando de 5 a 10%. Essa infec…ˆo pode
ser sintom‡tica ou assintom‡tica, notando-se na gravidez a ocorr•ncia de fatores que
facilitam a mudan…a de infec…†es assintom‡ticas para sintom‡ticas.
BacteriŽria assintom‡tica est‡ associada ‘ maior incid•ncia de hipertensˆo, anemia,
retardo de crescimento fetal e prematuridade.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
4
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO INFECÇÃO URINÁRIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE


URINÁRIA ADULTOS

AlŒm da incid•ncia aumentada dessas infec…†es entre gr‡vidas, Œ justamente


neste per‰odo que o arsenal terap•utico antimicrobiano e as possibilidades profil‡ticas
sˆo mais restritas, considerando-se a toxicidade das drogas para o feto. A Escherichia
coli Œ o uropat‹geno mais comum, sendo respons‡vel por mais de tr•s quartos dos
casos. Por isso, a terap•utica inicial necessariamente deve levar em considera…ˆo o
padrˆo de sensibilidade desse microrganismo aos antimicrobianos propostos.

As sulfas devem ser evitadas no fim do terceiro trimestre pelo perigo de


kernicterus. As fluoroquinolonas nˆo devem ser usadas por poderem afetar o
desenvolvimento das cartilagens do feto. Pielonefrites febris podem ser tratadas com
drogas –-lact•micas.

Cistites não complicadas

Antimicrobiano Tempo de Dose Observa…†es


tratamento
Cefalexina 7-10 dias 500 mg 6/6h Adequar terapia ap‹s antibiograma
Nitrofuranto‰na 7-10 dias 100 mg 6/6h Adequar terapia ap‹s antibiograma

Pielonefrites

Antimicrobiano Tempo de Dose Observa…†es


tratamento
Cefalotina 14 dias 1g 4/4h 1• escolha – considerar terapia
seqŠencial oral ap‹s melhora
cl‰nica
Ceftriaxona 14 dias 0,5-2g 12/12h Considerar como 1• escolha em
ou 24/24h institui…†es com altas taxas de
isolamento de bactŒrias
multirresistentes
Amoxicilina- 14 dias 500 mg 8/8h
clavulanato

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
5
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECۥO MEDIDAS PREVENTIVAS


URIN‚RIA

Infec…†o urinˆria Hospitalar

Infec…†o Urinˆria Associada a Sondagem Vesical

Introdu…†o

O trato urin‡rio Œ a topografia mais comum de infec…ˆo hospitalar, respondendo


por mais de 40% dos casos desta infec…ˆo, sendo a maioria dos epis‹dios (66-86%)
relacionados ‘ instrumenta…ˆo do trato urin‡rio. Embora as infec…†es do trato urin‡rio
associadas a cateter nˆo possam ser prevenidas em sua totalidade, um grande nŽmero
pode ser evitado atravŒs dos cuidados adequados com sonda vesical de demora.

Epidemiologia

As taxas de infec…ˆo variam amplamente, de 1% a 5% ap‹s uma Žnica


cateteriza…ˆo breve, para virtualmente 100% para pacientes com cateteres uretrais de
longa perman•ncia. A ado…ˆo do sistema fechado de drenagem urin‡ria reduziu
notadamente o risco de adquirir uma infec…ˆo associada a cateter, mas o risco ainda Œ
significativo, aumentando proporcionalmente ao tempo de perman•ncia da sonda.
Infec…†es do trato urin‡rio associadas a cateter sˆo causadas por uma
variedade de pat‹genos, inclusive Escherichia coli, Klebsiella, Proteus, Enterococcus,
Pseudomonas, Enterobacter, Serratia, e Candida. Muitos destes microorganismos sˆo
partes da flora intestinal end‹gena do paciente, mas eles tambŒm podem ser
adquiridos atravŒs de contamina…ˆo secund‡ria a partir de outros pacientes ou dos
profissionais de saŽde ou por exposi…ˆo a solu…†es contaminadas ou equipamentos
nˆo esterilizados.

Diagn‰stico

ITU hospitalar – infec…ˆo urin‡ria adquirida ap‹s 72 horas de admissˆo hospitalar.


ITU hospitalar associada Š SVD – infec…ˆo urin‡ria diagnosticada em pacientes com
SVD ou atŒ 7 dias ap‹s a retirada da sonda.
 O diagn‹stico cl‰nico Œ baseado na mesma sintomatologia descrita nas se…†es
anteriores. Em pacientes sedados o diagn‹stico exige alto grau de suspei…ˆo,
pois o paciente nˆo tem como relatar os sintomas t‰picos de ITU.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAƒDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
1
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS


URINÁRIA

Nesses pacientes, a presen…a de febre sem sinais de localiza…ˆo em outros s‰tios e a


piora hemodin•mica orientam a pesquisa de ITU.

 Embora febre seja o sintoma mais frequente, sua presen…a ao lado de uma
urocultura positiva, em pacientes com sondagem de longa dura…ˆo, nˆo Œ sin•nimo de
infec…ˆo do trato urin‡rio. Assim, uma cuidadosa investiga…ˆo de outras fontes
potenciais de infec…ˆo deve ser realizada previamente a antibioticoterapia,
particularmente se o paciente estiver est‡vel clinicamente e a febre for de baixa
intensidade.

 Nˆo h‡ indica…ˆo para a coleta rotineira de urocultura. Esse exame est‡ indicado
em situa…†es espec‰ficas como na investiga…ˆo de surtos, para identifica…ˆo de fontes
de germes multirrsistentes e para pacientes com febre associada ou nˆo a sinais e
sintomas locais, bacteriemia e outras complica…†es da sondagem como hematŽria e
obstru…ˆo.

 Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus sp sˆo as bactŒrias mais associadas a


manipula…ˆo das vias urin‡rias.
 Para candidŽria, considerar urocultura positiva se houver crescimento > 102
UFC/ml.

Tratamento

Observações:
1. Considerar a retirada do cateter se diagn‹stico de ITU relacionada ‘ sondagem.
2. Nˆo h‡ indica…ˆo de tratamento de bacteriŽria assintom‡tica relacionada ‘
sondagem, exceto nos seguintes casos:
 Paciente idoso
 Infec…ˆo por Serratia marcescens (alto risco de bacteremia secund‡ria)
 Surto de ITU relacionada ‘ sonda
 Pacientes de risco: neutrop•nicos, transplantados, a serem submetidos a cirurgias
urol‹gicas ou coloca…ˆo de pr‹teses e gestantes.
3. Nˆo h‡ indica…ˆo de tratamento de bacteriŽria assintom‡tica ap‹s remo…ˆo da
sonda vesical, exceto se pacientes de risco (ver acima) ou persist•ncia de
bacteriŽria ap‹s 14 dias de retirada da sonda.
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS
Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
2
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS


URINÁRIA

ITU associada a SVD


Antimicrobiano Tempo de Dose Observa…†es
tratamento
Ceftriaxona 10-14 dias 1g 12/12h Adequar ap‹s antibiograma
Ciprofloxacino 10-14 dias 400 mg EV Adequar ap‹s antibiograma
12/12h
Amicacina 10 dias 15 mg/kg/d Adequar ap‹s antibiograma

Candidúria
Antimicrobiano Tempo de Dose Observa…†es
tratamento
Fluconazol 7 dias
200 mg no 1— dia 1• escolha
e 100 mg nos
dias
subseqŠentes
Anfotericina B 1-3 dias 0,3 mg/kg
Assintom‡tica: tratar apenas pacientes de risco: neutrop•nicos, transplantados e prŒ-
operat‹rio de cirurgia urol‹gica.

Possíveis causas de falha do tratamento empírico na ITU associada à SVD


 Sele…ˆo inapropriada de antibi‹tico;
 Posologia / n‰vel urin‡rio baixo de antibi‹tico;
 Resist•ncia antimicrobiana (MRSA, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter spp.,
Klebsiella spp.).

Se infecção por microrganismo multidrogarresistente, contactar o SCIH/CCIH,


referência técnica ou CMCISS para discussão caso a caso.
 Microrganismos nˆo contemplados no tratamento inicial (Candida spp,).
 Manuten…ˆo de SVD ap‹s diagn‹stico da ITU.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
3
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS


URINÁRIA

Medidas Preventivas

Medidas Preventivas de ITU não associadas à sondagem vesical

1. Recomenda…†es estabelecidas para evitar infec…†es do trato urin‡rio, mesmo para


indiv‰duos sadios e fora do ambiente hospitalar:
 Ingerir regularmente l‰quidos.
 Urinar periodicamente; as mic…†es devem ser completas, esvaziando totalmente a
bexiga.
 A higiene da regiˆo geniturin‡ria da mulher deve sempre ser feita do sentido
anterior para o posterior.

2. J‡ em pacientes internados, algumas outras recomenda…†es, alŒm das j‡ citadas


acima, sˆo estabelecidas a fim de evitar o cateterismo vesical:
 Estimular a mic…ˆo espont•nea e considerar tŒcnicas alternativas de drenagem
urin‡ria antes de usar um cateter uretral.
 Usar o sistema de drenagem por condom como alternativa ao cateterismo vesical
em pacientes masculinos cooperativos sem obstru…ˆo urin‡ria ou reten…ˆo vesical.
 Evitar a cateteriza…ˆo vesical sempre que poss‰vel.

Medidas Preventivas de ITU associadas à sondagem vesical

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS 1


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS


URINÁRIA

 Indicar cateterismo vesical na impossibilidade de mŒtodos alternativos.


 Usar sempre que poss‰vel o cateterismo intermitente.
 Usar tŒcnica limpa para o cateterismo intermitente realizado pelo pr‹prio paciente,
tanto no ambiente de servi…o de saŽde como domiciliar. Quando realizado pela
equipe assistencial utilizar tŒcnica estŒril.
 Usar preferencialmente o cateterismo vesical de al‰vio em detrimento ao
cateterismo vesical de demora.
 Remover o cateter vesical de demora o mais prontamente poss‰vel quando nˆo
houver mais necessidade de sua manuten…ˆo.
 Utilizar luvas estŒreis para inser…ˆo do cateter.
 Inserir o cateter utilizando tŒcnica assŒptica e equipamento estŒril.
 Somente profissionais que sabem a tŒcnica correta de inser…ˆo e manuten…ˆo do
sistema vesical de demora devem manipul‡-lo.
 Nos Hospitais e em outros servi…os de saŽde, realizar treinamento para os
profissionais assistenciais da tŒcnica de inser…ˆo e manuten…ˆo do sistema.
 Higienizar as mˆos e usar luvas de procedimento ao manusear o cateter, tubo e
bolsa de drenagem.
 Em caso de resist•ncia ou obstru…ˆo, nˆo for…ar a inser…ˆo do cateter evitando
poss‰veis les†es no conduto uretral.
 O calibre do cateter deve ser menor que o meato urin‡rio externo para minimizar o
traumatismo uretral e permitir que as secre…†es drenem ao longo das laterais do
cateter.
 Evitar o uso de balonete com capacidade maior que 15-20 ml, pois este aumenta a
probabilidade de infec…ˆo por urina residual. Seguir orienta…†es do fabricante.
 Os cateteres devem ser corretamente afixados ap‹s a inser…ˆo para impedir o
movimento e a tra…ˆo uretral.
 Em recŒm-nascidos e lactentes atŒ 3 (tr•s) meses de vida, usar clorohexidina para
a anti-sepsia de pele (degermante) e mucosa (aquoso). Nˆo Œ recomendado usar
anti-sŒpticos a base de iodo.
 O sistema de drenagem fechado (sonda - sistema coletor) nunca deve ser violado.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS 2


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS


URINÁRIA

 Nˆo existem recomenda…†es para troca de rotina do cateter e do sistema de


drenagem. As indica…†es para troca sˆo obstru…ˆo, vazamento ou desconexˆo do
sistema, vig•ncia de sepse, febre de origem nˆo determinada e em certas situa…†es
de infec…ˆo do trato urin‡rio por fungos. Nessas situa…†es o cateter e o sistema de
drenagem devem ser substitu‰dos.
 O sistema de drenagem deve ser fechado, estŒril e de uso Žnico.
 Nˆo lavar a sonda e tˆo pouco fazer instila…ˆo. Instila…ˆo est‡ indicada apenas para
prevenir obstru…†es p‹s-prostatectomias, cirurgia de bexiga, e aliviar obstru…†es
devido a co‡gulos, muco ou outras causas.
 No caso de prescri…ˆo de irriga…ˆo vesical, usar sonda vesical de tr•s vias, no
intuito de nˆo violar o sistema fechado.
 Nˆo permitir o acŽmulo de urina no tubo de drenagem, permitindo um fluxo livre de
urina.
 Evitar ao m‡ximo a interrup…ˆo da urina atravŒs de pin…amento e muito menos por
dobras no sistema com esparadrapo, evitando acŽmulo prolongado de urina nas
al…as do tubo.
 Remover cuidadosamente quaisquer secre…†es ressecadas ao n‰vel da jun…ˆo
entre a sonda e o meato.
 A bolsa coletora deve ser esvaziada a cada 8 horas ou quando o volume alcan…ar
2/3 da mesma, evitando refluxo de urina e poss‰vel contamina…ˆo bacteriana.
 Fazer anti-sepsia com ‡lcool a 70% na v‡lvula de drenagem da bolsa coletora do
sistema vesical, antes e depois de esvaziar a bolsa coletora. A extremidade do
dispositivo de sa‰da nˆo deve tocar em objetos (ex. frasco para coleta de urina) ou
superf‰cies. O recipiente coletor de urina deve ser de uso exclusivo do paciente.
 Amostras de pequeno volume de urina para cultura devem ser colhidas por
aspira…ˆo. Clampar o tubo coletor em sua parte distal, pr‹ximo ‘ v‡lvula espec‰fica
para o procedimento, durante 3 a 4 horas. Ap‹s, friccionar ‡lcool a 70% na v‡lvula
por 30 segundos e aspirar ‘ quantidade necess‡ria de urina, com seringa estŒril.
Para grandes volumes para an‡lises especiais (urina rotina e urina 24 horas), fazer
coleta assepticamente na bolsa coletora atravŒs da v‡lvula de drenagem.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS 3


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
Instru…ˆo Normativa SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

PROTOCOLO DE MANEJO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS


URINÁRIA

 Orientar o paciente a nˆo encostar o sistema vesical no chˆo e nˆo elevar a bolsa
acima do n‰vel da bexiga, evitando o refluxo de urina contaminada do tubo ou bolsa
coletora (sem v‡lvula anti-refluxo) para a bexiga do paciente pela a…ˆo da
gravidade.
 Quando houver risco de refluxo pela manipula…ˆo ou movimenta…ˆo do paciente
(ex: transporte do paciente atravŒs de maca), deve-se clampar o tubo coletor.
 Nˆo usar rotineiramente antimicrobianos sist•micos para impedir infec…ˆo do trato
urin‡rio nos pacientes que requerem cateterismo vesical de curto ou em longo
prazo.
 Lavar com ‡gua e sabˆo a regiˆo perineal duas ou tr•s vezes ao dia e quando
necess‡rio, incluindo jun…ˆo cateter-meato uretral. Em caso de diarrŒia, lavar a
regiˆo a cada epis‹dio ou a cada troca de fralda.
 Nˆo usar anti-sŒptico para limpeza da regiˆo periuretral durante a perman•ncia do
cateter vesical. A higiene rotineira com ‡gua e sabˆo Œ apropriada (exemplo:
durante o banho di‡rio do paciente).

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS 4


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
MANUAL DE ORGANIZAۥO SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

SERVI€OS DE SAƒDE SUS CONTAGEM BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Bibliografia recomendada

1. Centers for Disease Control and Prevention. Guideline for prevention of catheter-
associated urinary tract infections [online] [Visualizado em 2008 out 13] Dispon‰vel em
http://www.cdc.gov/ncidod/hip/GUIDE/uritract.htm.
2. Hospital das Cl‰nicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Comissˆo de
Controle de Infec…ˆo Hospitalar. Guia de utiliza…ˆo de antimicrobianos e
recomenda…†es para preven…ˆo de infec…†es hospitalares. 1• edi…ˆo. Belo Horizonte.
2005.
3. Hospital das Cl‰nicas da Faculdade de Medicina de Sˆo Paulo. Guia de utiliza…ˆo de
anti-infecciosos e recomenda…†es para preven…ˆo de infec…†es hospitalares. 2007-
2008. Sˆo Paulo, 2008.
4. Funda…ˆo Municipal de SaŽde. Comissˆo de Controle de Infec…ˆo Hospitalar. Normas
em Controle de Infec…†es Hospitalares. Teresina. 2003.
5. Nicolle LE. The chronic indwelling catheter and urinary infection in long-
term-care facility residents. Infect Control Hosp Epidemiol, 2.001. 22(5):
316-321.
6. Brasil. Agencia Nacional de Vigil•ncia Sanit‡ria. Principais S‰ndromes Infecciosas.
M‹dulo I.
7. Araujo JCO, Andrade DF. Infec…ˆo do Trato Urin‡rio. Terap•utica Cl‰nica. Guanabara
Koogan: Rio de Janeiro, 1998, p. 810-814.
8. Gagliardi EMDB et al. Infec…ˆo do Trato Urin‡rio. Infec…ˆo Hospitalar e suas
Interfaces na ”rea da SaŽde. Rio de Janeiro, Atheneu, 2005.
9. Wong ES, Hooton TM. Guideline for prevention of catheter associated-urinary tract
infections. CDC-Urinary Tract Infections, February, 1981.
10. Bennett, John V. & Brachman, Philip S. Hospital Infections. Third Edition.
Boston/Toronto/ London.1992: 597-607.
11. Martins MP. Manual de Infec…ˆo Hospitalar: Epidemiologia, Preven…ˆo e Controle. 2
ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2001:165-70.
12. Mayhall, C. Glen. Hospital Epidemiology and Infection Control. Williams & Wilkins.
1996.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS 1


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br
EDIۥO
TIPO DE DOCUMENTO N‚
ANTERIOR ATUAL
MANUAL DE ORGANIZAۥO SMS-MOHCA-002 01
SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO

SERVI€OS DE SAƒDE SUS CONTAGEM BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

13. Zanon, Uriel e Neves Jayme. Infec…†es Hospitalares. Preven…ˆo, Diagn‹stico e


Tratamento. Medsi. 1987: 482-489.
14. Azevedo FM, Armond GA. Infec…†es do Trato Urin‡rio. In: Oliveira, AC. Infec…†es
Hospitalares: Epidemiologia, Preven…ˆo e Controle. Rio de Janeiro. Guanabara
Koogan. 2005:124-132.
15. Couto,R.C; Pedrosa,T.M.G; Nogueira,J.M..Infec…ˆo Hospitalar: Epidemiologia e
Controle. 1ed.Belo Horizonte: MedsiI,1997.530p.
16. Couto,R.C; Pedrosa,T.M.G. Guia Pr‡tico de Infec…ˆo Hospitalar.1ed. Belo Horizonte:
MEDISI,1999.356p.
17. Rodrigues,E.A.C;Mendon…a,J.S.DE;Amarante,J.M.B;Filho,M.B.A;Grinbaum,R.S;Richt
maum,R.. Infec…ˆo Hospitalar: Preven…ˆo e Controle. 1ed.Sˆo Paulo:
Sarvier,1997.661p.
18. Fernandes,A.T..Infec…ˆo Hospitalar e suas Interfaces na ”rea de SaŽde. 1e2v. 1ed.
Sˆo Paulo: Atheneu,2000.1720p.
19. Castro Neto, M; Ribeiro, J. M. V. P.. Guia Pr‡tico Controle de Infec…ˆo Hospitalar.
1ed. Belo Horizonte: REVINTER,1999.68p.
20. Guideline for prevention of catheter-associated urinary tract infections, 2008 – Draft.
Department of Health and Human Services Centers for Disease Control and
Prevention.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS 2


Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110
E-mail: saude@contagem.mg.gov.br

Você também pode gostar