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UniverCidade
Escola de Ciências Jurídicas
Curso de Direito
Súmulas de Aulas
Introdução ao Estudo do Direito
“Todo amanhã
se cria num ontem, através de um hoje. De
modo que o nosso futuro baseia-se no
passado e se corporifica no presente, temos
de saber o que somos para saber o que
seremos”.
Paulo Freire.
2010
2
INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende ser uma síntese das noções elementares para o estudo
de Direito, baseada nas obras dos quatro grandes mestres da Introdução ao Estudo do
Direito, que são: Miguel Reale, Wilson de Souza Campos Batalha, Paulo Nader e
Paulo Dourado de Gusmão. É uma síntese da disciplina propedêutica do Direito que
é a Introdução ao Estudo do Direito, disciplina que constitui, segundo Benjamin de
Oliveira Filho, “um sistema de ideias gerais’’ e não uma ciência.
É importante lembrar que estas páginas não foram feitas para mestres, nem
para os teóricos de Direito, mas sim, para os estudantes que estão iniciando a longa
caminhada no mundo da mais importante das ciências históricas culturais, que é o
Direito. Tem objetivos práticos e didáticos, afastando-se propositadamente das teorias
obsoletas, bem como das questões bizantinas inaplicáveis a nossa realidade.
É uma modesta contribuição aos alunos da Escola de Direito da nossa
UniverCidade e que devem seguir à risca a lição de Pavlov. “... Aprendam o ABC da
ciência antes de tentar galgar seu cume. Nunca acreditem no que se segue sem
assimilar o que vem antes. Nunca tentem dissimular sua falta de conhecimento, ainda
que com suposições e hipóteses audaciosas. Como se alegra nossa vista com o jogo de
cores dessa bolha de sabão – no entanto, ela, inevitavelmente, arrebenta e nada fica
além da confusão.”
1
Paulo Nader – “Introdução ao Estudo do Direito”, 18ª ed., Editora Forense, Rio de janeiro, 2000, p.1.
2
Benjamim de Oliveira Filho - “Introdução à Ciência do Direito”, 4ª ed., José K. Editor, Rio de janeiro, 1967,
p. 86.
3
Paulo Nader, op. Cit. p. 3.
6
Filosofia do Direito
Fundamentais Sociologia do Direito
Ciência do Direito
DISCIPLINAS JURÍDICAS
História do Direito
Enciclopédia Jurídica
4
Paulo Dourado de Gusmão – “Introdução ao Estudo do Direito”, 13ª ed., Editora Forense, Rio de
Janeiro, 2002, p. 3.
5
Paulo Nader, op. Cit. p. 11.
7
6
Apud Paulo Nader, op. Cit. p. 13.
8
Exemplos:
7
Cf João Batista. Herkenhoff,– “Introdução ao Estudo do Direito”, Julex Livros Ltda., São Paulo,1987
p. 3
8
Cf. Miguel Reale, op. Cit. p. 21
9
Cf. Perrando, Manuale di Medicina Legale, apud. Paulo Dourado de Gusmão, op. Cit. p. 26.
9
Antropologia Criminal
Teórica Sociologia Criminal
Criminologia Psicologia Criminal
Prática Criminalística
Obs: Antropologia Criminal – Estuda as causas endógenas do delito. Foi fundada por
Lombroso e pode ser considerada a ciência do “L’Uomo Delinquente” (1871);
Sociologia Criminal – Estuda os fatores ambientais e sociais do delito. Ferri,
com a sua obra “Sociologia Criminal” (1881), pode ser considerado o precursor
dessa ciência;
Psicologia Criminal – Estuda os processos psíquicos do homem delinquente;
Criminalística – É a ciência que trata das provas criminais (prova pericial) e das
técnicas para descobrir o autor do crime e o falso testemunho.
10
Cf. Paulo Dourado de Gusmão, op. Cit. p. 27.
11
Cf. Miguel Reale, Lições Preliminares de Direito, 27ª ed. Saraiva, Rio de Janeiro, 2004, p. 2.
10
12
Cf. Paulo Nader, op. Cit. p. 25.
11
13
Pontes de Miranda, Comentários à Constituição de 1967, Apud Paulo Nader, op. Cit. p. 18.
14
Cf. a Bíblia Sagrada, Gênesis o livro da criação (Gen. 1, 27 e 28).
12
Tanto o Direito quanto a Moral têm uma base ética comum e uma origem
idêntica, que é a consciência coletiva da sociedade. Ambos são normas de
comportamento que regulam atos dos seres humanos, tendo um e outro, por fim, o bem-
estar do indivíduo e da coletividade. A diferenciação entre ambos só é possível após
profunda análise de seus pontos de dessemelhanças, senão, vejamos:
a)Campo de Atuação:
Moral - O seu campo de atuação é mais amplo, abrangendo os deveres do homem
para com Deus, para consigo mesmo e para com seus semelhantes;
Direito – Tem o campo de atuação mais restrito, abrangendo apenas os deveres do
homem com seus semelhantes.
b) Coercibilidade:
Moral - Incoercível e só comporta sanções internas (remorso, arrependimento,
desgosto íntimo, sentimento de reprovação geral) que do ponto de vista social é
ineficaz, pois a ela não se submetem os indivíduos sem consciência e religião;
Direito - Tem coação. Ao inverso da Moral, ele conta com a sanção para coagir os
homens e garantir a mais completa eficiência das normas jurídicas. Sem esse elemento
coercitivo e inseparável do Direito, não haveria segurança nem justiça para a sociedade.
c) Objetivo:
Moral - Visa à abstenção do mal e a prática do bem;
Direito - Visa evitar que se lese ou se prejudique a outrem.
d) Momento:
Moral - Momento interno, ou seja, psíquico, volitivo à intenção de quem age;
Direito - Momentos externos, físicos, ou seja, apenas a atividade do homem nas
relações com o mundo externo.
15
Heráclito, apud Aristóteles na Ética a Nicômaco.
16
Cf. Paulo Dourado de Gusmão, op. Cit. p. 32
17
Cf. Jhering, Apud. Paulo Nader, Introdução ao Estudo do Direito, , op. Cit. p., p. 33.
13
e) Estrutura:
Moral - É unilateral e possui uma estrutura simples, pois impõe apenas deveres,
não dando poder a ninguém de exigir uma conduta de outrem;
Direito - É bilateral e possui uma estrutura imperativo-atributiva, isto é, ao mesmo
tempo em que impõe um dever jurídico a alguém, atribue um poder ou direito subjetivo
a outrem (a cada Direito corresponde um dever).
f) Sanção:
Moral - Difusa, estabelece uma diretiva geral sem particularização;
Direito - Definida, estabelece normas que definem a dimensão da conduta exigida.
18
Cf. Silvio Rodrigues, Direito Civil-Parte Geral, São Paulo: Saraiva,2002,p.6.
19
Cf. Paulo Nader, op. Cit. p. 40 e 41.
14
3.3 – Diquelogia
integrante dos estudos objetivados pela Filosofia do Direito, em seu sentido mais amplo,
porque o conceito de Justiça deve ocupar as preocupações dos estudiosos da Teoria
Geral do Direito, quando aqui se perquire a essência dos conceitos jurídicos
fundamentais.
A Justiça não é uma ideia inata ao ser humano, mas manifesta-se logo que
ele passa a reconhecer o que é seu. A semente do justo acha-se presente na consciência
dos homens. A Justiça, assim como o Direito, existe sempre em função de uma relação
social. “Justitia est ad alterum”, ou seja, a Justiça é algo que se refere ao semelhante.
Aristóteles afirmava que a Justiça reúne quatro termos: “Duas são as pessoas para
quem ele é de fato justo, e duas são as coisas em que se manifesta - os objetos
distribuídos”.
a) A Justiça na Mitologia
O homem, aprisionado nos vínculos do pensamento, sempre recorre aos meios de
expressão sensíveis, para criar personificações e forjar símbolos que são “a expressão
sensível do que é abstrato, são a linguagem do espírito na sua infância.” Capazes de
exprimir o abstrato do espírito, ou seja, criam a representação sensível das ideias
abstratas.
A ideia abstrata de Justiça teve sua representação plástica entre gregos nas figuras de
“Thêmis” e "Dike", idealizadas por Homero e Hesíodo e seus poemas “A Ilíada” e “A
Teogonia”.
20
cf. Paulo Nader , op. Cit. p. 126.
16
Emmanuel Kant (1724-1804), nascido em Königsberg, foi uma das maiores figuras
da Filosofia Ocidental, considerado por muitos como um divisor da Filosofia (antes de
Kant e Depois de Kant). Pode ser considerado o fundador da Filosofia moderna. A
noção de Justiça, no grande mestre, é retirada da noção de justo que, para ele, é
absoluta e formal, ou seja, “justa é toda ação que não é ou cuja máxima não é um
obstáculo ao acordo da liberdade de arbítrio de todos com a liberdade de cada um,
segundo leis universais: daí a máxima: age exteriormente de tal maneira que o livre
uso de teu arbítrio possa conciliar-se com a liberdade de todos, segundo uma lei
universal”.
evolucionista”, procurou trazer para a plena luz os mais sutis arcanos, os abismos e os
subsolos do Direito.
A Justiça para Jhering:
Com a expressão injusto introduzimos no assunto uma noção até aqui
evitada muito de propósito e que se liga intimamente com a do arbitrário: é a
Justiça. Etimologicamente, é Justiça o que e conforme com o Direito. Mas o
termo tem, toda a gente vê, um sentido mais restrito. Do súdito que cumpre a lei
ninguém diz que ele procedeu com justiça, nem daquele que infringe se diz que
andou injustamente: aquele que é obrigado à obediência não pode obrar nem
justa nem arbitrariamente. Só pode fazê-lo quem manda, isto é, quem dispõe
do poder e tem por missão criar a ordem... O latim moldou exatamente esta
idéia na palavra JUSTITIA (isto é o poder ou a vontade Qui jus sistit, que
estabelece o direito, a ordem). Justiças e arbítrio seriam pois noções
correlativas: a primeira indicaria que aquele que tem a missão e o poder de
estabelecer a ordem no círculo dos seus inferiores, se conformou com as
normas a que o reputamos sujeito, e a segunda, que ele delas se afastou...
Justiça Formal e Justiça Material são os termos melhor apropriados para
exprimir este duplo aspecto da noção de justiça... Estabelecer a igualdade tal é
o fim prático da Justiça. A Justiça material estabelece a igualdade interna, isto
é, a justa proporção entre os méritos e o salário, entre a pena e a culpa; a
Justiça formal produz a igualdade externa, quer dizer, assegura a aplicação
uniforme, a todos os casos, da norma estabelecida...21
Edmundo Picard, Jus filósofo belga, chefe da Ordem dos Advogados junto ao
Supremo Tribunal da Bélgica, Senador, professor da Universidade Nova de Bruxelas e
autor da monumental obra “O Direito Puro”.
Picard, em sua obra “O Direito Puro, realiza uma das mais importantes análises da
Justiça criando o Tetragrama: Primeiro Termo da Justiça - De cada qual segundo as
suas faculdades; Segundo Termo da Justiça - A cada qual segundo as suas
necessidades; Terceiro Termo da Justiça - Pelo esforço de cada qual; e Quarto Termo
21
Cf. Rudolf Von Jhering – “A Evolução do Direito” - 2ª ed. Salvador, Livraria Progresso Editora,
1956, p.p. 285, 286 e 287.
19
Ensina Picard:
A justiça, para merecer o seu grande nome, deve abraçar toda a Sociedade, não fornecer as
suas vantagens a alguns, mas a todos; não ser apenas a servidora dos poderosos, mas sobretudo,
dos humildes; não esquecer ninguém e não esquecer nenhuma necessidade; exigir o concurso
de todos, mas no limite das forças de cada qual; penetrar na organização social como um fluído
benéfico, trazendo a toda a parte a saúde e a alegria. É o programa! Mas é realizável?22
a) Tipos de Justiça:
ESTADO
DISTRIBUTIVA
GERAL
PARTICULAR PARTICULAR
COMUTATIVA
Justiça Social - Este tipo corresponde a uma designação formal e específica dos
tempos modernos, pois a sociedade somente interessa-se por um desenvolvimento
orgânico. O esforço, neste sentido, como nos diz Nell-Breuning, e a boa vontade de
levá-lo a cabo constituem a Justiça Social, assim denominada porque cria a verdadeira
ordem na comunidade e protege, de modo permanente, o “bem comum” - Justiça social
22
cf. Edmundo Picard - ”O Direito Puro”, Lisboa-Portugal, Antigas Livrarias, Ailland e Bertrand, 1917.
p. 199
20
b) Critérios da Justiça:
A noção de justiça para todos os fatos sociais pressupõe uma avaliação de certos
critérios, que são dispostos em duas ordens:
23
Aprud Truyoly Serra, "História da Filosofia del derechoy del estado”, tomo I. Editorial Revista do
Ocidente S.A., 1970. p.123
24
Rui Barbosa, “Oração dos Moços”, Edições Leia, São Paulo, 1959, p.46.
21
necessidades”. Estas necessidades, preconizadas pela Justiça Social, são as mesmas que
nucleiam o Bem-Comum, conhecidas como necessidades essenciais ou “minimum
vitai”, ou seja, conjunto de condições concretas que permitem a todos um nível de vida
à altura da dignidade da pessoa humana.
Justiça: o “dar a cada um o mesmo” não é medida ideal. A proporcionalidade é o
elemento essencial nos diversos tipos de repartição. É indispensável se recorrer a
atuações desiguais. Rui Barbosa não desconheceu isto ao salientar que “A regra de
igualdade não consiste senão em aquinhoar desigualmente aos desiguais, na medida
em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade
natural, é que se acha a verdadeira Lei da Igualdade”. 25
Igualdade
FORMAIS
Proporcionalidade
CRITÉRIOS DA JUSTIÇA
Mérito
MATERIAS Capacidade
Necessidade
3.4 - Equidade
Art. 8º da CLT;
Art. 8º. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na
falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela
jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de
25
Rui Barbosa, “Oração dos Moços”, Edições Leia, São Paulo, 1959, p.46.
26
Aristóteles, op. Cit. p. 337.
27
Cf. Paulo Nader, op. Cit. p. 109.
22
Dogmática Jurídica
Obs: Outros nomes da Ciência do Direito Jurisprudentia - romanos
Jurisprudence - anglo-americanos
•
Direito Como Ciência – O Direito como Sistema de Conhecimento
Jurídico.
P.Ex: “O conhecimento do Direito se faz através de cada uma das
disciplinas jurídicas”;
•
Direito Como Norma de Agir (Norma agendi) - Direito objetivo,
ou seja, o Direito como regra obrigatória para todos.
P.Ex: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil” – (art.
1°do Código Civil);
.
• Direito Como Faculdade (Facultas agendi) - Direito subjetivo, ou
seja, o Direito como faculdade ou poder de exigir o que lhe é devido.
P.Ex: “É um Direito meu ter meus filhos em minha companhia e
guarda”;
28
– SÂNSCRITO – antiga língua sagrada da Índia: o sânscrito é a mais velha das línguas indo-européias.
24
Direito Natural
Divisão do Direito
Direito Objetivo e Direito Subjetivo
Direito Positivo
Direito Público e Direito Privado
29
Cf. Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil, São Paulo: Saraiva, 2000, P. 1.
30
Cf. Silvio Rodrigues, Direito Civil-Parte Geral, São Paulo: Saraiva, 2002, p.6
31
Cf. Paulo Nader, Introdução ao Estudo do Direito, , op. Cit. p. 77.
25
Direito
Moral
Agir (Fim) Religião
Atividade Humana Regras de Trato Social
33
Georgakilas,Apud,Maria Helena Diniz, ob. Cit. p.54.
34
Cf. Paulo Dourado de Gusmão, , op. Cit. p. 79.
28
padrões de conduta social impostos pelo Estado para que seja possível a convivência
dos homens em sociedade (Fórmula de Agir humano).
b) Funções - A norma jurídica desempenha várias funções que não
devem ser confundidas com as finalidades ideais da norma e com os seus fins históricos.
Ei-las: 35
- Função Distributiva – (Distribui no Direito Privado, direitos e
obrigações entre as partes, bem como situações jurídicas e, no Direito
Público, poderes, obrigações e funções);
- Função de Defesa Social – (Norma penal);
- Função Repressiva - (Norma penal);
- Função Coordenadora – (Norma de Direito Privado, Direito Internacional e de
Direito Processual)
- Função Organizadora – (Norma de Direito Constitucional, norma de
Direito Administrativo e de Direito das Sociedades);
- Função Arrecadadora de Meios – (Direito financeiro e fiscal);
- Função Reparadora – (Norma de responsabilidade civil) etc.
5.2 - Características das Normas Jurídicas
35
Cf. Paulo Dourado de Gusmão, op. Cit. p. 81.
36
Cf.Miguel Reale, , op. Cit. p. 95
29
afirmava que o Direito, sem a coação, “é um fogo que não queima, uma luz que não
ilumina”.
5.3 - Sanção Jurídica - Ela não é característica da norma jurídica, mas sim,
um elemento ínsito da própria norma. A sanção resulta da aplicação do elemento
material da coercibilidade, sendo ela capaz de neutralizar, desfazer, anular ou reparar o
mal causado pela conduta ilícita ou criar uma circunstância desfavorável ao
transgressor. Para o jurista Paulo Dourado, ela é “a consequência jurídica danosa,
prevista pela própria norma, aplicável no caso de sua inobservância, não desejada por
quem a transgride, a ele aplicável pelo poder público”. 37
5.4 - Classificação das Normas Jurídicas - Sendo a lei uma norma jurídica
geral, que emana de autoridade competente, é importante para um melhor entendimento
o estudo de suas classificações. Entre as muitas classificações das normas jurídicas,
selecionamos as que merecem ser ressaltadas:
5.4.1 - Normas Imperativas e Normas Dispositivas:
a) Normas Imperativas - São as que contêm um comando que não
pode ser afastado pela vontade das partes, nem pode deixar de ser aplicada pelo Juiz.
São preceitos que interessam diretamente à ordem pública, a organização social, e que,
por isso, o legislador não transige em que se suspenda sua eficácia – “jus publicum
privatorum pactis mutari non potest.” - Papinianus (Não pode o Direito Público ser
substituído pelas convenções dos particulares) - As normas imperativas são
denominadas de normas Absolutas, Cogentes ou de Ordem Pública.
P. Ex: “Não podem casar as pessoas casadas.” (art. 183, VI do CC/16 e
art. 1.521 do CC/2002).
Como sabemos, os interessados não podem, por convenção, abrir mão das
prerrogativas, porque as mesmas interessam mais diretamente à sociedade do que aos
próprios beneficiados.
vontade obscura seja mais bem entendida, ou seja, interpretam a vontade obscura e as
supletivas objetivam suprir omissão na manifestação da vontade.
P.Ex.: Interpretativos – “Quando a cláusula testamentária for suscetível de
interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade
do testador”. (art. 1.666 do CC/1916 e art. 1.889 do CC/2002).
P.Ex.: Supletivas – “Não havendo Convenção ou sendo nula, vigorará
quanto aos bens entre os cônjuges o regime de Comunhão Parcial”. (art. 258 do
CC/1916 e art. 1.640, caput do CC/2002).
Obs.: As normas dispositivas, normalmente, são enunciadas pelas
fórmulas, “salvo disposição em contrário”, “no silêncio das partes”, “não havendo
convenção” etc.
a) Norma Rígida - É a que não admite alteração por parte do Juiz, ela é
inalterável e independe do arbítrio judicial – “dura lex sed lex”. (A lei é rigorosa, mas é
lei e deve ser cumprida).
P.Ex: “O adotante há de ser, pelo menos, 16 (dezesseis) anos mais velho
que o adotado”. (art. 369 do CC/1916 e art. 1.619 do CC/2002). “Esta norma, além de
imperativa, é rígida: 16 anos é um lapso de tempo mensurável, sem qualquer margem de
dúvida”.
Norma
Hipotética
Constituição
Leis
Sentenças
Atos de Execução
39
Hans Kelsen, Teoria Pura do Direito, 4ª ed., tradução de Dr. João Baptista Machado,Armênio Amado-
Editor, Sucessor, Coimbra, 1976, p.13.
40
Cf. Paulo Nader - Introdução ao Estudo do Direito, Op. Cit. p. 374.
32
Lei Auto Aplicável (Self executing) - É a lei que pode ser imediatamente
aplicável, não dependendo de qualquer ato legislativo ou regulamentar (qualquer
norma do Código Civil);
6.5.4 - Leis Complementares – São leis que têm por função complementar a
Constituição Federal, já que esta, por sua natureza, se limita a fixar princípios
norteadores do Sistema. A Constituição estabelece expressamente quando para certa
matéria é necessária lei complementar e exige que sua aprovação seja por maioria
absoluta (qualificada).
Maioria simples – É a maioria dos presentes, desde que, no plenário, esteja
pelo menos a metade da composição da Casa;
Maioria absoluta – Ela é formada pela metade mais um dos membros da
Casa, ou seja, um projeto de lei para ser aprovado deve receber voto da maioria absoluta
(metade mais um);
Maioria qualificada – É utilizada para certos casos especiais e exige três
quintos dos votos dos membros da Casa.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que
especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
37
6.6.1 - Costume
Costume é o uso implantado numa coletividade e considerado por ela como
juridicamente obrigatório. Ele provém de uma prática reiterada e uniforme de certo
procedimento, a qual vai gerar no espírito da sociedade a persuasão de sua necessidade
e de sua obrigatoriedade.
O costume no Direito Antigo desfrutava de larga projeção, devido à escassa
função legislativa e ao número limitado de leis escritas. No Direito Moderno, ele foi
perdendo sua importância, mas continua a brotar da consciência jurídica popular, como
inicial manifestação do Direito.
Com relação à lei, o costume pode apresentar-se numa das seguintes
categorias: “praeter legem” – completa a lei (de cunho supletivo, só intervém na
ausência ou omissão da lei); “secundum legem”- se conforma à lei (preceito não
contido na norma é reconhecido e admitido com eficácia obrigatória); “contra legem” –
se contrapõe à lei (surge como norma contrária à lei).
Conforme vê-se no próprio art. 4º do LICC, o Juiz só deve recorrer ao
costume na hipótese de omissão da lei. “O que vale dizer que o legislador, admitindo o
costume praeter legem, repeliu a ideia do costume revogador da lei contra legem”.
Em nosso Direito Civil, é exígua a atuação de costumes. Já no Direito
Comercial, ele abre ensejo às mais amplas aplicações e as suas validades são provadas
por certidões da Junta Comercial.
6.6.2 - Jurisprudência
Jurisprudência (do Latim: iuris prudentia) é um termo jurídico que significa
conjunto das decisões e interpretações das leis, ou seja, é o conjunto uniforme e
constante de decisões judiciais superiores, ou seja, de soluções dadas pelas decisões
dos Tribunais sobre determinadas matérias. Assim, "jurisprudência" pode se referir à
"lei baseada em casos", ou às decisões legais que se desenvolveram e que acompanham
estatutos na aplicação de leis em situações de fato.
“Em razão das recentes reformas legislativas, especialmente no que tange
aos procedimentos realizados nos tribunais e em consequência da nova mentalidade de
oferecimento de serviços eficientes a população, adotou-se no Brasil uma maior
vinculação dos juízes às decisões de órgãos jurisdicionais - tribunais - superiores. Como
podemos observar com a criação de súmulas vinculantes (são as jurisprudências que,
quando votadas pelo Supremo Tribunal Federal, adquirem força de lei), bem como do
procedimento de repercussão geral. Assumindo assim, o direito brasileiro,
características que antigamente referenciavam apenas os países da Common Law”.41
6.6.3 - Analogia
Analogia é o processo de aplicação de um princípio jurídico estatuído para
determinado caso a outro que, apesar de não ser igual, é semelhante ao previsto pelo
41
"http://pt.wikipedia.org/wiki/Jurisprud%C3%AAncia"
39
legislador.
Obs:- Paradigma - Hipótese prevista pelo legislador.
- Princípio Lógico - “Ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio esse
debet” (Onde há a mesma razão, deve-se aplicar a mesma disposição legal).42
Limitações à analogia:
Nas leis penais - Só quando beneficia a defesa (não cabendo analogia,
principalmente, na tipificação do crime e no quantum da pena);
Nas leis excepcionais - Os casos não previstos pelas normas de exceção são
disciplinados pelas normas de caráter geral;
Nas leis fiscais – O emprego da analogia, segundo o CTN, não poderá
resultar na exigência de tributo não previsto em lei, pois violaria o princípio da
legalidade tributária (“nulhum tributum sine previa lege” – nenhum tributo sem prévia
lei).
6.6.5 - Doutrina
O termo doutrina pode ser definido como o conjunto de princípios que servem
de base a um sistema religioso, político, filosófico ou científico. Em Direito, podemos
entendê-la como os ensinamentos e descrições explicativas do Direito posto, elaboradas
pelos mestres e pelos juristas especializados.
6.6.5.1 - Conceito: É o “estudo de caráter científico que os juristas realizam a
respeito do Direito, seja com o propósito puramente especulativo de conhecimento e
sistematização, seja com a finalidade prática de interpretar as normas jurídicas para
sua exata aplicação”. C.G.Máynez;
Ensina Ferrara sobre a autoridade científica do doutrinador: 46
O jurisconsulto necessita de um poder de
concepção e de abstração, da faculdade de transformar o concreto em
abstrato, do golpe de vista seguro e da percepção nítida dos
princípios de direito a aplicar, numa palavra, da arte jurídica. A mais
disto deve ter o senso jurídico, que é como o ouvido musical para o
músico, ou seja, uma pronta intuição espontânea que o guia para a
solução justa.
46
Francesco Ferrara, Interpretação e Aplicação das Leis, 2" ed., Arrnénio Amado, Editor, Sucessor,
Coimbra, 1963, p. 182.
47
Agostinho Alvim, Apud, Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro, 1º vol. São Paulo:
Saraiva, 2003, p. 81.
41
Art. 1.584. Decretada a separação judicial ou o divórcio, sem que haja entre
as partes acordo quanto à guarda dos filhos, será ela atribuída a quem revelar
melhores condições para exercê-la.
Ex: “O Juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”. (Art.
127 Cód. Proc. Civil)
Em vários textos, o legislador renuncia a enunciação abstrata da lei e remete
o julgador à equidade, senão vejamos:
- Art. 8º da Consolidação das Leis do Trabalho;
- O Juiz não pode invocar a equidade para inutilizar e revogar preceito claro da lei, ou
condições e normas livremente aceitas pelas partes;
- a equidade não pode ser invocada para enfrentar exigências, quer ditadas
por necessidade coletiva, quer estabelecidas pelos interesses superiores do
Estado, expressamente consignadas pelo mandamento legal etc.
49
Cf. Paul Roubier. Apud. Paulo Nader, Introdução ao Estudo do Direito, Rio de Janeiro : Forense , 2002, p. 93.
43
Direito Constitucional
Direito Eleitoral
Direito Administrativo
Direito Intern. Privado
Direito Financeiro
Direito Penal
Interno Direito Disciplinar
Direito Contravencional
Direito Processual
Direito Judiciário
Direito Penitenciário
Direito Público Direito Tributário
Direito Nuclear etc
Direito Marítimo
Direito Aeronáutico
Direito da Navegação
Direito Econômico
Direito do Trabalho
Direito Misto Direito Sindical
Direito Agrário
Direito Social
Direito Profissional
Direito de Família
Direito Industrial
Direito Alimentar etc
44
Privado
Direito Internacional
Penal Internacional
Público Diplomático
Aeroespacial Internacional
50
Cf. Paulo Dourado de Gusmão, op. Cit. P. 151.
51
Cf. Paulo Dourado de Gusmão, , op. Cit. p. 14.
45
b) Direito Comercial – Ramo do Direito Privado que tem por objeto regular as
relações jurídicas que nascem do exercício do comércio;
46
52
Cf. Paulo Dourado de Gusmão, Introdução ao Estudo do Direito,, op. Cit. p. p 8 e 11.
47
Vocábulos
Linguagem Fórmulas
Aforismos
MEIOS FORMAIS Estilo
Formas
Sistema de Publicidade
.
b) Fórmulas – Elas impregnavam o Direito primitivo, mas modernamente há uma
tendência para o seu desaparecimento. Atualmente, ainda usamos em determinados
contratos. Na celebração de casamento, aquele que está presidindo o ato deve proferir a
seguinte fórmula sacramental: “de acordo com a vontade que ambos acabais de
afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos
declaro casados”;
c) Aforismos – São encontrados nas sentenças, trabalhos científicos, a fundamentar
argumentos, teses etc. Ex: “Jus et obligatio sunt correlate” - o Direito e a obrigação
são termos correlativos;
d) Estilo – Ensina o mestre Paulo Nader que “a sobriedade, a simplicidade, a clareza e
a concisão devem ser as notas dominantes no estilo jurídico57”, ou seja, a clareza de
linguagem e a sua correspondência ao pensamento.
57
Cf. Paulo Nader, Introdução ao Estudo do Direito, , op. Cit. p. 221.
58
Cf. Silvio Rodrigues, Direito Civil,. Op Cit.p.176.
49
O Registro Civil está a cargo dos oficiais do Registro Civil das Pessoas
Naturais, das Pessoas Jurídicas, do Registro de Imóveis e das Juntas Comerciais, mas
também pode ser efetuado pelos comandantes de navios, aeronaves e autoridades
consulares, quando o fato a ser registrado ocorre a bordo de navio, aeronave ou em
outros países.
- Organização das pessoas jurídicas;
DEVEM SER PUBLICADOS - Atos do poder público;
- Formalidades que antecedem ao casamento etc.
59
Cf. Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil, Op. Cit. P 74..
60
Cf. Paulo Nader, Introdução ao Estudo do Direito, , op. Cit. p. 222.
61
Cf. Paulo Dourado de Gusmão, Introdução ao Estudo do Direito, , op. Cit. p 8.
50
Ex: Art. 1.598 do CCB. “Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo
previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum
filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar
62
Cf Moacir Amaral Santos, Apud. Paulo Nader, Introdução ao Estudo do Direito, op. Cit. p.. 223..
51
8.2 - Técnica Legislativa (De Acordo Com a Lei Complementar Nº. 95/98)
Epígrafe Título
Rubrica ou Ementa
Autoria
Parte preliminar Fundamento Legal de Autoridade
PREÂMBULO
Considerandos
Causas Justificantes
Exposição de Motivos
Ordem de Execução ou Mandato
Parte normativa.
ATO LEGISLATIVO CORPO OU TEXTO
(FORMA)
Parte final. Preliminares
DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES Finais
Transitórias
Vigência
CLÁUSULAS
Revogação
FECHO
ASSINATURA
REFERENDA
63
Cf. Ferrara, Apud. Paulo Nader, Introdução ao Estudo do Direito, op. Cit. p.. 224.
64
Jherimg, Apud. Paulo Nader, Introdução ao Estudo do Direito, op. Cit. p. 223.
65
- Cf. Kildare Gonçalves Carvalho. Técnica Legislativa, 2ª Ed. Belo Horizonte, Del Rey, 2000, p.53.
52
Ex: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.
84, incisos IV e VI, da Constituição,
DECRETA: (em um decreto)
66
- Cf. Hésio Fernandes Pinheiro. Técnica Legislativa e as Constituições e leis constitucionais do Brasil.
Rio de Janeiro, A Noite, 1945.p.33.
67
- Cf. Carlos Maximiliano, Apud. Kildare Gonçalves Carvalho. Técnica Legislativa, , op. Cit. p. .69.
53
Congresso Nacional, por meio do Decreto Legislativo nº 66, de 16 de novembro de 1981, prevê a
modalidade de Acordo de Complementação Econômica;
CONSIDERANDO que os Plenipotenciários da República Federativa do Brasil, da República
Argentina, da República do Paraguai e da República Oriental do Uruguai, como Estados Partes do
Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e da República do Chile, com base no Tratado de Montevidéu
de 1980, assinaram, em 11 de setembro de 1997, em Montevidéu, o Sexto Protocolo Adicional ao
Acordo de Complementação Econômica nº 35, entre os Governos dos Estados Partes do MERCOSUL e
o Governo da República do Chile,
DECRETA: (DECRETO Nº. 2.463, DE 19 DE JANEIRO DE 1998)
Tenho a honra de encaminhar a Vossa Excelência o Projeto do Código Civil, cujo anteprojeto é
de autoria dos Professores MIGUEL REALE, na qualidade de Supervisor, JOSÉ CARLOS MOREIRA
ALVES, AGOSTINHO DE ARRUDA ALVIM, SYLVIO MARCONDES, EBERT CHAMOUN,
CLÓVIS DO COUTO E SILVA e TORQUATO CASTRO, que elaboraram, respectivamente, a matéria
relativa a Parte Geral, Direito das Obrigações, Atividade Negocial, Direito das Coisas, Direito de
Família e Direito das Sucessões, tendo o professor MOREIRA ALVES acumulado, durante certo
tempo, as funções de Coordenador da Comissão de Estudos Legislativos.
Como resulta da minuciosa Exposição de Motivos, com a qual o Professor MIGUEL REALE
fundamenta e justifica a obra realizada, obedeceu esta a plano previamente aprovado por este
Ministério, de conformidade com as seguintes diretrizes:...
...O Projeto, além de conter novos institutos e modelos jurídicos, exigidos pelo atual
desenvolvimento do País, caracteriza-se pelo equilíbrio de suas opções, visto ter-se tido sempre em mira
a conciliação dos valores da tradição com os imperativos do progresso, os interesses dos particulares
com as exigências do bem comum.
De outro lado, promulgado que foi o novo Código de Processo Civil, toma-se ainda mais
imperiosa a atualização da lei substantiva, cuja inadequação aos problemas atuais vem sendo
apontada como uma das causas mais relevantes da crise da Justiça.
Com o Projeto do Código Civil, a Política legislativa, traçada pelo Governo de Vossa
Excelência, atinge o seu ponto culminante, por tratar-se, efetivamente, do diploma legal básico, cuja
reforma condiciona todas as demais.
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos de profundo
respeito.
ARMANDO FALCÃO - Ministro da Justiça
Ex: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Ex: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.
84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 7.802, de 11 de
julho de 1989,
54
DECRETA:
Obs: O Preâmbulo não é um mero indicativo, pode ser essencial em algumas hipóteses,
tais como o Conflito de Disposições (indica a espécie e define a primazia com base na
hierarquia – igualdade de hierarquia, vale e data mais recente).
68
Cf. Edvaldo Lopes de Araújo. Lei de Introdução ao Código Civil – LICC, Estudo Resumido, Súmulas de Aulas,
Rio de Janeiro, UniverCidade, 2003, p. 1
55
Obs: Destaca-se que, segundo dispõe o art.10, inciso VIII, da lei Complementar nº.
95/98, os agrupamentos em Disposições Preliminares, Gerais, Finais ou Transitórias
poderão, conforme necessário, constituir Subseções; o de Subseções, a Seção; o de
Seções, o Capítulo; o de Capítulos, o Título; o de Títulos, o Livro e o de Livros, a Parte;
69
Cf. Edvaldo Lopes de Araújo. Lei de Introdução ao Código Civil – LICC, Estudo Resumido, Súmulas de Aulas,
Rio de Janeiro, UniverCidade, 2003, p.10
56
(EPÍGRAFE)
(RUBRICA ou EMENTA)
Dispõe sobre a criação do "Dia Nacional do
Choro" e dá outras providências.
70
Cf. Kildare Gonçalves Carvalho. Técnica Legislativa,, op. Cit. p..73.
58
ARTIGO - (CAPUT)
ARTIGO (CAPUT)
I – Tenha cumprido:
INCISOS a) – Metade da pena, ser primário. ALÍNEA OU
LETRAS
b) – Dois terços, se reincidente.
II - Sua boa conduta durante a execução da pena, sua
adaptação ao trabalho e às circunstâncias atinentes a
sua personalidade, ao meio social e a sua vida
pregressa, permitem supor que não voltará a delinqüir.
§ 1º - No caso de condenação por infrações penais em
concurso, deve-se ter em conta a pena unificada.
PARÁGRAFOS .
§ 2º - Se o condenado é primário e menor de vinte e um,
ou maior de setenta anos, o tempo de cumprimento da
pena pode ser reduzido a um terço.
61
Art. 5º - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum.
71
Savigny , Apud, Washington de B. Monteiro, op. Cit. p. 35.
62
74
Carnelutti. Apud. Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil, Op Cit.p. 175.
75
Cf. Giuseppe Chiovenda, Instituições de Direito Processual Civil vol. I, Saraiva: São Paulo, 1942, p.40.
66
76
São direitos potestativos, além destes, os poderes de revogar a doação, de aceitar ou renunciar à
herança, de enjeitar a coisa com vício redibitório, de promover o desquite de contestar a legitimidade do
filho, de anular a situação jurídica do cônjuge adúltero, do cúmplice e outros. Nesses casos, se exercem
por meio de ação judicial, não bastando a simples declaração de vontade. Consultar Salvatore Puleo, I
Diritti Potestutivi.
77
Orlando Gomes, Introdução ao Direito Civil, Ops. Cit. P.119.
67
78
Cf. Paulo Nader, op. Cit. p. 241.
79
A Lei de Introdução ao Código ao Civil Brasileiro é o complexo de disposições preliminares que
antecedem ao Código Civil, formando um conjunto de normas que regem a aplicação, a interpretação, a
vigência, a eficácia e as dimensões espacio-temporais de toda a legislação brasileira. A LICC é uma lex
legum (norma sobre norma) ou um jus supra jura (Direito sobre Direito), ou seja, um Superdireito,
responsável pela coordenação de todo o ordenamento jurídico brasileiro.
Mais técnico seria que a LICC fosse denominada por Lei de Introdução às Leis, pois, na
verdade, ela não é parte integrante do Código Civil e não rege relações sociais, constituindo-se, na
realidade, em uma norma máxima de hermenêutica que disciplina a aplicação de todas as normas de
Direito Público e de Direito Privado do nosso ordenamento. É importante, também, assinalarmos as
projeções da Lei de Introdução nas situações conflitivas com outros ordenamentos, notadamente, na seara
do Direito Internacional Privado.
Vale destacar que a LICC é um verdadeiro “Estatuto de Direito Internacional Privado”,
instituído pelo Decreto-Lei nº 4.657/42, que revogou a antiga Lei de Introdução ao Código Civil de 1916,
substituindo-a em todo o seu conteúdo, uma vez que modificou vários princípios inspiradores dos
legisladores de 1916.
69
Tipos de revogação:
caráter especial;
b) Quando uma lei revogadora perde a sua vigência, a lei anterior,
por ela revogada, Não recupera a sua validade;
“Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter
a lei revogadora perdido a vigência” (Art. 2º § 3º do LICC).
O fenômeno de retorno à vigência de uma lei revogada, tecnicamente, é
designado por Repristinação, é condenado do ponto de vista doutrinário e por nosso
sistema jurídico;
c) A Constituição nova revoga totalmente a antiga.
c) Leis Injustas – São aquelas que negam ao homem aquilo que lhe é
devido, resultando, quase sempre, da incompetência ou desídia do legislador.
71
d) Leis Defectivas – São as leis que não foram planejadas com suficiência,
relevando-se, na prática, sem condições de aplicabilidade (exigem complementação e
faltam os meios necessários a sua vigência).
80
Paulo Nader- Introdução ao Estudo do Direito, Rio de Janeiro: Forense, 2000, p
72
Art. 4º - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito.
81
Paulo Dourado de Gusmão- Introdução ao Estudo do Direito, , op. Cit. p.245.
73
de não impedir que ela exerça tais poderes e as obrigacionais que visam prestações
específicas.
(Norma / Contrato)
Vínculo de Atributividade
Objeto
c Alteridade c
Sujeito Ativo Sujeito Passivo
(Titular do Direito Subjetivo) (Responsável pela Obrigação)
d) Objeto – É o fim específico visado pela relação jurídica que recai sempre
sobre um bem patrimonial ou não-patrimonial.“O objeto é meio para atingir o fim,
enquanto que o fim garantido ao sujeito ativo denomina-se conteúdo” 86.
84
Cf. Paulo Nader - Introdução ao Estudo do Direito,, op. Cit. 293.
85
Cf. Miguel Reale, Lições Preliminares de Direito, Op. Cit., p. 214.
86
Cf. Paulo Nader - Introdução ao Estudo do Direito, Op. Cit., p. 293.
75
no Direito Positivo.
Para essa corrente de pensamento jurídico, fora da experiência (empirista),
da realidade ou do Direito Positivo, Direito algum existiria; o Direito Positivo é
identificado com o Direito Estatal, legislado ou jurisprudencial (estatalista). Ela nega a
natureza jurídica do Direito Natural e o poder legislativo da Razão (antijusnaturalista e
antiracionalista), encontrando o Direito somente na vontade do Legislador Estatal
(Positivismo Jurídico Alemão, Francês e Italiano) ou do Juiz (Positivismo Jurídico
Anglo-Americano). Identifica o Direito com a LEI ou com o CÓDIGO (Positivismo
Jurídico Francês), ou com a LEI e os Precedentes Judiciais (Positivismo Jurídico
Anglo-Americano) ou, ainda, com o DIREITO ESTATAL, escrito ou não escrito
(Positivismo Jurídico Formal) ou, finalmente, com o Direito Positivo TOUT COURT
(Positivismo Jurídico Alemão).
Na França, o Positivismo Jurídico debandou para o culto aos códigos (sem
lacunas) e a vontade do legislador, dando, assim, origem à Escola Exegese e
defendendo a subordinação do juiz à vontade do legislador. Já na Alemanha, acolhendo
as lições do historicismo, construiu uma Teoria do Direito Positivo, partindo de normas
singulares e estabelecendo as noções jurídicas fundamentais. Na Inglaterra, o Direito foi
reduzido aos Precedentes Judiciais e à lei, independente de sua eticidade, de serem
justas ou injustas as suas prescrições.
Poderíamos afirmar que a Analytical Jurisprudence, de Austin, afastada
dos juízos de valor e tendo por objeto o Direito Positivo, foi embrião da TEORIA
PURA DO DIREITO de Kelsen, daí alguns estudiosos o terem colocado no Positivismo
Jurídico, quando, acreditamos que o seu lugar certo é no Neokantismo Jurídico.
a) o Direito como valor do justo: pela Deontologia Jurídica e, na parte empírica, pela
Política Jurídica;
b) como norma jurídica: Dogmática Jurídica ou Ciência do Direito; no plano
epistemológico, pela Filosofia do Direito;
c) como fato social: História, Sociologia e Etnologia Jurídica; Filosofia do Direito, no
setor da Culturologia Jurídica.
Para Reale todo fenômeno jurídico pressupõe sempre três elementos: fato,
valor e norma, ou seja, “um elemento, de fato, ordenado valorativamente em um
processo normativo”. A originalidade da concepção do grande mestre brasileiro é
apresentar a realidade fático-axiológico-normativa como uma unidade dialética.87
87
– DIALÉTICA – processo que afirma que as idéias encontrar- se-iam sempre em Devenir,
apresentando-se em forma diferente nos vários momentos do Devir histórico. Daí podemos afirmar que a
uma idéia (TESE) sempre opõe-se outra idéia (ANTÍTESE). Esse conflito que é permanente é a
condição para o aparecimento da (SÍNTESE).
82
Fato Sociologia
Genéricas ou abstratas Valor Deontologia
Norma Ciência do Direito
Teorias Tridimensionais
do Direito
AZAMBUJA, Darcy – “Introdução à Ciência Política”, 3ª ed., Porto Alegre, Editora Globo, 1979.
BATALHA, Wilson de Souza Campos – “Teoria Geral do Direito”, Rio de Janeiro, Editora Forense, 1982.
BATALHA, Wilson de Souza Campos – “Introdução ao Direito”, São Paulo, Vol. I e II, Editora Revista
dos Tribunais, 1967.
DEL VECCHIO, Giorgio: "Lições de Filosofia do Direito", Tradução de Antônio José Brandão, Vol. 1,
São Paulo, Saraiva S.A., 1948.
DINIZ, Maria Helena. Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral do Direito Civil, 1ºVol., 19ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2002.
DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Interpretado, São Paulo: Saraiva,
2002
GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. 13ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998.
GUSMÃO, Paulo Dourado de:. Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2002.
_________________________ "Curso de Filosofia do Direito", Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1950.
HERKENHOFF, João Batista – “Introdução ao Estudo do Direito”, São Paulo, Julex Livros Ltda.,
1987
______________Como Aplicar o Direito, Rio de Janeiro: Forense, 1997.
JHERING, Rudolf Von – “A Luta pelo Direito”, 6ª ed., Rio de Janeiro, Editora Forense, 1987
-------------------------------- "A Evolução do Direito", 2ª ed., Salvador, Livraria Progresso Editora. 1956.
83
KELSEN, Hans: “Teoria Pura do Direito" 4ª ed., tradução de João Baptista Machado Coimbra –
Armênio
MIAILLE, Michel – “Uma Introdução Crítica ao Direito”, 1ª ed., trad. Ana Prata, Lisboa, Livraria
Editora Pax Ltda. 1979
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil: Parte Geral 1º vol. 36ª ed. São Paulo,
Saraiva, 2003.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2000.
PICARD, Edmundo: “O Direito Puro”, Lisboa Portugal, Antigas Livrarias, Aillaud e Bertrand, 1917.
PINHEIRO, Hésio Fernandes – “Técnica Legislativa”, 2ª ed., Rio de Janeiro, Livraria Freitas Bastos, 1962
NASCIMENTO, Walter Vieira do – Lições de História do Direito. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 1990.
RODRIGUES, Silvio.Direito Civil: Parte Geral, vol.1, 29ª ed.São Paulo,Saraiva, 2002.
____________ Silvio. Direito Civil: Parte Geral, De acordo com o novo Código Civil vol 1. 32ªed.
SãoPaulo, Saraiva,2003
REALE, Miguel - “Estudo de Filosofia à Ciência do Direito”, São Paulo, Editora Saraiva, 1975
------------------------ “Filosofia do Direito”, São Paulo, Editora Saraiva, 1975
------------------------- Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Ed. Saraiva, 1998.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro, Ed. Lúmen Juris,2007
.
SERPA LOPES, Miguel Maria de. Curso de Direito Civil, Rio de Janeiro: Freitas Basto,
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Parte Geral,Vol. 1, São Paulo: Atlas, 2002
84
ANEXOS:
01 – Í N D I C E ;
02 - LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO;
03 - LEI COMPLEMENTAR Nº. 95.
85
86
ÍNDICE
INTRODUÇÃO-(p.2)
TEXTO PARA REFLEXÃO – (p. 3 e 4)
ANEXOS: (p.84)
01 – í n d i c e ; (p.85)
02 - Lei de Introdução Ao Código Civil Brasileiro; (P.88)
03 - Lei Complementar Nº. 95. (P.92)
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada
a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova
publicação.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
90
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum.
Art. 6o A lei em vigor terá efeito imediato e geral. Não atingirá, entretanto, salvo
disposição expressa em contrário, as situações jurídicas definitivamente constituídas e a
execução do ato jurídico perfeito.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle,
possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de
1º.8.1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba
recurso. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e
o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens
moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se
encontre a coisa apenhada.
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no
Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros
provas que a lei brasileira desconheça.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova
do texto e da vigência.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os
seguintes requisitos:
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela
feita a outra lei.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública
e os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros ausentes de seu domicílio no país, são competentes
as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento, assim como para
exercer as funções de tabelião e de oficial do registo civil em atos a eles relativos no
estrangeiro.
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos
cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que
satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)
Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos tiver sido recusada pelas
autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é
facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta
lei. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)
GETULIO VARGAS
Alexandre Marcondes Filho
Oswaldo Aranha.
Presidência da República
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI COMPLEMENTAR Nº 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 2o (VETADO)
§ 1o (VETADO)
CAPÍTULO II
Seção I
Art. 5o A ementa será grafada por meio de caracteres que a realcem e explicitará, de
modo conciso e sob a forma de título, o objeto da lei.
Art. 6o O preâmbulo indicará o órgão ou instituição competente para a prática do ato e sua
base legal.
II - a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não vinculada por afinidade,
pertinência ou conexão;
95
III - o âmbito de aplicação da lei será estabelecido de forma tão específica quanto o
possibilite o conhecimento técnico ou científico da área respectiva;
IV - o mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei, exceto quando a
subseqüente se destine a complementar lei considerada básica, vinculando-se a esta por
remissão expressa.
Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na
data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.
§ 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de
vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em
vigor no dia subseqüente à sua consumação integral. (Parágrafo incluído pela Lei
Complementar nº 107, de 26.4.2001)
§ 2o As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra
em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’ .(Parágrafo incluído pela
Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Seção II
Art. 10. Os textos legais serão articulados com observância dos seguintes princípios:
I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abreviatura "Art.", seguida
de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste;
III - os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico "§", seguido de numeração
ordinal até o nono e cardinal a partir deste, utilizando-se, quando existente apenas um, a
expressão "parágrafo único" por extenso;
Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica,
observadas, para esse propósito, as seguintes normas:
a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma versar
sobre assunto técnico, hipótese em que se empregará a nomenclatura própria da área em que
se esteja legislando;
d) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, dando
preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do presente;
b) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o
emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico;
d) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território
nacional, evitando o uso de expressões locais ou regionais;
e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira
referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu significado;
f) grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número
de lei e nos casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto; (Redação dada pela
Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Seção III
II - na hipótese de revogação;
III - nos demais casos, por meio de substituição, no próprio texto, do dispositivo alterado,
ou acréscimo de dispositivo novo, observadas as seguintes regras:
d) o dispositivo que sofrer modificação de redação deverá ser identificado, ao seu final,
com as letras NR maiúsculas, entre parênteses.
CAPÍTULO III
Seção I
Art. 13. As leis federais serão reunidas em codificações e em coletâneas integradas por
volumes contendo matérias conexas ou afins, constituindo em seu todo, juntamente com a
Constituição Federal, a Consolidação das Leis Federais Brasileiras.
Art. 13. As leis federais serão reunidas em codificações e consolidações, integradas por
volumes contendo matérias conexas ou afins, constituindo em seu todo a Consolidação da
Legislação Federal. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
I – introdução de novas divisões do texto legal base; (Inciso incluído pela Lei
Complementar nº 107, de 26.4.2001)
II – diferente colocação e numeração dos artigos consolidados; (Inciso incluído pela Lei
Complementar nº 107, de 26.4.2001)
III – fusão de disposições repetitivas ou de valor normativo idêntico; (Inciso incluído pela
Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Art. 14. Para a consolidação de que trata o art. 13 serão observados os seguintes
procedimentos: (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
II – a apreciação dos projetos de lei de consolidação pelo Poder Legislativo será feita na
forma do Regimento Interno de cada uma de suas Casas, em procedimento simplificado,
visando a dar celeridade aos trabalhos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de
26.4.2001)
Art. 15. Na primeira sessão legislativa de cada legislatura, a Mesa do Congresso Nacional
promoverá a atualização da Consolidação das Leis Federais Brasileiras, incorporando às
coletâneas que a integram as emendas constitucionais, leis, decretos legislativos e resoluções
promulgadas durante a legislatura imediatamente anterior, ordenados e indexados
sistematicamente.
Seção II
Art. 17. O Poder Executivo, até cento e oitenta dias do início do primeiro ano do mandato
presidencial, promoverá a atualização das coletâneas a que se refere o artigo anterior,
incorporando aos textos que as integram os decretos e atos de conteúdo normativo e geral
editados no último quadriênio.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 18. Eventual inexatidão formal de norma elaborada mediante processo legislativo
regular não constitui escusa válida para o seu descumprimento.
Art. 19. Esta Lei Complementar entra em vigor no prazo de noventa dias, a partir da data
de sua publicação.