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IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL”


Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS:  
UMA DÉCADA DE HISTÓRIA. 
 
 
Marcos André Ferreira Estácio 
(UEA/UFAM) 
 
Resumo 
 
O Estado do Amazonas possui uma população recenseada de 3.483.985 habitantes, sendo que 1.802.014 habitantes 
residem  em  Manaus,  representando  assim  51,72%  de  toda  a  população  do  Estado.  Tem  aproximadamente 
1,83% da população  brasileira e ocupa 18,38% do território do País. Sua população atual resulta de um complexo 
processo  que  envolveu  povos  indígenas  e  grupos  migrantes.  O  presente  estudo  teve  por  objetivo  compreender  e 
analisar  o  processo  de  criação,  instauração  e  desenvolvimento  da  Universidade  do  Estado  do  Amazonas  (UEA), no 
período histórico de 2001 a 2011. Esta pesquisa foi de natureza qualitativa, ilustrada por dados quantitativos, tendo 
sido adotado o método histórico‐crítico (dialético) e o tipo de pesquisa foi a documental. Os dados foram coletados na 
Secretaria Geral e no Arquivo Geral da Universidade do Estado do Amazonas; na Gerência de Anais e Sinopse, na de 
Redação de Atas e na de Arquivo da Diretoria de Documentação da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas; na 
Gerência  de  Documentação  da  Agência  de  Comunicação  do  Estado  do  Amazonas  (Agcom)  e  no  sítio  da  Imprensa 
Oficial do Estado do Amazonas. Obteve‐se que a UEA é uma das instituições públicas de educação superior no Estado 
do Amazonas, e está vinculada ao Governo do Estado, resultante de uma política de governo e não, necessariamente, 
de uma política de estado. Atualmente ela possui, na capital do Amazonas, as seguintes unidades acadêmicas: Escola 
Normal  Superior  (ENS),  Escola  Superior  de  Tecnologia  (EST),  Escola  Superior  de  Ciências  da  Saúde  (ESA),  Escola 
Superior de Artes e Turismo (Esat) e Escola Superior de Ciências Sociais (ESO). No interior do Estado estão os centros 
de estudos superiores, localizados nas cidades de Itacoatiara, Lábrea, Parintins, São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga e 
Tefé; e também os núcleos de estudos superiores, nos municípios de Boca do Acre, Carauari, Careiro Castanho, Coari, 
Eirunepé, Humaitá, Manacapuru, Manicoré, Maués, Novo Aripuanã e Presidente Figueiredo. As matrículas efetivas em 
cursos de graduação na Universidade do Estado do Amazonas totalizaram, no ano de 2011, 22.654 alunos; sendo que 
desse valor, 40,47% dos discentes estão matriculados em cursos da capital. Ou seja, A UEA trata‐se de uma ação do 
Governo  do  Estado,  realizada  com  recursos  do  povo  amazonense,  e  empreendida  com  o  propósito  de  qualificar 
intelectualmente  os  estudantes,  dotando‐os  de  capacidade  técnica  e profissional para  sanar a  carência de  mão‐de‐
obra especializada tanto na capital do estado quanto no interior  
 
Palavras‐chave: Criação e instauração da UEA. Ação do governo. Mão‐de‐obra especializada. 
 
Introdução 
 
O  Estado  do  Amazonas  é  gigantesco  e  ocupa  18%  da  superfície  do  País.  Em  termos 
territoriais são mais de um milhão e quinhentos mil quilômetros quadrados e uma população de 
pouco mais de três milhões e quatrocentos mil habitantes. O problema da ocupação populacional 
do Estado é muito grande, pois somente Manaus, a capital do Estado e um dos seus 62 municípios, 
concentra mais de 51% de toda população do Amazonas (IBGE, 2011a, 2011b, 2011c). 

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Há,  portanto,  neste  Estado,  um  grande  vazio  demográfico,  haja  vista  os  municípios  do 
interior possuírem uma relação de menos de um habitante por quilômetro quadrado.1 O acesso ao 
Amazonas é realizado, principalmente, por via aérea ou fluvial, e ele possui uma bacia hidrográfica 
de  mais  de  seis  milhões  de  quilômetros  quadrados,  o  que  representa  uma  extensão  de  vias 
navegáveis superior a vinte mil quilômetros. 
Logo, tem‐se um Estado de dimensões continentais e com muitos problemas logísticos de 
acesso  entre  seus  diversos  municípios.  Como  exemplo  disso,  pode‐se  citar as  distâncias  entre  as 
cidades do interior e a capital do Amazonas: a cidade de Eirunepé, que fica no extremo oeste do 
Estado, as  margens  do  rio  Juruá, dista  de Manaus,  mil  e  trezentos quilômetros  em  linha  reta;  já 
pelas  águas  navegáveis  do  Juruá,  são  cinco  mil  quilômetros.  Um  barco  de  linha  comum  leva  de 
quinze a vinte dias de Manaus a Eirunepé (GONÇALVES, 2010). 
No que tange a sua formação étnica, o Estado apresenta mais de 60 grupos indígenas e 
vinte e nove línguas faladas; e detém a maior população de índios do Brasil; 168.680 (AMAZONAS, 
2011f;  GONÇALVES,  2010).  E  mais,  ele  tem  convivido, ao  longo  dos  diversos  ciclos  da  economia 
brasileira,  com  uma  situação  de  isolamento  e  desequilíbrio  regional,  quadro  esse  que  deve  ser 
superado,  principalmente,  com  investimentos  para  qualificação  intelectual  e  técnica  dos  seus 
povos. 
1 Universidade do Estado do Amazonas: da Criação à Atualidade 
 
Aos 15 dias do mês de dezembro de 2000, o então governador do Estado do Amazonas, 
Amazonino  Armando  Mendes,  enviou  a  Assembléia  Legislativa  a  Mensagem  Governamental  n.º 
50/2000,  e  com  esta,  o  Projeto de  Lei  n.º  128/2000,  que  tinha  por  finalidade autorizar o  “Poder 
Executivo  a  instituir  a  UNIVERSIDADE  DO  ESTADO”  (ALEAM,  2000a,  p.  4),  tendo  sido  solicitado 
para a apreciação da matéria o regime de urgência, com fundamento no artigo 35 da Constituição 
do Estado do Amazonas.2 
Compreendia o governador, que a  

                                                           
1
 Em Manaus a densidade demográfica é de 158,06 habitantes por quilômetro quadrado (IBGE, 2011c).  
2
 O referido artigo da Carta Estadual prescreve que o governador do Estado poderá solicitar urgência para apreciação 
de projetos de lei de sua iniciativa (STONE, 2005). 
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instalação  –  a  partir  de  2.001  –  da  instituição  estadual  de  ensino  superior 
representa uma ação de Governo coerente com o conjunto de medidas que têm 
buscado,  por  um  processo  crescente  e  abrangente  de  qualidade  de  ensino, 
imprimir  melhoria  nas  condições  educacionais  do  Amazonas,  em  favor  das 
gerações presentes e futuras. 
É,  portanto,  uma  das  iniciativas  de  maior  relevância  desta  Administração,  pois 
conferirá  ao  Amazonas  assento  permanente  no  concerto  dos  Estados 
desenvolvidos,  contribuindo  para  o  fim  das  desigualdades  regionais  e,  por 
conseqüência,  para  assegurar  ao  Brasil  um  lugar  de  destaque  no  mundo 
competitivo da globalidade (ALEAM, 2000a, p. 1). 
 
No  que  tange  aos  objetivos  da  Universidade  do  Estado,  estes  seriam  o  de  promover  a 
educação,  desenvolvendo  o  conhecimento  científico,  em  particular  o  da  região  Amazônica, 
juntamente com valores éticos capazes de integrar o homem à sociedade e, também, aprimorar a 
qualidade dos recursos humanos. Inicialmente esta instituição de ensino superior responderia “as 
demandas  de  conhecimento  e  qualificação  técnica  nas  áreas  de  Ciência  e  Tecnologia,  Educação, 
Saúde, Direito, Administração Pública e Artes” (ALEAM, 2000a, p. 2). 
Vale  ressaltar  que  o  Projeto  de  Lei  n.º  128/2000,  bem  como  as  concepções  básicas  da 
Universidade  do  Estado  constantes  no  referido  projeto,  foram  elaborados,  conjuntamente,  pela 
Secretaria de Estado de Governo (Segov), Secretaria de Estado da Administração, Coordenação e 
Planejamento  (Sead),  Secretaria  de  Estado  da  Saúde  (Susam),  Secretaria  de  Estado da  Cultura  e 
Turismo  (SEC)  e  Secretaria  de Estado da  Educação  e  Qualidade do  Ensino  (Seduc)3  (AMAZONAS, 
2001e). 
Acatada a solicitação do executivo estadual para o regime de urgência do Projeto de Lei, 
o  então  presidente  da  Assembléia  Legislativa,  deputado  José  Lupércio  Ramos  de  Oliveira  (PFL), 
designou  para  relator  da  matéria  o  também  deputado  Belarmino  Lins  de  Albuquerque  (PTB),  e 
determinou  a  distribuição  do  projeto  as  Comissões  de  Constituição,  Justiça  e  Redação  Final;  de 
Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia; e de Economia, Finanças e Orçamento, para a 

                                                           
3
 Atualmente estas secretarias são, respectivamente, assim denominadas: Secretaria de Governo (Segov), Secretaria 
de Estado de Administração e Gestão (Sead), Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Secretaria de Estado de Cultura 
(SEC) e Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc) (AMAZONAS, 2007a).  
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emissão  de  parecer  sobre  a  matéria,  bem  como  a  inclusão  em  pauta  durante  dois  dias,4  com  a 
finalidade de receber emendas. 
Durante o prazo previsto para apresentação de propostas de emendas ao Projeto de Lei 
n.º 128/2000, apenas uma foi apresentada, a emenda aditiva de autoria do deputado Manoel do 
Carmo  Chaves  Neto  (PFL),  que  sugeriu  que  fosse  “asseguradas  50%  (cinqüenta  por  cento)  das 
vagas  dos  diversos  cursos  da  Universidade  Estadual,  aos  alunos  que  tenham  concluído  o  curso 
médio em Escolas da Rede Pública de Ensino” (ALEAM, 2000a, p. 15). 
Ao fundamentar sua proposição, o deputado Manoel do Carmo, justificou que 
A  sociedade  brasileira  e  dentre  esta  se  inclui  a  Sociedade  Amazonense  vem 
tomando  conhecimento  do  verdadeiro  massacre  com  que  a  classe  de  menor 
renda vem sofrendo, com a atual política de seleção dos candidatos às vagas da 
Fundação Universidade do Amazonas, mantida pelo Governo Federal. 
A cada ano, o número de concorrentes se eleva mais ainda, sem que se vislumbre 
a possibilidade de uma solução mais justa para este angustiante problema. 
Pelo que se vê, com o sucateamento que se vem promovendo no estudo público 
do País, dentre em breve, ‐‐ (sic) e num futuro bem próximo – estudar no Brasil, 
sobretudo cursar o nível superior, será privilégio único de alunos descendentes 
de família pertencentes à classe de maior renda. 
E  tudo  isto  é  bem  compreensível.  Os  alunos  de  famílias  ricas,  normalmente 
cursam  os  melhores  colégios  da  rede  particular,  onde  os  professores  bem 
remunerados, transmitem as informações mais atualizada aos seus alunos, hoje, 
ainda mais beneficiados pelos avançados serviços da Internet. 
Aos alunos pobres, esta oportunidade não lhe é concedida. Daí porque, mesmo 
capazes, eles ficam privados de um melhor nível de informações. 
Ademais  é  fácil  concluir  que  os  abastados  não  teriam  maiores  dificuldades. 
Afinal,  poderiam  também  custear  seus  cursos  superiores  nas  Universidades 
Particulares,  hoje  em  um  número  significativo,  inclusive  em  nosso  Estado 
(ALEAM, 2000a, p. 16). 
 
Entretanto,  o  relator  da  propositura  da  lei,  em  seu  parecer,  asseverou  que  a  emenda 
aditiva  do  deputado  Manuel  do  Carmo  era  inconstitucional  e  inoportuna,  e  deveria  assim  ser 
rejeitada, uma vez que a alteração pretendida afrontava, dentre outros, o princípio da igualdade. 
Afirmou o deputado Belarmino Lins:  
por mais elevado o senso e o objetivo colimado pelo Nobre Parlamentar, há de se 
ter  a  necessária  compreensão  do  estatuto  jurídico  das  liberdades  públicas 
estampado, em exemplar latitude, no artigo 5º da CR. Inaugura o citado versículo 
                                                           
4
 O Projeto de Lei n.º 128/2000, foi incluído nas reuniões ordinárias da convocação extraordinária dos dias 18 e 19 de 
dezembro de 2000 (ALEAM, 2000a).  
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a  expressão  “Todos  são  iguais  perante  a  lei...”  (ALEAM,  2000a,  p.  9)  [grifo  no 
original]. 
 
E prosseguiu ressaltando, em clara defesa das instituições particulares de ensino, que a  
[...] emenda sub examine, data máxima venia, afronta a vontade do escriba formulador 
do  eixo  fundamental  do  ordenamento  jurídico  pátrio,  discriminando  os  alunos 
pertencentes  aos  quadros  das  instituições  privadas  de  ensino  [e]  [...]  provoca  inegável 
prejuízo  a  este  universo  pela  diminuição  de  vagas  a  eles  disponibilizadas,  através  de 
concursos  promovidos  por  instituições  públicas  de  ensino  superior.  Além  disso, 
discrimina  por  igual  o  livre  exercício  da  educação  por  entidades  particulares,  pois  que 
projeta uma restrição a seus alunos, que terão maiores dificuldades em obter aprovação 
nos prélios competitivos já mencionados (ALEAM, 2000a, p. 10‐1) [grifo no original]. 
 
Porém ao analisar a proposta proveniente do executivo, o relator compreendeu‐a como 
de  
[...]  extraordinário  valor  [...]  [pois]  a  criação  de  uma  universidade pública  e  gratuita  de 
caráter  estadual  atende  em  cheio  os  anseios  de  multifários  segmentos  da  sociedade 
amazonense, que se ressentem das poucas vagas existentes na única opção desse jaez a 
nível superior, a saber: a tradicional Universidade Federal do Amazonas (ALEAM, 2000a, 
p. 8). 
 
E desta feita, votou favorável, em 21 de dezembro de 2000, pela aprovação do Projeto de 
Lei n.º 128/2000 e rejeição integral da emenda aditiva proposta pelo deputado Manoel do Carmo. 
Vale  ressaltar  que  as  comissões  técnicas  de:  Constituição,  Justiça  e  Redação  Final;  Educação, 
Cultura,  Desporto,  Ciência  e  Tecnologia;  e  Economia,  Finanças  e  Orçamento,  acompanharam, 
nesta mesma data, o voto e as recomendações do deputado Belarmino Lins, aprovando na íntegra 
o seu parecer. 
Aos  22  de  dezembro  de  2000,  o  Projeto  de  Lei  n.º  128/2000,  oriundo  da  Mensagem 
Governamental n.º 50, foi colocado em plenário para “Discussão Geral e Votação Única” (ALEAM, 
2000b, p. 5), com parecer favorável das comissões técnicas. Manifestaram‐se  
o deputado Manuel do Carmo Chaves Neto, tecendo comentários elogiosos ao 
Projeto, sugerindo que 50% das vagas fossem destinadas para alunos de Escolas 
Públicas.  Para  encaminhamento  de  votação;  manifestaram‐se  os  deputados: 
Eron Bezerra, favorável a questão, encaminhou voto em separado complicando 
as razões de assim fazê‐lo; Berlamino Lins, favoravelmente fez uma explanação 
sobre a matéria, mais precisamente de como seria realizado a transferência dos 
recursos da UTAM para a Universidade Estadual; Na oportunidade informou que 
a  emenda  do  deputado  Manoel  do  Carmo  Chaves  Neto,  fora  rejeitada  por 
inconstitucionalidade  mas  transformada  em  indicação  do  Executivo.  Fizeram 
encaminhamento  favorável  também  os  parlamentares:  Mário  Frota,  Miquéias 
Fernandes,  Liberman  Moreno,  Sinésio  Campos  e  Vicente  Lopes,  tendo  este 
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informado  também  que  iria  encaminhar  seu  voto  em  separado.  Em  seguida  o 
Projeto  foi  aprovado  [sem  emendas],  com  20  VOTOS  SIM.  Tendo o  Presidente 
Lupércio  Ramos  registrado  o  voto  em  separado,  favorável  ao  projeto  do 
deputado Eron Bezerra [...] (ALEAM, 2000b, p. 5‐6) [grifo no original].  
 
No  entanto,  mesmo  o  deputado  Vicente  Lopes  de  Sousa  (PMDB),  tendo  informado  em 
plenário  que  encaminharia  voto  em  separado  a  respeito  da  matéria,  este  não  se  encontra  no 
Processo  Legislativo  do  Projeto  de  Lei n.º  128/2000.  Quanto  ao  voto  em  separado  do  deputado 
Eronildo  (Eron)  Braga  Bezerra  (PC  do  B),  ele  inicia  sua  fundamentação  contrário  a  criação  da 
Universidade do Estado, pois 
Se  o  objetivo  do  Sr.  Amazonino  fosse,  efetivamente,  elevar  o  nível  técnico  e 
cultural do nosso povo – objetivos pelos quais a esquerda e, em especial o PC do 
B,  sempre  pugnaram  – através de mais  oferta de  vagas  no  Ensino  Superior,  de 
caráter  público,  não  seria  necessário  a  criação  de  uma  nova  UNIVERSIDADE. 
Bastaria reforçar o orçamento da Universidade Federal do Amazonas – UA que, a 
um  custo  de aproximadamente  1/3  do  que  será  despendido na  construção  da 
Universidade Estadual se obteria o MESMO RESULTADO (ALEAM, 2000a, p. 13).  
 
Acrescentou  este  deputado  que  o  objetivo  do  chefe  do  executivo  estadual  era  mais  de 
caráter  politiqueiro,  com  clara  conotação  eleitoreira  e  que  o  Estado,  com  a  criação  de  uma 
instituição  de  ensino  superior,  “vai  gastar  alguns  milhões  de  reais”,  sendo  mais  econômico  e 
alcançaria o mesmo objetivo, caso se investisse na Universidade Federal do Amazonas, realizando 
“reformas,  ampliações,  melhorando  os  equipamentos  e  contratando  mais  alguns  professores  se 
poderia  elevar,  consideravelmente,  o  número  de vagas no  Ensino  Superior público  no  Estado do 
Amazonas” (ALEAM, 2000a, p. 13). 
Entretanto,  ao  finalizar  seu  voto  em  separado,  o  deputado  do  PC  do  B, 
contraditoriamente  a  sua  posição inicial  e  também  a  toda a  sua  fundamentação,  passou  a  ser  a 
favor da proposta. Isto porque,  
esse  projeto  [...],  FELIZMENTE,  ultrapassa  a  existência  do  mandato  do  Sr. 
Amazonino  Mendes,  [e]  seria  uma  profunda  incoerência  alguém  como  o 
Deputado  [Eron  Bezerra]  que  subscreve  esse  VOTO  EM  SEPARADO,  que 
historicamente DEFENDEU E DEFENDE O ensino público gratuito, votar contrário 
à criação da Universidade do Estado do Amazonas. 
Diante do exposto, e com as ressalvas apostas, VOTO FAVORÁVEL a aprovação 
do Projeto de Lei n.º 128/00 ‐ capeado pela Mensagem Governamental [...] n.º 
50/2000 que “AUTORIZA o Poder Executivo a instituir a Universidade do Estado 
[...] (ALEAM, 2000a, p. 14) [grifo no original]. 

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Aprovado  em  plenário  o  Projeto  de  Lei  n.º  128/2000,  o  presidente  da  Assembleia 
Legislativa do Estado do Amazonas, deputado Lupércio Ramos (PFL), determinou, na mesma data 
da sua aprovação, a devolução do referido projeto e todo o seu Processo Legislativo à “Comissão 
de Constituição e Justiça para elaborar a Redação Final” (ALEAM, 2000a, p. 18). 
A redação final deste Projeto de Lei ficou pronto no mesmo dia de sua aprovação, aos 22 
de dezembro de 2000, e nesta data foi incluída e aprovada pelo plenário, “em Discussão Geral e 
Votação  Única, EXTRA‐PAUTA,  a  Redação  Final  do  Projeto de  Lei  n.º  128,  oriundo da Mensagem 
Governamental  n.º  50”  (ALEAM,  2000a,  p.  22).  Após  esta  última  votação,  a  proposição  de  lei 
estadual,  seguiu,  imediatamente  para  a  sanção  ou  veto  governamental,  por  meio  do  ofício  n.º 
317/2000 ‐ GP, de 22 de dezembro de 2000, com a mesma proposta originalmente construída pelo 
executivo, ou seja, sem emendas.  
Como se pode concluir, a decretação da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, a 
qual  autorizava  o  Poder  Executivo  a  instituir  a  Universidade  do  Estado,  foi  integralmente 
sancionada  pelo  governador,  ato  que  ocorreu  em  12  de  janeiro  de  2001,  com  a  Lei  n.º  2.637  e 
publicada no Diário Oficial. Nesta mesma data, o chefe do Poder Executivo Estadual instituiu uma 
comissão  com  competências  administrativas,  técnicas,  jurídicas,  financeiras  e  pedagógicas 
necessárias para a implantação da universidade e de seus cursos. 5  
No  entanto,  foi  o  Decreto  n.º  21.666,  de  1.º  de  fevereiro  de  2001,  que  efetivamente 
instituiu  a  UEA,  com  personalidade  jurídica  de  direito  público  e  possuidora  de  autonomia 
administrativa,  financeira,  pedagógica,  disciplinar,  de  gestão  e  instituição  integrante  da 
administração  indireta  do  Poder  Executivo  do  Estado  do  Amazonas,  vinculada  diretamente  ao 
governador  (AMAZONAS,  2001c;  UEA,  2006e).  Os  investimentos para  a  implantação  “da  UEA, no 
exercício de 2001, atingiram perto de R$ 50 milhões” (AMAZONAS, 2002, p. 204). 
E assim, autorizada a instauração da Universidade do Estado,6 sob a forma de fundação, 
ela deve se nortear pelas seguintes finalidades:  
I  –  promover  a  educação,  desenvolvendo  o  conhecimento  científico, 
particularmente sobre a Amazônia, conjuntamente com os valores éticos capazes 
                                                           
5
 Decreto n.º 21.645, de 12 de janeiro de 2001 (AMAZONAS, 2001e).  
6
 A Lei n.º 2.640, de 5 de abril de 2001, modificou a denominação Universidade do Estado para Universidade do Estado 
do Amazonas, na ementa e em todo o texto da Lei n.º 2.637, de 12 de janeiro de 2001 (AMAZONAS, 2001a). 
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de  integrar  o  homem  à  sociedade  e  de  aprimorar  a  qualidade  dos  recursos 
humanos existentes na região; 
II  –  ministrar  cursos  de  grau  superior,  com  ações  especiais  que  objetivem  a 
expansão do ensino e da cultura em todo o território do Estado; 
III  – realizar pesquisas  e  estimular atividades  criadoras,  valorizando o  indivíduo 
no  processo  evolutivo,  incentivando  o  conhecimento  científico  relacionado  ao 
homem e ao meio ambiente amazônicos; 
IV  –  participar  da  elaboração,  execução  e  acompanhamento  das  políticas  de 
desenvolvimento governamentais, inclusive com a prestação de serviços; 
V  –  cooperar  com  Universidades  e  outras  instituições  científicas,  culturais  e 
educacionais brasileiras e internacionais (AMAZONAS, 2001b, p. 1). 
 
Vale ressaltar que o estatuto desta universidade aprovado pelo Decreto          n.º 21.963, 
de  27  de  junho  de  2001,  ou  seja,  cinco  meses  após  o  poder  legislativo  autorizar  a  sua  criação, 
alterou suas finalidades, especificamente, a última e acrescentou uma outra: 
V – promover e estimular o conhecimento da tecnologia da informação; 
VI  –  cooperar  com  Universidades  e  outras  instituições  científicas,  culturais  e 
educacionais brasileiras e internacionais, promovendo o intercâmbio científico e 
tecnológico (AMAZONAS, 2001c, p. 2) [grifo nosso]. 
 
Esta instituição de ensino superior tem prazo de duração indeterminado, com sede e foro 
na cidade de Manaus, jurisdição em todo o território do Amazonas e organizada em Estatutos, os 
quais devem incorporar os seguintes pressupostos: 
I  –  autonomia  didático‐científica,  administrativa  e  de  gestão  financeira  e 
patrimonial; 
II  –  atuação,  inicialmente,  nas  áreas  de  Tecnologia,  Formação  de  Professores, 
Ciências da Saúde, Direito, Administração Pública e Artes; 
III – administração superior compreendendo, no plano deliberativo, o Conselho 
Universitário e o Conselho Consultivo e, como órgão executivo, a Reitoria; 
IV – organização em Unidades Acadêmicas, com vistas ao cumprimento de suas 
finalidades (AMAZONAS, 2001b, p. 1). 
 
As primeiras unidades acadêmicas desta instituição de ensino superior foram criadas na 
capital do Estado do Amazonas, e elas eram: Escola Normal Superior, Escola Superior de Ciências 
da  Saúde,  Escola  Superior  de  Ciências  Sociais,  Escola  de  Artes  e  Turismo  e  Escola  Superior  de 
Tecnologia  (AMAZONAS,  2001d).  Esta  última  surgiu  da  extinção  do  Instituto  de  Tecnologia  da 
Amazônia  (Utam),  e  incorporou  o  patrimônio  material  e  as  atividades  de  ensino,  pesquisa  e 
extensão desta (AMAZONAS, 2001c, 2004b).  

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A Utam, instituição criada pela Lei n.º 1.060, de 14 de dezembro de 1972 e pelo Decreto 
n.º 2.450, de 18 de janeiro de 1973, sob a denominação inicial de Universidade de Tecnologia da 
Amazônia7  e  que  tinha  por  finalidade  formar,  em  nível  superior,  profissionais  em  áreas 
tecnológicas de todos os ramos do saber (AMAZONAS, 1972, 1973), teve sua extinção autorizada 
pela Lei n.º 2.637/2001, e os seus cursos e atividades acadêmicas, já implantados ou em fase de 
implantação foram reestruturados e incorporados pela Universidade do Estado do Amazonas, sem 
sofrer  solução de continuidade. E isto ocorreu definitivamente, conforme Decreto n.º 26.788, de 
30 de dezembro de 2004, em 1.º de março de 2005. 
A  estas  unidades  acadêmicas8  da  Universidade  do  Estado  do  Amazonas,  o  Decreto  n.º 
21.963/2001, acrescentou outras três: o Centro de Estudos Superiores do Trópico Úmido, o Centro 
de Estudos Superiores de Parintins e o Centro de Estudos Superiores de Tefé. O primeiro situava‐
se na capital do Estado (Manaus) e os dois últimos nos respectivos municípios do interior. E isso 
demonstra que esta instituição de ensino superior “já começa interiorizada” (DE VOLTA..., 2001, p. 
39). 
No entender de Telles (2010, p. 352), a  
Universidade do Estado do Amazonas se insere, portanto, no contexto das ações 
do  governo  estadual,  empreendidas  com  o propósito  de  reparar  uma  injustiça 
secular: possibilitar o acesso dos estudantes do interior ao ensino universitário. 
Sabe‐se que Manaus, por força de certas circunstâncias históricas e econômicas, 
concentrou,  durante  décadas,  os  benefícios  gerados  pelo  processo  econômico 
regional. Os jovens que desejassem dar prosseguimento aos seus estudos tinham 
como alternativa migrar para a capital amazonense, onde estavam concentradas 
todas as oportunidades em termos de ascensão social, econômica e cultural. 
   
A  UEA  deve  ser  dirigida  por  um  reitor,9  auxiliado  pelo  vice‐reitor  e  pró‐reitores, 
nomeados por ato normativo do chefe do Poder Executivo (AMAZONAS, 2001c, 2001d, 2007b). No 

                                                           
7
 A Lei n.º 1.237, de 10 de outubro de 1977, transformou a Universidade de Tecnologia da Amazônia em Instituto de 
Tecnologia da Amazônia, mantendo a mesma abreviatura, Utam (AMAZONAS, 1977). 
8
 A competência para criar unidades acadêmicas na Universidade do Estado do Amazonas é do Conselho Universitário 
(AMAZONAS, 2001c, 2001d). 
9
  Desde a  sua  criação,  a  UEA  possuiu  três  reitores,  e todos  eles  pro  tempore:  I  –  Prof.  Lourenço dos  Santos  Pereira 
Braga (2/2/2001 a 9/5/2007), II – Prof.ª Dr.ª Marilene Corrêa da Silva Freitas (9/5/2007 a 31/3/2010), III – Prof. Dr. 
José  Aldemir  de  Oliveira  (13/7/2010  aos  dias  atuais).  Durante  o  período  de  1.º/4/2010  a  12/7/2010,  ficou  no 
exercício de reitor, o então vice‐reitor, Prof. Carlos Eduardo de Souza Gonçalves. Vale ressaltar, que a Lei n.º 3.656, 
de  1.º  de  setembro  de  2011,  determinou  que  o  processo  de  escolha  do  reitor  e  vice‐reitor  da  Universidade  do 
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concernente a Estrutura Organizacional desta instituição de ensino superior, ela foi assim definida 
pelo Decreto n.º 21.666/2001: 
I – ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR: 
1 – De Deliberação Coletiva: 
• Conselho Curador 
• Conselho Universitário 
2 – De Gestão: 
• Reitoria 
II – ÓRGÃOS DE ASSISTÊNCIA DIRETA: 
• Gabinete do Reitor 
• Procuradoria Jurídica 
• Assessoria 
III – ÓRGÃO DE ATIVIDADES‐MEIO 
• Pró‐Reitoria de Planejamento e Administração 
IV – ÓRGÃOS DE ATIVIDADES‐FIM 
• Pró‐Reitoria de Ensino de Graduação 
• Pró‐Reitoria de Pós‐Graduação e Pesquisa 
• Pró‐Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (AMAZONAS, 2001d, p. 1). 
 
Atualmente,  a  Estrutura  Organizacional  da  Universidade  do  Estado  do  Amazonas, 
decorridos dez anos de sua instauração, está regulamentada pela tanto pela Lei Delegada n.º 114, 
de 18 de maio de 2007, quanto pela Lei n.º 3.595, de 11 de abril de 2011 e o Decreto n.º 31.163, 
de  11  de  abril  de  2011,  os  quais  reorganizaram  esta  instituição  de  ensino  superior  da  seguinte 
forma: 
I – ÓRGÃOS COLEGIADOS: 
a) Conselho Curador 
b) Conselho Universitário 
 
II – ÓRGÃOS DE ASSISTÊNCIA E ASSESSORAMENTO: 
a) Gabinete 
b) Assessoria de Relações Internacionais 
c) Assessoria de Comunicação 
c) Procuradoria Jurídica 
d) Auditoria Interna 
 
III – ÓRGÃOS SUPLEMENTARES: 
a) Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) 
b) Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati)  
c) Prefeitura Universitária 

                                                                                                                                                                                                  
Estado do Amazonas, dar‐se‐á por votação direta da comunidade universitária, sem, no entanto, estabelecer a partir 
de qual data esta escolha deva ocorrer (AMAZONAS, 2001g, 2007c, 2007d, 2010a, 2010b, 2011b; UMA DÉCADA..., 
2011). 
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d) Biblioteca Central 
e) Comissão Geral de Concurso 
f) Editora Universitária 
g) Policlínica Odontológica  
h) Secretaria Acadêmica Geral 
i) Agência de Informação 
j) Centro de Estudos do Trópico Úmido (Cestu) 
 
IV – ÓRGÃOS DE ATIVIDADE‐MEIO 
a) Pró‐Reitoria de Administração 
1. Coordenadoria de Orçamento, Finanças e Contabilidade 
2. Coordenadoria de Recursos Humanos 
3. Coordenadoria de Administração 
4. Coordenadoria de Material e Patrimônio 
5. Coordenadoria de Documentação e Arquivo 
6. Coordenadoria de Manutenção de Prédios 
 
b) Pró‐Reitoria de Planejamento 
1. Coordenadoria de Planejamento Orçamentário 
2. Coordenadoria de Planejamento Institucional 
3. Coordenadoria de Avaliação Institucional 
 
V – ÓRGÃOS DE ATIVIDADE‐FIM 
a) Pró‐Reitoria de Ensino de Graduação 
1. Pró‐Reitoria Adjunta de Interiorização 
2. Coordenadoria Geral de Qualidade de Ensino 
3. Coordenadoria de Apoio ao Ensino 
4. Coordenadoria de Ensino Mediado Tecnológico 
5. Coordenadoria de Legislação e Normas 
6. Coordenadoria de Programas Acadêmicos 
 
b) Pró‐Reitoria de Pesquisa e Pós‐Graduação  
1. Coordenadoria de Pós‐Graduação 
2. Coordenadoria de Pesquisa 
3. Coordenadoria de Projetos Institucionais 
 
c) Pró‐Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários 
1. Coordenadoria de Extensão 
2. Coordenadoria de Assuntos Comunitários 
 
d) Escolas Superiores 
1. Escola Superior de Ciências Sociais (ESO) 
2. Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) 
3. Escola Superior de Tecnologia (EST) 
4. Escola Superior de Artes e Turismo (Esat) 
5. Escola Normal Superior (ENS) 
 
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e) Centro de Estudos Superiores 
1. Centro de Estudos Superiores de Tabatinga (Cestb) 
2. Centro de Estudos Superiores de Parintins (Cesp) 
3. Centro de Estudos Superiores de Tefé (Cest) 
4. Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara (Cesit) 
5. Centro de Estudos Superiores de Lábrea (Cesla) 
6. Centro de Estudos Superiores de São Gabriel da Cachoeira (Cessg) 
 
f) Núcleos de Ensino Superior 
1. Núcleo de Ensino Superior de Boca do Acre (Nesbca) 
2. Núcleo de Ensino Superior de Carauari (Nescar) 
3. Núcleo de Ensino Superior de Coari (Nescoa) 
4. Núcleo de Ensino Superior de Eirunepé (Neseir) 
5. Núcleo de Ensino Superior de Humaitá (Neshum) 
6. Núcleo de Ensino Superior de Manacapuru (Nesmpu) 
7. Núcleo de Ensino Superior de Manicoré (Nesmcr) 
8. Núcleo de Ensino Superior de Maués (Nesmau) 
9. Núcleo de Ensino Superior de Novo Aripuanã (Nesnap) 
10. Núcleo de Ensino Superior de Presidente Figueiredo (Nespfd) 
11. Núcleo de Ensino Superior de Careiro Castanho (Nescac) (AMAZONAS, 2007b, 
2011c, 2011d). 
 
Os  órgãos  colegiados,  os  de  assistência  e  assessoramento,  os  suplementares,  os  de 
atividade‐meio  e  as  pró‐reitorias  e  escolas  superiores  de  atividade‐fim,  estão  localizados  em 
Manaus; enquanto os centros de estudos superiores e os núcleos de ensino superior situam‐se nas 
cidades  do  interior  do  Estado  do  Amazonas.  A  figura  abaixo  ilustra  os  municípios  onde  estão 
situados  os  centros  de estudos  superiores  e  os  núcleos  de  ensino  superior  (exceto o Nesnap  e  o 
Nescac): 

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Figura 2: Visão sistêmica das unidades acadêmicas da UEA no Estado do Amazonas. 
Fonte: Pró‐Reitoria de Administração da UEA. 
 
Compreende‐se  que  as  implantações  de  centros  de  estudos  superiores  e  núcleos  de 
ensino superior da UEA, como afirma Telles (2010, p. 353), começou a inverter uma realidade, pois  
os  jovens  conquistaram  a  possibilidade  da  continuidade  dos  estudos  e  o  mais 
importante: sem precisar romper  com suas origens,  crescendo  e  enraizando‐se 
no  seu  chão  originário.  O  resultado  disso  é  o  enriquecimento  do  patrimônio 
cultural das cidades e núcleos beneficiados com a presença de centros de ensino 
superior, contribuindo assim com o enriquecimento acadêmico e cultural desses 
núcleos populacionais. 
  
É necessário acrescentar, que mesmo sem unidades acadêmicas próprias, esta instituição 
de ensino superior se faz presente em todos os outros municípios do Estado,10 oferecendo cursos 

                                                           
10
 Municípios nos quais a Universidade do Estado do Amazonas possui salas de aula do Sistema Presencial Mediado 
Tecnológico:  Alvarães,  Amaturá,  Anamã,  Anori,  Apuí,  Atalaia  do  Norte,  Autazes,  Barcelos,  Barreirinha,  Benjamin 
Constant, Beruri, Boa Vista do Ramos, Borba, Caapiranga, Canutama, Careiro da Várzea, Codajás, Envira, Fonte Boa, 
Guajará, Ipixuna, Iranduba, Itamarati, Itapiranga, Japurá, Juruá, Jutaí, Manaquiri, Maraã, Nhamundá, Nova Olinda do 
Norte, Novo Airão, Pauini, Rio Preto da Eva, Santa Isabel do Rio Negro, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, 
São Sebastião do Uatumã, Silves, Tapauá, Tonantins, Uarini, Urucará e Urucurituba.   
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de  graduação11  por  meio  do  Sistema  Presencial  Mediado  Tecnológico12  (UEA,  2006e,  2008d, 
2009c),  o  qual  também  é  utilizado  em  alguns  centros  de  estudos  e  núcleos  de  ensino  da 
universidade. Isto significa que  
[...]  sua  atuação  se  estende  a  uma  área  geográfica  de  62  municípios,  ou  seja, 
atinge todo o Estado do Amazonas, dispondo de uma estrutura multicampi [...]. A 
universidade integrada num sistema multicampi tem, como seu maior desafio, a 
manutenção  dessa  complexa  e  dispendiosa  estrutura  que  necessita  cada  vez 
mais da atenção,  no  que  tange à  gestão orçamentário‐financeira  e acadêmico‐
administrativa (AMAZONAS, 2010c, p. 50). 
 
A  Lei  Delegada  de n.º  114/2007,  vinculou a  Universidade do  Estado  do  Amazonas,  não 
mais diretamente ao governador do Estado, como determinava o Decreto n.º 21.666/2001, mas a 
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect), para efeito de controle e supervisão de suas 
atividades. A referida lei manteve a personalidade jurídica de direito público da instituição, sob a 
forma de fundação pública estadual da administração indireta do Poder Executivo, bem como sua 
sede,  foro,  jurisdição  e as  autonomias  didático‐científica,  administrativa  e de  gestão  financeira  e 
patrimonial. 
Alterações  importantes ocorridas  em  2011,  foi  na  composição  do  Conselho  Curador13  e 
do  Conselho  Universitário14  da  Universidade  do  Estado do  Amazonas,  pois  em  suas  composições 
originárias não era previsto a representação de docentes nestes órgãos colegiados, os quais são, 
respectivamente, definidores tanto da política administrativa e de gestão da instituição, quanto da 
acadêmica. 

                                                           
11
 Nos municípios de Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Silves, Urucará e Urucurituba não estão sendo oferecidos 
cursos  de  graduação  neste  ano  (UEA,  2011a),  mas  os  mesmos  possuem  salas  do  Sistema  Presencial  Mediado 
Tecnológico (UEA, 2009b). 
12
 Também conhecido como Sistema Presencial Mediado pela Tecnologia, consiste na transmissão das aulas em tempo 
real  por  professores  titulares,  acompanhadas  pelos alunos  nas  salas  de aula  distribuídas nas sedes  municipais do 
Estado do Amazonas, sob a orientação de professores assistentes (UEA, 2006e, 2008d, 2009c). “Esta ferramenta [é] 
utilizada  pela  Universidade  do  Estado  do  Amazonas  para  vencer  as  distâncias  e  as  dificuldades  de  logística 
características da região amazônica [...]. No total, por este sistema, a UEA beneficiou mais de 20 mil alunos em todos 
os municípios do Estado” (UEA, 2009b, p. 11).  
13
  Sua  atribuição  é  atuar  como  órgão  colegiado  de  caráter  consultivo  e  deliberativo da  política administrativa  e  de 
gestão da UEA, em assuntos de relevância (AMAZONAS, 2001d). É de competência deste conselho, estabelecer as 
políticas  e  diretrizes  gerais  administrativas  desta  instituição  de  ensino  superior,  bem  como  a  promoção  e  a 
viabilização de planos, programas e projetos que almejem o seu fortalecimento institucional (AMAZONAS, 2001c).  
14
 Atua como órgão colegiado de caráter normativo, consultivo e deliberativo da política acadêmica da Universidade 
(AMAZONAS, 2001d). 
1549 
 
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Em  seu  primeiro  vestibular,  ocorrido no  mesmo  ano  de  sua  criação  e  que  foi  realizado 
pela  Comissão  de  Concursos  da  Secretaria  de  Estado  de  Administração,  a  quantidade  de 
candidatos  inscritos  totalizou  178.36515  (AMAZONAS,  2010c),  tendo  contribuído  para  esse 
quantitativo,  conforme  Gonçalves  (2011),  a  gratuidade  da  inscrição  e  a  garantia  da  inscrição  e 
realização das provas em todos os municípios do Amazonas.  
De acordo com o ex‐reitor Lourenço Braga, o qual coordenou a implantação da UEA,  
o que nós fizemos, concretamente, foi redimensionar a questão do acesso à universidade 
pública.  Todo  mundo  dizia  que  na  FUA  [Fundação  Universidade  do  Amazonas]  só 
estudavam pessoas  oriundas  da  classe média  e da  classe  alta,  mas ninguém  tinha uma 
explicação  lógica  para  explicar  tal  fato.  O  que  nós  descobrimos,  com  a  experiência  da 
UEA, é que os pobres sequer participavam da disputa. Eles eram descartados no início do 
processo, já que não podiam pagar a proibitiva taxa de inscrição [...]. Se os pobres daqui 
já  não participavam,  façam  idéia dos  pobres que  vivem  no  interior  (DE  VOLTA...,  2001, 
p.39). 
 
A Universidade do Estado do Amazonas ofertou em seu primeiro vestibular 11 cursos de 
graduação (nove na modalidade bacharelado e dois na de licenciatura), quais sejam: Bacharelados 
–  1)  Administração  Pública,  2)  Dança,  3)  Direito,  4)  Enfermagem,  5)  Medicina,  6)  Música,16  7) 
Normal  Superior,  8)  Odontologia  e  9)  Turismo;  Licenciaturas  –  10)  Letras  (habilitação  em  Língua 
Portuguesa) e 11) Normal Superior. A estes cursos somam‐se os oferecidos pelo extinto Instituto 
de  Tecnologia da  Amazônia.17  O  primeiro  curso  de  pós‐graduação oferecido pela  UEA, ainda  em 
2001, foi o “de especialização em Saúde da Família” (UEA, 2006e, p. 21), sob a responsabilidade da 
Escola Superior de Ciências da Saúde.  
As atividades “pedagógicas da Universidade do Estado do Amazonas começaram no dia 3 
de  agosto de  2001,  com  a  aula  inaugural  [do  governador  Amazonino  Armando  Mendes  e]  [...]  o 

                                                           
15
 De acordo com Gonçalves (2011), essa quantidade de inscritos causou espanto aos técnicos do Instituto Nacional de 
Estudos  e  Pesquisas  Educacionais  Anísio  Teixeira  (Inep),  quando  da  realização  do  Censo  Escolar  da  Educação 
Superior, sendo solicitado pelos mesmos a confirmação dos números apresentados. 
16
  Com  habilitação  em  canto,  instrumento,  regência  e  música  popular/instrumento.  Neste  curso  também  havia  a 
opção para licenciatura com habilitação em canto, instrumento e regência.  
17
  Os  cursos  de  nível  superior  oferecidos  pela  Utam  totalizavam  onze,  sendo:  engenharia  civil,  engenharia  da 
computação,  engenharia  industrial  elétrica,  engenharia  florestal,  engenharia  industrial  mecânica,  engenharia  de 
produção,  tecnologia  em  eletrônica, tecnologia  em  eletrotécnica,  tecnologia industrial  da  madeira,  tecnologia  em 
manutenção  mecânica  e  tecnologia  em  processamento  de  dados  (AMAZONAS,  1999,  2001h;  UEA,  2006e).  Tais 
cursos  foram  reestruturados  e  absorvidos  pela  Escola  Superior  de  Tecnologia  da  UEA  e  ofertados  sob  a 
responsabilidade efetiva desta, em 2003 (AMAZONAS, 2001b, 2001c, 2002, 2004c; UEA, 2006e).  
1550 
 
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‘Seminário  de  introdução  à  Universidade’”  (UEA,  2006e,  p.  11).  Nesse  seminário,  o  palestrante 
convidado, José Sarney, afirmou: 
Eu  acho  a  criação  da  UEA  um  passo  extremamente  importante,  pois  uma 
universidade estadual tem como objetivo principal atingir aquela população que, 
em  geral,  não  é  objeto  de  maior  preocupação  das  universidades  federais  e 
particulares que se concentram nas capitais. Eu acho que isso é uma maneira de 
dar  ao  estudante  do  interior  possibilidade  de  acesso  ao  conhecimento 
universitário (AMAZONAS, 2002, p. 199). 
 
O total de discentes no ano de criação da UEA, totalizaram 1.930, assim distribuídas entre os 
cursos da capital e os do interior do Estado: 

Capital Interior

41,45%

58,55%

 
Gráfico 1: Alunos da UEA em 2001. 
Fonte: AMAZONAS (2001f, 2002), AMAZONAS; UEA (2001a, 2001b, 2001c, 2001d, 2001e, 2001f, 2001g), UEA (2006e). 
 
Atualmente  UEA  possui  cinquenta  cursos  superiores  em  nível  de  bacharelado, 
licenciatura  e  tecnológico,  nas  modalidades  presencial  –  oferta  regular,  modular  presencial 
contínuo – oferta especial, modular presencial e de recesso – oferta especial, modular presencial 
mediado por tecnologia contínuo – oferta especial e modular presencial mediado por tecnologia e 
de  recesso  –  oferta  especial18  (AMAZONAS,  2010c,  2011e),  e  eles  são:  administração  pública, 
ciências biológicas, ciências econômicas, dança, direito, educação física, enfermagem, engenharia 

                                                           
18
 O ano letivo da UEA é constituído de dois semestres letivos regulares. No entanto, nos cursos de ofertar regular e de 
regime  letivo  semestral,  as  disciplinas  correspondentes  são  oferecidas  concomitantemente  em  cada  semestre, 
obedecendo  aos  turnos  e  períodos  estabelecidos  na  estrutura  curricular  de  cada  curso.  Quanto  aos  curso  de 
engenharia, oferecidos  pela  EST, a  oferta  de  disciplinas  segue  o  regime  letivo quadrimestral  regulamentado  para 
estes cursos. E nos modulares, cada disciplina é oferecida durante 4 horas diárias, uma de cada vez, de acordo com a 
carga horária pré‐estabelecida (AMAZONAS, 2010c).   
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civil, engenharia de computação, engenharia de controle e automação, engenharia de produção, 
engenharia  elétrica,  engenharia  florestal,  engenharia  mecânica,  engenharia  mecatrônica, 
engenharia  química,  física,  geografia,  história,  informática  –  licenciatura,  letras  –  língua 
portuguesa,  licenciatura  para  professores  indígenas  do  alto  solimões,  matemática,  medicina, 
meteorologia,  música,  normal  superior  (em  extinção)19,  odontologia,  pedagogia  –  licenciatura 
intercultural indígena, pedagogia, química,  teatro,  tecnologia da  madeira  (em  extinção  –  Utam), 
tecnologia  em  eletrotécnica  (em  extinção  –  Utam),  tecnologia  em  agroecologia,  tecnologia  em 
alimentos,  tecnologia  em  análise  e  desenvolvimento  de  sistemas,  tecnologia  em  arqueologia, 
tecnologia  em  automação  industrial,  tecnologia  em  construção  naval,  tecnologia  em  eletrônica, 
tecnologia em gestão ambiental, tecnologia em gestão de turismo, tecnologia em gestão pública, 
tecnologia  em  manutenção  mecânica,  tecnologia  em  processamento  de  dados,  tecnologia  em 
produção  pesqueira,  tecnologia  em  saneamento  ambiental,  tecnologia  em  turismo  ecológico  e 
turismo20 (UEA, 2009b, 2011a).  
Os  alunos  matriculados  nestes  cursos  somam  22.654,  distribuídos  da  seguinte  forma 
entre a capital e o interior do Estado do Amazonas: 

                                                           
19
 Este curso foi ofertado pela UEA de 2001 a 2006. No ano de 2007 a Universidade do Estado do Amazonas passou o 
oferecer, em substituição ao curso Normal Superior, a Licenciatura em Pedagogia, e aos alunos daquele possibilitou‐
se  a  migração  para  este  novo,  opção  esta,  seguida  pela  grande  maioria  dos  discentes  do  curso  em  processo  de 
extinção.  
20
 As formas de ingresso nos cursos de graduação da Universidade do Estado do Amazonas são: Concurso Vestibular 
(realizado anual e simultaneamente em todos os municípios do Estado), Transferência Facultativa (processo aberto 
por  meio  de  portaria  da  Pró‐Reitoria  de  Ensino  de  Graduação  para  estudantes  de  outras  instituições  de  ensino 
superior)  e  o  Sistema de  Avaliação  para  Acesso  ao  Ensino  Superior  (Saes)  –  forma  de  seleção  criada  pela  antiga 
Utam,  atual  EST  – o  qual  proporciona  aos  estudantes  do  ensino  médio  regular do Amazonas  uma  sistemática  de 
avaliação  gradual  e  progressiva  ao  final  de  cada  série  deste  nível  de  ensino  da  educação  básica,  para  ingresso, 
exclusivamente, nos cursos superiores de engenharia e tecnologia da EST. Vale ressaltar, que a partir de 2011, o Saes 
passa a ser substituído pelo Sistema Integrado Seriado (SIS), que utiliza o mesmo princípio do Saes, mas amplia o 
ingresso  para  todos  os  cursos  de  graduação  da  UEA.  E  mais,  do  ano  de  2014  em  diante,  40%  do  total  de  vagas 
disponibilizadas para ingresso  nesta  instituição  de  ensino  superior,  em  cada  um  de  seus  cursos  de  graduação  de 
oferta regular, por entrada e turno, serão destinadas aos candidatos classificados no SIS (AMAZONAS, 2011e, 2011f, 
2011g; AMAZONAS; UEA, 2011b; UEA, 2008d, 2009b).     
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Capital Interior

40,47%

59,53%

 
Gráfico 2: Alunos matriculados na UEA em cursos de graduação em 2011. 
Fonte: UEA, 2011a. 
 
Desde  a  sua  criação,  a  Universidade  do  Estado  do  Amazonas,  já  graduou  24.309 
discentes, sendo: 
 

Capital Interior
23,10%

76,90%
 
Gráfico 4: Alunos graduados pela UEA de 2001 a 2011. 
Fonte: UEA, 2011b. 
 
Logo, acredita‐se que a criação da  
Universidade  do  Estado  do  Amazonas  corresponde,  portanto,  a  um  anseio 
legítimo  do  povo  amazonense,  especialmente  dos  cidadãos  que  vivem  e 
trabalham  nas  vilas  e  cidades  interioranas,  sem  acesso  aos  bens  culturais  e 
benefícios  oferecidos  nos  grandes  centros  urbanos.  Trata‐se  de  uma  ação  do 
Governo do Estado, realizada com recursos do povo amazonense, e empreendida 
com  o  propósito  de  qualificar  intelectualmente  os  estudantes,  dotando‐os  de 
capacidade  técnica  e  profissional  para  sanar  a  carência  de  mão‐de‐obra 
especializada no interior (TELLES, 2010, p. 354). 
 

1553 
 
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Considerações Finais 
 
Compreende‐se  que o  caminho  para  a  transformação  social  é  a  educação;  pois  ela  é  o 
antídoto à ignorância, à apatia social e à falta de sentido para existência humana. Isso significa que 
nenhuma sociedade pode almejar um futuro próspero e promissor caso negligencie a formação de 
seus cidadãos e cidadãs.  
E foi nesse contexto amazônico, que se instituiu a Universidade do Estado do Amazonas 
(UEA),  com  a  missão  de  proporcionar  o  desenvolvimento  do  Estado,  capacitando  e  formando 
quadros que possam atuar no sistema produtivo, na gestão da coisa pública, na geração de novas 
tecnologias  e  na  valorização  do  patrimônio  imemorial,  tendo  sempre  por  objetivo  maior  a 
qualidade de vida, a cidadania e a integridade cultural e ambiental da Amazônia (UEA, 2009b). 
Esta  instituição  de  ensino  superior  surge  enquanto  resposta  as  reivindicações  de 
conhecimento dos amazonenses, e busca interiorizar a formação no ensino superior.  E para estar 
presente em todos os municípios do Estado, foi, e ainda o é, necessário superar desafios e vencer 
distâncias, pois “o acesso à maioria dos municípios é feita por via fluvial e pode demorar mais de 
dez dias em embarcações regionais” (UEA, 2006e, p. 10). 
Como  afirma  Telles  (2010),  a  criação  da  Universidade  do  Estado  do  Amazonas, 
corresponde  sim,  ao  anseio  de  oportunizar  o  acesso  dos  estudantes  do  interior  amazonense  a 
educação  superior,  assim  como  também,  ao  desafio  de  interiorizar  o  conhecimento  enquanto 
pressuposto indispensável para o aprimoramento dos indivíduos e reforma das estruturas sociais 
interioranas, as quais são beneficiadas com a presença das unidades da UEA. 
 
Referências 

AMAZONAS.  Constituição  do  Estado  do  Amazonas.  Disponível  em:  <http://www.cmm.am.gov.br/pdf/CE_AM.pdf> 


Acesso em: 11 set. 2011a. 
______. Lei n.º 3.656, de 1.º de setembro de 2011. Institui o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração do magistério 
público  superior  e  dos  servidores  técnicos  e  administrativos  da  Universidade  do  Estado  do  Amazonas  e  dá  outras 
providências. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 32.149, p. 1‐7, 1.º set. 2011b. Ano CXVII.  
______. Lei n.º 3.403, de 07 de julho de 2009. Dispõe sobre a criação da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas 
–  SEIND,  definindo  suas  finalidades,  competências  e  estrutura  organizacional,  fixando  o  seu  quadro  de  cargos 
comissionados e Autoriza a extinção da Fundação Estadual dos Povos Indígenas – FEPI, e dá outras providências. In: 
Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 31. 623, p. 1‐2, 7 jul. 2009. Ano CXIV.  
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______. Lei n.º 3.595, de 11 de abril de 2011. Altera, na forma que especifica, a Lei Delegada n.º 114, de 18 de maio 
de  2007,  que  dispõe  sobre  a  Universidade  do  Estado  do  Amazonas  –  UEA,  definindo  sua  estrutura  organizacional, 
fixando  seu  quadro  de  cargos  comissionados  e  estabelecendo  outras  providências.  In:  Diário  Oficial  do  Estado  do 
Amazonas. Manaus, n. 32.050, p. 1‐2, 11 abr. 2011c. Ano CXVII.  
______. Lei Delegada n.º 67, de 18 de maio de 2007. Dispõe sobre o funcionamento e a estrutura administrativa do 
Poder Executivo, definindo os órgãos e entidades que o integram, fixando suas finalidades, objetivos e competências e 
estabelecendo  outras  providências.  In:  Diário Oficial  do  Estado  do  Amazonas.  Manaus,  n.  31.104,  p.  1‐4,  18  maio 
2007a. Ano CXIII.  
______. Lei Delegada n.º 114, de 18 de maio de 2007. Dispõe sobre a Universidade do Estado do Amazonas – UEA, 
definindo  sua  estrutura  organizacional,  fixando  o  seu  quadro  de  cargos  comissionados  e  estabelecendo  outras 
providências. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 31.104, p. 57‐8, 18 maio 2007b. Ano CXIII.  
______. Lei n.º 2.640, de 5 de abril de 2001. Modifica a redação dos dispositivos que indica, da Lei n.º 2.637, de 12 de 
janeiro de 2001. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 29.626, p. 1, 5 abr. 2001a. Ano CVII.  
______. Lei n.º 2.637, de 12 de janeiro de 2001. Autoriza o Poder Executivo a instituir a Universidade do Estado e dá 
outras providências. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 29.570, p. 1, 12 jan. 2001b. Ano CVII.  
______. Lei n.º 1.237, de 10 de outubro de 1977. Transforma a Universidade de Tecnologia da Amazônia em Instituto 
de Tecnologia da Amazônia e dá outras providências. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 23.875, p. 
8‐9, 10 out. 1977. Ano LXXXIV.  
______. Lei n.º 1.060, de 14 de dezembro de 1972. Autoriza o Poder Executivo a criara a Universidade de Tecnologia 
da Amazônia  e dá outras  providências.  In:  Diário  Oficial do  Estado do  Amazonas.  Manaus,  n.  22.660,  p.  2,  14  dez. 
1972. Ano LXXIX.  
______. Decreto n.º 31.163, de 11 de abril de 2011. Altera, na forma que especifica, o estatuto da Universidade do 
Estado do Amazonas, aprovado pelo Decreto n.º 21.963, de 27 de junho de 2001, e dá outras providências. In: Diário 
Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 32.050, p. 3, 11 abr. 2011d. Ano CXVII.  
______. Decreto de 13 de julho de 2010. Nomeia o Dr. José Aldemir de Oliveira para exercer o mandato de reitor, pro 
tempore, da Universidade do Estado do Amazonas, nos termos do artigo 34, §§ 1º. e 2.º, da Lei n.º 3.098, de 13 de 
dezembro de 2006. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 31.870, p. 4‐5, 13 jul. 2010a. Ano CXIV. 
______. Decreto de 31 de março de 2010. Exonera, a pedido, a Profa. Dra. Marilene Corrêa da Silva Freitas do cargo 
de reitor, pro tempore, da Universidade do Estado do Amazonas. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, 
n. 31.802, p. 4, 31 mar. 2010b. Ano CXIV. 
______.  Decreto  de  09  de  maio  de  2007.  Exonera,  a pedido,  o  Dr.  Lourenço dos  Santos  Pereira  Braga do  cargo  de 
confiança de reitor da Universidade do Estado do Amazonas. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 
31.097, p. 5, 9 maio 2007c. Ano CXIII. 
______.  Decreto  de  09  de  maio  de  2007.  Nomeia  a  Profa.  Dra.  Marilene  Corrêa  da  Silva  Freitas  para  exercer  o 
mandato de reitor, pro tempore, da Universidade do Estado do Amazonas, nos termos do artigo 34, §§ 1º e 2º, da Lei 
3.098, de 13 de dezembro de 2006. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 31.097, p. 6, 9 maio 2007d. 
Ano CXIII. 
______.  Decreto  n.º  24.788,  de  30  de  dezembro  de  2004.  Dispõe  sobre  a  absorção  definitiva  das  atividades  do 
Instituto  de  Tecnologia  da  Amazônia  –  UTAM  pela  Universidade  do  Estado  do  amazonas  –  UEA,  e  dá  outras 
providências. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 30.529, p. 2‐3, 30 dez. 2004b. Ano CXI.  
______.  Decreto  n.º  21.963,  de  21  de  junho  de  2001.  Aprova o  Estatuto da Universidade  do  Estado  do  Amazonas, 
dispõe  sobre  sua  estrutura  e  funcionamento  e  dá  outras  providências.  In:  Diário  Oficial  do  Estado  do  Amazonas. 
Manaus, n. 29.679, p. 1‐4, 27 jun. 2001c. Ano CVII.  

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IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL”
Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5
______. Decreto n.º 21.666, de 1.º de fevereiro de 2001. Institui, como fundação pública, a Universidade do Estado do 
Amazonas,  dispões  sobre  sua  estrutura  e  funcionamento  e  dá  outras  providências.  In:  Diário  Oficial  do  Estado  do 
Amazonas. Manaus, n. 29.584, p. 1‐2, 1.º fev. 2001d. Ano CVII.  
______. Decreto n.º 21.645, de 12 de janeiro de 2001. Constitui Comissão especial para implantação da Universidade 
do Estado e dá outras providências. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 29.570, p. 2, 12 jan. 2001e. 
Ano CVII.  
______. Decreto de 02 de fevereiro de 2001. Nomeia o professor Lourenço dos Santos Pereira Braga para exercer o 
cargo  de  reitor  da  Universidade  do  Estado  do  Amazonas.  In:  Diário  Oficial  do  Estado  do  Amazonas.  Manaus,  n. 
29.585, p. 1, 2 fev. 2001g. Ano CVII.  
______.  Decreto  n.º  2.450,  de  18  de  janeiro  de  1973.  Dispõe  sobre  a  criação  da  Universidade  de  Tecnologia  da 
Amazônia dá outras providências. In: Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, n. 22.686, p. 1, 19 jan. 1973. 
Ano LXXIX.  
______. Mensagem do Governador Omar Aziz à Assembléia Legislativa (2010‐2011). Manaus: [S.n.], 2011e. 
______.  Mensagem  do  Governador  Eduardo  Braga  à  Assembléia  Legislativa  (Síntese  2003‐2009).  Manaus:  [S.n.], 
2010c. 
______.  Mensagem  do  Governador  Eduardo  Braga  à  Assembléia  Legislativa  na  abertura  da  Sessão  Legislativa  de 
2009. Manaus: [S.n.], 2009. 
______.  Mensagem  do  Governador  Eduardo  Braga  à  Assembléia  Legislativa  na  abertura  da  Sessão  Legislativa  de 
2008. Manaus: [S.n.], 2008. 
______.  Mensagem  do  Governador  à  Assembléia  Legislativa  na  abertura  da  Sessão  Legislativa  de  2007.  Manaus: 
[S.n.], 2007e. 
______.  Mensagem  do  Governador  Eduardo  Braga  à  Assembléia  Legislativa  na  abertura  da  Sessão  Ordinária  de 
2006. Manaus: [S.n.], 2006. 
______.  Mensagem  do  Governador  Eduardo  Braga  à  Assembléia  Legislativa  na  abertura  da  Sessão  Ordinária  de 
2005. Manaus: [S.n.], 2005. 
______.  Mensagem  do  Governador  Eduardo  Braga  à  Assembléia  Legislativa  na  abertura  da  Sessão  Ordinária  de 
2004. Manaus: [S.n.], 2004c. 
______. Mensagem do Governador Amazonino Mendes à Assembléia Legislativa, na abertura da Sessão Ordinária 
de 2002. Manaus: SEGOV; SEAD, 2002. 
______. Mensagem do Governador Amazonino Mendes à Assembléia Legislativa na abertura da Sessão Ordinária de 
2001. Manaus: [S.n.], 2001h. 
______. Mensagem do Governador Amazonino Mendes à Assembléia Legislativa na abertura da Sessão Ordinária de 
1999. Manaus: [S.n.], 1999. 
______. Dados. Disponível em: <http://www.amazonas.am.gov.br/o‐amazonas/dados/> Acesso em: 20 out. 2011f. 
______.  Governador  Omar  Aziz  anuncia  mais  uma  forma  de  ingresso  na  UEA  e  novos  cursos  para  o  interior  do 
Estado.  Disponível  em:  <http://www.amazonas.am.gov.br/2011/08/governador‐omar‐aziz‐anuncia‐mais‐uma‐forma‐
de‐ingresso‐na‐uea‐e‐novos‐cursos‐para‐o‐interior‐do‐estado/> Acesso em: 20 out. 2011g. 
______.  Resolução  n.°  019/2011  –  CONSUNIV.  Institui  o  Sistema  Integrado  Seriado  para  acesso  aos  cursos  de 
graduação  de  oferta  regular  da  Universidade  do  Estado  do  Amazonas  –  SIS‐UEA.  In:  Diário  Oficial  do  Estado  do 
Amazonas. Manaus, n. 32.158, p. 6‐7, 19 set. 2011b. Ano CXVII.  
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAZONAS – ALEAM. Processo Legislativo do Projeto de Lei nº 128/2000 
que autoriza o Poder Executivo a instituir a Universidade do Estado e dá outras providências. Manaus: [S.n.], 2000a. 

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IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL”
Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5
______. Manaus. Ata da 5ª Reunião Extraordinária da Convocação Extraordinária da Assembléia Legislativa do 
Estado do Amazonas, convocada pelo senhor Governador do Estado, Dr. Amazonino Mendes. 8ª Sessão Legislativa. 
14ª Legislatura. Manaus, 22 de dezembro de 2000. Presidente: Deputado Lupércio Ramos. 22 dez. 2000b.  
DE VOLTA para o futuro. Amazônia Verdade, Manaus, n. 1, ano 1, p. 36‐43, nov. 2001. 
GONÇALVES, Carlos Eduardo de Souza. O acesso à Universidade. Manaus: [S.n.], 2011.   
INSTITUTO  BRASILEIRO  DE  GEOGRAFIA  E  ESTATÍSTICA  (IBGE).  Resultados  Preliminares  do  Universo  do  Censo 
Demográfico  2010  –  Amazonas.  Disponível  em: 
<http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=am&tema=resultpreluniver_censo2010>  Acesso  em:  20  out. 
2011a. 
______.  Amazonas.  Disponível  em:  <http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=am>  Acesso  em:  22  set. 
2011b. 
______. Manaus. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?uf=am> Acesso em: 22 set. 2011c. 
SECRETARIA  DE  ESTADO  DE  GOVERNO  (Segov);  FUNDAÇÃO  ESTADUAL  DE  POLÍTICA  INDIGENISTA  DO  AMAZONAS 
(Fepi);  UNIVERSIDADE  DO  ESTADO  DO  AMAZONAS  (UEA).  Centro  de  Estudos  Superiores  Indígenas  (Cesi)  – 
Licenciaturas. Manaus: [S.n.], 2002.  
STONE, Ronnie (Org.). Constituição do Estado do Amazonas. Manaus: Valer, 2005. 
TELLES, Tenório. Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2005.000255‐9 – Parecer – “Amicus Curiae”. In: TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DO AMAZONAS (TJAM). Ação Direta de Inconstitucionalidade – Processo nº 2005.000255‐9. Manaus: [S.n.], 
2010, p. 340‐55. 
UMA DÉCADA de desafios. A Crítica. Manaus, Ano LXI, n. 21.635, 24 jun. 2011. C4 – Cidades. 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA). Secretaria Geral. Alunos matriculados pela UEA em 2011. Manaus: 
[S.n], 2011a. 
______. Alunos matriculados pela UEA de 2003 a 2008. Manaus: [S.n], 2010b. 
______. Alunos formados pela UEA de 2006 a 2008. Manaus: [S.n], 2010c. 
______. Informativo UEA/2009 – Balanço Geral. Manaus: [S.n.], 2009b. 
______. Multicampi – Informativo da Universidade do Estado do Amazonas. Manaus: [S.n.], ano II, n. 03, jul. 2009c. 
______. Relatório de Gestão: 2001 – 2006. Manaus: [S.n.], 2006e. 

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