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Ikomojade PDF
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A história deste povo tem início antes da era cristã. Eles fizeram parte de
um dos grandes Impérios constituídos na região hoje ocupada pela Nigéria:
O Império Yorùbá.
Após estabelecer o reino de Ifè, Odùduwà teria enviado seus filhos para a
conquista de terras vizinhas, assim, a partir do reino de Ifè outros reinos
foram estabelecidos pelos seus descendentes. Esses reinos evoluíram ao
longo dos séculos, baseados no comércio e na agricultura.
Sikiru Salami diz que: "A palavra, considerada elemento de origem divina,
força fundamental emanada do próprio Ser Supremo, é, ela própria,
instrumento de criação. Considerada um dom do pré-existente serve de
instrumento à materialização e exteriorização de forças vitais" (Sikiru
Salami, 1997, p. 44).
O nome, que deve ser escolhido previamente ao dia da cerimônia, pode ter
a influência das circunstâncias que cercam o nascimento da criança, sendo
nesse caso denominado"Orúko Àmútoruwá" (nome trazido ao nascer) ou
"Isomolóruko" (ato de escolher o nome do recém nascido, com a
observância à cerca do fato). Os orúko àmútoruwá ou isomolóruko indicam
circunstâncias da gestação ou do parto, circunstâncias familiares ou da sua
comunidade.
Há um provérbio yorùbá que diz: "os pais devem sempre olhar para a sua
casa, antes de escolher o nome de uma criança", devendo-se entender a
palavra „casa‟, como a „família‟. Os orúko àbiso são escolhidos após um
estudo sobre a família, em aspectos como profissão, ancestralidade, òrìsà
cultuado, etc.
A criança nascida em uma família que cultua o Òrìsà Ògún pode receber um
nome que evidencia esse compromisso: Ògúndolá (Ògún traz/trouxe
prosperidade) ou Àgbèdédolá ( a forja trouxe prosperidade); se for Sòngó:
Sòngódéye (Sòngó trouxe este filho) ou Sòngóbunmi (Sòngó me deu de
presente).
Masculinos Femininos
No nosso entender, tendo como referência autores como Juana Elbein dos
Santos, o "Terreiro de Candomblé" surge no Brasil do século XIX, como uma
necessidade de recriar o espaço geográfico Yorùbá, assim como as suas
relações familiares, perdidas com o tráfico de escravos. Os laços de
parentesco deixam de ser de sangue, para ser simbólicos, no entanto o
objetivo é reproduzir a família Yorùbá tradicional.
Dentro desse contexto é que acreditamos que muitos dos gestos e atitudes
que reproduzimos hoje em nossas "Casas de Santo", são as reproduções do
dia a dia desse povo.
Não estamos querendo com isso diminuir o valor dos rituais praticados,
mais sim simplificá-los e entendê-los dentro de um contexto cultural
diferente do nosso.
"...Um dos aspectos importante que define cada grupo de iniciados é o fato
de trazer diante do nome de iniciação um nome genérico comum a todos os
que pertencem a um determinado òrìsà: Òrìsàlá – Iwin (Iwin-tólá, Iwin-
múìwá, Iwin-solá, Iwin-dùnsí); Obalúaiyé – Iji (Iji-lánà, Iji-bùmi, Iji-dare); Nana
– Na (Na-dógiyá, Na-jide); Sangó – Oba (Oba-téru, Oba-bìyì, Oba-tosi)" (Juana
Elbein dos Santos, 2002, p. 35).