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ARTIGO ORIGINAL

Efeitos da fisioterapia na prevenção


e na reversão da fragilidade em
idosos: revisão sistemática
The effects of physical therapy on prevention and
reversing elderly frailty: systematic review

Alexandra Miranda Assumpção1, Rosângela Corrêa Dias1

Recebido em 8/7/2009 RESUMO


Aceito em 4/8/2009
Objetivo: O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática da literatura para verificar o efeito da fisio-
terapia na reversão do quadro de fragilidade em idosos e os benefícios dessa intervenção. Métodos: Foram pes-
quisados ensaios clínicos aleatorizados nas bases de dados MedLine, SciELO, Lilacs e PEDro. Realizaram-se uma
avaliação da qualidade dos estudos e uma extração dos dados de forma independente. Resultados: Uma análise
dos resultados demonstrou uma resposta positiva da intervenção fisioterápica na capacidade física e funcional de
idosos frágeis, no entanto não há evidências da reversão da fragilidade. Conclusão: A realização de intervenções
eficazes pode minimizar os efeitos adversos da síndrome na população de risco. Esses achados sugerem que são
mais importantes esforços para a prevenção da fragilidade do que para a reversibilidade do quadro.
Palavras-chave: Fragilidade, idosos, fisioterapia, reabilitação.

ABSTRACT
Objective: The objective of this systematic review was to investigate the effect of Physical Therapy on reversing
the elderly frailty and provide evidence for the benefits of this intervention. Methods: Randomized clinical trials
were selected and retrieved on databases MedLine, SciELO, Lilacs and PEDro. The quality of the studies was
analyzed and data extraction was done independently. Results: The results demonstrated a positive effect of
Physical Therapy intervention on physical and functional ability of frail elderly, however there is no evidence of the
reversibility of frailty. Conclusion: The implementation of effective interventions can minimize the adverse effects
of the syndrome in the population at risk. These findings suggest that efforts are more important for the prevention
of frailty than for its reversibility.
Keywords: Frailty, elderly, physical therapy, rehabilitation.

1
Universidade
Federal de Minas Endereço para correspondência: Alexandra Miranda Assumpção • Rua Antônio Dias 259/201. Bairro Santo Antônio
Gerais (UFMG). – 30350-150 – Belo Horizonte, MG • Tel.: (31) 3344-7162 • E-mail: alexandram.fisio@gmail.com
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INTRODUÇÃO 3) Diminuição da força de preensão: medida com


dinamômetro na mão dominante e ajustada se-
O envelhecimento da população mundial é um fato gundo o gênero e o índice de massa corporal
recente, universal e inexorável. Suas causas são mul- (IMC).
tifatoriais, mas suas consequências são igualmente 4) Baixo nível de atividade física: medido pelo dis-
importantes do ponto de vista social, físico e de polí- pêndio semanal de energia em quilocalorias (com
ticas públicas1. Projeções de Bureau of Census (U.S. base no autorrelato das atividades e exercícios físi-
Department of Commerce, Economics and Statistics cos realizados) e ajustados segundo o gênero.
Administration, 1995) indicam que os países em desen-
volvimento abrigarão mais de 470 milhões de indiví­duos 5) Lentidão: medida da velocidade da marcha indi-
acima de 65 anos em torno de 2020. Isso representará cada em segundos em uma distância de 4,6 me-
mais que o dobro da população com a mesma idade tros e ajustada segundo o gênero e a altura.
em países desenvolvidos. A prevalência geral das doen- Os idosos com três ou mais dessas características
ças crônicas aumentará como consequência, pois estas estariam frágeis, mas os com uma ou duas estariam
são mais frequentes nesse grupo etário, transferindo a em um estágio anterior à fragilidade. Utilizando da-
ênfase dos programas governamentais de saúde e previ- dos do CHS, Fried et al.6 demonstraram que idosos
dência, com objetivo da cura e sobrevivência, para o da que preenchem esses critérios estão mais suscetíveis
melhora do estado funcional e do bem-estar1,2. às quedas, ao declínio funcional, à hospitalização e à
Fragilidade é um termo utilizado por geriatras e ge- morte em um período de três anos6.
rontólogos com referência à condição clínica não óti- Sendo uma síndrome complexa, caracterizada
ma de idosos3. A literatura indica que há concordância pelo declínio em múltiplas áreas relacionadas à fun-
entre pesquisadores da área de saúde que fragilidade é cionalidade como força, equilíbrio, flexibilidade,
uma condição multifatorial, caracterizada por vulnera- tempo de reação, coordenação, resistência muscular
bilidade aos efeitos adversos perante estresses de menor e cardiovascular, a fisioterapia pode desenvolver um
impacto4,5. Tem sido considerada por muitos estudiosos programa de exercícios que pode gerar benefícios
como sinônimo de incapacidade e comorbidade, mas como: aumento da mobilidade, melhora na perfor-
atualmente é reconhecida como uma síndrome distin- mance das atividades de vida diária (AVD), melhora
ta, com um quadro biológico e clínico característico6. no padrão de marcha, diminuição do número de que-
A fragilidade é uma síndrome clínica resultante do das, aumento na densidade óssea e melhora no bem-
declínio cumulativo nos sistemas fisiológicos e causa estar geral do idoso10. Além disso, a melhoria nesses
vulnerabilidade às condições adversas7,8. A diminui- desfechos também está associada a um aumento de
ção de reserva resultaria na dificuldade de manuten- atividades físicas espontâneas11.
ção da homeostase8. A fragilidade é um processo que se inicia com uma
A síndrome da fragilidade tem alta prevalência na fase subclínica (condição pré-frágil) e evolui para ma-
população idosa, que aumenta com a idade e leva a nifestações clínicas. A emergência da síndrome de-
riscos de adversidades na saúde, como mortalidade, pende da interação de múltiplos fatores, havendo
institucionalização, quedas e hospitalização8,9. Fried maior potencial para prevenção no estágio anterior
et al.6 demonstraram a ocorrência de síndrome em às manifestações. É importante a identificação dos
6,9% dos idosos da comunidade, indicando maior estados precursores de declínio funcional nos idosos,
prevalência dessa condição nas mulheres6. contribuindo para o desenvolvimento de programas
que facilitariam a prevenção e o tratamento da sín-
A partir dos dados do Cardiovascular Health Stu- drome11.
dy (CHS), Fried et al.6 propuseram a existência de
um fenótipo da fragilidade que inclui cinco compo- Levando-se em conta as estimativas de que o nú-
nentes com medidas específicas6: mero de idosos frágeis aumente significativamente
nas próximas décadas12, a disponibilidade de indica-
1) Perda de peso não intencional: maior ou igual a
dores de fragilidade nos bancos de dados relativos à
4,5 kg ou maior ou igual a 5% do peso corporal
saúde da população facilitaria a organização das po-
do ano anterior.
líticas de implantação de serviços de atendimento à
2) Exaustão: avaliada por autorrelato de fadiga, indi- saúde dos idosos. Considerando o potencial para a
cada por duas questões da Escala de Depressão do prevenção e o tratamento, os pesquisadores enfren-
Centro de Estudos Epidemiológicos (CES-D). tam o desafio de transferir o conhecimento para o
Fisioterapia na fragilidade de idosos 119

sistema de saúde, buscando reduzir a incidência, a feriram à fragilidade no título do estudo e que apre-
prevalência e o impacto da fragilidade na população sentaram pontuação menor que quatro na escala
de idosos4. PEDro13, por serem considerados de baixa qualida-
de metodológica.
Entretanto, não há um consenso na literatura so-
bre o melhor tratamento de fisioterapia ao qual um A seleção dos artigos encontrados com a busca nas
idoso frágil deveria ser submetido. Sendo assim, o ob- diferentes bases de dados foi realizada em três etapas
jetivo desse estudo foi o de identificar as evidências distintas. Na primeira etapa, foi realizada a leitura
científicas sobre reversibilidade da fragilidade. Além dos títulos dos estudos encontrados. Foram excluídos
disso, é importante conhecer o efeito da intervenção aqueles que claramente não se enquadravam a qual-
fisioterapêutica na minimização de eventos adversos quer um dos critérios de inclusão deste estudo. Na
da fragilidade em idosos, acentuando as possibilida- segunda etapa, foi realizada a leitura dos resumos dos
des para prevenção e para o tratamento, bem como estudos selecionados na primeira etapa e, da mesma
a intervenção mais eficaz para prevenir o desenvolvi- forma, foram excluídos aqueles que claramente não
mento da fragilidade. se adequavam a qualquer um dos critérios de inclusão
preestabelecidos. Na terceira etapa, todos os estudos
que não foram excluídos nessas duas primeiras etapas
MÉTODOS foram lidos na íntegra para a seleção dos que seriam
incluídos nesta revisão.
Para verificar a eficácia das intervenções fisiotera-
pêuticas sobre a capacidade de reversão e preven-
ção de um quadro de fragilidade no idoso, foram
Resultados
realizadas buscas nas bases de dados Medical Lite-
rature Analysis and Retrieval System Online (Me- Na base de dados MedLine, via PubMed, cruzando-se
as palavras-chave, foram encontrados 174 artigos, dos
dLine), Scientific Electronic Library (SciELO),
quais 45 resumos foram lidos e 32 artigos foram se-
Literatura Latino-Americana em Ciências da Saú-
lecionados para leitura na íntegra. Desses 32, quatro
de (LILACS) e Physiotherapy Evidence Data Base
foram solicitados via COMUT e 28 estavam dispo-
(PEDro). Para cada uma delas, foi elaborada uma es-
níveis on line. Nas bases de dados SciELO e LILACS,
tratégia específica com o objetivo de identificar en-
não foram encontrados estudos com as palavras-cha-
saios clínicos aleatorizados.
ve usadas. Na PEDro, foram encontrados 24 estudos,
Na MedLine, utilizando-se a ferramenta de busca dos quais foram selecionados dois que se enquadra-
PubMed, foi utilizada uma estratégia de busca para vam nos critérios de inclusão preestabelecidos. Todos
ensaios clínicos aleatorizados, com as seguintes pala- os estudos selecionados para leitura foram avaliados
vras-chave combinadas: “Frail” OR “Frailty” AND de acordo com a escala de qualidade metodológica de
“Elderly” AND “Physical Therapy” OR “Physio- ensaios clínicos proposta pela base de dados PEDro
therapy”. Os seguintes limites de busca foram uti- e foram excluídos aqueles com nota inferior a quatro
lizados: languages (inglês e português); ages (adultos nessa escala.
acima de 65 anos); published in the last (10 anos). Na Dos 34 trabalhos selecionados, apenas 11 foram
PEDro, foram utilizadas as palavras-chave “Frailty escolhidos para participar da revisão sistemática. Os
ou Frail”, limitando a busca em “clinical trial” e “ge- artigos foram excluídos de acordo com as seguintes
rontology”. Na LILACS e SciELO, foram utilizadas razões: não se adequavam ao tema proposto; não
as palavras-chave: “Fragilidade ou Frágil”, “Idosos” e apresentavam grupo controle; tratavam-se de revisões
“Fisioterapia”. da literatura; utilizaram intervenção em população
Os critérios de inclusão dos estudos encontra- idosa não frágil ou sem definição de um critério de
dos pelas buscas nas bases de dados foram: ser do fragilidade preestabelecido.
tipo ensaio clínico aleatorizado; estar publicado nos As informações contidas nos artigos selecionados
idiomas português ou inglês, de janeiro de 1997 a por essa revisão foram resumidas, de forma indepen-
dezembro de 2007, ter como sujeitos de pesquisa dente, nos seguintes tópicos: autor/ano; objetivos;
idosos acima de 65 anos e ter como intervenção a amostra; critérios de classificação de fragilidade; in-
realização de exercícios terapêuticos específicos para tervenção; grupo controle; resultados e conclusão.
a população idosa, classificada como frágil pelos Dados referentes às características dos estudos anali-
autores. Foram excluídos os estudos que não se re- sados estão sumarizados na tabela 1.
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Tabela 1. Características dos artigos selecionados nesta revisão sistemática


Autor/ Objetivos Amostra Classificação/ Intervenção Grupo controle Resultados Conclusão
Ano Fragilidade
Chandler Verificar se o N = 100, idosos Incapacidade de Recebeu a Manteve as O ganho de Os resultados
et al.22 ganho de força frágeis foram descer escadas intervenção atividades que força apresentou sugerem que
(1998) muscular está recrutados nas sem auxiliar com domiciliar com sempre realizou um impacto o reforço
associado à proximidades de os MMSS exercícios (N = 50) significativo na muscular está
melhora na diversos serviços de reforço mobilidade. associado à
performance de atenção aos muscular 3 x Houve melhora melhora na
funcional e idosos, com média por semana na performance mobilidade,
incapacidades de idade de 77 durante 10 da marcha e na como subir
em idosos anos semanas prevenção de e descer
frágeis (N = 50) quedas. Nas degraus,
medidas de assentar-se
incapacidade, na cadeira e
equilíbrio e levantar-se e
resistência não transferências
houve diferença
significativa
Brown et Examinar os N = 84, idosos Escore menor Programa de O programa do Houve melhora Melhora na
al.12 efeitos de frágeis da que 32 no PPT exercícios para grupo controle significativa flexibilidade,
(2000) um programa comunidade, foi considerado ganho de fazia apenas das variáveis força muscular
de exercícios voluntários, com frágil. Escore flexibilidade, exercícios no grupo da e equilíbrio
de baixa média de idade de menor que 17 equilíbrio, de ganho de intervenção. estão
intensidade para 83 anos foi classificado velocidade flexibilidade O grupo controle associados à
idosos frágeis, como muito frágil de reação, (N = 36) apresentou melhora na
com duração de para participar coordenação e melhora da capacidade
3 meses do programa força muscular. ADM, mas isso funcional.
Vinte e dois não repercutiu Embora isso
exercícios diretamente ocorra, a
foram na melhora do fragilidade
propostos, escore no PPT não foi
durante 3 totalmente
vezes por revertida pelo
semana treinamento
(N = 48)
Chin et Examinar o efeito N = 157, Inatividade e Três grupos: N = 37 Não houve Os exercícios
al.14 de um programa idosos frágeis perda de peso - N = 39 frequentaram influência da foram mais
(2001) de exercícios independentes. não intencional participaram grupos de alimentação nos eficazes. A
e alimentos Foram de grupo de atividades escores. O grupo intervenção
enriquecidos recrutados via exercícios sociais e se dos exercícios nutricional
na performance correspondência, 2 vezes por alimentaram melhorou os mostrou-se
física de idosos por meio das casas semana dos mesmos escores na ineficaz para
frágeis e das instituições - N = 39 alimentos, porém performance melhorar a
de assistência ao fez uso de não enriquecidos física e performance
idoso alimentos de vitaminas e funcional. funcional e a
enriquecidos minerais Nas disfunções capacidade
de vitaminas e em AVD’s não física de
minerais houve efeito idosos frágeis
- N = 42 de nenhuma
associaram a intervenção
alimentação
com os
exercícios
Fisioterapia na fragilidade de idosos 121

Tabela 1. Características dos artigos selecionados nesta revisão sistemática (continuação)


Autor/ Objetivos Amostra Classificação Intervenção Grupo controle Resultados Conclusão
Ano Fragilidade
Timonen et Avaliar o N = 68, mulheres, Idosas com mais Treinamento Receberam a Foi observada Exercícios
al.16 efeito de um que foram de 75 anos, em grupo 2 x visita de um uma melhora em grupos
(2002) programa de hospitalizadas com déficit na por semana, fisioterapeuta, significativa na são mais
treinamento pós- durante uma mobilidade e durante 10 1 semana após força máxima de baratos e mais
hospitalização doença aguda equilíbrio, como semanas, alta hospitalar, extensores de motivadores
em idosas e que tiveram dificuldade supervisiona- que repassou joelho, equilíbrio que o
frágeis alguma limitação para deambular dos por dois todas as e velocidade atendimento
na mobilidade de forma fisioterapeutas orientações e da marcha no individual
independente (N = 34) os exercícios grupo que foi tradicional.
para serem submetido à Exercícios
realizados 2 a 3 intervenção baseados em
x por semana. em grupo fortalecimento
Nenhum suporte supervisionada e treino
mais foi dado funcional são
(N = 34) eficazes para
pacientes com
problemas de
mobilidade e
equilíbrio
Binder et Verificar a N = 119, idosos Dois critérios Programa de Nove meses Grupo da Os achados
al.15 eficácia de um frágeis da entre os treinamento – de exercícios intervenção sugerem que
(2002) programa de comunidade com seguintes: alongamentos, domiciliares apresentou exercícios
exercícios na média de idade de - escore entre 18 exercícios de de baixa melhora no supervisiona-
reversibilidade 83 anos. e 32 no PPT. resistência, intensidade – escore do dos de alta
da fragilidade A alocação - Pico VO2 = equilíbrio alongamentos, PPT, pico VO2, intensidade,
em idosos aleatória foi feita entre 10 e 18 ml/ e aeróbico 2 a 3 vezes por no escore do para idosos
comunitários na proporção kg/min depois de um semana FSQ, menos frágeis, são
3:2, sendo mais - Autorrelato de tempo (N = 50) dificuldade mais eficazes
sujeitos no grupo dificuldade ou (N = 69) nas AVD’s e na prevenção
da intervenção necessidade de mobilidade, em de declínio
auxílio em uma comparação ao funcional do
AVD ou duas grupo controle que exercícios
AIVD (FSQ) de baixa
intensidade
não supervi-
sionados
Gill et al.17 Verificar a N = 188, idosos Frágeis se: PREHAB – Educacional Os efeitos Esse estudo
(2003) segurança de frágeis da velocidade de Orientações de (N = 94) adversos não evidenciou a
um protocolo comunidade, com marcha: mais de modificações foram mais segurança e a
preventivo idade igual ou dez segundos. ambientais, comuns no eficácia de um
de declínio maior que 75 anos TUG: não prescrição de grupo PREHAB programa de
funcional com conseguiram dispositivo do que no grupo reabilitação
exercícios levantar-se da de auxílio, educacional preventiva
domiciliares para cadeira sem orientar trans- domiciliar em
idosos frágeis auxílio. ferências e idosos. Os
Os dois critérios locomoção em resultados
classificam como casa. Exercí- indicaram que
severamente cios progressi- a intervenção
frágeis; se vos para ganho foi eficaz na
preenchessem de ADM, prevenção
apenas um equilíbrio, de declínio
critério, seriam força muscular, funcional nas
moderadamente flexibilidade AVD’s
frágeis e condiciona-
mento físico, 2
x 10 repetições
(N = 94)
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Tabela 1. Características dos artigos selecionados nesta revisão sistemática (continuação)

Autor/ Objetivos Amostra Classificação Intervenção Grupo controle Resultados Conclusão


Ano Fragilidade
Helbostad Testar o efeito de N = 77, idosos Pelo menos um Realizavam Exercícios Melhora nos Os dois grupos
et al.18 dois protocolos frágeis foram dos seguintes os exercícios domiciliares: escores do SF-36 melhoraram
(2004) de exercícios recrutados critérios: funcionais de realizavam – saúde mental a qualidade
na qualidade voluntariamente - ter sofrido uma equilíbrio e fle- diariamente – dos sujeitos da de vida e a
de vida e na por meio de queda no último xibilidade em exercícios intervenção em velocidade da
capacidade de anúncios ano grupo, 2 vezes funcionais de grupo. O SF-36 marcha, mas
deambulação de - usar algum por semana e equilíbrio e – performance a intervenção
idosos frágeis dispositivo de o restante dos flexibilidade física – e em grupo
auxílio à marcha dias individual­ (N = 38) velocidade teve melhores
mente em da marcha benefícios na
casa. A inter- apresentou saúde mental
venção durou melhora em
12 semanas ambos os grupos,
(N = 39) sem diferença
significativa
Boshuizen Investigar se a N = 49, idosos que Idosos com Grupo 1: duas Grupo 3: foi Houve ganho de O estudo
et al.23 frequência da foram recrutados dificuldade de
sessões super- orientado a força muscular demonstrou
(2005) supervisão dos por intermédio de assentar-se visionadas por manter suas estatisticamente uma tendência
exercícios por propaganda em na cadeira e fisioterapeutas atividades significativo ao se obter
um profissional jornal local levantar-se dela
e uma não habituais apenas no grupo melhores
(uma vez por e com força (N = 17) (N = 16) 1. A velocidade resultados
semana ou duas) muscular de Grupo 2: de marcha quando se
interfere nos extensores deuma sessão melhorou no tem mais
resultados de joelho menor que
supervisionada grupo 1 em supervisão
um programa de N = 87,5 e duas não relação aos
fortalecimento (N = 16). O outros dois. Nos
para idosos treinamento foi outros testes
frágeis feito 3 vezes funcionais não
por semana houve diferença
estatisticamente
durante 10
significativa
semanas
Faber et Determinar N = 278, idosos Critérios do Dois progra- Foi orientado Os dois grupos Para idosos
al.19 o efeito de com média de fenótipo da Fried mas de exer- a manter suas da intervenção não frágeis,
(2006) exercícios idade de 85 anos, - 3 ou mais cícios foram atividades foram similares ou pré-frágeis,
moderados residentes em critérios randomizados habituais nos escores do esse protocolo
em grupo na instituições de classificavam em 15 institui- POMA, GARS de exercícios
performance longa permanência como frágil; 1 ções de longa e performance se mostrou
funcional e ou 2 como pré- permanência. física. No grupo eficaz na
na prevenção frágil. O primeiro pré-frágil, houve prevenção de
de quedas. Nenhum critério: consistia em uma melhora quedas.
Investigar a não frágil uma série de significativa nos Para idosos
influência da exercícios de escores, mas no muito frágeis,
fragilidade mobilidade. grupo frágil não. os autores
nesses efeitos O segundo Os dois grupos sugerem que
consistia de intervenção adaptações
foram efetivos ambientais e
em treino de
na prevenção
equilíbrio, uso de auxílio
de quedas para
baseado no Tai para marcha
os pré-frágeis.
Chi Chuan, podem
No grupo frágil,
1 vez por ser mais
houve aumento
semana duran- do risco de benéficos do
te 4 semanas quedas que exercícios
e as outras de intensidade
semanas 2 moderada
encontros por realizados em
semana grupos
Fisioterapia na fragilidade de idosos 123

Tabela 1. Características dos artigos selecionados nesta revisão sistemática (continuação)


Autor/ Objetivos Amostra Classificação/ Intervenção Grupo controle Resultados Conclusão
Ano Fragilidade
Villareal et Verificar o efeito N = 27, idosos Dois entre os A intervenção Foi orientado a O grupo da Perda de peso
al.20 da perda de obesos e frágeis. seguintes: durou 26 manter a dieta e intervenção e exercícios
(2006) peso e de um Foram recrutados - escore entre 18 semanas suas atividades perdeu peso e podem
programa de voluntariamente e 32 no PPT com dieta e habituais melhorou os amenizar o
exercícios na - Pico VO2 = exercícios de (N = 10) escores em todas quadro de
função física e entre 10 e 18 ml/ flexibilidade, as variáveis fragilidade e
na composição kg/min resistência, analisadas. idosos obesos
corporal de - Autorrelato de fortalecimento O tratamento
idosos obesos dificuldade ou e equilíbrio, melhorou força
frágeis necessidade de 3 vezes por muscular e
auxílio em uma semana velocidade de
AVD ou duas (N = 17) marcha
AIVD (FSQ)

Sato et Investigar os N = 30, idosos Ter mais de 65 Uma hora de Atividades Diferenças Exercícios
al.21 efeitos dos frágeis foram anos e necessitar exercício, por sociais significativas na água
(2007) exercícios aleatoriamente de ajuda para as 24 semanas. (N = 8) foram melhoram
na água e a divididos em três AVD’s Exercícios observadas a qualidade
frequência grupos simulando antes e após os de vida e o
com que eram AVD’s, seis meses de desempenho
realizados na alongamentos, treinamento nos nas AVD’s de
qualidade de reforço grupos que foram idosos frágeis
vida de idosos muscular e submetidos à
frágeis relaxamento. intervenção.
Primeiro grupo: O grupo de 2
exercício 1 vez x por semana
por semana apresentou
(N = 10) melhora mais
Segundo rápida
grupo:
exercícios
2 vezes por
semana
(N = 12)
ADM: amplitude de movimento; AVD: atividades de vida diária; FSQ: Functional Status Questionnarie; GARS: Gait Abnormality Rating Scale; MMSS: membros
superiores; PPT: Physical Performance Test; PREHAB: preventive, home-based Physical Therapy program; POMA: Performance Oriented Mobility Assessment;
TUG: Timed Up and Go.

Oito dos onze estudos incluídos nessa revisão As maiores amostras avaliadas foram nos estudos de
detalham informações sobre o método de rando- Faber et al.19, Gill et al.17 e Chin et al.14, com 278, 188 e
mização14-21. Em todos eles, os critérios de inclusão 157 idosos, respectivamente. Villareal et al.20 realizaram
foram bem estabelecidos e a alocação foi aleatória. um estudo com boa qualidade metodológica, com uma
A presença de uma amostra homogênea, ou seja, com amostra pequena, N = 27. As amostras dos estudos res-
igualdade entre grupos no pré-tratamento, só não foi tantes variaram entre 30 e 119 idosos12,15,16,18,21-23. Na
perceptível em um artigo selecionado16. Em apenas tabela 1, encontram-se os dados de recrutamento da
uma publicação selecionada os terapeutas participan- amostra de cada estudo detalhadamente.
tes do estudo foram “cegos”19.
A maior dificuldade na seleção dos estudos foi a
Os estudos analisados foram publicados entre grande variabilidade nos critérios de classificação da
os anos de 1998 a 2007, e os mais recentes (2006- síndrome da fragilidade. Apenas dois estudos utiliza-
2007)19-21 apresentaram maiores escores na escala ram os mesmos critérios, que estão apresentados na
PEDro (7, 8 e 9), ou seja, apresentaram melhor quali- discussão15,20. Somente Faber et al.19 classificaram a
dade metodológica. Em todos os anos compreendidos fragilidade segundo o fenótipo de Fried et al.6. Os
entre essa data, houve artigo publicado sobre o assunto outros autores usaram critérios tais como idade,
e avaliado nessa revisão sistemática, exceto em 1999. dificuldade de realizar AVD, risco de quedas, fra-
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queza muscular e escores baixos em testes padroni- das, mas consistiam quase sempre em alongamentos,
zados12,14,16-18,21-23. reforço muscular e atividades funcionais.
Em todos os estudos analisados, os idosos já esta- Estudos têm demonstrado a reversibilidade da
vam classificados como frágeis. Sendo assim, o prin- fraqueza muscular e da perda funcional decorrente
cipal objetivo foi avaliar o efeito das intervenções na do envelhecimento25,26. No entanto, a maioria dos
melhora do estado geral de idosos frágeis e na reversão estudos avalia idosos saudáveis ou com uma doença
desse quadro. Faber et al.19 e Gill et al.17 investigaram específica. Há poucos estudos que verificam o efeito
também a segurança de um protocolo preventivo para de exercícios na fragilidade física. Não há informa-
risco de quedas e declínio funcional em idosos frágeis. ção suficiente de como os idosos comunitários frágeis
podem se beneficiar fisiologicamente na reversão ou
As intervenções variaram entre reforço muscu- na prevenção da fragilidade por meio dos exercícios16.
lar12,14,16,17,20-23, exercícios de flexibilidade12,15,17,18,20,21,
treino de equilíbrio12,15,17,18-20, velocidade de reação e De acordo com Espinoza e Walston11, uma inter-
coordenação12, treino funcional16,18,21, treino aeróbi- venção baseada em exercícios é indicada para idosos
co15,17,20, modificações ambientais e prescrição de dis- com fragilidade, independente do grau que essa sín-
positivo de auxílio à marcha17 e treino de mobilidade drome se manifesta. Os tipos de exercícios é que po-
e transferências17,19. derão variar de acordo com o quão frágil é ou não o
idoso17,27-29. Reforço muscular de idosos tem se mos-
Os desfechos mais analisados nos estudos fo- trado seguro e eficaz, mesmo se tratando de pacientes
ram capacidade funcional12,14-19,22, desempenho nas frágeis e restritos em domicílio25.
AVD14,15,17,21,22, força muscular12,16,20,22,23, velocidade
de marcha16,18-20 e qualidade de vida18,21. Dos 11 estudos analisados, oito estudaram idosos
da comunidade12,15,17,18,20-23, Gill et al.17 analisaram
Nos estudos analisados neste trabalho, a pontua- idosos frágeis da comunidade, com idade igual ou
ção na escala PEDro13 variou de quatro a nove pon- maior que 75 anos que foram aleatoriamente alo-
tos. A qualidade metodológica desses estudos está cados no grupo PREHAB (preventive, home-based
apresentada na tabela 2. Physical Therapy program) e no grupo controle que
recebeu um protocolo de educação17. O PREHAB
foi um programa de treinamento de seis meses de
DISCUSSÃO duração, implementado por fisioterapeutas, que foi
desenhado com o objetivo de prevenção do declí-
Baseando-se nas projeções atuais, o número de idosos nio funcional de idosos da comunidade, fisicamen-
na população aumentará consideravelmente nas pró- te frágeis. O protocolo consistia em orientações de
ximas décadas e idosos com idade igual ou superior modificações ambientais, prescrição de dispositivo de
a 75 anos desenvolvem perda de 10% da capacida- auxílio, orientações de transferências e locomoção em
de funcional nas AVD por ano. A incapacidade está casa. Foram realizados também exercícios progressi-
diretamente relacionada a aumento da mortalidade, vos para ganho de amplitude de movimento (ADM),
hospitalização, internações domiciliares e aumento equilíbrio, força muscular, flexibilidade e condiciona-
no uso de serviços de assistência à saúde24. O número mento físico17.
de idosos frágeis aumentará consideravelmente nas
O estudo evidenciou os benefícios e a segurança
próximas décadas15,16. Portanto, se faz necessário in-
de um programa domiciliar de reabilitação e preven-
vestir na prevenção do desenvolvimento da fragilida-
ção do declínio funcional nas AVD para idosos con-
de, assim como buscar evidências da melhor forma de
siderados frágeis. O autor classificou os idosos como
abordar e intervir em um idoso fragilizado.
frágeis por intermédio de duas estratégias diferentes e
Os estudos encontrados na literatura buscam de- complementares. A fragilidade física foi avaliada por
finir a eficácia e a segurança das intervenções fisiote- dois testes que são preditivos de declínio funcional:
rapêuticas para idosos considerados frágeis, de forma velocidade da marcha e capacidade de assentar-se na
que se busque prevenir o desenvolvimento da síndro- cadeira e levantar-se dela. Os sujeitos que fizeram o
me da fragilidade na população idosa e reduzir os seus teste de velocidade de marcha em mais de dez segun-
efeitos nos pacientes já frágeis. No entanto, há dife- dos ou não conseguiram levantar-se da cadeira sem
rentes classificações de fragilidade, e os autores uti- auxílio foram considerados fisicamente frágeis. Se
lizam diferentes critérios na seleção dos sujeitos dos preenchessem os dois critérios, seriam gravemente
estudos. As intervenções também foram diversifica- frágeis e, se preenchessem apenas um critério, seriam
Fisioterapia na fragilidade de idosos 125

Tabela 2. Classificação metodológica avaliada pela escala PEDro – Physiotherapy Evidence Data Base
Chandler Brown Chin Timonen Binder Gill Hel- Boshui- Faber Villareal Sato
et al.22 et al.12 et al.14 et al.16 et al.15 et al.17 bostad zen et et al.19 et al.20 et al.21
(1998) (2000) (2001) (2002) (2002) (2003) et al.18 al.23 (2006) (2006) (2007)
(2004) (2005)
1. Critérios SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
de inclusão
especificados
2. Alocação SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
aleatória
3. Sigilo na NÃO NÂO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM
alocação
4.Similaridade SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
entre grupos no
pré-tratamento
5. Sujeitos NÃO NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM NÃO SIM
“cegos”
6. Terapeutas NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM NÃO NÃO
“cegos”
7. Examinadores SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO
“cegos”
8. Follow-up SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM
de pelo menos
85% dos
participantes
9. Intenção de NÃO NÃO NÃO SIM NÃO NÃO SIM NÃO SIM SIM NÃO
tratar
10. Compara- SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
ções estatís-
ticas entre os
grupos
11. Relato das SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
medidas de
variabilidade
TOTAL 6 4 7 5 6 5 7 5 9 8 7
Obs.: A pontuação do primeiro item, por ser referente à validade externa, não é considerada no escore final.

moderadamente frágeis. Um desempenho ruim nes- zaram os mesmos critérios que Binder et al.15 (2002)
ses testes sugere fraqueza da musculatura de MMII e para classificar os idosos como frágeis. No entanto, os
déficit de equilíbrio17,30. autores estudaram idosos obesos e verificaram o efei-
to da perda de peso e de um programa de exercícios
Binder et al.15 realizaram um estudo com o objeti- na função física e na composição corporal dos idosos
vo de verificar a eficácia de um programa de exercícios obesos e frágeis20.
na reversibilidade da fragilidade em idosos comuni-
tários. Os idosos que se enquadravam em dois dos A perda de peso e a realização dos exercícios po-
três critérios estabelecidos seriam classificados como dem amenizar o quadro de fragilidade de idosos
frágeis. Os critérios foram: escore entre 18 e 32 no obesos. O tratamento aumentou a força muscular, a
Modified Physical Performance test (MPPT); pico de velocidade de marcha e todos os parâmetros dos tes-
VO2 = entre 10 e 18 ml/kg/min; autorrelato de difi- tes aplicados, além de ter favorecido a perda de peso
culdade, ou necessidade de auxílio em uma AVD ou (p < 0,5)20.
duas AIVD avaliadas por meio do Functional Status Melhora na flexibilidade, na força muscular e
Questionnarie – FSQ15. Villareal et al.20 (2006) utili- no equilíbrio está associada à melhora na capacida-
126 Geriatria & Gerontologia. 2009;3(3):117-130

de funcional12. A intervenção do estudo de Binder et manência. O primeiro focalizava na marcha fun-


al.15 consistiu em um programa de treinamento, que cional, com uma série de exercícios de mobilidade.
incluía alongamentos, exercícios leves de resistência e O segundo consistia em exercícios de equilíbrio,
equilíbrio, e o treino aeróbico foi incluído na terceira basea­dos no Tai Chi Chuan19.
fase do treinamento. O grupo controle realizava ape-
Os desfechos avaliados foram: incidência de que-
nas alongamentos.
das; mobilidade (medida pelo Performance Oriented
Verificou-se que um programa de treinamento é Mobility Assessment – POMA); velocidade de mar-
mais eficaz que exercícios de baixa intensidade, isto cha, habilidade de se assentar na cadeira e se levan-
é, os alongamentos, realizado pelo grupo controle. tar dela (avaliados pelo Timed Up and Go [TUG] e
O grupo de intervenção apresentou melhora no es- Frailty and Injuries: Cooperative Studies of Interven-
core do MPPT (1,0-5,2 pontos), VO2 pico (0,9-3,6 tion Techniques – FICSIT-4 balance test); disfunção
mL/kg/min), FSQ escore (1,6-4,9 pontos) e menos (Gait Abnormality Rating Scale – GARS)19.
dificuldades nas AVD e na mobilidade, em compara-
A ocorrência de quedas foi maior no grupo de
ção ao grupo controle15.
marcha funcional, mas a diferença não foi estatisti-
Brown et al.12 examinaram os efeitos de um pro- camente significativa. O risco de se tornar um caidor
grama de exercícios de baixa intensidade para idosos no grupo da intervenção foi maior para os que foram
frágeis, enquanto Faber et al.19 verificaram os efeitos classificados como frágeis (Hazard ratio (HR) = 2,95;
de exercícios moderados em grupo para prevenção de IC95% = 1,64-5,32). Para os que foram classificados
quedas e melhora da performance funcional e inves- como pré-frágeis, o risco de se tornar um caidor di-
tigou a influência da fragilidade nesses efeitos. Esses minuiu após 11 semanas de treinamento (HR = 0,39;
autores classificaram a fragilidade baseada no fenóti- IC95% = 0,18-0,88). Houve melhora nos escores do
po proposto por Fried et al.6 – se os idosos se enqua- POMA e na performance física nos grupos que foram
drassem em três ou mais critérios do fenótipo eram submetidos à intervenção, em que os sujeitos foram
considerados frágeis, se se enquadrassem em um ou classificados como pré-frágeis. Os sujeitos frágeis não
dois critérios eram classificados como pré-frágeis19. apresentaram melhora19. Nas intervenções preventi-
vas estudadas por Gill et al.17, os eventos adversos e
As variáveis analisadas por Brown et al.12 foram
a ocorrência de quedas não foram mais frequentes no
o Physical Performance Test (PPT), testes de equilí-
grupo da intervenção do que no grupo educacional.
brio, força, flexibilidade, coordenação, velocidade de
Os resultados indicaram que a intervenção foi segura e
reação e sensibilidade periférica. Os autores classifi-
eficaz na prevenção de declínio funcional nas AVD17.
caram fragilidade por meio dos escores do PPT. Para
ser considerado frágil, o idoso deveria ter um escore O resultado negativo para os idosos frágeis das
menor que 32. Os que obtiveram escores menores instituições de longa permanência provavelmente
que 17 foram classificados como muito frágeis para se deu porque a intensidade da intervenção não foi
participar do programa12. adequada. Esse grupo precisa de cuidados mais indi-
vidualizados e vigorosos31. Para idosos muito frágeis,
Houve melhora significativa nos escores do PPT
os autores sugerem que adaptações ambientais e uso
(29+/- 4 vs. 31+/- 4 de 36 pontos) e nas variáveis ana-
de auxílio para marcha podem ser mais benéficos do
lisadas no grupo da intervenção. O grupo controle
que exercícios de intensidade moderada realizados
apresentou melhora da ADM, mas isso não repercu-
em grupo. Para idosos não frágeis, ou pré-frágeis, esse
tiu diretamente na melhora do escore no PPT. A flexi-
protocolo de exercícios se mostrou eficaz na preven-
bilidade apresentou resultados semelhantes em ambos
ção de quedas19.
os grupos. Houve maior ganho de força muscular no
grupo da intervenção, melhores resultados nos testes A sarcopenia é uma das maiores causas de incapa-
de equilíbrio e melhora na cadência da marcha do cidade em idosos. Evans28 indica que a força muscular
grupo da intervenção. Não houve alteração em ne- está altamente relacionada à função em idosos. Entre
nhum grupo na coordenação, velocidade de reação e as funções que estão relacionadas, pode-se destacar a
sensibilidade. As diferenças entre os grupos nos testes marcha, importante marco funcional para a atenção
de equilíbrio não podem ser atribuídas à sensibilida- do fisioterapeuta28,29.
de, que foi semelhante em ambos os grupos12. Chandler et al.22 analisaram como o ganho de for-
Os idosos estudados por Faber et al.19 eram resi- ça muscular está associado à melhora na performance
dentes de instituições. Dois programas de exercícios funcional e incapacidades. O critério de classificação
foram aleatorizados em 15 instituições de longa per- de fragilidade usado foi inabilidade de descer escada
Fisioterapia na fragilidade de idosos 127

sem auxílio dos membros superiores (MMSS). Hou- lhorou a autopercepção do seu estado de saúde. Os
ve uma melhora significativa de força muscular do ganhos na saúde mental (SF-36) se mantiveram nos
grupo da intervenção e consequentemente melhora seis meses seguintes. Os autores concluíram que fazer
na mobilidade, velocidade de marcha e prevenção de exercícios fora de casa foi benéfico para saúde mental
quedas22. Apenas o estudo de Binder et al.15 demons- e para melhorar a capacidade de deambular18.
trou melhora na capacidade aeróbica na população
Um outro estudo verificou a importância de uma
idosa frágil e que essa população tem capacidade de se
maior supervisão nos exercícios realizados por idosos
adaptar a um treino de resistência e funcionalidade,
frágeis. Boshuizen et al.23 investigaram se a frequência
aumentando o VO2 pico significativamente15.
da supervisão dos exercícios por um profissional, uma
O ganho de força apresentou um impacto signi- vez por semana ou duas, interferiria nos resultados
ficativo na mobilidade (p = 0,0009) – assentar-se na obtidos. Os idosos do estudo eram frágeis, devido à
cadeira e levantar-se melhorou muito, especialmen- dificuldade de assentar-se na cadeira e levantar-se dela
te para os que tinham muita dificuldade (p = 0,04). e com força muscular de extensores de joelho menor
Houve melhora na performance da marcha (p = 0,02) que N = 87,5 de produção de torque23.
e na prevenção de quedas (p = 0,05). Nas medidas
de incapacidade, equilíbrio e resistência, não houve Em um grupo (grupo 1), foram realizadas duas
diferença importante. Os autores sugerem que o tem- sessões supervisionadas por fisioterapeutas e uma não,
po de intervenção foi insuficiente. Os resultados afir- em outro grupo (grupo 2), uma sessão supervisionada
mam que o reforço muscular está associado à melhora e duas não e o terceiro grupo (grupo 3) era o grupo
na mobilidade22. controle, que não fazia exercícios. As variáveis analisa-
das foram força muscular, atividades básicas e instru-
Considerando que a performance na marcha é um mentais, velocidade de marcha e equilíbrio23.
marco funcional em pessoas idosas e que a velocida-
de de marcha está relacionada à independência nas Houve melhora da força muscular estatisticamente
AVD, Helbostad et al.18 testaram o efeito de exercí- significativa apenas no grupo 1 (p = 0,03). A velocidade
cios funcionais de equilíbrio e de fortalecimento na de marcha diminuiu nos dois grupos da intervenção.
qualidade de vida e na capacidade de deambular de Nos outros testes, não houve diferença significativa.
idosos frágeis. Os autores consideraram frágil o idoso O estudo demonstrou uma tendência a se obter me-
que havia sofrido uma queda no último ano ou fazia lhores resultados quando se tinha mais supervisão23.
uso de algum dispositivo de auxílio à marcha. Os ido- Timonen et al.16 restringiram a pesquisa a mulhe-
sos foram aleatoriamente divididos em dois grupos: res. Avaliaram 68 idosas, que foram hospitalizadas
um que realizou os exercícios em casa e o outro que os durante uma doença aguda e que apresentaram al-
realizou em grupo, duas vezes por semana18. guma limitação na mobilidade. Foram aleatoriamen-
As variáveis analisadas foram qualidade de vida, te alocadas em dois grupos, sendo 34 para o grupo
por meio do SF-36 e da capacidade de deambulação, que realizou exercícios domiciliares e 34 para o grupo que
medindo velocidade de marcha, frequência e duração realizou a atividade no centro de internação16.
das caminhadas18. Os critérios de fragilidade estabelecidos para par-
Houve melhora nos escores do domínio saúde ticipar do estudo foram: mulheres com mais que 75
mental do SF-36 dos idosos que frequentaram o gru- anos com limitações de mobilidade e equilíbrio, como
po (p = 0,01). O domínio de desempenho físico do dificuldade para deambular de forma independente16.
SF-36 (p = 0,002) e velocidade da marcha (p = 0,02) As variáveis avaliadas foram força máxima isomé-
apresentou melhora, mas não foi estatisticamente sig- trica de extensores de joelho e abdutores de quadril,
nificativa em relação ao outro grupo. Os sujeitos que medida por dinamômetro isocinético, equilíbrio
faziam intervenção em grupo apresentaram maior dinâmico (Escala de Equilíbrio de Berg associada a
frequência nas caminhadas fora de casa (p = 0,027) e tarefas como levantar-se da cadeira, girar e alcançar
aumento na velocidade da marcha (p = 0,022)18. objetos) e velocidade máxima da marcha. Foram ava-
A saúde física e a velocidade da marcha melhora- liadas antes e após 10 semanas de treinamento, e três
ram nos dois grupos, mas sem diferença significativa e nove meses após o fim da intervenção. O treina-
entre os dois. Os escores em saúde mental (SF-36) mento foi realizado duas vezes por semana, durante
foram melhores no grupo submetido às intervenções 10 semanas, supervisionado por dois fisioterapeutas.
em grupo; especialmente por ter contato com o fi- Os sujeitos do grupo controle receberam a visita de
sioterapeuta, esse grupo sentiu-se mais seguro e me- um fisioterapeuta uma semana após a alta hospitalar,
128 Geriatria & Gerontologia. 2009;3(3):117-130

que repassou todos os exercícios e orientações para As avaliações foram feitas antes e após as 17 sema-
serem feitos duas a três vezes por semana. Nenhum nas de intervenção e incluíam testes de performance
suporte adicional foi dado16. funcional e física e disfunções em diversas AVD14.
Em concordância com outros estudos, foi obser- Não houve influência da alimentação nos escores
vada uma melhora significativa no grupo que foi sub- dos testes. O grupo dos exercícios melhorou os esco-
metido à intervenção – força máxima de extensores res na performance física e funcional (+8%). Todos os
de joelho (20,8% vs. 5,1%, P = 0,009), equilíbrio idosos receberam o mesmo alimento, mas em apenas
(+4,4 pontos vs. -1,3 ponto, P = 0,001) e velocidade um grupo esses alimentos estavam enriquecidos com
da marcha (+0,12 ms-1 vs. - 0,05 ms-1, P = 0,022). 15% a mais de vitaminas e minerais14.
Após três meses de intervenção, ainda se observaram Os exercícios foram mais eficazes. A intervenção nu-
efeitos na força máxima de extensores de joelho e ab- tricional mostrou-se ineficaz para melhorar a performan-
dutores de quadril (9.0% vs. -11.8%, P = 0,004) e ce funcional, a capacidade física e o desempenho nas
velocidade da marcha16,32. AVD, que permaneceu semelhante em todos os grupos,
o que pode ser explicado pelo fato de os idosos já esta-
Apenas um estudo incluído nesta revisão sistemá- rem com uma boa performance antes da intervenção14.
tica avaliou resultados de fisioterapia aquática. Sato
et al.21 verificaram os efeitos dos exercícios na água e Brown et al.12 concluíram que os ganhos do trei-
a frequência com que eram realizados na qualidade namento proposto por eles não foram suficientes para
de vida de idosos frágeis. O primeiro grupo rea­lizou reverter o quadro de fragilidade. Sugeriram que são
a atividade uma vez por semana, o segundo grupo, mais importantes esforços para a prevenção da fragili-
duas vezes por semana e o terceiro grupo, que era dade do que para reversibilidade do quadro12.
o controle, realizou apenas atividades sociais. A in- Faber et al.19 demonstraram aumento do risco dos
tervenção consistia em exercícios simulando AVD, exercícios para idosos muito frágeis. No entanto, em
alongamentos, reforço muscular e relaxamento. todos os outros estudos os idosos que foram subme-
Os critérios de inclusão do estudo foram ter mais de tidos à intervenção foram beneficiados. Os benefícios
65 anos e necessitar de ajuda para as AVD. Os idosos dos exercícios incluíram aumento da mobilidade,
foram avaliados por meio do SF-36 e da Functional melhora da performance nas AVD, melhora da mar-
Independence Measure (FIM)21. cha, diminuição do número de quedas e melhora no
bem-estar geral do idoso. Além disso, o treinamento
Diferenças significativas foram observadas antes e também foi associado a um aumento de atividades
após os seis meses de treinamento nos grupos que fo- físicas espontâneas33-35.
ram submetidos à intervenção. O grupo que realizou
Exercícios em grupo são mais motivadores, menos
duas vezes por semana apresentou uma melhora mais
onerosos financeiramente e exercem uma função de
rápida. Os sujeitos dos grupos que foram submetidos integração social importante, mas, para se obter uma
à intervenção apresentaram aumento no escore da intervenção segura, é preciso que esses idosos tenham
FIM. No entanto, os resultados foram inconclusivos condição física adequada, não precisando de uma su-
e os autores sugeriram que há necessidade de estudos pervisão direta e individualizada.
posteriores para verificar o efeito dos exercícios suba-
quáticos na performance física do idoso frágil21. A análise dos parâmetros das intervenções como
duração e frequência revelou uma falta de padroniza-
Timonen et al.16 defendem que exercícios em gru- ção. Sendo assim, a utilização de parâmetros distintos
pos são mais baratos e mais motivadores que o aten- impossibilitou determinar quais desses são mais efica-
dimento individual tradicional. Exercícios baseados zes para a obtenção dos benefícios desejados.
em fortalecimento global e exercícios funcionais são
A falta de rigor metodológico de alguns itens dos
eficazes para pacientes com problemas de mobilidade
estudos analisados pode levar a que não se estabeleça
e equilíbrio16.
uma evidência científica36. Em apenas três estudos,
Associando os exercícios à outra intervenção, houve adesão significativa (> 85% dos sujeitos) dos
Chin et al.14 examinaram o efeito de um programa participantes. Resultados baseados em uma análise
de exercícios e alimentos enriquecidos na performance parcial da amostra comprometem a validade dos efei-
física de idosos frágeis. Os critérios de inclusão do tos da intervenção em estudo. Em todos os estudos
estudo foram inatividade e perda de peso não inten- analisados, as amostras foram alocadas de forma alea­
cional que, se associados, são preditivos de fragilidade torizada, mas em três desses não houve preocupação
em idosos não institucionalizados14. para que houvesse sigilo na alocação.
Fisioterapia na fragilidade de idosos 129

Em estudos em que o desfecho analisado é o efei- incidência, a prevalência e o impacto da fragilidade


to de exercícios, torna-se difícil manter os sujeitos na população de idosos.
e os terapeutas mascarados. Isso pode ser verificado
por meio dessa revisão, em que apenas Faber et al.19
desenvolveram sua pesquisa com terapeutas mascara- REFERÊNCIAS
dos. Das onze publicações, em apenas três os sujeitos
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eram mascarados em relação à intervenção. Idealmen- de avaliação do estado funcional do idoso. Cad Saúde Pública.
te, o mascaramento de todos os envolvidos na pesqui- 2005;21(1):7-19.
sa confere mais validade nos resultados apresentados 2. Leduc N, Tannenbaum TN, Bergman H, Champagne F, Clarfield
pelos autores, mas isso nem sempre é possível em se AM, Kogan S. Compliance of frail elderly with health services
tratando de intervenções com exercícios. prescribed at discharge from an acute-care geriatric ward. Med
Care. 1998;36(6):904-14.
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836), observa-se uma heterogeneidade de amostra- Hébert R, et al. Prevalence, attributes, and outcomes of fitness
gem nos estudos selecionados para essa revisão, uma and frailty in community-dwelling older adults: report from the
Canadian study of health and aging. J Gerontol A Biol Sci Med
vez que os autores utilizaram diferentes definições de Sci. 2004;59:1310-7.
fragilidade, critérios de seleção dos idosos e diferentes
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contextos biopsicossociais. Foram analisados sujei- geriatria e gerontologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
tos residentes em instituições especializadas, recém- gan; 2006.
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mary from the American Geriatrics Society/National Institute on
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Em conclusão, os resultados da análise dos estu- Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2001; 56A:M146-M157.
dos apresentados nesta revisão demonstram a existên- 7. Lipsitz LA. Dynamics of stability: physiologic basis of functional
cia de diferentes conceitos e desfechos da fragilidade health and frailty. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2002;57A:B115-
na população idosa. Apesar dos desafios para se es- B125.
tabelecer uma definição adequada da síndrome da 8. Fried LP, Ferrucci L, Darer J, Williamson JD, Anderson G. Untan-
fragilidade, é fundamental que haja uma definição gling the concepts of disability, frailty, and comorbidity: implica-
tions for improved targeting and care. J Gerontol A Biol Sci Med
comum aos pesquisadores na área, pois assim seria Sci. 2004;59:255-63.
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devem ser tomados, levando em conta o quadro clínico 14. Chin A Paw MJ, de Jong N, Schouten EG, Hiddink GJ, Kok FJ.
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ção preconizadas pela literatura para essa população ment in frail, independently living elderly: a randomized control-
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demonstra que não existe um consenso sobre a mag-
nitude dos efeitos de um ou outro tipo de intervenção. 15. Binder EF, Schechtman KB, Ehsani AA, Steger-May K, Brown M,
Sinacore DR, et al. Effects of exercise training on frailty in com-
Mais pesquisas são necessárias para determinar munity-dwelling older adults: results of a randomized, controlled
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e como a fisioterapia pode prevenir e reabilitar um 16. Timonen L, Rantanen T, Ryynänen OP, Taimela S, Timonen TE,
Sulkava R. A randomized controlled trial of rehabilitation after
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mento para o sistema de saúde, buscando reduzir a and mobility. Scand J Med Sci Sports. 2002;12(3):186-92.
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