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058/2014 - que tornou a guarda compartilhada como regra geral nos casos de separação
conjugal, tornando assim obrigatória a participação dos pais ativamente na criação e no interesse dos
filhos, tendo em vista que independente da separação, do término da relação conjugal, a criação e o
ensinamento pelo qual os filhos passam no decorrer do crescimento, devem ser compartilhados por ambos
os genitores.
A Lei 13.058/2014, que altera os artigos, 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 da Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de
2002 – Código Civil.
Uma das alterações dessa nova lei vem a ser uma das mais importantes, qual seja à disposição do parágrafo
2º do Art. 1.583: “§2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido
de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os
interesses dos filhos”.
“E nada obsta a que se decida pela guarda compartilhada, forma de custódia em que, como ensina Maria
Antonieta Mota, os filhos têm uma residência principal, mas os pais têm responsabilidades legais sobre
eles, ambos os genitores, tendo o outro o direito de visitá-lo periodicamente, mas a responsabilidade legal
sobre o filho e pela sua educação seria bilateral, ou seja, do pai e da mãe”.
A guarda já se torna compartilhada no vínculo familiar desde o nascimento do filho, devendo ser exercido
pelos pais de forma igual, desde a vigência do casamento ou quando os mesmos viverem sobre o mesmo
teto, tendo assim ambos o poder da criação. Porém, visto que o pai e a mãe têm o poder familiar, quando
ambos resolvem extinguir o vínculo matrimonial, a guarda dos filhos é discutida, pois é dada a um dos
pais, enquanto para outro resta apenas o direito de visita.
Desta forma, busca-se entender o choque negativo que o rompimento conjugal tem na relação entre pais e
filhos, pois, pai e mãe ainda estão envolvidos em sua criação, principalmente tratando-se de filhos
menores.
“A guarda compartilhada atribui aos pais, de forma igualitária, a guarda jurídica, ou seja, a que define
ambos os genitores como titulares do mesmo dever de guardar seus filhos, permitindo a cada um deles
conservar os seus direitos e obrigações em relação a eles. Neste contexto, os pais podem planejar como
convém a guarda física (arranjos de acesso ou esquemas de visitas)”.
Portanto, com a guarda compartilhada, ambos os pais adquirem a responsabilidade de forma igualitária na
participação diária das atividades desenvolvidas pelos menores, inclusive na escolha de quais atividades
extracurriculares serão feitas, bem como a instituição de ensino na qual será matriculado.
Aos pais, existem algumas vantagens, como proporcionar uma realidade mais fática das necessidades dos
filhos; favorecendo assim uma melhor qualidade na relação entre pais e filhos; bem como ajuda na divisão
das responsabilidades parentais; proporciona maior segurança para os pais e oferece oportunidades de
crescimento; favorece a tomada de decisão comum e reduz os recursos aos tribunais. (PAIXÃO;
OLTRAMARI, 2005, p. 64-65)
Já para os filhos, a guarda compartilhada favorece o convívio com ambos os genitores, diminui aquele
sentimento de fuga retirando da criança o fardo de ter que decidir entre o pai ou a mãe, ademais, a criança
mantém contato com parentes das duas famílias, garantindo assim a continuação dos cuidados parentais.
Além das vantagens descritas acima, existem muitas outras, como por exemplo, o vínculo que existia
quando pais e filhos residiam na mesma moradia é mantida, são extintas visitas com horário marcado
estipulados pelo magistrado, bem como mantém-se uma continuidade no convívio e nas responsabilidades
dos genitores para com seus filhos menores, não havendo sobrecarga de responsabilidade para nenhum dos
pais, como acontece na guarda unilateral.
Desta forma, a guarda compartilhada, torna o ambiente de convívio entre os genitores e os filhos mais
harmonioso, o que favorece a criança, visto que deixa de existir entre os pais aquele papel de “leva e traz”
de informações, o que geralmente ocorre na guarda mono parental, existindo assim, o diálogo e cooperação
entre os genitores, visando o interessas dos filhos, e imperando a igualdade entre homem e mulher.
Analisando as decisões dos tribunais, percebemos que a guarda compartilhada vem sendo aplicada como
regra, apesar da resistência das mães quanto à aceitação do novo instituto e, somente em casos
excepcionais, está sendo aplicada a guarda unilateral.
Uma dessas decisões foi magistralmente interpretada pela Ministra NANCY ANDRIGHI, em um REsp a
qual foi relatora, é o que demonstra o julgado a seguir.
[...] a guarda compartilhada é uma abordagem nova e benéfica, que funciona bem para os pais
cooperativos, e muitas vezes tem êxito quando o diálogo entre os pais não é bom, mas eles são capazes de
isolar os filhos de seus conflitos.
“Esse sistema tem sido frequentemente adotado de forma equivocada por casais amargos e em conflito, e
nessas condições ele fracassa redondamente”.
Para tanto, aquelas famílias que não conseguem conviver em harmonia, a melhor opção para o filho
é a guarda única, ou seja, é que para aquele pai que tenha melhor discernimento e esteja realmente
disposto a dar ao outro o direito de visitas.
Outra desvantagem é observada quando um dos genitores passa a residir distante de onde se encontra o
menor, tornando um obstáculo a mais na convivência, assim os pais deixam de lado o principio da guarda
que é o melhor interesse da criança.
Conclusão
Temos que pelo melhor interesse da criança a guarda compartilhada após o advento da Lei 13.058/2014 é a
melhor guarda a ser utilizada, visto que terá uma maior aproximação e convívio diário com ambos os
genitores, algo que para a formação do menor e importantíssimo, independentemente dos genitores estarem
separados.
Para se obter um ótimo resultado na guarda compartilhada, necessário é que exista um trabalho conjunto
do juiz, bem como dos conselheiros, para que os pais (genitores) superem a desavença muitas vezes
existente, pensando principalmente no beneficio em que a boa convivência trará para os filhos.
As outras formas de guarda só serão benéficas ao infante, nos casos em que os pais não possuam
discernimento psicológico para exercer o poder familiar e não tenham um bom convívio entre si, ou seja,
não tem uma relação de amizade nem concordam com as mesmas idéias, além disso, tanto a guarda
unilateral como a alternada, trazem malefícios ao menor, pois esse não terá uma base familiar concreta,
pois toda vez terá que estar em um ambiente diferente daquele que está acostumado, afetando assim
diretamente o crescimento humano e intelectual do menor.
Lei 13.058/14 que altera o Código Civil e torna a guarda compartilhada regra no país, mesmo se não
houver acordo entre os pais. Essa será a primeira opção em todos os casos, a menos que haja um motivo
excepcional.
O QUE MUDA?
- Hoje, a guarda compartilhada é uma opção. Com a nova lei, a possibilidade passa a ser a regra, que será
descartada apenas em casos excepcionais.
TENHO VISITAS A CADA 15 DIAS. O QUE DEVO FAZER PARA APLICAR A GUARDA?
Sim. O pedido deve ser feito ao juiz por meio de uma ação requerendo a guarda compartilhada. Se não
tiver condições de arcar com um advogado, é possível procurar a Defensoria Pública. O juiz poderá
modificar a guarda se houver comprovação de que o pai também pode arcar com as necessidades da
criança.
COMO FICA A PENSÃO ALIMENTÍCIA?
A tendência é de que os próprios pais entrem em acordo, já que a criança passará períodos na casa de
ambos. O juiz fixará o valor de acordo com a divisão, prevendo ainda o pagamento de escola, saúde e
outros gastos.
OS PAIS PODEM DECIDIR ENTRE SI, SEM INFORMAR A JUSTIÇA COMO SERÁ A
CONVIVÊNCIA?
O regime de convivência deve ser bem definido pelos pais (ou pelo juiz em caso de discordância) e
submetido à aprovação do juiz. Regras definidas informalmente pelos pais não têm valor jurídico, sendo
aconselhável que sempre sejam submetidas ao Poder Judiciário.
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008). Ver
tópico (9695 documentos)
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art.
1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do
pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. (Incluído
pela Lei nº 11.698, de 2008). Ver tópico (678 documentos)
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada
com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos: (Redação dada
pela Lei nº 13.058, de 2014)
I - afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor
atender aos interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e,
para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações
e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente
afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos. (Incluído pela Lei nº13.058, de 2014)
I - requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação,
de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de
2008).
II - decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de
tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda
compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções
pelo descumprimento de suas cláusulas. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). Ver tópico (674
documentos)
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que
possível, a guarda compartilhada. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). Ver tópico (2462 documentos)
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os
genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos
genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. (Redação dada pela Lei nº 13.058,
de 2014) Ver tópico (2462 documentos)
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda
compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação
técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). Ver tópico
(290 documentos)
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda
compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação
técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o
pai e com a mãe. (Redação dada pela Lei nº13.058, de 2014) Ver tópico (290 documentos)
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda, unilateral ou
compartilhada, poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor, inclusive quanto
ao número de horas de convivência com o filho. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). Ver tópico (213
documentos)
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou
compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. (Redação dada pela
Lei nº 13.058, de 2014) Ver tópico (213 documentos)
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a
guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o
grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). Ver
tópico (1222 documentos)
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a
guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o
grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada pela Lei nº13.058, de
2014) Ver tópico (1222 documentos)
§ 6o Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos
genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00
(quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação. (Incluído pela Lei nº 13.058, de
2014) Ver tópico (22 documentos)