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Modulo 1 - 1 PDF
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MÓDULO 1 - PRÉ-ESFORÇO
Carla Marchão
Júlio Appleton
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
7.1. ACÇÕES EXERCIDAS SOBRE O CABO (SITUAÇÃO EM QUE SE APLICA A TENSÃO NOS CABOS
SIMULTANEAMENTE NAS DUAS EXTREMIDADES).......................................................................... 15
7.2. ACÇÕES EXERCIDAS SOBRE O BETÃO ............................................................................ 15
7.3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS EQUIVALENTES ................................................................ 15
7.3.1. Zona das ancoragens........................................................................................ 15
7.3.2. Traçado parabólico............................................................................................ 16
7.3.3. Traçado poligonal.............................................................................................. 16
8. VALOR DA FORÇA DE PRÉ-ESFORÇO......................................................................... 21
1. Introdução
Maiores esbeltezas
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 1
Betão Armado e Pré-Esforçado II
As armaduras de pré-esforço são constituídas por aço de alta resistência, e podem ter
as seguintes formas:
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 2
Betão Armado e Pré-Esforçado II
• Activas
Permitem o tensionamento
• Passivas
• De continuidade
Parte passiva, parte activa
(acoplamentos)
• Metálicas
• Plásticas
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 3
Betão Armado e Pré-Esforçado II
4. Efeito do Pré-Esforço
O pré-esforço é, por definição, uma deformação imposta. Deste modo, a sua aplicação
em estruturas isostáticas não introduz esforços adicionais.
pp
A B C
+
-
+ Mpp = -
e
P0 + +
- ε P0 + ε P0
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 4
Betão Armado e Pré-Esforçado II
L
A altura de uma viga pré-esforçada pode ser estimada a partir da relação h ≅ 15 a 20.
A escolha do traçado dos cabos deve ser feita com base no diagrama de esforços das
cargas permanentes.
1.5 Øbainha
1.5 Øbainha
• O traçado do cabo (ou resultante dos cabos) deverá cruzar o centro de gravidade
da secção numa secção próxima da de momentos nulos das cargas permanentes
Notas:
i) A excentricidade máxima dos cabos depende do recobrimento a adoptar para
as bainhas dos cabos de pré-esforço: cmin = min (φbainha; 0.08 m);
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 5
Betão Armado e Pré-Esforçado II
ii) o ponto de inflexão do traçado está sobre a recta que une os pontos de
excentricidade máxima;
iii) O raio de curvatura dos cabos deve ser superior ao raio mínimo que,
3
simplificadamente pode ser obtido pela expressão Rmin = Pu (onde Pu
representa a força útil em MN).
O valor da força útil de pré-esforço pode ser estimada através dos seguintes critérios:
δpe = (0.8 a 0.9) δcqp, tal que no final δtotal = (1 + ϕ) (δcqp – δpe) ≤ δadmissível
L L
com δadmissível ≅ 500 a 1000 (dependente da utilização da obra)
• Critério da descompressão
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 6
Betão Armado e Pré-Esforçado II
Na prática, será preferível assegurar que nas secções do elemento não existem
tracções ao nível da fibra extrema que ficaria mais traccionada (ou menos comprimida)
por efeito dos esforços actuantes, com exclusão do pré-esforço.
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 7
Betão Armado e Pré-Esforçado II
EXERCÍCIO PE1
A = 0.61 m2
0.20 I = 0.0524 m4
0.37
0.50
Materiais:C30/37
0.53
A400NR
0.20
A1600/1800 (baixa relaxação)
0.30
0.80
q
pp + rcp
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 8
Betão Armado e Pré-Esforçado II
c) Qual o valor de P∞ que seria necessário para garantir a condição σc < fctk para
combinação frequente de acções nas secções B e C?
f) Qual o valor de P∞ que seria necessário para contrariar 80% de deformação máxima
para a combinação de acções quase-permanentes?
g) Defina que tipo de cabo adopta e qual a força de puxe. Admita: P∞ = 0.86 P0 e
P0 = 0.90 P’0. Admita que os cabos são tensionados a 0.75 fpk.
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 9
Betão Armado e Pré-Esforçado II
ALÍNEA A)
p cqp
20.00 5.00
R1 R2
DEV 346.3
230.0
[kN]
(+) 40.0
(+)
(-)
413.8
DMF 675.0
[kNm] 8.00
(-)
(+)
1554.0
Σ MB = 0 ⇔ – R1 × 20 + 38 × 20 × 10 – 40 × 5 – 38 × 5 × 2.5 = 0 ⇒ R1 = 346.3 kN
1.50
A = 0.61 m2
I = 0.0524 m2
0.37
I 0.0524
winf = v = 0.53 = 0.09886m3
G inf
0.38
0.53 I 0.0524
wsup = v = 0.37 = 0.1416m3
sup
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 10
Betão Armado e Pré-Esforçado II
M cqp (-) + +
P (-) (+)
ALÍNEA B)
1. Secção B
P∞ x e MB
P∞ / A ω ω
(+) (-)
MB (-) + +
P∞ (-) (+)
P∞ P∞ × e MB P∞ P∞ × 0.38 1554
σinf < 0 ⇔ - A - w + w < 0 ⇔ - 0.61 - 0.09886 + 0.09886 < 0 ⇔
⇔ P∞ > 2866.8 kN
2. Secção C
P∞ x e MC
P∞ / A ω ω
P∞ (-) (+)
MC (-) + +
(+) (-)
P∞ P∞ × e MC P∞ P∞ × 0.22 675
σsup < 0 ⇔ - A - w + w < 0 ⇔ - 0.61 - 0.1416 + 0.1416 < 0 ⇔
⇔ P∞ > 1492.9 kN
⇒ P∞ > 2866.8 kN
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 11
Betão Armado e Pré-Esforçado II
ALÍNEA C)
pfr
20.00 5.00
R1 R2
DMF 825.0
[kNm] 8.00
(- )
(+)
1686.0
Σ MB = 0 ⇔ – R1 × 20 + 42 × 20 × 10 – 60 × 5 – 42 × 5 × 2.5 = 0 ⇒ R1 = 378.8 kN
2. Secção B
P∞ P∞ × e MB P∞ P∞ × 0.38 1686
σinf < fctk ⇔ - A - w + w < fctk ⇔ - 0.61 - 0.09886 + 0.09886 < 2 × 103 ⇔
⇔ P∞ > 2745.6 kN
3. Secção C
P∞ P∞ × e MC P∞ P∞ × 0.22 825
σsup < fctk ⇔ - A - w + w < fctk ⇔ - 0.61 - 0.1416 + 0.01416 < 2 × 103 ⇔
⇔ P∞ > 1198,3 kN
⇒ P∞ > 2745.6 kN
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 12
Betão Armado e Pré-Esforçado II
x1 x3 x2
y1
y2
y3
1) x y = ax2 + c
(y’ (0) = 0 ⇒ b = 0)
y
2) y y = ax2
Determinação do parâmetro a
L/2 L/2
2f 4f
tg θ = L/2 = L
θ f θ 4f
i) y’ (- L/2) = 2a × L/2 = tg θ ⇒ a = L2 ou
2
f L 4f
ii) y (L/2) = f ⇔ a × 2 = f ⇒ a = L2
1 8f
R = - y" (L/2) = 2a = L2
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 13
Betão Armado e Pré-Esforçado II
f2 e2
e1 f 1
L1 L2
f1 e1 + e2 L1
L1 = L1 + L2 ⇒ f1 = L1 + L2 (e1 + e2) e f2 = (e2 + e1) – f1
θ
e
f
f
L1
L2
e-f e+f
tg θ = L = L ⇔ (e – f) L2 = (e + f) L1 ⇔ e L2 – f L2 + f L1 ⇔
1 2
e (L2 - L1)
⇔ f L1 + f L2 = e L2 – e L1 ⇔ f (L1 + L2) = e (L2 – L1) ⇔ f = L1 + L2
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 14
Betão Armado e Pré-Esforçado II
7.1. ACÇÕES EXERCIDAS SOBRE O CABO (SITUAÇÃO EM QUE SE APLICA A TENSÃO NOS
CABOS SIMULTANEAMENTE NAS DUAS EXTREMIDADES)
P tg α
P P
α ⇔
Pe
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 15
Betão Armado e Pré-Esforçado II
dβ
dβ 1
ds = R dβ ⇒ ds = R
R dβ dβ
P 2 + (P + dP) 2 = q* ds
dβ P
P dβ = q* ds ⇒ q* = P ds ou q* =
R
P q* ds P+dP
dβ/2
ds
Notas:
dβ dβ dβ dβ
- ângulo muito pequeno ⇒ sen 2 ≅ 2 ≅ tg 2 e cos 2 ≅ 1;
- consideram-se desprezáveis as componentes horizontais das forças de desvio.
ds ≅ L (2)
β
f
A partir de (1) e (2), obtém-se
f dβ 8f 8fP
ds = L2 ⇒ q* =
L2
Q*
f
β f
tg β = L
L1 1
Q* f
q*
Q* = q* ds = P dβ = P L ⇔
1
⇔ Q* = P tg β
s
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 16
Betão Armado e Pré-Esforçado II
ALÍNEA D)
(i) Parábola 1
y = ax2
8.00
y y(8) = 0.23 ⇔ a × 82 = 0.23
0.23
x ⇒ a = 3.59375 × 10-3
y(x) = 3.59375 × 10-3 x2
(ii) Parábola 2
0.6
x
8.00
12.00
12 0.6
8 = x ⇒ x = 0.4
8.00
y = ax2
y
0.4 y (8) = 0.4 ⇒ a = 6.25 × 10-3
x y (x) = 6.25 × 10-3 x2
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 17
Betão Armado e Pré-Esforçado II
(iii) Parábola 3
x y = ax2
0.2
y y (4) = 0.2 ⇒ a = 0.0125
4.00
y (x) = 0.0125 x2
x y
0.12
y 1.00 4.00 x
y’ (1, 0) = tg θ = 2 f
f θ 0.12 + f
tg θ = 5
f
1.0 0.12 + f
⇒2f= 5 ⇔ 10 f = 0.12 + f ⇒ f = 0.01333 m
ALÍNEA E)
8 f P∞
q= L2
Parábola f [m] L [m] q [kN/m]
1 0.23 16 7.2
2 0.4 16 12.5
3 0.2 8.0 25.0
4 0.0133 2.0 26.6
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 18
Betão Armado e Pré-Esforçado II
Extremidade Esquerda
Extremidade Direita
tg α = y’ (1) = 0.02667
P × tg α = 26.7 kN
P × e = 1000 × 0.10 = 100.0 kNm
como curiosidade,
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 19
Betão Armado e Pré-Esforçado II
ALÍNEA F)
Deste modo,
4 2
δ=
1 5 × 38 × 20 + 20 (0 - 675.0) = 0.037 m
32×106 × 0.0524 384 16
A flecha elástica para o efeito de pré-esforço pode ser obtida considerando a actuação
das cargas equivalentes ao pré-esforço na viga. Deste modo, para P∞ = 1000 kN
(cargas equivalentes calculadas na alínea anterior), obteve-se a seguinte deformada:
δ = 0.010 m
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 20
Betão Armado e Pré-Esforçado II
De acordo com o EC2, a força máxima a aplicar num cabo de pré-esforço é dada pela
seguinte expressão
Pmáx = Ap ⋅ σp,máx
onde,
σp,máx = min (0.8 fpk; 0.9 fp0,1k) e representa a tensão máxima a aplicar aos
cordões.
Pós-tensão
• Perdas por atrito
• Perdas por reentrada de cabos
• Perdas por deformação instantânea do betão
Pré-tensão
• Relaxação da armadura até à betonagem
• Escorregamento nas zonas de amarração
• Deformação instantânea do betão
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 21
Betão Armado e Pré-Esforçado II
dβ
(Fa = µN)
P q* ds P+dP
q* ds = P dβ
dβ/2
µ q* ds = µ P dβ
ds
dP
P – P – dP – µ P dβ = 0 ⇔ dP = – µ P dβ ⇔ P = – µ dβ ⇔
P01 P0
⇔⌠
β
dP = ⌠
⌡ - µ dβ ⇔ Log P0 - Log P0' = - µ × β ⇔ Log P ' = – µβ ⇔
⌡P0' P 0 0
P0
⇔ P ' = e-µβ ⇔ P0 = P0’ × e-µβ
0
k representa o desvio angular parasita (valor máximo 0.01 m-1; geralmente 0.004
a 0.005m-1), que tem em consideração eventuais desvios no posicionamento
dos cabos de pré-esforço.
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 22
Betão Armado e Pré-Esforçado II
P0'
∆P
P0(x)
L x
ω
Admitindo que o diagrama de perdas por atrito é aproximadamente linear (cabo com
curvatura aproximadamente constante),
ω ⌠ ω ∆σ 1
∆L = ⌠
⌡ ∆ε dx = dx = ⌠ω ∆P dx ⇔ Adiagrama = ∆L × Ep × Ap
0 ⌡0 Ep Ep × Ap ⌡0
∆P × ω
⇒ 2 = ∆L × Ep × Ap (1)
∆P
Como 2 = p × ω ⇔ ∆P = 2 p ω (2)
onde p representa a perda de tensão por atrito, por metro (declive do diagrama)
2pω×ω ∆L × Ep × Ap
2 = ∆L × Ep × Ap ⇔ ω = p
(i) Cabo sem perdas por atrito, (em pré-esforço exterior, p.ex.)
P
∆L × Ep × Ap ∆P × L = ∆L × Ep × Ap ⇔
P0'
∆P ∆L × Ep × Ap
⇔ ∆P = L
L – comprimento do cabo
L x
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 23
Betão Armado e Pré-Esforçado II
(ii) Se ω > L (verifica-se em cabos muito curtos, sendo nesse caso a perda de pré-
esforço mais condicionante)
P
P0 ' ∆L × E p × Ap ∆P×L–p×L×L=∆L×Ep×Ap ⇔
p×L
∆P ∆L
⇔ ∆P = L × Ep× Ap + p×L
L – comprimento do cabo
L x
∆Pel = Ap ⋅ Ep ⋅ ∑ j ⋅E∆σ(t)(t)
cm
c
onde,
Ecm(t) representa o módulo de elasticidade do betão à data da aplicação do pré-
esforço;
L
P 1
⌠ ε dz = ⌠
L L
∆L = ⌡ dz = A E ⌡⌠ P dz
0 ⌡0 Ap Ep p p 0
Papós atrito
[kN]
L x [m]
Este valor permite um controlo eficaz, em obra, da tensão instalada nos cabos.
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 24
Betão Armado e Pré-Esforçado II
ALÍNEA G)
P∞ 2866.8
P0 = 0.86 = 0.86 = 3333.5 kN
P0 3333.5
P0’ = 0.9 = 0.9 = 3703.9 kN
P0'
P0' = 0.75 Fpk ⇒ Ap = × 104 = 27.4 cm2
0.75 × 1800 × 103
Ap 27.4
nº de cordões = A = 1.4 = 20 cordões ⇒ 2 cabos de 10 cordões de 0.6"
cordão
ALÍNEA H)
1 2 3 4 5 6
Parábola 1 Parábola 2 Parábola 3 Par. 4 Recta
(i) Parábola 1
(ii) Parábola 2
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 25
Betão Armado e Pré-Esforçado II
(iii) Parábola 3
(iv) Parábola 4
x β Papós atrito
Secção % perdas
[m] [rad] [kN]
1 0 0 3780.0 0
1ª Iteração
4000
3800
3600
3400
3200
3000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
3780 - 3712.9
x = 8.0m ⇒ p = 8 = 8.39 kN/m
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 26
Betão Armado e Pré-Esforçado II
2ª Iteração
4000
3800
3600
3400
3200
3000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
3780 - 3533.3
x = 20.0m ⇒ p = 20 = 12.34 kN/m (admitindo que a perda por atrito é
aproximadamente linear)
0.006 × 195 × 106 × 20 × 1.4 × 10-4
ω= 12.34 = 16.3 m
Secção
x Papós atrito ∆Preentrada Papós reentrada
% perdas
[m] [kN] [kN] [kN]
1 0 3780.0 402.3 3377.7 10.6
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 27
Betão Armado e Pré-Esforçado II
Secção 2
15.25
Mpp = 656 kNm
M pp
8.00 Mpe = P × e = 3508 × 0.38 = 1333.0 kNm
143.0
M pp × v M pe × v
P/A
I I
(-) (+)
+ (-) +
(+) (-)
2-1 10.7
∆Pel = 20 × 1.4×10-4 × 195×106 × × =45.6 kN
2×2 32×103
1 L 1 3780 + 3500.4
∆L = A E ⌠ P dx ≅ × × 25 = 0.167m
p p ⌡0 28 × 10-4 × 195 × 106 2
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 28
Betão Armado e Pré-Esforçado II
∆P
∆σ = Ep × εcs ⇔ A = Ep × εcs ⇒ ∆P = – Ep × Ap × εcs
p
σc × ϕc
εc = Ecm
∆P Ep × σc × ϕc Ap × Ep × σc × ϕc
∆σ = Ep × εc ⇔ A = Ecm ⇒ ∆P = – Ecm
p
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 29
Betão Armado e Pré-Esforçado II
A perda de tensão por relaxação pode ser calculada através das seguintes
expressões, consoante a classe da armadura:
0.75 (1-µ)
t
(i) Classe 1: ∆σpr = 0.8 × 5.39 ρ1000 e6.7µ 1000 σpi × 10-5
0.75 (1-µ)
t
(ii) Classe 2: ∆σpr = 0.8 × 0.66 ρ1000 e9.1µ 1000 σpi × 10-5
0.75 (1-µ)
t
(iii) Classe 3: ∆σpr = 0.8 × 1.98 ρ1000 e8µ 1000 σpi × 10-5
onde,
µ = σpi / fpk
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 30
Betão Armado e Pré-Esforçado II
ALÍNEA I)
Secção 2
Considerando ϕc = 2.5
Cálculo de σc
15.25+14.75=30
Secção 2
0.75 (1-µ)
∆σpr = 0.8 × 0.66 ρ1000 e 9.1µ t σpi × 10-5 =
1000
0.75 (1-0.69)
500000
= 0.8 × 0.66 × 2.5 × e9.1 × 0.69 × 1000 × 1236.6 × 10-5 = 36.9 MPa
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 31
Betão Armado e Pré-Esforçado II
3462.4
σpi = = 1236.6MPa
28 × 10-4
σpi 1236.6
µ = f = 1800 = 0.69
pk
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 32
Betão Armado e Pré-Esforçado II
Msd = γg Mg + γq Mq
0.85f cd
Fc
x 0.8x
LN Fc = 0.85 fcd × 0.8 x × b
Msd fp0,1k
Fp = Ap × fpyd = Ap × 1.15
Fp
Ap
As Fs = As × fyd
Fs
b
Se algum cabo não atingir a tensão de cálculo fpyd, será necessário adoptar um
método iterativo (método geral)
εc σc (εc)
x
LN M
P∞
Nota: No caso do cabo ser não aderente (monocordão, p.ex.) fpyd = σp = A
p
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 33
Betão Armado e Pré-Esforçado II
Vsd - P sen α
(ii) Verificação da tensão de compressão: σc = ≤ 0.6 fcd
z ⋅ bw ⋅ sen θ ⋅ cos θ
Notas:
• Para elementos comprimidos (caso de elementos pré-esforçados) θ ≅ 20° a 26°;
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 34
Betão Armado e Pré-Esforçado II
ALÍNEA J)
70.5
A C
20.00 5.00
R1 R2
⇒ MB = 2731.5 kNm
Secção B
1.50
0.85f cd
Fc
LN 0.8x
Msd
Fp
Fs
fp0,1k 1600
Fp = Ap × 1.15 = 28 × 10-4 × 1.15 × 103 = 3895.7 kN
Fc × (0.86 – 0.4x) – Fsp × 0.11 = Msd ⇔ 20400x × (0.85 – 0.4x) = 2731.5 + 3895.7 ×
0.10 ⇒ x = 0.199m
Fc = 20400 × 0.199 = 4059.6 kN
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 35
Betão Armado e Pré-Esforçado II
∆εp εp0
εs
Hipótese: εc = 3.5‰
εs 3.5‰
0.85 - 0.199 = 0.199 ⇒ εs = 11.4‰
10‰ εc
0.85 - 0.199 = 0.199 ⇒ εc = 3.06‰
∆εp 3.06‰
0.75 - 0.199 = 0.199 ⇒ ∆εp = 8.5‰
P∞ 2999.9
εp0 = A E = = 5.5‰
p p 28×10-4 × 195×106
Msd 2731.5
µ = b d2 f = = 0.162 ⇒ ω = 0.181 ; As,tot = 117.3 cm2
cd 1.5 × 0.752 × 20 × 103
1600
As = As,tot – Asp, eq = 117.3 – 28 × 400 = 5.3 cm2
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 36
Betão Armado e Pré-Esforçado II
ALÍNEA L)
150
70.5
20.00 5.00
623.4 1289.1
DEV 623.4
502.5
[kN]
(+) 150
(+)
(-)
786.6
DEVp
[kN] 286.4
(+)
(-) (-)
(-)
786.6
Notas:
- O diagrama de esforço transverso devido ao pré-esforço foi obtido
considerando P∞ = 2866.8 kN;
- Para a verificação da segurança ao esforço transverso utiliza-se DEVtotal
Apoio A
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 37
Betão Armado e Pré-Esforçado II
Vsd 376.8
σc = = = 5143.8 kN/m2 ≅ 5.1 MPa
z ⋅ bw ⋅ sen θ ⋅ cos θ 0.9×0.85×0.25×sen 25°×cos 25°
< 0.6 fcd
0.6 fcd = 0.6 × 20 × 103 = 12000 kN/m2 = 12MPa
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 38
Betão Armado e Pré-Esforçado II
Ac1 representa a maior área homotética a Ac0, contida no contorno da peça, com
o mesmo centro de gravidade de Ac0 e cuja dimensão dos lados não pode
exceder em três vezes a dimensão dos lados correspondentes de Ac0. No caso
da existência de várias forças concentradas, as áreas correspondentes às várias
forças não se devem sobrepor.
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 39
Betão Armado e Pré-Esforçado II
De acordo com o parágrafo 8.10.3 do EC2, a avaliação das forças de tracção que
surgem devido à aplicação de forças concentradas deve ser efectuada recorrendo a
modelos de escoras e tirantes.
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 40
Betão Armado e Pré-Esforçado II
P/2
P/2
P/2 P/2
De acordo com o REBAP (artigo 140º), a força de tracção para a qual as armaduras
devem ser dimensionadas, é dada pela expressão:
a0
Ft1Sd = 0.3 FSd 1 - a (com FSd = 1.35 P0’)
1
onde,
a1 = 2b, sendo b a dimensão, segundo a direcção considerada, da menor
distância entre o eixo da ancoragem e a face exterior do betão;
As armaduras devem, em cada direcção, ficar contidas num prisma de aresta a1 e ser
repartidas em profundidade entre as cotas 0.1a1 e a1, tendo em consideração que a
resultante se situa à cota 0.4a1 e devem ser convenientemente amarradas de forma a
garantir o seu funcionamento eficiente ao longo do comprimento a1.
F a1
b a0
0.1a1
a1
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 41
Betão Armado e Pré-Esforçado II
Ft = Fc2
Fc2
e Fc1 = P
área de influência do
grupo de ancoragens
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 42
Betão Armado e Pré-Esforçado II
P
P
Deste modo, além das armaduras necessárias para cada ancoragem individual, deve
dispor-se uma armadura junto à face do elemento, na direcção em causa, destinada a
absorver uma força de tracção igual a 0.2P.
É de notar que desde que existam vários cabos, estes não são pré-esforçados
simultaneamente, variando os esforços locais ao longo das operações de pré-esforço.
O plano de tensionamento deve ser escolhido por forma a evitar esforços
momentâneos exagerados, devendo a armadura ser dimensionada tendo em conta
que podem existir estados provisórios mais desfavoráveis do que o que surge no
sistema final.
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 43
Betão Armado e Pré-Esforçado II
Considerando uma análise elástica que assuma igual rigidez do betão atrás e à frente
da ancoragem, a força de tracção deveria ser, pelo menos, igual a P/2. Contudo, a
experiência mostra que a força de tracção longitudinal pode ser considerada igual a
P/4 pois, devido à fendilhação, a rigidez do betão atrás da ancoragem diminui,
diminuindo também a tensão instalada.
Sempre que um cabo de pré-esforço muda de direcção, são introduzidas forças radiais
no betão quando o cabo é tensionado. Estas forças radiais actuam no plano de
curvatura e têm uma intensidade igual ao quociente entre a força de pré-esforço e o
raio de curvatura.
Embora estas forças sejam na generalidade das situações muito úteis, podem no
entanto causar diversos problemas, nomeadamente a rotura local do betão.
Nos casos em que os cabos estejam junto à face das peças e a sua curvatura
provoque forças de desvio dirigidas para o exterior é necessário dimensionar
armadura transversal para a absorção destas forças, devendo ser disposta em toda a
zona em que actuem, como se indica na planta abaixo.
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 44
Betão Armado e Pré-Esforçado II
PORMENOR TRANSVERSAL
PORMENOR LONGITUDINAL
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 45
Betão Armado e Pré-Esforçado II
MÓDULO 1 – Pré-Esforço 46