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MEMORIAL DESCRITIVO E DE CÁLCULO

PLATAFORMAS PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA

NAVARRO BUILDING
HG 312 Empreendimento Imobiliário SPE Ltda
Av. José Munia c/ Rua Jair Martins Mil Homens
São José do Rio Preto - SP

São José do Rio Preto – SP


07/05/2014
DESCRITIVO DA INSTALAÇAO

Este memorial descreve o dimensionamento das plataformas de


proteção utilizados na construção do empreendimento Navarro Building,
localizado na Av. José Munia, esquina com Rua Jair Martins Mil Homens, São
José do Rio Preto - SP, de forma a atender os requisitos da NR 18, item 16.

Na altura da laje do piso do primeiro pavimento é instalada a bandeja


primária, esta bandeja se estende horizontalmente no mínimo 2,5m para fora
da edificação, com mais 80 cm em ângulo ascendente de 45º.

Contando a partir do local de instalação da bandeja primária serão


instaladas bandejas secundárias a cada três pavimentos, estas bandejas se
estendem horizontalmente no mínimo 1,4m para fora da edificação, com mais
80 cm em ângulo ascendente de 45º.

Após o fechamento da alvenaria dos pavimentos localizados acima das


bandejas secundárias estas poderão ser removidas, a bandeja primária só será
removida no término da obra.

Os suportes da bandeja primária serão fabricados de acordo com a


figura 1 e os das secundárias conforme figura 2, serão utilizados perfis U
dobrado, em chapa preta 3mm), com 7 cm de largura e 4 cm de altura,
soldados com eletrodo revestido classe 6013 para a fabricação dos suportes.

FIGURA 1
FIGURA 2

A proteção deve ser complementada por pelos demais sistemas de


segurança dispostos na NR 18.

DIMENSIONAMENTO DAS BANDEJAS


Para determinarmos a resistência máxima das bandejas foi considerada
a aplicação de carga dinâmica sobre a mesa, simulando a queda de um objeto,
considerando a altura de queda.

A tensão nos elementos da bandeja é dada em função da energia


cinética do corpo que a atinge (U). Por se tratar de uma treliça plana a energia
do impacto deve ser distribuída nas barras sujeitas a maior tensão, para a
determinação da resistência das mesmas.

Consideramos inicialmente que a força aplicada representa um corpo de


80 kg caindo no ponto mais distante da parte planta da bandeja (representado
na figura pela seta) de uma altura equivalentes a 3 andares (9 metros), que é a
distância vertical máxima entre duas bandejas consecutivas.

Para o dimensionamento da bandeja vamos considerar a tensão máxima


que ocorre na treliça e vamos comparar esta tensão com as tensões máximas
admissíveis do material.

Como metodologia de cálculo utilizamos o equilíbrio estático nos nós da


treliça, para tanto temos na figura 4 uma representação esquemática da
estrutura, onde os números representam os nós de cálculo da mesma e as
setas os esforços esternos aplicados à treliça, as travessas intermediárias
trabalham apenas como limitadores do comprimento de flambagem da parte
inferior da treliça, por este motivo não entram nesta etapa do
dimensionamento. Os ângulos utilizados nos cálculos ângulos foram obtidos
através da representação gráfica, utilizando software adequado.

FIGURA 3

FIGURA 4

Aplicando as equações de equilíbrio na estrutura calculamos as reações


horizontais (H1 e H2) e as reações verticais (V1) nos apoios, em função do
carregamento P.

ΣFh=0

V1 = P

ΣM2=0

F.250 – H1.50 = 0

H1 = 250.F/500

H1 = 5.P
ΣFv=0

H1 = H2

H2 = 5.P

Aplicando as equações de equilíbrio estático no nó 1 vamos obter os esforços


nas barras 1-2 (F1-2) e na barra 1-3 (F1-3) em função da solicitação aplicada
no ponto de queda considerado (P):

ΣFh=0

H1 - F1-3 = 0

F1-3 = 5P

O sinal positivo indica que esta barra está sob tração.

ΣFv=0

V1 – F1-2 = 0

F1-2 = P

Aplicando as equações de equilíbrio estático no nó 2 vamos obter os esforços


na barras 2-3 (F2-3) em função da solicitação aplicada no ponto de queda
considerado (P):
ΣFv=0

H2 + F3-3(cos(11º)) = 0

F2-3 = - H2/(cos(11º))

F2-3 = -5P/0,9816

F2-3 = -5,09P

O sinal negativo indica que esta barra está sob compressão.

A energia elástica armazenada em uma barra de aço pode ser calculada pela
seguinte equação:

EA 2
U= ∆l
2l

onde:

U – é a energia potencial elástica armazenada devido à deformação da peça


analisada;

E – módulo de elasticidade do material (aço = 210000 N/mm²);

A – área transversal da seção analisada;

L – comprimento da peça analisada (barra superior ou inferior da treliça).

ΔL – é a variação no comprimento da peça.

A energia cinética do corpo em queda pode ser calculada igualando-se a


energia cinética à energia potencial gravitacional possuída pelo corpo antes do
início da queda, para isto utilizamos a seguinte:

U=mgh

onde:

U – é a energia cinética do corpo em queda, que, desprezando a energia


dissipada pelo atrito com o ar, é igual à energia potencial gravitacional do corpo
antes de iniciar a queda;

m – corresponde à massa do corpo considerado;

g – aceleração da gravidade (9,81m/s²);

h – altura da qual o objeto cai.


Para esta aplicação consideramos que a massa do objeto é de 100 kg e a
altura da queda é de 9m, portanto temos que a energia cinética do corpo será
igual a:

U=100x9,81x9

U=8829J

Toda energia cinética do corpo tem que ser transformada em energia potencial
elástica, a ser absorvida pelas barras do suporte, para isto consideramos a
entergia absorvida pelas barra 1-3 e 2-3, desta forma obtemos a seguinte
equação:

EA 2 EA 2
U= ∆ l 1−2+ ∆ l 1−3
2 l 1−2 2 l1−3

Resolvendo a equação temos:

A tensão na parte crítica do suporte será igual a 6,307 vezes a tensão


calculada, portanto temos.

σc= 6,307x28,38

σc= 178,99 N/mm²

Considerando que a tensão de escoamento do aço laminado é de 180 N/mm²


que é maior que a tensão calculada, a estrutura pode receber impactos diretos
de objetos de até 14 Kg em seu ponto mais distante sem sofrer danos.

A tensão causada pela queda de um corpo é calculada pela seguinte


expressão:

σ =√ 2 h σ est

onde:

σ – é a tensão atuante no material;

h – é a altura da qual o mesmo cai;

σest – é a tensão na barra calculada, considerando-se que a aplicação estática


da carga.

A área da seção transversal das barras é igual a 330mm², a carga estática é de


100 Kg e a altura é de 6m, sendo assim temos:
Para a barra superior

σest = 5 x 100kgf / 430

σest = 1,1627 kgf/mm²

σ=√(2x6x1,1627)

σ= 3,73 kgf/mm²

Somando a tensão de impacto à tensão devido ao carregamento estático da


bandeja (3,92 kgf/mm²) causado pelo peso do fechamento (30 kg/m²) mais o
peso do material sobre ela (25 kg/m² ou 165 kg sobre cada suporte) temos a
tensão total atuante na bandeja sendo igual a 7,65 kgf/mm² no momento do
impacto.

Como a tensão admissível do material dos suportes (aço), que é igual a 18


kgf/mm², é maior que a tensão calculada no impacto, a bandeja suporta o
esforço considerado.

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Engº Tonie Wender da Silva Uliana
CREA: 5061331999

07 de maio de 2014
São José do Rio Preto – SP

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