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PERSONAGENS
ANJINHO Não importa ser o anjo mais sapeca do mundo e também ser a pessoa mais criativa.
MÕNICA Cebolinhaaaaaaaa...
MÔNICA Mas se tem uma coisa que toda criança gosta de fazer é brincar.
CASCÃO – Tem livro que é interessante. Tem outros que eu quero passar longe. Esse que tu tá
lendo parece ser muito divertido: vocês estavam muito alegrinhas.
MÔNICA – Mas “ai” de quem dissesse para ele que estava mentindo. Se fosse EU, batia até me
pedir perdão! Quem escreveu isso foi Graciliano Ramos. Ele e muitos outros
MARINA – Isso.
MARINA – Não se esforça muito, pode fazer mal. Tu não tá acostumando. (ri do que acaba de
dizer)
MAGALI (levantando também, tenta apaziguar a confusão) – Calma, Mônica! Não vão começar
a brigar de novo!
CASCÃO – É que a MÔNICA e a Magali estavam lendo uma história bem legal, e foi me dando
umas ideias maneiras...
CASCÃO – Não é nada disso, Cebolinha! (Pras meninas) A ideia é a seguinte: E se a gente
criasse um clube das palavras?
CASCÃO – Eu falo de palavras especiais, palavras que fazem as histórias mais bonitas, outras
CASCÃO – Sim... Palavras que as pessoas pensam que estão mortas, mas que se escondem nas
CASCÃO – Isso!
MAGALI – Mas, o que faríamos com as palavras que a gente fosse juntando?
CASCÃO – Ah! Não sei, mas com certeza a gente ia usar. Como quem usa ouro.
MAGALI – Vixe! Que coisa mais ridícula uma pessoa cheia de anel, pulseiras, brincos... Deus me
livre...
MÔNICA – A gente pode usar as palavras que a gente descobrisse só na hora certa.
CASCÃO – Às vezes a gente precisa de muitas palavras mesmo. Para contar bem uma história
meu
MÔNICA – Então, a gente poderia começar a coleção com as palavras do teu avô.
CEBOLINHA (puxando Cascão para um canto) – Eu tenho um plano infalível para acabar com
essa
pose de estudiosa da dentuça! Vamos sim caçar essas palavlas que tu disse! Quem achar mais
vence!!!
Que tu acha???
CEBOLINHA – Sim! Vence quem conseguir achar mais palavlas especiais... (para Cascão) Não é
CEBOLINHA (concordando) – Sim, da ‘lua’... E a golducha aí... Vai ter que me dá esse coelho
azul lidículo!
MAGALI – Calma, Mônica! Agora é a nossa vez de escolher o prêmio! (saem para um canto
para combinar, voltando em alguns segundos):
MÔNICA – Pois muito bem... A Magali exige como prêmio, um caminhão cheio de melancias...
MÔNICA – Quanto a mim... Meu prêmio será.... (gritando, com raiva) Uma inesquecível surra
que darei em você com a ajuda de meu querido coelhinho Sansão... (Mais calma) E
finalmente... Daremos um necessário BANHO no Cascão!!! (as duas começam a rir)
CASCÃO (apavorado) – NÃÃÃÃOOO! Banho, não! Cebolinha! Onde você me meteu??? Banho é
golpe baixo!
CEBOLINHA (tentando acalmar o amigo) – Calma, Cascão! Elas não são páleo pala nós! Confia
em mim!
CASCÃO – Tá. Mas, Mônica, por favor! Eu que dei a ideia... (ajoelha, implorando) Esquece essa
história de banho!
CEBOLINHA – CASCÃO! Que é isso?! (levantando o amigo) Seja homem! (encarando a Mônica)
MAGALI – Gente!!! Já tenho nossa primeira palavra! Que tal “reluzente”? Significa que brilha,
uma coisa que reluz.
MAGALI – Muito bom: Clube das Palavras Reluzentes... (repetindo para pegar) Clube das
Palavras Reluzentes...
OS QUATRO – ...Clube das Palavras Reluzentes! (os três batem as mãos no ar e saem.
Lembrando que Cebolinha grita: ‘Clube das Palavlas Leluzentes!’)
LUSCO-FUSCO
E OUTRAS PALAVRAS RELUZENTES
CASCÃO – Esqueci de anotar, agora tenho que lembrar. Vai tropeçando e repondo um trava-
línguas:
BATENDO A PALMA DAS MÃOS. ESTÃO MUITO ALEGRES, NEM VIRAM CASCÃO, QUE
CONTINUA
SUAS ANOTAÇÕES.
MÔNICA – Tu não vai acreditar! Investiguei em todo o Bairro Limoeiro, e consegui várias
palavras interessantes.
CASCÃO (se aproximando) – E eu, fui conversar com o velho Tião. Ele ficou muito alegre com a
visita! Conversou muito. Aprendi até adivinhação: O que é o que é... Dois bois na sombra de
três bois atrelados numa carreta, cavando terra branca para plantar semente preta.
CASCÃO – É a mão escrevendo. Os dois bois são os dedos escrevendo. A carreta é a caneta. A
terra branca é o papel. E a semente preta é a tinta!
MÔNICA (ameaçando) – Há há... Comemorar antes da hora pode ser muito prejudicial aos
dentes, sabia, Cebolinha???
MAGALI (cortando a briga) – Parem os dois!!! Vamos mudar de assunto! Tô doida para saber:
(para os meninos) Acharam palavras reluzentes?
CASCÃO (baixinho, para as meninas não ouvirem) – EU achei, né? O senhor não deu as caras! É
o meu BANHO que está em jogo, esqueceu??? (para Magali, com sorriso sem graça) Achamos
sim!
CEBOLINHA - Nossa dupla é infalível!!! (os dois se olham e sorriem, sem graça)
MÔNICA – Qui pro quó. Veja que palavra bonita: Qui pro quó. Significa confusão, trocar uma
coisa por outra.
CASCÃO – Qui pro quó... Foi o maior Qui pro quó na festa... É uma palavra reluzente, com
certeza.
MÔNICA – Vaqueirar palavras... Parece poesia... Minha vez: A palavra escondida era... Lusco-
fusco!
MÔNICA – Deixa eu ver tuas outras palavras. Veja as minhas... (trocam as cadernetas)
CASCÃO – Acho que a nossa coleção de palavras reluzentes está começando muito bem.
CEBOLINHA (provocando novamente) – E acho também que estamos ganhando. Não é???
MAGALI (cortando o clima chato) – Agora a gente poderia procurar algumas palavrinhas novas.
MAGALI – Sim. Palavras que nasceram a menos tempo... Que nem todo mundo conhece ainda.
MAGALI – Isso.
CASCÃO – Então fica combinado: Vamos procurar palavras novinhas e trazer na próxima
reunião.
(saem.)
PÉ DE BRIGA
CEBOLINHA E CASCÃO VOLTAM COM UM LIVRO. CEBOLINHA ESTÁ TENTANDO LER, MAS
NÃO CONSEGUE.
CEBOLINHA (gaguejando) – Mau... lí... cio de Sou... ssa... (fala com som de ‘ss’)
CASCÃO (corrigindo-o) – É Sousa, Cebolinha! Com som de ‘z’ porque escreve apenas com um
‘s’, entendeu?
CASCÃO (interrompendo de novo) – Sos... (fala com som de ‘z’) FAMOSOS... (olhando a frase
no livro) Famosos cartunistas do Brasil, criador da “Turma da Mônica” e... (cansado, cortando a
leitura) Cebolinha, eu não aguento mais essa sua leitura. Você precisa melhorar com urgência.
Senão, vai ser uma tragédia: meu BANHO vai mesmo acontecer!!!
MÔNICA (chegando com Magali, escuta o final da conversa) – Arrá!!! Então é isso! Nós
descobrimos que o Cebolinha, esse INÚTIL, NÃO está pesquisando palavras... E muito menos
saber LER!!!
CASCÃO (também com cara de choro) – E eu vou ter que tomar banho!!!
MAGALI (tendo uma ideia) – Calma, meninos! (Pra Mônica) O jogo não precisa acabar agora.
Podemos ensinar ele a ler, fazer contas...
CASCÃO – OBRIGADO, Magali! Por isso que eu gosto de você! (tenta abraçar ela, que se afasta
com o dedo no nariz, dizendo: Sai pra lá, Sujeira!!!)
(retomam a reunião.)
CASCÃO (entregando livro a Cebolinha) – Pronto, Cebolinha! Você cantou todo o refrão com a
gente. Então, já sabe ler!
MAGALI (encorajando) – Vamos, Cebolinha! O que você vai ler pra gente?
CEBOLINHA (ainda meio envergonhado, e também com medo da Mônica, engasga no começo,
mas logo ler o texto para a turma e para o público):
Mau... licio... de Sou... sa é... Um dos mais famo...sos caltu...nis...tas do Blasil! Cliador da
"Tulma da Mônica" (Mônica vibra e sorri)... E memblo da Academia Paulista de Letlas. Sua
plimeira escola foi o extelnato São Flancisco, ao lado da Faculdade, no centlo de São Paulo.
Tlabalhou também como lepólter policial no jolnal Folha da Manhã, mas lalgou o jolnalismo
pala se dedicar à sua veldadeila paixão: a alte.
MÔNICA (se aproximando, toma o livro das mãos de Cebolinha, que corre, e se esconde
novamente atrás de Cascão) – Que lindo! (relendo) Largou o jornalismo para se dedicar à sua
verdadeira paixão: a arte! (suspira) Ele é o máximo, não é???
MAGALI (chegando junto, lê também) – Olha! Ele escreveu a opinião dele sobre a leitura!
CEBOLINHA – É. Vamos ler todos! (eles se olham, sorriem, e iniciam.) Opinião do cartunista
sobre a leitura.
MAGALI - Desde que mamãe me ensinou as primeiras letras nas historinhas dos gibis.
CEBOLINHA - Desde que fui celcado por poetas, esclitoles, músicos e ilustladoles.
CASCÃO - Agradeço por ter recebido a Educação nas suas diversas formas.
TODOS - E agradeço mais, ainda, pela oportunidade de retribuir aos que chegam.
Lembrando que a última frase, Cebolinha ler: ‘E agladeço mais, ainda, pela opoltunidade de
letlibuir aos que chegam.’ )
COMPETIÇÃO E GRITA PARA OS DOIS QUE QUER OS PRÊMIOS COMBINADOS. OS DOIS SAEM
Fim