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Congresso Internacional de Ensino e Formação Docente

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E USO DE JOGOS NO


ENSINO DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL II:
PROPOSTA DE APLICAÇÃO

Jayne Costa Da Silva


Acadêmica do Curso de licenciatura em Matemática (IFRO)
E-mail: jaynecosta.18.03@gmail.com
Edilberto Fernandes Syryczyk
Docente EBTT (IFRO)
E-mail: edilberto.fernandes@ifro.edu.br

RESUMO
O presente artigo busca relatar uma metodologia de ensino que foi aplicada no ensino
fundamental II, dentro do Estágio Curricular Supervisionado. Infelizmente, uma parte
dos discentes que iniciam esse nível de ensino, apresentam dificuldades na matemática
básica. Pensando nisso, aqui, é apresentado um modelo de jogo que trabalha as quatro
operações básicas da Matemática, com o objetivo de auxiliar no ensino-aprendizagem.
Inicialmente, há um breve histórico de um dos ramos da Matemática, neste caso
específico, a aritmética, seguida da história dos jogos. Posterior, é apresentado os
assuntos e temas pautados no Plano Nacional do Livro Didático. O seguinte momento
teórico, delineia uma proposta metodológica de jogo didático matemático para o 6°
(sexto) ano Ensino Fundamental II. Há diferentes metodologias para se desenvolver no
ambiente de ensino, e o lúdico é uma excelente proposta, visto que há autores como
Piaget, Groenwald e Timm, Batllori, Militão, entre outros, que defendem a prática, e o
mesmo foi aplicado e observado o bom desenvolvimento.
Palavras-chave: Jogos didáticos. Ensino de Matemática. Formação de professores.

INTRODUÇÃO

Este presente Trabalho, busca relatar uma metodologia no ensino regular


através de materiais pedagógicos, realizado no Estágio Supervisionado. A proposta é
trabalhar de forma simultâneo o ensino regular com os materiais pedagógicos para uma
melhor compreensão dos discentes.
Diante disso, este trabalho visa proporcionar, um olhar histórico e ontológico
sobre a importância do lúdico enquanto ferramenta pedagógico para ensino de
matemática, no mesmo contexto trazemos uma sugestão de jogo que contribui para o
avanço do conhecimento dos alunos, e a mediação de tais conhecimentos de maneira
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que todos possam realmente aprender, assimilar o conteúdo de maneira simples e
objetiva, e aprimorar seus conhecimentos através das informações aqui repassadas e de
buscas próprias.
A discussão sobre a importância histórica desse recurso metodológico vem no
sentido de situar o leitor e/ou o aprendente sobre a origem e o sentido do uso dessas
ferramentas como potencializadoras de uma aprendizagem mais efetiva.
O seguinte momento teórico aqui trazido delineia uma proposta metodológica
de jogo didático matemático para o 6° ano do Ensino Fundamental II para serem
aplicados em ambientes de ensino-aprendizagem.
Para tanto, foram adotados critérios específicos para a elaboração e posterior
aplicação dos jogos pautados na análise prévia de conceitos e competências primando
pela seleção de assuntos e temas que favorecessem as competências tratadas no
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para a respectiva série.

1.1 Contexto Histórico

Para diferentes épocas o conceito matemático tinha suas aplicações em que foi
elaborado, por isso, “dizemos que a história da matemática busca compreender e
analisar o processo de construção do conhecimento, considerando os conceitos e o
conhecimento em seu contexto” (SAITO, 2015, p.32).
São muitas as civilizações antigas, como os babilônicos, egípcios, gregos,
chineses, hindus, maias, que criaram o seu próprio sistema de numeração.
As primeiras matemáticas conhecidas são as do Crescente Fértil, ou
seja do Egipto e da Mesopotâmia. Depois de ter alcançado
determinados conhecimentos, a Grécia desenvolveu-os de forma
considerável e, sobretudo, com um espírito novo. Em contrapartida,
outros povos civilizados, nomeadamente os Romanos, quase não
contribuíram para este aspecto da aventura humana. Na época
helenística, Alexandria era o grande centro intelectual do mundo
mediterrânico, e foi aí que os sábios gregos – entenda-se cultura
grega- prosseguiram a tradição da Grécia Clássica” (BARTHÉLEMY,
1999, p.15).
Abordaremos as matemáticas de algumas civilizações, que contribuíram para o
avanço da matemática com um olhar centrado na área de aritmética, desde a Idade
Antiga até a Contemporaneidade (atualidade).

1.1.1 As matemáticas Na Antiguidade Oriental


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Conhecido como Antiguidade Oriental ou Idade Antiga, datada de 4.000 a.C. a


3.500 a.C. período em que desdobrou a escrita. Nessa época diferentes civilizações se
desenvolveram, entre eles a Mesopotâmia e Egito.
Na Mesopotâmia, a existência da matemática, surgiu pela necessidade de
preservar dados administrativos e comerciais. A mesma conseguiu avançar em relação à
contagem, e referente a matemática se sobressaíram, e destaca-se:
- a notação posicional, sexagesimal
- o uso do zero (ainda que tardio)
- grande habilidade no cálculo com frações
- cálculos com raízes quadradas
- soluções de sistemas lineares [...] (GALVÃO, 2008, p.39).
Já o Egito não foi similar à Mesopotâmia, mesmo que trabalhasse com a
agrimensura e engenharia práticas. Os egípcios desenvolveram um sistema numérica
aditivo com símbolos para as unidades e os múltiplos de 10; multiplicações e divisões
[...] com o auxílio de tábuas de duplicação [...] (IBIDEM, p.73).

1.1.2 As Matemáticas Na Antiguidade Clássica

A civilização grega, por volta do século V, na época de Platão, considerava


quatro ciências como matemática: a aritmética, a geometria, a astronomia e a música. A
aritmética, era considerada como a ciência dos números, e por vezes, foi distinguida da
“logística” (prática de realização de cálculos), pelo fato de lidar com o estudo dos
números e das quatro operações aritméticas. E a geometria era a ciência das figuras.
A Grécia distingue-se por ter alimentado uma preocupação
suplementar- a preocupação com a argumentação. Civilização das
cidades, e não dos impérios, tanto do comércio como da agricultura,
ela incitava à prática da discussão contraditória como forma de
exercitar a razão. A exigência de demonstração veio impor-se no
domínio dos números e no das figuras geométricas (BARTHÉLEMY,
1999, p.16).
Nas regiões próxima à Grécia por volta de 300 a.C, a aritmética estava bem
avançada, para fins comerciais. “Os gregos passaram a se interessar pela aritmética
quando entraram em contato com esses povos, principalmente por razões comerciais”
(SAITO, 2015, p.40). Junto com este interesse da praticidade da aritmética, estava a
propriedade dos números mais antigos.
Na época de Aristóteles, ele deu mais imaleabilidade às ciências matemáticas,
definindo-as segundo seu objeto de investigação. Segundo Aristóteles, “ciências de
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gêneros diferentes não podiam demonstrar seus teoremas por meio dos mesmos
princípios” (IBIDEM, p.77). E mesmo que partilhassem os mesmos axiomas, os
teoremas de geometria não poderiam ser expresso pelo mesmo advento da aritmética, e
reciprocamente. Logo, foram definidas como ciências mistas.
A matemática no período helenístico ou alexandrino, que deu-se entre os
séculos III e II a.C, nesse tempo, muitos matemáticos e filósofos de diversas partes do
mundo foram migrando para Alexandria, no Egito, ou cidades que possuíam vínculo
com a mesma. Em questões de materiais palpável, o que foi deixado por este povo em
comparação à outros, é muito maior. Pois os matemáticos de todos os níveis daquela
época eram valorizados. E em relação aos romanos pode-se dizer que, não se
preocupavam em investigar sobre a natureza dos números, para eles interessavam em
saber, apenas o que se precisava para aplicar e pronto. Todavia, existia estudiosos
dedicados à especulação teórica.

1.1.3 As Matemáticas Na Idade Média

O período da Idade Média “corresponde a um período europeu que estendeu-


se entre os séculos V e XV aproximadamente. Teve início com a queda do Império
Romano do Ocidente e terminou com a transição para a Idade Moderna, ou seja, o
Renascimento” (SAITO, 2015, p.121). Nesta época a história da matemática é abordada
em dois grandes períodos.
Compreendida como a Alta Idade Média, entre os séculos V e XI, procuraram
reorganizar as ciências com base nos materiais disponíveis. A aritmética, foi
considerada de duas maneiras, uma para transações comerciais, que resumia-se as
quatro operações, e a outra, de ordem teórica, em que estudavam as propriedades dos
números. O sistema de numeração que utilizavam eram o romano, então, era comum
que se dedicassem a arte de calcular, por meio do ábaco, os dedos ou tabelas preparadas
com antecedência.
Compreendida como Baixa Idade Média, entre os séculos XI e XV, em relação
à aritmética e a geometria, não houve muitas contribuições, era repasse de informações
do conhecimento grego e alexandrino, sem muitas atualizações. Entretanto, a maior
contribuição dos árabes ao Ocidente latino, certamente foi o sistema de numeração.
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As ciências e as matemáticas voltaram a desenvolver por volta do século XIII,
com o fortalecimento da vida urbana, em virtude da política, configuração social e
econômica do Ocidente latino.

1.1.4 As Matemáticas Na Época Moderna

No século XVII, a matemática é vista pelos estudiosos como diferentes


segmentos do conhecimento, em que os estudiosos procuravam “matematizar”, ou
simplesmente, “axiomatizar, formalizar e quantificar ou introduzir próprios conceitos
próprios da geometria e da aritmética em outras ciências” como afirma SAITO (2015,
p198, 199).
De acordo com BERLINGHOFF (2010, p.35), no fim do século XVI, as
escolas dos jesuítas tinham sido estabelecidas em muitos lugares, da América do Sul à
China. A rede jesuítica se estendeu pelo mundo. E por consequência disso, a matemática
europeia foi ensinada e estudada em toda parte e se tornou a forma dominante da
matemática no planeta.

1.1.5 As Matemáticas Na Atualidade

Podemos dizer que o século XVIII foi o século da matemática, assim afirma
SAITO (2015, p.195), visto que surgiram novos e engenhosos desdobramentos do
conhecimento matemático desenvolvido no século anterior. A matemática
contemporânea, como diz BOYER (2012, p.441), apresentou aspectos notáveis, entre
elas o ressurgimento da geometria, todavia com um aspecto da época moderna, e
alcançou progressos no esclarecimento de problemas famosos.
Apesar dos altos e baixos, a matemática alcançou grandes avanços, com
diferentes povos e tempos. Ela está e imprescindivelmente estará presente no cotidiano
de todos. Por ela é visível o avanço da tecnologia, e isso se deve ao avanço da
matemática, por mais que muitos tenham um receio com a mesma, toda e qualquer
civilização que queiram avançar, necessita dela. De acordo com DEUS (2019),
O século XXI trouxe muitas inovações para a humanidade, o
surgimento de novas tecnologias que, em tempos passados, seriam
inimagináveis, computadores e internet oferecem um mar de
possibilidade para aplicações na metodologia de ensino. (DEUS, 2019,
p.20)
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Ou seja, é inevitável o seu uso e aplicação continuamente, pois a necessidade
de conceitos e aplicações é constante.

1.1.6 Surgimento dos Jogos

Na sociedade atual apesar das pessoas tanto adultas, quanto crianças, estarem
sempre atentas às questões tecnológicas, o jogo concreto ainda é uma excelente
ferramenta para auxiliar no desenvolvimento intelectual do ser humano. Não é de agora,
que é visto os bons resultados obtidos através do lúdico. “Pesquisas realizadas revelam
que o jogo surgiu no século XVI, e que os primeiros estudos foram em Roma e Grécia,
com propósito de ensinar letras” (PORTAL EDUCAÇÃO, 2019).
Com o decorrer da história da humanidade, é visto os altos e baixos, do
desenvolvimento dos jogos, de acordo com IBIDEM (2019), “com o início do
cristianismo, o interesse decresceu, pois tinham um propósito de uma educação
disciplinadora, de memorização e de obediência”. Ainda de acordo com PORTAL
EDUCAÇÃO (2019), o jogo não possuía um valor educacional, não lhe era atribuído
um conceito de metodologia, “antigamente, a brincadeira era considerada, quase sempre
como fútil, ou melhor, tendo como única utilidade a distração, o recreio, e na pior das
hipóteses, julgavam-na nefasta”.
Com o decorrer do tempo, chega-se ao período do Renascimento, neste tempo
houve uma valorização, para a história dos jogos, afinal, a visão anterior de que o jogo
em nada acrescentava foi desfeito, e além disso, tratou-se do mesmo como algo que
contribui na facilitação do desenvolver da inteligência. Segundo IBIDEM:
Logo após o Renascimento [...], o jogo foi privado dessa visão de
censura e entrou no cotidiano de todas as crianças, jovens, e até
adultos como diversão, passatempo, distração, sendo um facilitador do
estudo que favorece o desenvolvimento da inteligência (IBIDEM).
De acordo com as situações e tempos em que cada povo existiu, é visível a
diferença das ideias de jogos, porém, todos com o intuito de diversão. Indiferente de
épocas, cada atividade de brincadeira lhe é atribuído um conceito e um valor singular.
Seguindo esta linha pensamento, PORTAL EDUCAÇÃO (2019), apresenta algumas
distrações:
Adolescentes gregos distraíam-se lançando uma bola cheia de ar na
parede, [...]. O moderno “cabo de guerra” já era conhecido e utilizado
pelos adolescentes de Atenas, o jogo de pique pega conhecido como
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“pegador”, é uma forma de jogo que está presente nas diversas
culturas (IBIDEM).
Todavia, o jogo não deve ser visto apenas como uma brincadeira para diversão,
o jogo vai além disso. Ele possui um papel rico e importantíssimo no ensino, pois é uma
excelente ferramenta no desenvolvimento da aprendizagem, em que além de atrair e
cativar a atenção, a criança irá terminar a atividade levando consigo conhecimentos. O
surgimento do uso de jogos no ensino, segundo IBIDEM, iniciou:
Com o aparecimento da Companhia de Jesus, (uma organização
religiosa inspirada em moldes militares, decididos a lutar em prol do
catolicismo e que utilizaram o processo educacional como sua arma) o
jogo educativo passou a ser empregado como um material auxiliador
do ensino, se expandindo desde então (IBIDEM).
O amadurecimento e desenvolvimento desta ideia ocorreu nos Estados Unidos,
todavia, este rico método de ensino não ficaria muito tempo em poder de poucas
pessoas, chegando no Brasil na década de 80.
A utilização dos jogos como ferramenta de aprendizagem, teve seu
desenvolvimento nos Estados Unidos, na década de 50, com o
propósito de treinar executivos da área financeira. Por consequência
dos resultados positivos, seu uso ampliou-se a outras áreas, chegando
ao Brasil com muita força na década de 80 (PORTAL EDUCAÇÃO,
2019).
Tanto no Brasil, como em demais lugares em que se aplica o lúdico como uma
ferramenta de ensino, é visto a benfeitoria, pois “os benefícios das brincadeiras são
tantos que até hoje nenhum cientista conseguiu comprovar o deslumbramento que ela
exercita nas pessoas (IBIDEM, 2019).

2. O ENSINO DA ARITMÉTICA NO 6° ANO - UMA DISCUSSÃO NECESSÁRIA

Para principiar a fase do Ensino Fundamental II, inicia-se o ensino com a


história dos números, a criação dos símbolos e as regras que havia para os povos
egípcios e romanos, seguida do atual sistema utilizado por nossa sociedade (indo-
arábicos). Posteriormente, a leitura e escrita de números no sistema de numeração
decimal, bem como a ordem dos algarismos e classe dos mesmos.
Baseando-se no que foi exposto, prossegue-se, abordando os números naturais,
definindo-os de forma contextualizada e como se dá o processo de contagem. A partir
do conceito de números naturais, inicia-se o conteúdo com as operações: adição e
subtração; às ideias que estão associados os conteúdos.
Fundamentado no tópico de adição, inicia a ideia de multiplicação que é
utilizada para simplificar a operação de adição com parcelas iguais, e também, como é
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denominado os números numa multiplicação (fatores) e o resultado (produto).
Progredindo de conteúdo, desencadeia o tópico de divisão, com a definição do que
venha ser, às ideias associadas e como são denominados os números numa divisão.
Sucede-se com o conteúdo de expressões numéricas, que envolvem números e
operações. Aponta-se a ordem em que as operações devem ser resolvidas: inicialmente a
multiplicação e a divisão, seguida da adição e subtração, todas as operações sendo
resolvidas na ordem em que aparecem na expressão (da esquerda para a direita).
Os conteúdos acima citados, trabalhados de forma contextualizada melhora a
compreensão dos discentes, todavia, para colaborar na construção desse conhecimento,
a proposta de material pedagógico é o jogo ASMD (Adição, Subtração, Multiplicação,
Divisão), para auxiliar no desenvolvimento do ensino ou até mesmo como finalização
da conteúdo abordado.
Nesta série também é visto potenciação e raiz quadrada de números naturais,
onde o tema de potenciação é simples de ser contextualizado, pois o mesmo é uma
multiplicação de fatores iguais. Efetuado o desenvolvimento de potência, avança para as
raízes, todavia, com a ideia de potenciação antes já trabalhada facilitará o desempenho
do novo conteúdo.
E por fim, dentro da área de aritmética, o conteúdo de múltiplos e divisores. Em
que mais uma vez será visto a operação de multiplicação, para assimilar à sequência dos
múltiplos. Conduzindo assim para os fatores ou divisores de um número natural.
Ademais, os critérios de divisibilidade, que é uma introdução para MMC (mínimo
múltiplo comum) e MDC (máximo divisor comum).

2.1 Estágio Supervisionado E Uma Proposta De Jogo Para O 6° Ano

Nome do jogo: ASMD (Adição, Subtração, Multiplicação, Divisão).


Obs.: Jogo elaborado embasado na proposta de LIMA e HENRIQUE.
De acordo com a Lei n.º 11.788/08, art. 1.º Estágio Supervisionado Curricular,
dispõe que “estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente
de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam
frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação
profissional, [...]” (JUSBRASIL, 2020). Assim, dentro do Estágio Supervisionado, a
proposta de jogo é o ASMD.
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Para o desenvolvimento do jogo, a sala é separada em grupos de no máximo 5
pessoas. Cada grupo receberá 3 dados. Um jogador do grupo irá lançar os três dados de
uma vez só. Após obter os valores na face dos dados, será necessário realizar um
cálculo utilizando as operações matemáticas (podendo ser três operações diferentes ou
iguais entre adição, subtração, multiplicação e divisão). Ressalta-se que a ordem dos
números sorteados, as operações a serem utilizadas fica a critério do aluno. Se o grupo
acertar, coloca um marcador no número do resultado da conta desejada (no quadro, ou
tabela em papel elaborada pelo docente), para colocar o marcador (exemplo: ventosa
que fixa facilmente em quadro branco) no número que está na tabela, deve respeitar a
sequência de 1 a 10. Se errar, não acontece nada, lança os dados novamente; porém se o
professor, enxergar alguma possibilidade de encontrar o resultado, apresentar sugestões,
para que os discentes procurem o resultado desejado. Vence quem alcançar o número 10
primeiro, ou quem estiver na posição maioral.
Obs.: cada grupo só tem direito a uma jogada por vez para solucionar o cálculo,
caso o professor também veja que não há uma forma de resolução, poderá assim liberar
uma nova jogada para o grupo.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste item, discorremos sobre possíveis caminhos que pode-se chegar através da
aplicação de materiais pedagógicos, ou lúdicos. Através do jogo procura-se integrar o
aluno ao conteúdo aplicado, como afirma DEUS (2019, p.87), e que através dos jogos
educacionais, busca-se aplacar as dificuldades na aprendizagem e limitações que
apresentam em sala de aula.
Por meio do lúdico o aluno desenvolve suas habilidades, e procura apresentar
um bom desempenho, e através disso ele buscará conhecimentos necessários para obter
êxito no jogo. “Através dos jogos educacionais, o aluno aprenderá a importância e o
objetivo dos conteúdos matemáticos e será estimulado a aprender e desenvolver suas
habilidades” (IBIDEM).
O jogo desperta nos alunos a criatividade e desenvoltura, além de ajudar na
socialização visto que, por vezes na sala de aula há grupos já feitos antes mesmo de
iniciar as aulas. O lúdico oferta essa interatividade, que posteriormente abrangerá este
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benefício em demais aulas. É perceptível, que por vezes o discente aprende com
facilidade um conteúdo através de um jogo, todavia é necessário haver estímulo.
É preciso estimular o uso de jogos e curiosidades no ensino da
matemática, com o objetivo de mudar a rotina da classe, despertar o
interesse do aluno e fazê-lo gostar de aprender essa disciplina, devido
seu caráter lúdico, desenvolver de técnicas intelectuais e formador de
relações sociais. (GROENWALD e TIMM, 2000, p.23)
O jogo desperta um olhar diferente do aluno em relação ao conteúdo,
eventualmente um raciocínio que ficaria como algo maçante, se torna uma matéria fácil
de conduzir. Além disso, pode acontecer de ser uma temática que marcará para sempre a
vida do estudante, e por vezes, a vida do docente.
[...] através dos jogos é possível proporcionar experiências, estimular a
aceitação de normas e hierarquias, o trabalho em equipe e o respeito
pelos outros, já que, quando o estudante joga na escola e brinca com
outros de idade aproximada à sua, frequentemente de várias
procedências e culturas, adquire importantes meios para a
socialização. (BATLLORI, 2007, p. 42)
O jogo não proporciona apenas o lazer, ele desenvolve na criança a socialização,
começa a participar de uma vida com grupos diferentes e consequentemente demonstrar
respeito para com os outros, pois a comunidade é consolidada com pessoas de culturas e
personalidades diferentes. Como afirma DEUS (2019, p. 89), “o jogo como recurso
didático passa a ser uma necessidade no processo preparatório do aluno para a
aprendizagem matemática”, pois não se trata apenas de uma ferramenta de distração ou
para atrair a atenção. “Um jogo [...] bem estruturado e corretamente aplicado
proporciona resultados muito ricos, em termos de assimilação ou reformulação de
conceitos” (MILITÃO, 2000, p.26).
Considerando as várias conjecturas em relação à utilização de jogos
como instrumento de promoção da aprendizagem matemática, é
possível refletir e considerar que tal instrumento é de essencial
importância no cenário educacional. (DEUS, 2019, p.90)
Assim, as possíveis resultantes da aplicação dos jogos no ensino, pode ser um
instrumento motivacional, que auxiliará no ensino, que por consequência apresentará
uma facilidade na aprendizagem, e isso terá um reflexo na aprendizagem.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para aplicar este o jogo proposto para os alunos do 6° ano (uma turma
específica), foi desenvolvido o conteúdo e depois aplicado ao jogo. No dia do
desenvolvimento da atividade ao chegar na sala e apresentar a ideia de desenvolver um
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jogo naquela aula todos ficaram eufóricos, todavia ao dizer que era um jogo envolvendo
matemática foi notório o inibimento. Primeiramente foi feito a separação dos grupos,
todavia a maioria dos alunos se organizaram e ficou duas duplas e um aluno sem fazer o
agrupamento disseram que não iriam se unir pois havia atritos entre si, entretanto,
utilizando de um bom diálogo os mesmos se agruparam. Posteriormente, foi feita a
explicação de como iria desenvolver o jogo. De início, foram chamando para dúvidas
eventuais e depois desenvolveram por conta própria. Todos os grupos desenvolveram de
forma excelente, no entanto, aquele grupo em que os alunos possuíam “atritos” foi o
grupo que alcançou o melhor desempenho, chegando na maior posição. E além deles
terem desenvolvido o conteúdo de forma lúdica, o que foi perceptível depois no
desenvolvimento dos conteúdos, também foi visto naquele momento a socialização e
respeito.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É visível que alguns alunos chegam em sala de aula com uma barreira dentro de
si, com o conceito de que matemática é difícil e complicada de se entender, todavia é
em cima das dificuldades que os alunos apresentam que deve-se buscar inserir
atividades estimulantes, como os materiais pedagógicos a exemplo, pois como afirma
DEUS (2019, p.93), se o discente sente dificuldade em aprender Matemática no início
de sua jornada educacional estará fadado a ser acompanhado por essas durante todo o
seu trajeto.
Os conceitos matemáticos podem ser apresentados de forma contextualizada, e
acompanhando a contextualização propõe-se atividades lúdicas, no qual o aluno estará
sendo estimulado a desenvolver um raciocínio sobre o assunto, logo, “os jogos e os
brinquedos expressam valores e proporcionam oportunidades para assimilação de ideias
e formação de princípios” (CUNHA, 2001, p. 29).
O ensino e aprendizagem de matemática do discente faz parte de sua formação
desde criança, e através do desenvolvimento das atividades lúdicas contribuirá para o
amadurecimento e formação do aluno, visto que essa aprendizagem será uma
“bagagem” levada para toda a vida.

REFERÊNCIAS
Congresso Internacional de Ensino e Formação Docente

BARTHÉLEMY, Georges. 2500 ans de mathématiques. Ellipses Édition Marketing,


S. A. 1999
BATLLORI, Jorge. Jogos para treinar o cérebro. São Paulo: Madras, 2007.
BERLINGHOFF, William P. Matemática através dos tempos: um guia fácil e prático
para professores e entusiastas. São Paulo: Blucher, 2010.
BOYER, Carl B., MERZBACH, Uta C. História da Matemática. São Paulo: Blucher,
2012.
CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca: Um Mergulho No Brincar. 3 ed. São
Paulo: Vetor, 2001.
DEUS, Juliano Alves de (organizador) e Vários autores. Estudos de Metodologia e
instrumentalização para o ensino de ciências e matemática. Brasília: Priint
Impressões Inteligentes, 2019.
GALVÃO, Maria Elisa Esteves Lopes. História da Matemática: dos números à
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GROENWALD, Claudia Lisete Oliveira, TIMM, Ursula Tatiana. Utilizando
Curiosidades e jogos matemáticos em sala de aula. Educação Matemática em
Revista, Osório, n.2, p.21-26, nov. 2000.
HOFFMANN, Jussara Maria Lech. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva
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JUSBRASIL. Art. 1 da Lei do Estágio - Lei 11788/08. Disponível em:
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MENDES, Iran Abreu. Matemática e investigação em sala de aula: tecendo redes
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SAITO, Fumikazu. História Da Matemática E Suas Construções Contextuais. São
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