A matemática se desenvolveu, principalmente, a partir das necessidades do ser humano com relação a situações com que sempre se deparou no dia a dia.
Por dentro da história da matemática
A palavra matemática vem da palavra grega matemathike e significa “aquilo que se pode aprender”. De modo geral, ela é considerada uma linguagem, um instrumento e uma atividade. Além disso, a sistematização do conhecimento que atualmente chamamos de matemático se iniciou com a necessidade de definir a matemática como uma ciência. A busca de fundamentos para estruturar a Matemática com o rigor de uma Ciência iniciou-se com os gregos, mais especificamente com Platão, que tinha os objetos matemáticos como ideais e concebia que estes eram acessíveis à mente humana apenas pelo conhecimento. Para ele, os objetos matemáticos eram repletos de perfeição e verdade. O homem deveria esforçar- se para conhecê-los e, conhecendo-os, evoluir. (MONDINI, 2009, p. 21) Aristóteles, entretanto, pensava o contrário. Para ele, o homem não descobriu a matemática, ele a construiu. O filósofo acreditava que a existência da matemática dependia do homem, e podia ser acessada por meio dos conhecimentos e sentidos A matemática não é uma ciência, propriamente, mas, sim, uma linguagem. Seus objetos de estudo não são reais, concretos, palpáveis, mas são abstratos, padrões estabelecidos pela mente humana que permeiam todas as ciências. Em certo sentido, portanto, a matemática pode ser vista 11 como uma forma de falar sobre esses objetos abstratos de maneira clara, para podermos entendê-los, desenvolvê-los e utilizá-los melhor.
Por dentro da história da matemática
A palavra matemática vem da palavra grega matemathike e significa “aquilo que se pode aprender”. De modo geral, ela é considerada uma linguagem, um instrumento e uma atividade. Além disso, a sistematização do conhecimento que atualmente chamamos de matemático se iniciou com a necessidade de definir a matemática como uma ciência. A busca de fundamentos para estruturar a Matemática com o rigor de uma Ciência iniciou-se com os gregos, mais especificamente com Platão, que tinha os objetos matemáticos como ideais e concebia que estes eram acessíveis à mente humana apenas pelo conhecimento. Para ele, os objetos matemáticos eram repletos de perfeição e verdade. O homem deveria esforçar- se para conhecê-los e, conhecendo-os, evoluir. Aristóteles, entretanto, pensava o contrário. Para ele, o homem não descobriu a matemática, ele a construiu. O filósofo acreditava que a existência da matemática dependia do homem, e podia ser acessada por meio dos conhecimentos e sentidos. No entanto, a matemática sofreu reestruturações e evoluções ao longo do tempo e ainda está em construção, o que nos permite chamá-la de ciência, já que o National Research Council (NRC) – Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos – define que ciência é tanto um processo quanto um produto. Ou seja, compreende tanto o conhecimento sobre determinado assunto quanto o processo a partir do qual esse conhecimento constrói-se, amplia-se e refina-se (NRC, 2007). Além disso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) se refere à matemática “[...] como uma ciência hipotético-dedutiva, porque suas demonstrações se apoiam sobre um sistema de axiomas e postulados, é de fundamental importância também considerar o papel heurístico das experimentações na aprendizagem da Matemática” (BRASIL, 2017). É necessário dizer que considerar o papel heurístico significa utilizar a matemática para descobrir e/ou investigar fatos, permitindo, inclusive, que o aluno aprenda por ele mesmo. Assim, sendo a matemática uma ciência e um componente curricular presente em todas as escolas, devemos pensar em qual é o seu objeto de estudo. Teoricamente, podemos dizer que essa ciência estuda os objetos abstratos, como números, figuras, equações etc. Mas nesse momento devemos nos ater ao objeto de estudo da matemática enquanto componente curricular da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, ou seja, aos processos de ensino-aprendizagem que envolvem as seguintes unidades temáticas: números, álgebra, geometria, grandezas e medidas e probabilidade e estatística. Com base nos recentes documentos curriculares brasileiros, a BNCC leva em conta que os diferentes campos que compõem a Matemática reúnem um conjunto de ideias fundamentais que produzem articulações entre eles: 12 equivalência, ordem, proporcionalidade, interdependência, representação, variação e aproximação. Essas ideias fundamentais são importantes para o desenvolvimento do pensamento matemático dos alunos e devem se converter, na escola, em objetos de conhecimento. (BRASIL, 2017, p. 266) Tais ideias são consideradas fundamentais porque serão necessárias para a construção do conhecimento matemático dos alunos, já que, para compreender os conteúdos dos anos finais do ensino fundamental, bem como do ensino médio e até mesmo do ensino superior, é preciso ter domínio dessas ideias, ou seja, compreender seus conceitos e como eles se aplicam. Portanto, os objetos de estudo da matemática são considerados não manipuláveis, mas o processo de ensino-aprendizagem da matemática consiste em relacionar objetos e situações concretas que podem “dar vida” às entidades matemáticas. Assim, a história da matemática permite que os alunos percebam que os conhecimentos matemáticos não estão prontos e acabados e que eles foram extremamente necessários ao desenvolvimento científico, tecnológico e econômico.
A educação matemática no Brasil
A educação matemática foi reconhecida como área da educação no final do século XIX e início do século XX. O ensino da matemática tem seu primeiro registro na Grécia Antiga, onde foi entendida como um conhecimento fundamental para formar governantes e filósofos. Com Platão, houve a instituição da matemática como disciplina e, como forma de ensinar as crianças Antes ainda da Primeira Guerra Mundial, no fim do século XIX, algumas pessoas e, entre elas, o professor Otto de Alencar e Silva (1874-1912), empenhavam-se em levar o Brasil aos patamares mais avançados da produção matemática mundial. O período coincide com o início do processo de industrialização no Brasil, surgindo, assim, a necessidade de uma educação para atender ao mercado, formando mão de obra especializada, o que resultou na necessidade da demanda do ensino da matemática Nessa época, a Universidade de São Paulo (USP) foi fundada e foi responsável por influenciar o surgimento de muitas outras universidades no país. Nela encontramos o primeiro curso direcionado à formação de professores 24 de matemática
Orientações nacionais para o ensino de matemática
Portanto, a seleção dos conteúdos matemáticos para os anos iniciais do ensino fundamental foi planejada de modo a considerar não somente 36 conceitos, mas também atitudes e valores que possam contribuir para um processo de ensino e de aprendizagem significativo (BRASIL, 1997). Ainda, a BNCC define cinco unidades temáticas para o ensino de matemática, conforme apresentado no quadro a seguir. Uma constatação importante a ser feita é que na BNCC os conceitos de probabilidade e estatística receberam destaque, noções de álgebra devem ser apresentadas já no primeiro ciclo do ensino fundamental e enfatiza-se a necessidade de trabalhar a matemática financeira. Além disso, com relação à educação financeira, o professor sempre deve explorar os diversos problemas que tratam do sistema monetário nos livros didáticos e levar os alunos a refletir sobre situações que abordem esses problemas, como economizar dinheiro para comprar um produto à vista em vez de comprar a prazo e pagar juros, entre outros. Dessa forma, entende-se que para um processo de ensino- aprendizagem eficaz é preciso que os alunos construam reflexões a respeito dos conteúdos estudados. Portanto, não deve haver apenas repetições de procedimentos e disseminação de informações por meio dos conteúdos, ou seja, o ensino não pode se basear na exposição de conteúdos, mas, sim, colocar o aluno como “protagonista de sua própria aprendizagem” (BRASIL, 1997, p. 40). Como proposta fundamental, a BNCC destaca que a prioridade da educação básica é a “formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva” (BRASIL, 2017). A BNCC está estruturada em dez competências gerais. Com base nelas, para o ensino fundamental, cada área do conhecimento apresenta competências específicas de área e de componentes curriculares. Esses elementos são articulados de modo a se constituírem em unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades. Para que a aprendizagem significativa seja capaz de ser alcançada, a BNCC defende que algumas tendências de ensino e de aprendizagem matemática podem ser de grande utilidade, como a resolução de problemas, a modelagem matemática, além de jogos, tecnologias da informação e história da matemática. “Esses processos de aprendizagem são potencialmente ricos para o desenvolvimento de competências fundamentais para o letramento matemático: raciocínio, representação, comunicação e argumentação” (BRASIL, 2015, p. 222). Portanto, a BNCC orienta-se pelo pressuposto de que a aprendizagem em Matemática está intrinsecamente relacionada à compreensão, ou seja, à apreensão de significados dos objetos matemáticos, sem deixar de lado suas aplicações. Os significados desses objetos resultam das conexões que os alunos estabelecem entre eles e os demais componentes, entre eles e seu cotidiano e entre os diferentes temas matemáticos. As tecnologias da informação podem e devem ser utilizadas nas aulas de matemáticas, pois estão cada vez mais presentes no dia a dia dos alunos e podem propiciar uma aprendizagem eficaz por meio da praticidade de visualização, audição e criação de objetos e conhecimentos matemáticos. Tanto os PCNs como a BNCC orientam que os professores devem fazer relações dos conteúdos matemáticos com circunstâncias cotidianas dos alunos, de maneira a dar sentido e contextualizar os conceitos, buscando sempre fundamentar as práticas docentes em teorias e fundamentos curriculares a fim de propiciar uma aprendizagem de matemática mais significativa. Os conteúdos recomendados se dividem em cinco unidades temáticas: números, álgebra, geometria, grandezas e medidas e estatística e probabilidade. Cada uma dessas unidades temáticas apresenta seus objetivos de conhecimentos específicos. Esses objetos de conhecimento deverão ser retomados e aprofundados a cada ano. É importante lembrar que o processo de ensino-aprendizagem da matemática não é composto apenas de conteúdos, mas também de intenções de formação, opções metodológicas, postura dos docentes, interação professor-aluno e de todas as questões em que esse processo está inserido.
O processo de ensino-aprendizagem sobre números e álgebra
Outro viés importante da BNCC é a formação dos alunos a partir de competências e habilidades. Na educação infantil, essa formação se estrutura a partir de diferentes campos de experiências, enquanto no ensino fundamental, em particular no componente curricular de matemática, há uma estruturação por unidades temáticas.
Competências gerais e específicas para o ensino de matemática
As duas primeiras etapas da educação básica são a educação infantil, que trabalha com crianças entre 0 e 5 anos e 11 meses de idade, e os anos iniciais do ensino fundamental, que trabalha com crianças entre 6 e 10 anos e 11 meses de idade. Nessas etapas de ensino, o foco é desenvolver a autonomia, a identidade e o conhecimento de mundo das crianças a partir, entre outras coisas, da experimentação e da interação socioemocional. Além disso, nesses primeiros anos escolares, a criança desenvolverá a linguagem, a comunicação, o aprendizado e a socialização. Tal desenvolvimento dos alunos está pautado na assimilação de dez competências gerais da educação básica e também na assimilação de competências específicas dos diferentes componentes curriculares, incluindo o de matemática. Essas competências têm como objetivo nortear o processo de ensino-aprendizagem no contexto educacional, mas também ir além, permitindo que o aluno desenvolva o pensamento crítico e exerça, com plenitude, o seu papel de cidadão.