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ENSINO DE
MATEMÁTICA
A Base Nacional
Comum Curricular
e o ensino de
matemática
Milena Wollmann da Silva
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Toda legislação ou norma é produto de uma sociedade e um momento histórico
e, ao mesmo tempo, influencia a concepção de uma sociedade, de um governo
e de gerações sobre o que é educação e o papel da escola. Assim ocorre com a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Neste capítulo, você vai acompanhar o histórico de formação da BNCC e sua estru-
tura. Vai ver como essa estrutura prevê e articula a relação ensino-aprendizagem e a
formação de um currículo escolar em geral e de matemática. Em seguida, vai conhecer
as diretrizes da BNCC para a educação matemática do currículo em ação e seus desafios
nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. Por fim, você vai conferir
como estruturar e organizar um currículo de matemática à luz dessa normativa.
2 A Base Nacional Comum Curricular e o ensino de matemática
Ensino médio
A BNCC do ensino médio, em relação ao componente matemática, prevê a
ampliação e o aprofundamento das habilidades e competências adquiridas no
ensino fundamental, além de “[…] possibilitar que os estudantes construam
uma visão mais integrada da matemática, ainda na perspectiva de amplia-
ção de sua aplicação à realidade” (BRASIL, 2018, p. 527). Considerando o já
desenvolvido no ensino fundamental, a BNCC afirma:
Aprender a ser implica o aluno ser competente para exercer, de forma responsável
e crítica, a autonomia, a cooperação, a criatividade e a liberdade, por meio do
conhecimento de si mesmo, da sociedade e da natureza em que vive. Que tenha
valores, princípios, ética para viver bem consigo mesmo. Somente quando o aluno
se desenvolver de forma pessoal e social, estando de bem consigo mesmo, ele
conseguirá contribuir para a construção de uma sociedade democrática e solidária.
volvimento da sociedade. Porém, faz-se necessário que o aluno esteja aberto para
aprender a aprender, já que os conhecimentos estão evoluindo constantemente.
[…]
As competências não têm uma ordem preestabelecida. Elas formam um todo conec-
tado, de modo que o desenvolvimento de uma requer, em determinadas situações,
a mobilização de outras. Cabe observar que essas competências consideram que,
além da cognição, os estudantes devem desenvolver atitudes de autoestima, de
perseverança na busca de soluções e de respeito ao trabalho e às opiniões dos
colegas, mantendo predisposição para realizar ações em grupo.
Por sua vez, embora cada habilidade esteja associada a determinada competência,
isso não significa que ela não contribua para o desenvolvimento de outras. Ainda
que matemática, tal como Língua Portuguesa, deva ser oferecida nos três anos do
ensino médio (Lei nº 13.415/2017), as habilidades são apresentadas sem indicação
de seriação. Essa decisão permite flexibilizar a definição anual dos currículos e
propostas pedagógicas de cada escola (BRASIL, 2018, p. 530).
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