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RESUMO:

Valle Introduz o assunto a respeito da Teoria Política, ressaltando para a primazia de Platão no
assunto. O autor traz presente a imagem simbólica do mito da caverna para evidenciar a força que
afirma a essência da política, onde a luz da filosofia se estende sobre as condições da realidade do
homem aprisionado na caverna, que seria o mundo da doxa (opinião). O professor aponta que essa
convicção é o que abarca a ação do filósofo-político, que diferente do sofista não oferece a verdade
discursivamente, mas sim, se esforça para que as forças que aprisionam o homem sejam dissipadas,
promovendo as condições para sua liberdade, tendo em vista o Bem como objetivo do fazer político.

O professor, no tópico um, aborda o contexto social e filosófico do período Clássico. Expõ a
aproximação entre os âmbitos do fazer político e das exigências éticas, como fundamental na
formação (Paidéia) platônica. O autor ainda ressalta para a atividade política a serviço da efetivação
da justiça, que é horizonte do pensamento antigo, tendo como meio a filosofia. Valle aborda a
denúncia da atividade dos sofistas pelo personagem Sócrates como fundamento da política de
Platão, que visa reconstruir as referências para a atividade política partindo de uma "Forma" que
explique todos os eventos e processos.

Na sequência, no tópico 2, o autor discorre sobre o personagem Sócrates e seu método da


maiêutica. O autor, aborda a respeito do sistema vigente na época grega onde se impera o
individualismo, o parecer justo ao invés do ser justo, que impedia o essencial para o governo e a vida
na Pólis. Cita o diálogo "Górgias", onde Sócrates manifesta ser o único que detém a prática da arte
da política que seria a "cura das almas", a arte política por excelência. O autor destaca que no
pensamento platônico, remetendo ao diálogo " A República", a atividade política é tarefa reservada
ao político transformado em filósofo, este é que poder-se-ia conferir a Cidade Ideal, fundada na
Justiça e no Bem.

Valle, no tópico 3, aborda sobre como Platão concebe a estrutura hierárquica do Estado. Num
primeiro momento o autor apresenta a concepção platônica que justifica a existência do Estado
como necessário devido as necessidades da sociedade, onde cada indivíduo não é suficiente por si
mesmo. Sendo assim, o professor expõe que, na visão platônica, o asseguramento funcional da
cidade seria a divisão de tarefas por especialidades segundo a natureza de cada um, sendo a classe
dominante a do filósofo, pois são libertos das sombras, e contemplam o conhecimento Verdadeiro.
Frente ao exposto, Valle ainda nos ressalta para a importância da produção filosófica-política de
Platão para o mundo Ocidental posterior.

O autor, no tópico 4, afirma que o símbolo da figura do Rei-filósofo é o que manifesta a vontade de
um Estado justo. Busca caracterizar a justiça no Estado partindo da análise da constituição ideal da
pólis, que se estrutura em divisões por funções segundo a natureza específica de cada um. O autor
trata da meta do "Rei-filósofo" que seria o bem-estar, liberdade, sabedoria e a felicidade dos
cidadãos, livrando-os da pobreza e da servidão, tendo como primazia o bom funcionamento da
cidade. Valle aborda a relação traçada por Platão das funcionalidades especificas de cada um na
sociedade com a "hierarquia" dos metais ( ouro, prata e ferro/ bronze)

No tópico 5, Valle apresenta a problemática da definição do Bem, sendo indefinível por si mesmo,
pois é dotado de caráter metafísico, sendo só contemplado numa perspectiva de conjunto com
outras virtudes da pólis. Ressalta para o caráter simbiótico entre Bem e Justiça, que abarcam as
outras virtudes realizadas dentro de uma perspectiva teleológica. O autor aponta para a superação
do senso comum, da doxa (opinião) em prol do conhecimento ( epistheme). O professor, relaciona a
metáfora do sol com a do mito da caverna, salientando o papel político do Rei-filósofo ao retornar
da luz da verdade e do Bem para as pessoas imersas nas sombras visando, a orientação da pólis.
Valle conclui afirmando que frente a perspectiva platônica, é impossível pensar a filosofia sem
política, e não pode haver política eficiente sem a atividade filosófica.

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