Você está na página 1de 2

Faculdade De Letras E Ciências Sociais

Departamento de Arqueologia e Antropologia

Antropologia da Saúde e Doença

Docente: Carla Braga e Esmeralda Mariano

Discente: Inocêncio Pascoal Eugénio Paulo Chovela

4° Ano/ 1° semestre

Ficha de leitura

Referência bibliográfica

Helman, Cecil. 2007. Cultura, Saude e Doenca. Porto Alegre: Artimed, pp. 19-21.

O texto de Helman (2007) tem por objectivo principal refletir sobre o modelo
explanatório para ilustrar como a doença é padronizada, interpretada e tratada. O autor
diz que o modelo explanatório são noções sobre um episódio de doença e seu tratamento
é empregue por todos aqueles engajados no processo clinico. Estes modelos são usados
tanto pelos pacientes assim como pelos profissionais de saúde e oferecem explicações
sobre doença e tratamento para orientar as escolhas entre as terapias e os terapeutas
disponíveis para projectar significados pessoais e sociais sobre a experiencia da doença
como a causa, o modo de início, a manifestação, a natureza e a gravidade e os meios de
tratamento.

O autor explica que estes modelos organizam-se em resposta a um episódio particular


de doença e que são diferentes das crenças gerais sobre a doença mantidas pela
Página 1 de 2
sociedade, no entanto os modelos explanatórios são usados pelos indivíduos para
explicar, organizar e manejar os episódios particulares de redução de bem-estar cujos
leigos tendem a ser idiossincráticos e mutáveis e fortemente influenciados pela
personalidade e por factores culturais que parcialmente são conscientes e inconscientes,
caracterizados por imprecisão, multiplicidade de sentidos, alterações frequentes, falta de
limites definidos entre ideias e a experiencia. Não só, outra forma de ver os modelos
leigos relacionados a problemas de saúde é examinar os tipos de questões que as
pessoas fazem a si mesmas quando se percebem doentes. No entanto, essas questões
antes que possam ser feitas ou respondidas, os pacientes devem ver seus sintomas ou
sinais.

No que diz respeito ao contexto, o autor diz que o modelo explanatório é um reflexo de
como naquele momento particular no tempo, as pessoas explicam o que lhes aconteceu
e como deveriam lidar com isso. No entanto os modelos explanatórios só podem ser
completamente compreendidos por meio de estudo do contexto específico em que são
empregados, pois as explicações para o mesmo evento de doença podem variar de
acordo com o momento e o local em que são dadas. As pessoas doentes podem dar
diferentes explicações sobre a sua doença a si mesmas, sua família e seu médico que
também podem compreender de forma diferente. O autor diz que o expoente máximo do
modelo explanatório inclui a organização social, económica e ideológica da sociedade
que também influenciara o tipo de tratamento pelo qual os pacientes podem pagar e
principalmente em que sector vai ocorrer (informal, popular ou profissional).

O autor diz que as doenças populares podem ser consideradas métodos explanatórios
compartilhadas por um grupo de pessoas, descritas pelos antropólogos em todo o mundo
e notaram que cada uma tinha sua configuração exclusiva de sintomas, sinais e
alterações comportamentais ligadas a cultura na medida em que era uma doença única
reconhecida principalmente por membros de uma cultura particular e tratada por eles de
um modo culturalmente especifico. Estas doenças populares tende uma variedade de
significados simbólicos, morais, sociais ou psicológicos para aqueles que delas sofrem.
No exemplo do estudo de caso, o autor mostra que a doença popular é autorrotulada e
expressa uma ampla variedade de problemas físicos, psicológicos e sociais ao mesmo
tempo que estão enraizadas no ambiente estrutural em que as pessoas vivem.

Página 2 de 2

Você também pode gostar