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A Filosofia Da Religião Tomista
A Filosofia Da Religião Tomista
3.3.1. Atos internos: O que são atos internos? São aqueles atos morais
da religião, portanto ações livres e voluntárias que são intrínsecos à
natureza da alma e que permanecem na alma como em seu sujeito. Os
atos internos são os principais atos da virtude religião. Pois bem, ato
interno é um ato moral, voluntário e livre que procede da prática
interna da virtude da religião. Os atos internos da virtude moral da
religião são dois: a devoção e a oração.
3.3.2. Atos externos: O que são atos externos? São aqueles atos
morais da religião, portanto ações livres e voluntárias que são externos
à natureza da alma, mas que permanecem na alma como em seu
sujeito, mas se externam por alguma ação aparente do corpo: palavras,
gestos e sinais. Os atos externos subordinam-se aos internos. Pois bem,
ato externo é um ato moral, voluntário e livre que procede da prática
externa da virtude da religião. Os atos externos da virtude moral da
religião são em gênero
seis: adoração, sacrifício, voto, juramento, abjuração e louvor.
3.3.2.2. Ato externo pelo qual oferecemos a Deus algo dos bens
exteriores: sacrifícios, oblações,primícias e dízimos.
(c) O louvor: Ato pelo qual se invoca o nome de Deus para louvá-Lo, não
para manifestar-Lhe nossos pensamentos, mas para que nós mesmos e
aqueles que nos ouvem, sejam induzidos a reverenciar a Deus. Por isso,
o louvor oral é necessário, não por causa de Deus, mas por causam dos
que louvam, cuja afeição para Deus aumente pelo louvor [STh.II-
II,q91,a1,c]. Ora, se o louvor pela voz é necessário para estimular a
afeição humana para Deus, o canto se for assumido convenientemente,
será útil para o louvor divino. O cuidado com a melodia é fundamental,
pois com uma ou outra se pode despertar sentimentos contrários ao
louvor. Segundo a melodia que ascende os corações, o canto é favorável
para aqueles espíritos mais fracos serem incentivados à devoção
[STh.II-II,q91,a2,c]. Portanto, a devoção poderá ser estimulada se pelos
cantos espirituais signifiquem não somente o que se canta
interiormente, mas também o que as palavras sonoras dizem
externamente [STh.II-II,q91,a2,ad1]. O modo teatral do canto pode
inspirar as paixões e não excitar a devoção, pois quando se atenta mais
à melodia do que o significado das palavras cantadas, é preferível então
não ouvir, nem cantar [STh.II-II,q91,a2,ad2]. Em qualquer caso, é mais
excelso aumentar a devoção das pessoas pelo ensino da doutrina e pela
pregação do que pelo canto [STh.II-II,q91,a2,ad3]. Como nos ensina
Aristóteles [Politica, VIII, c6, 1341a 18-20], para ensinar não se deve
usar flautas nem instrumentos semelhantes, como a cítara e outras,
mas tudo que possa contribuir para os ouvintes serem bons, até porque
esses instrumentos musicais movem mais a alma para o deleite do que
para a formação da boa disposição [STh.II-II,q91,a2,ad4]. Além do mais,
o espírito quando dá mais atenção ao canto para se deleitar, mais deixa
de considerar as palavras cantadas. Mas se se canta por devoção, mais
atentamente perceberá o sentido das palavras, porque se demora mais
nelas [STh.II-II,q91,a2,ad5].
(a) O que é? A religião é virtude moral. O vício se opõe à virtude por
excesso ou por defeito. A superstição é um vício oposto por excesso à
religião, não porque apresente mais ao culto divino que a verdadeira
religião, mas porque presta culto divino ou a quem não deve ou do
modo que não deve [STh.II-II,q92,a1,c].