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ESTUDO SOBRE ZADOQUE

Filhos de Zadoque ou Filhos de Eli Qual dessa geração você deseja seguir?

Foi também congregada a seus pais toda aquela geração; e outra geração após eles se
levantou que não conhecia o Senhor, nem tampouco as obras que fizera Israel (Jz 2:10)

Amados, se existe algo que atrapalha o andamento da obra de Deus e acaba sendo
uma enorme pedra de tropeço para muitos cristãos é a dificuldade de ensino e a
comunicação entre pais e filhos. Não é de se espantar o número de filhos de crentes
que acabam se desviando do caminho, no que acarreta em perda para o Reino. Isso
ocorre porque muitas vezes os pais acabam não sabendo transmitir para geração que
sucede os grandes feitos do Senhor.

As vezes por falta de tempo , sabedoria ou mesmo negligência, alguns cristãos


esquecem aquilo que o Senhor fez por eles, e por isso acabam não conseguindo levar a
mensagem adiante. A tarefa de ensinar a geração vindoura, a de amar de Deus e segui-
lo, incucando no ser dos outros a semente de Deus não é uma tarefa das mais fáceis,
mas o próprio Deus nos mostra como fazer. No final isso fará a diferença entre uma
geração e outra. Abaixo estão algumas palavras de Deus que se executadas farão
diferença ante uma sociedade e até mesmo diante de uma igreja “morna”.

. Através da palavra de Deus, o Senhor nos mostra como fazermos uma geração
diferente:

1) Ensinar seu(s) filho(s) quem é “seu” Deus

Em Deuteronômio cap. 6 o Senhor nos dá uma palavra com promessa que diz: Ouve ,
Israel, o Senhor, “nosso Deus”, é o único Senhor. Amarás, pois o Senhor,teu deus, de
TODO teu coração, de TODA tua alma e TODA tua força. Estas palavras que hoje te
ordeno estarão no teu coração. (Dt 6:4-6). No versículo 7 diz o Senhor: Tu as inculcarás
a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao
deitar-te e ao levantar-te.
Será que muitos cristãos tem feito isso hoje? Tem ensinado seus filhos a temer a Deus?
(Dt 6:13)
2) Guardar seus mandamentos e estatutos

Será que você tem “diligentemente” guardado os mandamentos e testemunhos de


Deus? (Dt 6:17)
Este “guardado” não é “esconder” para você (como segredo) tudo aquilo que o Senhor
já fez, mas aprender a guardar em seu coração e ensinar os outros a temerem a Deus e
Sua palavra.
Quando o Senhor disse seus mandamentos Ele ressaltou: “para que temas ao Senhor
teu Deus, e guardes seus estatutos e mandamentos que hoje te ordeno, tu e teu filho,
e o filho do teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados .”
(Dt 6:2)
Na primeira passagem citada neste artigo de Juízes 2:10, vemos que os israelitas que
sucederam Josué fracassaram em passar a palavra (passada oralmente na época), por
isso pereceram. Quando desconhecemos nosso Deus, a sua palavra e seus
mandamentos, já entramos no princípio do erro. No caso deles não foi passado a
“imagem de Deus” em seus corações. E quando a imagem de Deus não é passada para
a próxima geração, outras imagens são passadas pela mente dos filhos de Deus. Esta é
uma palavra forte. O que quero dizer que devemos obedecer a Deus e lançar a
semente da palavra. Lançar a semente é ensinar a palavra aos filhos com sabedoria
Em Dt 6:1-2 o Senhor nos ordena duas vezes (Dt 6:2;3) que “guardemos” seus
estatutos e mandamentos passando de geração e geração a sua palavra. Mas por que
isso? Com que finalidade? Só o saber já não adiantaria? por que nos ordena a guardar?
Creio que quando o Senhor nos dá uma palavra, ela é completa e vem com um fim
proveitoso. Ele é o Alfa e o Ômega. O Senhor não é de “meias palavras” como nós. Sua
palavra é verdadeira e penetrante (espada). Nosso Senhor é Deus zeloso para com Seu
povo(Dt 6:15) e sabe que quando o povo saísse para possuir a terra, eles sofreriam a
influência de outros povos, que não tinham o mesmo Deus.
Quando somos crianças ainda é muito fácil seguir a influência de amigos que não
conhecem nosso Deus. E nós mesmos quando crianças se não nos foi passado a
palavra , nem ao menos sabemos quem é o Deus que nossos pais serviram. Muitos pais
esquecem e omitem o testemunho de suas vidas, suas vitórias e como fizeram isso,
orando e com a ajuda do Senhor. E quantos seminários de criação de filhos já
participaram, mas tudo isso foi em vão. Isso porque nossos filhos (a geração que nos
sucede) acabam passando mais tempo com ímpios do que nós mesmos. E o tempo que
temos é tão pouco para ensinar os caminhos de Deus que a semente é sufocada. O
pior que vemos a influência em nossos filhos e não fazemos nada.
Não falo isso com intuito de proibir a convivência com pessoas de outras crenças, nada
disso, ou mesmo que os filhos fiquem só com seus pais, irmãos e amigos da igreja, pois
isso acaba levando à religiosidade, mas que os novos crentes saibam quem é o seu
Deus e passam a “exercer” influência sobre outros da mesma geração. Uma geração
que negligencia o ensino do temor a Deus a seus filhos tem como resultado pessoas
influenciadas pelas contaminações desde mundo, mas uma geração que inculca e
influencia a temerem ao Senhor acabam sendo os novos líderes desta geração,
respeitadas até pelo próprio Deus.
As Escrituras dizem que tudo que plantarmos iremos semear (Gl 6:7b).
Existe um fruto para tudo que fizermos no Reino de Deus e a consequência será o tipo
de fruto, abaixo vão alguns exemplos:
3) Frutos da desobediência

Filhos de Eli – Filhos da negligência e infidelidade

No exemplo de negligência na criação de filhos e de gerações influenciadas podemos


citar os Filhos de Eli. Eli era sacerdote e um dos últimos juízes que gorvenara Israel. Eli,
bem como, muitos profetas de Deus hoje viviam em comunhão com Deus, porém não
conseguiram passar o temor a Deus. A palavra diz que apesar de serem “sacerdotes”,
não conheciam ao Senhor(I Sm 2:12) e eram filhos de Belial.
Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque vive pecando desde o
príncipio(I Jo 3:8).
Nisto são manifestos os filhos de Deus e os Filhos do Diabo: Todo aquele que não
pratica a justiça, nem aquele que ama seu irmão”. (IJo 3:10).
Os Filhos de Eli (Geração de Eli) eram sacerdotes que usavam em benefício próprio a
oferta destinada ao Senhor (I Sm 2:13). Infelizmente ainda hoje “alguns sacerdotes”,
ministros incubidos de levar a palavra acabam usurpando da oferta de Deus, ao invés
de servirem ao Senhor, servem a si mesmos, quer com atitudes ou com palavras(2 Pe
2:13-14;Jr 23:31). Outro pecado dos filhos de Eli era que se deitavam com as mulheres
que serviam à porta da tenda da congregação( I Sm 2:22). Nota-se que faltou aos filhos
de Eli, temor a Deus. Eles achavam que Deus aceitaria suas transgressões e nada seria
feito, nenhuma punição teriam. Talvez achassem que pelo fato de carregarem a arca
poderiam estar isentos da disciplina de Deus.
Eles não desconheciam a Glória de Deus, bem como o seu poder. Não é pelo fato de
estarmos incumbidos de algo para Deus que estamos livres da disciplina Dele. Os Filhos
de Eli levaram a Arca da Aliança para guerra como se ela pudesse dar a vitória. Isso me
fez lembrar o tempo que achava que a cruz que carregava no peito em uma corrente
poderia me “proteger” do mal.
Quando não conhecemos nosso Deus, colocamos nossa fé em amuletos e simbologia
diversas. Devemos entender que a Glória de Deus só se manifestará quando
estivermos limpos perante ao Senhor. Não fará diferença ter uma cruz por fora, se não
tivermos dentro de nós o Espírito Santo daquele que estava na cruz, Jesus. Não adianta
ter “título” de “sacerdote”, mas viver uma forma que desagrada a Deus.
Os Filhos de Eli tiveram como fim a morte. O salário do pecado é a morte (Rm 6:23). Os
Filhos de Eli não deram ouvidos ao seu pai (I Sm 2:25) e a Deus (por isso o Senhor já
havia decretado o fim para eles). – Eram conhecedores da palavra de Deus, mas
preferiram viver de aparências. Infelizmente este mesmo espírito, este mesmo
sacerdócio, ministra na Igreja ainda. São as igrejas liberais na “carne”, onde as pessoas
acabam não sendo pastoreadas, onde as palavra “pecado” e “santidade” são pouco
ouvidas, como conseqüência são evitadas e praticadas.
Os Filhos de Eli são sacerdotes e profetas levianos, homens pérfidos, sacerdotes que
profanam o santuário e violaramm a lei. (Sf 3:4). Creio que a geração de Eli que ainda
hoje sobrevive em algumas igrejas dentro da IGREJA, se estes, não se arrependerem
terão o mesmo destino de Hofni e Finéias (os filhos de Eli) – a morte.
Advertência x Repreensão – Os filhos de Eli não morreram na guerra contra os
“inimigos” filisteus, mas muito antes disso, quando rejeitaram a Palavra de Deus.
Quando rejeitaram a advertência de seu pai Eli, mas quando acima de tudo não
aceitaram a repreensão de Deus.
O caminho para a vida é de quem guarda o ensino, mas o que abandona a repreensão
anda errado. (Pv 10:7)
Melhor a repreensão franca do que o amor encoberto (Pv 27:5) Quem ama a
disciplina, ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido. (Pv
12:1).
Existe uma diferença entre advertência e repreensão. Um dos erros de Eli era nunca
ter repreendido e disciplinado seus filhos. Eli apenas advertia quanto a seus maus
caminhos. Muitos pais hoje não sabem disciplinar seus filhos. O amor e a disciplina
devem estar juntos, pois não pode haver um e faltar outro. Disciplinar é corrigir com
sabedoria e não apenas dar uma punição de ódio.
A palavra de Deus fala que o Senhor disciplina a quem ama (Hb 12:5;Pv 3:11-12), pois o
filho sábio ouve a correção do pai, mas o escarnecedor não houve a repreensão. É
importante disciplinar para que nossos filhos não venham a morrer.(Pv 23:13).
Conheci alguns homens de Deus que buscavam ao Senhor, mas como Eli, acabam se
vendo envergonhadas pelas atitudes de seus filhos. Outros pela falta de sabedoria
colocavam seus filhos em posição de ministérios, sem que estes tivessem o menor
conhecimento de Deus e da sua palavra para ocupar o tempo dos filhos. Como se
“ministério” fosse brinquedo. Tudo isso por uma falta de ensino e disciplina dos pais. A
conseqüência era que quem perecia era a igreja. Quantos se desviaram dp caminho
por ver um líder despreparado, que só era líder por ser filho de ministro.
Quando falo de filhos de sacerdotes (ministros) exercendo ministério não generalizo,
pois se o ensino for conforme o que Deus deseja e os pais exercerem influência e os
pais exercem influência sobre seus filhos, ensinado a serem tementes a Deus, sem
sufoca-los com religiosidade e deixando suas personalidades serem moldadas por
Deus, o resultado é uma geração de justos. Uma geração de retos.
4) Frutos da obediência

Filhos de Zadoque – Filhos da justiça , obediência e da fidelidade

Zadoque era “filho” de Aitube* (*descendente de Eli). Assim como Eli, Zadoque era
sacerdote. Viveu nos tempos da velhice de Davi e quando Salomão foi constituído por
rei. Aliás foi Zadoque que ungiu Salomão(I Reis 1:39). Era juntamente com Abiatar,
sacerdote, porém permaneceu mais fiel que Abiatar, pois este conspirou contra
Salomão apoiando Adonias. (I reis 1:7). Com isso Salomão expulsou Abiatar do
sacerdócio e deu toda autoridade a Zadoque (I Rs 2:26-27; 35), dos *filhos de Zadoque
um se chamava Azarias, sendo um dos oficiais do reino de Salomão(I Rs 4:2). Outro se
chamava Aimaás (II Sm 15:27;36) que era mensageiro do rei Davi(II Sm 17:17;II Sm
18:19). Aimaás foi um dos primeiros mensageiros do rei Davi a declarar a vitória sobre
Absalão, porém foi sábio ao não contar ao rei Davi a morte de seu filho na batalha.
Outro era um levita que se chamava Mesulão (Ne 11:11;I Cr 9:11).
Por estes e muitas outras provas de fidelidade é que a geração de Zadoque (Filhos de
Zadoque) são a geração obediente e justa. Que muitas vezes corre perigo ao noticiar as
novas ao seu rei. São a semente fiel e bendita (Is 61:9). Eles entrarão no santuário de
Deus, estarão diante do Senhor e o servirão. (Ez 44:15-16).O nome Zadoque significa
em hebraico, a palavra reto. A geração de Zadoque é aquela que ama a retidão e a
justiça. Os filhos de Zadoque são a verdadeira linhagem sacerdotal cuja herança será o
Senhor.(Ez 44:28).
O Senhor será sua luz perpétua e Deus será Sua glória (Is 60:19;Ap 21:22-23). Todos
serão justos, para sempre herdarão a terra,serão renovos plantados pelo Senhor, obra
de suas mãos(Is 60:21) e por serem justos serão chamados “carvalhos de justiça” (Is
61:3). O manto da justiça estará nos ombros dessa geração. (Is 62:10). A descendência
de Zadoque serão os novos juízes desta terra.
Eles julgarão os pleitos e contendas (Ez 44:24). Ao povo ensinarão a distinguir entre o
que é santo e o que é profano, entre o imundo e o limpo. (Ez 44:23). Embora juízes
carregaram um outro manto, o manto da humildade, pois serão modestos e humildes
(Sf 3:12). Serão juízes de uma nova dispensação, não conforme a antiga, segundo a
Lei , mas pela nova, A Graça.
A geração Zadoque oferecerão novos sacrifícios, agora espirituais, agradáveis a Deus
por Jesus (I Pe 2:5), sacrifícios de louvor e gratidão (Sl 54:6;Hb 13:15). Esta geração
eleita, este sacerdócio real não julgará conforme a Lei, mas conforme a Graça.
Os sacrifícios agora são espirituais já que o maior sacrifício foi feito pelo Sumo
sacerdote e Cordeiro (Jesus), sendo Ele o próprio sacrifício. Esta geração de justos
estarão obedecendo sem restrições ao Senhor e NÃO farão concessões segundo a
vontade humana. Não buscarão seus próprios interesses, mas as do Senhor.
Serão a geração da última hora, uma geração de inconformados com este mundo, que
não se corrompem facilmente, nem são levados por qualquer vento de doutrina. Não
se ofenderão por serem chamados de “loucos ou fanáticos” pela causa de Cristo (I Cor
4:10).
A glória desta última casa (geração) será maior que a primeira. (Ag 2:9), porque farão
muitos voltarem ao “primeiro amor”, como nos tempos apostólicos. O
reconhecimento deles virão de Deus e não de homens, por isso terão o manto da
humildade para que ninguém se vanglorie na presença de Deus (ICor 1:29).
Serão também conhecidos pelos anjos ministradores(Hb 1:14 ) que ajudarão esta
geração a crescer (como foi com Paulo) e qual caminho deverão seguir (At 27:24).
Também serão reconhecidos e temidos pelo demônios, que não se cansarão em tentá-
los, porém sobre esta geração virão seus feitos frustrados e jamais serão
envergonhados (como os filhos de Ceva – At 19:13-15), pois muitos saberão que o
Senhor está no meio deles.(Joel 2:27).
E por “cumprirem” TUDO aquilo que o Senhor havia dito eles se achegarão a mesa do
Senhor, para servirem a Ele. (Ez 44:16). O melhor de todos os primeiros frutos de toda
espécie e toda oferta serão deles. (Ez 44:30) .
Morarão no santuário reservado pelo próprio Deus por moradia a eles, um lugar
especial
reservado pro Deus (Ez 45:4;48:10-12).
Tudo isso será para os sacerdotes santificados, para os filhos de Zadoque, que
cumpriram o seu dever e não andaram errados (Ez 48:11)
Então qual dessa geração você deseja seguir como exemplo? Qual delas você se
identificou, qual delas mais parece com você? Qual delas reflete o que você vive hoje?
Se você reflete a geração Eli, ainda há tempo de mudança. O Senhor diz em Ezequiel
33:11: Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do
perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos,
convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois porque haveis de morrer, ó casa de
Israel? (Ez 33:11)
Mas eu vos julgarei,cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel. (Ez 33:20)
Não perca tempo, coloque seu nome na lista dessa geração vencedora (aliste-se,
mesmo). Entre na geração dos justos. Isso dependerá de você, meu amigo.

Em salmos 112 o salmista diz: Aleluia, bem aventurado(próspero)o homem que teme
ao Senhor e se compraz nos seus mandamentos. A sua descendência será poderosa na
terra. Será abençoada a Geração de Justos. Na sua casa há prosperidade(coisas
valiosas) e riquezas e sua justiça permanece para sempre.
A Herança dos Santificados – por Luciano Subirá

No ano de 2008, começamos em Curitiba, Paraná, um evento anual direcionado


especificamente a pastores e líderes, com o nome “Casa de Zadoque”. O evento
nasceu e foi denominado a partir da mensagem que eu compartilharei aqui. A essência
desta mensagem é a relação entre a conquista e a consagração. Ao instruir o profeta
Ezequiel sobre um novo Templo e sobre como deveria ser feita a distribuição da
herança ao redor do lugar de adoração (o novo Templo), o Senhor deu honra e
herança especial aos que Ele mesmo chamou de “sacerdotes santificados”.
Há uma herança especial, reservada aos ministros comprometidos com Deus. Através
do profeta Ezequiel, vemos o Senhor destacando uma linhagem sacerdotal que
cumpriu o seu dever e não se extraviou – os filhos de Zadoque:

“Será para os sacerdotes santificados, para os filhos de Zadoque, que cumpriram o


seu dever e não andaram errados, quando os filhos de Israel se extraviaram, como
fizeram os levitas.”  (Ezequiel 48.11)
Tudo o que alcançamos em nosso relacionamento com Deus (e também no ministério)
está direta e proporcionalmente ligado à dimensão do nosso compromisso e entrega.
A nossa santificação determinará não apenas quão longe iremos e o quanto
conquistaremos, mas também o que conseguiremos manter e preservar depois dessas
conquistas.

Os integrantes desta linhagem sacerdotal – os filhos de Zadoque – foram destacados


por Deus como “sacerdotes santificados” (poderíamos ainda chamá-los de “ministros
comprometidos” com o Senhor). Para compreendermos esta linhagem e o seu valor
aos olhos de Deus, é preciso retroceder muito no tempo desta narrativa bíblica para
entendermos um processo que teve início com a palavra de juízo que o Senhor
pronunciou contra a casa do sumo sacerdote Eli.

A PROMESSA DE UMA CASA FIRME


As Escrituras Sagradas nos revelam alguns princípios importantíssimos com relação à
maneira como Deus Se relaciona com os Seus ministros. Ao estabelecer um ministério,
o Senhor não apenas determina o que o mesmo deve fazer e como deve agir, mas
também deixa claro que um dia haverá uma prestação de contas e uma recompensa
(boa ou não) de tudo o que ele fez.

No entanto, alguns ministérios podem ser julgados pelo Senhor, até mesmo antes da
futura prestação de contas. O apóstolo Paulo declarou a Timóteo que há um juízo
imediato e um não-imediato: “Os pecados de alguns homens são notórios e levam a
juízo, ao passo que os de outros só mais tarde se manifestam” (1 Tm 5.24). Ou seja,
alguns pecados somente serão revelados e julgados no futuro, mas outros podem ser
revelados e julgados já. Foi exatamente o que aconteceu com o sumo sacerdote Eli.

Por causa dos seus contínuos pecados contra o Senhor (bem como de seus filhos),
depois de muita expressão da longanimidade de Deus (o que me parece óbvio pelo
fato de Eli ter chegado à velhice), o Altíssimo, por meio de um profeta, declarou uma
dura palavra de juízo contra Eli:

“Veio um homem de Deus a Eli e lhe disse: Assim diz o Senhor: Não me manifestei,
na verdade, à casa de teu pai, estando os israelitas ainda no Egito, na casa de Faraó?
Eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para ser o meu sacerdote, para subir ao
meu altar, para queimar o incenso e para trazer a estola sacerdotal perante mim; e
dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel. Por que pisais
aos pés os meus sacrifícios e as minhas ofertas de manjares, que ordenei que me
fizessem na minha morada? E, tu, por que honras a teus filhos mais do que a mim,
para tu e eles vos engordardes das melhores de todas as ofertas do meu povo de
Israel? Portanto, diz o Senhor, Deus de Israel: Na verdade, dissera eu que a tua casa e
a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o
Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram, honrarei, porém os que
me desprezam serão desmerecidos. Eis que vêm dias em que cortarei o teu braço e o
braço da casa de teu pai, para que não haja mais velho nenhum em tua casa. E verás
o aperto da morada de Deus, a um tempo com o bem que fará a Israel; e jamais
haverá velho em tua casa. O homem, porém, da tua linhagem a quem eu não afastar
do meu altar será para te consumir os olhos e para te entristecer a alma; e todos os
descendentes da tua casa morrerão na flor da idade. Ser-te-á por sinal o que
sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e Finéias: ambos morrerão no mesmo dia. Então,
suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o que tenho no
coração e na mente; edificar-lhe-ei uma casa estável, e andará ele diante do meu
ungido para sempre. Será que todo aquele que restar da tua casa virá a inclinar-se
diante dele, para obter uma moeda de prata e um bocado de pão, e dirá: Rogo-te
que me admitas a algum dos cargos sacerdotais, para ter um pedaço de pão, que
coma.”  (1 Samuel 2.27-36)
Algumas coisas muito claras foram anunciadas nesta profecia:

1) Foi o Senhor que escolheu e levantou a Casa de Eli para o ministério.

2) O Senhor não Se agradou de Eli e de sua casa, que O desonraram com o pecado.

3) O Senhor decidiu julgá-los (e à sua descendência), removendo-os do ministério.

4) O Senhor prometeu levantar um sacerdote fiel e edificar-lhe uma casa estável


(outras versões bíblicas usam a expressão “casa firme”) no local de habitação desta
família.

Estas verdades devem estar no coração de todos os que foram chamados ao


ministério. O pecado atrairá juízo (e até mesmo a substituição da posição ministerial)
dos que foram chamados e levantados pelo próprio Deus!

A promessa divina de juízo e de substituição da família sacerdotal de Eli também nos


mostra algumas verdades importantíssimas com relação ao ministério:
1) Até mesmo com uma declaração anteriormente feita, que expressava que a vontade
divina era que a Casa de Eli permanecesse sempre no ministério, isto não se
concretizou pela falha do próprio sacerdote.

2) Sempre que alguém falha em cumprir o propósito divino, outro é levantado em seu
lugar (Et 4.14; At 1.20).

3) O critério principal da nova escolha de Deus é encontrar alguém que não falhe da
mesma forma que falhou o que foi substituído (1 Sm 13.14).

Como é triste saber que alguém que o Senhor escolheu para Si foi rejeitado e
substituído! Mas o juízo divino declarado contra a Casa de Eli não é algo
exclusivamente dele; o mesmo princípio é aplicado a qualquer ministério que “zombe”
de Deus, como Eli e seus filhos fizeram, pois a Escritura declara:

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso
também ceifará.”  (Gálatas 6.7)
O cumprimento da profecia feita a Eli aconteceu anos depois, envolvendo dois
sacerdotes distintos: Abiatar e Zadoque. Na pessoa de Abiatar, vemos o cumprimento
da destruição da família de Eli. Na pessoa de Zadoque, encontramos o cumprimento da
promessa a um sacerdote fiel.

Observemos primeiramente a história de Abiatar. Depois analisaremos a história de


Zadoque. O profeta Samuel ainda estava vivo quando começou a acontecer o juízo
sobre a casa de Eli:

“Respondeu o rei: Aimeleque, morrerás, tu e toda a casa de teu pai. Disse o rei aos
da guarda, que estavam com ele: Volvei e matai os sacerdotes do Senhor, porque
também estão de mãos dadas com Davi e porque souberam que fugiu e não mo
fizeram saber. Porém os servos do rei não quiseram estender as mãos contra os
sacerdotes do Senhor. Então, disse o rei a Doegue: Volve-te e arremete contra os
sacerdotes. Então, se virou Doegue, o edomita, e arremeteu contra os sacerdotes, e
matou, naquele dia, oitenta e cinco homens que vestiam estola sacerdotal de linho.
Também a Nobe, cidade destes sacerdotes, passou a fio de espada: homens, e
mulheres, e meninos, e crianças de peito, e bois, e jumentos, e ovelhas. Porém dos
filhos de Aimeleque, filho de Aitube, um só, cujo nome era Abiatar, salvou-se e fugiu
para Davi; e lhe anunciou que Saul tinha matado os sacerdotes do Senhor.”  (1
Samuel 22.16-21)
A Bíblia nos mostra que esta era a linhagem sacerdotal de Eli: “Aías, filho de Aitube,
irmão de Icabô, filho de Finéias, filho de Eli, sacerdote do Senhor em Siló, trazia a
estola sacerdotal” (1 Sm 14.3). Tanto Aías como Aimeleque eram filhos de Aitube e
bisnetos de Eli. E, dentre os sacerdotes, todos morreram (oitenta e cinco diante de
Saul somente, além dos que morreram em Nobe), com a única exceção de um
descendente de Eli, o seu tataraneto Abiatar, que escapou com vida e foi – por vários
anos – o único sobrevivente desta linhagem. Porém, quando Salomão assumiu o trono,
a sentença profética contra a Casa de Eli enfim veio a cumprir-se:
“E a Abiatar, o sacerdote, disse o rei: Vai para Anatote, para teus campos, porque és
homem digno de morte; porém não te matarei hoje, porquanto levaste a arca do
Senhor Deus diante de Davi, meu pai, e porque te afligiste com todas as aflições de
meu pai. Expulsou, pois, Salomão a Abiatar, para que não mais fosse sacerdote do
Senhor, cumprindo, assim, a palavra que o Senhor dissera sobre a casa de Eli, em
Siló.”  (1 Reis 2.26,27)
Quando Abiatar foi expulso do ministério sacerdotal, a palavra do Senhor contra a Casa
de Eli finalmente se cumpriu! Entretanto, esta palavra profética não dizia respeito
somente à remoção desta família do sacerdócio. Deus prometeu levantar um outro
sacerdote que fosse fiel e, através dele, levantar uma “Casa Firme”. Vemos o
cumprimento deste aspecto da profecia na vida de Zadoque.

É importante destacarmos que Zadoque foi sacerdote juntamente com Abiatar, mas,
diferentemente deste outro sacerdote, ele não apenas se manteve fiel durante os seus
dias de vida, mas também instruiu toda uma linhagem a manter-se fiel ao Senhor!

Ao falar de uma “Casa Firme”, o Senhor revelou o Seu desejo de ver, não apenas um
ministro, mas também toda uma linhagem, mantendo-se estáveis e firmes na devoção
e fidelidade a Ele e aos Seus mandamentos. Até mesmo na Nova Aliança, o conceito de
que os filhos dos ministros devem andar em integridade é sustentado:

“É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher…


e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o
respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja
de Deus?).”  (1 Timóteo 3.2a,4,5)
“Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes,
bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém
que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não
são acusados de dissolução, nem são insubordinados.”  (Tito 1.5,6)
A nossa resposta ao chamado ministerial não diz respeito somente a nós, ministros do
Senhor, mas também envolve toda a nossa família! Os nossos filhos e os filhos dos
nossos filhos (e toda uma linhagem) deveriam ser muito bem instruídos com relação a
como andarem em fidelidade ao Senhor. Deus não está apenas procurando pessoas
que façam bem o serviço, que executem uma tarefa com excelência! Ele espera que
apresentemos uma casa firme, estável! Que as próximas gerações, depois de nós,
possam continuar vivendo em santificação e com um compromisso com Ele! Este
talvez seja o maior desafio e a maior responsabilidade de um ministério!

ESTABELECIDOS OU REMOVIDOS DO MINISTÉRIO


Muitos ignoram (até mesmo estando no ministério) o fundamento bíblico no tocante à
forma como o Senhor age com relação aos que são estabelecidos numa posição
ministerial (ou até mesmo removidos dela). As coisas não acontecem de forma
aleatória. O Reino de Deus é constituído por princípios – que Ele mesmo estabeleceu –
e por isso não podemos ignorá-los. Há um princípio divino, revelado nas Escrituras, que
sempre está relacionado com o estabelecimento de pessoas no ministério. Trata-se da
consagração, da santificação.
Ao procurarmos entender o padrão celestial para o estabelecimento de alguém no
ministério, precisamos recorrer aos registros bíblicos dos dias de Moisés. A razão é
que, antes de Moisés, ninguém foi oficial e formalmente estabelecido por Deus no
ministério. Algumas pessoas aparecem na narrativa bíblica como sacerdotes (como
Melquisedeque e Jetro), mas não vemos ninguém sendo colocado por Deus nesta
função. A primeira consagração ao ministério aconteceu com Arão e seus filhos, e, logo
depois, toda a Tribo de Levi foi separada para as funções ministeriais (ainda que não
fossem todos sacerdotes). Mas há uma pergunta importante que deveríamos fazer ao
falarmos sobre os padrões de Deus para se estabelecer alguém no ministério: “Por que
a Tribo de Levi foi escolhida?” O plano de Deus inicialmente não envolvia apenas uma
tribo. Ele desejava uma nação sacerdotal:

“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança,


então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a
terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras
que falarás aos filhos de Israel.”  (Êxodo 19.5,6)
O plano divino era um reino (e não só uma tribo) de sacerdotes! Era uma nação santa!
A palavra hebraica traduzida como “santa” é “kadosh”, e significa não apenas “algo
sagrado”, mas também tem a ideia de “separado”. O conceito de “separado” não era
simplesmente o conceito de se manter distância dos outros povos, pois o plano divino
envolvia o fato de que as nações seriam abençoadas e alcançadas através do povo de
Israel (Gn 18.18). Ser “separado”, além de “não contaminar-se com os pecados e
práticas dos demais povos”, também significava a necessidade de “ser um
instrumento, um canal de Deus para se tocar os demais povos e culturas”!

Entretanto, num momento específico, a Tribo de Levi foi separada para ser uma tribo
sacerdotal, ao invés de toda uma nação de sacerdotes. O que aconteceu para
determinar esta escolha? O próprio Moisés responde, falando sobre algo que ocorreu
entre as suas duas subidas ao Monte Sinai:

“Por esse mesmo tempo, o Senhor separou a tribo de Levi para levar a arca da
Aliança do Senhor, para estar diante do Senhor, para o servir e para abençoar em seu
nome até ao dia de hoje. Pelo que Levi não tem parte nem herança com seus irmãos;
o Senhor é a sua herança, como o Senhor, teu Deus, lhe tem prometido. Permaneci
no monte, como da primeira vez, quarenta dias e quarenta noites; o Senhor me
ouviu ainda por esta vez; não quis o Senhor destruir-te.” (Deuteronômio 10.8-10)
Ele fala que “por esse mesmo tempo” (e não antes) a Tribo de Levi foi separada. O que
aconteceu para determinar esta escolha? O versículo 10 revela quando isto foi
determinado: antes da segunda vez que Moisés subiu ao Monte Sinai!

Quando Moisés desceu do Monte Sinai com as Tábuas de Pedra contendo os Dez
Mandamentos, ele descobriu que o povo de Israel, liderado por Arão, havia feito um
bezerro de ouro e havia se apartado do Senhor. O povo estava desenfreado (não podia
ser contido). Então foi tomada uma enérgica medida de juízo:
“Vendo Moisés que o povo estava desenfreado, pois Arão o deixara à solta para
vergonha no meio dos seus inimigos, pôs-se em pé à entrada do arraial e disse:
Quem é do Senhor venha até mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi,
aos quais disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Cada um cinja a espada sobre o
lado, passai e tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu
irmão, cada um, a seu amigo, e cada um, a seu vizinho. E fizeram os filhos de Levi
segundo a palavra de Moisés; e caíram do povo, naquele dia, uns três mil homens.”
(Êxodo 32.25-28)
No momento em que Moisés declara “Quem é do Senhor venha até mim”, os únicos
que responderam foram os integrantes da Tribo de Levi: “Então, se ajuntaram a ele
todos os filhos de Levi.” E, naquele mesmo instante, eles se moveram no zelo de
santidade e executaram juízo contra os seus irmãos. A escolha divina pelos que serão
ministros do Altíssimo sempre está associada à consagração e à santificação. Por isso,
se um ministro comprometer esses valores, ele terá comprometido a essência do seu
chamado!

Assim como vemos na profecia contra Eli e na separação da Tribo de Levi, também
vemos este mesmo critério de escolha (ou de rejeição) com relação aos reis de Israel.
Este é o caso de Saul:

“Então, disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente em não guardar o


mandamento que o Senhor, teu Deus, te ordenou; pois teria, agora, o Senhor
confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Já agora não subsistirá o teu reino.
O Senhor buscou para si um homem que lhe agrada e já lhe ordenou que seja
príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou.”  (1
Samuel 13.13)
Eu sempre achei que Saul havia sido levantado “temporariamente”, até que Davi, o
escolhido de Deus, aparecesse no cenário. Mas isso não é verdade! Saul teve chances
reais de não somente permanecer no trono, mas também, como disse o profeta
Samuel, de ter o seu reino sobre Israel confirmado para sempre! Isso não significa que
ele seria imortal, mas que a sua linhagem (à semelhança da Aliança que Deus fez
posteriormente com Davi) estaria para sempre no trono – o que, a meu ver, revela a
possibilidade de que o Messias viesse da linhagem de Saul! O que este homem jogou
fora não foi apenas o trono (aliás, isso foi o que ele mais aproveitou! Ele reinou por
quarenta anos – At 13.21), mas foi também a perspectiva de ele poder estar no
desenrolar do plano divino, que envolvia algo muito maior do que ele jamais sonhara!

Vemos a repetição do mesmo caso com o rei Jeroboão. Nos dias de Roboão, filho de
Salomão, o reino se dividiu. Judá e Benjamin formaram, sob o comando de Roboão, o
Reino de Judá (ou do Sul), e as demais tribos formaram, sob o comando de Jeroboão, o
Reino de Israel (ou do Norte). Antes de o reino se dividir, uma palavra profética foi
dada a Jeroboão, dizendo que o Senhor estava rasgando dez Tribos de Israel, do Reino
de Roboão, e entregando-as a ele. E, juntamente com esta notícia, foi dito a Jeroboão
o seguinte:
“Tomar-te-ei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma; e serás rei sobre Israel.
Se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares nos meus caminhos, e fizeres o que é
reto perante mim, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez
Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a
Davi, e te darei Israel.”  (1 Reis 11.37,38)
Se Jeroboão obedecesse ao Senhor – o que sabemos que ele não fez – ele teria o
mesmo direito a uma casa estável (firme), como Deus concedeu a Davi! Nem Saul nem
Jeroboão foi levantado por Deus para falhar e ser removido! Eles tinham promessas e
possibilidades reais de prosperarem no plano divino! Contudo, as suas escolhas
(erradas) os afastaram do Senhor! Se por um lado a nossa obediência e a nossa
consagração nos estabelecem no lugar de serviço designado por Deus, por outro lado a
desobediência e a falta de consagração nos removem da posição de serviço em que
fomos estabelecidos!

Este é um padrão encontrado em toda a Bíblia! Não somente no Antigo Testamento,


mas também no Novo Testamento. No Livro do Apocalipse, o apóstolo João teve uma
visão de Sete Candeeiros de Ouro e de Sete Estrelas (Ap 1.20), sendo que os
Candeeiros simbolizam as Sete Igrejas (da Ásia) e as estrelas representam os anjos
(mensageiros) dessas Igrejas. Uma palavra que o Senhor diz, através de João, ao anjo
da Igreja (Candeeiro) de Éfeso é a seguinte:

“Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras;
e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro [igreja], caso não te
arrependas.”  (Apocalipse 2.5)
Em outras palavras, o Senhor está dizendo: “Arrependa-se, senão Eu retirarei a igreja
(o ministério) que Eu lhe confiei!” É evidente, portanto, que a falta de santidade faz
com que alguns ministros sejam removidos do seu lugar de serviço em o Senhor os
colocou. Por outro lado, vimos que Deus separou a Tribo de Levi para o ministério,
justamente por terem se posicionado em santidade, o que nos faz perceber o princípio
bíblico de que o que faz com que sejamos estabelecidos no ministério é o nosso
compromisso de santidade. Veremos isto uma vez mais no exemplo bíblico a seguir,
que revela a importância do zelo de santidade.

O ZELO DE SANTIDADE
Cada ministro do Senhor deve não apenas consagrar-se em sua vida pessoal, mas
também ser cheio de zelo pela santidade do povo de Deus. Temos a seguir a
impressionante história de Finéias, neto do sumo sacerdote Arão, o qual, devido à sua
atitude de declarar guerra e intolerância ao pecado, recebeu a aliança do sacerdócio
perpétuo (o que ressalta que não há prova mais evidente com relação ao que faz com
que sejamos estabelecidos pelo Senhor no ministério):

“Habitando Israel em Sitim, começou o povo a prostituir-se com as filhas dos


moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e
inclinou-se aos deuses delas. Juntando-se Israel a Baal-Peor, a ira do Senhor se
acendeu contra Israel. Disse o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo e
enforca-os ao Senhor ao ar livre, e a ardente ira do Senhor se retirará de Israel.
Então, Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os homens da sua tribo que
se juntaram a Baal-Peor. Eis que um homem dos filhos de Israel veio e trouxe a seus
irmãos uma midianita perante os olhos de Moisés e de toda a congregação dos filhos
de Israel, enquanto eles choravam diante da tenda da congregação. Vendo isso
Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, o sacerdote, levantou-se do meio da
congregação, e, pegando uma lança, foi após o homem israelita até ao interior da
tenda, e os atravessou, ao homem israelita e à mulher, a ambos pelo ventre; então, a
praga cessou de sobre os filhos de Israel. Os que morreram da praga foram vinte e
quatro mil.”  (Números 25.1-9)
Finéias não admitiu o insulto daquele israelita, e, sob uma ordem que já havia sido
dada pelo Senhor de se exercer juízo sobre os que encabeçavam aquela corrida ao
pecado, o sacerdote agiu, mostrando um grande zelo por Deus e pela Sua santidade no
meio do arraial de Israel. As Escrituras Sagradas nos mostram que este seu zelo de
santidade não somente fez com que a praga cessasse, mas também foi o que fez com
que o Senhor o confirmasse em sua posição ministerial (além da promessa divina sobre
a sua linhagem permanecer no sacerdócio – que é o conceito que já abordamos sobre
a “casa firme”):

“Então, disse o Senhor a Moisés: Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote,
desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois estava animado com o meu zelo
entre eles; de sorte que, no meu zelo, não consumi os filhos de Israel. Portanto, dize:
Eis que lhe dou a minha aliança de paz. E ele e a sua descendência depois dele terão
a aliança do sacerdócio perpétuo; porquanto teve zelo pelo seu Deus e fez expiação
pelos filhos de Israel.”  (Números 25.10-13)
Vamos refletir um pouco sobre esta “aliança do sacerdócio perpétuo”. Deus já havia
determinado que a linhagem de Arão exerceria o sacerdócio. Contudo, isto não
significava que qualquer homem da sua linhagem estivesse “garantido” no ministério.
Se assim fosse, o Senhor não teria falado em remover a Casa de Eli do sacerdócio. Por
outro lado, até mesmo com a linhagem de Eli sendo arrancada do ministério, outros
descendentes de Arão ainda continuariam a exercer o serviço sagrado.

Portanto, a aliança que Deus firmou com Finéias não é mera repetição da promessa e
da bênção que já havia sobre qualquer descendente de Arão. É algo mais! Eu creio que
o Altíssimo estava dizendo que, ainda que outros descendentes de Arão pudessem ser
removidos do ministério, a linhagem de Finéias seria perpetuamente estabelecida em
seu lugar de serviço. Por quê? Por causa do zelo de santidade manifestado pelo cabeça
de toda uma linhagem.

É interessante observarmos, ao falarmos da remoção da Casa de Eli do sacerdócio (por


sua infidelidade), que ele não era descendente de Finéias (filho de Eleazar). Eli, embora
descendente de Arão, era da linhagem de Itamar (1 Cr 24.3,6), e não de Eleazar. Por
outro lado, o sacerdote Zadoque era da linhagem de Finéias (filho de Eleazar), e, como
descendente deste, estava incluído na aliança do sacerdócio perpétuo:

“Estes foram os descendentes de Arão: o seu filho Eleazar, pai de Finéias, que foi o
pai de Abisua, pai de Buqui, pai de Uzi, que foi o pai de Zeraías, pai de Meraiote, pai
de Amarias, que foi o pai de Aitube, pai de Zadoque, pai de Aimaás.”  (1 Crônicas
6.50-53 – NVI)
A história se repete! Arão recebeu a promessa de ter a sua linhagem no ministério.
Depois de Arão, o seu neto Finéias se destacou e, devido ao seu zelo de santidade, ele
recebeu esta aliança do sacerdócio perpétuo. Posteriormente, surgiu Zadoque (da
linhagem de Finéias), a quem Deus fez a promessa de uma “casa firme” (uma linhagem
que não seria removida). Após o Exílio Babilônico, um dos períodos de maior apostasia
da história de Israel, os filhos de Zadoque ainda foram apontados por Deus como os
que se conservaram fiéis. Finalmente, nos últimos Livros da narrativa do Antigo
Testamento, surgiu Esdras, o sacerdote de grande destaque na reconstrução de
Jerusalém no período pós-exílio, que também era descendente de Zadoque e de
Finéias (Ed 7.1-5).

Portanto, o que nos estabelece ou nos remove da nossa função ministerial é o nosso
compromisso com Deus, é o nosso zelo de santidade (ou a falta dele)!

É MELHOR NÃO PECARMOS DO QUE SERMOS RESTAURADOS DEPOIS


Aos quinze anos de idade, eu ouvi uma história que, apesar de muito simples (eu
poderia dizer que foi uma ilustração bem infantil), me abriu os olhos para algo
muitíssimo importante. Eu estava conversando com um pastor sobre as lutas contra o
pecado que o adolescente tem que travar, e, em algum momento, eu comentei como
era confortante a ideia de que servimos a um Deus perdoador. Apesar de eu estar
falando uma verdade bíblica inquestionável, eu creio que eu deixei transparecer um
entendimento equivocado sobre como devemos nos relacionar com a questão do
pecado e sobre como podemos usufruir do perdão de Deus, pois, imediatamente,
aquele pastor passou a narrar a seguinte história:

“Havia um garoto cheio de energia, hiperativo, que a mãe mal conseguia controlar.
Depois de inúmeras tentativas frustrantes de corrigir e disciplinar o menino, a mãe
resolveu mexer em algo que se destacava como uma característica singular da criança:
o seu lado narcisista. Ela havia presenteado o filho com uma foto dele, a qual foi
ampliada e colocada como um pôster enorme em seu próprio quarto. O rapazinho
amava aquele quadro e quase adorava a si mesmo. Assim sendo, a sua mãe, decidida a
fazê-lo repensar a sua rebeldia, ameaçou-o, dizendo que, a partir daquele momento,
ela pregaria uma taxinha no pôster do menino a cada ato de desobediência dele. Num
certo dia, o menino entrou em seu quarto e surpreendeu-se por quase não conseguir
enxergar o seu próprio rosto no pôster, tamanha a quantidade de taxinhas fincadas no
quadro! O choque causado pela cena o ajudou a perceber o quanto ele vinha errando
e magoando a sua própria mãe. Sinceramente arrependido, o garoto pediu perdão por
ter falhado tanto e disse o quanto ele gostaria de agir de forma diferente, o que fez
com que a sua mãe não apenas o perdoasse, mas também removesse todas aquelas
taxinhas! Contudo, enfatizou o narrador, o quadro ficou cheio de furinhos!”

Moral da história: os nossos erros, ainda que perdoados, deixam consequências! Eu


entendi imediatamente que, apesar de saber que eu servia a um Deus que perdoa os
meus pecados, eu não podia “brincar” de pecar, para pedir perdão depois! É melhor
não pecarmos do que sermos restaurados depois, pois o perdão divino restaura a
nossa comunhão com o Senhor, mas não anula as consequências que se manifestarão
depois! A Palavra de Deus é muito clara com relação a isso! Vejamos esse princípio
revelado em três exemplos bíblicos de pessoas que pecaram e colheram as
consequências, até mesmo depois que foram perdoadas!

Primeiramente, observemos o exemplo da geração de israelitas que saiu do Egito.


Quando eles se recusaram a crer que herdariam a Terra Prometida, o Senhor Se irou
contra eles, a ponto de querer destruí-los (Nm 14.11,12). Mas Moisés intercedeu por
eles, suplicando o perdão divino, e foi ouvido em sua oração (Nm 14.13-20). Deus
perdoou o pecado deles, mas, juntamente com o perdão, o Senhor anunciou qual seria
a consequência do pecado deles (ainda que já perdoado):

“O Senhor respondeu: Eu o perdoei, conforme você pediu. No entanto, juro pela


glória do Senhor que enche toda a terra, que nenhum dos que viram a minha glória e
os sinas miraculosos que realizei no Egito e no deserto, e me puseram à prova e me
desobedeceram dez vezes – nenhum deles chegará a ver a terra que prometi com
juramento a seus antepassados. Ninguém que me tratou com desprezo a verá.”
(Números 14.20-23 – NVI)
Também encontramos nas Escrituras o exemplo de Davi, o qual, ainda que perdoado
pelo pecado cometido, ouviu do Senhor uma sentença de julgamento. Isto é evidente
na palavra profética recebida depois do pecado de adultério com Bate-Seba e do
homicídio de Urias:

“Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o que era mal perante ele?
A Urias, o heteu, feriste à espada; e a sua mulher tomaste por mulher, depois de o
matar com a espada dos filhos de Amom. Agora, pois, não se apartará a espada
jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu,
para ser tua mulher. Assim diz o Senhor: Eis que da tua própria casa suscitarei o mal
sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual
se deitará com elas, em plena luz deste sol. Porque tu o fizeste em oculto, mas eu
farei isto perante todo o Israel e perante o sol.”  (2 Samuel 12.9-14)
Ainda que Deus houvesse declarado o perdão a Davi e que ele estava livre da morte (o
que a Lei de Moisés exigia neste caso, o que, para mim, é uma “janela da graça” se
abrindo ainda no tempo da Lei), as consequências foram claramente anunciadas. O rei-
salmista foi avisado de que a espada jamais se apartaria da sua casa, e ele provou a dor
de ver um filho matando o outro. A vida de Davi (bem como de sua família) tornou-se
uma grande confusão depois deste ocorrido, e, na rebelião de Absalão, a profecia teve
o seu cumprimento final, quando as concubinas do rei Davi foram tomadas pelo seu
filho e humilhadas à vista de todo o Israel!

Todo pecado, mesmo que perdoado por Deus, deixa consequências! Sempre haverá
uma colheita das coisas que plantamos! O perdão divino remove a culpa, mas as
consequências – ainda que aplacadas pela misericórdia divina – hão de se manifestar!
Outro exemplo claro desta verdade (de que os pecados perdoados deixam
consequências) pode ser visto na vida de Paulo, o qual, antes da sua conversão,
perseguiu a Igreja de Jesus Cristo como poucos fizeram (At 8.3; 1 Co 15.9). Sabemos
que, ao encontrar-se com Jesus, Paulo foi perdoado de todos os seus pecados. No
entanto, assim que se converteu, uma das primeiras palavras proféticas que ele
recebeu do Senhor foi: “Eu lhe mostrarei o quanto importa sofrer pelo meu nome” (At
9.16).

Vale ressaltarmos que as consequências dos nossos pecados, obviamente, são


determinadas pela gravidade do que praticamos. Nem todo pecado cometido por um
ministro significará a sua remoção do seu ministério. O que o Senhor Jesus declarou ao
mensageiro da Igreja de Éfeso foi o seguinte: “Arrepende-te… se não, venho a ti e
moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2.5). A remoção do
ministério somente ocorre se não houver arrependimento. Contudo, alguns pecados
que cometemos, até mesmo depois de terem sido perdoados por Deus, podem reduzir
a nossa herança ministerial e o nível de conquistas e de bênçãos que poderíamos
desfrutar!

Vemos nas Escrituras Sagradas o exemplo de Moisés e Arão, os quais, depois de


pecarem contra o Senhor, não puderam entrar na Terra Prometida. Os dois irmãos
foram instruídos por Deus a falarem à rocha, a qual, por sua vez, jorraria água. No
entanto, ao invés de falarem à rocha, eles acabaram ferindo-a. Logo depois do
ocorrido, a sentença divina foi determinada:

“Mas o Senhor disse a Moisés e a Arão: Visto que não crestes em mim, para me
santificardes diante dos filhos de Israel, por isso, não fareis entrar este povo na terra
que lhe dei. São estas as águas de Meribá, porque os filhos de Israel contenderam
com o Senhor; e o Senhor se santificou neles.”  (Números 20.12,13)
Logo depois de o Altíssimo determinar a consequência do pecado de Moisés e Arão,
que era o fato de eles não poderem entrar em Canaã – a Terra da Promessa – Ele
também determinou que Arão fosse imediatamente “recolhido”. A morte do sumo
sacerdote foi antecipada por causa deste pecado nas águas de Meribá:

“Então, partiram de Cades; e os filhos de Israel, toda a congregação, foram ao monte


Hor. Disse o Senhor a Moisés e a Arão no monte Hor, nos confins da terra de Edom:
Arão será recolhido a seu povo, porque não entrará na terra que dei aos filhos de
Israel, pois fostes rebeldes à minha palavra, nas águas de Meribá.”  (Números 20.22-
24)
Depois de Arão, foi a vez de Moisés morrer sem entrar na Terra Prometida. E,
novamente, o Senhor recordou o motivo pelo qual isto aconteceria – o pecado
cometido nas águas de Meribá:

“Depois, disse o Senhor a Moisés: Sobe a este monte Abarim e vê a terra que dei aos
filhos de Israel. E, tendo-a visto, serás recolhido também ao teu povo, assim como o
foi teu irmão Arão; porquanto, no deserto de Zim, na contenda da congregação,
fostes rebeldes ao meu mandado de me santificar nas águas diante dos seus olhos.
São estas as águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim.”  (Números 27.12-14)
Moisés chegou a orar, pedindo que Deus o deixasse entrar em Canaã, mas a sua
herança foi diminuída no tocante a isto, e nada mais pôde ser feito. A nossa herança
ministerial pode ser diminuída quando pecamos! Isto é um fato!

Iniciamos este estudo falando do contraste entre os filhos de Zadoque (que se


conservaram fiéis ao Senhor) e os demais levitas (que se corromperam, servindo aos
ídolos) e como a herança – natural – das terras ao redor do Templo foram dadas para
se honrar aos sacerdotes santificados. Concluiremos agora, observando que um outro
aspecto da herança – o espiritual – é determinado por essa mesma postura nossa de
compromisso com Deus (ou não)!

Observe que os demais sacerdotes que pecaram foram como que “rebaixados” à
função de meros levitas, sem poderem exercer todo o seu ofício ou tampouco
desfrutar de todos os seus direitos sacerdotais:

“Os levitas, que tanto se distanciaram de mim quando Israel se desviou e que
vaguearam para longe de mim, indo atrás de seus ídolos, sofrerão as consequências
de sua iniquidade. Poderão servir no meu santuário como encarregados das portas
do templo e também farão o serviço nele; poderão matar os animais dos holocaustos
e outros sacrifícios em lugar do povo e colocar-se diante do povo e servi-lo. Mas,
porque os serviram na presença de seus ídolos e fizeram a nação de Israel cair em
pecado, jurei de mão erguida que eles sofrerão as consequências de sua iniquidade.
Palavra do Soberano, o Senhor. Não se aproximarão para me servir como sacerdotes,
nem se aproximarão de nenhuma das minhas coisas sagradas e das minhas ofertas
santíssimas; carregarão a vergonha de suas práticas repugnantes. Contudo, eu os
encarregarei dos deveres do templo e de todo trabalho que nele deve ser feito.”
(Ezequiel 44.10-14 – NVI)
Por outro lado, os filhos de Zadoque, a linhagem chamada pelo Senhor de “casa
firme”, pelo fato de que permaneceram fiéis (quando ninguém mais o fez), tiveram
não apenas os seus direitos e funções preservados, mas também receberam a
promessa de que desfrutariam da presença de Deus como ninguém mais:

“Mas, os sacerdotes levitas e descendentes de Zadoque e que fielmente executaram


os deveres do meu santuário quando os israelitas se desviaram de mim, se
aproximarão para ministrar diante de mim; eles estarão diante de mim para oferecer
sacrifícios de gordura e sangue. Palavra do Soberano, o Senhor. Só eles entrarão em
meu santuário e se aproximarão da minha mesa para ministrar diante de mim e
realizar o meu serviço.”  (Ezequiel 44.15,16 – NVI)

CONCLUSÃO
O entendimento destas verdades deve produzir temor em nossos corações e fazer com
que haja em nós uma resposta mais intensa de consagração a Deus! Se a nossa
herança – tanto na dimensão natural (Ez 48.10-14) como na dimensão espiritual (Ez
44.15,16) – é determinada pela nossa santificação, então devemos aprofundar o nosso
compromisso com o Senhor! Esta é a única forma pela qual poderemos desfrutar da
herança dos santificados! Você está decidido a desfrutá-la?

O Sacerdócio de Zadoque!
Discernindo A Diferença Entre O Ministério Santo E O Falso!

"O livro de Primeiro Samuel conta que um profeta de nome ignorado foi ter com Eli
trazendo uma mensagem terrível. Este homem desconhecido trouxe uma profecia
tremenda; uma profecia que tem tudo a ver com o que vemos acontecer com a igreja
de hoje. Trata-se de uma palavra que revela muito sobre os ministérios e as igrejas
mortas, áridas, e ímpias que estão funcionando neste instante!

A profecia fala de dois sacerdócios que iriam se desenvolver, e continuariam desde


aqueles dias até o fim dos tempos. Ambos sacerdócios estariam ministrando na igreja.
Um deles seria uma ignomínia maldita e abominável. Mas o outro seria um ministério
segundo o coração de Deus!

O profeta sem nome disse a Eli:

"Eis que vêm dias em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, para que
não haja mais velho nenhum em tua casa" (I Samuel 2:31).

Ele está descrevendo uma maldição contra o ministério de Eli!

Mas aí ele continua:

"Então, suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o que tenho no
coração e na mente; edificar-lhe-ei uma casa estável, e andará ele diante do meu
ungido para sempre" (v. 35).

Esta profecia sobre dois sacerdócios está sendo cumprida hoje, bem diante de nossos
olhos. Na verdade, ambos os ministérios operam simultaneamente, por todos os
países do mundo!

Primeiro, o profeta fala de um ministério atual com um sacerdócio egocêntrico,


desviado, e que faz concessões. Descreve os sacerdotes que possuem o mesmo
espírito de Eli, mencionando duas coisas:

1. Estes sacerdotes agradam às pessoas, mais do que a Deus.

"Por que pisais aos pés os meus sacrifícios e as minhas ofertas...e...honras a teus filhos
mais do que a mim..." (versículo 29).
Eli era condescendente com o pecado! Jamais tomou uma decisão que ofendesse os
seus dois filhos. Só uma vez, em mais de cinqüenta anos de ministério, Eli os corrigiu.
Eles estavam cometendo adultério, estupro de mulheres, praticando os atos mais vis.
Contudo, mesmo nesta ocasião, a única coisa que Eli lhes disse foi: "Por que fazem
isto?"

Este homem não possuía a indignação do justo! Nunca compartilhou da ira e do ódio
de Deus pelo pecado. E ele representa o sacerdócio dos ministros que têm medo de
repreender a família de Deus, a congregação!

Há igrejas atualmente que você pode freqüentar por mais de um ano, e não ouvir nem
uma palavra de reprovação. A igreja pode estar totalmente corrupta -- com metade
dos membros de divorciando, com adultério em ascensão, com os adolescentes
dormindo fora, e as crianças desgovernadas. A congregação inteira pode estar
entregue aos prazeres, aos esportes, ao entretenimento - mas jamais há uma palavra
de correção do púlpito! Em vez disto, o pastor serve de instrumento para as fraquezas
e os desejos ardentes do povo. Ele tem medo de ofender qualquer pessoa - tem medo
de que as ofertas caiam e ele perca o seu ganho.

Esta é a primeira característica do ministério iníquo que se desenvolve na alma de Eli. E


é a marca de todo sacerdócio que faz concessões nos dias de hoje!

2. Eles atendem às suas próprias necessidades e ao seu próprio conforto em vez de se


darem em favor das necessidades do rebanho.

"...para...vos engordardes das melhores de todas as ofertas do meu povo de Israel?" (I


Samuel 2: 29).

Quando as pessoas traziam a oferta de carne para o sacerdote, ela devia ir para o
caldeirão e ser fervida. Mais tarde, o sacerdote mergulhava um gancho de três pontas
no caldeirão, e o que viesse no gancho ia para a sua mesa.

Mas os dois filhos de Eli não queriam a carne fervida e encharcada. Queriam o filé
mignon vermelho e mal passado! Aí levavam para o pai o supra-sumo da costeleta de
carne. Não havia carne empapada na mesa. Foi assim que Eli foi ficando gordo,
preguiçoso, descuidado. Se ele cuidasse dos filhos, poderia perder seu filet mignon!

Eli estava interessado nos próprios interesses, na sua própria mesa. E isto é o que está
acontecendo em muitas igrejas que estão à morte hoje em dia: os pastores só se
preocupam com o seu próprio conforto, em se cuidar - em vez de gastarem tempo
ajoelhados em prol das pessoas!

O profeta está dizendo: "Você só vê a si mesmo, Eli - só cuida do que é seu! Para você
o ministério só quer dizer comida na mesa, segurança para você e os seus. Você na
realidade não se preocupa pelo rebanho. Está mais interessado no que entra na mesa,
do que entra no coração das pessoas. Mesmo assim, nem por uma vez você pensa no
quanto de descrédito é trazido ao nome de Deus, devido às concessões que faz e ao
seu egoísmo. Você nunca leva em conta as pessoas que ficam vendo os seus filhos
roubando a melhor carne. Você é condescendente com o pecado, tem medo de
repreender -- porque está sendo consumido pelas coisas que lhe trazem conforto!" 

O Profeta Proferiu Três Terríveis


Julgamentos Contra Este Sacerdócio!

Todo assim chamado ministro que for da semente de Eli -- aquele que faz concessões,
que é tolerante com o pecado, que só se preocupa consigo próprio -- conhecerá três
julgamentos:

1. Perda de todo poder e de toda autoridade espiritual.

"...os que me desprezam serão desmerecidos. Eis que vêm dias em que cortarei o teu
braço e o braço da casa de teu pai..." (I Samuel 2: 30-31).

Ser "desmerecido" pelo Senhor significou a perda do favor e das bênçãos de Deus!
Significou ausência de impacto contra o reino de Satanás. Um ministro destes pode
receber merecimento da parte dos outros -- mas aos olhos de Deus, é uma pessoa sem
importância, uma pessoa sobre quem Ele não deposita confiança!

Deus estava dizendo: "Você me despreza por não pregar tudo o que delibero que
pregue. Você não é um homem de oração. Você não se preocupa pelo meu povo, mas
só pelo seu sucesso e a sua reputação. Você só quer saber se a igreja está cheia. Você
tem desmerecido a minha Palavra -- agora vou desmerecer você! Faça como quiser --
faça a sua própria obra. Você é desmerecido aos meus olhos!"

2. Será atropelado pela genuína unção e bênção de Deus nos últimos dias.

"E verás o aperto da morada de Deus, em lugar de todo o bem que houvera de fazer a
Israel..." (I Samuel 2: 32).

Em outras palavras, "Quando Eu escolher o tempo para o derramamento do meu


Espírito, você estará em ruinas!" E é exatamente isto que está acontecendo agora na
América: pregadores se mantém em igrejas mortas, áridas e em ruínas! Deus lhes
disse: "Vou ignorá-los!"

Este sacerdócio ficará lá no meio das ruínas enquanto Deus abençoa e unge um outro
sacerdócio -- homens de Deus que pagaram o preço! Agora mesmo, nestes últimos
dias, a Sua unção está vindo sobre aqueles que Lhe entregaram suas vidas. O Espírito
está Se apossando destes homens de oração e sem medo. Mas aqueles da semente de
Eli estão sendo deixados para trás -- para brincar de igreja!

Deus está dizendo basicamente: "Apesar de tudo que faço, vocês não contemplarão o
bem! Não serão parte do meu remanescente santo dos últimos dias. Vocês são
desmerecidos -- e se ocuparão de um ministério sem nenhuma autoridade espiritual
real!"

3. Perderá o toque de Deus bem na flor da idade.

"...todos os descendentes da tua casa morrerão na flor da idade" (I Samuel 2: 33).

Este versículo é visto de duas maneiras. Primeiro, foi cumprido literalmente quando
Saul enviou Doegue para Nobe para matar oitenta e cinco sacerdotes que eram da
semente de Eli.

Mas o versículo também tem uma aplicação espiritual: diz que este sacerdócio vai
parecer bonito até um certo ponto. Os ministros serão muito ativos e ocupados. Mas
bem na época em que deveriam estar no ápice, cheios de energia, de poder, de
sabedoria e santidade, prontos para serem usados ao máximo - terá lugar uma morte
espiritual. Deus os deixará! Ficarão lá em pé diante das pessoas como homens mortos,
estando na flor da idade!

Mas talvez o mais trágico das profecias dadas por este homem de Deus, de nome
ignorado, é que este sacerdócio desviado e compromissado com o mundo jamais seria
afastado dos altares de Deus! O ministério do mal continuaria até o fim:

"O homem, porém, da tua linhagem a quem eu não afastar do meu altar será para te
consumir os olhos e para te entristecer a alma..." (I Samuel 2:33).

Deus não os afastará! Homens mortos do tipo que fazem concessões, sem interesse,
existirão até o último dia quando o Senhor voltar. Mas, Deus diz: "Que tremenda
lástima eles vão ser! Serão motivo de choro!"

Porém agora desejo lhe mostrar outro tipo de sacerdócio. Trata-se do outro ministério
que o profeta disse que Deus estava levantando:

"Então, suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o que tenho no
coração e na mente; edificar-lhe-ei uma casa estável, e andará ele diante do meu
ungido para sempre" (versículo 35).

Este ministério santo trata-se do sacerdócio de Zadoque! É constituído de ministros


fiéis e santos de Deus, que andam e vivem segundo o desejo dEle. E este sacerdócio
permanece até o dia de hoje!

Tudo que este profeta de nome desconhecido profetizou está amplamente ilustrado
no reinado de Davi. Davi é um tipo de Cristo, e Israel é um tipo da igreja. E Davi possuía
dois sacerdotes que cumpriram estes dois sacerdócios proféticos ao pé da letra:
Abiatar e Zadoque.

"Tens lá contigo Zadoque e Abiatar, sacerdotes" (2 Samuel 15:35).

1. Primeiro Vamos Refletir Sobre Zadoque.


O nome Zadoque significa "aquele que provou ser justo".

"São estes os que vieram a Davi, a Ziclague...(e) Zadoque, sendo ainda jovem, homem
valente, trouxe vinte e dois príncipes de sua casa paterna" (I Crônicas 12:1,28).

Zadoque foi o primeiro sacerdote jovem a reconhecer a unção de Deus sobre Davi!

Os homens estavam correndo para Davi, vindos de todos os lados para se juntar aos
seus exércitos. Zadoque reconheceu que o Espírito havia deixado Saul; o seu ministério
estava todo extravagante, carnal, sem nenhum chamado ou toque dos céus. E
Zadoque disse: "Não quero ser parte deste tipo de ministério. Ele está morto - Deus o
deixou. Vou com Davi, que possui a unção do Espírito!"

Então Zadoque foi até Davi em Ziclague - e nunca mais o abandonou para o resto da
vida! Enfrentando todas as rebeliões, Zadoque permaneceu com ele; um homem que
provou ser justo. Davi havia ganho o coração do sacerdote -- e Zadoque jamais
retrocedeu.

Graças a Deus, há homens de Deus como este, em muitos púlpitos hoje em dia. São
homens de oração compromissados com Jesus, que abandonaram a carne, o
entretenimento e o mundanismo. E a gente sabe disto ao vê-los pregar -- pois algo fica
registrado em nossa alma!

Quando outros abandonaram Davi, Zadoque permaneceu fiel. Davi fugia de seu filho
Absalão que havia se rebelado. E ao chegar ao ribeiro de Cedrom, as Escrituras dizem:
"Eis que Abiatar subiu, e também Zadoque..." (2 Samuel 15:24).

Note que tanto Zadoque quanto Abiatar estão com Davi. Ambos estão no ribeiro
Cedrom com ele, e ambos voltam à Jerusalém seguindo as ordens de Davi. Assim,
enquanto Absalão profanava as concubinas de Davi diante de todos, e Israel se tornava
frenético na sua maldade e em suas festanças, dois homens santos permaneciam na
casa de Deus -- Zadoque e Abiatar.

E assim acontece hoje! Enquanto o mundo inteiro caminha para o inferno em meio a
perversidades sem conta, Deus ainda possui Seus homens santos servindo em Seu
altar. Ele ainda tem um sacerdócio do tipo Zadoque, fiel em toda a Palavra de Deus!

2. Reflita Agora Sobre o Sacerdócio de Abiatar!

O nome de Abiatar quer dizer: "em paz com Deus". Ele estava com Zadoque quando
levaram a arca de volta para Jerusalém.

Em verdade, nestas alturas, Abiatar parecia ser santificado, dedicado, devotado e leal a
Davi. Não terá qualquer envolvimento com a revolta de Absalão. Continua no seu
ministério aparentando ser tão puro e não dado à concessões quanto Zadoque.

Mas por que ele nunca mais é mencionado na Palavra depois disto? Por que não é
mencionado entre os profetas? Por que o seu nome se extingue? Algo acontece. De
repente Abiatar é "desmerecido" - e Zadoque se torna o exemplo do sacerdócio santo
remanescente. Por que? Porque Abiatar tinha em si o espírito de Eli! Todas aquelas
profecias terríveis proclamadas pelo profeta sem nome caíram sobre ele.

E tudo aconteceu tão rápido!

O profeta de nome desconhecido havia declarado que não seriam afastados todos os
sacerdotes deste tipo. O pai de Abiatar e oitenta e três outros sacerdotes que usavam
suas vestes talares foram mortos por Doegue. Só Abiatar escapou! Ele foi atrás de Davi
-- e o ministério que ele representava sobreviveu, o que estava de acordo com a
profecia.

Mas, exatamente como o profeta havia declarado, Abiatar - da semente de Eli - na flor
daidade e no ápice das bênçãos, foi seduzido pelo chamado ao sucesso. Perdeu o lugar
entre os ungidos de Deus!

Bem, Davi tinha outro filho, Adonias. O seu nome significa "sucesso e prosperidade".
Este jovem fingiu introduzir uma "política nova" em sua terra, nomeando-se a si
próprio rei. Contudo, tratava-se apenas de mais uma rebelião -- não era um
movimento da parte de Deus, mas um ardil da parte de Satanás!

Este é exatamente o tipo de ministro a respeito do qual o profeta havia prevenido:


auto-exaltação e sucesso!

"Então Adonias...se exaltou..." (I Reis 1:5).

Tratava-se de egoísmo, de orgulho! Adonias diz: "Serei rei!"

O jovem havia sido criado sob o ministério do "não se deve repreender": "Jamais seu
pai o contrariou, dizendo: Por que procedes assim?" (verso 6).

Note isto: tudo que o profeta havia predito a respeito deste tipo de ministro acabava
de acontecer. Todos os elementos que ele disse aconteceriam neste tipo de
sacerdócio, se encontravam neste homem, Adonias!

"Entendia-se ele com Joabe, filho de Zeruia..." (verso 7).

Adonias se cercou de homens ímpios! Não havia um único homem santo dentre eles --
nem Zadoque, ou Natã, nenhum dos fiéis a Davi (veja verso 8). E as Escrituras dizem
que este grupo se encontrava na "pedra de Zoheleth" - que significa "lugar da
serpente".

Este era um grupo de rebeldes que só cuidavam de si próprios; eram movidos pela
busca do sucesso, cheios de ego. Proclamavam: "Trazemos novidades; trata-se de uma
coisa que vai dar certo! Abaixo com os métodos antigos e ultrapassados de Davi. Deus
traz algo novo para esta terra!"
Até este ponto, Abiatar havia sido leal a Davi. Mas agora os comentários estavam
correndo: " Está surgindo um movimento novo; coisas grandes, novas, estão
acontecendo nesta terra. E é de entusiasmar!" Isto prendeu o coração de Abiatar --
pois aparentava ser a entrada para o sucesso e para a prosperidade. Agora ele iria
conseguir! Havia encontrado um homem novo e uma mensagem nova.

Encontro muitas pessoas que vêem para o nosso país de lugares da Europa, da África e
da Ásia, onde igrejas estão morrendo. Eles ouvem a respeito de um novo trabalho
acontecendo nas igrejas daqui, e ficam famintos para ver isto acontecendo em suas
igrejas: um novo movimento da parte de Deus!

Uma vez, no exterior, disse a um pastor amigo meu: "Você e sua esposa viviam sempre
quebrantados, chorando diante de Deus. Por isto a sua igreja era tão abençoada. Mas
ficaram tão ocupados, que não conhecem mais a Deus!" O casal começou a chorar:
"Você está certo!" Mas ao invés de se arrependerem, vieram para a América --
procurar um novo programa que fizesse seu ministério funcionar!

Eis o ministério de Abiatar! Ficou preso num trabalho carnal e ímpio de Satanás. E se
juntou aos outros junto à pedra de Satanás comendo, bebendo e gritando: "Viva o rei
Adonias!"

Quando Davi foi avisado sobre isto, ordenou: "Tragam-me Natã!" Veja, quando Deus
deseja fazer algo que realmente vá contar em favor de Seus propósitos eternos, então
convoca aqueles que têm se amarrado a Ele. Aqui Davi é um tipo de Cristo. E gritou:
"Esqueçam Abiatar. Tragam Natã! Eu desmereço Abiatar. Digam para Natã
providenciar a trombeta, o óleo, e ungir Salomão!"

E assim Salomão foi ungido rei. E a primeira coisa que fez foi executar Shimei, que
amaldiçoara Davi. E aí começou a tratar com os inimigos de Davi -- e mandou trazer
Abiatar.

Bem, lembro que o profeta de nome desconhecido dissera que este ministério de Eli-
Abiatar jamais seria extinto. E Salomão conhecia toda esta profecia. Abiatar deveria ser
executado por traição. Mas em vez disto, Salomão lhe disse:

"Você se uniu ao meu irmão Adonias; tentou subverter o reino. Por causa disto,
merece a morte. Mas não vou lhe matar. Você carregou a arca de Deus para o meu pai
Davi, e se afligiu junto com ele. Por isto, não o mandarei à morte desta vez. Então, vá
para Anatote, para o seu campo, cuidar da sua vida. Você está desmerecido!"

"Expulsou, pois, Salomão a Abiatar, para que não mais fosse sacerdote do Senhor,
cumprindo, assim, a palavra que o Senhor dissera sobre a casa de Eli, em Silo" (I Reis
2:27).

O sacerdócio de Eli está aqui ainda hoje! Mas Deus lhe diz: "Vá, faça do seu jeito. Eu o
desmereço!"

3. Ezequiel Compreendeu a Importância Profética Destes Dois Sacerdócios !


Tanto o sacerdócio de Zadoque quanto o de Abiatar estavam ativos nos dias de
Ezequiel. E como o profeta sem nome, Ezequiel profetiza que ambos caminhariam
como duas correntes de ministério até o fim:

"...nota bem quem pode entrar no templo e quem deve ser excluído do santuário"
(Ezequiel 44:5).

Deus estava dizendo a Ezequiel: "Ponha-se na minha casa e observe todos os que
entram e os que saem. Discirna as atividades que acontecem aqui. É abominação!
Estão trazendo estranhos e estrangeiros para dentro da Minha casa para a profanar!"

Hoje igualmente, as abominações que se sucedem nas igrejas são tão terríveis, que
Deus diz: "Chega! Chegou ao limite!" Ministros impiedosos têm trazido para dentro do
santuário santo o rock and roll, entretenimento, absurdos tremendos, cantores que
usam drogas, álcool, e nem conhecem a Deus. Estas pessoas ministram do púlpito, e as
pessoas nem notam a diferença!

"Não cumpristes as prescrições a respeito das minhas cousas sagradas; antes,


constituístes em vosso lugar estrangeiros para executarem o serviço no meu
santuário" (Ezeq. 44 : 8).

Ele diz em outras palavras: "Vocês trouxeram estrangeiros, pessoas que não Me
conhecem, para cuidarem do Meu santuário!" Essas pessoas eram corpos estranhos --
pessoas corruptas, profanas, não separadas ainda do mundo. A casa de Deus estava
sendo profanada!

Assim, Deus estabeleceu um sacerdócio do tipo de Abiatar para ministrar junto à


pessoas cujos corações se inclinavam aos ídolos! Os pastores haviam se desviado para
longe de Deus. Estavam cheios do espírito de Eli, em busca da fama e do sucesso -- e as
pessoas adoravam isto! Então, Deus estabeleceu sacerdotes idólatras para que dessem
ao povo o que este desejava. "Tal povo, qual sacerdote!"

"Contudo, eu os encarregarei da guarda do templo, e de todo o serviço, e de tudo o


que se fizer nele" (Ezeq. 44: 14).

Como estes ministros são cegos! Deus diz o seguinte sobre eles:

"Não se chegarão a mim..." (versículo 13).

Apresentam-se no púlpito desmerecidos por Deus, cheios de ego,de idolatria, não


chegados ao Senhor. Mesmo assim seguem o habitual: pregam, ensinam, aconselham;
cumprem todos os deveres ministeriais. Mas não sabem a diferença! Não possuem
discernimento, não possuem o testificar do Espírito!

Amado, se você não se arrepender e entregar tudo a Jesus -- se você se agarrar a um


ídolo no interior de seu coração -- vai acabar ouvindo um ministro que prega para a
sua idolatria! 
Deus Fez Uma Promessa em Sua Palavra de Que Se o Seu Povo Se
Arrependesse e Retornasse Para Ele de Todo O Coração, Ele Levantaria
Para Eles Pastores da Linhagem de Zadoque !

"Convertei-vos, ó filhos rebeldes, diz o Senhor...e vos levarei a Sião. Dar-vos-ei


pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com
inteligência" (Jeremias 3: 14-15).

Ezequiel profetizou que um sacerdócio do tipo de Zadoque estaria muito avivado e


ativo nos últimos dias:

"Mas...os filhos de Zadoque, que cumpriram as prescrições do meu santuário, quando


os filhos de Israel se extraviaram de mim, eles se chegarão a mim, e estarão diante de
mim, para me oferecerem a gordura e o sangue, diz o Senhor Deus. Eles entrarão no
meu santuário, e se chegarão à minha mesa, para me servirem, e cumprirão as minhas
prescrições" (Ezequiel 44: 15-16).

Inexistirá mistura neste sacerdócio:

"...usarão vestes de linho; não se porá lã sobre eles, quando servirem..." (verso 17).

Lã mesclada com linho representa mistura: um pouquinho de Deus e um pouquinho da


carne. Mas Deus diz: "O meu sacerdócio é constituído de linho puro. Inexiste mistura!"

Este sacerdócio de Zadoque será destemido contra o pecado -- e possuirá o poder para
levar as pessoas à justiça e à santidade.

"A meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre
o imundo e o limpo" (Ezequiel 44: 23).

Eis as marcas dos sacerdotes da linhagem de Zadoque: 1. Não têm medo de


repreender com o poder e a autoridade do Espírito Santo. 2. Deixam claro para você
qual é o certo e o errado, até que você ganhe o conhecimento e a sabedoria para fazer
a escolha certa. 3. Estes homens conhecem a voz do Senhor. Sabem o que Deus diz,
porque sentam-se e esperam nEle! Não oram assim: "Abençoe-me, abençoe as minhas
programações, me dê dinheiro..." Ao invés, clamam: "Oh Jesus, eu Te amo! Quero
conhecer a Tua mente e o Teu coração!" Você pode estar dizendo: "É bom ficar
sabendo destas coisas sobre os pastores". Mas Deus está lhe dizendo neste instante:
"E você?" 
Querido Santo,
Você Sabia Que Esta Mensagem é Para Você?

As Escrituras dizem:

"(Ele) nos constituiu reino, sacerdotes, para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio
pelos séculos dos séculos..." (Apocalipse 1:6).

Amado, este versículo é verdadeiro para todo o corpo! Todo aquele ou aquela que se
chama pelo nome de Deus deve ser sacerdote para o Senhor.

Então, lhe pergunto: qual tipo de sacerdócio descreve o seu caminhar com Deus? Você
é de Zadoque? Ou de Abiatar? Você é egocêntrico -- correndo atrás de convenções e
de cursos procurando respostas confortantes? Ou você recebe a repreensão com
alegria, sabendo que Deus deseja extirpar o câncer do pecado para lhe curar? Você
compra fitas e mais fitas gravadas por algum evangelista para tentar ganhar uma
palavra dos céus? Ou está aprendendo a discernir a voz de Deus sozinho, dando a Ele
aquele tempo de qualidade no seu quarto em secreto?

Todo o que vive pelo nome de Jesus deve aprender a ouvir a voz de Deus. Ele deseja
que você ouça a Sua palavra dentro do seu próprio coração! Se aprender isto poderá ir
a qualquer igreja em qualquer lugar, e em cinco minutos saberá se o Espírito do
Senhor está lá. Se realmente tratar-se de Zadoque, as suas mãos se levantarão. Você
dirá: "Estou ouvindo uma coisa boa. Algo está sendo registrado na minha alma. Isto é
Deus!"

Ou, você discernirá que é de Abiatar. E isto lhe dará náuseas! Você vai fugir pois não
consegue suportar o mau cheiro da carne!

Ó Deus -- conceda-nos o espírito do sacerdócio de Zadoque!

Zadoque
Reto. l. Um dos dois principais sacerdotes, no tempo de Davi (2 Sm 8.17), o qual se
juntou com este rei em Hebrom (1 Cr 12.28), depois da morte de Saul. Zadoque
permaneceu fiel a Davi, por todo o tempo em que este reinou, através de todas as
agitações. Quando Absalão se revoltou, sendo Davi compelido a fugir de Jerusalém,
Zadoque e os levitas acompanharam o seu rei, levando a arca (2 Sm 15.24). E, quando
Absalão foi morto, achava-se Zadoque entre aqueles que persuadiram os anciãos de
Judá a que convidassem Davi a voltar. Sendo já Davi avançado em anos, e tendo sido
Adonias aclamado rei pela influência de certo partido, ele pôs-se ao lado de Davi e
ungiu Salomão para seu sucessor. Salomão, depois da sua ascensão ao trono, retirou
do alto sacerdócio a Abiatar (que tinha sido partidário de Adonias), e deu a Zadoque
toda a autoridade (1 Rs 1.7, 26 – 2.27, 35). os seus descendentes, como se pode ver
em Ez 44.15,16, são louvados pela sua fidelidade desde o tempo de Salomão, e
especiais privilégios lhes são concedidos na visão profética a respeito do templo
restaurado e do culto ali prestado ao Senhor. 2. o pai de Jerusa: esta foi mulher do rei
Uzias e mãe do rei Jotão (2 Rs 15.33 – 2 Cr 27.1). 3. Certo indivíduo que reparou uma
porção de muro no tempo de Neemias (Ne 3.4). 4. Um sacerdote que fez a mesma
coisa (Ne 3.29).

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